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Campus de São José dos Campos

Faculdade de Odontologia

MANUAL DE OCLUSÃO
E ESCULTURA DENTAL

Profa. Tit. Maria Amélia Máximo de Araujo


Prof. Dr. João Cândido de Carvalho
Prof. Dr. José Roberto Rodrigues
Prof. Dr. Sérgio Eduardo de Paiva Gonçalves
Profa. Dra. Maria Filomena Rocha Lima Huhtala
Prof. Adj. Clóvis Pagani
Prof. Dr. Carlos Rocha Gomes Torres
Profa. Dra. Alessandra Bühler Borges
Prof. Dr. César Rogério Pucci
Prof. Dr. Claudio Hideki Kubo

2008
2

Capítulo 1

Desenho Dental
3

1. IMPORTÂNCIA DO DESENHO

O desenho dental é fundamental para o conhecimento da anatomia


dental por representar a planificação prévia da escultura das peças dentais. A
escultura, por sua vez, representaria a concepção espacial propriamente dita.
O desenho dental possibilita ao aluno uma maior facilidade na
memorização dos detalhes anatômicos a serem reproduzidos na escultura.

2. MÉTODOS DE DESENHO

Dentre os métodos existentes para o desenho e/ou ampliação da


peça anatômica, encontramos a fotografia como método adjuvante na obtenção
de um padrão de contorno; igualmente são utilizados para a cópia do modelo o
quadriculado, as diagonais e a cruz simples.

2.1 MÉTODO DA CRUZ E DAS DIAGONAIS

Esses dois métodos representam uma simplificação do método do


quadriculado, exigindo maior habilidade do desenhista na reprodução do
desenho a ser realizado, pois este será dividido em apenas 4 ou 8 partes
respectivamente. As Figuras 1 e 2 ilustram ambos.

Figura 1 – Método da cruz.


4

Figura 2 – Método da diagonal.

2.2 MÉTODO DO QUADRICULADO

Para se obter uma ampliação perfeita pelo processo do


quadriculado, deve-se ter, antes de tudo, a atenção voltada para a exatidão das
medidas de cada quadrado ou retângulo traçado sobre o desenho, que devem
ser, rigorosamente uniformes para que não se obtenha uma ampliação
defeituosa em conseqüência de imperfeições do quadriculado.

Devemos seguir a seguinte seqüência para o desenho:

a) Toma-se o desenho a ampliar e se inscreve dentro de um quadrado ou


retângulo, de acordo com suas proporções;

b) Divide-se, cada lado da Figura geométrica desenhada ao meio e traça-se


uma cruz sobre o desenho;

c) Reparte-se cada metade novamente ao meio, e, assim sucessivamente


vão sendo riscadas as linhas, à vontade do desenhista. Quanto mais
5

quadrados forem desenhados, mais fácil se tornará a tarefa de ampliação,


pois resultarão em áreas menores para desenhar;

d) Concluído o quadriculado da Figura copiada sobre o desenho, toma-se um


papel em branco ou um bloco de cera para escultura a traça-se nele uma
Figura geométrica semelhante à riscada em torno do desenho em questão,
variando sua dimensão de acordo com o aumento que se pretenda obter.
Poderá ser portanto, igual ao desenho, uma, duas, três ou mais vezes o
seu tamanho;
e) Efetua-se o quadriculado do mesmo modo que o primeiro;

f) Finalmente, para que se tenham pontos de referência, numeram-se as


linhas de ambos os retângulos, horizontal a verticalmente, a começar de
cima para baixo ou vice-versa no sentido vertical, ou da esquerda para a
direita ou vice a versa, no sentido horizontal.

Figura 3 – Método do quadriculado

2.3 Método do quadriculado com divisão em terços

Trata-se de uma adaptação do método do quadriculado já descrito. Para


tal, o dente deve ser inscrito em um retângulo, de tal forma que as laterais
toquem suas extremidades.
6

Os contornos dos diferentes dentes podem ser observados nas Figuras


4, 5 e 6. Eles serão utilizados posteriormente para facilitar o desenho nos
blocos de cera.

Figura 4 – Contornos dentais utilizados para escultura.

11 12 13 14 16

42 43 45 46 47

Figura 5 – Vistas incisais ou oclusais dos dentes mostrados na Figura 4.


