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CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
NOVA PETRÓPOLIS
2010
MELÂNIA BALZAN RAABER
Nova Petrópolis
2010
MELÂNIA BALZAN RAABER
Habilitação: Administração
Data de Aprovação:
___/___/______
Banca Examinadora:
_______________________________________
Profa. Mestranda Jaqueline Morbach Neumann
Orientadora
Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis
______________________________________
Prof. Componente da Banca Examinadora
______________________________________
Prof. Componente da Banca Examinadora
Dedico este trabalho ao meu marido Astor, ao
meu filho Pedro Henrique e a Joanita, por
sempre terem me apoiado e incentivado para a
realização desta grande conquista.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela saúde e força que recebi nestes anos todos.
Ao meu filho Pedro Henrique, pela torcida em cada momento e pela compreensão da
minha ausência.
Aos meus irmãos, que mesmo distantes, sempre estavam na torcida pela minha
vitória.
Agradeço aos proprietários dos hotéis Zamek Hotel Boutique e Hotel Pousada Casa
Tasca por terem aceito responder o questionário para coleta de dados.
The growth in the sector of services has shown the importance of the companies devote
greater attention to the quality their services are provided, because the search for satisfaction
and fidelity of customers has constituted a vital necessity for the survival and growth of the
companies on the market. The work in question was a case study that evaluated the
importance of the quality of services rendered. In this sense, the objective of this work was to
identify the influence of qualification of boarding service providers. This was a
bibliographical research, exploratory and descriptive, of qualitative nature, developed by the
method of a case study in hotels from the region of Grape and Wine – Rio Grande do Sul.
Data were collected through the application of a questionnaire. The results allowed to identify
that the ventures questioned, search the continuing improvement of their processes through
training, participation in fairs and knowledge of the market which they act. But, only skilled
workmanship is not enough to cultivate the loyalty of customers and offer a good service, it is
needed updating and modernization of infrastructure as well as modern management.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................ 10
1.2 OBJETIVOS..................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................... 11
1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................... 11
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 11
3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 49
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO .............................................. 50
3.2 FONTES DE PESQUISA ................................................................................. 51
3.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS .............................................................. 51
5 CONCLUSÕES ............................................................................................................. 64
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 65
1 INTRODUÇÃO
Hoje, os tempos são de mudanças rápidas, tem-se um ritmo de vida acelerado de tal
modo que não mais se tem tempo para pensar nos objetivos e nas felicidades da vida. A
verdade é que a pessoa já se dá por satisfeita quando consegue resolver os problemas do dia a
dia, mesmo não conseguindo atingir seus objetivos.
São muitos aspectos cotidianos da vida que não se tem condições de modificar. No
entanto, é possível e viável mudar de visão e atitude diante dos acontecimentos e isso acaba
tendo como consequência lógica e natural a melhoria do ambiente de trabalho e da vida.
Nos pequenos hotéis, onde o atendimento é feito pela família, a qualidade dos serviços
prestados tem atingido um bom nível, pois o interesse econômico é comum ao grupo familiar
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(CASTELLI, 2006). Já nos médios e grandes hotéis, a estrutura é mais complexa e isso exige
que as pessoas sejam melhores treinadas e qualificadas (CASTELLI, 2006).
O turismo é uma atividade em expansão que movimenta, gera renda e contribui para a
economia do Brasil e do mundo. Os serviços de hospedagem vêm se desenvolvendo a cada
ano e é parte essencial para que as atividades turísticas sejam concretizadas. Assim, torna-se
importante dedicar e aplicar a qualidade nos serviços para que o turista se sinta satisfeito com
tudo o que lhe é oferecido.
As empresas que prestam serviços, precisam cada vez mais serem competitivas a fim
de garantirem a sua sobrevivência. O seu sucesso depende essencialmente de pessoas
qualificadas, e daí a necessidade de treiná-las.
espírito de serviço, pois ser atendido por uma pessoa que possui disposição para
servir é algo maravilhoso (CASTELLI, 2006, p. 104).
Desta forma pergunta-se: Os hotéis da região Uva e Vinho, os quais fazem parte do
Programa Bem Receber, se preocupam com o elemento humano e sua qualificação, a fim de
que prestem serviços de qualidade junto a seus clientes?
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
E, Nova Petrópolis, com pouco mais de 18 mil habitantes, está inserida no Jardim da
Serra Gaúcha na Região das Hortênsias, estando a 90 km de Porto Alegre, capital gaúcha
(ALLVES, 2010). Por estar próxima destes três destinos as expectativas são de
desenvolvimento e crescimento tanto na área do turismo quanto a do comércio em geral.
Dentre todas estas qualidades, destacam-se os hotéis e pousadas. São quase 1.400
leitos, distribuídos nos 25 hotéis e pousadas que estão à espera de seus visitantes (ALLVES,
2010).
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo apresenta os principais conceitos do que é uma empresa hoteleira, seus
serviços e governança, a gestão estratégica na busca pela qualidade para um excelente
atendimento ao cliente.
Por suas obras e reconhecimento, os autores abaixo foram pesquisados para dar
embasamento bibliográfico ao trabalho. Desta forma, os temas serão abordados na visão de
Albrecht (1994), Castelli (1996, 1998, 2000, 2001, 2003, 2005, 2006), Las Casas (1999),
Kotler (1975, 1998), Paladini (1994, 1997), Petrocchi (1998, 2002), Vieira (2004), La Torre
(2001), entre outros.
Ainda, para Castelli (2000, p. 56), ―uma empresa hoteleira pode ser entendida como
uma organização que, mediante o pagamento de diárias, oferece alojamento à clientela
indiscriminada‖.
