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Rita Proença, Rui Pimenta Ribeiro, A. Sampaio, G.

Costa,
H. Rocha Pereira, A. Trigo Cabral

INTRODUÇ
INTRODUÇÃO Displasia congénita da anca (DCA) compreende os vários estadios da
complexa deformidade entre o acetábulo e a cabeça femoral. O normal crescimento e
desenvolvimento articular depende da manutenção de uma relação concêntrica entre estas
estruturas. Na anca displásica, perde-se a congruência entre o acetábulo e a cabeça do fémur,
que progressivamente luxa, geralmente na direcção posterosuperior. A história natural leva ao
desenvolvimento de alterações articulares degenerativas precoces e consequente
incapacidade funcional.

CASO Jovem, 20 anos, história de artrite reumatóide e sequelas de DCA bilateral.


CLÍÍNICO
CL Queixas de coxalgia bilateral mecânica incapacitante e marcha de
Trendelenburg.
Imagiologicamente ► alterações degenerativas
coxo-femorais.

Aos 20 anos ► cirurgia à anca direita (mais displásica e sintomática), com


artroplastia total não cimentada, acetabuloplastia tipo Butee e osteotomia de
desrotaç
desrotação femoral usando placa e parafusos.
Pós-operatório sem intercorrências; consolidação femoral e melhoria clínica.

Um ano depois ► correcção da anca


esquerda, sem necessidade de
acetabuloplastia.
Aos 16 meses clinicamente bem,
consolidação da osteotomia, retorno
gradual à vida normal.

DISCUSSÃO No adolescente/jovem adulto com sequelas de DCA, a deformidade


pode estar presente na cabeça femoral e/ou acetábulo.
O objectivo do tratamento é restaurar a normal anatomia e função. Em muitos casos são
necessárias osteotomias, e na presença de marcada incongruência ou sinais artrósicos com
repercussão clínica marcada, também um procedimento de substituição artroplástica total.
A co-existência de doença reumatológica poderá colocar dificuldades na recuperação pós-
operatória assim como alterações de estabilidade protésica pelo rebate ligamentar e muscular.

CONCLUSÃO
O diagnóstico precoce desta entidade, nem sempre fácil, é essencial na prevenção do
desenvolvimento de ancas instáveis e degeneração articular precoce, baseando-se em sinais
subtis ao exame físico. Mesmo com intervenção adequada, a longa sobrevida esperada coloca
problemas de seguimento futuro, nomeadamente pela necessidade de revisão destes
implantes.
BIBLIOGRAFIA: 1- Weinstein SL, Buckwalter JA , Turek’s Principles and Their Application 6th Ed, Developmental Hip Dysplasia and Dislocation - Textbook chapter;
2- Weinstein SL, Murabak SJ, Wenger DR,DDH – Instructional course lecture (AAOS), JBJS 2003 (85 A)

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