7

15 17 41 44

Figura 6 – Vistas vestibular, mesial e oclusal ou incisal de vários dentes.

A seguir, o limite entre a coroa e a raiz deve ser demarcado e,


posteriormente, tanto a coroa quanto a raiz dividida em terços no sentido
mésio-distal e vestíbulo-lingual (Figura 7).

Figura 7 Divisão da coroa e raiz em terços.

As dimensões médias normais dos dentes humanos permanentes são


apresentados nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1 - Dimensões aproximadas dos dentes permanentes superiores em cm.


ICS ILS CS 1° PMS 2° PMS 1° MS 2°MS
Altura total 2,39 2,2 2,72 2,15 2,15 2,3 2,07
Altura da coroa 1,1 0,88 1,08 0,87 0,75 0,84 0,72
Altura da raiz 1,29 1,32 1,64 1,28 1,4 1,46 1,35
Distância V‐L 0,7 0,6 0,84 0,97 0,9 1,18 1,15
Distância M‐D 0,83 0,64 0,79 0,73 0,68 1,13 0,92
8

Tabela 2 - Dimensões aproximadas dos dentes permanentes inferiores em cm.


ICI ILI CI 1° PMI 2° PMI 1°MI 2°MI
Altura total 2,07 2,23 2,6 2,24 2,3 2,32 1,98
Altura da coroa 0,88 0,88 1,08 0,78 0,8 0,92 0,69
Altura da raiz 1,19 1,35 1,52 1,46 1,5 1,4 1,29
Distância V‐L 0,6 0,6 0,78 0,75 0,81 1,03 1,01
Distância M‐D 0,54 0,58 0,76 0,69 0,73 1,09 1,07

A seguir faz-se um retângulo de maior proporção, tendo sua altura


ocluso-apical ou inciso-apical de 10cm. As dimensões no sentido vestíbulo-
lingual e mésio-distal proporcionais a essas dimensões são apresentados na
Tabelas 3 e 4.

Tabela 3 - Dimensões para ampliação dos dentes superiores em cm.


ICS ILS CS 1° PMS 2° PMS 1° MS 2°MS
Altura total 10 10 10 10 10 10 10
Altura da coroa 4,6 4 3,97 4,05 3,48 3,65 3,47
Altura da raiz 5,4 6 6,03 5,95 6,52 6,35 6,53
Distância V‐L 2,92 2,72 3,08 4,51 4,18 5,13 5,55
Distância M‐D 3,47 2,90 2,9 3,39 3,16 4,91 4,44

Tabela 4 - Dimensões para ampliação dos dentes inferiores em cm.


ICI ILI CI 1° PMI 2° PMI 1°MI 2°MI
Altura total 10 10 10 10 10 10 10
Altura da coroa 4,25 3,95 4,15 3,49 3,47 3,96 3,48
Altura da raiz 5,75 6,05 5,85 6,51 6,53 6,04 6,52
Distância V‐L 2,89 2,69 3 3,34 3,52 4,43 5,1
Distância M‐D 2,6 2,60 2,92 3,08 3,17 469 5,40

A imagem de tamanho natural enquadrada no quadriculado deve ser


reproduzida no retângulo de 10 cm de altura (Figuras 8).
9

Figura 8 – Ampliação de desenho em maiores proporções.


10

3. FORMAS E DIMENSÕES

Em Figun & Garino (1989), encontramos uma classificação dada por


Crespi que considera quatro formas fundamentais para os dentes:

Figura 4- Formas fundamentais das coroas dos dentes, segundo classificação


de Crespi, R.A.

Notadamente não existem diferenças entre os dentes integrantes de


um mesmo grupo em relação à forma geométrica. Assim, podemos
representá-los

¾ Grupo dos incisivos


• porções: coronária a radicular
• base com quatro lados: V,M,L e D
• coroa: que se enquadra num prisma com faces triangulares,
orientando-se para mesial a distal, com três lados: C, V e L, M
e D.
• faces restantes: V e L maiores que se juntam na borda incisal;
C que se confunde com a base da pirâmide radicular.
11

Figura 5 - Forma geométrica do incisivo superior.