―As empresas hoteleiras são classificadas quanto ao seu tamanho em pequenas, médias
e grandes. O parâmetro que fundamenta esta classificação pode ser o apartamento (unidade
habitacional- tipo), o número de leitos ou a receita anual‖ (CASTELLI, 2000, p. 58).
c) fazer o viajante sentir-se bem-vindo, com um olhar nos olhos, com um sorriso
discreto e com uma saudação adequada (bom dia, boa tarde, boa noite);
d) chamar o cliente por senhor ou senhora. Se for um cliente habitual, demonstrar que
foi reconhecido, chamando-o pelo nome, dando-lhe um tratamento personalizado;
g) cumprir com a promessa de serviços no que diz respeito à oferta dos bens e
serviços, preços e prazos;
Para Mullins (2004), a atividade hoteleira está englobada dentro do que o autor chama
de setor da hospitalidade e inclui entre outros, hotéis, restaurantes, bares e cafés. King (1995
apud MULLINS, 2004) aponta algumas características deste setor: é constituído da relação
dos indivíduos que atuam como administradores e hóspedes, e nesta relação, a chave para o
sucesso é o conhecimento que o administrador tem daquilo que agrada ao seu hóspede desde a
chegada, acomodação, atendimento até o final de sua estada. O autor ainda cita sete
características gerais do setor de serviços que são importantes na natureza do setor hoteleiro:
consumidor participa do processo, produção e consumo simultâneos, capacidade perecível,
seleção do local determinada pela demanda, mão de obra intensiva, intangibilidade e
dificuldade de medir o desempenho.
Essa relação pode ser comercial ou social. A chave para a hospitalidade bem-sucedida,
tanto na área comercial quanto na privada, exige o conhecimento daquilo que agrada ao
hóspede; a hospitalidade é um processo que inclui a chegada, a acomodação confortável, o
atendimento dos desejos do hóspede e sua partida ao final da estada. Mullins (2004)
complementa que o que se pretende na hotelaria moderna é incorporar as práticas de bem
receber pessoas queridas, pois o sucesso de qualquer empreendimento de hospedagem é
alcançado quando o cliente ao hospedar-se, é tratado com simpatia, cordialidade e presteza,
fazendo com que o mesmo sinta-se como se estivesse sendo recebido por um amigo ou
parente, porém, mantendo-se sempre a formalidade.
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O turismo é hoje uma realidade que vem ganhando uma importância cada vez maior
no contexto do desenvolvimento sócio-econômico. Basta ver que alguns países que
há poucos anos não figuravam no mapa mundial do turismo, hoje se constituem em
fortes receptores, impulsionando, dessa forma, sua arrancada para o
desenvolvimento (CASTELLI, 2000, p. 37).
Portanto, pode-se definir turismo como as atividades que as pessoas realizam durante
suas viagens e estadas em lugares diferentes do seu local de residência, por um período
consecutivo inferior a um ano, com propósitos de lazer, descanso, negócios e outros
(CASTELLI, 2000).
Cooper et al. (2001) afirma que a hospedagem é o maior setor dentro da economia
turística, e é um dos elementos essenciais da infraestrutura turística que deve satisfazer as
exigências conforme sua demanda. Dito isto, tem-se que a hotelaria pode ser considerada
como âncora do turismo, se ela falhar na busca de qualidade percebida pelo hóspede poderá
comprometer todos os demais segmentos ligados ao turismo.
O turismo não reflete apenas no setor de meios de hospedagem, mas também nos
setores da gastronomia, transporte, malharias e o comércio em geral, pois se entende que,
tendo turistas, todos são beneficiados.
Kotler (1998) conceitua serviço como qualquer atividade ou benefício que uma parte
possa oferecer à outra que seja essencialmente intangível e que não resulte em propriedade de
alguma coisa. Sua produção pode ou não estar ligada a um produto físico.
uma dimensão nunca antes vista. A hotelaria se constitui num suporte indispensável
para a prática dessas atividades. Ela é formada por empresas essencialmente
prestadoras de serviços (CASTELLI, 2001, p. 117).
c) direito de uso: no momento da compra da maior parte dos bens que compõem o
produto hoteleiro, o comprador adquire tão somente o direito de uso e não o direito
de posse do apartamento. O direito de uso é temporal e em lugar determinado, por
meio do pagamento da diária;
Para Beni (1997), hotel além de ter a função básica de alojar, tem uma característica
que nenhum outro estabelecimento comercial possui que é o fato do consumidor deslocar-se
até o hotel para poder utilizar seus serviços e não o produto que chega ao cliente. Outra
característica que difere a empresa hoteleira é o fato de o atendimento ser o mais importante
na hora de utilizar os serviços. O autor explica detalhadamente a seguir como funciona este
processo.
Para Castelli (2001), o produto hoteleiro está relacionado diretamente com a prestação
de serviços em um hotel, onde, estes serviços prestados são todas as atividades de execução
para satisfazer os hóspedes. São inúmeras as atividades envolvidas em uma empresa hoteleira,
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entre elas estão: serviço de quarto, hospedagem, serviços de copa, mini-bar, restaurante,
lavanderia, lazer, eventos e atendimento das solicitações.
Para o funcionamento dos processos de serviços de hospedagem, o hotel pode ser visto
como um sistema (Figura 1) composto por vários subsistemas ou áreas, como alimentos e
bebidas, hospedagem e administração. Cada uma dessas áreas pode sofrer uma divisão ainda
menor. É o caso da área de hospedagem, que se compõe de recepção, telefonia e governança.
É no interior de cada uma delas que as pessoas executam suas tarefas ou realizam suas
atividades. Esta relação se chama governança (CASTELLI, 2006). Por isso, é preciso
transformar estas pessoas nas ―melhores do mundo‖ para que cada UGB (Unidade Gerencial
Básica) possa atingir as suas metas e, em consequência, aquelas da própria empresa. Desse
modo, o chefe/coordenador de cada UGB passaria a ser uma espécie de diretor, com a missão
de transformá-la na ―melhor do mundo‖. Procedendo-se dessa forma com todas as UGBs, a
empresa passaria a desfrutar de uma excelente competitividade, garantindo sua sobrevivência
(CASTELLI, 2006).