¾ Grupo dos caninos


• porção radicular: semelhante aos incisivos
• coroa: dividida em duas porções: a maior, que abrange 1/4 do
volume coronário, encontra-se diretamente relacionada com a
base da pirâmide radicular a tem a forma de um prisma de
faces trapezoidais voltadas para as proximais. Dessas faces,
duas correspondem às faces livres V e L, que são
convergentes para incisal; duas são virtuais- uma cervical
fusionada à raiz e outra fusionada à pirâmide incisal. A outra
porção, menor, é uma pirâmide deslocada para a incisal, com a
base retangular e grande predomínio do diâmetro mésio-distal,
de altura pequena e com vértice correspondente à posição do
bordo cortante.

Figura 6 – Forma geométrica do canino inferior.


12

¾ Grupo dos pré-molares


• raiz: forma piramidal
• coroa: apresenta duas porções. A maior é um prisma
quadrangular, com faces correspondentes à V, M L e D. Nela,
as duas bases são uma C (cervical - unida à porção radicular) e
outra O (oclusal), na qual se apoia a porção menor, que é
integrada por duas pirâmides quadrangulares de bases amplas
e altura pequena, representando cada uma as cúspides V e L.

Figura 7 - Forma geométrica do pré-molar inferior.

¾ Grupo dos molares


• forma: disposição similar à dos pré-molares embora de maior
complexidade
• raiz: apresente múltipla porção radicular, com duas pirâmides
de base retangular, uma que se dispõe na M e outra na D para
os molares inferiores e três para os do arco superior: M, D e L.
• coroa: apresenta na porção oclusal, três, quatro ou cinco
pirâmides do tipo das que foram descritas para os pré-molares,
em conformidade com o arco a que pertencem.

Figura 8 - Forma geométrica do molar inferior.


13

As dimensões dos dentes são variáveis de indivíduo para indivíduo


conforme sexo, raça e fatores diversos hereditários ou não, como qualquer
outro órgão do organismo.

4. PROJEÇÃO DAS FACES DE UM DENTE

Por conveniência didática, utilizamos as projeções de apenas três


faces: a vestibular, a mesial e a oclusal, precisamente porque são as que
apresentam maior área de contorno do que respectivamente as faces opostas
lingual, distal a apical, com exceção do primeiro molar superior onde a lingual
supera a vestibular. Na prática as faces projetadas são desenhadas no bloco
de cera a representam a planificação da futura escultura (Figura 9).

Figura 9 - As faces do dente estão inscritas nas faces do bloco.


14

Capítulo 2

Material e Instrumental
em Escultura
15

CERAS

O material rotineiramente usado no aprendizado da escultura dental

é a cera. As características físicas e químicas das ceras foram modificadas ao

longo dos anos para conferir uniformidade, maciez e resistência ao corte,

adequando esses materiais à reprodução mais fiel da estrutura dental.

A composição das ceras disponíveis no comércio para a escultura

constiui-se de:

Parafina.....................................33,5%
Carnaúba...................................46,5%
Cera de abelha........................... 7,0%
Ceresina.....................................13,0%
Corante (Lipossolúvel)

De um modo geral os trabalhos serão executados com a cera à


temperatura ambiente. Quando houver necessidade do uso de calor, devem
ser observadas as seguintes precauções na manipulação das ceras:
* nunca plasticizá-la em banho de água, sob pena de diluir as frações

líquidas da cera amolecida e assim alterar as suas características físicas.

Preferir portanto o calor seco.

* aquecer a cera de maneira uniforme e usando sempre a menor

temperatura capaz de lhe dar plasticidade adequada ao trabalho. Manter o

bastão sempre acima da chama da lamparina, imprimindo-lhe movimentos

rotatórios evitando que o calor se concentre em uma única região. Nunca

amolece-la em contato direto com a chama, o que poderia vaporizar os

componentes.
16

LAMPARINA

As lamparinas a álcool compreendem o meio pelo qual as ceras são

plasticizadas. São pequenas e de fácil manuseio. No entanto cuidados

especiais devem ser observados para a prevenção de acidentes:

* não deixe transbordar álcool ao encher a lamparina;

* mantenha o pavio bem visível para proporcionar uma boa chama e para

que esta não entre em contato direto com o combustível;

* cuidado com o cabelo, principalmente as meninas de cabelos longos

(procurar mantê-lo preso);

* cuidado ao manusear as lamparinas com luvas de latex;

* não deixe quaisquer produtos inflamáveis próximos à bancada de

trabalho.
17

INSTRUMENTAL

Os instrumentos empregados em escultura destinam-se a:


* acrescentar porções de cera, sendo que neste caso a parte ativa do

instrumento apresenta-se com forma de colher ou espátula côncava;

* cortar ou desbastar a cera, apresentando o instrumento uma parte ativa de

bordos cortantes com a qual a cera endurecida é aparada por sucessivas

manobras de raspagem;

* alisar a cera, caso em que a parte ativa do instrumento apresenta-se romba

e lisa.