A meta de toda empresa é satisfazer as necessidades das pessoas com as quais tem
compromisso, através da oferta de bens e serviços com a qualidade que elas desejam. Para
tanto, é necessário que todos os processos que integram o sistema sejam controlados, isto é,
gerenciados (CASTELLI, 2006).
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SISTEMA HOTEL
Governança Almoxarifado
Administração
Compras Contabilidade
Controles
Klein (1980) afirma que a estrutura de um hotel está alicerçada no tripé hospedagem,
alimentação e administração. Desta forma, um hóspede quando entra no restaurante e solicita
um prato do cardápio, não está observando e sentindo a comida em si, ele provavelmente está,
também, sentindo e analisando o ambiente, a limpeza da mesa, toalha, talheres. Assim, para
satisfazer seu desejo de se alimentar, ficar satisfeito e ter uma sensação agradável, ainda que
de modo inconsciente, ele acaba por demandar atenção de mais uma área específica, em todo
e qualquer instante que entra em contato com determinado setor.
Klein (1980) complementa que o hotel deve apresentar, através da governança, uma
perfeita sincronia entre o desenvolvimento das atividades de hospitalidade, administrativas e
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de logística de operações, para que o hóspede sinta-se satisfeito em relação aos seus anseios.
O hotel apresenta toda uma infraestrutura de manutenção, como: departamento de pessoal,
almoxarifado e compras, entre outros serviços, os quais os hóspedes não percebem
diretamente. Mas, é essa infraestrutura que permite que o serviço seja prestado de modo
adequado à satisfação dos clientes. A prestação do serviço é a principal responsável pela
percepção do cliente em relação ao serviço.
MV 1. Ser
MV 8. acolhido
―tomar pelo capitão
posse‖ do
porteiro
apartamento
MV 7. Ser MV 2.
conduzido para Entregar a
o apartamento guarda do
automóvel
MV 6. MV 3.
Receber o Ser
―credipessoal” conduzido
a recepção
MV 5.
Receber a
MV 4.
ficha de
Verificar
registro de
reserva
hóspedes
Dentro de cada evento, afirma Castelli (2000), é preciso identificar os atributos dos
bens e serviços que são valorizados pelos clientes. De posse desses dados, a empresa pode
preparar a sua estrutura física e humana para proporcionar aos clientes ciclos de serviços
capazes de encantar os clientes. Os ciclos de serviços, uma vez estabelecidos, se constituem
num dos fundamentos essenciais do processo de educação e treinamento de todos os
colaboradores. Sabendo-se quais são os atributos da qualidade que estão em jogo num
determinado ciclo de serviços, podem-se estabelecer, então, os procedimentos padrão
pertinentes e treinar as pessoas, incluindo também as providências a serem tomadas em caso
de uma reclamação. A rápida capacidade de recuperação pode salvar a qualidade do serviço e
ainda manter o cliente fiel à empresa.
O ciclo de serviço é uma ideia muito poderosa para ajudar o pessoal que presta
serviços a mudar seus pontos de vista e encarar as coisas como os clientes as vêem
(CASTELLI, 2000).
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Gerência
Geral
Gerência
Administrativa
Figura 3 – Organograma/administração
Fonte: Castelli (2000, p. 517)
A administração, de acordo com Castelli (2003), deve definir suas estratégias voltadas
à prestação de serviço, e para isso ela deve segmentar os clientes de acordo com suas
expectativas em relação aos serviços, descobrir quais são exatamente essas expectativas e
ajustá-las de modo que correspondam à sua capacidade de oferecer serviços.
Governança
Lavanderia
Andares Rouparia Limpeza Geral
Para aquele que coordena tal departamento, as tarefas que lhe são atribuídas podem ser
numeradas como: articular o trabalho da equipe em virtude da situação na qual se encontram
os apartamentos (arrumados, sendo arrumados, bloqueados), para então manter atualizada a
planilha de controle das unidades habitacionais; organizar e controlar a roupa dos andares;
cuidar dos uniformes e aparência dos funcionários; supervisionar a arrumação dos quartos;
inspecionar o estado dos apartamentos, providenciando reparos quando necessários; cuidar
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dos objetos esquecidos pelo hóspede no hotel conforme a política da instituição, controlar e
administrar o estoque e o gasto de produtos usados pelo departamento e supervisionar e
controlar todo o processo de lavagem (CASTELLI, 2003).
Conforme Torre (2001), o pessoal da governança deve coordenar suas atividades com
a recepção. Esta fornece a governança uma lista de quartos que se encontram vagos para que
se providencie a limpeza e liberação destes o mais rápido possível. A recepção também
notifica a governança quando da chegada de um hóspede especial, pois vários hotéis colocam
alguma cortesia para esses clientes em seus quartos.
Oliveira (2005) afirma que um funcionário bem treinado, motivado e consciente não
desperdiça produtos de limpeza, água ou energia elétrica. Utiliza adequadamente os produtos
e equipamentos, preservando-os. Além disso, técnicas de limpeza e métodos que aperfeiçoem
o trabalho, evitam o desperdício de tempo e esforço físico. Isso leva à redução dos custos
operacionais.
Para dar o devido atendimento ao hóspede, é necessário que o serviço de andares seja
de 24 horas. Desta forma, é necessário organizá-lo em vários turnos, cada um com trabalhos
que lhe são específicos (CASTELLI, 2003).
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Na área da governança, existem algumas dezenas de portas que são abertas para dar
andamento ao serviço. Para não se carregar um molho muito grande de chaves, é
confeccionado a chave mestra a qual serve para abrir todas as portas (CASTELLI, 2003).
Gestão de qualidade
Figura 5 – Inter relação entre o conceito de qualidade, gestão da qualidade e elementos que a compõem
Fonte: Adaptado de Miguel (2005)
Melhorar a Qualidade
Melhorar a Produtividade
Permanecer no Negócio
Albrecht (1994) define qualidade em serviços como sendo a capacidade que uma
experiência ou qualquer outro fator tenha para satisfazer uma necessidade, resolver um
problema ou fornecer benefícios a alguém. A hotelaria enquadra-se perfeitamente nesta
definição, pois a visão do trabalho consiste, na busca da satisfação de necessidades de outrem,
procurando sempre superá-las. Está na atenção e no encantamento ao hóspede a definição de
qualidade que ele buscará para avaliar a sua satisfação frente aos serviços ofertados, ou seja, a
qualidade dos serviços está nos detalhes.
A qualidade nos serviços hoteleiros faz com que os hotéis se mantenham no negócio,
faz com que os fornecedores continuem seu trabalho e mantém o funcionário no seu emprego.
Desta forma, a qualidade dos serviços hoteleiros, é construída com a participação da direção,
dos funcionários, fornecedores e clientes (CASTELLI, 1996).
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Até agora, para os hotéis brasileiros, deu certo a estratégia de colocarem a questão
financeira (dinheiro) em primeiro lugar ao entrarem neste tipo de negócio. Contudo,
quem estiver ingressando neste ramo de negócio ou quiser nele permanecer deverá
repensar a missão da sua empresa. O lucro passa, necessária e prioritariamente, pela
satisfação das pessoas, sobretudo das pessoas enquanto hóspedes (CASTELLI,
1998, p. 124-125).
Sendo assim, não basta ter como estratégia, o retorno financeiro, este será
consequência de investimentos feitos principalmente nos recursos humanos, na manutenção
das instalações e na atualização tecnológica (CASTELLI, 1998).
Castelli (1996) afirma ainda que a responsabilidade pela qualidade é tarefa de todas as
pessoas engajadas na organização e não de um departamento, já que a empresa é um sistema.
Nele, todos os colaboradores são importantes, pois contribuem, por meio de seu trabalho, com
a satisfação dos clientes. E atender aos anseios, superar expectativas e ir além daquilo que o
cliente deseja é o resultado de um serviço oferecido com qualidade e que certamente encanta
quem o recebe. Desta forma, o capital humano, exerce forte influência na percepção que os
clientes têm em relação à qualidade (CASTELLI, 1996).
Para Flores (2002), o mais importante de tudo, no mercado hoteleiro, é que qualidade
significa antecipar as necessidades dos hóspedes, pensar à frente para identificar o que o
encantará ou desagradará. É importante pensar que a qualidade do serviço é o que dá
vantagem competitiva e não o preço. Boa qualidade na prestação de serviços gera
consumidores satisfeitos.
Para Alexandre e Ferreira (2000), o modelo de gestão pode ser adotado devido a
diversos fatores, oferecendo vantagens e desvantagens, contudo ele deve estar adequado à
organização de acordo com os seguintes aspectos:
Um mercado cada vez mais feroz e competitivo tem exercido uma enorme pressão
sobre as indústrias de serviços, obrigando-as a melhorar a qualidade de seus
produtos. Inspiradas pelo aumento crescente das exigências da clientela e pela
pressão competitiva, muitas empresas de hospitalidade têm trabalhado
incessantemente no melhoramento da qualidade dos serviços que oferecem
(WALKER, 2002 p. 478).
aumentarão a sua produtividade e por consequência a competitividade, ou seja, será bem mais
fácil de um produto ou serviço se destacar da concorrência (CASTELLI, 2006).
As empresas hoteleiras que desejam estar no topo de mercado devem voltar sua
preocupação para: administrar os fatos reais do hotel; não é difícil para o administrador
hoteleiro detectar e solucionar os fatos reais do hotel: reclamações e sugestões de hóspedes,
dos colaboradores, resultados de feedback interno em relação a programas que visem
solucionar, de forma prática e objetiva, as falhas eventuais não permitindo que se tornem um
problema (CASTELLI, 2003); aprimorar continuamente todos os setores; um hotel com
departamentos bem definidos e com processos adequados pode não estar satisfazendo
totalmente os hóspedes. A solução para atingir esse objetivo é administrar a partir de
resultados, e não, de técnicas e procedimentos. A plena satisfação dos hóspedes é o que vai
contar realmente. O administrador hoteleiro deve ter em conta que qualidade total não é um
programa, mas um processo. Todo programa requer um início e um fim; todo processo é
contínuo, isto é, não é delimitado num espaço de tempo (CASTELLI, 2003).
o que ele percebeu do serviço prestado. A Figura 7 mostra a avaliação do cliente como função
de suas expectativas e de sua percepção do serviço.
Expectativas Qualidade
Geram atendidas satisfatória
Processo Resultado
do serviço do serviço
De acordo com Lobos (1993), boa qualidade percebida é obtida quando a qualidade
experimentada atende às expectativas do cliente, ou seja, a qualidade esperada. Se as
expectativas forem muito altas, a qualidade total percebida será baixa mesmo se a qualidade
experimentada, medida em forma objetiva, for boa.
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Os clientes utilizam suas expectativas para avaliar o serviço, ou seja, comparam o que
esperavam com o que receberam. Desta forma o serviço deve estar preparado para identificar
e atender estas expectativas mais do que as necessidades (GIANESI, 1994).
Serviço Esperado
Lacuna 5
Serviço Percebido
Consumidor Lacuna 4
Lacuna 2
Percepções da gerência em
relação às expectativas do
consumidor
e) lacuna entre o serviço percebido e o serviço esperado: esta lacuna ocorre quando o
consumidor não percebe a qualidade do serviço.