Cuidados com o instrumental


* manter o instrumental sempre limpo e afiado;

* cuidado ao afiar o instrumento para não alterar o bisel de corte;

* não utilizar o instrumental destinado ao laboratório na boca do paciente sem

a devida limpeza e esterilização;

* não levar o instrumento de corte diretamente à chama.

As Figuras 11, 12, 13, 14 e 15 mostram alguns dos principais

instrumentos usados para a escultura dental.


18

FIGURA 11 – Instrumentos para cera.

FIGURA 13 – Espátulas de cera


19

FIGURA 14 – Instrumentos para esculpir cera ou amálgama

FIGURA 14 – Instrumentos para amálgama, também utilizáveis em cera.


20

FIGURA 15 – Instrumentos para enceramento progressivo (PKT).

Segundo Cantisano existem várias maneiras do profissional segurar

o instrumento para a realização da escultura:

Em forma de caneta

FIGURA 16 – Maneira de segurar a espátula em forma de caneta ou lápis


(Segundo Cantisano).
21

FIGURA 17 – Forma de apoio quando da utilização em forma de caneta ou


lápis (Segundo Cantisano).

Em forma de faca

FIGURA 18 – Maneira de segurar a espátula em forma de faca (segundo

Cantisano)
22

FIGURA 19 – Forma de apoio quando da utilização da espátula em forma de

faca.
23

Capítulo 3

Escultura dos dentes anteriores


CANINOS
24

Com os conhecimentos obtidos até agora o aluno será capaz de


expressar tridimensionalmente a morfologia dental.
Na ceroplastia tanto dos dentes anteriores como dos posteriores,
pelo fato dela apresentar alguns passos comuns, estes serão considerados de
maneira rotineira, sendo modificados apenas em alguns casos especiais.
Os desenhos das diversas faces dos dentes realizados no papel,
desde que relacionados entre si, poderão ser utilizados como moldes que
orientarão o desenho das respectivas silhuetas sobre a cera.
Ressaltamos que a escultura da porção radicular não será realizada
para darmos maior destaque à morfologia coronária, já bastante complexa a de
maior importância na reconstrução dos elementos na clínica.
Usaremos uma combinação dos métodos propostos por Santos Jr &
Fichman, 1982 e Cantisano,W., 1963 para a escultura dos elementos dentais.
Iniciaremos pela escultura dos caninos pela maior simplicidade
técnica.
25

Figura 20 - Canino superior.


26

PASSOS DA ESCULTURA DOS CANINOS

1. Assinala-se o bloco de cera com as iniciais correspondentes às


faces vestibulares (V) de um lado e lingula (L) do lado oposto;
mesial (M) de um lado e distal (D) do lado oposto.
2. Traçar no bloco de cera a linha divisória coroa-raiz de acordo
com a medida da altura coronária.
3. Traçar o contorno da vista mesial sobre o bloco. Se o molde for
utilizado, levar a vista mesial em posição, de modo que a linha
divisória coroa-raiz do desenho coincida com aquela
previamente marcada na cera (Figura 22).

Figura 21 – Linha divisória coroa-raiz Figura 22– Vista mesial


27

4. Recortar com o Le Cron o excesso de cera até tangenciar o


contorno da vista mesial, tomando cuidado para não inutilizá-lo.

Figura 23 - Aspecto do bloco após o recorte mesial.

5. Gravar o contorno da vista vestibular. Colocar o molde em


posição fazendo se superporem as linhas divisórias existentes
na silhueta e no bloco. Cuidado especial para não encostar o
desenho sobre a superfície encurvada do corte para evitar
distorções. É a projeção da vista vestibular que deve incidir
sobre a superfície da cera (Figura 24).
28

Figura 24 - Inscrição do contorno da vista vestibular.