Las Casas (1999) afirma que além das expectativas, existem os momentos em que os
clientes entram em contato com algum aspecto da organização e obtém uma impressão da
qualidade de seus serviços, sendo que qualquer contato de um indivíduo com a organização e
que forma alguma impressão é considerado um momento da verdade.
Para Kotler (1998), existem 10 princípios na qualidade dos serviços que também são
de fundamental importância, os quais merecem uma breve exposição.
Segundo Crosby (1993), a qualidade deve ser medida em termos financeiros, o que
prova que investir em qualidade é investir no crescimento da empresa. A qualificação do
funcionário tem um custo, assim como a manutenção de um funcionário qualificado tem um
custo maior do que a contratação de outro pouco qualificado. Mas, tem que se ter a
consciência de quanto custa fazer as coisas erradas, isto é, se uma camareira não fizer seu
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serviço de maneira correta (por falta de qualificação), poderá resultar na perda de um cliente
importante ou de outro que poderia se tornar cliente. O custo desta perda é muito maior do
que a contratação e manutenção de um profissional qualificado.
Do ponto de vista da qualidade, a satisfação dos clientes é razão pela qual todas as
empresas trabalham e almejam alcançar, sempre se antecipando e superando as necessidades,
os desejos e as expectativas dos clientes (CASTELLI, 2003).
Dessa forma, pode-se dizer que a qualidade está ligada ao conceito de encantar o
cliente, de surpreendê-lo, superando suas expectativas no atendimento e na qualidade dos
produtos e serviços ofertados.
E, no contexto atual, ser bem recebido é muito importante, ainda mais, quando se fala
em meios de hospedagem, pois o hóspede escolhe serviços que satisfaçam suas necessidades
(CASTELLI, 2001).
Gonçalves (2005) afirma também que o que faz a diferença no mercado de hoje é a
competência profissional, a eficiência, o entusiasmo, a polidez, a rapidez e a simpatia de
quem atende. É o cliente ter a sensação de conforto, conveniência, praticidade e satisfação
quando compra um produto ou serviço em uma empresa.
Diante disto, os hotéis buscam, em todos os seus segmentos, a satisfação total dos seus
hóspedes, verificando e analisando os resultados de pesquisa e satisfação (CASTELLI, 2003).
Para Las Casas (1999) o objetivo dos hotéis, com excelência em serviços, é superar as
expectativas e necessidades na resolução de problemas ou no fornecimento de benefícios a
alguém.
durante sua estada e a partir deles é que se obtém o resultado sobre a qualidade dos serviços
(GONÇALVES, 2005).
Para Las Casas (1999), uma boa organização treina seus empregados para fazer o seu
trabalho bem feito, dá para eles o conhecimento da função e dissemina um sentimento de
comprometimento ao trabalho: uma organização desta faz com que o funcionário tenha um
sentimento de orgulho pessoal e encoraja-o a fazer melhor (LAS CASAS, 1999).
Las Casas (1999) afirma que o treinamento é uma atividade essencial para a prestação
de serviço com qualidade, porque todos os serviços estão calcados no desempenho humano,
que pode ser aperfeiçoado sempre.
Chiavenato (1999) complementa que a diferença entre estas duas categorias está na
consistência e na perspectiva de tempo: o treinamento está relacionado ao momento e a
necessidade, tendo o foco no cargo, habilidades e capacidades específicas para a execução
imediata; o desenvolvimento de pessoas, por sua vez, focaliza o futuro, é algo mais amplo e
sem direcionamento específico para o cargo. As novas habilidades adquiridas no
desenvolvimento contribuem para a pessoa profissionalmente independente do cargo ou
empresa.
Chiavenato (1999) continua dizendo que os treinamentos devem ser planejados e bem
conduzidos, pois a partir deles, o novo funcionário forma as primeiras impressões sobre a
empresa. Um treinamento mal executado ou despreparado pode não criar no funcionário a
dedicação e o respeito necessários para com a empresa, não desenvolvendo comportamentos
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b) o espírito de serviço são pessoas que gostam de trabalhar com pessoas, de servir e
encantar outras. O espírito de serviço pressupõe doação feita com prazer;
Diagnóstico Desenho
Avaliação
Implementação
Todo o treinamento deve partir de uma base concreta para a sua efetivação. Os
instrutores devem saber exatamente que resultados esperam com o investimento na atividade.
Portanto, para que uma avaliação das necessidades seja completa é necessário que se avalie o
indivíduo, o cargo e a organização. Uma vez que as necessidades ficam claras, a determinação
de objetivos é uma simples consequência, pois se coloca aonde se quer chegar com a
atividade de treinamento (LAS CASAS, 1999).
Uma das etapas mais difíceis é a avaliação dos resultados. A dificuldade é devido à
quantidade de variáveis que interferem no desempenho humano. Identificar as verdadeiras
causas e efeitos do treinamento é de certa forma difícil. Como o principal efeito de
treinamento é a mudança, se avalia até que ponto se consegue perceber esta mudança (LAS
CASAS, 1999).
48
Conforme Anexo A, o mesmo faz refletir sobre a percepção que o cliente tem do
atendimento e a real importância que o atendente dá a quem está na sua frente (CASTELLI,
1996).
No hotel, assim como toda organização, a excelência dos serviços exige treinamento
constante de todos, independentemente do seu porte. Mesmo quando se observa que nos
grandes hotéis há uma coordenação para cada setor e, nos pequenos, há uma concentração de
atividades em uma única pessoa, o treinamento se faz necessário e é recurso para esta
excelência (CASTELLI, 2001).
3 METODOLOGIA
Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como
objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é
requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao
problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de
desordem que não possa ser adequadamente relacionado ao problema (GIL, 2010, p.
01).
Para Vergara (1997), existem dois critérios básicos de classificação quanto aos tipos
de pesquisas: quanto aos fins (exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada e
intervencionista), e quanto aos meios (pesquisa de campo, pesquisa de laboratório,
telematizada, documental, bibliográfica, experimental, participante, pesquisa-ação e estudo de
caso).
Segundo Gil (2007), pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Pode envolver
levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado.
Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.
Ainda, segundo Gil (2007), a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a
descrição das características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas
características está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o
questionário e a observação sistemática.
50
Segundo Gil (2007, p. 54), estudo de caso ―[...] consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento‖.
Pelas características do trabalho, quanto aos fins foi uma pesquisa exploratória e
quanto aos meios um estudo de caso.
O estudo de Caso foi realizado em dois hotéis da região Uva e Vinho, Hotel Pousada
Casa Tasca e Zamek Hotel Boutique por estarem passando pelo processo de certificação
através do Programa Bem Receber.
A finalidade do Programa Bem Receber o qual atende todo o Brasil, é criar vantagens
competitivas aos Meios de Hospedagem através da implantação de ações de qualificação e
certificação voltadas para pessoas e a sustentabilidade do negócio na dimensão econômica,
ambiental e sociocultural. Os Meios de Hospedagem participantes, além de melhorar o seu
desempenho tanto na gestão como na hospitalidade e na sustentabilidade, terão um diferencial
de mercado ao obterem a cerificação em turismo sustentável pela NBR – 15401 da ABNT
(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2007).
Pelo fato de ser uma certificação na área da qualidade, exige análise no fluxo do
processo relacionado ao serviço padronizando as atividades essenciais e treinamento aos
colaboradores.
Foi elaborado um questionário (Apêndice A), com 49 perguntas e enviado aos hotéis
acima citados com o propósito de identificar os métodos de qualificação e avaliação dos
serviços bem como a gestão dos processos de governança e as características dos meios de
hospedagem.
53
4 ESTUDO DE CASO
Pensando no evento esportivo que será sediado pelo Brasil, o ministro do Turismo
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho afirmou que serão considerados grandes eixos de
desenvolvimento para o turismo brasileiro. Além do setor de hotelaria, destino do
financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
começam a surgir projetos para capacitação dos profissionais, com o objetivo de aumentar a
qualidade dos serviços (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2010b).
54
Este evento será de grande importância para a Serra Gaúcha, visto que quem vem para
assistir aos jogos provavelmente estará visitando tanto a região das hortênsias quanto a região
uva e vinho. Este aumento de visitantes estará gerando empregos, melhor renda e,
consequentemente, melhor qualidade de vida das comunidades.
Conforme o Anuário de Turismo Exame (CURIA, 2007), o Rio Grande do Sul tem a
terceira maior indústria de turismo do país. Com faturamento previsto de 5,6 bilhões de reais
neste ano, ele só perde para São Paulo e Rio de Janeiro. O estado conta com excelente
infraestrutura, tem uma das melhores malhas rodoviárias do país, com 42% de estradas
classificadas como ótimas ou boas e oferece uma grande variedade de opções de turismo, do
ecológico ao cultural, do religioso ao de negócios. Por sua proximidade com os países do
Mercosul, o Rio Grande do Sul é muito procurado por turistas argentinos e uruguaios, que
formam boa parte dos mais de 600.000 estrangeiros que visitaram o estado em 2006. Uma das
ideias para incrementar esse fluxo de turistas é a revitalização da orla do Guaíba e do cais do
porto. O plano é transformar a área, que hoje se encontra decadente, num centro de
entretenimento, lazer e gastronomia, com a reforma dos antigos armazéns existentes no cais.
Outra meta do governo para estimular o turismo é a criação de um aeroporto na Serra Gaúcha.
Atualmente, o estado busca uma área bem localizada e em condições de uso, distante não
mais do que 20 quilômetros das principais cidades da serra que seriam beneficiadas com o
aeroporto, como Canela, Gramado e Nova Petrópolis.
A Rota Romântica criada no Rio Grande do Sul tem 13 cidades e 184 km de paisagens
e a hospitalidade calorosa dos gaúchos. Um clima agradável no verão, e frio com perspectiva
de neve no inverno, o que atrai milhares de pessoas para a região (ROTA ROMÂNTICA,
2010).
A Rota Romântica forma um caminho único, com ótima infraestrutura para o turismo.
Indo do norte em direção ao sul do país, a rota tem início em São Francisco de Paula e
termina em São Leopoldo (ROTA ROMÂNTICA, 2010).
Conhecida e divulgada como a Europa Brasileira, a Serra Gaúcha está entre os dez
destinos nacionais mais procurados pelos turistas. Para se ter uma ideia, entre os meses de
julho e agosto, a região chega a receber cerca de 400 mil pessoas. Na semana do Natal e Ano
Novo, os números são semelhantes (SERRA GAÚCHA, 2010).
Tanto na Região Uva e Vinho, como na Região das Hortênsias, a pesquisa foi
realizada com uma amostra de 271 questionários, que foram aplicados por meio de hotéis,
pousadas e atrativos turísticos. A seguir alguns gráficos identificam o perfil dos consumidores
do turismo da Serra Gaúcha.
Na região Uva e Vinho, a pesquisa foi realizada nas cidades de Caxias do Sul, Bento
Gonçalves e Nova Prata, já na região das Hortênsias, as cidades foram Gramado, Canela e
Nova Petrópolis (SEBRAE-RS, 2008).
A Figura 10 mostra que a maior parte dos visitantes destas regiões são do Estado do
Rio Grande do Sul, seguida de São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Os visitantes têm
suas preferências quanto ao tipo de turismo, mostrado na Figura 11, onde as praias estão em
primeiro lugar, seguidas pelo turismo cultural e o ecoturismo (SEBRAE-RS, 2008).