6. Após o recorte recoloque os moldes para verificar a precisão dos


recortes. A face distal poderá ser checada invertendo-se o
molde. A Figura 25 mostra o aspecto do bloco de cera após o
recorte vestibular.

Figura 25- Aspecto do bloco após o recorte vestibular.


29

7. A partir das duas pontas de cúspide traçar as linhas de maior


contorno inciso apicais, uma para cada face, que irão percorrer
longitudinalmente as mesmas.

Figura 26- Demarcação das linhas de maior contorno inciso-apicais, a das


bossas.

8. Sobre as futuras bossas V, L, M e D marcar pequenos traços


coincidentes com as linhas de maior contorno, obtidas
anteriormente. Tais intersecções identificam os pontos mais
salientes das referidas bossas (Figura 26). Nas faces proximais,
M e D, as referidas bossas correspondem às áreas de contato.
Este passo repetido nos quatro quadrantes existentes no dente,
visa estabelecer a posição aproximada da linha equatorial da
coroa. a linha AB da Figura 26 une os dois pontos mais próximos
de duas faces contíguas e determina o trajeto esquemático da
linha equatorial num dos diedros da coroa.
30

9. Com o Le Cron, sulcar, aprofundando o instrumento de tal forma


que a lâmina consiga unir simultaneamente, os pontos contíguos
AB, ou seja, a intersecção da V, com a intersecção das
proximais e, o da L com os das proximais. A partir do vértice da
cúspide removemos então o excesso de cera obtendo-se a
região expulsiva F1, de aspecto triangular, representada na
Figura 27.

Figura 27- Obtenção da região expulsiva F1.

10. Sulcar com o Le Cron, com a lâmina horizontalizada, ao nível do


colo, até que o gume atinja simultaneamente sem invadí-las, as
duas linhas longitudinais contíguas, a fim de liberar o excesso de
cera da região cervical a manter correta a altura da coroa.

11. A partir da linha equatorial esquemática, no sentido cervical,


remover o excesso de cera até o nível do sulco obtida no passo
anterior, respeitando as linhas longitudinais de maior contorno.
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Assim obtemos a região retentiva da coroa (F2), mostrada em


um dos quadrantes na Figure 28.

Figura 28 - Obtenção da região retentiva F2.

12. Realizada a operação nos quatro quadrantes, surge uma linha


equatorial esquemática, representando as regiões mais salientes
do dente, nas respectivas faces axiais. O bloco terá, então o
aspecto geométrico, guardando, no entanto, as futuras
proporções anatômicas.
32

Figura 29 - Fase geométrica concluída.

13. Face lingual: na porção incisal a média escavam-se duas


depressões mesial a distal, bem rasas, deixando-se
lateralmente, as saliências correspondentes às futuras bordas
proximais (Figura 30). Permanece no centro em toda em toda a
extensão da face lingual, uma crista mediana inciso-cervical,
característica dos caninos (Figura 31).
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Figura 29 - Escavação das depressões linguais.

Figura 30 - Crista mediana inciso cervical.


14. Borda incisal: em forma de seta, sendo a aresta mesial menor
que a distal. Também há uma pequena inclinação para lingual
de ambas arestas mesial e distal
34

15. Arredondamento das arestas vivas, concavidades,


convexidades, sulcos de desenvolvimento, convergência de
faces opostas para distal ou lingual, definição da linha do colo a
demais acidentes anatômicos serão agora confeccionados,
concluindo a escultura dos caninos.

Figura 31 - Escultura do canino concluída.


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Caracteres diferenciais entre os caninos superior e inferior

SUPERIOR INFERIOR

1. Face V- losango 1. Pentágono

2. Face L- convexa na cervical com 2. Não apresenta detalhes'

cíngulo pronunciado Anatómicos nítidos

3. Face V- diâmetro M-D semelhante 3. Diâmetro inciso-cervical maior que

ao inciso-cervical o M-D (comprimento > Largura)

4. Faces proximais- triângulo 4. Triângulo isósceles (2 lados iguais)

equilátero (3 lados iguais)

5. Face M- forma ângulo com a face 5. Face M da coroa a da raiz no

M da raiz mesmo plano

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