Destes turistas, 22,90% tem renda acima de R$ 9.000,00 e 26,20% até R$ 6.500,00,
sendo os mesmos 22,90% na faixa etária entre 31 a 40 anos.
57
O hotel, 60,1% é o principal local de estadia destes entrevistados que na maioria dos
casos utilizou o dinheiro, 65,7% como forma de pagamento e o carro próprio como condução
para o seu deslocamento até o presente destino 53,9% (SEBRAE-RS, 2008).
Neste tópico foram apresentados a contextualização dos dados dos hotéis, Pousada
Casa Tasca e o Zamek Hotel Boutique, informações que foram coletadas através de
questionário.
58
Em Bento Gonçalves – RS, terra da uva e vinho está localizado na Rua Raimundo de
Carvalho, 461 no Bairro Santa Helena, o Hotel Pousada Casa Tasca 1, que teve inicio da sua
atividade no ano de 1999 e, atualmente, contando com o atendimento dos proprietários,
dispõe de 22 apartamentos com categoria de standard e luxo.
O Hotel Pousada Casa Tasca tem como missão ―proporcionar a satisfação dos
hóspedes criando para eles uma experiência única através da melhoria contínua de seus
serviços‖. Através deste lema, realiza um trabalho para a busca da sustentabilidade, ou seja, a
busca da qualidade com responsabilidade econômica, ambiental e sociocultural. Ao hospedar-
se neste empreendimento, estará contribuindo com o planeta devido ao trabalho realizado
através do Programa Bem Receber que tem como objetivo estimular aos empresários do
turismo e o turista, para que as atividades sejam ambientalmente equilibradas,
economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente ricas.
Certas atitudes são adotadas pela Pousada como resultante deste trabalho como: coleta
seletiva, destinação adequada e redução de lixo; uso racional da água e de fontes de energias;
utilização de produtos biodegradáveis; preservação da fauna, flora e mananciais; apoio a
cultura e ao artesanato local; valorização da mão de obra local; processo de melhoria contínua
na gestão do empreendimento.
O Hotel Pousada Casa Tasca participa do Programa Bem Receber – Qualidade com
Responsabilidade Ambiental e Sociocultural-, e foi Vencedor Estadual MPE BRASIL – RS,
Categoria Destaque Boas Práticas de Responsabilidade Social e Prêmio de Competitividade
para Micro e Pequenas Empresas 2009.
O Zamek Hotel Boutique2 está localizado na Rodovia RST 470 – km 221,6 – Castello
Benvenutti, entre Bento Gonçalves e Garibaldi – RS. Este foi construído em 2008, com o
1
HOTEL POUSADA CASA TASCA. Disponível em:< http://www.casatasca.com.br/>Acesso em 04 nov. 2010.
2
ZAMEK HOTEL BOUTIQUE. Disponível em: <http://www.zamekhotelboutique.com.br/>. Acesso em: 04
nov. 2010.
59
O Sr. Mauro, proprietário do Zamek Hotel Boutique já tinha experiência neste ramo
por ter trabalhado no Hotel Dall’Onder e na Agência Mundo do Vinho cuidando do setor de
hospedagens de feiras.
Conforme Sr. Mauro, proprietário do Hotel, ―aprendemos com nossos costumes, com
nossas marcas. Valorizamos e deixaremos para futuras gerações um marco da cultura
polonesa, que aqui chegou em 1875. Não queremos trazer a Polônia para dentro do hotel, mas
sim aguçar o sentimento de curiosidade pela mesma. Queremos que nossos clientes usufruam
de nossos cuidados com os detalhes arquitetônicos e culturais, do conforto e da praticidade
oferecidos. Contratamos profissionais que se destacam na região com habilidades peculiares e
que colocaram todo o esforço neste projeto‖ (ZAMEK HOTEL BOUTIQUE, 2010).
Por esta razão, ao se hospedar em cada uma das 11 Unidades do Zamek Hotel
Boutique, o hóspede encontrará aspectos culturais da Polônia.
60
eles é muito importante, pois é preciso planejar e elencar prioridades tendo sempre uma boa
gestão. Os objetivos e metas em ambos os empreendimentos estão claros e o colaborador tem
conhecimento dos mesmos. Qualidade, hospitalidade e sustentabilidade são fatores essenciais
e devem melhorar sempre.
Como exemplo, Mauro comentou a necessidade de treinamento para saber atender sem
constrangimento o público GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), e logo incluiu os
recepcionistas num curso direcionado pela ABRATgls.
Las Casas (1999) afirma que o treinamento é uma atividade essencial para a prestação
de serviço com qualidade, porque todos os serviços estão calcados no desempenho humano,
que pode ser aperfeiçoado sempre.
descanso, cultura, lazer, e no caso do Zamek Hotel Boutique, o diferencial de cada unidade
habitacional.
Como parte do programa Bem Receber, são proporcionados encontros entre vários
empreendimentos que participam do projeto, possibilitando as trocas de experiência com
outros hotéis de forma rápida e fácil, assim gerando novo conhecimento para os
empreendimentos de se buscar conhecimento. As visitas técnicas também são realizadas,
organizadas pelo programa Bem Receber, o que acelera o crescimento e a melhora da
empresa. Desta forma, é imprescindível que haja cooperação entre os estabelecimentos.
5 CONCLUSÕES
Este trabalho teve como foco principal a análise da percepção que cada
empreendimento tem quanto à qualidade na prestação de seus serviços de hospedagem.
Percebe-se que independente da estrutura, tamanho e diferenças, a percepção e vontade de
atender e superar as expectativas dos hóspedes está em primeiro lugar.
Foi identificado no estudo que a qualificação é percebida como primordial para o bom
atendimento e que, conforme empreendedores, percebeu-se uma melhora na satisfação do
cliente, após focarem esforços na qualificação e envolvimento dos funcionários nas atividades
e solução de problemas.
REFERÊNCIAS
ALBRECHT, Karl. Revolução nos serviços. 4. ed. São Paulo: Pioneira, 1994.
______. Revolução nos serviços: como as empresas podem revolucionar amaneira de tratar
os seus clientes. Tradução de Antonio Zoratto Sanvicente. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 2000.
BEZERRA, Deise Maria Fernandes. Planejamento e gestão em turismo. São Paulo: Roca,
2003.
CALLAN, Roger J.; BOWMAN, Lisa. Selecting a Hotel and Determining Salient Quality
Attributes: A Preliminary Study of Mature British Travelers. The International Journal of
Tourism Research, v. 2, n. 2, p. 97-118, mar./abr. 2000
______. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de
Janeiro: Campus, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
______. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Qualidade total em serviços: conceitos, exercícios e casos
práticos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
<http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/
EE9960BBBF4EC3FF8325731300725498/$File/NT00035D9A.pdf> Acesso em: 08 nov.
2010b.
OLIVEIRA, Maria Angélica Rovina Galvão de. Ampliando a visão sobre a governança:
características, atribuições e importância do setor. São Paulo: Roca 2005.
ROTA ROMÂNTICA Regiões Turísticas, Serra Gaúcha e Grande Porto Alegre. Disponível
em: <http://www.rotaseroteiros.com.br/rotas/romantica/romantica.htm>. Acesso em 11 out.
2010.
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
34) Tem algum objetivo/meta proposto para redução de absenteísmo e rotatividade dos
funcionários? Qual é?
35) Efetua avaliação de desempenho dos funcionários? Qual a metodologia?
36) Realiza pesquisa de clima/satisfação dos funcionários na organização?
37) Conhece o mercado que atua?
38) Busca informações no mercado? Como realiza esta busca?
39) Possui cadastro de clientes?
40) Identificam quais são os desejos/necessidades que o cliente possui junto ao meio de
hospedagem?
41) O que considera que o cliente vem buscar no meio de hospedagem?
42) Os desejos e necessidades dos clientes são considerados no desenvolvimento de planos de
ação/objetivos do meio de hospedagem?
43) Esses são informados aos funcionários? Caso sim, como acontece a informação?
44) Realiza pesquisa de satisfação do Cliente? Caso sim, o que a empresa faz com esta pesquisa?
45) Participa de feiras ou rodadas de negócios? Caso sim, quais e por quê?
(Autor desconhecido)
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TÍTULO II
CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM DE TURISMO
Capítulo I
TIPOS E CATEGORIAS DE MEIOS DE HOSPEDAGEM DE TURISMO
Seção I
TIPOS DE MEIOS DE HOSPEDAGEM DE TURISMO
Art. 11 - Os tipos básicos de meios de hospedagem de turismo, com as características
distintivas constantes do Anexo I, deste Regulamento, são os seguintes:
I - Hotel — meio de hospedagem do tipo convencional e mais comum, normalmente
localizado em perímetro urbano e destinado a atender turistas, tanto em viagens de lazer, quanto em
viagens de negócios;
II - Hotel Histórico — meio de hospedagem instalado, total ou parcialmente, em edificação de
valor histórico ou de significado regional ou local reconhecido pelo Poder Público e que, em razão
disto, está normalmente sujeito a restrições de natureza arquitetônica e construtiva;
III - Hotel de Lazer — meio de hospedagem normalmente localizado fora dos centros urbanos,
com áreas não edificadas amplas e com aspectos arquitetônicos e construtivos, instalações,
equipamentos e serviços especificamente destinados à recreação e ao entretenimento, que o tornam
prioritariamente destinado ao turista em viagem de lazer;
IV - Pousada — meio de hospedagem de aspectos arquitetônicos e construtivos, instalações,
equipamentos e serviços mais simplificados, normalmente limitados, apenas, ao necessário à
hospedagem do turista para aproveitamento do atrativo turístico junto ao qual o estabelecimento se
situa.
§ 1º - Os meios de hospedagem de turismo do tipo Hotel (H) e Hotel de Lazer (HL) deverão
atender aos padrões previstos, respectivamente, nas Matrizes de Classificação constantes dos Anexos
II e II-A, deste Regulamento, enquanto que, os dos tipos Hotel Histórico (HH) e Pousada (P), além
destes padrões, deverão observar requisitos específicos a serem estabelecidos pela EMBRATUR, em
anexos próprios.
§ 2º - A EMBRATUR definirá outros tipos de meios de hospedagem de turismo,
estabelecendo matrizes de classificação que lhes sejam específicas, no caso de empreendimentos de
hospedagem com características especialmente voltadas para o atendimento de modalidades de
"turismo segmentado" (jovens, 3ª Idade, etc.) e de "turismo temático" (turismo ecológico, rural, de
saúde, etc.).
§ 3º - Inclui-se no tipo Hotel de Lazer o empreendimento denominado "Resort", como tal
entendido o que:
a) esteja localizado em área com conservação ou equilíbrio ambiental;
b) tenha sido sua construção antecedida por estudos de impacto ambiental e pelo planejamento
da ocupação do uso do solo, visando a conservação ambiental;
c) tenha áreas total e não edificada, bem como infra-estrutura de entretenimento e lazer,
significativamente superiores às dos empreendimentos similares;
d) tenha condição de se classificar nas categorias luxo ou luxo superior (4 ou 5 estrelas).
Seção II
CATEGORIAS DE MEIOS DE HOSPEDAGEM DE TURISMO
Art. 12 - Atendidas as disposições deste Regulamento e da matriz de classificação aplicável,
os meios de hospedagem de turismo, referidos no artigo anterior, serão classificados em categorias
representadas de uma a cinco estrelas, conforme a seguir: