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Um Estudo Sistemático de Doutrina Bíblica

Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.


Índice:
Cap 1 -A Existência de Deus
Cap 2 - A Bíblia
Cap 3 - A Inspiração da Bíblia
Cap 4 - Objeções à Inspiração Verbal
Cap 5 - A Natureza e Atributos de Deus
Cap 6 - A Vontade de Deus
Cap 7 - A Doutrina da Trindade
Cap 8 - A Relação de Deus com o Universo
Cap 9 - O Senhor Jesus Cristo
Cap 10 - O Espírito Santo
Cap 11 - A Doutrina dos Anjos
Cap 12 - Satanás: Sua origem, obra e destino
Cap 13 - A Criação do Homem
Cap 14 -Os Elementos da Natureza Humana
Cap 15 - A Natureza Moral do Homem
Cap 16 - O Estado Original e a Queda do Homem
Cap 17 - A Doutrina do Pecado
Cap 18 - A Responsabilidade Humana
Cap 19 - A Livre Agência do Homem
Cap 20 - A Doutrina da Eleição
Cap 21 - A Doutrina da Expiação
Cap 22 - As Chamadas Eterna e Interna
Cap 23 - O Novo Nascimento
Cap 24 - A Conversão
Cap 25 - Arrependimento e Fé
Cap 26 - A Justificação
Cap 27 - A Santificação
Cap 28 - Os Três Tempos da Salvação
Cap 29 - A Perseverança e a conservação do Salvo
Cap 30 - A Doutrina Da Igreja
Cap 31 - A Doutrina Do Batismo
Cap 32 - A Ceia Do Senhor
Cap 33 - Porque o Lava Pés não é uma Ordenança
Cap 34 - O Ofício de Bispo
Cap 35 - O Diaconato
Cap 36 - O Lugar da Mulher Na Igreja
Cap 37 - O Estado Atual dos Mortos
Cap 38 - O Milênio
Cap 39 - A Segunda Vinda de Cristo
Cap 40 - As Duas Fases da Vinda de Cristo
Cap 41 - O Período da Grande Tribulação
Cap 42 - O Homem do Pecado
Cap 43 - A Batalha do Armagedon
Cap 44 - Os Estados Finais dos Justos e dos Ímpios
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Cap 1 -A Existência de Deus
O fato da existência de Deus é tanto o ponto de partida lógico como o
escriturístico de um estudo
sistemático da doutrina da Bíblia. É o ponto de partida lógico porque o fato da
existência de Deus
sotopõe-se a todas as outras doutrinas da Bíblia. Sem a existência de Deus,
todas as outras
doutrinas da Bíblia seriam sem sentido. É o ponto de partida escriturístico
porque disso nos
capacita o primeiro verso da Bíblia.
I. A existência de Deus está assumida na Bíblia.
A Bíblia principia por assumir e declarar a existência de Deus sem empreender
prová-la. Isto é
um fato digno de nota. Ao comentá -lo, diz J. M. Pendleton em "Christian
Doctrines": "Moisés,
sob inspiração divina, teve, sem dúvida, as melhores boas razões para o curso
adotado por
Moisés; a saber:
O autor crê que isto é verdade e crê que há pelo menos três razões para o
curso adotado por
Moisés; a saber:
1. ISRAEL, EM CUJO BENEFÍCIO MOISÉS ESCREVEU PRIMARIAMENTE,
JÁ CRIA EM
DEUS
Daí, o propósito de Moisés, que foi mais p rático que teológico, não erigiu uma
discussão de
provas da existência de Deus.
2. AS EVIDÊNCIAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS SÃO VISÍVEIS E
VIGOROSAS
Assim, foi necessário, mesmo para a raça humana como um todo, que um
discurso prático
tratasse das evidências da existência de Deus. Mas o nosso estudo é teológico
bem como prático;
logo, é-nos oportuno notar estas evidências visíveis e vigorosas. Elas nos
vêem da:
(1) Criação Inanimada
A. A matéria não é eterna e, portanto deve ter sido criada.
3
George McCready Price, autor de "Fundamentals of Geology" e outros livros
científicos, diz: "Os
fatos da radioatividade proíbem muito positivamente a eternidade passada da
matéria. Daí, a
conclusão é silogística: a matéria deve ter -se originado ao mesmo tempo no
passado..." (Q. E. D.,
pág. 30). O Professor Edward Clodd diz que "tudo aponta para uma duração
finita da criação
atual" (Story of Creation, pág. 137). "Que a forma presente do universo não é
eterna no passado,
mas começou a ser, atesta-nos não só a observação pessoal senão também o
testemunho da
geologia" (A. H. Strong Sistematic Theology, pág. 40).
B. A matéria deve ter sido criada por outro processo que não os naturais; logo,
a evidência de um
criador pessoal.
Diz o Prof. Price.: "Há uma ambigüidade de evidên cia. Tanto quanto a ciência
moderna pode
lançar luz sobre a questão, deve ter havido uma criação real dos materiais de
que se compõe o
nosso mundo, uma criação inteiramente diferente de qualquer processo agora
em voga, tanto em
qualidade como em grau". (Q. E. D. pág. 25). A origem das coisas não se pode
computar sobre
uma base naturalística. Buscando assim fazer, Darwin foi obrigado a dizer:
"Estou num lamaçal
desesperado." Alguém podia falar tanto de livros serem escritos pelas leis da
soletração e da
gramática como do universo ser feito pela operação de mera lei.
Assim está a Bíblia de inteiro acordo com os achados da ciência moderna
quando ela declara:
"No princípio Deus criou os céus e a terra." (Gênesis 1:1).
(2) Criação Animada
A. A Matéria viva não pode provir da não-viva.
Escrevendo no "London Times", disse Lord Kelvin: "Há quarenta anos
perguntei a Liebig,
andando nalgum lugar pelo campo, se ele acreditava que o capim e as flores
que víamos ao nosso
redor cresciam por meras forças químicas". Ele resp ondeu: "Não mais do que
eu podia crer que
um livro de botânica que as descrevesse pudesse crescer por meras forças
químicas". Numa
preleção perante o Instituto Real de Londres, Tyndall afirmou candidamente os
resultados de oito
meses de árduos experiências como segue: "Do princípio ao fim do inquérito
não há, como vistes,
uma soma de evidência a favor da doutrina de geração espontânea... Na mais
baixa como na mais
4
elevada das criaturas organizadas o método da natureza é: que a vida será o
produto de vida
antecedente". O Professor Conn diz: "Não há a mais leve evidência de que a
matéria viva possa
surgir da matéria morta. A geração espontânea está universalmente vencida"
(Evolution of
Today, pág. 26). E o Sr. Huxley foi forçado a admitir: "A doutrina que a vida
somente pode vir
da vida está vitoriosa em toda a linha" (The Other Side of Evolution, pág. 25).
B. Desde que a matéria não é eterna, a vida física, que envolve a matéria viva,
não pode ser
eterna.
O fato de a matéria não ser eterna proíbe a suposição que a vida física é o
resultado de uma série
infinita de gerações. E desde que, como vimos, a matéria não pode provir da
não-viva, somos
forçados a aceitar o fato de um criador pessoal, não -material.
(3) A Consciência Humana
Para fins práticos, a consciên cia pode ser definida como a faculdade ou poder
humano de aprovar
ou condenar suas ações numa base moral. O apóstolo Paulo, um dos maiores
eruditos do seu
tempo, afirmou que os pagãos, que não tinham ouvido de Deus ou de Sua lei,
mostravam "a obra
da lei escrita em seus corações, | s|ificando jun|am n| a sua consciência
s us p nsam n|os,
ora acusando-s , ora d f nd ndo-s " (Romanos 2:15). Paulo assim afirmou de
homens que não
aprenderam de um padrão moral autorizado e tinham um senso comum do
direito e do errado.
Eruditos modernos nos dizem que os povos mais rudimentares da terra têm
consciência.
Não se pode dizer, portanto, que o homem tem consciência por causa dos
ensinos morais que ele
recebeu. Não se pode duvidar que a instrução moral aguça a consciência e faz
sua sensibilidade
mais pungente; mas a presença da consciência no pagão ignorante mostra que
a educação moral
não produz consciência.
A consciência, então, nos capacita da existência da lei. A existência da lei
implica a existência de
um legislador; logo a consciência humana atesta o fato da existência de Deus.
(4) Ord m, D sígnio Adap|ação no Univ rso,
5
Ordem, desígnio e adaptação permeiam o universo. "Desde que a ordem e a
colocação útil
permeiam o universo, deve existir uma inteligên cia adequada para dirigir esta
colocação a fins
úteis" (Strong, Systematic Theology, pág. 42).
Vemos ordem maravilhosa nos movimentos dos corpos celestes. Observamos
desígnio admirável
no fato de o homem respirar ar, tira muito do oxigênio e devolve o ar c arregado
de dióxido de
carbono, que é inútil ao homem. As plantas, por sua vez, tomam o dióxido de
carbono, um
alimento essencial da planta, do ar, e deitam oxigênio. Temos admirável
adaptação no ajuste do
homem para viver sobre a terra e no ajuste da terr a para lugar de habitação do
homem.
Tudo disto evidencia um criador inteligente. É o suficiente para convencer a
quaisquer cujas
mentes não estão cegadas pelo preconceito. Alguém podia crer do mesmo
modo que é por
acidente que os rios nos países civilizado s banham povoações e cidades como
crer que a ordem, o
desígnio e a adaptação no universo são produtos de mero acaso.
(5) A Bíblia
A referência aqui não é ao testemunho da Bíblia concernente à existência de
Deus. É ilógico dar a
autoridade da Bíblia como prova da existência de Deus, porque a autoridade da
Bíblia implica a
existência de Deus. Semelhante curso vale por perguntar a pergunta: Mas
referimos aqui a:
A. A natureza do conteúdo da Bíblia
Bem falado foi que a Bíblia é um livro tal que o homem não o podia ter escrito,
se o quisesse,
como não o teria escrito, se pudesse. Ela revela verdades que o homem,
deixado a si mesmo
nunca podia ter descoberto. Uma discussão mais ampla desta fato virá no
próximo capítulo. E, se
o homem pudesse, porque escreveria e le um livro que o condena como criatura
pecaminosa,
falida, rebelde, merecendo a ira de Deus? É da natureza humana condenar -se
assim a si mesma?
B. A profecia cumprida
O cumprimento minucioso de dezenas de profecias do Velho Testamento está
arquivado em o
Novo Testamento, o qual traz a evidência interna de uma história verossímil. O
cumprimento da
profecia evidencia um ser supremo que inspirou a profecia.
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C. A Vida de Jesus
Aceitando o testemunho do Evangelho como possuindo as credenciais de uma
história
verossímil, vemos em Jesus uma vida singular. Nem a hereditariedade, nem o
ambiente, as duas
forças naturais na formação do caráter, podem dar conta de Sua vida. Assim
temos evidência de
um ser divino que habitou Jesus.
D. A Ressurreição de Jesus
A ressurreição de Jesus, como um fato sobrenatural e bem atestado mostra
que Ele era divino.
Temos assim subsequente evidência de que há um ser divino.
Prova da ressurreição de Jesus. Depois de ouvir uma conversação num trem
entre dois homens
que discutiam a possibilidade de ser enganado sobre a ressurreição de Jesus,
W. E. Fendley,
advogado de Mississippi, escreveu um artigo que foi publicado no "Western
Recorder" de 9 de
dezembro de 1920. Ele abordou a matéria como advogado e deu as três
seguintes razões para
negar a plausibilidade da sugestão que o corpo de Jesus foi roubado: (1) "Não
era ocasião
oportuna para roubar o corpo". O fato que três festas judaicas ocorreram no
tempo da
crucificação certifica que as ruas de Jerusalém estariam cheias de gente. Por
essa razão o Sr.
Fendley diz que não era boa ocasião para roubar -se o corpo. (2) "Havia cinco
penalidades de
morte ligadas ao roubo do corpo e nenhuma delas foi imposta ou executada".
As penalidades são
dadas como sendo: primeira, por permitir que o selo fosse rompido; segunda,
por quebrar o selo;
terceira, por roubar o corpo; quarta, por permitir roubar o copo; quinta, por
dormir quando em
serviço. (3) "Nego outra vez o alegado sobre o fundamento de testemunho
premeditado e não
premeditado." E então ele mostra como os soldados vieram do sepulcro e
disseram que um anjo
os enxotará de lá e que, quando peitados pelos fariseus, disseram que o corpo
de Jesus fora
roubado enquanto eles, soldados, dormiram.
O Sr. Fendley prossegue dando cinco pontos que se devem crer p ara crê-se
neste relatório dos
soldados, que são: (1) "Devem crer que sessenta e quatro soldados romanos
sob pena de morte
dormiram todos de uma vez". (2) "Devem aceitar o testemunho dos
dorminhocos". (3) "Devem
crer que os discípulos, que estavam tão medr osos, todos de uma vez se
tornaram tremendamente
ousados". (4) "Outra vez, devem crer que os ladrões tiveram bastante tempo de
dobrar as roupas
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mortuárias e colocá-las aceiadamente de um lado". (5) "Também devem crer
que esses discípulos
arriscariam suas vidas por um impostor defunto, quando o não fizeram por
Salvador vivo".
3. O FATO DA EXISTÊNCIA DE DEUS É ACEITO QUASE
UNIVERSALMENTE
Isto se dá como a terceira razão que justifica o curso seguido por Moisés em
assumir e declarar o
fato da existência de Deus sem oferecer quaisquer provas. Os raros que
negam a existência de
Deus são insignificantes. "As tribos mais baixas tem consciência, temem a
morte, crêem em
feiticeiras, propiciam ou afugentam maus destinos. Mesmo o fetichista, que a
uma pedra ou a
uma árvore chama de um deus, mostra que já tem a idéia de Deus" (Strong,
Systematic Theology,
pág. 31). "A existência de Deus e a vida futura são em toda a parte
reconhecidas na África"
(Livingstone).
Os homens s n| m instintivamente a existência de Deus. Por que, então,
alguns a negam? É por
causa de falta de evidência? Não, é somente por não lhes agradar este
sentimento. Ele os perturba
na sua vida pecaminosa. Portanto, conjuram argumentos que erradiquem o
pensamento de Deus
de suas mentes. Todo ateu e agnóst ico lutam, principalmente para convencer -
se. Quando eles
apresentam os seus argumentos a outrem, é em parte por um desejo de prová -
los e em parte em
defesa própria, nunca por um sentimento que suas idéias podem ser de
qualquer auxílio a outros.
Um ateu é um homem que, por amor ao pecado, entremeteu -se na sua mente
e a trouxe a uma
condição de guerra com o seu coração em que a mente assalta o coração e
tenta arrebatar dele o
sentimento de Deus. O coração contra -ataca e compele a mente a reter o
pensamento de Deus.
Neste prélio a mente, portanto, está constantemente procurando argumentos
para usar como
munição. Ao passo que descobre esses argumentos, desfere -os contra o
coração com o mais alto
barulho possível. Isto é porque o ateu gosta de expor seu pensamen to. Está
em guerra consigo
mesmo e ela lhe dá confiança quando ele ouve seus canhões roncarem.
Há evidências, contudo, de que a mente do ateu nunca está inteiramente
vitoriosa sobre o seu
coração. Hume disse a um amigo quando andavam numa noite estrelada:
"Adão, há um Deus".
Shelley, que foi excluído de Oxford por escrever um panfleto sobre a
"Necessidade de Ateísmo",
deliciou-se em pensar de um belo espírito intelectual permeando o universo.
Voltaire, diz-se,
orou numa tempestade alpina e, ao morrer, disse : "Ó Deus - se houver um
Deus - tem
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misericórdia de mim". Portanto, pode -se concluir com Calvino: "Os que julgam
retamente
concordarão sempre em que há um senso indelével de divindade gravado
sobre as mentes dos
homens."
Antes de passar adiante, presume -se bom notar as fontes desta crença quase
universal na
existência de Deus. Há duas fontes desta crença; a saber:
(1) A Tradição.
Cronologicamente, nossa crença em Deus vem da tradição. Recebemos
nossas primeiras idéias de
Deus de nossos pais. Não há dúvida que isto tem sido verdade de cada
sucessiva geração desde o
princípio. Mas não basta a tradição para dar conta da aceitação quase
universal do fato da
existência de Deus. O fato que somente uns poucos repelem esta aceitação (é
duvidoso que
alguém sempre a rejeite completamente) mostra que há uma confirmação
íntima na crença
tradicional da existência de Deus. Isto aponta -nos à segunda fonte desta
crença, que é:
(2) In|uição.
Logicamente, nossa crença em Deus vem da intuição. Intuição é a percepção
imediata da verdade
sem um processo cônscio de arrazoamento. Um fato ou verdade assim
percebidos chama-se uma
intuição. Intuições são "primeiras verdades", sem as quais séria impossível
todo pensamento
refletivo. Nossas mentes são constituídas de tal modo a envolve rem estas
"verdades primárias"
logo que se apresentem as devidas ocasiões.
A. Prova que a crença quase universal em Deus procede logicamente da
intuição e não de
arrazoamento.
(a) A grande maior dos homens nunca tentou arrazoar o fato da existência de
Deus, nem são
capazes de semelhante arrazoamento, que servisse para lhes fortificar a
crença na existência de
Deus.
(b) A energia da crença dos homens na existência de Deus não existe em
proporção ao
desenvolvimento da faculdade raciocinante, como seria o caso se essa crença
fosse primariamente
o resultado de arrazoamento.
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(c) A razão não pode demonstrar cabalmente o fato da existência de Deus. Em
todo o nosso
arrazoamento sobre a existência de Deus devemos começar com admissões
intuitivas que não
podemos demonstrar. Assim, quando os homens aceitam o fato da existência
de Deus, aceitam
mais do que a exata razão os levaria a aceitarem.
B. A existência de Deus como "Verdade Primária".
(a) Definição. "Uma verdade primária é um conhecimento que, conquanto
desenvolvido em
ocasiões de observação e reflexão, delas não se deriva, - um conhecimento,
pelo contrário, que
tem tal prioridade lógica que deve ser assumido ou suposto para se fazer
qualquer observação e
reflexão possíveis. Semelhantes verdades não são, portanto , reconhecidas
como primeiras em
ordem de tempo; algumas delas assentam um tanto tarde no crescimento da
mente; pela grande
maioria dos homens elas nunca são conscienciosamente formuladas, de modo
algum. Contudo,
elas constituem a presunção necessária sobr e a qual descansa todo outro
conhecimento, tendo a
mente não só a capacidade inata de envolvê -las logo que se apresentem as
devidas ocasiões se
não também o reconhecimento delas como inevitável logo que a mente
principia a dar a si mesma
conta de seu próprio conhecimento" (Strong, Systematic Theology, pág. 30).
(b) Prova. "Os processos do pensamento reflexivo implicam que o universo
está fundado na razão
e é a expressão dela" (Harris, Philosophic Basic of Theism). "A indução
descansa sobre a
presunção, como ela exige para seu fundamento, que existe uma divindade
pessoal e pensante...
Ela não tem sentido ou valía a menos que assumamos estar o universo
constituído de tal modo
que pressuponha um originador absoluto e incondicional de suas forças e leis...
Analisamos os
diversos processos do conhecimento nos seus dados sotopostos e achamos
que o dado que se
sotopõe a eles todos é o de uma inteligência auto -existente" (Porter, Human
Intellect). "A razão
pensa em Deus como existente e ela não séria razão se nã o pensasse em
Deus como existente"
(Dorner, Glaubenslehre). É por esta razão que Deus disse na Sua Palavra:
"Diss o |olo no s u
coração: Não há D us" (Salmo 14:1). Só um tolo negará a existência de Deus.
Alguns tolos tais
são educados; alguns sem letra, mas, não obstante, são tolos, porque não tem
conhecimento ou ao
menos não reconhecem nem mesmo o princípio da sabedoria, o temor do
Senhor. Veja
Provérbios 1:7.
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II. A existência de Deus não é demonstrável matematicamente, contudo, é mais certa do
que qualquer
conclusão da razão.
1. A EXISTÊNCIA DE DEUS NÃO É DEMONSTRÁVEL MATEMÁTICAMENTE.
A respeito de todos os argumentos a favor do fato da existência de Deus, diz
Strong: "Estes
argumentos são prováveis, não demonstráveis" (Systematic Theology, pág.
39). Lemos outra vez:
"Nem pretendi que a existência, ainda a deste Ser, pode ser demonstrada
como demonstramos as
verdades abstratas da ciência" (Diman, Theistic Argument, pág. 363). Strong
cita Andrew Fuller
como questionando "se a argumentação a favor da exi stência de Deus não tem
mais cépticos do
que crentes"; e então acrescenta: "Tanto quanto isto é verdade, devido é a uma
saciedade de
argumentos e à noção exagerada do que se pode esperar deles" (Systematic
Theology, pág. 40).
2. A EXISTÊNCIA DE DEUS, CONTUDO, É MAIS CERTA DO QUE
QUALQUER
CONCLUSÃO DA RAZÃO.
Leia o estudante novamente as citações dadas apara mostrar que a existência
de Deus é uma
"verdade primária", uma verdade que está assumida por todos no processo da
razão, "O que nega
a existência de Deus deve assumir, tacitamente, essa existência no seu próprio
argumento, por
empregar processos lógicos cuja validade descansa sobre o ato da existência
de Deus" (Strong,
Systematic Theology, pág. 33). É uma verdade axiomática que aquilo que é o
fundamento de toda
a razão é mais certo do que qualquer conclusão da razão. "Não podemos
provar que Deus é, mas
podemos mostrar que, em face de qualquer conhecimento, pensamento, razão
do homem, deve o
homem assumir que Deus é" (Strong, Systematic Theology, pág. 34 ).
3. A EXISTÊNCIA DE DEUS NÃO É O ÚNICO FATO QUE NÃO PODE SER
DEMONSTRADO MATEMATICAMENTE.
Nenhum homem pode demonstrar a existência do tempo, do espaço, ou a
realidade da matéria por
um processo estritamente lógico. Não se pode demonstra nem a realidade de
sua própria
existência. Não podemos provar absolutamente que não é alucinação tudo
quanto vemos,
ouvimos e sentimos. Todavia, nós nos sentimos certos sobre essas coisas e
pouca gente alguma
vez pensou em discuti-las. Quem o faz é considerado um energúme no. O
mesmo séria sempre
verdade do que questionasse a existência de Deus. Um agnóstico ou um ateu,
para serem
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coerentes, teriam, de assumir a mesma atitude para com toda a verdade
cientifica como a que
assume para com a existência de Deus; porque todos os ramos da ciência
devem confiar nas
intuições da mente como o fundamento de toda a observação.
"A gente mais irrazoável do mundo é aquela que no sentido estreito depende
unicamente da
razão" (Strong). "A crença em Deus não é a conclusão de uma demonstra ção,
mas a solução de
um problema" (Strong); e esse problema é o problema da origem do universo.
"O universo, como
um grande fato, requer uma explanação racional e ... e a explanação que se
pode possivelmente
dar é essa fornecida na concepção de um tal Ser (como Deus). Nesta
conclusão a razão descansa
e recusa-se a descansar em qualquer outra" (Diman, Theistic Argument).
"Chegamos a uma
crença científica na existência de Deus tanto como a qualquer outra verdade
humana possível.
Assumímo-la como uma hipótese absolutamente necessária para dar conta do
fenômeno do
universo; então evidência de todos os cantos começa a convergir sobre ela, até
que, no processo
do tempo, o senso comum da humanidade, cultivado e iluminado pelo
conhecimento sempre
crescente, pronuncia-se sobre a validade da hipótese com uma voz
escassamente menos decidida
e universal do que ele o faz no caso de nossas mais elevadas convicções
científicas" (Morell,
Philosiphic Fragments). Logo, podemos dizer: "Deus é o fato mais certo do
conhecimento
objetivo" (Bowne, Metaphysics).
III. A existência de Deus, portanto, pode ser tomada por concedida e proclamada
ousadamente.
Os fatos precitados deveriam fazer o pregador ousado na sua proclamação do
fato da existência
de Deus, não temendo de procla má-la confiadamente aos profanos. Estamos
sobre terreno seguro
em proclamar esta verdade. Nenhum homem pode logradamente contrariar
nossa mensagem.
Vezes há, talvez, quando o pregador no púlpito devera discutir as evidências
da existência de
Deus; todavia, como uma coisa usual, ele deveria assumi -la e declará-la como
Moisés fez. E
quando ele trata das evidências da existência de Deus, não as sobrecarregue
de modo a deixar a
impressão que a validade do fato da existência de Deus depende de uma
rigorosa demonstração
racional.
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Cap 2 - A Bíblia: A Revelação de Deus
Tendo visto agora que a existência de Deus é um fato estabelecido, um fato
mais certo que
qualquer conclusão de um arrazoamento formal, porque é o fundamento
necessário de toda a
razão, passamos à consideração de uma outra matéria. Há agora, e tem havido
por séculos, um
livro peculiar neste mundo, chamado Bíblia, que professa ser a revelação de
Deus. Os seus
escritores falam nos termos mais ousados de sua autoridade como
interlocutores de Deus. Esta
autoridade tem sido admitida por milhões de habitantes da terra, tanto no
passado como no
presente. Desejamos perguntar, portanto, se este livro é o que ele professa ser
e o que ele tem sido
e se crê ser por uma multidão de gente, - uma revelação de Deus. Se não é
uma revelação de
Deus, então os seus escritores ou foram enganados ou foram enganadores
maliciosos.
I. É a Bíblia historicamente autentica?
Por esta pergunta queremos dizer: É a Bíblia verossímil como um arquivo de
fatos históricos? Há
mais ou menos um século críticos sustentaram ser a Bíblia inverossímil como
história. Disseram
que os quatro reis mencionados em Gênesis 14:1 nunca existiram e que a
vitória dos reis do
Ocidente contra os do Oriente, como descrita neste capítulo, nunca ocorreu.
Negaram que um
povo tal como os hititas viveram algures. Sargon, mencionado em Isaías 20:1
como rei da
Assíria, foi considerado como uma personagem mitológica. Mas como é agora?
Podemos dizer
hoje, após se fazerem extensas investigações concernentes às naç ões antigas,
que nem um só
ponto da Bíblia fica refutado. As confiadas negativas dos primeiros críticos tem -
se provado
ousadias de ignorância. Prof. A. H. Sayce, um dos mais eminentes dos
arquiologistas, diz: "Desde
a descoberta das tábuas de Tel el -Amarna até agora, grandes coisas foram
trazidas pela
arqueologia e cada uma delas tem estado em harmonia com a Bíblia, enquanto
quase cada uma
delas tem sido mortífera contra as asserções dos críticos destruidores". Há um
pouco mais de uma
década a United Press irradiou o testemunho de A. S. Yahuda, primeiramente
professor de
História Bíblica na Universidade de Berlin e mais tarde de linguagem semítica
na Universidade
de Madrid no sentido que "toda a descoberta arqueológica da Palestina e
Mesopotamia do
período bíblico traz a exatez histórica da Bíblia ".
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II. É a Bíblia revelação de Deus?
Estamos agora na consideração de uma outra questão. Um livro historicamente
correto podia ser
de origem humana. É isto verdade da Bíblia?
1. UMA PROBABILIDADE ANTECEDENTE.
Um pensamento cuidadoso, á parte da questão se a Bíblia é a revelação de
Deus, convencerá
qualquer crente bem intencionado na existência de Deus de que é altamente
provável que Deus
deu ao homem uma revelação escrita explícita e duradoura da vontade divina.
A consciência do
homem informa-o da existência da lei. Como foi bem dito: "A consciência não
estabelece uma
lei, ela adverte da existência de uma lei." (Diman, Theistic Argument). Quando
o homem tem o
senso comum de que está procedendo mal, ele tem a indica ção de que
transgrediu alguma lei.
Quem mais, fora de Jeová, cuja existência achamos ser um fato estabelecido,
poderia ser o autor
dessa lei? E desde que o homem pensa intuitivamente de Deus como sendo
bom, ele deve pensar
do propósito de Sua lei como send o bom. Portanto, não podemos pensar desta
lei como sendo
para o mero propósito de condenação. Deve ser que esta lei é para a disciplina
do homem em
justiça. Devemos também concluir que Deus, sendo mostrado ser sábio por
Suas maravilhosas
obras, usaria dos meios mais eficazes para a execução do seu propósito por
meio da lei. Isto argue
por uma revelação escrita, porque qualquer grau notável de obediência a uma
lei justa é
impossível ao homem sem conhecimento dessa lei. A natureza e a razão são
incertas demais,
indistintas, incompletas e insuficientes para o propósito.
Mais ainda, E. Y. Mullins diz: "A mesma idéia de religião contém no seu âmago
a idéia de
revelação. Nenhuma definição de religião que omite essa outra idéia pode
permanecer à luz dos
fatos. Se o fiel fala a Deus e Deus fica para sempre silente ao fiel, temos
somente um ângulo da
religião e a religião se torna uma casuística sem sentido" (The Christian
Religion in its Doctrinal
Expression).
2. UMA PRESUNÇÃO RAZOÁVEL
"Se a Bíblia não é o que o povo cristão do mundo pensa ser, então temos em
nossas mãos o
tremendo problema de dar conta de sua crescida e crescente popularidade
entre a grande maioria
14
do povo mais iluminado da terra e em face de quase toda a oposição
concebível" (Jonathan
Rigdon, Science and Religion).
Grandes esforços se fizeram para destruir a Bíblia como nunca antes se
produziram para a
destruição de qualquer outro livro. Seus inimigos tentaram persistentemente
deter sua influencia.
A crítica assaltou-a e o ridículo escarneceu -a. A ciência e a filosofia foram
invocadas para
desacreditá-la. Á astronomia, no descortinar das maravilhas celestes, pediram -
se alguns fatos
para denegri-la e a geologia, nas suas buscas na terra foi importunada para
lançar-lhe suspeita."
(J. M. Pendleton, Christian Doctrines). Contudo
"Firme, serena, imovível, a mesma
Ano após ano...
Arde eternamente na chama inapagável;
Fulge na luz inextinguível".
Whitaker
A Bíblia "levanta-se hoje como uma fênix do fogo com um ar de mistura de dó e
desdém pelos
seus adversários, tão ilesa como foram Sidraque, Misaque e Abdenego na
fornalha de
Nabucodonozor" (Collet, All About the Bible).
Não é provável que qualquer produção meramente humana pudesse triunfar
sobre semelhante
oposição como a que se moveu contra a Bíblia .
3. PROVAS DE QUE A BÍBLIA É A REVELAÇÃO DE DEUS.
(1) As grand s dif r nças n|r a Bíblia os scri|os dos hom ns vid nciam
qu la não é uma
simpl s produção humana.
Estas diferenças são: -
A. Quanto ás suas profundezas e alcances de sentido.
"Há infinitas profundezas e alcances inexauríveis de sentido na Escritura, cuja
diferença é de
todos os outros livros e que nos compelem a crer que o seu autor deve ser
divino" (Strong).
Podemos apanhar as produções dos homens e ajuntar tudo quanto eles têm a
dizer numa só
15
leitura. Mas não assim com a Bíblia. Podemos le -la repetidamente e achar
novos e mais
profundos sentidos. Vacilam nossas mentes ante sua profundeza de sentido.
B. Quanto ao seu poder, encanto, atração e frescura perene.
Os escritores bíblicos são incomparáveis no "seu poder dramático", esse
encanto divino e
indefinível, esse atrativo misterioso e sempre atual que neles achamos em toda
a nossa vida como
nas cenas da natureza, um encanto sempre fresco. Depois de estarmos
deliciados e tocados por
essas incomparáveis narrativas em nossa infância remota, elas ainda revivem
e afetam nossas
ternas emoções mesmo no declínio grisalho. Deve haver, certamente, algo
sobre-humano na
mesma humanidade dessas formas tão familiares e tão singelas" (L. Gaussen,
Theopneustia). E
este mesmo autor sugere uma comparação entre a história de José na Bíblia e
a mesma história no
Al-Korão. Outro autor (Mornay) sugere uma comparação entre a história de
Israel na Bíblia e a
mesma história em Flavio Joséfo. Diz ele que ao le r a história bíblica, os
homens "sentirão vibrar
todos os seus corpos, mover seus corações, sobrevindo-lhes num momento
uma ternura de afeto,
mais do que se todos os oradores da Grécia e Roma lhes tivessem pregado as
mesmas matérias
por um dia inteiro". Diz ele dos relatos de Joséfo, "que se deixarão mais frio e
menos emocionado
do que quando os achou". Ajunta então: "Que, então, se esta Escritura tem na
sua humildade mais
elevação, na sua simplicidade mais profundeza, na sua ausência de todo
esforço mais encantos,
na sua rudeza mais vigor e alvo do que podemos achar noutro lugar qualquer?"
C. Quanto a sua incomparável concisão.
No livro do Gênesis temos uma história que fala da criação da terra e de ela ser
feita lugar
adequado para habitação do homem. Fa la da criação do homem, animais,
plantas e da sua
colocação na terra. Fala da apostasia do homem, do primeiro culto, do primeiro
assassínio, do
dilúvio, da repopulação da terra, da dispersão dos homens, da origem da
presente diversidade de
línguas, da fundação da nação judaica e do desenvolvimento e das
experiências dessa nação
durante uns quinhentos anos; tudo, todavia, contido em cinqüenta capítulos
notavelmente breves.
Comparai agora com isto a história escrita por Joséfo. Tanto Moisés como
Joséfo foram judeus,
ambos escreveram sobre os judeus, mas Joséfo ocupa mais espaço com a
história de sua própria
vida do que Moisés consome no arquivo da história desde a criação até ä
morte de José. Tomai
também os escritos dos evangelistas. "Quem entre nós podia ter sido durante
três anos e meio
16
testemunha constante, amigo apaixonadamente chegado, de um homem como
Jesus Cristo; quem
podia ter podido escrever em dezesseis ou dezessete curtos capítulos,... a
história inteira dessa
vida: - do Seu nascimento, o Seu ministério, dos Seus milagres, das Suas
pregações, dos Seus
sofrimentos, de Sua morte, de Sua ressurreição, de Sua ascensão aos céus?
Quem entre nós teria
julgado possível evitar de dizer uma palavra sobre os primeiros trinta anos de
uma semelhante
vida? Quem entre nós podia ter relatado tanto atos de bondade sem uma
exclamação; tantos
milagres sem uma reflexão a respeito; tantos sublimes pensamentos sem uma
ênfase; tantas
fraquezas sem pecado no seu Mestre e tantas fraquezas pecaminosas nos
Seus discípulos, sem
nenhuma supressão; tantos casos de resistência, tanta ignorância, tanta
dureza de coração, sem a
mais leve desculpa ou comento? É assim que os homens escrevem história? E
mais, quem entre
nós podia ter sabido como distinguir o que exigia ser dito por a lto do que exigia
sê-lo em
minúcia?" (Gaussen).
(2) A r v lação d coisas qu o hom m, d ixado a si m smo, jamais podia | r
d scob r|o dá
vidência da orig m sobr -humana da Bíblia
A. O relato da Criação.
Onde pôde Moisés ter obtido isto, se Deus não lho revelou? "A própria
sugestão de ter Moisés
obtido sua informação histórica dessas legendas caldáicas e de Gilgamesh... é
simplesmente
absurda; porque, interessantes como são, estão de tal modo cheias de
asneiras que Moisés teria
sido impossível ou a qualqu er outro homem, praticamente, evolver de tais
legendas místicas os
registros sóbrios, reverentes e científicos que se acham no livro do Gênesis"
(Collett).
B. A doutrina dos anjos.
"Foi alguma coisa parecida com os anjos concebida pela imaginação do povo,
pelos seus poetas,
ou pelos seus sábios? Não; nem mesmo mostraram jamais aproximar -se disso.
Perceber-se-á,
quão impossível foi, sem uma operação constante da parte de Deus, que as
narrativas bíblicas, ao
tratarem de um tal assunto, não tivessem considerad o constantemente a
impressão humana
demais de nossas acanhadas concepções; ou que os escritores sagrados não
tivessem deixado
escapar de suas penas toques imprudentes ao vestirem os anjos com atributos
divinos demais ou
afetos humanos demais." (Gaussen).
17
C. A onipresença de Deus.
Representam as seguintes passagens a conclusão da filosofia humana?
"Sou eu um Deus de perto, diz Jeová, e não sou um Deus de longe? Pode
alguém esconder-se em
lugares secretos de modo que eu não o veja? diz Jeová. Não encho eu o céu e
a terra? diz Jeová
(Jer. 23:23,24).
"Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua face? Se subir
ao céu, lá Tu
estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que ali estás também. Se tomar as
asas da alva, se
habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua mão me guiará e a Tua destra
me susterá." (Sal.
139:7-10).
Estas passagens e outras na Bíblia ensinam, não o panteísmo, nem que Deus
está em diferentes
lugares sucessivamente senão que Ele está em toda a parte ao mesmo tempo
e contudo separados
como Ser fora da Criação. O intelecto desajudado do homem originou esta
concepção, vendo que,
mesmo quando ele tem sido acomodado, a mente do homem pode
compreende-lo só
parcialmente?
D. O problema da redenção humana.
Se fora submetido ao homem o problema de como Deus podia ser justo e
justificador do ímpio,
teria o homem proposto, como solução, que Deus se tornasse carne e sofresse
em lugar do
homem?
"Que a criatura culpada fosse salva a custa da incarnação do Criador; que a
vida viesse aos filhos
dos homens através da morte do Filho de Deus; que o céu se tornasse
acessível à população
distante da terra pelo sangue de uma cruz vergonhosa; estava totalmente
remoto a todas as
concepções finitas. Mesmo quando a maravilha se tornou conhecida pe lo
Evangelho, ela excitou
o desprezo dos judeus e dos gregos: para os primeiros pedra de escândalo e
ofensa, loucura para
os últimos. Eram os gregos um povo altamente culto, de intelecto agudo,
profundos na filosofia,
subtis em arrazoar, mas ridicularizaram a idéia de salvação por meio de um
que fora crucificado.
Bem podem ser considerados como representando as possibilidades do
intelecto humano, o que
ele pode fazer; e, tão longe de pretenderem a doutrina cristã da redenção como
uma invenção de
18
filósofos, riram-se dela como indigna da filosofia. Rejeitaram os fatos do
Evangelho como
incríveis, porque pareciam estar em conflito positivo com as suas concepções
da razão." (J. M.
Pendleton, Christian Doctrines).
"Como podiam esses livros ter sido escritos po r semelhantes homens, em
semelhantes ambientes
sem auxílio divino? Quando consideramos os assuntos discutidos, as idéias
apresentadas, tão
hostis não só aos seus prejuízos nativos, mas ao sentimento geral então
prevalecente nos mais
sábios da humanidade, - o sistema todo de princípios entresachado em toda
parte de história,
poética e promessa, bem como de insignificantes maravilhas e singulares
excelências da palavra;
nossas mentes se constrangem a reconhecer este como o Livro de Deus num
sentido elevado e
peculiar" (Masil Manly, The Bible Doctrine of Inspiration).
(3) A unidad maravilhosa da Bíblia confirma -a como uma r v lação divina.
"Eis aqui um volume constituído de sessenta e seis livros escritos em seções
separadas, por
centenas de pessoas diferentes, durante um período de mil e quinhentos anos,
- um volume que
antedata nos seus registros mais antigos todos os outros livros no mundo,
tocando a vida humana
e o conhecimento em centenas de diferentes pontos. Contudo, evita qualquer
erro absoluto e
assinalável ao tratar desses inumeráveis temas. De que outro livro antigo se
pode dizer isto? De
que livro mesmo centenário se pode dizer isto?" (Manly, The Bible Doctrines of
Inspiration).
A Bíblia contém quase toda a forma de literatura, - história, biografia, contos,
dramas,
argumentos, poética, sátiras e cantos. Foi escrita em três línguas por uns
quarenta autores
diferentes, que viveram em três continentes. Esteve no processo de
composição uns mil
quinhentos ou seiscentos anos. "Entre esses autores estiveram reis,
agricultores, mecânicos,
cientistas, advogados, generais, pescadores, estadistas, sacerdotes, um
coletor de impostos, um
doutor, alguns ricos, alguns pobres, alguns citadinos, outros camponeses,
tocando assim todas as
experiências dos homens." (Peloubet, Bible Dictionary).
Entretanto, a Bíblia está em harmonia em todas as suas partes. Os críticos tem
imaginado
contradições, mas estas desaparecem como a cerração ao sol matutino
quando se sujeitam à luz
de uma investigação inteligente, cuidad osa, cândida, justa e simpática. Os
seguintes sinais de
unidade caracterizam a Bíblia: -
19
A. É uma unidade no seu desígnio.
O grande desígnio número um que percorre toda a Bíblia é a revelação de
como o homem,
alienado de Deus, pode achar restauração ao favor e à comunhão de Deus.
B. É uma unidade no seu ensino a respeito de Deus
Cada informação na Bíblia concernente Deus é compatível com todas as outras
afirmações.
Nenhum escritor contraditou qualquer outro escritor ao escrever sobre o tema
estupendo do Deus
inefável e infinito!
C. É uma unidade no seu ensino a respeito do homem.
Em toda a parte da Bíblia mostra -se o homem criatura por natureza corrupta,
pecaminosa, rebelde
e falida sob a ira de Deus e carecendo de redenção.
D. É uma unidade no seu ensino a respeito da salvação.
O meio de Salvação não se fez tão claro no Velho como em o Novo
Testamento. Mas vê-se-o
prontamente prenunciado no Velho por claramente revelado em o Novo
Testamento. Pedro
afirmou que os santos do Velho Testamento salvaram -se exatamente da
mesma maneira que os
do Novo, Atos 15:10,11. O suposto conflito entre Tiago e Paulo sobre a
justificação será tratada
no respectivo capítulo.
E. É uma unidade quanto à Lei de Deus.
Um ideal perfeito de justiça está retratado por toda a Bíblia a d esrespeito do
fato que Deus, em
harmonia com as leis do desenvolvimento humano, ajustou Seu governo às
necessidades de Israel
para que pudesse erguer-se do seu rude estado. Este ajustamento da
disciplina de Deus foi como
uma escada descida a um fosso para prover um meio de escape a alguém lá
enlaçado. A descida
da escada não visa a um encorajamento ao que está no fundo para deter -se lá,
mas intenciona-se
como meio de livramento; de modo que a condescendência da disciplina de
Deus no caso de
Israel não foi p ensada como um encorajamento do mal, mas como uma
regulação do mal com o
propósito de levantar o povo a um plano mais elevado. Negar a unidade da Lei
de Deus por causa
20
de adaptações às necessidades de povos particulares é tão tolo como negar a
unidade dos planos
do arquiteto pelo fato de ele usar andaimes temporária na execução deles.
F. É uma unidade no desenredo progressivo da doutrina.
A verdade toda não foi dada de uma vez na Bíblia. Contudo, há unidade. A
unidade no desenredo
progressivo é a unidade do crescimento vegetal. Primeiro vemos a erva, depois
a espiga e então o
grão cheio na espiga" (Marcos 4:28).
A força desta unidade maravilhosa na sua aplicação à questão da inspiração
da Bíblia está
acentuada por David James Burrell como segue: - "Se quarenta pessoas
dispares de diferentes
línguas e graus de educação musical tivessem de passar pela galeria de um
órgão em longos
intervalos e, sem nenhuma possibilidade de colisão, cada uma delas tocasse
sessenta e seis teclas,
as quais, quando combinadas, d essem o tema de um oratório, submeter -se-ia
respeitosamente que
o homem que considerasse isso como uma "circunstancia fortuita" seria tido
por consenso
unanime universal - para dize-lo modestamente - tristemente falto de senso
comum" (Why I
Believe The Bible).
(4) A xa|  da Bíblia m ma|érias ci n|ificas prova qu la não é d orig m
humana.
A. A Bíblia não foi dada para ensinar ciência natural.
Diz-se corretamente que a Bíblia não foi dada para ensinar ciência natural. Não
foi dada para
ensinar o caminho que os céus vão, mas o caminho que vai para o céu.
B. Todavia, ela faz referência a matérias cientificas.
"Por outro lado, contudo, vendo que o universo inteiro esta de tal modo inteira e
inseparavelmente ligado com leis e princípios, é inconcebível qu e este livro de
Deus, que
confessadamente trata de tudo no universo quanto afeta os mais altos
interesses do homem, não
fizesse referência alguma a qualquer matéria cientifica; daí acharmos
referência incidentais a
vários ramos da ciência... (Sidney Collet t, All About The Bible).
C. E quando a Bíblia faz referência a matérias cientificas, é exatíssima.
21
A Bíblia não contém os erros científicos do seu tempo. Ela antecipou as
gabadas descobertas dos
homens centenas de anos. Nenhum dos seus estatuídos provou -se errôneo. E
é somente nos
tempos hodiernos que os homens chegam a entender alguns deles. Notai as
seguintes referências
bíblicas a matérias cientificas:
(a) A rotundidade da terra. Séculos antes de os homens saberem que a terra é
redonda a Bíblia
falou do "circulo da terra" (Isaías 40:22).
(b) O suporte gravitacional da terra. Os homens costumavam discutir a questão
de que é que
sustenta a terra, sendo avançadas diversas teorias. Finalmente os cientistas
descobriram que a
terra é sustentada por sua própria gravitação e a de outros corpos. Mas, muitos
antes de os
homens saberem isto, e enquanto contendiam por este ou aquele fundamento
material para a
terra, a Bíblia declarou que Deus "pendura a terra sobre o nada" (Jó 26:7).
(c) A natureza dos céus. A Bíblia fala dos céus como "expansão" e isto estava
tão adiante da
ciência que a palavra hebraica (raquia) foi traduzida por "firmamento" (Gênesis
1; Sal. 19:6), que
quer dizer um suporte sólido.
(d) A expansão vazia do Norte. Foi só na metade do século passado que o
Observatório de
Washington descobriu que, dentro dos céus do Norte, há uma grande
expansão vazia na qual não
há uma só estrela visível. Mas antes de três mil anos a Bíblia informou aos
homens que Deus
"estendeu o Norte sobre o espaço vazio" (Jó 26:7 ).
(e) O peso do Ar. Credita-se Galileu com a descoberta que o ar tem peso, -
algo com que os
homens jamais tinham sonhado; mas, dois mil anos antes da descoberta de
Galileu a Bíblia disse
que Deus fez "um peso do vento" (Jó 28:25).
(f) A rotação da terra. Ao falar de sua segunda vinda, Cristo deu indicação de
que seria noite
numa parte, dia na outra (Lucas 17:34 -36), implicando assim a rotação da terra
sobre seu eixo.
(g) O número de estrelas. Hiparco numerou as estrelas em 1002, mas a Bíblia
antecipou as
revelações do telescópio e classificou as estrelas com a areia na praia (Gên.
22:17).
22
Comparai agora esses verdadeiros estatuídos científicos com as noções cruas
e com os erros
grosseiros concernentes ao universo a serem achados em outras velhas
teologias, tais como as de
Homero, Hesiodo e os códigos dos gregos; também os livros sagrados dos
budistas, bramanes e
maometanos.
(5) A prof cia cumprida | s| munha ao fa|o qu a Bíblia v io d D us.
A. A referência profética a Ciro.
Cinqüenta anos antes do nascimento de Ciro, Rei, o qual decretou que os filhos
de Israel
voltassem à sua terra, Isaías falou de Deus como "aquele que disse de Ciro,
ele é meu pastor e
cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Sê edificada, e
ao tempo: Funda-te"
(Isaías 44:28).
B. A profecia do cativeiro babilônico. Vide Jer. 25:11.
C. Profecias a respeito de Cristo.
(a) A rotura de Suas vestes. Salmos 22:18. Cumprimento: João 19:23,24.
(b) O fato de os Seus ossos não serem quebrados. Sal. 34:20. Cumprimento:
João 19:36.
(c) Sua traição. Sal. 41:9. Cumprimento: João 13:18.
(d) Sua morte com os ladrões e enterro no túmulo de José. Isaías 53:9.
Cumprimento: Mat. 27:38,
57-60.
(e) O Seu nascimento em Belém. Miqueas 5:2. Cumprimento: Mat. 2:1,2; João
7:42.
(f) Sua entrada triunfal em Jerusalém. Zacarias 9:9. Cumprimento: Mat. 21:1 -
10; João 12:12-16.
(g) Seu traspasse. Zacarias 12:10. Cumprimento: João 19:34,37.
(h) Dispersão dos Seus discípulos. Zac. 13:7. Cumprimento: Mat. 26:31.
23
Há, porém, uma explicação plausível da m aravilha da profecia cumprida e essa
explicação é que
Ele "que faz todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade" (Efe. 1:11)
moveu a mão do
escritor da profecia.
(6) O | s| munho d Cris|o prova a g nuinidad da Bíblia como uma r v lação
d D us.
Jesus considerou o Velho Testamento como a Palavra de Deus, a ele se referiu
freqüentemente
como tal e disse:- "A Escritura não pode ser quebrada" (João 10:35). Ele
também prometeu
ulterior revelação por meio dos apóstolos (João 16:12,13). Temos assim Sua
pre-autenticação do
Novo Testamento.
O testemunho de Jesus é de valor único, porque Sua vida provou -O ser o que
Ele professou ser, -
uma revelação de Deus. Jesus não se enganou; "porque isto argüiria (a) uma
fraqueza e loucura
montando a positiva insanidade. Mas Sua vida inteira e caráter exibiram uma
calma, dignidade,
equilíbrio, introspeção e domínio pessoal totalmente antagônicos com
semelhante teoria. Ou
argüiria (b) auto-ignorância e auto-exagero que podiam provir apenas da mais
profunda perversão
moral. Mas a pureza absoluta de Sua consciência, a humildade do Seu espírito,
a beneficência
abnegada de Sua vida mostram ser incrível esta hipótese". Nem Jesus foi um
enganador, porque
(a) a santidade perfeitamente compatível de Sua vida; a confiança não
vacilante com a qual Ele
desafiava para uma investigação de suas pretensões e arriscava tudo sobre o
resultado; (b) a vasta
improbabilidade de uma vida inteira mentir aos declarados interesses da
verdade e (c) a
impossibilidade de decepção opera tal benção ao mund o, - tudo mostra que
Jesus não foi um
impostor cônscio" (A. H. Strong).
III. O que constitui a Bíblia?
Do que já se disse, manifesto é que o autor crê que a Bíblia, revelação de
Deus, consiste de
sessenta e seis livros do que é conhecido como o Canon Protestante.
Aqui não é necessário um prolongado e trabalhado argumento e nada será
tentado. A matéria
inteira, tanto quanto respeita aos que crêem na divindade de Cristo, pode ser
firmada pelo Seu
testemunho.
Notemos:
24
1. Cristo aceitou os trinta e nove livros de nosso Velho Testamento como
constituindo a
revelação escrita que Deus tinha dado até aquele tempo.
Esses livros compunham a "Escritura" (um termo que ocorre trinta e três vezes
em o Novo
Testamento) aceita pelos judeus. Crê -se que eles foram reunidos e arranjados
por Esdras. Foram
traduzidos do hebraico para o grego algum tempo antes do advento de Cristo.
Não pode haver
dúvida de que Cristo aceitou esses livros e nenhuns outros como constituindo
os escritos que
Deus inspirou até aquele tempo. Ele citou esses livros na formula: "Está
escrito". Ele referiu-se a
eles como "Escritura". E Ele disse: "... a Escritura não pode ser quebrada"
(João 10:35).
Por outro lado, nem uma vez Cristo citou ou referiu -se aos livros que se
acrescentaram ao Cânon
Protestante para inteirar o Velho Testamento na Bíblia Católica (Versão
Douay). E admiti-se,
autoridades católicas, que os judeus do tempo de Cristo não aceitaram os
mesmos como
inspirados. (Nota adicional: Num Catecismo da Bíblia, escrito pelo "Rev. John
O'Brien, M. A.", e
publicado pela sociedade Internacional da Verdade Católica, de Brooklyn, à
página 10, faz-se
esta pergunta sobre esses livros : - "Foram os livros adicionados aceitos pelos
hebreus?". A
resposta dada é: - "Não, os hebreus recusaram-se a aceitar esses livros
adicionais.") O Cânon
Protestante do Velho Testamento é o cânon aceito pelo povo escolhido de
Deus e pelo Filho de
Deus, bem como pelos apóstolos.
2. Cristo também prometeu uma revelação ulterior além mesmo de tudo que
Ele tinha ensinado.
Em João 16:12,13 achamos Cristo falando aos apóstolos como segue: "Ainda
tenho muitas coisas
a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Não obstante, quando Ele, o
Espírito de verdade
vier, guiar-vos-á em toda a verdade; porque Ele não falará de Si mesmo , mas
falará tudo o que
tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir".
Ainda mais: Cristo constituiu aos apóstolos um corpo de mestres infalíveis
quando em Mat.
18:18 disse: "Na verdade vos digo: o que ligardes na terra será ligado no céu e
o que desligardes
na terra será desligada no céu". "Ligar" quer dizer proibir, isto é, ensinar que
uma coisa está
errada. "Desligar" é consentir, sancionar, ensinar que uma coisa está certa.
Assim Cristo
prometeu sancionar no céu o que quer que os apóstolos ensi naram na terra.
João 20:22,23 é da
mesma importância.
25
Em o Novo Testamento temos esta revelação ulterior que Cristo deu por meio
do Seu corpo
infalível de mestres. Os poucos livros não escritos pelos apóstolos receberam o
seu lugar no
cânon, evidentemente, porque os apóstolos os aprovaram. De qualquer
maneira, o seu ensino é o
mesmo como o dos demais livros do cânon.
No Novo Testamento veio a existir da mesma maneia que o Velho, isto é, o
cânon foi
determinado pelo consenso de opinião da parte do próprio povo de Deus. O
fato que Deus deu e
conservou uma revelação infalível da velha dispensação argue que Ele fez o
mesmo com
referência ao novo.
IV. É a Bíblia final como revelação de Deus?
A finalidade da Bíblia está sendo rejeitada hoje a favor de uma revel ação que
está ainda em
processo. Esta idéia é adotada por aqueles que estão contaminados de
modernismo. Ninguém que
crê na divina inspiração da Bíblia adotará esta idéia. Devemos voltar a Cristo
por um estatuído
autoritativo concernente à inspiração dos es critores apostólicos, o qual não nos
dá nenhuma
garantia em pretender que esta inspiração se estendeu além dos apóstolos.
Que ensinos, não
contrários ao Novo Testamento, podem os crentes da revelação progressiva
indicar como tendo
sido revelados desde os tempos apostólicos? O Novo Testamento é
manifestamente completo e
final.
26
Cap 3 - A Inspiração da Bíblia
Temos visível evidência que a Bíblia é uma revelação de Deus. E é nos dito na
Bíblia que Deus
deu a revelação por inspiração. Se a Bíblia é a revelaçã o de Deus, justo é
deixá-la falar por si
mesma sobre a sua própria natureza. É nosso propósito, então, inquirir neste
capítulo do sentido e
da natureza da inspiração, segundo o propósito testemunho da Bíblia.
No curso que estamos seguindo aqui observamos a razão no seu sentido mais
elevado. Mostrouse
que a razão requer uma crença na existência de Deus. E apontou -se, além
disso, que é razoável
esperar uma revelação escrita de Deus. É da competência da razão, então, em
relação à revelação,
primeiro que tudo, examinar as credenciais de comunicações que professam
ser uma revelação de
Deus. Se essas credenciais forem satisfatórias, deve então a razão aceitar as
comunicações como
vindas de Deus; daí, aceitar as coisas apresentadas como sendo verdadeiras.
"A revelação é o
vice-rei que apresenta primeiro suas credenciais à assembléia provincial e
então preside"
(Liebnitz). Na maneira precitada "a razão mesma prepara o caminho para uma
revelação acima
da razão e garante uma confiança implícita em tal revelação quando uma vez
dada" (Strong).
Acima da raão não é con|ra a raão. É apenas calvo racionalismo que rejeita
tudo que não pode
aprofundar ou demonstrar racionalmente. "O povo mais irrasoável do mundo é
aquele que
depende unicamente da razão, no sentido estreito" (Strong). O mero
arrazoamento ou o exercício
da faculdade lógica não é tudo da razão. A razão, no seu sentido lato,
compreende o todo da força
mental para reconhecer a verdade. A razão só pode rejeitar justamente aquilo
que contradiz fatos
conhecidos. E então, para estar seguro, a razão deve estar "condicionada em
sua atividade por um
santo afeto e iluminada pelo Espírito Santo" (Strong). A semelhante razão a
Escritura não
apresenta nada contraditório, conquanto ela faz conhecido muito, além do
poder desajudado do
homem para descobrir ou compreender completamente.
I. O SENTIDO DA INSPIRAÇÃO
Quando Paulo disse: "Toda a Escritura é dada por inspiração de Deus" (II
Timóteo 3:16), ele
empregou a palavra grega "theopneustos" com a idéia de inspiração. A palavra
grega compõe-se
de "theos", significa Deus, e "pneu", significando respirar. A palavra composta é
um adjetivo
27
significando literalmente "inspirado de Deus". Desde que é o fôlego que produz
a fala, esta
palavra proveu um modo muito apto e impressivo de di zer que a Escritura é a
palavra de Deus.
II. O ELEMENTO HUMANO NA INSPIRAÇÃO
Contudo, foi só em casos especiais que as palavras a serem escritas foram
oralmente ditadas
pelos escritores da Escritura. Em muitos casos as mentes dos escritores
tornaram-se o laboratório
em que Deus converteu Seu fôlego, como se fosse, em linguagem humana.
Isto não se fez por um
processo mecânico: não se suspenderam a personalidade e o temperamento
dos escritores,
manifestos ambos nos escritos. Daí lemos em Gaussen: "Ao manterm os que
toda a escritura vem
de Deus, longe estamos de pensar que nela o homem nada é ... Na Escritura
todas as palavras são
do homem, como lá, também, todas as palavras são de Deus. Num certo
sentido, a Epístola aos
Romanos é totalmente uma carta de Paulo e, num sentido ainda mais elevado,
é totalmente uma
carta de Deus" (Theopneustia, um livro altamente endossado por C. H.
Spurgeon). E como lemos
também em Manly: "A origem e a autoridade divinas da Palavra de Deus não
são para se afirmar
de modo a excluir ou anular a realidade da autoria humana com as
particularidades daí
resultantes. A Bíblia é a palavra de Deus ao homem, de capa a capa; ainda
assim, é ao mesmo
tempo, real e completamente, composição humana. Nenhuma tentativa deverá
ser feita ? como
certamente não faremos nenhuma ? para alijar ou ignorar o "elemento humano"
da Escritura, o
qual está iniludívelmente aparente na sua própria face; ninguém deverá desejar
engrandecer o
divino tanto a ponto de o atropelar, ou quase isso. É este um dos grandes
enganos em que
incorrem homens bons. Divino e humano, sejam ambos admitidos,
reconhecidos e aceitos grata e
jubilosamente, contribuindo cada um para fazer a Bíblia mais completamente
adaptada às
necessidades humanas como instrumento da graça divina e o guia p ara almas
humanas fracas e
errantes. A palavra não é do homem, quanto à sua fonte: nem dependendo do
homem, quanto à
sua autoridade: é por meio do homem e pelo homem como seu médio; todavia,
não simplesmente
como o canal ao longo da qual corre, qual água p or uma bica sem vida, mas
pelo homem e
através do homem como o agente voluntariamente ativo e inteligente na sua
comunicação.
Ambos os lados da verdade se expressam na linguagem escriturística: "Os
homens santos de
Deus falaram segundo foram movidos (levad os) pelo Espírito Santo" (2 Pedro
1:21). Os homens
falaram; o impulso e a direção foram de Deus" (A Doutrina da Inspiração). "As
Escrituras
contém um elemento humano bem como um divino, de modo que, enquanto
elas constituem um
28
corpo de verdade infalível, esta verdade está ajeitada em moldes humanos e
adaptados à comum
inteligência humana" (Strong).
III. A INSPIRAÇÃO EXECUTADA MILAGROSAMENTE
O elemento humano na Bíblia não afeta sua infalibilidade, tanto como a
natureza humana de
Cristo não afetou Sua infalibilidade. A inspiração se afetou milagrosamente
tanto como o
nascimento virginal de Cristo se efetuou milagrosamente e tanto como os
homens são trazidos ao
arrependimento e à fé milagrosamente. O arrependimento e a fé são atos
humanos voluntários,
contudo operam-se no homem pelo Espírito Santo. Deus efetuou o milagre da
inspiração
preparando providencialmente os escritores para o seu trabalho e revelando
Sua verdade aos
mesmos, habilitando, guiando e superintendendo -os no arquivamento dela
como para dar-nos por
meio deles uma transmissão exata e completa de tudo quanto Lhe aprouve
revelar.
"Conquanto o Espírito Santo não selecionou as palavras para os escritores,
evidente é que Ele as
selecionou a|ravés dos escritores" (Bancroft, Elemental Theolo gy).
IV. MÉTODOS NA INSPIRAÇÃO
O elemento miraculoso na inspiração, sem duvida, não pode ser explicado. E
não temos nenhum
desejo que o homem possa explicá -lo. Mas até um certo ponto, no mínimo,
podemos discernir
das Escrituras os métodos que Deus usou na inspiração. Um estudo dos
métodos empregados
deveria levantar nossa apreciação da inspiração.
(1) Inspiração por m io da r v lação obj |iva.
Algumas vezes se deu uma revelação direta e oral para ser escriturada, tal
como foi o caso ao darse
a Lei mosaica (Ex. 20:1) e tal como foi o caso, algumas vezes, com outros
escritores (Dan.
9:21-23; Apo. 17:7).
(2) Inspiração por m io d visão sobr na|ural.
Noutros casos deu-se uma visão sobrenatural com ou sem uma interpretação
dela, como foi o
caso com João na Ilha de Patmos.
29
(3) Inspiração por m io d Passividad .
Noutras vezes, quando não se nos dá evidencia de uma revelação externa de
espécie alguma, os
escritores foram tão conscienciosa e passivamente movidos pelo Espírito Santo
que ficaram
sabidamente ignorantes de tudo quanto escreveram, como foi o caso com os
profetas quando
escreveram de Cristo (1 Pedro 1:10).
(4) Inspiração por m io d iluminação divina.
Algumas vezes foi dada aos escritores tal iluminação divina como para habilitá -
los a entenderem
e aplicarem a verdade contida em prévias revelações, mas não feitas
inteiramente claras por eles;
como foi o caso com escritores do Novo Testamento ao interpretarem e
aplicarem a Escritura do
Velho Testamento (Atos 1:16, 17, 20; 2:16 -21; Rom. 4:1-3; 10:5-11).
(5) Inspiração por m io da dir ção d D us.
Em alguns casos os escritores foram meramente de tal modo guiados e
guardados como para
serem habilitados a recordar tais fatos históricos segundo Deus se agradou de
os fazer recordar,
quer fossem esses fatos pessoalmente conhecidos deles, ou obtidos de outros,
ou revelados
sobrenaturalmente. Todos os livros históricos são exemplos oportunos aqui.
(6) Inspiração por m io d r v lação subj |iva.
Noutras vezes foi a verdade revelada através dos escritores por um a tal
vivificação e
aprofundamento do seu próprio pensar como para habilitá -los a perceber e
recordar nova verdade
infalivelmente, como parece ter sido o caso com Paulo em muitas das suas
epístolas.
Somando-o tudo, podemos dizer que o processo de inspiraçã o consistiu de tais
meios e
influências como aprouve a Deus empregar, segundo as circunstancias, para
poder dar-nos uma
revelação divina, completa e infalível de toda a verdade religiosa de que
precisamos durante esta
vida. Ou podemos dizer com A. H. Strong: "Pela inspiração das Escrituras
queremos significar
aquela influência divina especial sobre as mentes dos escritores sagrados em
virtude da qual suas
produções, à parte de erros de transcrição, quando justamente interpretadas,
constituem juntas
uma regra de fé e prática infalível e suficiente".
30
V. A EXTENÇÃO DA INSPIRAÇÃO
Ver-se-á que a inspiração verbal está implicada no que já dissemos; mas,
como também já foi
dito, isto não destrói o elemento humano na Escritura. A Escritura é, toda ela, a
Palavra de Deus;
ainda assim, muitíssimo dela é também a palavra do homem. Os escritores
diferem em
temperamento, linguagem e estilo, diferenças que estão claramente manifestas
nos seus escritos,
ainda que suas produções são tão verdadeiras e completamente a Palavra de
Deus como qualquer
expressão oral de Jesus.
VI. PROVAS DA INSPIRAÇÃO VERBAL
Para prova de fato que a Bíblia é inspirada em palavra e não meramente em
pensamento,
chamamos a atenção para as evidencias seguintes:
(1) A Escri|ura inspirada nvolv n c ssariam n| a inspiração v rbal.
É nos dito que a Escritura é inspirada. A Escritura consiste de palavras
escritas. Assim,
necessariamente, temos inspiração verbal.
(2) Paulo afirmou qu l mpr gou palavras a l nsinadas p lo Espíri|o
San|o.
Em 1 Cor. 2:13, ao referir-se às coisas que ele conheceu pelo Espírito Santo,
disse: "Quais coisas
falamos, não nas palavras que a humana sabedoria ensina, mas que O Espírito
Santo ensina". É
isto uma afirmação positiva da parte de Paulo que ele não foi deixado a si
mesmo na seleção de
palavras. {Alguns acusam que em Atos 23:5, 1 Cor. 7:10,12, Paulo admite a
não inspiração. Em
Atos 23:5 Paulo diz a respeito do Sumo Sacerdote: "Não sabia, irmãos, que era
o Sumo
sacerdote". Isto "pode ser explicado tanto como a lin guagem de ironia
indignada: "Eu não
reconheceria tal homem como Sumo Sacerdote"; ou, mais naturalmente, como
uma confissão
atual de ignorância e falibilidade pessoais, o que não afeta a inspiração de
qualquer dos ensinos
ou escritos finais de Paulo" (Stron g). Inspiração não significa que os escritores
da Bíblia foram
sempre infalíveis no juízo ou impecáveis na vida, mas que, na sua capacidade
de mestres oficiais
e interpretes de Deus, eram conservados do erro.}
31
Nas passagens da primeira epístola aos cori ntios diz Paulo no caso de um
mandamento: "Mando
eu, todavia não eu, mas o Senhor"; ao passo que no caso de outros
mandamentos diz ele: "O resto
falo eu, não o Senhor". Mas notai que no fim das ultimas séries de exortações
ele diz: "Penso...
que eu tenho o Espírito de Deus" (1 Cor. 7:40). Aqui, portanto, Paulo
distingue... não entre os
seus mandamentos próprios e inspirados, mas entre aqueles que procediam de
sua própria
(inspirada de Deus) subjetividade e os que Cristo mesmo supriu por Sua
palavra objetiva"
(Meyer, in Loco).
(3) P dro afirmou a inspiração v rbal dos s us próprios scri|os como dos
ou|ros após|olos.
Em 2 Pedro 3:1,2,15,16 Pedro põe os seus próprios escritos e os de outros
apóstolos em nível
com as Escrituras do Velho Testamento. E de sde que Pedro creu que as
Escrituras do Velho
Testamento eram verbalmente inspiradas (Atos 1:16), segue -se, portanto, que
ele considerava os
seus escritos e os de outros apóstolos como verbalmente inspirados. {Uma
questão pode levantarse
quanto à dissimulação de Pedro em Antioquia, onde temos uma "contradita
prática às suas
convicções por separar-se e retirar-se dos cristãos gentios (Gál. 2:11-13)"
(Strong). "Aqui não
houve ensino público, mas a influencia de exemplo privado. Mas nem neste
caso, nem no
precitado (Atos 23:5) Deus suportou o erro como resolvido. Pela agencia de
Paulo o Espírito
Santo resolveu o assunto direito" (Strong)}
(4) Ci|açõ s m o Novo T s|am n|o |iradas do V lho provam a inspiração
v rbal dos scri|or s
do Novo T s|am n|o.
Tinham os judeus pela letra da Escritura uma consideração supersticiosa.
Certamente, então,
judeus devotos, se deixados a si mesmos, seriam extremamente cuidadosos
de citarem a Escritura
como está escrita. Mas achamos em Novo Testamento umas duzentas e
sessenta e três citações do
Velho Testamento e dessas, segundo Horne, oitenta e oito são citações verbais
da Setuaginta;
sessenta e quatro são emprestadas dela; trinta e sete tem o mesmo sentido;
mas palavras
diferentes; dezesseis concordam mais quase com o hebraico e vinte diferem
tanto do hebraico
como da Setuaginta. Todos os escritores do Novo Testamento, salvo Lucas,
eram judeus.
Contudo não escreveram como judeus. Que pode explicar isto, se eles não
estavam cônscios da
sanção divina de cada palavra que escreveram? Alguns bons exemplos de
citações do Velho
32
Testamento pelos escritores do Novo, onde novo sentido se põe nas citações,
acham-se em Rom.
10:6-8, que é uma citação de Deut. 30:11 -14.
(5) Ma| us afirmou qu o S nhor falou p los prof |as do V lho T s|am n|o.
Vide a Versão Revista de Mat. 1:22 e 2:15.
(6) Lucas afirmou qu o S nhor falou p la boca dos san|os prof |as. Lucas
1:70.
(7) O scri|or aos h br us afirma o m smo (Heb. 1:1).
(8) P dro afirmou qu o Espíri|o San|o falou p la boca d Davi. Atos 1:16.
(9) O argum n|o d Paulo m Gal. 3:16 implica inspiração v rbal.
Neste lugar Paulo baseia um argumento no número singular da palavra
"semente" na promessa de
Deus a Abraão.
(10) Os scri|or s do V lho T s|am n|o implicaram nsinaram
cons|an| m n| a au|oridad
divina d sua próprias palavras.
As passagens em prova disto são numerosas demais para precisarem de
menção.
(11) A prof cia cumprida é prova da inspiração v rbal.
Um estudo da profecia cumprida convencerá qualquer pessoa esclarecida que
os profetas foram
necessariamente inspirados nas próprias palavras que enunciaram; do
contrário, não podiam ter
predito algo do que eles souberam muito pouco.
(12) J sus afirmou a inspiração v rbal das scri|uras.
Jesus disse: "A Escritura não pode ser quebrada" (João 1 0:35), com o que ele
quis dizer que o
sentido da Escritura não pode ser afrouxada nem sua verdade destruída.
Sentido e verdade estão
dependendo de palavras para sua expressão. Sentido infalível é impossível
sem palavras
infalíveis.
33
Cap 4 - Objeções à Inspiração Verbal
São muitas e variadas as objeções trazidas contra a inspiração verbal. Não
tentaremos notá-las
todas, mas tomaremos apenas algumas das mais comuns; confiando que a
nossa discussão
indique quão razoável e facilmente se possa dispor de toda o utra objeção.
Estas objeções concernem:
I. CÓPIAS E TRADUÇÕES FALÍVEIS
1. OBJEÇÃO APRESENTADA
A primeira objeção que consideraremos pode ser apresentada assim: "De que
valor é a inspiração
verbal das cópias originais da Escritura, uma vez que não temos essas copias
originais e desde
que a grande maioria do povo deve depender de traduções das línguas
originais, traduções que
não podem ser tidas como infalíveis?"
2. OBJEÇÃO RESPONDIDA
(1) Es|a obj ção é corr |a m sus| n|ar qu as |raduçõ s das línguas originais
da Escri|ura não
pod m s r |idas como infalív is.
Em nenhum lugar Deus indica que os tradutores foram poupados ao erro.
Inspiração verbal quer
dizer a inspiração das cópias originais da Escritura.
(2) Es|a obj ção é |ambém corr |a m afirmar qu não | mos uma só das
cópias originais d
qualqu r par| da Escri|ura.
(3) Mas s|a obj ção não pr val c con|ra o fa|o da inspiração v rbal: la só
qu s|iona o valor
da inspiração.
(4) E a obj ção s|a rrada ao supor qu uma cópia admi|idam n| imp rf i|a
d um original
infalív l não é m lhor do qu a m sma spéci d cópia d um original falív l.
34
É mesmo melhor ter uma cópia imperfeita de um original infalível do que ter
uma cópia perfeita
de um original falível.
(5) A obj ção s|á rrada ou|ra v  ao implicar qu não | mos uma cópia do
original
subs|ancialm n| xa|a.
Por meio de uma comparação das muitas cópias antigas dos originais da
Escritura, a crítica
textual progrediu a tal ponto que nenhuma dúvida existe quanto a qualquer
doutrina importante
da Bíblia. Enquanto que Deus não nos conservou as cópias originais (e Ele
deve ter tido boas
razões para não fazer assim), Ele nos deu uma tal abundância de cópias
antigas, que podemos,
com notável exatez, chegar à leitura dos originais.
(6) E o s|udo do h braico do gr go progr diu a |al pon|o, s|
conh cim n|o s |ornou
prov i|oso m smo ao povo comum, d |al modo, qu |odos pod m ficar
s guros do significado da
língua original m quas |odos os casos.
II. SALMOS IMPRECATÓRIOS
Outra objeção se traz contra o que é conhecido por "salmos imprecatórios".
1. OBJEÇÃO APRESENTADA
Diz-se que o salmista "brada indignadamente contra os seus opressores", e
que o achamos usando
linguagem "que seria imprópria nos lábios do Senhor", linguagem, é -nos dito,
em que
descobrimos "traços de prejuízo e paixão humanos". Tais são as objeções
levantadas por J.
Patterson Smith em "How God Inspired The Bible" (Como Deus inspirou a
Bíblia).
O objetor esta errado aqui ao assumir que os salmos imprecatórios de Davi
expressam o
sentimento pessoal de Davi contra os seus inimigos meramente por causa do
que eles lhe tinham
feito. Davi era o suave cantor de Israel e não se dava a manifestações de
amargura e vingança
pessoais. Notai sua atitude principesca para com Saul ainda mesmo qua ndo
Saul buscou sua vida
sem nenhuma lícita razão.
2. CASOS ESPECÍFICOS CITADOS PELO OBJETOR
35
(1) "Ó D us, qu bra-lh s os d n| s nas suas bocas" (Salmos 58:6).
Um estudo deste salmo revela que as palavras supra não se referem aos
inimigos pessoais de
Davi, mas aos injustos em geral. Davi estava aqui só articulando a indignação
d?Aquele que
"odeia todos os obradores de iniqüidade" (Salmos 5:5). E notai que aqui nada
se diz como de
Davi sobre este juízo ser infligido imediatamente. Aqui só temos a sanção
inspirada de Davi do
julgamento final de Deus sobre os ímpios. Isto está evidente de uma
comparação do Salmo 58:9-
11 com Apocalipse 19:1-6. Nestas passagens temos a profecia e o seu
cumprimento.
(2) "S jam s us filhos con|inuam n| vagabundos m ndigu m; b usqu m o
s u pão m lugar s
d solados" (Salmos 109:10).
Atos 1:16 mostra que isto não foi falado dos inimigos pessoais de Davi, mas foi
uma expressão
profética a respeito de Judas. E Pedro diz que o Espírito Santo falou isso pela
boca de Davi. Esta
imprecação sobre os filhos de Judas é segundo a própria revelação de Deus,
de Si mesmo, como o
que visita "a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração
daqueles que O
aborrecem" (Êxodo 20:5).
(3) "Ah! Filha d Babilônia, qu vai s r assolada; f li aqu l qu | r |ribuir o
pago qu |u nos
pagas| a nós; f li aqu l qu p gar m | us filhos d r com l s p las
p dras" (Salmos
137:8,9).
Mas notais que as palavras não são uma oração, nem uma imprecação, mas
só e totalmente uma
profecia. Então notai que este juízo foi para ser atribuído a Babilônia por causa
do modo por que
ela tratara Israel. E depois revocai as palavras de Deus faladas através de
Balaão: "Abençoado é o
que te abençoar e amaldiçoado é o que te amaldiçoar" (Números 24:9), nas
quais temos um eco
do assegurado a Abraão (Gênesis 27:29).
As palavras de Davi, com aquelas de Isaias (Isaias 13) sobre Babilônia, tem um
duplo sentido:
referem-se imediatamente à destruição de Babilônia pelos médos (Isaias 13:7),
mas remotamente
à punição dos ímpios na vinda de Cristo à terra (Isaias 13:9 -11; 34:1-18;
Zacarias 14:1-7;
Apocalipse 19:11-21).
36
Como agente de Deus, Davi revelou a indignação de Deus contra os ímpios
mas, até onde seus
próprios sentimentos pessoais diziam respeito, ele tinha som ente misericórdia
e benevolência
para com os seus inimigos pessoais. Recusou molestar o Rei Saul quando ele
teve a oportunidade
e justificação humana, e após Saul morrer, inquiriu: "Ficou algum da casa de
Saul a quem eu
possa mostrar bondade?" (2 Samuel 9: 1,2,11).
Estes exemplos são suficientes para mostrarem quão inócuas são as objeções
dos críticos a
respeito dos salmos imprecatórios.
III. AS IMPRECAÇÕES DE NOÉ E O LOUVOR DE DÉBORA
Objeções semelhantes costumam ser trazidas contra a Bíblia por causa da
imprecação de Noé
sobre Canaã (Gênesis 9:25) e por causa de Débora louvar Jael por assassinar
Cisera á traição
(Juizes 5:24-31).
A resposta aqui é simples e breve. A Bíblia não justifica nem a Noé nem a
Débora pelas
expressões mencionadas: recorda merament e o fato que as expressões foram
feitas. Verdade é
que Noé expressou uma predição verdadeira das nações descendentes do seu
filho, mas, que Deus
o moveu a expressar a maldição sobre Canaã, ou meramente lhe permitiu
expressar a verdade
numa explosão de raiva, não está declarado.
A Bíblia, de modo algum sanciona cada palavra e ato nela recordados. Ela
recorda as palavras e
ações de homens maus, tais como o Rei Saul e Acabe; muitas vezes não dá o
seu veredicto sobre
eles. Deus revelou sua Lei pela qual todas as ações serão julgadas; portanto,
desnecessário foi que
Ele devesse atravancar a Bíblia como a apreciação de toda a palavra ou ação
arquivada.
Inspiração verbal que dizer, simplesmente, que os escolhidos para escreveram
a Bíblia foram
guardados do erro no que escreveram. Se os seus escritores representam uma
convicção sincera
de si mesmo, é verdade; mas se o relato de alguma outra pessoa, pode ser
verdade ou falso,
segundo ele se harmoniza com a Bíblia como um todo.
IV. "CAPÍTULOS OBSCENOS" ASSIM CHAMADOS
É-nos dito então que em certos capítulos da Bíblia "a obscenidade pulula do
princípio ao fim".
37
Em resposta a esta objeção, diz R. A. Torrey: "que há capítulos na Bíblia que
não podem ser
prudentemente tratados numa audiência mista, não temos o desejo de negar;
mas os referidos
capítulos não são obscenos. Falar do pecado nos termos mais claros, mesmo
do pecado mais vil,
para se poder expor sua asquerosidade e para retratar o homem como ele
realmente é, não é
obscenidade: é pureza numa das suas formas mais elevadas. Se uma historia
é ou não obscena,
depende inteiramente de como é dita e para que fim é dita. Se se conta uma
história para fazer-se
caçoada do pecado, ou para coonestar e desculpar o pecado (ou para gratificar
a luxuria), é
obscena. Se uma história é contada para fazer os homens odiarem o pecado,
para mostrar aos
homens a hediondez do pecado, para induzir os homens a darem ao pecado
tão vasto desprezo
quanto possível e mostrar ao homem sua carência de redenção, não é
obscena: é moralmente
salutar" (Difficulties and Alleged Contradictions and Errors in the Bible).
Se esses capítulos fossem obscenos, eles constituiriam leitura favorita nos
antros do vício. Mas
alguém alguma vez ouviu gente ruim lendo a Bíblia para seu prazer luxurioso?
Ela não tira prazer
da leitura da Bíblia, mas faz galhofa com ouvir os comentários obscenos dos
críticos. É o critico
que é obsceno, não a Bíblia. O coronel Ingersoll opôs -se à Bíblia por revelar
ações vis "sem um
toque de humor", como se justo fora a Bíblia ter feito uma caçoada do pecado e
da imoralidade.
V. VARIAÇÕES NUMÉRICAS
Traz-se uma objeção contra a inspiração verbal por causa de variações
numéricas.
A respeito do número dos judeus, achamos que a soma dada em 1 Crônicas
21:5 de Israel é
1.100.000 e para Judá, 470.000, fazendo um total de 1.570.000; ao passo que
o número dado em
2 Samuel 24:9 de Israel é 800.000 e de Judá é 500.000, fazendo um total de
1.300.000. Esta
discrepância é facilmente explicada por notar -se que o número dado em
Crônicas para Israel foi
de homens "dos que arrancavam espada", pelo que se entende que havia este
número sujeitos ao
serviço militar, enquanto que Samuel nos diz que em Israel havia tantos
"valentes que
arrancavam a espada", pelo que se quer dizer que havia esse número de
homens que se
distinguiram por bravura em combate atual. A diferença a respeito de Judá foi
ocasionada pelo
fato de Samuel ter dado o número total de homens em Judá, ao passo que
Crônicas da o número
de homens sujeitos ao serviço militar.
38
[ Em outros lugares, tais como 1 Reis 7:26; 2 Crônicas 4:5; 2 Samuel 8:4 e 1
Crônicas 18:4 as diferenças numéricas são provavelmente devidas a erros de
transcrição. Os números se indicam por letras em hebraico e uma pequena
alteração de uma letra muda grandemente o seu valor n umérico.
Não deverá parecer-nos estranho que as atuais cópias da Bíblia contenham
alguns erros menores. Não deverá surpreender -nos qualquer coisa mais que a
descoberta de alguns erros de revisão em nossas Bíblias. Não temos mais
razão
para crermos em copistas infalíveis do que temos para cremos em impressores
infalíveis. Verificando a laboriosa tarefa de se copiarem as Escrituras a mão,
maravilhoso é que não haja mais erros menores. ]
Nota do editor: Este parágrafo acima está totalmente ERRADO foi um erro
lamentável do Dr. Simmons em atacar a doutrina da infallifilidade das
Escrituras.
Noutro lugar uma diferença numérica (Números 25:9) é para ser explicada
como o uso
perfeitamente legítimo de números redondos em vez de exatos.
VI. ALEGADO ENGANO DE MATEUS
Alega-se que Mateus atribuiu a Jeremias uma profecia que devera ter sido
creditada a Zacarias.
Este suposto engano de Mateus acha -se em Mateus 27:9,10. Aqui Mateus
parece citar Zacarias
11:13, mas que isto não é absolutamente certo, parece de uma comparação
das duas passagens.
Mateus não faz uma citação verbal de Zacarias, portanto não se pode manter
com certeza que ele
intencionou estar citando de Zacarias. E, enquanto não temos nos escritos
disponíveis de Jeremias
qualquer passagem que realmente se pareça com a citação de Mateus,
estamos longe da
necessidade de admitir que Mateus fez um engano. Não sabemos se temos
todas as expressões
39
proféticas de Jeremias. Em Judas 14 temos mencionada uma profecia de
Enoque que não
encontramos em nenhum outro lugar da Bíblia. Não ouvimos de nenhuma
objeção ser trazida
contra esta passagem. Mas suponde que algum outro escritor na Escritura
tivesse dito algo
semelhante às palavras atribuídas a Enoque. Então o critico teria dito que
Judas se enganou.
Mais ainda, pode ser que os capítulos nono e onze do livro atribuído a Zacarias
foram escritos por
Jeremias. Muitos críticos crêem que só os belos nove capítulos de Zacarias
compõem os escritos
atuais deste profeta. Mateus estava em posição muito melhor do que quaisquer
dos seus críticos
para saber de quem ele estava citando. Supor que ele descuidadamente
escreveu Jeremias quando
pensou Zacarias, deixando-o sem subseqüente correção, é supor um absurdo.
E não há sinal que
um copista fez o erro.
VII. SUPOSTO ENGANO DE ESTEVAM
Nossa objeção seguinte a considerar é uma alegada contradição entre Gênesis
23:17,18 e as
palavras de Estevam em Atos 7:16.
A isto respondemos:
1. M smo qu uma con|radição pud ss s r f i|a aqui, nada provaria con|ra a
inspiração, pois
Es| vam não foi um dos scri|or s inspirados.
Lucas meramente recorda o que Estevam disse.
2. Mas aqui não apar c con|radição.
As duas passagens não se referem à mesma coisa. O sepulcro mencionado no
Gênesis estava em
Hebron; o mencionado por Estevam estava em Siquem. Isto torna claro que
Abraão comprou dois
sepulcros. No caso do comprado em Hebron, ele comprou o campo rodeando o
sepulcro; mas, no
caso do em Siquem, nenhuma menção se faz à compra do campo em redor.
Este último fato explica uma outra alegada contradição. Acusa-se que Gênesis
33:19 refere que
Jacó comprou o sepulcro em Siquém. Mas tal coisa não está afirmada em
Gênesis 33:19: Diz
simplesmente que Jacó comprou o campo na vizinhança de Siquem; e, desde
que os ossos de José
40
foram enterrados neste campo, foi neste campo, com toda probabilidade, que
se citou o segundo
sepulcro de Abraão. Isto também parece do fato de o segundo sepulcro de
Abraão e do campo
comprado por Jacó pertencerem primeiro aos mesmos donos. Assim, neste
último caso temos
simplesmente Abrão comprando um sepulcro enquanto que, mais tarde, Jacó
compra o campo em
que se situou o sepulcro.
VIII. AS GENEALOGIAS DE CRISTO
As duas genealogias de Cristo são tidas como contraditórias. Para estas
genealogias vide Mateus
1 e Lucas 3. A explicação aqui é:
1. Ma| us dá a g n alogia d J sus por m io d José, porqu s|ava
apr s n|ando J sus como
r i dos jud us.
Portanto, ele desejou mostrar o seu direito legal ao trono, o qual exigia que
Jesus descendesse de
Davi através do Seu (suposto) pai.
2. Lucas dá a d sc ndência d J sus por m io d Maria, porqu s|ava
in| r ssado m
apr s n|ar Cris|o som n| como o Filho do Hom m.
Logo, é natural que ele désse a presente descendência humana de Cristo,
mais do que Sua
descendência suposta e legal; mas, invés de in serir o nome de Maria, Lucas
inseriu o nome de
José, porque não era costume aparecer os nomes de mulheres nas taboas
genealógicas. José é dito
ser o filho de Heli, mas, num sentido vago, isto pode significar nada mais senão
que José era
genro de Heli. Os Targuns nos dizem que Heli era o pai de Maria.
3. Em con|rário ao qu há pouco s diss sobr a m nção d mulh r s nas
|aboas g n alógicas,
Ma| us m nciona qua|ro; mas m cada caso há raão sp cial para
s m lhan| m nção.
John A. Broadus, no seu comentário sobre Mateus, diz do aparecimento dos
nomes de Tamar,
Raabe e Rute na genealogia de Mateus, e a menção da esposa de Urias
(Batséba): "Isto parece ter
sido feito porque cada uma das quatro veio a ser mãe na linhagem messiânica
num modo
irregular e extraordinário, pois em recontar-se uma longa lista de nomes é
muito apto a
mencionar-se algo desusado que se prende a este ou aquele indivíduo". E é
preciso notar que,
41
mesmo em Mateus, estas mulheres são meramente referidas. Os seus nomes
não permanecem em
lugar do parente paterno. Conseqüentemente, nada há aqui que indique que o
costume não
justificou a Lucas omitir o nome de Maria na linhagem direta.
4. Uma ul| rior dificuldad quan|o ao pai d Sh al|i l, Ma| us dando J conias
Lucas dando
Néri, é para s r xplicada p lo fa|o qu Lucas d u |oda a asc ndência, ao
passo qu Ma| us d u
ap nas a linhag m r al só a|é Davi.
Jeconias é o mesmo que Joaquim, um dos últimos reis de Judá.
IX. A INSCRIÇÃO SOBRE A CRUZ
As quatro narrativas da inscrição sobre a cruz têm sido sujeitas a criticas. Mas
notemos:
1. Não | mos indicaçõ s qu cada um dos scri|or s p nsou s|ar dando |udo
quan|o s|ava na
inscrição.
2. N m um dos scri|or s con|radi-s a|ualm n| com os d mais.
Podemos ver melhor este fato por arranjar as narrativas da inscrição como
segue:
Mateus 27:37 "Este é Jesus ..................................................... o Rei dos
Judeus".
Marcos 15:26 "......................................................................... o Rei dos
Judeus".
Lucas 23:38 "Este é ................................................................ o Rei dos
Judeus".
João 19:19 ".............................................. Jesus de Nazaré, - O Rei dos
Judeus".
Total ................................................. "Este é Jesus de Nazaré, - o Rei dos
Judeus".
3. Assim como s r qu r dos qua|ro vang lis|as qu nos dê m um r |ra|o
compl |o d J sus,
assim d l s s r qu r qu nos dê m uma r lação compl |a da inscrição sobr
a cru.
Os diferentes aspectos de Jesus e do Seu ministério, conforme estão
estabelecidos no Evangelho,
indicam-se no seguinte verso:
42
"Mateus, Messias, o Rei de Israel estabelece -se, morto por Israel; Mas Deus
decretou que a perda
de Israel fosse o ganho dos gentios. Marcos conta -nos de como em paciente
amor esta terra foi
uma vez pisada por um, que em forma de servo era contudo o Filho De Deus.
Lucas, o médico,
conta de um médico ainda mais hábil, O qual deu Sua vida como Filho do
Homem, para curarnos
de Todo mal. João, o amado de Jesus, vê nEle o Filho do Pai; o Verbo eterno
feito carne,
contudo Um com o Pai.
Pode ser que a inscrição diferia nas três línguas, e que isto justifica, em parte,
as diferenças nas
narrativas.
X. NARRATIVAS DA RESSURREIÇÃO
Objeta-se por causa de supostas contradições nas difere ntes narrativas da
ressurreição.
1. Ma| us m nciona som n| o apar cim n|o d um anjo às mulh r s no
s pulcro (28:2-8), ao
passo qu Marcos di qu foi um jov m (16:5 -7) Lucas di qu havia dois
hom ns (24:4-8).
Não há contradição aqui. O jovem mencionad o por Marcos é evidentemente o
anjo mencionado
por Mateus. Anjo quer dizer "mensageiro". O mensageiro de Deus às mulheres
foi uma aparição
sobrenatural na forma de um moço. Um anjo é um espírito e não tem corpo
material de si próprio,
mas pode assumir um corpo temporariamente.
2. Marcos di qu a m nsag m do anjo foi n|r gu às mulh r s d pois qu
las n|raram no
|mulo. Ma| us não fa m nção da n|rada no s pulcro.
Mas aqui não há contradição, porque Mateus não diz que as mulheres não
entraram no túmulo
antes que o anjo deu a mensagem.
3. Lucas m nciona os dois hom ns m pé, nquan|o qu Marcos m nciona o
jov m s n|ado.
Isto se explica facilmente por supor-se que o que falou (e, sem duvida, o outro
também) estava
sentado quando primeiro visto, e que se le vantou, como seria natural, antes de
se dirigir às
mulheres. Lucas não diz que os dois homens não estavam sentados quando as
mulheres entraram
no túmulo e Marcos não diz que o seu jovem não se ergueu antes de falar.
43
4. Lucas di, ao r la|ar a m nsag m às mulh r s: "El s lh s diss ram", ao
passo qu Marcos
di: "El lh s diss ".
Um desses homens provavelmente fez a fala; não se assemelhariam a
crianças na escola recitando
a mensagem em uníssono. Mas o outro concorreu à mensagem. Portanto, o
relato de cada escritor
é válido. Quando uma pessoa fala e outra entra na conversa, é perfeitamente
natural dizer-se que
ambas disseram o que está dito.
5. A m nsag m dos anjos não s|á r la|ada por |odos os scri|or s com as
m smas palavras.
Mas isto não apresenta dificuldade real, porque nenhum deles indica que está
dando a mensagem
verbalmente.
(João 20:11-13 não está considerado aqui em conexão com o precitado porque
recorda uma
ocorrência mais tarde).
XI. CHACINA DE NAÇÕES PAGÃS
A ordem concernente à chacina das nações pagãs na terra de Canaã tem dado
lugar a uma
objeção. Vide Deuteronômio 20:16,17.
1. D us afirma qu punirá os ímpios no inf rno por |oda a | rnidad .
Se Deus tem o direito de fazer isto (e quem o negará?), não terá Ele o direito
de ordenar tirar-selhes
a vida física quando Lhe apraz assim fazer? Por que, então, duvidar que Deus
inspirou esta
ordem?
2. Foi um golp d mis ricórdia cor|ar ss s povos pr ma|uram n| m sua
iniqüidad , qu por
mais dias só lh s |raria maior cas|igo no inf rno.
Nenhum dos adultos que foram trucidados na sua impiedade foi dos eleitos;
porque todos os
eleitos que alcançam a responsabilidade vêem a Cristo antes da morte; logo, é
verdade que a
continuação da vida só podia envolver esses povos em maior castigo.
44
3. Quan|o às crianças n|r ssas naçõ s, s D us aprouv l vá -las para o
céu na sua infância,
qu m obj |aria?
Deus sabe melhor e faz tudo bem. A salvação das crianças que morrem está
tratada no capítulo
sobre Responsabilidade Humana.
XII. O DIA COMPRIDO DE JOSUÉ
Traz-se objeção porque a Bíblia recorda que um certo dia se prolongou pela
parada do sol à
ordem de Josué (Josué 10:12-14).
1. Fa-s obj ção à linguag m d Josué.
Diz-se que a linguagem de Josué implica que o sol se move, mas isso não é
mais verdade do que
é verdade a nossa linguagem comum ao falarmos que o sol nasce e se deita,
como se ele se
movesse. Josué usou simplesmente a linguagem da aparência, como fazemos
hoje.
2. Fa-s obj ção à au| n|icidad da ocorrência.
Tem-se dito que semelhante coisa subvertia todo o curso da natureza mas,
absurdo como possa
parecer aos nossos pseudo-sábios da crítica, Heródoto, o grande historiador
grego, conta-nos que
os sacerdotes egípcios lhe mostraram o arquivo de um dia comprido (Hist.
2:142). E os chineses
tem um arquivo de um dia comprido no reinado de Yeo, que se crê ter sido
contemporâneo de
Josué.
XIII. JONAS E A "BALEIA"
Diz-se que a baleia não podia ter engolido Jonas. Notaremos primeiro que,
quando corretamente
traduzida, a Bíblia não diz que foi uma balei a que engoliu Jonas. A palavra
grega para baleia em
Mateus 12:40 significa simplesmente um "monstro marinho". Por outro lado,
notaremos que a
idéia de uma baleia não poder engolir um homem é outra pretensão ignorante.
No "Cruise of the
Cachalot", Frank Bullen caracteriza a idéia que a guela de uma baleia é
incapaz de admitir
qualquer objeto grande como "um pedaço de crassa ignorância". Ele relata
como "um tubarão
com quinze pés de comprimento foi achado no estômago de uma baleia" e ele
descreve este
45
monstro como "nadando a voga com o queixo inferior pendendo na sua
posição normal e sua
imensa guela bocejando como alguma caverna submarina". Nisto Jonas podia
ter escorregado tão
facilmente que a baleia teria ficado escassamente cônscia de sua entrada.
Outro testemunho
notável do Sr. Bullen é "que quando morrendo, a baleia sempre expulsa os
conteúdos do seu
estômago" e diz que, quando apanhada e matada, uma baleia de tamanho
completo despejou do
estômago alimento "em massas de enorme tamanho ... sendo algumas delas
calculada terem o
porte de nossa chocadeira, isto é, oito pés por seis por seis!" Ainda assim
dizem os críticos que a
Bíblia está errada! A despeito da asserção confiada dos críticos quereriam ser
sábios, que um
homem não podia sobreviver à ação do suco gástrico no estômago de um
peixe, há casos
arquivados de homens serem engolidos por tubarões e saírem vivos. Contudo,
desnecessária é
uma explicação que o Doador da Vida podia ter conservado Jonas vivo
miraculosamente.
XIV. SACRIFÍCIOS ANIMAIS
Na base de Isaías 1:11-13; Jeremias 7:22; Amós 5:21-24; Miquéias 6:6-8 tem-
se afirmado que os
profetas denunciaram todos os sacrifícios animais e não os reconheceram
como sendo de
instituição divina. Semelhante noção representa, sem dúvida, os profetas como
estando em
conflito com o Pentateuco. Para vermos que o Pentateuco representa Deus
ordenado sacrifícios
animais, temos só de examinar capítulos tais como Êxodo 12; Levítico 4:8,12 e
16.
Em resposta à afirmação que os profetas denunciaram todos os sacrifícios
animais e não os
reconheceram como sendo de origem divina, notemos:
1. J r mias fala nou|ro lugar d sacrifícios como s|ando n|r "às bênçãos
coroan| s d um dia
mais f li".
Vide Jeremias 33:18. Isto é para se cumprir num dia quando Deus diz que
Israel será para Ele
"um nome de júbilo, de louvor e glória, perante todas as nações da terra"
(Jeremias 33:9). Então
Israel não será mais uma nação rebelde, andando em desobediência pertinaz.
Farão então as
coisas que agradam ao Senhor e uma das coisas que farão, segundo Jeremias
33:18, é oferecer,
por meio dos seus sacerdotes, ofertas queimadas e sacrifícios continuamente.
Jeremias fala disto
com a máxima aprovação.
46
2. Amós cond nou os sacrifícios d Isra l só porqu jun|am n| com os s us
sacrifícios a D us
|inham l vado o |ab rnáculo d Moloqu .
Vide Amós 5:25,26. Com o culto idólatra tinham negligenciado o juízo e a
justiça. Por estas
razões Deus odiou os seus dias de festa. Vide Ezequiel 20:39. Eram
fingimentos hipócritas de
respeito por Jeová. Pelas mesmas razões Deus desgostou-se dos seus
cânticos. Concluiremos que
Deus rejeitou todo cântico?
3. O significado d J r mias 7:22 é qu D us não falou a Isra l primariam n|
sobr sacrifícios
no dia m qu o |irou do Egi|o qu não ord nou sacrifícios como um fi m m si
m smos.
Remove-se a dificuldade quando o ponto preciso do texto é reconhecido. A
palavra "acerca"
deverá ser vertida "com vista à matéria de sacrifícios". Isto é, eles não são o
fim contemplado:
eram só meios de alcançarem um fim mais elevado; portanto, estavam
enganados e errados todos
quantos limitaram suas vistas ao sacrifício formal" (Robert Tuck, em A
Handbook of Biblical
Difficul|i s).
4. A linguag m dos ou|ros prof |as não é mais for| do qu a linguag m usada
nou|ros lugar s
da Escri|ura, a qual não pod s r manif s|am n| |omada no absolu|o.
Em Êxodo 16:8 Moisés declarou a Israel: "Vossas murmurações não são contra
nós, senão contra
o Senhor", enquanto que, no verso 2, se diz que os filhos de Israel
"murmuraram contra Moisés e
Arão". E no Salmo 51:4 Davi disse na sua oração a Deus: "Contra Ti, contra Ti
somente pequei e
fiz o mal em Tua vista", quando é certo que ele pecara contra Urias. Daí lemos:
"É um modo
usual de falar da Escritura, para expressar a preferência que se deve a uma
coisa sobre outra, em
termos que expressam a rejeição daquilo que é menos digno" (Lowth). E outra
vez: "Henderson
nota sugestivamente que não é infreqüente na Escritura afirmar -se uma coisa
absolutamente que é
verdadeira só relativamente. Absolutament e Deus ordenou sacrifícios, mas não
tais como eles
ofereceram, nem de obrigações finais" (Tuck, ibid.). Mais: "A negativa no
hebraico muitas vezes
supre a falta do comparativo, não excluindo a coisa negada, mas só implicando
a pretensão
primaz da coisa posta em oposição a ela" (Commentary by Jamieson, Fausset,
and Brown).
47
Correspondendo ao acima, achamos em Oséias 6:6 tanto a cláusula negativa
como a comparativa
colocadas juntas como para indicar que ambas expressam a mesma verdade.
E a última clausula, -
"e conhecimento mais do que ofertas queimadas" prove a chave para
interpretar-se todas as
denunciações dos sacrifícios de Israel.
XV. O ESPÍRITO MENTIROSO NA BOCA DOS PROFETAS DE ACABE
Em 2 Crônicas 18:22 Mica está representando como declarando a Acabe: "O
Senhor pós um
espírito mentiroso na boca destes teus profetas". Isto faz -nos perguntar se
Deus fez este espírito
mentiroso estar na boca dos profetas de Acabe. A resposta é que Ele não fez.
O recordado aqui,
juntamente com uma porção de outras passagens , dá uma forte expressão ao
que teve lugar
segundo a providência ou propósito permissivos de Deus. Vide discussão da
vontade permissiva
de Deus no capítulo sobre "A Vontade de Deus". Vide também Isaías 45:7,
onde se diz que Deus
criou o mal. Isto é para ser explicado da mesma maneira como a passagem
precedente.
Esta explicação é reforçada por uma comparação de 2 Samuel 24:1 com 1
Crônicas 21:1. Na
primeira passagem se diz que Deus moveu Davi a computar Israel e na última
se diz que Satã
"provocou Davi a numerar Israel". Deus moveu Davi permissivamente. Todas
estas passagens
tomadas em conjunto são mutuamente explanatórias.
XVI. CITAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO TIRADAS DO VELHO
Levanta-se uma objeção por causa de diferenças verbais entre algumas
passagens do Velho
Testamento e a citação delas em o Novo.
Mas, como já notamos, em vez disto ser contra a inspiração verbal, é um
argumento a favor dela.
Se Deus pôs mais sentido nas passagens do Velho Testamento do que a
linguagem podia
comunicar aos homens, não foi privilégio todo Seu trazer este sentido ao Novo
Testamento?
Deus tem direito de interpretar Suas próprias palavras. Na verdade, estas
citações mostram a
profundeza e amplidão da Escritura e assim testemunham de sua inspiração.
48
Cap 5 - A Natureza e Atributos de Deus
Estamos preparados agora a descobrir pelas Escrituras o modo do ser de
Deus.
I. A NATUREZA DE DEUS
Duas expressões bastarão para indicarem a natureza de Deus.
1. DEUS É UM ESPÍRITO.
Temos estas palavras exatas da boca de Jesus em João 4:24. Este estatuído
significa que Deus é
puro, inteiro e unicamente um espírito. Um espírito pode habitar um corpo, mas
um espírito puro
não tem e não habita um corpo; pois Jesus disse outra vez depois da
ressurreição: "Um espírito
não tem carne e ossos como vós vedes que eu tenho" (Lucas 24:39).
Conseqüentemente, nunca se
diz de o homem ser um espírito enquanto habita o corpo. Diz -se que ele possui
um espírito, mas,
quando sua natureza mista se descreve, diz -se ser ele uma "alma vivente"
(Gênesis 2:7; 1
Coríntios 15:45) antes que um espírito.
Também sabemos que Deus é um espírito puro, não possuindo ou habitando
um corpo, por causa
da Sua invisibilidade (Colossenses 1:15; 1 Timóteo 1:17; Hebreus 11:27) e por
causa de Sua
onipresença.
Isto nos traz a considerarmos aquelas passagens da Escritura que atribuem a
Deus partes
corporais tais como olhos e ouvidos, mãos e pés. Em vista do que já se disse,
claro é que estas
passagens se tomem num sentido figurado e simbólico. Semelhantes
representações são
conhecidas teologicamente como antropomorfismos.
Robert Young, autor de "Analytical Concordance to the Biblie", diz:
"Sentimentos, ações e partes
humanas se atribuem a Deus, não que elas estejam realmente n?Ele, mas
porque tais efeitos
procedem d?Ele como iguais àqueles que fluem de tais coisas nos homens".
Doutro lado, há outras passagens que são explicadas por A. H. Strong como
segue: "Quando de
Deus se diz como aparecendo aos patriarcas e andando com eles, as
passagens são para ser
explicadas como se referindo a manifesta ções temporárias dEle mesmo em
forma humana,
49
manifestações que prefiguram o tabernáculo final do Filho de Deus em carne
humana"
(Systematic Theology, pág. 120).
A personalidade de Deus está envolvida na Sua espiritualidade e portanto não
é tratada como uma
característica separada.
2. DEUS É UM.
Por este estatuído pensamos afirmar Sua unidade em toda a plenitude desse
termo. Queremos
dizer que há um só Deus e também queremos dizer que a Sua essência é
homogênea, individida e
indivisível.
Que há um só Deus, está ensinado em Deuteronômio 6:4; Isaías 44:6; João
17:3; I Coríntios 8:4; I
Timóteo 1:17; 2:5. E é irracional, ainda mais, assumir a existência de uma
pluralidade de deuses,
quando um só explica todos os fatos. Também as passagens que representam
Deus como infinito
e perfeito (Cf. Salmos 145:3; Jó 11:7 -9; Mateus 5:47-48) e provas indiretas de
Sua unidade;
porquanto infinidade e perfeição absolutas são possíveis a um só. Dois seres
semelhantes não
podiam existir, pois um limitaria o outro.
Que a essência de Deus é homogênea, individida e indivisível, é uma
inferência necessária do
fato que Deus é um espírito puro. Tudo quanto sabemos do espírito nos
compele a crer que sua
essência é simples e não composta.
J. P. Boyce dá as três seguintes razões para afirmar-se a unidade de Deus no
sentido em que a
estamos agora discutindo:
"1. Porque a composição (ou um por junto) envolve a possibilidade de
separação, o que
envolveria a destrutibilidade e mutabilidade, cada qual inconsistente com a
perfeição absoluta e a
existência necessária.
"2. A composição envolve um tempo de existência separada das partes
componentes". Isto
necessitaria de um tempo em que as partes existiram separadamente e,
portanto, de um tempo em
que Deus não existiu, ou "quando Ele existiu imp erfeitamente, não tendo ainda
recebido para Sua
50
natureza essencial as adições feitas subseqüentemente, o que tudo é
inconsistente com a perfeição
absoluta e a essência necessária.
"3. Se as partes foram compostas, foram feitas por alguma força de fora, ou
tem sido um
crescimento em Sua natureza". E ambas essas idéias são inconsistentes com a
perfeição absoluta
e a existência necessária.
Todavia, a unidade de Deus não impede Sua trindade e Sua trindade não está
de modo algum em
discrepância com a Sua unid ade. A trindade, como veremos mais claramente
depois, consiste de
três distinções eternas no mesmo ser e na mesma pura essência, distinções
que nos são
apresentadas sob a figura de pessoas.
II. OS ATRIBUTOS DE DEUS
"O termo "atributo", diz J. M. Pendleton, "na sua aplicação a pessoa ou coisas,
significa algo
pertencente a pessoas ou coisas. Os atributos de uma coisa são tão essenciais
a ela que sem eles
ela não podia ser o que é; o que é igualmente verdade dos atributos de uma
pessoa. Se um homem
fosse despido dos atributos que lhe pertencem, ele cessaria de ser um homem,
pois esses atributos
são inerentes naquilo que o constitui um ser humano. Se transferirmos estas
idéias a Deus,
acharemos que os Seus atributos lhe pertencem inalienávelmente e, portanto,
o que Ele é deve ter
sido sempre. Os seus atributos são suas perfeições, inseparáveis de Sua
natureza e constituindo o
Seu caráter" (Christian Doctrines, pág. 42).
J. P. Boyce diz: "Os atributos de Deus são aquelas particularidades que
marcam ou definem o
modo de Sua existência, ou que constituem o Seu caráter. Não são separados
ou separáveis de
Sua essência ou natureza e contudo não são essa essência, mas
simplesmente fundamento ou
causa de sua existência nela, e são ao mesmo tempo as particularidades que
constituem o modo e
o caráter do Seu ser" (Abstract of Systematic Theology, pág. 65).
"Os atributos de Deus", segundo definição de A. H. Strong "são aqueles
característicos
distinguintes da natureza divina inseparáveis da idéia de Deus e que
constituem a base e o
fundamento para Suas várias manifestações às Suas criaturas. Chamamo -los
atributos, porque
somos compelidos atribuí-los a Deus como qualidades ou poderes
fundamentais do Seu ser, para
51
podermos dar conta racional de certos fatos constantes nas au to-revelação de
Deus" (Systematic
Theology, pág. 115).
É comum dividir-se os atributos de Deus em duas classes. Isto ajuda tanto à
memória como ao
entendimento. A estas divisões deram-se vários pares de nomes, tais como
comunicável e
incomunicável; imanente e transiente; positivo e negativo; natural e moral;
absoluto e relativo.
Estas duas últimas classificações foram adotadas nestes estudos.
1. ATRIBUTOS ABSOLUTOS.
Os atributos absolutos de Deus são aqueles que dizem respeito ao Seu Ser
independente de Sua
aliança com qualquer outra coisa.
(1) Au|o- xis|ência.
O ser de Deus é inderivado. Sua existência é auto -causada. Sua existência é
independente de tudo
o mais. A auto-existência de Deus está implicada em o nome "Jeová", que quer
dizer "o
existente" e também na expressão "Eu sou o que sou" (Êxodo 3:14), que
significa que SER é a
natureza de Deus.
A eternidade de Deus, que figura na segunda classe de atributos, também
implica sua autoexistência.
Se Deus existiu para sempre, então Sua existência é uma aut o-existência
necessária,
inderivada, autocausada. Auto -existência é um mistério que é incompreensível
ao homem;
todavia, uma negação dela envolveria a nós outros num maior mistério. Se não
existe no universo
alguma pessoa auto-existente, então a ordem presente de coisas veio a existir
do nada, sem causa
ou criador. Elas não podiam ter sido o produto de mera energia, porquanto a
energia é a
propriedade tanto da matéria como da vida. E desde que a ciência provou que
a matéria não é
eterna, cabe-nos assumir uma pessoa eterna e portanto auto -existente como
explicação da
presente ordem de coisas.
(2) Imu|abilidad .
Notai as seguintes afirmações:
52
"Por imutabilidade definimos a Deus como imutável na Sua natureza e nos
Seus propósitos" (E.
Y. Mullins, The Christian Religion in its Doctrinal Expression, págs. 223, 224).
"Por imutabilidade de Deus defini -se que Ele é incapaz de mudar, tanto na
duração da vida, como
em a natureza, no caráter, na vontade ou felicidade. Em nenhuma destas, nem
em nenhum outro
respeito, há qualquer possibilidade de mudança" (J. P. Boyce, Abstract of
Systematic Theology,
pág. 73).
A imutabilidade está implicada em infinidade e perfeição. Qualquer mudança,
quer para melhor,
quer para pior, implica imperfeição e finidade tanto antes como depois.
As principais passagens que ensinam a imutabilidade geral de Deus são
Salmos 102:27;
Malaquias 3:6; Tiago 1:17.
As seguintes passagens ensinam especificamente a imutabilidade da vontade
de Deus: Números
23:19; I Samuel 15:29; Jó 23:13; Salmos 33:1 1; Provérbios 19:21; Isaías 46:10;
Hebreus 6:17.
As passagens precedentes dão-nos declarações positivas e absolutas. Todas
as passagens que
representam Deus como se arrependendo, tais como Gênesis 6:6,7; Êxodo
32:14; I Samuel 15:11;
Salmos 106:45; Amos 7:3; Jonas 3:10 e as que de qualquer maneira parecem
implicar ou sugerir
qualquer mudança nos propósitos de Deus, devem ser explicadas à luz delas.
Estas últimas
contêm antropomorfismos.
Ao comentar Êxodo 32:14, diz A. W. Pink: "Estas palavras não querem dize r
que Deus mudou de
mente ou alterou Seu propósito, porque Ele é "sem variação ou sombra de
mudança" (Tiago
1:17). Nunca houve e nunca haverá a menor ocasião de o Todo -Poderoso
efetuar o mais leve
desvio do Seu eterno propósito, pois tudo foi a Ele pré-conhecido desde o
principio e todos os
Seus conselhos foram ordenados por infinita sabedoria. Quando a Escritura
fala de Deus
arrepender-se, ela emprega uma figura de retórica em que o Altíssimo
condescende em falar na
nossa linguagem. O que se intenta pela expressão acima é que Jeová
respondeu a oração de um
mediador típico.
E, sobre tais passagens, diz J. P. Boyce; "Pode ser asseverado que estas são
meramente
antropomórficas, visando simplesmente a inculcar sobre os homens Sua
grande ira pelo pecado e
53
Sua ardente aprovação do arrependimento daqueles que tinham pecado contra
Ele. A mudança de
conduta no homens, não em Deus, mudará a relação entre eles e Deus. O
pecado os fizera
suscetíveis do Seu justo desprazer. O arrependimento os trouxera para den tro
das possibilidades
de Sua misericórdia. Não os tivesse Ele tratado diferentemente, então teria
havido uma mudança
n?Ele. Sua própria imutabilidade fá -lo necessário que Ele trate diferentemente
os que são
inocentes e os que são culpados, os que se endur ecem contra Ele e os que se
viram para Ele por
misericórdia com corações arrependidos" (Abstract of Systematic Theology,
pág. 76).
Devemos do mesmo modo entender todas as alusões que parece indicarem
uma sucessão de
emoções em Deus. Todas as emoções em Deus existem lado a lado uma da
outra no mesmo
momento e assim tem sido desde toda a eternidade. Ele se tem sempre
agradado da justiça e
desagradado do pecado. E desde toda a eternidade conheceu toda a justiça e
todo o pecado. O
pecado expõe o homem ao despra zer de Deus. A justiça o sujeita ao prazer de
Deus. A passagem
do desprazer ao prazer de Deus efetua -se por uma mudança no homem e não
em Deus. O sol
derrete a cera, mas, se a cera pudesse ser mudada em barro, o sol a
endureceria. Representaria
isso qualquer mudança que fosse no sol?
A oração não muda Deus: ela muda -nos e as coisas e as circunstâncias com
que temos de tratar;
mas não muda Deus. Jamais teremos a justa atitude para com Deus enquanto
pensarmos que a
oração é um meio de alcançarmos de Deus o qu e Ele não intentou fazer. Muito
longe de a oração
mudar a vontade de Deus, devemos orar segundo Sua vontade, se esperarmos
obter uma resposta.
Diz-nos João: "Esta é a confiança que temos nEle, que se pedirmos qualquer
coisa segundo Sua
vontade, Ele nos ouve" (I João 5:14). É o Espírito Santo que nos faz orar
(Romanos 8:15; Gálatas
4:6), e é ao Espírito Santo que devêramos procurar por direção nas coisas que
pedimos (Romanos
8:26). A oração, então, é a obra de Deus em nossos corações preparando -nos
para o uso mais
proveitoso e o desfruto mais grato de Suas bênçãos. É a Sua própria chave
com que Ele destranca
os diques do rio de Suas bênçãos. Nos sábios conselhos de Deus, antes da
fundação do mundo,
Ele ordenou a oração como um dos meios de execução da Sua vontade. A
oração não muda Deus
mais do que a fé do pecador arrependido muda Deus. Um e outro são
simplesmente meios na
realização do propósito eterno e imutável de Deus.
(3). San|idad .
54
A santidade de Deus é sua perfeita excelência moral e espiritual. Deus é
perfeitamente puro,
impoluto e justo em Si mesmo. Santidade é o fundamento de todos os outros
atributos morais em
Deus. A santidade de Deus tipificou -se nas vestes imaculadas do Sumo
Sacerdote quando ele
entrou nos Santo dos santo.
Diz R. A. Torrey: "O sistema inteiro mosaico de lavagens; divisões do
tabernáculo; divisões do
povo em israelitas comuns, levitas, sacerdotes e sumos sacerdotes, a quem se
permitiam
diferentes graus de aproximação a Deus, sob condições rigorosamente
definidas; o insistir sobre
sacrifícios como meios necessários de aproximação a Deus; as direções de
Deus a Moisés em
Êxodo 3:5, a Josué em Josué 5:15, o castigo de Usias em 2 Crônicas 26:16 -26,
as ordens
rigorosas a Israel sobre aproximarem -se do Sinai quando Moisés falava com
Deus ? tudo visou a
ensinar, acentuar e ferretear nas mentes e corações dos israelitas a verdade
fundamental que Deus
é santo, irrepreensivelmente santo. A verdade que Deus é santo é a verdade
fundamental da
Bíblia, do Velho e do Novo Testamento, da religi ão judaica e cristã" (What The
Bible Teaches,
pág. 37).
As seguintes passagens da Escritura são as principais a declararem a
santidade de Deus: Josué
24:19; Salmos 22:3; 99:9; Isaías 5:16; 6:3; João 17:11; 1 Pedro 1:15,16.
A santidade de Deus fá-Lo aborrecer o pecado e, portanto, provoca Sua justiça,
a qual
consideraremos sob os atributos relativos.
2. ATRIBUTOS RELATIVOS.
Os atributos relativos de Deus são os que se vêem por causa da conexão de
Deus com o tempo e a
criação.
(1) E| rnidad .
Isto quer dizer que Deus não teve princípio e que Ele não pode ter fim. Quer
dizer também que
Ele de modo algum está limitado ou condicionado pelo tempo. A. H. Strong diz:
"Deus não está
no tempo. Mais correto é dizer que o tempo está em Deus. Conquanto haja
sucessão lógica nos
pensamentos de Deus, não há sucessão cronológica" (Systematic Theology,
pág. 130).
55
Deus vê os eventos como tendo lugar no tempo, mas desde toda a eternidade
esses eventos têm
sido os mesmos para Ele como depois que aconteceram. A eternidade tem
sido descrita como
segue: "A eternidade não é, como os homens crêem, antes e depois de nós,
uma linha sem fim.
Não, é um circulo, infinitamente grande, toda a circunferência com a criação
aglomerada; Deus
reside no centro, contemplando tudo. E, ao passo que nos movemos nesta
eterna volta, a porção
finita que só vemos, atrás de nós está o passado; o que nos fica adiante
chamamos futuro; mas
para Ele que reside no centro, igualmente afastado de todo o ponto da
circunferência, ambos são
iguais, futuro e passado " (Murphy, Scientific Basis, pág. 90).
(2) Onipr s nça.
Por onipresença de Deus quer dizer -se que Deus está presente no mesmo
momento em toda a Sua
criação.
A onipresença de Deus está bela e incisivamente declarada no Salmos 139:7 -
10 e em Jeremias
23:23,24.
Aquelas passagens que falam de Deus como estando presente em lugares
especiais são para se
entenderem como referindo-se a manifestações especiais e transcendentais de
Deus. Assim se fala
de Deus como uma habitação no céu, porque é lá que Ele faz a maior
manifestação de Sua
presença.
(3) Onisciência.
Desde toda a eternidade Deus possuiu todo o conhecimento e sabedoria. João
declara que Deus
"conhece todas as coisas" (1 João 3:20). A onisciência de Deus pode ser
argüida de Sua
infinitude. Em toda a parte da Escritura Ele está retratado como um ser infinito.
Assim Seu
conhecimento deve ser infinito. A onisciência pode ser também argüida da
imutabilidade. Se
Deus não muda, como a Escritura declara, então Ele deve ter possuído todo
conhecimento desde
o princípio; doutra sorte Ele estaria aprendendo continuamente e isso por si
mesmo constituiria
uma mudança nEle e conduziria necessariamente ainda a mais mudanças
manifestas.
56
Mais ainda: a necessidade de onisciência da parte de Deus pode ser vista em
Efésios 1:11, a qual
diz que Deus "Opera todas as coisas segundo o conselho de Sua própria
vontade". Só um ser
onisciente podia operar todas as coisas segundo o conselho de sua própria
vontade.
(4) Onipo|ência.
Deus possui todo o poder. Em Gênesis 17:1 Deus declara: "Sou um Deus
Todo-poderoso". Este
título se aplica a Ele vezes sem conta na Escritura. Significa este título que Ele
possui toda
potência ou força. Lemos de novo em Mateus 19:26: "Com Deus todas as
coisas são possíveis".
Muitas outras passagens declaram a onipotência de Deus.
A onipotência de Deus não significa, sem duvida, que Ele pode fazer coisas
que são logicamente
absurdas ou coisas que são contra a Sua própria vontade. Ele não pode mentir,
porque a santidade
do Seu caráter obsta a que Ele queira menti r. E Ele não pode criar uma rocha
maior do que Ele
pode erguer; nem tanto uma força irresistível como um objeto inamovível; nem
Ele pode traçar
uma linha entre dois pontos mais curta do que uma reta; nem botar duas
montanhas adjacentes
uma à outra sem criar um vale entre elas. Ele não pode fazer qualquer dessas
coisas porque elas
não são objetos de poder: são autocontraditórias e logicamente absurdas;
violariam as leis de
Deus por Ele ordenadas e O fariam atravessar -se a Si mesmo.
(5) V racidad .
Por veracidade de Deus quer dizer-se Sua veracidade e fidelidade na Sua
revelação às suas
criaturas e no trato com elas em geral, em particular com o Seu povo redimido.
Algumas das passagens que estabelecem a veracidade de Deus são: João
9:33; Romanos 1:25;
3:4; 1 Coríntios 1:9; 2 Coríntios 1:20; 1 Tessalonicenses 5:24; Tito 1:2; Hebreus
6:18; 1 Pedro
4:19.
(6) Amor.
Usa-se na Bíblia o amor em diferentes sentidos quando atribuídos a Deus nos
Seus tratos com
Suas criaturas. Algumas vezes refere-se a mera bondade na concessão de
benefícios naturais
sobre todos os homens (Salmos 145:9; Mateus 18:33; Lucas 6:35; Mateus
5:44,45). O amor
57
redentor de Deus, por outro lado, é soberano, discriminante e particular. Ele
diz: "Amei a Jacó e
detestei a Esaú" (Romanos 9:13). E de Deus se declara enfaticamente:
"Detestas a todos os
obradores de iniqüidade" (Salmos 5:5).
(7) Jus|iça.
A justiça de Deus está ensinada em Gênesis 18:25; Deuteronômio 32:4;
Salmos 7:9-12; 18:24;
Romanos 2:6.
Foi a justiça de Deus que fez necessário Cristo morrer para que os homens
pudessem ser salvos.
A justiça de Deus torna impossível Deus deixar que o pecado passe impune. A
morte de Cristo
tornou possível que Ele fosse justo e contudo justificador de pecadores crentes
(Romanos 3:26).
No sacrifício de Jesus cumpriu-se a Escritura que diz: "A misericórdia e a
verdade se
encontraram, a justiça e a paz se beijaram" (Salmos 85:10).
A salvação dos crentes é um ato de graça para com eles; contudo, é um ato de
justiça a Jesus
Cristo que morreu em lugar de t odos que crêem.
58
Cap 6 - A Vontade de Deus
A vontade de Deus aqui se usa para abarcar o seguinte: (1) A faculdade de
Deus auto-determinarse
e escolher. (2) A preferência inerente de Deus. (3) O propósito e plano de
Deus.
I. QUALIDADES DA VONTADE DE DEUS
1. LIBERDADE.
Liberdade da vontade, quer de Deus, anjos ou homens, significa que a vontade
não está
constrangida por qualquer coisa fora da natureza do ser que a possui. Mas não
quer dizer que a
vontade pode agir independente do ou contrário ao caráter des se ser. Na
operação da vontade
temos simplesmente um ser moral preferindo, escolhendo e determinando
cursos de ação em
vista de motivos. Os motivos influenciam, mas não constrangem a vontade. A
energia relativa
dos motivos é determinada pelo caráter. A vontade jamais está sujeita ao
capricho ou à
arbitrariedade.
2. FORÇA.
Falamos de alguns homens a quem falta força de vontade. Por isto queremos
significar que lhes
falta a força de vontade para quererem o que deveriam querer. Isto resulta da
perversidade do
caráter ou da natureza do homem através do pecado. Mas não há falta de força
em Deus para
querer o que Ele deveria querer. O Seu caráter é perfeitamente santo.
Conseqüentemente, Deus
sempre quer aquilo que é perfeitamente santo, justo e bom.
II. FASES DA VONTADE DE DEUS
1. VONTADE OU PROPÓSITO DE Deus.
Deus propôs ou decretou tudo que se tem passado e tudo que ainda terá de
passar. Salmos 135:6;
Isaías 46:10; Daniel. 4:35; Atos 2:23; 4:27,28; 13:48; Romanos 8:29,30; 9:15 -
18; Efésios 1:11.
Estas passagens mostram que Deus é um soberano absoluto ao dirigir todos
os negócios deste
mundo e ao distribuir a graça salvadora. Sua vontade de propósito inclui tanto o
mal como o bem,
59
tanto o pecado como a justiça e é sempre executada perfeitamente. Mas são
necessárias as
seguintes subdivisões da vontade e do propósito de Deus.
(1). O Propósi|o Posi|ivo d D us.
Deus é a causa ativa e positiva de todo o bem. Tudo que é bom é o resultado
da operação
eficiente do poder de Deus, quer diretamente ou por meio de S uas criaturas. É
a esta subdivisão
da vontade e do propósito de Deus que se aplica Filipenses 2:13, que nos diz:
"É Deus que opera
em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade".
(2). O Propósi|o P rmissivo d D us.
Deus não é a causa do mal; mas, por razões justas, santas e sábias, só por Ele
inteiramente
conhecidas, Ele decretou permitir aquele mal que vem a acontecer,
dominando-o para Sua própria
glória. É à vontade permissiva de Deus que se refere a Escritura, quando diz:
"seguramente a ira
do homem Te louvará e o remanescente da ira Tu o restringirás" (Salmos
76:10). Esta passagem
frisa que Deus restringe os homens de fazerem mais pecados do que Ele se
apraz dominar para
Sua glória; portanto, Ele lhes permite cometerem tal pecado como o que
cometem. Ele podia
guardar os homens de todo o pecado tão facilmente como Ele os detém no
lugar apontado. Não
podemos dar razão porque Deus permite o pecado que satisfará a mente
carnal, mas o fato que
Ele o faz é abundantemente claro; e, desde que D eus sempre faz o bem,
sabemos que é direito
para Ele permitir semelhante pecado como o que se vem a passar.
Em Atos 2:23 e 4:27,28 temos uma clara afirmação que a crucificação de Cristo
foi parte da
vontade propositante ou decretante de Deus. Mas sabemos q ue Deus não fez
os crucificadores
fazerem eficientemente o que eles fizeram, que tal tornaria Deus responsável
pela morte de
Cristo: Deus meramente retirou o Seu poder restritivo e permitiu aos
crucificadores proceder
segundo os seus próprios desejos maus. Isso é tudo que Deus tem a fazer
para alcançar o
perpetramento de qualquer pecado que lhe apraz dominar para Sua glória. O
homem cometerá
qualquer pecado que Deus lhe permitir cometer.
O endurecimento do coração de Faraó, segundo Êxodo pormenoriza, e faze r
vasos para desonra
(Romanos 9:31) são para ser entendidos como vindos sob o propósito
permissivo de Deus.
60
As seguintes citações podem ajudar a exemplificar a relação de Deus com o
pecado. "Que o
pecado procede dos homens mesmos; que, pecando, eles rea lizam esta ou
aquela ação, é de Deus,
que divide as trevas segundo o Seu prazer" (Agostinho). "Deus não é a força
causadora, mas a
força dirigente nos pecados do homem. Os homens estão em rebelião contra
Deus, mas não estão
fora de sob o Seu controle. Os d ecretos de Deus não são a causa necessitante
dos pecados do
homem, mas os limites e as diretrizes predeterminados e prescritos aos atos
pecaminosos dos
homens" (C. D. Cole, Baptist Examiner, March. 1, 1932). "Os desejos do
pecado são os desejos
do homem; o homem é culpado; o homem é para ser acusado, mas o Deus
onisciente impede
esses desejos de produzirem ações indiscriminadamente, Ele compele esses
desejos a tomarem
um certo curso divinamente estreitado. As enchentes da iniqüidade são do
coração dos homens,
mas não lhes é concedido cobrirem a terra: são trancadas pelo apontamento
soberano de Deus no
Seu canal e assim são os homens desapercebidamente contidos em represas,
de modo que nem
um jota do propósito de Deus cairá. Ele traz as torrentes dos ímpios ao canal
de Sua providência a
moverem o moinho do Seu propósito" (P. W. Hedward).
2. A VONTADE DE PRECEITO DE DEUS.
Faz-se clara distinção em Deuteronômio 29:29 entre a vontade de propósito de
Deus e Sua
vontade de preceito. Diz esta passagem: "As coisas secretas pertencem a
Jeová nosso Deus, mas
as que estão reveladas pertencem-nos e aos nossos filhos, para que façamos
todas as palavras
desta Lei". "As coisas secretas" têm referência à vontade decretante de Deus
ou Sua vontade de
propósito". "As coisas que estão reveladas" têm referência à vontade
preceptiva de Deus ou Sua
vontade de mando.
A vontade preceptiva de Deus difere da Sua vontade de propósito em esta
abarcar tanto o mal
como o bem, ao passo que a vontade preceptiva abarca só aquilo que é bom
em si mesmo. Uma
outra diferença entre estas duas fases da vontade de Deus está no fato que a
vontade propositiva
de Deus é executada sempre, enquanto que a sua vontade preceptiva se
cumpre muito
imperfeitamente na terra. A vontade preceptiva de Deus fixa a re sponsabilidade
do homem; a
propositiva nada tem a ver com essa responsabilidade.
3. VONTADE PRAZENTEIRA DE DEUS.
61
A referência aqui é ao prazer e desprazer nas coisas em si mesmas
consideradas em contraste
com coisas consideradas como um todo. Considerado em si mesmo, Deus
nunca se agradou do
pecado. Considerada em si mesma, Deus está sempre agradado com a
verdadeira justiça; mas, em
vista de coisas como um todo, Ele não decretou que todos os homens virão à
justiça.
Não suponha ninguém que aqui se quis di zer que Deus teria algumas coisas a
acontecer que Ele
não pode fazer que aconteçam; ou que Ele impediria que acontecessem
algumas coisas que Ele
não pode impedir. Deus sempre executa o que Ele quer executar, mas, ao
fazê-lo, Ele usa aquilo
que em Si mesmo não é uma coisa agradável a Ele. Tal como um pai, tomando
gosto no devido
treino de um filho, muitas vezes castiga o filho, não obstante o fato que o
castigo em si mesmo
não proporciona prazer ao pai.
O prazer de Deus em coisas como um todo sempre se realiza. "O nosso Deus
está nos céus; Ele
fez tudo o que Lhe aprouve" (Salmos 115:3). "O que quer que a Jeová
agradou, isso Ele fez, no
céu e na terra, nos mares e em todos os abismos" (Salmos 135:6). "Declarando
o fim desde o
princípio e desde os velhos t empos as coisas ainda não feitas; dizendo: O meu
conselho ficará
firme e farei toda a minha vontade" (Isaías 46:10).
É na base da fase da vontade de Deus agora sob consideração que Ezequiel
33:11 se explica e se
entende (Talvez devamos entender 2 Pedro 3:9 da mesma maneira, mas não 1
Timóteo 2:4. Vide
a Versão Revista de 2 Pedro 3:9 e exposição em "An Americam Commentary
on the New
Testament". Em 1 Timóteo 2:4 "todos" alude a todas as classes. Vide
exposição do v. 6 no
capítulo sobre expiação). Contudo, a m orte aqui mencionada não é a morte
espiritual, mas a
morte física no assédio babilônico; mas a relação da declaração com a vontade
de Deus é a
mesma. Em si mesmo considerada, a ruína dos israelitas no sitio babilônico
não foi coisa
agradável a Deus; mas, considerada em conexão com as coisas como um
todo, Deus decretará
permitir a morte de muitos deles.
A salvação dos homens é em si mesma coisa agradável a Deus como se
evidencia pelo Seu
mandamento que todos os homens se arrependam (Atos 17:30); mas Deus não
decretou ou
propôs que todos se salvassem.
62
Cap 7 - A Doutrina da Trindade
I. A TRINDADE DEFINIDA
Talvez o sentido da Trindade de Deus nunca foi afirmado melhor do que está
por A. H. Strong ?
"em a natureza do Deus único há três distinções eternas que se nos
representam sob a figura de
pessoas e estas três são iguais" (Systematic Theology, pág. 144).
Os princípios do Seminário Teológico Batista do Sul estabelecem a doutrina da
Trindade como
segue: "Deus nos é revelado como Pai, Filho e Espírito Santo, c ada um com
atributos pessoais
distintos, mas sem divisões de natureza, essência ou ser".
Na consideração destas definições, notai:
1. A TRINDADE CONSISTE DE TRÊS DISTINÇÕES.
A doutrina da Trindade não quer dizer que Deus meramente Se manifesta em
três diferentes
maneiras. Há três distinções atuais na Divindade. A verdade disto aparecerá
mais claramente
depois.
2. ESTAS TRÊS DISTINÇÕES SÃO ETERNAS.
Isto está provado, de um lado, pela imutabilidade de Deus. Se já houve um
tempo em que estas
distinções não existiram, então, quando vieram a existir, Deus mudou. Provado
está outra vez
pelas Escrituras, as quais afirmam ou implicam a eternidade do Filho e do
Espírito Santo. Vide
João 1:1,2; Apocalipse 22:13,14; Hebreus 9:14.
"Não é resposta a isto, que as expressões "gerado" e "procedido de" envolvem,
a idéia da
existência antecedente do que gera e de quem há processão, porque estes são
termos da
linguagem humana aplicados a ações divinas e devem ser entendidos
ajustadamente a Deus. Não
há aqui dificuldade maio r do que em outros casos em que este princípio está
prontamente
reconhecido (Boyce, Abstract of Systematic Theology, págs. 138, 139).
63
3. ESTAS TRÊS DISTINÇÕES NOS SÃO REPRESENTADAS SOB A FIGURA
DE
PESSOAS, MAS NÃO HÁ DIVISÃO DE NATUREZA, ESSENCIA OU SER.
A Doutrina da Trindade não quer dizer triteismo. Quando falamos das
distinções da Divindade
como pessoas, devemos entender que usamos o termo figuradamente. Não há
três pessoas na
Divindade no mesmo sentido em que três seres humanos são pessoas. No
caso de três seres
humanos há divisão de natureza, essência e ser, mas Deus não é assim. Tal
concepção de Deus
está proibida pelo ensino da Escritura quanto à unidade de Deus.
4. OS TRÊS MEMBROS DA TRINDADE SÃO IGUAIS.
Muitos dos mesmos atributos atribuem-se a cada membro da Trindade e os
atributos assim
atribuídos são tais como não podiam ser possuídos sem todos os outros
atributos divinos. A
igualdade dos membros da Trindade mostra -se ainda pelo fato de cada um
deles ser reconhecido
como Deus, como veremos depois.
II. PROVAS ESCRITURISTICAS DA DOUTRINA DA TRINDADE.
1. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO SÃO TODOS RECONHECIDOS
COMO DEUS.
(1. O Pai R conh cido como D us.
Isto ocorre em tão grande número de passagens que é por igual desnecessário
e impraticável citálas
todas. As duas seguintes bastarão:
"Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que permanece para a vida
eterna, a qual o
Filho do homem vos dará; porque a este selou o Pai, Deus" (João 6:27).
"Eleitos... segundo a presciência de Deus o Pai" ( 1 Pedro 1:1,2).
(2) O Filho R conh cido como D us.
A. Ele é chamado Deus.
João 1:1; Romanos 9:5; 1 João 5:20.
64
B. Passagens que no Velho Testamento se referem a Deus são aplicadas ao
Filho em o Novo
Testamento.
Mateus 3:3, aludindo a Isaías 40:3; João 12 :41 aludindo a Isaías 6:1.
C. O Filho possui os atributos de Deus.
Eternidade: João 1:1; Onipresença: Mateus 28:20 e Efésios 1:23; Onisciência:
Mateus 9:4 e João
2:24,25 e João 16:30 e 1 Coríntios 4:5 e Colossenses 2:3; Onipotência: Mateus
28:18 e
Apocalipse 1:8; Auto-existência: João 5:26; Imutabilidade: Hebreus 13:8;
Verdade: João 14:6;
Amor: 1 João 3:16; Santidade: Lucas 1:35 e João 6:39; Hebreus 7:26.
D. As obras de Deus são atribuídas ao Filho.
Criação: João 1:3; 1 Coríntios 8:6; Colossenses 1:16; Hebr eus 1:10.
Conservação: Colossenses
1:17; Hebreus 1:3. Ressuscitando os mortos e julgando: João 5:27 -28; Mateus
25:31,32.
E. Ele recebe honra e adoração só a Deus devidas.
João 5:23; Hebreus 1:6; 1 Coríntios 11:24,25; 2 Pedro 3:18; 2 Timóteo 4:18.
(3. O Espíri|o San|o é r conh cido como D us.
A. A Ele se atribuem os atributos de Deus.
Eternidade: Hebreus 9:14; Onisciência: 1 Coríntios 2:10; Onipresença: Salmos
139:7; Santidade:
todas as passagens que aplicam o termo "santo" ao Espírito; Verdade: João
16:13; Amor:
Romanos 15:30.
B. Ele está representado como fazendo as obras de Deus.
Criação: Gênesis 1:2; "movia" significa "chocava". Regeneração: João 3:8; Tito
3:5.
Ressurreição: Romanos 8:11.
65
2. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO ASSOCIAM-SE JUNTAMENTE
NUMA BASE
IGUAL.
Isto está feito. ?
(1) Na formula do Ba|ismo. Ma| us 28:19
(2) Na B nção Apos|ólica. 2 Corín|ios 13:14.
3. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO DISTINGUEM-SE UM DO OUTRO.
(1) O Pai o Filho dis|ingu m -s um do ou|ro.
O Pai e o Filho distinguem-se como o que gera do gerado; e como o que
manda do enviado.
Cristo distinguiu-se do Pai quando orou ao Pai, como fez muitas vezes. Que a
distinção assim
implicada não foi temporal, continuando somente enquanto Cristo esteve na
carne, está provado
pelo fato que Cristo ainda intercede com o Pai (Hebreus 7:25; 1 João 2:1). Ele
é um mediador
perpétuo entre Deus e o homem (1 Timóteo 2:5) e assim é perpetuamente
distinguido de Deus.
(2) O Espíri|o dis|ingu -s do Pai.
O Espírito distingue-se do Pai quando dEle se diz proceder do Pai e ser
enviado pelo Pai (João
15:26; 14:26; Gálatas 4:6).
(3) O Filho dis|ingu -s do Espíri|o.
Jesus está referindo ao Espírito como "um outro Confortador" (João 14:16). E
Jesus falou de Si
mesmo como enviando o Espírito (João 15:26).
4. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO SÃO UM DEUS.
Trindade quer dizer tri -unidade, ou três-unidade. Mostramos que há três
distinções na Divindade.
Agora, para provarmos a doutrina da Trindade, mais que a doutrina de
Triteismo, devemos
mostrar que os três, enquanto sendo distinguíveis um do outro, contudo são
um. Isto está
provado:
66
(1) Por |odas as passag ns qu nsinam a Unidad d D us.
O estudante refere-se aqui ao capítulo sobre a natureza e os atributos de Deus,
onde se notam
estas passagens.
(2) P lo fa|o qu cada um dos |rês é r conh cido como D us.
Já mostramos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são várias vezes
reconhecidos como Deus na
Escritura. Isto mostra Sua unidade, porque Deus está representado como
sendo o Ser Supremo.
Por essa razão não podia haver três Deuses. A supremacia só é possível a um
só.
(3) P lo fa|o qu os Três são iguais.
Já discutimos a igualdade dos membros da Trindade. Igualdade absoluta é
impossível sem
identidade na essência, em a natureza e no ser.
III. A DOUTRINA DA TRINDADE É MISTÉRIO INSCRUTAVEL E INSOLUVEL AS MENTES
FINITAS;
MAS NÃO É AUTO-CONTRADITORIA.
Não fazemos tentativas de negar ou de explicar o mistério da doutrina da
Trindade. Alto mistério
é que mentes humanas nunca podem sondar.
Contudo, a doutrina da Trindade não é autocontraditória. Deus não é três no
mesmo sentido em
que Ele é um. Ele é um em essência, natureza e ser; mas, nesta uma essência,
natureza e ser há
três distinções eternas que se nos representam de uma tal maneira que as
chamamos pessoas.
Quem pôde dizer que tais distinções são impossíveis em a natureza de Deus?
Para fazer isso terse-
ia de ter perfeito entendimento da natureza de Deus. De maneira que fazemos
bem de aceitar o
que a Escritura ensina e deixar o mistério para so lucionar-se quando tivermos
mais luzes, se
semelhante luz que nos habilite a explicar e entender nos for sempre dada. O
mistério vem por
causa de nossa inabilidade para compreendermos totalmente a natureza de
Deus.
67
Cap 8 - A Relação de Deus com c Universo
Há várias idéias concernentes à relação de Deus com este nosso universo. A
modo de contraste
entre essas falsas idéias e o ensino da Escritura, notemos:
I. NO SEU SER DEUS ESTÁ SEPARADO DO UNIVERSO.
Por toda a Escritura Deus está distinguido de Su a criação. Ele é um espírito
puro, ao passo que
todas as coisas e seres criados são pelo menos materiais em parte, com
exceção dos anjos, tanto
bons como maus. Deus é infinito; todas as coisas criadas são finitas. Deus é
eterno, tendo existido
desde a eternidade. Isto não é verdade quanto a qualquer outra coisa. Deus é
imutável. Nada mais
o é. Deus é onipresente; nada mais é. Nem qualquer outra coisa possui os
atributos de onipotência
e onisciência da essência de Deus.
As Escrituras, portanto, refutam o panteísmo, o qual é definido por Strong como
"aquele método
de pensamento que concebe o universo como o desenvolvimento de uma
substância inteligente e
voluntária, contudo impessoal, que atinge o senso comum somente no homem.
Ele, portanto,
identifica Deus, não com cada objeto individual no universo senão com a
totalidade das coisas"
(Systematic Theology, pág. 55).
II. DEUS CRIOU O UNIVERSO.
1. O FATO.
Isto está declarado no primeiro verso da Bíblia. A Escritura, portanto, nega a
eternidade da
matéria. Ela também nega que o universo foi criado por um mau Espírito, como
ensinaram os
maniqueus. Também é negada a geração espontânea, idéia esta dos
evolucionistas ateus. Mais
ainda, negada é a teoria das emanações, teoria que com o panteísmo sustenta
que Deus é da
mesma substância com o universo e que o universo é resultado de sucessivas
emanações do Seu
ser.
2. A MANEIRA.
68
(1) P lo faça-s .
Por isso queremos dizer que Deus falou o universo à existência. As seguintes
passagens ensinam
isto bem claramente:
"E a Palavra de Jeová foram feitos os céus e toda a hoste deles pelo bafo de
Sua boca" (Salmos
33:6).
"Tema toda a terra a Jeová; espantem -se dEle todos os habitantes do mundo;
porque Ele falou e
foi feito; Ele mandou e o mundo permaneceu" (Salmos 33:8,9).
"Pela fé entendemos que os mundos formaram pela palavra de Deus" (Hebreus
11:3).
Claros exemplos da criação pelo faça-se acham-se em Gênesis 1, onde
descobrimo-lo arquivado
que "Deus disse: Haja luz... um firmamento... etc." e cada coisa na sua ordem
surgiu à vida.
(2. S m ma| riais pr viam n| xis| n| s.
"O que se vê não foi feito das coisas que se viam" (Hebreus 11:3).
Quando Deus chamara a existência os materiais do universo, Ele os amoldou
segundo Sua
vontade. Ele principiou sem nada. Só Ele é eterno. Toda s as demais coisas
saltaram de Sua mão
criadora.
III. DEUS AGORA CONSERVA O UNIVERSO.
Deus desenvolve contínuo poder, por meio do qual Ele mantém a existência
das coisas que Ele
criou segundo a natureza que lhes comunicou. A Escritura ensinando sobre a
infinitude e
supremacia de Deus é suficiente para convencer -nos que Deus só é auto-
existente e imutável; que
o universo, portanto, deve ser sustentado e mantido por poder não inerente. E
como devêramos
esperar, então, quando achamos a Escritura fazendo os seguintes relatos:
"Tu és Jeová, ainda Tu só; fizeste o céu e o céu dos céus, com todos os seus
exércitos, a terra e
tudo que nela existe, os mares e tudo que esta neles, e Tu os conservaste a
todos" (Neemias 9:6).
69
"Ó Jeová, Tu conservas os homens e os animais" (Salmos 36:6).
"Nele vivemos e nos movemos e temos nosso ser" (Atos 17:28).
"Ele é antes de todas as coisas e nEle tudo consiste" ? sustentam -se, "derivam
sua perpetuidade" ?
Dargan (Colossenses 1:17).
"... sustentado todas as coisas pela palavra do Seu poder" (Hebreus 1:3).
Foi provavelmente à conservação que Jesus se referiu, em parte, ao menos,
quando disse: "Meu
Pai trabalha mesmo até agora" (João 5:17). O descanso de Deus no sétimo dia
da semana da
criação não foi à cessão total da atividade, mas somente de Sua obra criadora
direta.
IV. DEUS CONTROLA O UNIVERSO.
Da Escritura achamos que Deus não só é o criador e conservador do universo,
mas o controlador
dele. Ele não criou o universo então o abandonou: Ele agora governa
ativamente toda à parte e
toda atividade no universo. Este ensino está envolvido na declaração que Deus
"opera todas as
coisas segundo o conselho de Sua própria vontade" (Efesios 1:11).
As seguintes passagens também ensinam esta doutrina: Jó 37:3,4,6,10 -13;
Salmos 135:7; 104:14;
Mateus 5:45; 6:26,30.
A doutrina do controle de Deus no universo não nega a realidade das segundas
causas: ela
meramente mostra que Deus como a primeira causa e o Criador de todas as
segundas causas.
Deus arranjou segundas causas de modo que Ele cumprisse Sua vontade. As
leis físicas são reais:
elas prevalecem em todos os casos, salvo onde Deus as afasta nos Seus atos
miraculosos.
Levanta-se o vapor, a chuva cai e o vento assopra segundo certas leis; mas
Deus ordenou essas
leis e Ele agora sustenta todas a s coisas segundo Sua natureza original e Sua
intenção por elas, de
maneira que Deus é realmente Quem causa o vapor subir, a chuva cair e o
vento assoprar. Negar
a existência da lei é tolice. Representar a lei como operando independente de
Deus é infidelidade.
O controle de Deus não cessa com as forças impessoais do universo: ele
estende-se a todas as
ações dos homens e as compreende. Isto se mostra pelas seguintes
passagens: Êxodo 12:36;
70
Salmos 33:14,15; Provérbios 19:21; 20:24; 21:1; Jeremias 10:23; Dan iel 4:35;
Isaías 44:28;
Êxodo 9:12; Salmos 76:10; Provérbios 16:4; João 12:37,39,40; Atos 4:27,28.
Ver-se-á que o controle supra dos homens inclui seus atos maus bem como os
bons. O controle
de Deus dos atos maus humanos pode ser dividido em quatro espécie s:
1. PREVENTIVO.
Gênesis 20:6; 31:24; Salmos 139:3; 76:10.
2. PERMISSIVO.
Salmos 81:12,13; Oséias 4:17; Atos 14:16; Romanos 1:24,28.
É sob o domínio da vontade permissiva ou controle de Deus que 1 Samuel
18:10 começa. Aqui
nos é dito que "um espírito mau procede de Deus se apoderou de Saul". É
assim que devemos
entender o endurecimento e a cegueira de Deus para os pecadores, como em
Êxodo 9:12;
Romanos 9:18; João 12:40. É também a este domínio que devemos referir Atos
4:27,28, o qual
tem a ver com a crucificação de Cristo. Deus ordenou que Cristo morresse
sobre a Cruz, mas Ele
meramente deteve o Seu poder coercitivo e permitiu a crucificação seguir sua
própria inimizade
natural contra Cristo. Em 2 Samuel 24:1 e 1 Crônicas 21:1 vemos prova de fato
que algumas
vezes na bíblia as coisas que Deus permite a outros cometerem são atribuídas
a Ele. Em 2 Samuel
24:1 diz-se que Deus moveu Davi a numerar Israel, ao passo que, em 1
Crônicas 21:1, a mesma
coisa é atribuída a Satanás.
3. DIRETIVO.
Gênesis 50:20; Isaías 10:5. Assim, enquanto Deus permite o pecado, Ele
também o dirige para
realizar tais propósitos como Lhe apraz que o pecado realize. P. W. Heward,
Inglaterra, diz: "Os
desejos do pecado são os desejos do homem: o homem é culpado: o homem é
censurável. Mas o
Deus todo-sábio impede que esses desejos produzam ações
indiscriminadamente. Ele compele
esses desejos a tomarem um certo curso divinamente estreitado. As torrentes
da iniqüidade são
dos corações dos homens, mas não lhes é concedido cobrirem a terra;
trancam-se nos canais da
soberana indicação de Deus e os homens inadvertidamente se prendem em
limites, de modo que
71
nem um jota do propósito de Deus falhará. Deus trás as enchentes dos ímpios
ao canal de Sua
providencia, a moverem o moinho do Seu propós ito". Disse Agostinho: "Que o
pecado dos
homens procede deles mesmos; que ao pecarem eles executam esta ou
aquela ação, é de Deus,
que divide as trevas segundo o Seu prazer".
4. DETERMINATIVO.
Deus não só permite o pecado e o dirige, mas marca os limites a lém dos quais
ele não pode ir e
prescreve as linhas dos seus efeitos. Vide Jó 1:12; 2:6; Salmos 124:2; 1
Coríntios 10:13; 2
Tessalonicenses 2:7.
72
Cap 9 - O Senhor Jesus Cristo
Estudamos Deus o Pai e a doutrina da Trindade. Fica -nos agora estudar os
outros dois membros
da Trindade. Neste capítulo nosso estudo é para ser devotado ao Senhor
Jesus Cristo, Deus o
Filho.
I. SUA PREEXISTENCIA E ETERNIDADE
A preexistência de Cristo significa Sua existência antes da encarnação. A
Escritura o ensina
muito claramente. Mas, mais que isso, ela ensina também que Ele existiu
desde toda a eternidade.
Em nosso estudo da Trindade notamos que as distinções na Divindade são
eternas. As seguintes
passagens estabelecem claramente a preexistência e eternidade de Deus o
Filho:
"No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus"
(João 1:1).
"Eu desci do céu" (João 6:38).
"E agora, Pai, glorifica Tu a mim, tu mesmo, com a glória que eu tive contigo
antes que o mundo
existisse" (João 17:5).
II. SUA INCARNAÇÃO
Este mesmo Filho preexistente e eterno fez -se carne, tomou sobre Si um corpo
humano, habitou
entre os homens e finalmente se deu como sacrifício pelos pecadores.
Notemos:
1. O FATO DA INCARNAÇÃO.
"E o Verbo se fez carne" (João 1:14).
"O qual... esvaziou-se, tomando a forma de servo, fazendo -se igual aos
homens" (Filipenses
2:6,7).
"Ele disse... um corpo preparaste para mim." (Hebreus 10:5).
73
2. A NECESIDADE DA INCARNAÇÃO.
(1) Foi pr ciso qu El a|urass o sofrim n|o corporal s ra para El sofr r
como subs|i|u|o do
hom m.
O sofrimento final dos pecadores no inferno será um sofrimento tanto do corpo
como da alma
(Mateus 10:28). Logo, desde que foi para Jesus sofrer em lugar dos pecadores,
necessário foi que
Ele tivesse um corpo no qual sofresse.
(2) Foi pr ciso qu El |iv ss um corpo para qu pud ss " m |udo s r
| n|ado como nós
somos", d man ira qu , como sumo sac rdo| , pud ss compad c r -s d
nossas fraqu as"
(H br us 4:15).
O anjo Gabriel não pôde simpatizar conosco quando somos tentados, porque
ele nunca conheceu
tentação na carne. Mas Cristo pode. "Naquilo que Ele mesmo sofreu sendo
tentado, pode socorrer
aos que são tentados" (Hebreus 2:18).
(3) Foi pr ciso qu El |iv ss provação na carn r nd ss p rf i|a
ob diência à L i para qu
houv ss op rado uma jus|iça qu pud ss s r -nos impu|ada.
A justiça a nós imputada pela fé não é justiça como atributo pessoal atribuído a
Deus, mas é a
justiça operada por Cristo em nós na Sua vida terrena. É isto indicado porque a
justiça a nós
imputada descreve-se como sendo pela fé ou através da fé em Cristo
(Romanos 3:21,22;
Filipenses 3:9).
(4) A ncarnação foi |ambém n c ssária ao s u minis|ério dosc n| , à Sua
scolha dos do
após|olos fundação da igr ja, à Sua fixação d um mod lo para nós d
p rf i|a ob diência à
von|ad d D us.
Estas coisas são coisas que Deus viu podiam ser melhor cumpridas por um na
carne. Portanto, o
Cristo encarnado foi enviado a cumpri -las.
III. SUA DEIDADE
"E o Verbo era Deus" (João 1:1).
74
"Eu e o Pai somos um" (João 10:30).
"O primeiro homem era da terra, terreno; o segundo é do céu" (1 Coríntios
15:47).
"O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação"
(Colossenses 1:15).
"Sendo o resplendor de Sua glória e a própria imagem de Sua substância"
(Hebreus 1:3).
"Chamarão o Seu nome Emanuel, que é, traduzido, Deus conosco" (Mateus
1:23).
A noção dos modernistas que Jesus era divino somente no sentido que
sustenta ser o homem
divino não satisfaz essas passagens. O homem não é divino na sua condição
natural. Após a
regeneração tem ele uma natureza divina habitando nele, mas também retém a
natureza humana
pecaminosa. Não se diz nunca que o homem, mesmo depois da regeneração,
é Deus, ou que Ele é
o "resplendor de Sua glória".
IV. SUA HUMANIDADE
As seguintes passagens mostram que Cristo tinha uma natureza humana:
"Jesus, pois, estando cansado da viagem, sentou -se assim à beira do poço"
(João 4:6).
A Deidade não pode cansar-se.
"Quando veio a plenitude do tempo, Deus mandou Seu Filho, nascido de
mulher" (Gálatas 4:4).
"Há um Deus, um mediador também entre Deus e os homens, Cristo Jesus,
homem Ele mesmo"
(1 Timóteo 2:5).
A natureza humana foi em todos os sentidos igual à nossa exceto que Sua
natureza humana não
foi maculada pelo pecado.
Como Cristo pode ser ao mesmo tempo divino e humano é um mistério além
da compreensão da
faculdade humana. Nem tem o homem base alguma para uma negação dele. É
fato revelado,
necessário, como já vimos, à obra que Cristo veio fazer.
75
V. SEU NASCIMENTO SOBRENATURAL
"Agora o nascimento de Jesus Cristo foi dessa maneira: Quando Sua mãe
Maria, desposada com
José, antes de se ajuntarem, achou -se grávida do Espírito Santo" (Mateus
1:18).
"Eis que uma virgem dará a luz a um filho" (Mateus 1:23) ? citado de Isaías
7:14.
"E o anjo respondeu e lhe disse: O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do
Altíssimo te cobrirá
com a Sua sombra, pelo que o santo que de ti há de nascer será chamado o
Filho de Deus" (Lucas
1:35).
"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14).
VI. SUA VIDA SEM PECADO
"O que não conheceu pecado fez-se pecado por nós, para que fossemos nEle
a justiça de Deus."
(2 Coríntios 5:21).
"Porque não temos um sumo sacerdote que não pode compadecer -se de
nossas fraquezas, mas um
que foi em tudo tentado como nós somos, todavia sem pecado" (Hebreus 4:15).
"Porque nos convinha um sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado,
separado dos pecadores e
feito mais alto do que os céus" (Hebreus 7:26).
VII. SUA MORTE SACRIFICIAL
Cristo não morreu meramente como um mártir. Num sentido Ele foi um mártir.
Sua morte
ocorreu, de um ponto de vista humano, por Sua fidelidade à vontade de Seu
Pai; mas Ele foi mais
que um mártir: Ele foi um substituto de pecadores, morrendo em lugar deles.
Isto mostram as
seguintes passagens:
"Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o
castigo que nos
devia trazer a paz estava sobre Ele e pelas Sua pisaduras somos sarados"
(Isaías 53:5).
"O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar Sua
vida em resgate por
muitos" (Mateus 20:28).
76
"O qual foi entregue pelos nossos delitos e ressuscitou para nossa justificação"
(Romanos 4:25).
"Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras" (1 Coríntios
15:3).
"Cristo remiu-nos da maldição da Lei, fazendo-Se maldição por nós, porque
está escrito: Maldito
todo aquele que for pendurado no madeiro" (Gálatas 3:13).
"O qual levou Ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro,
para que, mortos
para os pecados, vivamos para a justiça, por cuja f erida sarastes" (1 Pedro
2:24).
"Cristo... padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar -
nos a Deus" (1 Pedro
3:18).
"O sangue de Jesus Seu Filho nos purifica de todo pecado" (1 João 1:7).
"E nisto está o amor, não que amamos a Deus, ma s que Ele nos amou e
mandou Seu Filho para
ser a propiciação pelos nossos pecados" (1 João 4:10).
"A angustia não de mártir não pode ser computada e o desamparo do Pai não
se justifica sobre a
hipótese que Cristo morreu como simples testemunha da verdade ( nem sobre
qualquer outra
hipótese, exceto a que afirma que Ele morreu como um substituto de
pecadores para satisfazer a
justiça de Deus). Se os sofrimentos de Cristo não foram propiciatórios, eles
nem nos fornecem
um exemplo perfeito, nem constituem uma ma nifestação do amor de Deus... Se
Cristo foi apenas
um mártir, então não é um exemplo perfeito, pois que muitos mártires
mostraram maior coragem
ante a perspectiva da morte e na agonia final puderam dizer que o fogo que os
consumia era "um
leito de rosas". O Getsêmani com sua angustia está aparentemente lembrado
para indicar que os
sofrimentos de Cristo mesmo na Cruz não foram principalmente físicos"
(Strong, Systematic
Theology, pág. 399).
VIII. SUA RESSURREIÇÃO
1. COMO PROFETIZADA.
Salmos 16:9,10.
77
2. COMO ENSINADA POR JESUS MESMO.
Mateus 12:40; 16:4; 20:19; 26:32; Marcos 9:9; Lucas 18:33; 24:26; João
2:19,21.
3. COMO TESTEMUNHADA PELO ANJO.
Mateus 28:6.
4. COMO ENSINADA PELOS APÓSTOLOS.
Atos 2:24; 3:15; 4:10,33; 10:40; 13:30 -33; 17:2,3,31; 26:23 -26; Romanos 1:4;
4:25; 6:4,5,9;
Efésios 1:20; Hebreus 13:20; 1 Pedro 1:3; 3:18; Apocalipse 1:5.
5. COMO PROVADA POR ARGUMENTOS RACIONAIS.
Para argumentos em prova da ressurreição de Cristo, veja o Capítulo 1º.
IX. SUA ASCENÇÃO
1. COMO PROFETIZADA.
Salmos 68:18.
2. COMO ENSINADA POR JESUS MESMO.
João 6:62.
3. COMO RECORDADA PELO ESCRITOR EVANGÉLICO.
Marcos 16:19.
4. COMO RECORDADA PELO HISTORIADOR INSPIRADO.
Atos 1:9.
5. COMO DECLARADA PELOS APÓSTOLOS.
78
Atos 3:21; Efésios 1:20; 4:8; 1 Timóteo 3:16; Hebreus 4:14; 9:24.
6. COMO PROVADA POR SUA PRESENÇA À DESTRA DO PAI.
Atos 7:56.
X. OS SEUS OFÍCIOS
1. PROFETAS.
Deuteronômio 18:15,18; Mateus 21:11; Lucas 24:19; João 6:14.
2. SACERDOTE
Hebreus 3:1; 5:6; 6:20; 7:11,15 -17, 20-28; 8:1,2,6.
3. REI
Números 24:17; Salmos 72:8,11; Isaías 9:6,7; 32:1; Jeremias 30:9; Ezequiel
37:24-25; Daniel
7:13,14; Oséias 3:5; Miquéias 5:2; Zacarias 9:9; Mateus 2:2,6; 19:28; 21:5;
28:18; Lucas 1:33;
19:27; 22:29,30; João 1:49; 12:13,15; 12:19.
Como profeta, Cristo ensinou a vontade de Deus . Como sacerdote, Ele
ofereceu o Seu próprio
sangue no templo celestial (Hebreus 9:11 -14) e intercede pelos crentes
(Hebreus 7:25). Como
Rei, Ele possuiu todo poder (Mateus 28:18) e rege agora um reino invisível e
espiritual (João
18:36,37), e mais tarde regerá visivelmente a terra (Salmos 66:4; 72:16 -19;
Isaías 2:2; Daniel
7:13,14,18,22,27; Hebreus 10:13; Apocalipse 15:4).
79
Cap 10 - O Espírito Santo
"Há muita confusão e erro correntes neste dia a respeito da personalidade,
operações e
manifestações do Espírito Santo. Eruditos conscientes mas extraviados têm
sustentado idéias
errôneas sobre esta doutrina. É vital a fé de todo cristão que o ensino
escriturístico dela seja visto
na sua verdadeira luz e sustentada nas suas corretas proporções" (Bancroft,
Elemental Theology).
I. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
"Ao atribuir personalidade ao Espírito pensamos que Ele não é uma energia
impessoal, uma
abstração, uma influencia, ou emanação. Ele é uma inteligência auto -cônscia,
autodeterminada,
voluntária, sensiente. Pode-se dizer que a personalidade existe onde se
encontrem unidas numa
combinação singular inteligência, emoção a volição, ou senso comum e
autodeterminação"
(Bancroft, Elemental Theology).
Que o Espírito é uma pessoa, está provado:
1. A MENÇÃO DELE JUNTAMENTE COM OUTROS MEMBROS DA
TRINDADE.
Mateus 28:19; 2 Coríntios 13:14
2. SUA ASSOCIAÇÃO COM OUTRAS PESSOAS EM PARENTESCO
PESSOAL.
Atos 15:28
3. A ATRIBUIÇÃO A ELE DE EMOÇÃO E VOLIÇÃO.
1 Coríntios 12:11; Efésios 4:30
4. ATRIBUIÇÃO A ELE DE ATOS PESSOAIS.
(1) El sonda as coisas profundas d D us.
1 Coríntios 2:10
80
(2) El fala.
Mat 10:20; Atos 10:19,20; 13:2; Apocalipse 2:7. Vide também passagens sob a
inspiração em
que se diz que o Espírito falou pelos profetas e outros escritores da Escritura .
(3) El nsina.
Lucas 12:12; João 14:26; 1 Coríntios 2:13
(4) El condu guia.
João 16:13; Romanos 8:14
(5) El in| rc d .
Romanos 8:26
(6) El disp nsa dons.
1 Coríntios 12:7-11
(7) El chama hom ns para o s rviço.
Atos 13:2; 20:28
5. A REPRESENTAÇÃO DELE COMO SENDO AFETADO COMO UMA
PESSOA PELOS
ATOS DE OUTREM.
(1) El pod s r r b lado con|ra, incomodado n|ris| cido.
Isaías 63:10; Efésios 4:30
(2) El pod s r blasf mado.
Mateus 12:31
(3) El pod s r m n|ido ( nganado).
81
Atos 5:3
6. O USO DO PRONOME MASCULINO EM REFERENCIA A ELE.
Em João 16:13, só o pronome masculino se aplica ao Espírito sete vezes. É
isto muito
significativo desde que a palavra grega correspondente a "espírito" (pneuma) é
neutra. Vemos
assim que a idéia da personalidade do E spírito é tão forte que na passagem
supra ela tem
precedência sobre a ordem gramatical. Em Romanos 8:16,26, numa
construção mais próxima,
prevalece a ordem gramatical, mas isto não anula a significação de na outra
passagem arredar-se
a ordem gramatical.
7. A APLICAÇÃO DO NOME MASCULINO "PARAKLETOS" AO ESPÍRITO.
"O nome "parakletos"... não pode ... ser traduzido por "conforto", ou ser tomado
como nome de
qualquer influencia abstrata. O Confortador, Instrutor, Protetor, Guia,
Advogado, que este termo
traz perante nós, deve ser uma pessoa" (Strong, Systematic Theology).
"Parakletos" é a palavra grega para "Consolador" em João 14:26; 15:26; 16:7.
II. A RELAÇÃO DE PENTECOSTES COM O ESPÍRITO SANTO
1. ESPÍRITO SANTO JÁ EXISTIA ANTES DO PENTECOSTES.
Gênesis 1:2; Neemias 9:20; Salmos 51:11; Isaías 63:10; 2 Pedro 1:21. Temos
visto que o Espírito
Santo, como um membro da Trindade, é co -eterno com o Pai.
2. ELE TEVE ACESSO À TERRA E OPEROU NO HOMEM ANTES DO
PENTECOSTES.
Vide todas as passagens imediatamente antes que seg uem a primeira
passagem.
3. ELE VEIO NO DIA DE PENTECOSTES NUMA CAPACIDADE ESPECIAL.
Isto explica os significados da promessa de Cristo de mandar o Espírito. Esta
capacidade especial
foi:
(1) Talv  como o an|í|ipo da Sh quína.
82
Números 9:15-22; 2 Crônicas 7:1-3. A Shequína, no caso de tabernáculo, foi
para liderança e, no
caso do templo foi um símbolo de propriedade e possessão. A vinda do Espírito
Santo no
Pentecostes significou ambas as coisas à igreja.
(2) Em cumprim n|o d prof cia prom ssa.
Joel 2:28; Mateus 3:11. Não sustentamos, todavia, que o dia de Pentecostes
marcou o
cumprimento completo e ultimado da profecia de Joel. Este dia viu somente um
cumprimento
parcial e espiritual dessa profecia. Efetivamente, as palavras de Pedro
precisam ser entendidas
como significando não mais além que a coisa ora testemunhada nesse dia era
a mesma em
espécie como aquela da qual Joel predissera. O cumprimento literal, ultimado e
completo de Joel
2:28-32 virá com a conversão da nação judaica na segunda vinda de Cristo.
Vide Zacarias 12:9-
11; 13:8,9; Romanos 11:26.
(3) Au|oriar a igr ja.
Atos 1:4,8
(4) Como o consolador r sid n| m s|r dos cr n| s.
João 14:16,17; 1 João 2:20,27. Antes do Pentecostes, como indicado supra, o
Espírito Santo teve
acesso à terra, mas Ele veio e foi; não morou nos crentes constantemente.
Durante a dispensação
do Velho Testamento o Espírito Santo veio até mesmo sobre ímpios, tais como
Balaão e o rei
Saul. E Ele inspirou os escritores da Escritura. Também regenerou homens;
mas uma união
inseparável entre a alma do crente e o Espírito Santo não se formou então
como acontece agora
sob a presente dispensação. É a esta união indissolúvel entre a alma do crente
e o Espírito Santo
que o escritor aos Hebreus se refere quando ele fala de escre ver a Lei de Deus
no coração do
crente. Vide Hebreus 8:10. O fato de o Espírito Santo não morar constante e
inseparavelmente
nos crentes antes do Pentecostes explica porque Davi orou: "Não tires o Teu
Espírito Santo de
mim" (Salmos 51:11). O pecado podia e ntão afugentá-lo do peito, porquanto o
Seu presente era
transiente. Mas, não assim agora, como mais tarde veremos mais claramente;
e essa oração é
totalmente inadequada ao crente nesta dispensação.
(5) Para conv nc r o mundo do p cado, da jus|iça do juí o.
83
João 16:8-11. Sustentamos esta passagem como se referindo primariamente a
uma obra indireta
do Espírito, porque a diferença entre a obra direta e indireta do Espírito é para
se ver mais tarde
sob o exame do Seu trabalho nos perdidos.
4. SUA VINDA NO PENTECOSTES FOI DISPENSACIONAL E FINAL.
Não há absolutamente nada que justifique a crença que o Pentecostes é para
repetir-se na
experiência de cada crente. Ele veio em cumprimento de profecia e promessa
definitas e
particulares, marcou o princípio de uma dispensação especial do Espírito. O
pentecostalismo é
disparate dos mais absurdos. Podia alguém com a mesma razão falar de uma
repetição da
ressurreição e ascensão de Cristo como de uma repetição do Pentecostes, que
nunca se repetiu e
nunca se repetirá. A ocorrência na casa de Cornélio foi meramente
suplementada ao Pentecostes
(Atos 10:44-47) e aconteceu para que Pedro pudesse saber que os crentes
gentios foram recebidos
por Deus no mesmo nível como os crentes judeus.
5. DESDE O PENTECOSTES O ESPÍRITO SANTO ENTRA EM TODO O
CRENTE NA
CONVERSÃO E JAMAIS PARTE.
João 7:38,39; Atos 10:1; Romanos 8:9; Gálatas 3:2; 4:6; Efésios 1:13; 4:30;
Judas 19. É loucura o
crente orar pelo Espírito Santo, ainda que possa orar pelo Seu poder e
plenitude. Tão pouco
precisa o crente orar para que Deus não lhe tire o Espírito Santo; porque, ainda
que o crente possa
entristecer e apagar o Espírito (1 Tessalonicenses 5:19) ? recusar Seus
impulsos, o crente, não
obstante, está permanentemente selado pela presença do Espírito (Efésios
1:13; 4:30).
6. O CRENTE, PORTANTO, NÃO DEVERÁ BUSCAR NEM A PRESENÇA
NEM O
BATISMO DO ESPÍRITO, MAS SUA PLENITUDE.
Efésios 5:18. Mostramos que cada crente tem o Espírito. Agora só resta ser
observado que não há
na Escritura garantia para afirmar -se um batismo do Espírito hoje tanto na
regeneração como
depois dela. A Escritura está calada sobre a noção de um batismo do Espírito
para este tempo. A
passagem costumeiramente referida para substanciar um batismo do Espírito
na regeneração
refere-se ao batismo na água. Vide seu exame sob batismo na água.
84
O crente tem tudo do Espírito Santo, mas o Espírito comumente não tem tudo
do crente. Sua
presença é expansiva: Ele enche tanto do crente do que estiver vazio de
egoísmo e pecado.
Assim, a exortação para encher-se do Espírito é uma exortação de completa
rendição a Ele.
Quanto mais Ele nos enche, maior será a manifestação do Seu poder em
nossas vidas (Atos 6:3-5;
11:24).
III. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
1. SUA OBRA EM GERAL.
(1) El foi o ag n| d D us na criação. Gênesis 1:2
(2) El inspirou os scri|or s da Escri|ura. 2 Pedro 1:21. Vide outras passagens
sob a discussão
da inspiração verbal.
(3) El é, m g ral, o ag n| d D us m |odas as obras d D us. Jó 33:4;
Salmos 104:29,30;
Isaías 40:7; Lucas 1:35; Atos 10:38.
2. SUA OBRA NOS PERDIDOS.
(1) Sua obra indir |a nos p rdidos. Por obra indireta do Espírito nos perdidos
queremos dizer tal
obra como a que Ele executa mediatamente através da Palavra e não
imediatamente por impacto
pessoal sobre a alma. Qualquer obra produzida pela Palavra é uma obra do
Espírito, porquanto
Ele é o autor da Palavra. Está isto provado em Atos 7:51,52, onde resistência à
palavra falada
pelos profetas é dita como resistindo ao Espírito Santo.
Na obra indireta do Espírito nos perdidos Ele:
A. Luta com Eles. Gênesis 6:3. Esta luta se faz por meio de homens, tais como
Enoque e Noé, na
pregação da Palavra.
B. Ele os convence do pecado, da justiça e do juízo. João 16:8 -11. A presença
e as operações do
Espírito no mundo, como um que veio tomar o lugar e levar adiante a obra de
um rejeitado e
crucificado Cristo, constitue um convencimento potencial do pecado. Tivesse
Cristo sido um
impostor, Sua promessa do Espírito não se teria cumprido. É como se a alma
(espírito) de um
85
homem voltasse a rondar seus assassinos e prosseguir a obra que eles tão
vãmente tentaram
acabar. Tal tenderia a convencer os assassinos de sua culpa e testemunhar da
justiça do homem
que mataram. Assim é com o Espírito Santo: O Espírito de Cristo (Romanos
8:9; Gálatas 4:6). E
assim é que o Espírito Santo dá prova da justiça de Cristo, por manifestar que
Ele foi para o Pai e
por manifestar que Ele assim se vê ter triunfado sobre Satanás, o qual buscou
por todos os meios
impedir o propósito de Deus por meio de Cristo. Por este meio Ele convence os
homens do
pecado de rejeitarem a Cristo e da certeza do juízo a todos que permanecem
ligados ao Diabo,
porque Satanás já está julgado (João 12:31). "Este juízo de Satanás foi
alcançado na Cruz e
Satanás foi feito potencialmente impotente" (Bancroft).
Note-se que o Espírito Santo, na Sua obra de convencer ou convicção,
"convicta, não
primariamente do pecado de transgressão, mas do pecado de incredulidade,
?do pecado, porque
não crêem em mim?. Atos 2:36-37. Como todo pecado tem sua raiz na
incredulidade, assim a
forma mais agravada de incredulidade é a rejeição de Cristo. O Espírito,
contudo, ao prender esta
verdade sobre a consciência, não extingue, mas, pelo contrário, consuma e
intensifica o senso de
todos os demais pecados." (Bancroft, Elemental Theology).
Chamamos especial atenção para esta última sentença acima. Muitos
entenderiam que a
incredulidade é o único pecado danoso. Muitos mesmo diriam que isto é tudo
por que os homens
sofrerão no inferno. Semelhante noção está abundantemente contraditada pela
Bíblia. Vide
Romanos 2:5,6; 7:7-11; Gálatas 3:10,24; 1 João 3:4; Apocalipse 20:12. O
Espírito não convence
meramente do pecado de incredulidade, mas do pecado por causa da
incredulidade. Isto é, El e
mostra aos homens sua condição pecaminosa por fazê -los ver que estão
rejeitando ao Cristo de
Deus, mostrando assim rebelião contra Deus. A incredulidade é o principal
sintoma da doença do
pecado, cuja essência é a anarquia.
A obra indireta do Espírito nã o só pode ser resistida, mas é resistida
constantemente pelos
pecadores. Os pecadores nada mais fazem que resistir ao Espírito até que o
Espírito, por impacto
direto e pessoal sobre a alma, vivifica o pecador cadáver á vista. Isto, como já
indicado, explica
Atos 7:51,52.
(2). Sua obra dir |a nos p rdidos.
86
Referimo-nos aqui à regeneração. A regeneração é instantânea. Não pode ser
doutra maneira, por
não ser possível um homem estar em parte vivo e em parte morto sob um
ponto de vista
espiritual. É por essa razão que colocamos a convicção antes da regeneração.
Os pecadores
evidenciam vários graus de convicção através de períodos de extensão
variável. É só no momento
de regeneração, sem duvida, que a convicção alcança a intensidade mais
elevada. A obra indire ta
do Espírito na convicção é trazida a cumprimento instantâneo no momento em
que a alma
cadáver é vivificada à vida. Mas a convicção existe antes da vivificação. Vide
Paulo na sua
experiência, Atos 26:14. Vide também e compare Atos 2:37. Notai que na
parábola dos ossos
secos no vale (Ezequiel 37:1-10) houve um efeito produzido pela pregação
antes de Espírito
(simbolizado pelo fôlego) vir sobre eles. Isto ilustra a obra indireta do Espírito
na convicção antes
da vivificação.
A obra direta do Espírito na regeneração é irresistível. Não quer isto dizer que o
Espírito viole a
vontade: Ele simplesmente opera posto -vontade. A regeneração tem lugar na
"região da alma sob
senso comum" (Strong). É o meio pelo qual nossas vontades se conformam à
de Deus
rigorosamente segundo as leis da vontade e sua ação. Vide o capítulo sobre a
livre agencia do
homem. A regeneração é irresistível porque é uma obra de Deus e não
depende da vontade de
homens (João 1:12,13). É na regeneração que Deus habilita os homens a
virem a Cristo (João
6:65). É assim que ele entrega os seus eleitos a Cristo (João 6:37). A
regeneração é a atração a
que se refere em João 6:44,45, na sua consumação. O homem nada pode
fazer agradável a Deus
enquanto estiver espiritualmente morto, estando na carne ( Romanos 8:7,8).
Mas, quando
vivificado à vida, ele está certo de agir em harmonia geral com a vontade de
Deus (1 João 5:4;
3:9). Assim a regeneração é necessariamente irresistível.
3. SUA OBRA NOS SALVOS. Já vimos que o Espírito habita em todo o crente.
Esta moradia é
para a realização de uma obra nos crentes. A obra consiste de:
(1) Dar garan|ia d salvação. Romanos 8:16; 2 Coríntios 1:22; Efésios 1:14. O
Espírito não só
testemunha aos crentes da filiação atual, mas da garantia de salvação final. É
neste ultimo sentido
que a obra do Espírito é um "penhor", que quer dizer "hipoteca, uma parte do
preço de compra
adiantada como garantia de que a transação será completada". A presença do
Espírito em nossos
corações proporciona-nos uma prelibação do céu e é uma garantia de
recebermos a herança
87
"incorruptível e impoluta, que não fenece, reservada no céu" para nos "que
somos guardados pelo
poder de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no ultimo tempo" (1
Pedro 1:4,5).
(2) Confor|ando, nsinando ilu minando. João 16:7; 1 Coríntios 2:9 -12; Efésios
1:17; 1 João
2:20,27.
(3) Lid rando m ob diência s rviço. Romanos 8:14; Gálatas 5:16; Atos
8:27,28.
(4) Chamando para s rviço sp cial. Atos 13:2,4. "O Espírito Santo não só
dirige o teor geral da
vida cristã, mas chama homens para trabalhos especiais, tais como missões, o
ministério, ensino,
etc." "Esta passagem não nos conta como o Espírito chama homens,
presumivelmente porque
Ele não chama sempre homens do mesmo modo. Cabe -nos a nós estarmos
prontos a ser
chamado, desejá-lo e então esperar que o Espírito Santo nos chame. Ele não
chama a todos para o
trabalho missionário estrangeiro, ainda que todo cristão devera estar pronto a
responder a esse
chamado. Ele chama, contudo, todo cristão para algum campo de serviço e o
conduzirá, se ceder,
a esse campo especifico" (Bancroft).
(5) Dis|ribuindo dons spiri|uais. 1 Coríntios 12:4-11. Notai que "a manifestação
do Espírito é
dada a todo o homem (Isto é, todo o homem salvo) para o que for útil" (1
Coríntios 12:7).
Nenhum homem salvo pode dizer verdadeiramente, portanto, que está falto de
habilidade
espiritual no serviço do Senhor.
(6) For|ificando no s rviço. Atos 1:8; 1 Coríntios 2:4; 1 Tessalonicenses 1:5.
(7) Fa ndo fru|íf ro. Gálatas 5:22-25.
(8) Di|ando oração in| rc d ndo. Romanos 8:26,27; Gálatas 4:6.
(9) Mov ndo a adorar. Filipenses 3:3. Foi dito: "Em nossas orações somos
tomados com as
nossas necessidades, em nossas ações de graça somos tomados com as
nossas bênçãos, mas em
nossa adoração somos tomados com Deus mesmo".
(10) Finalm n| , vivificando o corpo do cr n| . Romanos 8:11-23.
88
Cap 11 - A Doutrina dos Anjos
Razoável é que haja uma escala ascendente da vida, desde o homem subindo
para Deus, tanto
como há uma escala descendente da v ida, do homem para baixo. Uma
contemplação da vastidão
e da maravilha deste universo pode bem levantar a pergunta: É o homem a
única criatura que
"tem uma mente apreciar e contemplar este favor de Deus" e para louvá -Lo por
isso? Sem a
Bíblia seriamos deixados em cega conjetura, mais, nela, temos clara revelação
de uma ordem de
seres acima do homem, de ordens e graus existentes e ascendentes,
chamados anjos.
I. A NATUREZA DOS ANJOS
1. SÃO SERES CRIADOS.
No Salmos 148:1-5 os anjos estão entre as entidades exortadas a louvarem o
Senhor na base que
"Ele mandou e eles foram criados". Que os anjos foram seres criados está bem
provado em
Colossenses 1:16, que diz: "Porque nEle foram criados todas as coisas, nos
céus e sobre a terra,
visíveis e invisíveis, quer sejam tronos ou domínios ou principalidades ou
potestades".
2. ELES SÃO ESPIRITOS PUROS.
Não queremos dizer aqui que todos os anjos são sem pecado; porque, como
veremos mais tarde,
alguns são maus. O que queremos dizer é que a natureza dos anjos é espírito
não misturado com
materialidade. Os anjos não possuem corpos como parte do seu ser, mesmo
que ainda assumam
corpos para a execução de certos propósitos de Deus, como em Gênesis 19.
Afirmamos que os
anjos são espíritos puros porque, em Hebreus 1:14, são cha mados espíritos. O
homem não é
nunca designado assim inqualificadamente. Cristo disse que "um espírito não
tem carne e ossos"
(Lucas 24:39).
3. ELES CONSTITUEM UMA ORDEM DE CRIATURAS MAIS ELEVADAS
QUE O
HOMEM.
Do homem se diz que ele foi feito "um pouco me nor do que os anjos" (Hebreus
2:7). Dos anjos
se diz serem maiores do que o homem em poder (2 Pedro 2:11). O seu poder
superior está
implicado também em Mateus 26:53; 28:2; 2 Tessalonicenses 1:7. Contudo, os
anjos são servos
89
ministrantes dos crentes (Hebreus 1:14) e pelos crentes serão julgados (1
Coríntios 6:3). Este
último fato parecia indicar que o homem, ainda que agora inferior em natureza
aos anjos será
depois, no seu estado glorificado, como um troféu da graça redentora de Deus,
exaltado com
Cristo bem acima dos anjos (Efésios 1:20,21; Filipenses 2:6 -9).
4. ELES NÃO TÊM SEXO.
Mateus 22:30 declara-se que os anjos não casam, o que os prova sem sexo.
"Filhos de Deus" em
Gênesis 6:2 não são anjos, mas descendentes de Sete: os verdadeiros
adoradores de Deus, como
diferençados dos descendentes de Caim.
5. ELES SÃO IMORTAIS.
Judas 6 declara que os anjos não podem morrer, o que significa que eles não
podem cessar de
existir.
II. CLASSES DE ANJOS
Os anjos consistem em anjos eleitos e anjos decaídos. As seguintes
passagens aludem a estas
duas classes e as seguintes:
"Conjuro-te diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo e dos anjos eleitos que,
sem prejuízo algum
guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade" (1 Timóteo 5:21).
"Deus não poupou os anjos quando eles pecaram, mas os lançou no inferno,
entregou-os às
cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo" (2 Pedro 2:4).
"Mas aos anjos que não guardaram sua principalidade, mas deixaram sua
própria habitação,
reservou debaixo da escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele
grande dia" (Judas 6).
Os anjos eleitos são aqueles a quem Deus escolheu para conservar em
santidade. Os outros,
permitiu que caíssem, e para eles não se proveu nenhuma redenção ou
possibilidade de escapula.
III. ORGANIZAÇÃO, ORDENS E GRAUS ENTRE OS ANJOS
90
Em Judas 9 temos Miguel mencionado como um arcanjo. Vide Também 1
Tessalonicenses 4:16.
"Arcanjo" significa o chefe dos anjos. Gabriel também parece ocupar um lugar
relativamente alto
entre os anjos. Vide Daniel 8:1 6; 9:16,21; Lucas 1:19.
A menção de tronos, domínios, principalidades e potestades entre as coisas
invisíveis, em
Colossenses 1:16, implica graus e organização entre os anjos. E em Efésios
1:21 e 3:10 temos a
menção de regime, autoridade, potestade e domín io nos lugares celestiais. Das
ordens nomeadas
em Colossenses 1:16, E. C. Dargan, no seu comentário, representa "tronos"
como "sendo o mais
elevado, próximo a Deus e assim chamados, tanto por estarem perto de Deus
e sustentarem o
trono de Deus como por sentarem eles mesmos sobre tronos aproximando -se
mais perto de Deus
em glória e dignidade; depois "domínios", ou s nhorios, aqueles que exercem
poder ou senhorio
sobre os inferiores ou homens; depois "principalidades", ou "principados", os de
dignidade
principesca; finalmente, "potestades", ou autoridades, aqueles que exercem
poder ou autoridade
sobre a ordem angélica mais baixa, logo acima do homem".
Consideramos mais satisfatório observar os "querubins" de Gênesis, Êxodo e
Ezequiel, com os
quais identificaríamos também os "serafins" de Isaias e as criaturas viventes do
Apocalipse, não
como seres atuais senão como aparências simbólicas, ilustrando verdades da
atividade e do
governo divino. As criaturas viventes do Apocalipse parece simbolizarem o
louvor da criação
inferior de Deus por causa deles serem "livrados do cativeiro da corrupção para
a liberdade da
glória dos filhos de Deus" (Romanos 8:21). Os vinte e quatro anciãos
associados às criaturas
viventes parecem representar a humanidade redimida. E bom é notar que as
criaturas viventes não
se incluem entre aqueles redimidos para Deus. Essas, como representativas da
criação inferior
dando louvor a Deus, cumprem o Salmos 145:10, que diz: "Todas as Tuas
obras Te louvarão, ó
Senhor".
IV. OS ANJOS NÃO SÃO PARA SEREM LOUVADOS
"E quando ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrava estas
coisas, para o adorar:
e ele disse-me: "Olha não faças tal, porque eu sou conservo teu e de teus
irmãos os profetas e dos
que guardam as palavras deste livro. Ador a a Deus" (Apoc. 22:8,9).
Isto está também condenado em Colossenses 2:18.
91
V. O EMPREGO DOS ANJOS
1. DE ANJOS SANTOS.
(1) El s louvam ao S nhor cumpr m os S us mandam n|os. Salmos 103:20;
148:2.
(2) El s r goijam-s com a salvação dos hom ns. Lucas 15:7,10
(3) El s minis|ram aos h rd iros da salvação. Hebreus 1:14; 1 Reis 19:5-8;
Daniel 6:22; Salmos
34:7; 91:11,12; Atos 12:8 -11.
(4) El s são m nsag iros d D us aos hom ns. Gênesis 19:1-13; Números
23:25; Mateus 1:20;
2:13,19,20; Lucas 1:11 -13-19; Atos 8:26; 10:3-6; 27:23,24.
(5) El s x cu|am o propósi|o d D us. 2 Samuel 24:16; 2 Reis 19:25; 2
Crônicas 32:21; Salmos
35:5,6; Mateus 13:41,42; 13:49,50; 24:31; Atos 12:23; Apocalipse 7:1,2; 9:15;
15:1.
(6) El s d ram a L i. Atos 7:53; Gálatas 3:19; Hebreus 2:2.
(7) El s minis|raram a Cris|o. Mateus 4:11; Lucas 22:43.
(8) El s acompanharão Cris|o na Sua s gunda vinda. Mateus 25:31,32; 2
Tessalonicenses 1:7,8.
(9) El s s|ão pr s n| s nos cul|os da igr ja. 1 Coríntios 11:10.
(10) El s |êm grand in| r ss na v rdad divina apr nd m por m io da
igr ja. 1 Pedro 1:12;
Efésios 3:10.
Não há nada supra para mostrar que há uma intervenção constante de anjos
entre Deus e o
homem. Eles não são em sentido algum constituídos regularmente mediadores
entre Deus e o
homem. Sua intervenção é ocasional e excepcional; sua atividade está sujeita
à ordem e
permissão de Deus.
92
Mas é evidente que o crente comum não tem ligado importância suficiente ao
ministério dos
anjos. Todavia, doutro lado, a noção de um anjo da guarda espe cial para cada
individuo não
encontra fundamente na Escritura. Diz J. P. Boyce:
"Guiados por fábulas rabínicas e guiados pelas idéias peculiares da filosofia
oriental, alguns têm
concebido que sobre cada pessoa nesta vida um anjo vigia para guardá -la e
protegê-la do mal.
Esta teoria de anjo da guarda tem sido sustentada de várias formas. Uns
confinaram sua presença
aos bons; outros a estenderam também aos ímpios; alguns supuseram dois em
vez de um anjo, -
um bom e outro mau. Do mesmo modo a teoria tem sido sustentada de anjos
da guarda sobre
nações; uns limitando-a a boas nações, outros estendendo -a a todas. Que tais
idéias existiam entre
os judeus e que prevaleceram também entre os cristãos primitivos, pode
admitir-se; mas
autoridade escriturística para ela s falta" (Abstract of Systematic Theology, pág.
179).
Há, realmente, apenas duas passagens que sugerem mesmo esta doutrina de
um anjo da guarda
para cada individuo, que são Mateus 18:10 e Atos 12:15. Sobre Mateus 18:10
diz John A.
Broadus: "Não há garantia suficiente aqui para a noção popular de "anjos da
guarda", um anjo
especialmente designado para cada individuo; diz -se simplesmente, de crentes
como uma classe,
que há anjos que são s us anjos, mas nada há aqui ou noutro lugar que mostre
ter um anjo o cargo
especial de um crente". (Commentary on Mathew).
Em Atos 12:15 diz H. B. Hackett: "Foi crença comum entre os judeus, diz
Lightfoot, que cada
individuo tem um anjo da guarda e que este anjo pode assumir uma aparência
visível semelhante
à da pessoa cujo destino lhe é cometido. Esta idéia aparece aqui, não como
uma doutrina das
Escrituras senão como uma opinião popular que não é afirmada nem negada"
(Comentary on
Acts). Sobre esta passagem Broadus também diz: "Os discípulos que estavam
orando por Pedro
durante sua prisão, quando a menina insistiu em que Pedro estava à porta,
saltaram logo a
conclusão que Pedro fora executado e o que se dizia ser ele era "seu anjo"
(Atos 12:15), segundo
a noção que o anjo da guarda de um homem estava apto a aparecer com a s ua
forma e sua voz aos
amigos logo após sua morte; mas as idéias desses discípulos estavam
errôneas em muitos pontos
e não são autoridade para nós a menos que inspirada".
Encerramos o assunto com mais este comento de Broadus: "Não pode ser
positivamente
assegurado que a idéia de anjos da guarda seja um erro, mas não há
passagem que prove ser
93
verdadeira e as passagens que podiam meramente ser entendidas dessa
maneira não bastam como
base de uma doutrina".
2. DOS ANJOS MAUS.
A obra dos anjos maus será considerada mais extensivamente no próximo
capítulo, o qual trata de
Satanás, seu regente e guia. Basta dizer aqui que os espíritos ou anjos maus
combatem contra
Deus e Seus santos. Vê-se isto em Efésios 6:12 e na possessão demoníaca
nos primeiros tempos
do Novo Testamento.
Quanto à possessão demoníaca, precisa de ser dito que o que se registra é
claríssimo e decisivo
para admitir-se uma simples acomodação da parte de Cristo e dos apóstolos às
noções populares
mas errôneas dos judeus. É muito provável, contudo, que a possessão
demoníaca foi mais comum
no tempo do ministério terreno de Cristo do que agora. Isso podemos ver
segundo o arquivo, que
era mais prevalecente no princípio do que nos últimos tempos do Novo
Testamento, ainda que
não fosse inteiramente ausen te nos últimos tempos do Novo Testamento (Atos
16:16-18); e
provavelmente não é ausente hoje. Alguns médicos hoje crêem que algumas
experiências e ações
dos loucos são melhor explicadas pela suposição de a mente do paciente estar
sob o controle de
um poder estranho. J. P. Boyce dá uma boa razão da maior prevalência de
possessão demoníaca
nos tempos do ministério terreno de Cristo: "A grande batalha estava para se
ferir entre Cristo e
Satanás e liberdade incomum foi sem duvida concedida ao Diabo e seus
ajudantes".
94
Cap 12 - Satanás: Sua origem, obra e destino
Nenhum crente na inspiração plenária das Escrituras pode duvidar da
existência de um diabo
pessoal. A realidade de semelhante entidade está indelevelmente estampada
nas páginas do Santo
Escrito. "Não podemos negar a personalidade de Satanás, exceto sobre
princípios que nos
compeliriam a negar a existência de anjos, a personalidade do Espírito Santo e
a do Pai, Deus"
(Strong, Systematic Theology, pág. 223).
Ainda mesmo que a Bíblia nada dissesse da exist ência de um tal ser, talvez
fôssemos compelidos
a crer na sua existência como uma explanação do poder sutil e escravizador do
pecado.
I. A ORIGEM DE SATANÁS
A existência de um ser ímpio tal como Satanás é, em face de nossa crença em
Deus como sendo
infinitamente santo e contudo criador de todas as outras coisas, apresenta esta
pergunta
inescapável: Como vamos dar conta de sua existência?
Cético tem imaginado que a pergunta: Quem fez o diabo? Oferece uma
objeção irrespondível à
doutrina cristã de Deus. Mas a Bíblia responde a esta pergunta clara e
razoavelmente.
1. SATANÁS, UM ANJO DECAÍDO.
Afirmamos isso pelas três seguintes razões:
(1) El é da m sma na|ur a qu os anjos. As obras atribuídas ao diabo
tornam tarefa a nós
impossível compreendê-lo algo outro que incorpóreo. Se ele fosse material,
limitar-se-ia ao
espaço; e, portanto, não poderia prosseguir com as obras universais de
impiedade a ele atribuídas
na Bíblia.
(2) El é o líd r d c r|os anjos. Em Mateus 25:41 Cristo usa a expressão: "O
diabo e seus
anjos".
(3) Um d s|ino comum sp ra Sa|anás ss s anjos. Na passagem referida
há pouco a Cristo Ele
nos conta que o inferno foi preparado tanto para o diabo como para seus anjos.
95
Concluímos que esses anjos dos quais Satanás é o líder e de cujo castigo ele
se aquinhoará são os
anjos decaídos mencionados por Pedro e Judas. Parece -nos claro, então, que
Satanás mesmo é um
anjo decaído.
A declaração em João 8:44 para o efeito que o diabo "foi homicida desde o
princípio" não precisa
de ser tomada como permanecendo em conflito com o precitado. A expressão
"desde o princípio"
não precisa de ser tomada como referindo -se ao princípio da existência do
diabo: pode referir-se,
e cremos que se refere, ao princípio da história humana.
2. DADOS DA QUEDA DE SATANÁS.
Cremos que temos na Escritura duas relações fragmentárias da queda de
Satanás. Referimo-nos a
Ezequiel 28:12-18 e Isaías 14:12-17.
A primeira dessas passagens foi endereçada ao rei de Tiro; a segunda ao rei
de Babilônia. Em
ambas, mas mais especialmente na primeira, algo da linguagem é forte demais
para aplicar-se a
qualquer homem. Cremos que essas passagens, quais muitas outras profecias,
tem uma dupla
referência. Isto é verdade de algumas das profecias concernentes ao
reajuntamento de Israel:
sendo a sua referência imediata à volta de Israel após os setenta anos de
cativeiro na Babilônia.
Mas, elas fazem também uma clara referência remota ao reajuntamento de
Israel disperso no fim
dos tempos. Em Mateus 24:4-51 temos uma dupla referência
maravilhosamente trabalhada em
conjunto. A razão desta dupla referência é que a destruição de Jerusalém em
70 A. D. foi um tipo
do cerco final de Jerusalém logo em precedência ao segundo advento de Cristo
à terra para julgar
o mundo e estabelecer o Seu reino milenial; e, sem du vida, a razão da dupla
referência nas
passagens que estamos considerando de Ezequiel e Isaias é que os reis de
Tiro e Babilônia foram
tomados como tipos "do homem do pecado" (2 Tessalonicenses 2:3,4), a
"besta" do Apocalipse
(Apocalipse 13 e 17), que não s erá senão uma ferramenta nas mãos de
Satanás. Portanto, as
palavras dos profetas vêem além desses reis ao poder dominante atrás deles,
dirigindo-se a
Satanás através dos seus representantes. Temos outros casos onde Satanás
está assim
endereçados. Em Gênesis 3:15 Satanás está endereçado através da serpente,
seu instrumento e em
Mateus 16:22,23 através de Pedro, em quem Cristo percebeu o espírito de
Satanás.
96
(1) R f rência a Sa|anás na sua condição In|ac|a. "Tu és o Selador da soma,
cheio de sabedoria e
perfeito em formosura; estavas no Edem, jardim de Deus, toda a pedra
preciosa era a tua
cobertura: sardônia, topázio, diamante, ônix, jaspe, safira, carbúnculo,
esmeralda e ouro; a obra
dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti, foram preparados no dia em
que foste criados.
Tu eras o querubim, ungido para cobridor e te estabeleci; no monte santo de
Deus estavas, no
meio das pedras fulgentes andavas. Perfeito eras nos teus caminhos desde o
dia em que foste
criado, até que se achou iniqüidade em ti" ( Ezequiel 28:12-15).
(2) R f rência à qu da d Sa|anás. "Na multiplicação do teu comércio
encheram o teu interior de
violência e pecaste; pelo que te lançarei profanado do monte de Deus e te farei
perecer, ó
querubim cobridor, do meio das pedras fulgentes. Elevou-se o teu coração por
causa da tua
formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor, por terra
te lancei, diante dos
reis te pus, para que a ti olhem. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela
injustiça do teu comércio
profanaste os teus santuários. Eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo que te
consumiu a ti e te
tornei em cinzas sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem" (Ezequiel
28:16-18).
"Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva do dia? Como
foste cortado por terra,
tu que debilitavas as nações? E tu dizias no teus coração: Eu subirei ao céu,
por cima das estrelas
de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, da
banda dos lados do
Norte. Subirei sobre as alturas das nuvens e sere i semelhante ao Altíssimo. E
contudo derribado
serás no inferno, aos lados da cova. Os que te virem te contemplarão,
considerar-te-ão e dirão: É
este o varão que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos? Que
punha o mundo como
deserto e assolava as suas cidades? Que a seus presos não deixava soltos
para suas casas?" (Isaías
14:12-17).
Destas duas relações parece claro que Satanás caiu pelo orgulho. Está isto em
harmonia com as
seguintes passagens:
Provérbios 16:18. A soberba precede a ruína e o espírito altivo a queda.
1 Timóteo 3:2,6. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível ... não neófito,
para que,
ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
97
Por Ezequiel entendemos que Satanás acupava lugar muito elevado entre os
anjos no seu estado
intacto. "Eras o querubim ungido que cobrias e eu te estabeleci, de maneira
que estavas sobre o
santo monte de Deus". Notai que ele não era " um querubim ungido", mas "o
querubim ungido".
"Ungido" quer dizer separado como um sacerdote ao serviço de Deus. "O
ungido qu rubim qu
cobr " alude provavelmente ao querubim que cobria o propiciatório com suas
asas no templo
(Êxodo 37:9). Isto parece indicar que o diabo era o líder da adoração angélica;
provavelmente
ocupava o lugar que agora é ocupado por Mig uel, o arcanjo.
II. A OBRA DE SATANAZ
1. O PECADO ORIGINADO NO UNIVERSO. As passagens supra, que dão um
relato velado da
queda de Satanás, apontam -nos a narrativa mais antiga que temos na Bíblia
sobre o pecado.
Sabemos que Satanás caiu antes do homem, porq uanto Satanás solicitou o
homem ao pecado. "O
pecado não foi uma criação mas uma origem: veio a existir pelo auxilio daquele
que teve
existência anterior, nomeadamente, personalidade e o poder de livre escolha.
Deus não criou esse
ser como o Diabo, mas como um anjo santo, o qual originou o pecado pela
desobediência e se
transformou no diabo ímpio que é hoje (Bancroft, Elemental Theology).
2. INTRODUZIU O PECADO NA FAMÍLIA HUMANA. Gênesis 3:1-16. Há uma
conexão
íntima entre o que notamos de Isaias a respeito do diabo e o seu método de
seduzir Eva. Satanás
foi enxotado do céu porque disse: "Far -me-ei semelhante ao Altíssimo". Ele
enganou Eva por
dizer-lhe que, em vez de morrer como resultado de comer o fruto proibido,
torna-se?ia ela "como
Deus, conhecendo o bem e o mal".
3. POSSUI E CONTROLA O MUNDO Jó 9:24; Mateus 4:8,9; João 12:31;
14:30; 16:11; 2
Coríntios 4:3,4; Efésios 6:12. Deus possui o mundo (Salmos 24:1), mas, como
lemos em Jó 9:24,
o mundo foi dado na mão de Satanás temporariamente e Satanás o domina ,
sujeito a tais
limitações como Deus se apraz impor. Vide Salmos 76:10.
4. ACUSA O POVO DE Deus. Jó 1:6-9; 2:3-5; Apocalipse 12:9,10. "Diabo"
significa "acusador"
ou "enganador".
98
5. TAMBÉM PROVA, ESCONDE, RESISTE E ESBOFETEIA. Lucas 22:31; 1
Tessalonicenses
2:18; Zacarias 3:1; 2 Coríntios 12:7.
6. PROCURA OPOR-SE E ESCONDER A OBRA DE DEUS. Mateus 13:39;
Marcos 4:15; 2
Coríntios 11:14,15; 2 Tessalonicenses 2:9,10; Apocalipse 2:10; 3:9.
7. TENTA, ENLAÇA E GUIA OS HOMENS AO MAL. 1 Crônicas 21:1; Mateus
4:1-9; João
13:2,27; Atos 5:3.
8. CONTROLA E CEGA OS PERDIDOS. João 8:44; 12:37-40; Atos 26:18; 2
Coríntios 4:4; 2
Timóteo 2:26. A cegueira em 2 Coríntios 4:4 e aquela em João 12:37 -40 são o
mesmo. Sua causa
imediata é a depravação da natureza carna l. Diz-se que o diabo é o autor desta
cegueira porque
ela é o autor do pecado. Na derradeira passagem é atribuída a Deus porque é
pela vontade
permissiva de Deus que se concedeu ao diabo trazer o pecado ao mundo. Para
mais extensa
discussão desta cegueira vide o capítulo sobre a livre agencia do homem.
9. CAUSA ENFERMIDADES. Lucas 13:16; Atos 10:38.
10. TEM O PODER DA MORTE. Hebreus 2:14.
Mas, graças sejam dadas a Deus, toda a obra de Satanás está senhoreada
pela onipotência e
onisciência de Deus e é feita para operar ultimadamente para glória de Deus e
para o bem dos
santos. Vide Salmos 76:10; Romanos 8:31; 2 Coríntios 12:7; Efésios 1:11.
Na queda de Pedro temos um exemplo excelente de como Deus é glorificado e
os santos
beneficiados mesmo atravéz da tentação do diabo que atualmente produz o
pecado nas vidas dos
santos. A experiência de Pedro em negar a Cristo fê -lo homem diferente dele
mesmo. No
julgamento de Jesus ele Pedro acovardou -se ante uma criadinha, mas no
Pentecostes ele topou a
multidão dos crucificadores de Cristo com palavras ardentes de condenação. A
queda de Pedro
tirou-lhe a Fiúza em si mesmo. Assim, Satanás, buscando a completa ruína de
Pedro, como ele
teve a de Jó, peneirou a palha e deixou o trigo. Podemos ver também que as
aflições de Satanás
trouxeram no fim maiores bênçãos a Jó.
III. O DESTINO DE SATANAZ
99
A noção comum que Satanás está agora no inferno não é correta. O mesmo é
verdade da idéia de
Satanás ficar sempre no inferno como o que inflige tormento sobre outros. Ele
habita agora nos
ares (Efésios 6:11,12), tem acesso a Deus (Jó 1:6) e é ativo sobre a terra (Jó
1:7; 1 Pedro 5:8).
Mas, finalmente, Satanás será lançado no inferno.
Já notamos que o inferno foi preparado para o diabo e seus anjos. Na
passagem seguinte temos a
relação de como ele será lançado no inferno:
"E o diabo que os enganou foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde
também estão a besta e o
falso profeta; e serão atormentados dia e noite para todo o sempre"
(Apocalipse 20:10).
Isto é para acontecer ao cabo do "pou co tempo", durante o qual é para Satanás
ser solto outra vez
após o milênio. Precedendo o milênio, a besta e o falso profeta serão lançados
no lago de fogo
(Apocalipse 19:20).
100
Cap 13 - A Criação do Homem
Temos só uma coisa a inquirir neste capítulo e essa é o método de Deus na
criação do homem. O
estado original do homem será tratado num capítulo mais tarde, como será
também a natureza do
homem.
Criou Deus o homem por um ato direto? Ou foi por meio e pelo processo de
evolução das formas
mais baixas da vida? Afirmamos que foi por um ato direto. Para prova disto,
notamos:
I. ARGUMENTOS DA EVOLUÇÃO REFUTADOS
1. O ARGUMENTO DA GEOLOGIA.
Dizem-nos que um exame de restos fossilizados mostra que as várias formas
de vida na terra não
se originaram todas de uma vez, mas sucessivamente e que, como regra, a
sucessão procede das
formas mais simples para as mais complexas.
Em resposta a este argumento, seja primeiro observado que a asserção supra,
mesmo se
verdadeira, não prova a evolução de uma espécie para outra na ausência do
registro geológico de
elos conectores entre as espécies. Mais tarde notaremos mais em minúcia a
ausência de elos
conectores no registro geológico. Em face a essa ausência, caso fosse
verdadeiro tudo quanto se
afirma sobre a sucessão dos fosseis, o registro geológico apenas provaria uma
sucessão de
espécies e não de evolução.
Mas, quanto à sucessão das espécies, ninguém menos que T. H. Huxley
declara: "Na a|ual
condição d nossos conh cim n|os d nossos mé|odos um v r dic|o ? "não
provado não
prováv l" ? d v s r arquivado con|ra |odas as grand s hipó| s s dos
pal on|ologis|as a r sp i|o
da suc ssão g ral da vida no globo" (Lay Sermons, pág. 213, London, 1883). E
George
MacCreay Price, no seu livro "Os Fundamentos da Geologia" explodiu
completamente esta
"teoria casca de cebola", assim chamada, de épocas sucessivas quando
apenas existiam certas
formas de vida.
101
Eis aqui algumas das afirmações do Professor Price, achadas no seu notável
"Q. E. D.": "É
verdade que no princípio do século dezenove Sir Charles Lyell e outros
tentaram dar de mão a
esta herança não cientifica das cascas de cebola de Werner, mas a geologia
moderna nunca se
livrou ainda de sua idéia assencial e mais característica, pois todos os nossos
compêndios falam
de várias fases quando só c r|os |ipos d vida pr val c ram sobr o globo . Daí
é que Whewell,
na sua "História das Ciências Indutivas" recusa reconhecer que qualquer
avanço real se tenha
feito na direção de uma ciência estável como a astronomia, física e química.
"Custosamente
sabemos", diz ele, "se o progresso começou. A história da astronomia física
quase principia com
Newton e poucas pessoas aventurar -se-ão a afirmar que o Newton da geologia
tenha aparecido".
"A ciência da geologia, conforme se ensina comumente, está verdadeiramente
numa
espantosíssima condição e sem dúvida apresenta a mistura mais esquisita de
fato e absurdo a
encontrar-se no circulo todo de nosso conhecimento moderno ... Que gente
educadíssima ainda
creia na sua tese principal de uma época d finida para cada spéci par|icular
d fóssil é
exemplo triste mas instrutivo dos efeitos da inércia mental".
"Mas a teoria de eras definitas e sucessivas, com as formas de vida
aparecendo na terra numa
ordem precisa e invariável, está morta em todo o tempo p or vir e para cada
homem que tenha
bastante treino e métodos científicos para saber quando uma coisa está
realmente provada".
E dos "Fundamentos da Geologia" do Professor Price disse Gilbert E. Bailey,
primeiro professor
de geologia na Universidade de Cali fórnia: "Foi preciso. Creio que
descascastes completamente a
teoria casca de cebola".
2. O ARGUMENTO DA EMBRIOLOGIA.
Alega-se, geralmente, entre os advogados da evolução, que o embrião
humano, no seu
desenvolvimento, passa pelas mesmas mudanças que eles supõem ter
passado o homem na sua
evolução da ameba, recapitulando assim a evolução da raça. Ou, para ser mais
explícito, o
argumento da embriologia, inclui as seguintes três asserções: Prim ira, que os
germes das
plantas, dos animais e do homem são idênti cos, não mostrando nenhuma
diferença tanto na
análise química como sob o microscópio; S gunda, que, no desenvolvimento
do embrião
achamos uma recapitulação da história antepassada do organismo particular a
que pertence o
102
embrião; T rc ira, que, quando isto é comparado com outros achados da
ciência, e a ordem das
coisas vivas, segundo são classificadas pela ciência, apresenta uma sucessão
completa de formas
desde a ameba ao homem.
Em resposta a este argumento desejamos dizer:
(1) A s m lhança n|r o g rm das plan|as, dos animais do hom m é só
apar n| sup rficial.
Isto é verdadeiro pelas seguintes razões:
A. O protoplasma de um dado germe não pode ser homogêneo, conquanto
assim pareça.
Uma parte desse protoplasma sempre se desenvolve em sangue, outr a em
músculos, outra em
células cerebrais. Se o protoplasma fosse homogêneo, então tudo que
sabemos de causa e efeito
compelir-nos-ia a crer que o ser dele desenvolvido seria exatamente
homogêneo em todas as suas
partes. Em vez de se formar uma conclusão que destrói a lei bem estabelecida
de causa e efeito,
muito melhor é concluir que o protoplasma de um germe parece homogêneo só
porque não temos
os meios necessários para descobrirmos sua heterogeneidade.
B. O mesmo argumento se aplica com força sempre maio r à contenção que o
germe do homem é
exatamente igual aos das plantas e dos animais.
Se são exatamente iguais, porque o homem se desenvolve invariavelmente de
um, um animal de
outro e uma planta de outro sem jamais uma reversão? Desde que os
cientistas empreenderam
explicar os segredos da vida, expliquem -nos eles isto. E, até que o façam,
pedir-lhes-emos que
fiquem acusados de ensinar uma teoria não cientifica.
(2) É |ambém v rdad iro qu o mbrião humano no s u d s nvolvim n|o
r |raça a his|ória
an| passada da raça, mas por uma afirmação qu paira som n| num
fundam n|o apar n|
sup rficial.
A. O embrião da espécie humana nunca é realmente semelhante a um verme,
a um peixe, a um
réptil ou mesmo a um dos animais mais elevados.
103
Assim diz o Professor Thompson em "Outline of Zeology", pág. 64. Os
invertebrados
permanecem dobrados para trás e os vertebrados dobram em direção oposta
em redor da gema do
ovo. Tudo o que se pode afirmar verdadeiramente a respeito da similaridade
embriológica está
exposto pelo Professor Hegner, da Universidade de John Hopkins, nas
palavras seguintes: "Certas
fases neste desenvolvimento têm sido reconhecidas como comuns a todos os
animais mais
elevados" (College Zoology). Notai que ele inclui somente os animais mais
elevados. E ele não
afirma uma similaridade exata entre os embriões mesmo dos referidos animais,
senão que
somente em certas fases de desenvolvimento são comuns a todos eles.
Essas fases de desenvolvimentos que são comuns a todos os animais mais
elevados são dadas
pelo Professor Hergner como segue: (1) Fendagem ou a divisão da célula
simples do ovo em
outras células. (2) a formação de uma cavidade no centro do ovo. (3)
Gastrulação ou o
engraçamento das células num lado do ovo. (4) Introversão, por meio da qual
se formam camadas
de germe adicionais. Quando está completa aquela segunda fase em que se
forma a cavidade do
centro, o ovo é como uma bola de borracha oca e a cavidade do centro está
rodeada por uma
camada simples de células; mas o lado que está endurecid o na terceira fase
curva-se para dentro e
assim o ovo assume grosseiramente o feitio de uma ferradura e vem a possuir
uma dupla camada
de células. E o Professor Hergner nos diz que "a maioria dos animais mais
elevados tem uma
terceira camada que aparece co mumente entre as outras duas". (5) O
desenvolvimento dessas
camadas em órgãos. A camada mais externa desenvolve -se em pele do corpo,
na coberta dos
vários corpos e no sistema nervoso. A camada do meio desenvolve -se em
músculos, tecidos de
conexão e sustento, no sangue e nos vasos sanguíneos. A camada interna
desenvolve-se na
coberta do trato digestivo, na faringe e no trato respiratório.
Agora, se houvesse exata similaridade entre as fases de desenvolvimento em
todos os animais
mais elevados, isso nada provaria a favor da evolução; porque é só para ser
esperado que o plano
perfeito do Deus onisciente teria fases comuns na reprodução das formas mais
elevadas da vida.
Mas não há exata similaridade entre as fases de desenvolvimento de todos os
animais mais
elevados. Topamos uma diferença importante logo na primeira fase do
desenvolvimento do ovo
ou germe. Há quatro tipos distintos de divisão da célula: (1) Divisão igual, onde
o ovo se divide
em duas partes iguais e estas em quatro, etc.; (2) Divisão desigual , onde se
formam uma célula
104
grande e outra pequena; (3) Divisão discoidal, onde o ovo inteiro não se divide,
mas onde se
formam na superfície células pequenas; (4) Divisão superficial, onde o núcleo
do ovo se divide
rapidamente e as novas células emigram para a superfície e formam uma
camada simples de
células.
Desde que um dado ovo não pode sotopor -se a cada tipo de divisão, é
obrigatória uma divisão
logo na primeira fase entre algumas das formas mais elevadas da vida.
Uma segunda diferença já então se apresentou na citação do Professor Hegner
em que ele
menciona o fato de na quarta fase só a maioria de os animais mais elevados
desenvolverem uma
terceira camada de células.
Não admira, pois, que o Professor Conn, em "Evolution of Today", admita que a
embriologia
muitas vezes dá uma história falsa e que o paralelo é grandemente uma grande
ilusão.
3. O ARGUMENTO DA MORFOLOGIA.
Tem-se achado que há uma similaridade de plano entre a escama de um peixe,
a barbatana de
uma baleia, a perna de um animal e o braço de um homem; bem como uma
medida de
similaridade entre outras partes correspondentes. Por causa disto dizem os
evolucionistas que
todas estas espécies provêem de um antepassado comum.
Mas, em resposta a isto, Huxley, em "Study of Zoology", pág. 86, diz:
"Nenhuma quantidade de
evidência puramente morfológica pode bastar para provar que umas coisas
vieram a existir de um
modo mais do que de outro". E o Professor Quatrefages, do Museu de Ciência
Naturais, de Paris,
escreve o seguinte: "Sem deixar o domínio do s fatos e julgando somente do
que conhecemos,
podemos dizer que a morfologia em si mesma justifica a conclusão que uma
espécie nunca
produziu outra por derivação".
Nós, portanto, riscamos o argumento provindo da morfologia com o seguinte
comentário de
Alexandre Patterson:
"Esta parecença de partes é bem o que deveríamos esperar das coisas que se
originam de um
operador inteligente, seja criador, seja manufaturador. Encontra -se em
qualquer fabrica. A roda é
105
a mesma do carrinho de mão, na carroça, na carruagem, na locomotiva. De
fato, a uniformidade
de plano prova a unidade causal e não a diversidade de causas fortuitas
reclamada pelos
evolucionistas. Se a evolução fosse verdade, haveria tanta diversidade no meio
dos órgãos como
há no meio das formas dos órgãos. Se a operação de condições fortuitas
resultará em mudanças
radicais nas formas dos órgãos, por que então não há uma diversidade
semelhante no meio dos
próprios órgãos? A evolução não tem resposta. A criação tem tal resposta; um
é Deus e o Seu
plano é um. Porque não deveriam ser iguais as formas de todas as coisas,
sendo que são para
viver nos mesmos climas, comer o mesmo alimento e propagar-se da mesma
maneira?" (O outro
lado da Evolução, pág. 45).
4. O ARGUMENTO DAS PARTES RUDIMENTARES DO HOMEM.
Afirmam os evolucionistas que há certos órgãos e partes no homem que são
inúteis e que os
mesmos devem ser considerados como relíquias de órgãos e partes úteis em
nossos antepassados
supostamente inferiores na sua evolução. Dizem eles que os cabelos
compridos de nossas
sobrancelhas, as pontas e todo o exterior do nosso ouvido, os cinco dedos do
pé, as reentrâncias
nos pescoços dos embriões, o apêndice e, possivelmente, as amídalas, são
tudo relíquias de nossa
ascendência bruta.
A resposta a isto é simples. De fato, todo este argumento encarna tanta
ignorância e tão pouca sã
razão que é estranho que qualquer pessoa inteligente tivesse a temeridade de
o apresentar.
Notai os seguintes pontos:
(1) Ainda qu não s possa achar u|ilidad para c r|as par| s no hom m,
|odavia não é c r|o qu
s jam in| is.
O homem ainda não avançou tão longe que possa estar certo de que não
descobrirá novos fatos
que lançarão luz sobre tais problemas como este.
(2) O apêndic |alv  | nha |ido um uso puram n| humano nos primórdios d
sua his|ória,
quando os s us hábi|os foram dif r n| s.
106
Tem havido bastantes mudanças nos hábitos de vida do homem,
particularmente quanto à sua
dieta, para explicar-se a existência do apêndice sem o mesmo tempo assumir -
se que ele foi
herdado de uma suposta ascendência bruta. Tem sido afirmado, por exemplo,
que o coelho, por
causa de sua dieta exclusivamente vegetal, acha uso para o seu apêndice.
Provavelmente o
homem também o achou quando ele viveu mais de uma dieta vegetal. Assim,
quando os homens
assumem que tais coisas como as mencionadas são restos de uma
ascendência bruta, fazem-no
arbitrariamente.
(3) N nhuma raão pod s r dada porqu d vêramos | r h rdado
sobranc lhas apar| d |odo o
cab lo qu cobr a fac d um an| passado macacoid .
O uso de roupa supre aos evolucionistas uma explicação plausível porque o
manto comprido de
pelo do macaco não continuou no homem. Não se proporciona, contudo, igual
explicação para a
ausência de cabelo sobre a testa nua. E a força do uso de roupa como razão
para a ausência
comparativa de cabelo comprido sobre o corpo humano está grandemente
enfraquecida pela
mesma ausência na testa humana.
(4) D qu s rviram aos nossos an| passados as pon|as da or lha?
A menos que as mesmas foram úteis aos nossos antepassados d e um modo
que não para nós,
nossa posse delas, então, não pode ser invocada como argumento para a
evolução.
(5) A ass rção qu |oda a or lha x| rior é in|il é quas d masiada |ola para
m r c r a| nção.
Observai os comparativamente surdos quando levam a mão em concha
através da orelha para
facilitar a audição ... Nada mais é preciso dizer em resposta a esta ignorante
noção.
(6) quando o pé s|á nu, são os d dos d valor p rc p|ív l m balançar o
corpo.
Não há duvidas que, por bastante tempo, os sapatos fo ram pouco conhecidos
após a criação do
homem. Vemos assim a necessidade dos dedos.
(7) As r n|râncias são n c ssárias, não r s|a duvida, à própria manu| nção
do mbrião.
107
Através delas o fluido circo-ambiente ganha acesso e, sem dúvida, preenche
alguma necessidade
no desenvolvimento dos órgãos internos.
5. O ARGUMENTO DE CARACTERISTICOS HUMANOS NOS ANIMAIS.
Um argumento da evolução se deduz do fato que se acham animais com
memória, amor, ódio,
ciúme e pelo fato que podem planear e usar de meios, admirar a beleza e,
nalguns casos,
combinar em esportes. Mas isto nada prova mais do que uma certa soma de
similaridade na vida
íntima dos animais e do homem. Como no argumento da morfologia, este
argumento prova
apenas um grau de unidade de plano por parte do Cr iador. Argüiramos da
mesma maneira que os
anjos evoluíram dos homens em vista do fato que o homem possui certas
características em
comum com os anjos; e, na mesma base, podíamos argumentar que o homem
evoluiu do diabo.
6. ARGUMENTO DA DISTRIBUIÇÃO DE ANIMAIS.
Diz-se que certos animais se encontram em certas regiões, o que é tomado
como evidencia que
eles evoluíram de onde de encontram. A asserção supra é em parte falsa. Em
uma das Ilhas
Bermudas encontram-se lagartos iguais aos da Austrália; noutra iguais a o da
América. Huxley
afirmou que na vizinhança de Oxford, Inglaterra, acham -se restos de animais
como os da
Austrália. Mais: ele afirma que as Ilhas Britânicas estiveram uma vez ligadas à
África. Se isto for
verdade (e não há razão por que não deveria ser) , essas ilhas estiveram
indubitavelmente ligadas
também com a Europa. E é também perfeitamente provável que a Ásia e a
América do Norte
estiveram ligadas no Estreito de Béring, se não em outros pontos. Assim é
verossímil que,
originalmente, todos os contin entes estiveram visivelmente ligados e os
animais destarte
espalhados. Então morreram em regiões a eles não adequadas ou se tornaram
extintas devido a
inimigos predatórios. O fato de os restos de apenas certos animais poderem
ser achados numa
localidade dada não é prova que eles são os únicos que jamais existiram lá. As
relíquias não
podem de nenhum modo ser creditadas como darem um arquivo perfeito da
vida animal.
II. FATOS CIENTÍFICOS OPOSTOS À EVOLUÇÃO
A evolução é uma teoria não sustentada por fatos imp arciais. É uma cisma
selvagem. A única
causa de sua invenção é que ela ministra ao orgulho do homem natural e o
auxilia a desfazer-se
108
de concepção que lhe são desagradáveis ao coração ímpio e rebelde. Seus
sentidos são obtusos ao
máximo para perceberem coisas espirituais. Assim os milagres são-lhes
repugnantes; portanto,
ele busca uma explicação materialista da vida. Não há um só fato em prova da
evolução, mas
muitos fatos contra ela. Os seguintes fatos são alguns deles:
1. A IMPOSSIBILIDADE DE SE DAR CONTA DA LINGUAGEM NA BASE DA
EVOLUÇÃO.
Diz o Professor Max Mueller: "Há uma barr ira qu ninguém ainda s
av n|urou |ocar, - a
barr ira da linguag m. A linguag m é o nosso Rubicon n nhum bru|o jamais
ousa |ranspô-lo
... N nhum d s l ção na|ural d s|ilar a jamais palavras significan| s das no|as
d pássaros
animais". (Lesson on the Science of Language, pág. 23, 340, 370).
2. A IMPOSSIBILIDADE DE SE DAR CONTAS DE OUTRAS COISAS NA
BASE DA
EVOLUÇÃO.
As coisas seguintes de que a evolução não pode dar conta são tiradas de
"Evolution at the Bar"
(P. Mauro):
(1) As asas das Av s.
Segundo a evolução, as asas das aves "devem ter -se desenvolvido cada uma
indepentende da
outra do que no princípio era um calombo ou protuberância acidentais nas
costas de um réptil
implume. Mais ainda, devem ter-se perpetuado, com desenvolvimento
firmemente progressivo,
guardando passo uma com a outra, através da progênie de gerações sem
conta, durante todo
referido tempo essas excrescências inaturais seriam, não uma vantagem
senão, decididamente,
um entrave aos seus possuidores. Mas isto não podia prosseguir sob a "lei de
Seleção Natural",
porque essa "lei" tolera somente a promoção de variações úteis; logo, a
Seleção Natural destruiria
rapidamente tais variações. Mas, conversamente, as asas da ave destroem a
Seleção Natural. A
Evolução não pode dar conta das asas, quer por Seleção Natural, quer por
qualquer outro método
de operação. Muitos evolucionistas competentes têm admitido isto (entre eles
Herbert Spencer);
contudo, agarram-se à Evolução, não obstante a impossibilidade de proporem
um método pelo
qual ela pudesse operar".
109
(2) Os hábi|o da aranha aquá|ica.
A aranha aquática respira o ar e contudo vive debaixo d?água! Ela constrói sua
casa debaixo
d?água e a enche de ar. Como chegou ela a tão estranhos hábitos? A evolução
não tem resposta.
A vida da aranha aquática exige uma equipamento muito complexo. Tudo dela
não podia ter-se
desenvolvido quer fora d?água, que na água, segundo os métodos
evolucionários. Se ela viveu
sempre na água, a evolução não tem explicação do fato de ela respirar o ar. Se
ela primeiro viveu
em seco, e evolução não pode explicar como ela desenvolveu a habilidade de
viver debaixo
d?água; porque isso teria sido impossível sem o seu equipamento altamente
especializado, que
consiste de ? (1) Pelos protetivos para prevenirem -na de se molhar. (2) O
órgão ou órgãos
próprios para secreção de um material a prova de água. (3) A habilidade de
formar esse material
dentro de uma célula estanque. (4) O estranho aparelho para encher sua casa
de ar. (5) Os vários
instintos maravilhosos que causam a consecução dessas notáveis funções.
Nenhuma delas seria
de valor incompleto de desenvolvimento. Da aranha aquática requerer -se-ia
viver dentro d?água
por séculos sem conta para o desenvolvimento deste equipamento, mas ela
não poderia viver
dentro d?água sem o equipamento! Até aí para a evolução da aranha aquática.
(3) A habilidad produ|ora d s da d ou|ras aranhas.
Para a produção de seda estão as aranhas munidas de ? (1) Glând ulas
capazes de destilarem um
fluido que se endurece instantaneamente e se cristaliza em seda quando
exposto ao ar. (2)
Fianderinhas (três) assemelhando -se a pernas, perfuradas nas pontas com
miríades de tubos
excessivamente delgados com o fim de enovelare m o fluido em fios tão
pequenos que a união de
milhares deles faz uma trança de seda escassamente visível a olho nu. (3)
Pernas traseiras
adaptadas à função altamente especializada de formar milhares desses
filamentos microscópicos
num fio. E, neste caso, assim como no primeiro, pode-se indicar que nenhuma
destas seria de
utilidade alguma sem as outras, nem todas elas juntas seriam de utilidade
alguma, salvo no atual
estado completo de desenvolvimento. Se as fianderinhas tivessem menos que
o número de tubos
que elas têm agora, não haveria a área de exposição ao ar para efetuar o
endurecimento do fluido
em seda. A Seleção Natural não teria tolerado nenhum desses órgãos num
estado incompleto de
desenvolvimento.
110
Não é necessário que continuemos com o tratamento minucioso dos órgãos e
instintos das
abelhas e hábitos do castor. Em ambos os casos a evolução colapsa numa
tentativa de explicação
muito no mesmo jeito como nos casos já mencionados.
(4). O fa|o qu as carac| rís|icas adquiridas as variaçõ s for|ui|as não são
r gularm n|
|ransmissív is.
A evolução ensina que um calombo fortuito aparecendo no corpo de algum
animal perpetuou-se e
finalmente desenvolveu-se em pernas, que as manchas sensitivas fortuitas que
deram uma
sensação agradável quando viradas na direção do sol, fazendo assim o animal
guarda-las na
direção do sol, transmitiram-se, e, sob o estímulo da luz, desenvolveram -se em
olhos. Todavia,
todo esforço para provar a transmissibilidade de características adquiridas e
variações fortuitas
terminou em sombrio fracasso. Todas as venetas e esportes podem ocorrer,
mas não se propagam
regularmente em espécies iguais. Há sempre uma reversão ao tipo na vasta
maioria das
descendências. Uma criancinha pode nascer com seis dedos nas mãos, ou nos
pés, e com alguém
de sua progênie pode acontecer o mesmo, mas uma variação tal nunca torna
permanente.
Professor Coulter, da Universidade de Chicago, diz: "(1) É geralmente crido
que os caracteres
adquiridos não são herdados. (2) A mais leve variação usada pela teoria de
seleção natural não
pode ser continuada pela seleção contínua além dos limites das espécies. (3)
As formas
conservadas pela seleção artificial revertem. (4) A seleção entre tais variações
leves é uma que
pode ter nenhuma vantagem decidida". Georg e McCready Price diz: "Algumas
vezes a Lei de
Mendel é chamada de lei de herança alternativa, assim incorporando no seu
nome o pensamento
que uma descendência possa mostrar caracteres possuídos por um dos pais
ou pelo outro, mas ela
não pode desenvolver qu aisquer caracteres que sejam que não fossem
manifestos ou latentes no
ascendente. Mudanças no ambiente durante a fase embrionica, é verdade,
parecem algumas vezes
estar registradas na forma crescente; mas nunca se provou que essas
mudanças induzidas possam
em algum tempo avultar numa unidade de caráter ou fator genérico que se
manterão e segregarão
como um fator distinto depois da hibridização. A ascendência só fornece o
material para o fator e
nenhuma quantidade de mudança induzida consegue registrar -se no
organismo de maneira a
entrar nesse circulo encantado de caracteres ancestrais, único que parece
estar transmitido à
posteridade". (Q. E. D., pág. 91).
111
(5) A l i univ rsal d r |rogr ssão m v  d progr ssão.
O professor George McCready Price diz: "É uma lei universal das coisas vivas
que todas as
formas deixadas a si mesmas tendem a degenerar. A necessidade de seleção
artificial contínua na
beterraba, no algodão da Ilha do Mar, no milho, no gado Jersey e Holstein e
nos cavalos de trote,
prova esta tendência universal para degenerar" (Q. E. D., pág. 94). O Professor
A. H. Sayce, esse
eminente arqueologista de Oxford, diz: "Quanto mais antiga a cultura, mais
perfeita se acha ser.
Este fato é muito notável em vista de teorias modernas de desenvolvimento e
de evolução da
civilização dentre a barbárie. Seja qual for a razão, tais teorias não surgem
pelas descobertas da
arqueologia. Em vez do progresso que se devera esperar, achamos
retrogressão e decadência."
(Homiletic Review, June, 1902).
(6) O in| rvalo n|r os v r| brados inv r| brados no r ino animal.
A evolução não tem podido transpor este intervalo provadamente e demonstrar
como os animais
de espinha dorsal evolveram dos que a não tem. Prof. Hegner, da Universidade
de John Hopkins,
no seu "College Zoology", pág. 619, cita com aprovação Wilder, assim: "A
origem dos
vertebrados está perdida na obscuridade de formas a nós desconhecidas".
Mas, se a ciência
nalgum tempo o demonstra, haverá um consolo para nós: a demonstração
pode monstrar-nos
como remediar a falta de espinha de pregadores pés de lã e compromissórios.
(7) O in| rvalo n|r as dif r n| s spéci s d cada class .
Cândidos estudantes de geologia dizem -nos que as espécies aparecem de
repente no arquivo
geológico sem formas intermediárias. E en tre os incontáveis animais e insetos
em existência não
há um elo de ligação entre as espécies. Isto é a cruz da teoria evolucionista em
geral e é aqui que
a evolução está destituidissima de prova. Deixada está ela como um litigante
num tribunal, com
as suas testemunhas mais importantes dolorosa e ominosamente ausentes.
Contudo, urge o
litigante em que o tribunal decida a seu favor no pressuposto que a questão
seria provada se ele
pudesse apresentar as testemunhas que não pode e para cuja ausência não
pode oferecer razão. O
evolucionista é um indivíduo estranhamente crédulo. Ele está tão acostumado
a vôos tontos da
112
imaginação que não acha dificuldade em trepar de espécie em espécie tanto
no registro geológico
como entre as formas vivas sem se aborrecer com os intervalos escancarados
entre as espécies.
Dizemos isto de nós mesmos, ou não dizem também o mesmo os cientistas? O
Dr. Robert Watts
diz: "O registro das rochas nada sabe da evolução de uma forma mais elevada
vinda de uma mais
baixa... Tanto a natureza como a revelação proclamam-se lei inviolável, que o
igual produz
igual". O Dr. J. B. Warren, da Universidade de Califórnia, disse: "Se a teoria de
evolução for
verdadeira, então, durante os muitos milhares de anos cobertos no todo ou em
parte atual
conhecimento humano, seriam certamente conhecidos alguns casos de
evolução entre uma e outra
espécie. Nenhum caso tal é conhecido". O Dr. David Brewster declara: "Temos
prova absoluta da
imutabilidade das espécies, quer a sondemos nas épocas históricas ou
geológicas". Sir William
Dawson, grande geólogo canadense, diz: "Não há evidencia direta que no
curso de tempo
geológico uma espécie mudou -se gradual ou repentinamente noutra" (Modern
Ideas of Evolution,
pág. 118). O Professor Winchell diz: "O grande fato obs tinado que toda forma
da teoria encontra
logo de início é, que, não obstante as variações, estamos ignorantes de um só
caso de derivação
de uma boa espécie doutra. Vasculhado tem sido o mundo por um exemplo, e
ocasionalmente
pareceu por algum tempo como se um exemplo tivesse sido achado da
originação de uma espécie
genuína por agencias naturais assim chamadas, mas apenas damos expressão
a admissão de todos
os recentes advogados das teorias de derivação quando anunciamos que o há
muito procurado
calvário experimental não foi descoberto" (The Doctrine of Evolution, pág. 54).
Diz o Professor
Conn: "Será admitido de todos os lados que nenhum exemplo inquestionável
foi observado de
uma espécie ser derivada de outra." (Evolution of Today, pág. 23). O Dr.
Etheridge, do Museu
Britânico, perito em fossiologia, diz: "Em todo este grande museu não há uma
partícula de
evidência da transmutação das espécies. Nove décimos da prosa dos
evolucionistas são escarrada
tolice, não achada nas observações e totalmente desamparadas pelos fatos.
Este museu está cheio
de provas da completa falsidade de suas idéias." O Professor Lê Conte, da
Universidade de
Califórnia, diz: "A evidência da geologia hoje é que as espécies parecem vir à
existência
repentinamente e em completa perfeição, ficam substancialmente imudáveis
durante o termo de
sua existência e morrem em completa perfeição. Outras espécies tomam seus
lugares por
substituição, aparentemente, não por transmutação".
113
(8) O |r m ndo in| rvalo n|r o animal mais l vado o hom m .
O Dr. Frederich Pfaff, professor de ciência natural na Universidade de
Erlangen, diz: "Em
nenhum lugar dos depósitos mais antigos se vê um macaco que se aproxima
mais de perto do
homem, ou homem que de perto mais se aproxima de um macaco, ou talvez de
homem nenhum.
O mesmo hiato que se acha hoje entre o homem e o macaco retrocede em
indiminuidas largura e
profundidade ao período terciário. Só este fato basta para fazer sua
ininteligibilidade clara a quem
quer que não esteja penetrado pela convicção da inf alibilidade da teoria de
transmutação gradual
e desenvolvimento progressivo de todas as criaturas organizadas" (Age and
Origin of Man, pág.
52). Lê Conte diz: "Os homens mais primitivos até agora achados não são em
nenhum sentido
elos conetivos entre o homem e o macaco. O crânio de Mentone é de tamanho
médio ou mais que
médio, enquanto o de Neanderthal, também muito antigo, é de tipo inferior,
mas em nenhum
respeito intermediário entre o homem e o macaco, sendo verdadeiramente
homem". O Dr.
Virchow, que foi a autoridade alemã mais alta em fisiologia e estilizado o
"chimico dianteiro do
globo", sendo o originador da teoria do germe, disse: "A forma intermediária é
inimaginável,
salvo num sonho". E outra vez: "É tudo asneira. Não pode ser provado pela
ciência que o homem
descendeu do macaco ou de outro animal. Desde o anúncio da teoria, todo o
conhecimento
científico real caminhou na direção oposta. A tentativa de achar a transição do
animal ao homem
acabou em fracasso total".
III. FATOS BÍBLICOS OPOSTOS À EVOL UÇÃO
Até aqui discutimos a evolução de um ponto de vista científico. Isto fizemos
porque todo o
estudante da Bíblia bem informado devera saber algo do aspecto científico
deste assunto. Uma
refutação inteligente da evolução pela Bíblia é impossível sem algu m
conhecimento correto do
aspecto científico.
Viramos agora a notar o ensino da Bíblia em referência a evolução. Alguns
eruditos da Bíblia
acham que a Bíblia não está em antagonismo necessário com a teoria da
evolução; mas está e,
especialmente, com referência às seguintes matérias:
1. O MÉTODO DE CRIAÇÃO DO HOMEM.
114
A Bíblia declara que o homem foi criado do pó da terra (Gênesis 2:7; 3:19;
18:27; Jô 10:9; 34:15;
Salmos 104:14; Eclesiastes 12:7), não de formas de vida previamente
existentes, como seria o
caso se a evolução fosse verdadeira.
2. O MÉTODO DE CRIAÇÃO DA PLANTA.
Refere a Bíblia que Deus criou "toda planta do campo antes que estivesse na
terra e toda erva do
campo antes de crescer" (Gênesis 2:5). Por outro lado, a evolução alega que
as plantas se
produzem por desenvolvimento gradual e evolução de uma para outra. A
evolução afirma a
produção por crescimento; a Bíblia ensina a produção antes do crescimento.
3. O ESTADO ORIGINAL DO HOMEM.
De acordo com a Bíblia, o homem foi criado santo e just o, caiu desse estado,
trazendo o pecado
ao mundo (Gênesis 1:27; Eclesiastes 7:29; Romanos 5:12 -21; 1 Coríntios
15:22). Mas a evolução
não tem lugar para um estado original santo do homem, nem para a entrada do
pecado através de
uma queda.
4. O COMEÇO DA RAÇA HUMANA.
Aprendemos da Bíblia que a raça humana começou com um homem, Adão.
Mas, se a evolução
fosse verdadeira, é certo que muitos seres humanos teriam sido produzidos
simultaneamente e em
várias partes da terra.
5. O MÉTODO E O TEMPO DA CRIAÇÃO DA MULHER.
O relato escriturístico da criação da mulher representa -a como sendo criada
conforme o homem e
de uma costela tirada do homem. Por outro lado, a evolução teria
necessariamente produzido a
fêmea com o macho, do contrário a procriação teria sido impossív el.
6. A PERMANENCIA DAS ESPÉCIES.
Lemos que Deus prescreveu que cada espécie de animal produzisse "segundo
sua espécie". Isto
nega a hipótese evolucionária da transmutação das espécies.
115
IV. OS EFEITOS ESPIRITUAIS DA EVOLUÇÃO
O Professor Jonathan Rigdon, Ph. D., no seu "Ciência e Religião", diz que
"tanto quanto à
religião concerne, não faz diferença, absolutamente, se a hipótese da evolução
é verdadeira ou
falsa". Discordamos fortemente desta posição, não somente porque se opõe à
Bíblia, mas também
por causa dos seus pestilências efeitos espirituais. O Professor Virchow
eminentíssimo entre os
patologistas europeus, denunciou a evolução como ruinosa ao estado e disse
que ela devera ser
excluída das escolas. É ruinosa ao estado e a tudo de valor no r eino secular,
mas muito mais
ruinoso no espiritual.
Alguns dos efeitos espirituais da evolução como segue:
1. LEVA A CONCLUSÃO QUE A RELIGIÃO NADA MAIS É QUE UM
PRODUTO DE
EVOLUÇÃO.
O Professor Rigdon, no livro previamente citado, diz: "Se a evolução prova r-se
verdadeira, então
veremos que a religião mesma, crença em Deus e imortalidade, é o efeito mais
alto da evolução.
A religião então aparecerá como a suprema atitude mental que a luta pela
existência desenvolveu
para fazer a vida digna de se viver e para salvar a raça de extinção voluntária".
Isto tanto deixa a religião como mera crença na existência de Deus e no fato da
vida após morte,
ou, se por crença em Deus e na imortalidade quer -se dizer o que a Escritura
significa pela fé e a
esperança do crente, como a evolução despreza a obra regeneradora do
Espírito Santo, pela qual
estas são efetuadas. Ambas estas alternativas são falsas. A religião ensinada
na Bíblia é mais do
que crença na existência de Deus e no fato da vida depois da morte. A
evolução podia produzir
esta crença e contudo estar longe da fé e esperança do Cristão. A fé e a
esperança do Cristão são
confiança em Cristo para salvação e a expectação de uma imortalidade bem -
aventurada na
presença de Deus. Estas se produzem, não por quaisquer meios naturais
senão pelo mesmo poder
que levantou a Cristo dentre os mortos (Efésios 1:19,20).
2. FAZ DA BÍBLIA TAMBÉM UM DOS SEUS PRODUTOS.
E não basta dizer que a evolução foi o meio de Deus para dar -nos a Bíblia, e,
portanto, que a
Bíblia não está roubada de seu caráter sobrenatural. A Bíblia professa ter sido
escrita, não por
116
vontade do homem, como teria sido o caso se ela viesse pela evolução, mas
pela ação
sobrenatural do Espírito Santo. (2 Pedro 1:21).
3. DESTROI A REALIDADE DO PECADO E SUA ODIOSIDADE À VISTA DE
DEUS.
Aos olhos dos evolucionistas o pecado é somente imaturidade humana. O
pecado não entrou no
mundo como escolha deliberada de um ser humano maduro que verificou algo
de suas
conseqüências e não é agora o resultado de inimizade contra Deus: é,
meramente, um incidente
no destino ascensional da raça.
4. SUBSTITUIU O TREINO E O BOM AMBIENTE NO LUGAR DE
REGENERAÇÃO E DO
SANGUE DE CRISTO.
Se o pecado é apenas de relíquias de imperfeição animal, não carecemos de
nada como seu
remédio a não ser de tais coisas que contribuem para promover a evolução da
raça. Assim a
regeneração e o sangue de Cristo são desnecessários.
5. SUBSTITUI A SALVAÇÃO INDIVIDUAL ACENTUADA NA BÍBLIA PELA
SALVAÇÃO
SOCIAL.
A evolução faz os homens interessados na raça como um todo para que ela
atinja a mais elevada
civilização, cultura e eficiência; Deus está preocupado com o cumprimento do
Seu propósito
através da salvação espiritual do indivíduo.
6. SUBSTITUI A LEI DE AMOR NA BÍBLIA PELA LEI DA SOBREVIVENCIA
DO MAIS
APTO.
A evolução não tem lugar para os fracos e incapazes; mas a Bíblia nos manda
socorrer os fracos e
os fortificar. A civilização, inteiramente imbuída de evolução e permeada pelo
seu espírito, não
faria nenhuma provisão pelos fracos.
7. AUMENTA O PREJUIZO NATURAL CONTRA OS MILAGRES.
117
Diz o Professor Rigdon: "A toda pessoa pensante os milagres são
repugnantes". Isto diz ele, não
como uma negação dos milagres senão para expressar a preferência da mente
do homem por uma
explicação natural. O homem tem uma tal preferência e a evolução encoraja
esta preferência,
agravando a repugnância do homem para com os milagres. Por essa razão
achamos muitíssimo
evolucionistas negando o nascimento virginal e a ressurreição corporal de
Cristo, como negando
também o elemento miraculoso na regeneração.
118
Cap. 14 Os Elementos Essenciais da Natureza Humana
Há duas teorias com referência aos elementos essenciais da natureza humana.
Notamo-las na
seguinte ordem:
I. A TEORIA TRICOTÔMICA
As duas passagens seguintes são tidas por algu ns para ensinar uma divisão
tríplice da natureza
humana em corpo, alma e espírito, estas constituindo três elementos distintos
em a natureza do
homem:
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito e
alma e corpo sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo" (1
Tessalonicenses 5:23).
"A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de
dois gumes, que
penetra até à divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas, q ue é apta
para discernir os
pensamentos e intenções do coração" (Hebreus 4:12).
Rejeitemos esta teoria pelas seguintes razões:
1. SE A ENUMERAÇÃO TRÍPLICE EM 1 TESSALONICENSES 5:23 DEVE
SER TOMADA
COMO SIGNIFICANDO TRÊS ELEMENTOS DISTINTOS NO HOMEM,
ENTÃO MATEUS
22:37 DEVE SER TOMADO COMO NOMEANDO, NOMÍNIMO, UM
ELEMENTO
ADICIONAL, FAZENDO-OS QUATRO AO TODO.
Mateus 22:37 reza: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda
a tua alma e de
todo o teu pensamento." Precisa ser notado que essa passagem , à luz da
interpretação de 1
Tessalonicenses 5:23 pelos advogados da teoria tricotômica, faz de coração e
mente elementos
diferentes em a natureza do homem. Diga -se agora que a "mente" nesta
passagem é idêntica a
"espírito" em 1 Tessalonicenses 5:23; mas o "coração" não pode ser
identificado com coisa
alguma em 1 Tessalonicenses 5:23, desde que "alma", bem como coração,
está mencionada em
Mateus 22:37. Assim, para os advogados da teoria tricotômica à luz de sua
interpretação de 1
119
Tessalonicenses 5:23, não há escapar da necessidade de sustentar uma
divisão quádrupla da
natureza humana.
2. TÃO CERTO COMO ESTÁ MANIFESTO PELA ESCRITURA QUE
"CORAÇÃO" E
"MENTE" NÃO DESIGNAM ELEMENTOS SEPARADOS DA NATUREZA
HUMANA,
ASSIM TAMBÉM ESTÁ MANIFESTO QUE "ALMA" E "ESPIRITO" NÃO
DESIGNAM.
Presumimos que todos concordarão em que "coração" e "mente" representam
não dois elementos
distintos da natureza humana, mas apenas duas faculdades; sendo a mente
especialmente a
faculdade do conhecimento e o coração a faculdade do sent imento. Mais tarde
mostraremos que é
justamente tão manifesto que alma e espírito não são distintos.
3. HEBREUS 4:12 NÃO DEVE SER TOMADO COMO SE REFERINDO A UMA
DIVISÃO
ENTRE A ALMA E O ESPÍRITO COMO SE FOSSEM ELEMENTOS
SEPARADOS.
Antes pensamos que se refere a "penetração" da alma e do espírito até mesmo
às suas juntas e
medula, a saber, às mesmas profundezas da natureza espiritual"(A. H. Strong).
4. OS TERMOS "ESPÍRITO" E "ALMA" SÃO USADOS UM PELO OUTRO NA
ESCRITURA.
Vide Gênesis 41:8 comparado com Salmos 42:6; João 12:27 comparado com
João 13:21 e
Hebreus 12:23 comparado com Apocalipse 6:9. Este uso intermudável de
ambos os termos é fatal
à doutrina tricotômica.
5. DOIS ELEMENTOS APENAS DA NATUREZA HUMANA ESTÃO
MENCIONADOS NA
CRIAÇÃO DO HOMEM.
Primeiro, Deus criou o corpo do homem. Então Ele assoprou nas ventas desse
corpo o fôlego
(espírito) de vida e assim o homem se tornou alma vivente. Cf. Gênesis 2:7. O
homem não veio a
ser primeiro alma vivente ou a possuir uma alma e então receber o espírito em
adição: foi a
recepção do espírito que o fez alma vivente.
6. JESUS DIVIDIU A NATUREZA HUMANA SÓ EM DOIS ELEMENTOS.
120
Em Mateus 10:28 disse Jesus: "Não temais os que matam o corpo, mas não
podem matar a alma;
antes temei o que pode destruir tanto a alma e o corpo no inferno". Se há três
elementos em a
natureza humana, que sucede ao terceiro quando corpo e alma vão para o
inferno? Se Eclesiastes
12:7 se oferece em resposta a esta pergunta, respondemos a palavra hebraica
traduzida "espírito"
nesta passagem, não pode ser tomada como significando "espírito" no sentido
em que a usamos
aqui: significa meramente "fôlego". Em resposta, pode ser dito que, se a
palavra hebraica aqui
significa apenas fôlego, então ela significa o mesmo em Gênesis 2:7, onde a
temos interpretado
como significando espírito. Mas desde que, após a partida do fôlego, o homem
continua a ser
uma alma vivente, como evidenciado por seu sofrimento cônscio eterno, no
caso de ele ir para o
inferno (Gehenna), deve ser entendido que a palavra em Gênesis 2:7 significa
mais do que fôlego.
Não fique entendido que o que estamos dizendo aqui é que não há nunca
qualquer distinção que
seja entre alma e espírito. Enquanto elas são muito freqüentemente usadas
como sinônimos,
contudo, algumas vezes, traça-se uma vaga distinção; mas esta distinção não
é entre elementos
diferentes da natureza humana. Quando se faz uma distinção, ambos os
termos meramente
"designam o princípio imaterial de diferentes pontos de vista" (A. H. Strong).
"Concluímos que a
parte imaterial do homem, vista como uma vida individual e cônscia, capaz de
possuir e animar
um organismo físico, chama -se "psuke" (alma); vista como um agente moral e
racional,
suscetível de influência e habitação, esta mesma parte imaterial chama -se
"pneuma" (espírito). O
"pneuma" (espírito), pois, é a natureza do homem olhando para Deus e capaz
de receber e
manifestar o "Pneuma Hagion" (Espírito Santo); a "psuke" (alma) é a natureza
do homem
olhando para a terra e tocando o mundo dos sentidos. O "pneuma" (espírito) é
a parte mais
elevada do homem como relacionada às realidades espirituais ou como capaz
de tal relação; a
"psuke" (alma) é a parte mais elevada do homem como relacionada com o
corpo ou como capaz
de tal relação. O ser do homem, portanto, não é tricotômico sen ão dicotômico e
a sua parte
imaterial, enquanto na posse de dualidade de faculdades, tem unidade de
substância. A natureza
do homem não é uma casa de três andares senão de dois, com janelas no
andar de cima dando
para duas direções: para a terra e para o céu. O "andar térreo" é a nossa parte
física: o corpo. Mas
o "andar superior" do homem tem dois aspectos: há uma visão para as coisas
embaixo e uma
clarabóia através da qual se vêem estrelas" (Strong, Systematic Theology, pág.
246). "A alma é
espírito modificada pela união com o corpo" (Hovey).
121
II. A TEORIA DICATÔMICA
Em vista de todas as considerações precedentes, somos pela teoria dicatômica
da natureza
humana antes que pela tricotômica: a primeira encara o homem como se
compondo de duas
partes, uma material (corpo) e outra imaterial (alma ou espírito).
Já justificamos a primeira, ao menos para nossa própria satisfação, contra a
segunda. Só nos resta
agora responder aos que recusam até mesmo uma dupla divisão da natureza
humana e negam que
a alma seja um elemento atual, distinto do corpo. Como prova que o corpo e
alma são dois
elementos distintos, oferecemos os seguintes argumentos:
1. DISSE JESUS QUE O HOMEM NÃO PODE MATAR A ALMA.
Vide Mateus 10:28. E, na mesma passagem Ele também disse que o homem
pode matar o corpo;
logo, corpo e alma são elementos distintos.
2. O HOMEM CONTINUA A EXISTIR DEPOIS DE O CORPO VOLTAR AO PÓ.
Para prova disto vide o capítulo sobre "O Estado Presente dos Mortos".
3. A MORTE FÍSICA É TRATADA COMO A PARTIDA DA ALMA DO CORPO E
A VINDA
À VIDA OUTRA VEZ É TRATADA COMO A VINDA DA ALMA OUTRA VEZ AO
CORPO.
Vide Gênesis 35:18; 1 Reis 17:22. Algumas vezes a palavra hebraica "alma"
nestas passagens
(nephesh) significa meramente vida; mas um tal sentido da bem em 1 Reis
17:22, porque aí se
afirma que "a alma da criança lhe voltou e ela reviveu" ou viveu outra vez.
Traduzir "nephesh"
aqui por "vida" faria as palavras rezarem: "A vida da criança veio -lhe outra vez
e ela viveu outra
vez".
4. PAULO CHAMA O CORPO MERAMENTE NOSSA CASA TERRESTRE E
DIZ QUE
TEREMOS UMA OUTRA CASA APÓS A DISSOLUÇÃO DO CORPO.
Vide 2 Coríntios 5:1-4. Esta outra casa é o corpo espiritual que os crentes
receberão na
ressurreição. Assim o homem interior ou a alma pode mudar -se desta casa
para outra e é,
122
portanto, tão distinta em substância e separável em natureza como o corpo
humano o é da casa
em que mora. O corpo físico é somente a moradia terrena da alma.
123
Cap 15 - A Natureza Moral do Homem
O homem é uma criatura moral. Com isto queremos dizer que ele é
responsável pelas suas ações.
Isto é um dos sinais por que o homem se distingue da besta. O homem se
constitui criatura moral
por aquelas faculdades que o fazem responsável pelas suas ações. Essas
faculdades são três:
I. INTELECTO
Intelecto é a faculdade d a percepção ou pensamento. É o poder de o homem
saber ou receber
conhecimento. Sem isto o homem não seria uma criatura moral. Isto está
ensinado por Jesus em
João 9:41.
II. CONSCIÊNCIA
De um ponto de vista estritamente psicológico a consciência não é consi derada
como uma
faculdade separada. Deste ponto de vista as três faculdades são intelecto,
sensibilidade e vontade;
sendo a consciência considerada como a ação combinada dessas três
faculdades dando ao homem
um senso íntimo de sua responsabilidade moral e julgando entre o bem e o
mal. Todavia, a
consciência pode, num sentido, ser considerado como uma faculdade, porque
é poder da mente
conhecer o bem e o mal e sentir-se obrigado a fazer o bem. Assim o juízo está
envolvido na
consciência. E a razão está envol vida no juízo.
Em suma, a consciência é o guia final do homem. Errôneo é fazer uma
distinção entre seguir a
própria consciência e seguir a Lei de Deus. A Lei de Deus não tem meio de nos
alcançar exceto
através da consciência. Quando fazemos o bem, só o pod e ser como resultado
de incitação da
consciência, que obra segundo o padrão aceitado pela mente. Assim a
consciência nos guia
direito só em proporção à justeza do padrão que tivermos aceitado como nosso
guia. Daí a
necessidade de conhecimento correto da Pa lavra de Deus.
III. VONTADE
A vontade do homem está definida por A. H. Strong como "o poder da alma de
escolher entre
motivos e dirigir sua atividade subseqüente de acordo com o motivo assim
escolhido, em outras
palavras, o poder da alma de escolher tanto o fim como os meios de atingir o
escolhido". Diz o
124
mesmo autor: "A escolha de um fim último chamamos preferência imanente; a
escolha dos meios
chamamos volição executiva".
Como observamos em considerarmos a vontade de Deus, a vontade não é
independente da
natureza do seu possuidor. Não é, como fosse, um outro eu dentro de nós. O
caráter da vontade é
o caráter do indivíduo que a possui. A vontade é, simplesmente, um poder da
alma.
Os atos da vontade são determinados por dois fatores: motivos e caráter.
Usamos o termo
"motivos" significando razões e induzimentos influenciando na direção de
certos atos da vontade.
Destes dois fatores, o caráter é o mais dominante, porque em todo ato da
vontade fazemos
escolha entre dois ou mais motivos e é o nosso caráter q ue determina que
motivo escolhemos.
Todo ato da vontade é uma expressão de caráter em vista de motivos e todo
ato da vontade tende
a modificar ou confirmar o caráter. Isto explica porque uma dada escolha da
vontade se torna
mais fácil cada vez em que ela se faz.
A questão da liberdade da vontade do homem, sendo um assunto tão vasto,
será tratada noutro
capítulo.
125
Cap 16 - O Estado Original e a Queda do Homem
Em Eclesiastes 7:29 lemos: "Eis-que, só isto achei: que Deus fez o homem
direito, mas eles
buscaram muitas invenções". Nada é mais evidente do que os dois fatos
mencionados nesta
passagem; a saber, a justiça original do homem e a sua queda mais tarde.
I. O ESTADO ORIGINAL DO HOMEM
1. O FATO EM SI.
A passagem a pouco citada nos diz que Deus fez o homem justo. É isto
evidente da natureza de
Deus: sendo infinitamente santo. Ele só podia criar aquilo que é justo. Então se
nos diz em
Gênesis 1:31 que Deus viu que tudo quanto Ele fez foi muito bom. Isto inclui o
homem. Mais
ainda, se nos diz que Deus fez o homem na Sua própria imagem (Gênesis
1:27).
2. A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM.
(1) Consid rada N ga|ivam n| .
A imagem de Deus no homem não consistiu de uma trindade análoga à
trindade divina. Já
discutimos isto circunstanciadamente no capítulo sobre "Os Elementos da
Natureza Humana".
Nesse capítulo mostramos que o homem consiste, não de três partes senão de
duas; e, se ele
consistisse de três partes, que membro da trindade representaria o corpo do
homem?
(2) Consid rada Posi|ivam n| .
A imagem de Deus no homem consistiu de duas coisas, a saber:
A. Santidade.
Nisto teve o homem uma semelhança moral com Deus. Ao afirmarmos que
santidade foi uma
parte da imagem de Deus no homem, queremos dizer que, na criação do
homem, Deus
comunicou as faculdades humanas uma inclinação reta. A santidade deve ter
sido parte da
imagem de Deus no homem porque santidade é o atributo fundamental de
Deus. Que santidade
126
foi uma parte da imagem original de Deus no homem está também confirmado
pelo fato que ela
se comunica na renovação da imagem de Deus na regeneração (Efésios 4:24;
Colossenses 3:10).
Isto está confirmado mais além por Eclesiastes 7:29.
A semelhança moral original do homem com Deus constitui em mais que mera
inocência. Foi
santidade positiva. Só isto pode satisfaze r a afirmação que o homem foi feito à
imagem de Deus.
Se inocência fosse bastante para satisfazer essa afirmação, então seriamos
obrigados a concluir
que cada criancinha nasce na imagem moral de Deus, o que a Escritura nega
(Salmos 51:5; 58:3;
Jeremias 17:9).
B. Personalidade.
Nisto o homem tem uma semelhança natural com Deus. A personalidade pode
ser definida como
auto-concienciosidade e autodeterminação. A primeira é a habilidade do
homem em conhecer-se
distintamente de tudo o mais e de analizar -se. A segunda é o poder de fazer
escolhas em vista de
motivos. Tais escolhas envolvem a razão e o juízo; e, quando se relacionam
com assuntos morais,
envolvem consciência.
É a personalidade que distingue o homem num modo natural do bruto. O bruto
tem senso íntimo,
mas não auto-concienciosidade. Nenhum bruto jamais pensou "Eu". Nenhum
bruto jamais se
deteve para analizar-se. Um bruto nunca reflete sobre sua própria natureza em
distinção de tudo
mais. Ele nunca se empenha em introspecção. Nem o bruto faz escolhas em
vista de motivos.
Suas ações são determinadas por instintos e por influencias de fora. Assim, o
bruto tem
determinação, mas não autodeterminação. Que o bruto se move por instinto
mais do que por
escolha em vista de motivos está evidenciado pelo fato que os brutos nunca
melhoram nos seus
métodos de fazer as coisas.
Que a personalidade foi uma parte da imagem de Deus no homem está
evidenciado pelo fato que
o homem decaído, falto de santidade, ainda se diz estar na imagem de Deus.
Vide Gênesis 9:6; I
Coríntios 11:7; Tiago 3:9.
II. A QUEDA DO HOMEM
127
A santidade original do homem não era imutável. A mutabilidade é uma
característica necessária
da natureza humana. Imutabilidade requer infinidade de conhecimento e poder.
A infinidade é
uma característica só da divindade. Portanto, desde que Deus desejou criar o
homem e não um
deus, Ele fez Adão mutável. Isto tornou possível a queda. Notemos, então, em
referência à queda:
1. O FATO EM SI.
Em Gênesis 3 temos a narrativa da queda. De modo que a queda é um fato
revelado. Também é
um fato que é evidente, como já o indicamos.
2. O PROBLEMA EM SI.
Quando vimos estudar a queda do homem, somos abordados pelo problema
de como um tal ser,
como Adão foi, pode cair. Notemos a respeito deste problema:
(1) Uma xplicação rrôn a.
Algumas vezes uma explicação do problema da queda do homem é tentada
por representar-se o
seu estado original como um de mero equilíbrio no qual foi tão fácil escolher o
erro como foi
escolher o direito. Em outras palavras, a vontade estava tal estado de
indiferença e tão suscetível
de agir de um modo como de outro. Uma noção tam como esta reduz o estado
original do homem
a uma condição de mera inocência em vez de santidade positiva. Já tocamos
nisto e confiamos
em que mostramos que, mera inocência, não sa tisfaz a afirmação que o
homem foi criado na
imagem de Deus.
(2) A xplicação dir i|a.
Não devemos ver a dificuldade insuperável aqui reconhecida por muitos.
Pensamos que a
dificuldade encontra uma explicação satisfatória nos seguintes fatos:
A. Adão era mudável.
Já discutimos este fato.
B. Sendo mudável, só podia permanecer firme no seu estado original pelo
poder de Deus.
128
Vide o capítulo sobre "A Relação de Deus com o Universo". Nada fica na sua
própria força
inalterado exceto aquilo que é imutável.
C. Deus podia justa e santamente permitir a Adão cair se Lhe agradasse.
Desde que Deus permitiu o pecado, ninguém objeta à permissão da queda,
salvo aqueles que
queiram criticar Deus.
D. Deus, tendo escolhido permitir a queda, retirou de Adão o Seu poder
sustentador e a natureza
de Adão degenerou tanto como o universo inteiro cairia aos pedaços se Deus
retirasse o Seu
poder sustentador e conservador por um só instante.
3. OS RESULTADOS EM SI.
(1) O primado d Adão.
Quando Adão provou a corrupção de sua nature za, ele não ficou como simples
individuo senão
como o cabeça natural da raça. O primado natural de Adão está claramente
ensinado no capítulo
quinto de Romanos. O seu primado ali não se apresenta como simples primado
federal. Adão não
pecou meramente por nó s, como se ele fosse o mero cabeça federal da raça;
nós pecamos nele
(Romanos 5:12).
(2) Os f i|os da qu da.
A. Sobre Adão e Eva.
Adão e Eva sofreram a corrupção de sua natureza, a qual lhes trouxe ao
mesmo tempo morte
natural e espiritual.
B. Sobre a Raça.
O efeito total da queda de Adão sobre a raça é a corrupção da natureza da
raça, a qual traz a raça
a um estado de morte espiritual e a torna sujeita à morte física.
129
Os descendentes de Adão são feitos responsáveis, não pelo ato manifesto de
Adão em participar
do fruto proibido senão pela apostasia interior de sua natureza de Deus. Não
somos pessoalmente
responsáveis pelo ato manifesto de Adão porque o seu ato manifesto foi o ato
de sua própria
vontade individual. Mas, nossa natureza, sendo uma com a dele, corrompeu-se
na apostasia de
sua natureza dele. Daí, o efeito da queda sobre a raça não consiste tanto da
culpa pessoal pelo ato
manifesto de Adão como da corrupção da natureza da raça. Não somos
responsáveis por qualquer
coisa de que não podemos a rrepender- nos quando vivificados pelo Espírito de
Deus. Está
qualquer homem hoje convicto do pecado de Adão de participar do fruto
proibido? Mas nós nos
sentimos convictos e podemos e nos arrependemos da corrupção de nossas
naturezas, corrupção
que se manifesta em rebelião contra Deus e em transgressões pessoais. Não
cremos que a
Escritura ensine mais do que isto a respeito dos efeitos da queda sobre o raça.
Para uma discussão
de João 1:29 a este respeito, vide o capítulo sobre a expiação.
4. A DIFERENÇA ENTRE ADÃO E EVA NA QUEDA.
A narrativa do Gênesis não faz diferença vital entre Adão e Eva na queda, mas
uma distinção está
claramente apresentada em 1 Timóteo 2:14, onde se diz que Eva foi enganada
e Adão não. Isto
quer dizer que Eva caiu em transgressão p orque ela foi levada a pensar que o
aviso de Deus não
era verdade e que ela não morreria como uma penalidade por participar do
fruto proibido. Mas
com Adão foi diferente: ele não duvidou da Palavra de Deus; ele pecou porque
preferiu ser
expulso do Éden com sua esposa antes que ficar no Éden sem sua esposa.
Muita vez se pensa que os fatos acima ligam maior culpa ao pecado da mulher
do que ao pecado
de Adão, ao passo que o reverso é que é verdade. O homem pecou por meio
da escolha voluntária
e cônscia da amizade de sua esposa, antes que a de Deus. Nada disto foi
verdade do pecado de
Eva.
5. POR QUE DEUS PERMITIU A QUEDA?
Não foi porque Deus foi compelido a permiti -la. Deus é soberano e faz tudo
livremente. Não foi
porque Lhe faltasse o poder. Conquanto Deu s fez o homem mudável, o que foi
necessário, como
temos mostrado, contudo Ele podia ter conservado o homem do pecado sem a
violação da
130
vontade ou de qualquer princípio. Podemos dar apenas uma resposta à
pergunta acima. É que
Deus permitiu a queda para prover o meio para a glorificação do Seu Filho na
redenção.
6. A QUEDA E A SANTIDADE DE DEUS.
Talvez a razão carnal jamais fique satisfeita com qualquer explicação da queda
em relação com a
santidade de Deus. Como podia um Deus santo permitir o pecado quan do Ele
teve todo o poder
de impedir? De que Ele teve esse poder não pode ser duvidado. E ao passo
que a razão carnal não
se satisfaça nunca, contudo a fé na Palavra de Deus satisfaz a nova mente em
que a permissão do
pecado por Deus está perfeitamente cons iste com a Sua santidade. Teve-se o
poder de impedir o
pecado e não o fizemos, seriamos culpados do mal, mas Deus é diferente de
nós: somos
dependentes e, portanto, responsáveis. Deus é independente e, portanto,
responsável a ninguém.
Quando nós conhecermos como somos conhecidos, então poderemos
entender completamente
como a permissão para pecar é perfeitamente compatível com a perfeita
santidade de Deus.
131
Cap 17 - A Doutrina do Pecado
Nos capítulos sobre "Satã ± Sua Origem, Obra e Destino" e "O Estado Original
e Queda do
Homem", ocupamo-nos com a origem do pecado no universo e também com
sua entrada na
família humana. Por essa razão estes assuntos não serão tratados neste
capítulo.
É muito importante que tenhamos uma compreensão adequada do pecado.
Muitos erros
modernos a respeito da salvação não podem ser sustentados por aqueles que
pensam logicamente,
se tiverem uma concepção apropriada do pecado.
I. A NATUREZA DO PECADO
O pecado é uma coisa com cabeça de hidra. Ele apresenta diferentes fases.
Um tratamento
adequado do pecado deve jogar com estas diferentes fases:
1. O PECADO COMO UM ATO.
Em 1 João 3:4 temos a definição do pecado como um ato. É um transgredir, ou
um ir contrário à
Lei de Deus.
2. O PECADO COMO UM ESTADO.
Muita gente há que não pode ou não quer ver que o pecado vai mais fundo que
um ato manifesto.
Um pouco de reflexão mostrará que os nossos atos não são senão expressões
dos nossos seres
interiores. A pecaminosidade íntima, então, deve preceder os atos manifestos
do pecado. As
seguintes provas escrituristicas mostram não só que o homem é pecaminoso
na conduta como que
ele existe num estado pecaminoso ± uma falta de conformidade com Deus na
mente e no coração:
(1) As palavras h braica gr ga |raduidas por "p cado" aplicam -s |an|o a
disposiçõ s
s|ados como a a|os.
(2) O p cado |an|o pod consis|ir d omissão m fa r a coisa jus|a como d
comissão m fa r a
coisa rrada.
"Ao que se sabe fazer o bem e o não faz, ao tal é pecado" (Tiago 4:17).
132
(3) O mal s a|ribui a p nsam n|os af |os.
Gênesis 6:5; Jeremias 17:9; Mateus 5:22,26; Hebreus 3:12.
(4) O s|ado da alma qu dá xpansão a a|os manif s|os d p cados é
chamado p cado,
xpr ssam n| .
Romanos 7:8,11,13,14,17,20.
(5) Alud -s ao p cado como um princípio r inan| na vida.
Romanos 6:21.
3. O PECADO COMO UM PRINCÍPIO.
O pecado como princípio, é rebelião contra Deus. É recusar fazer a vontade
dEle que tem todo o
direito de exigir obediência de nós.
4. O PECADO EM ESSÊNCIA.
"Podemos seguir o Dr. E. G. Robinson em dizer que, enquanto o pecado como
um estado é
dessemelhança de Deus, como um princípio é oposição a Deus e como um ato
é transgressão da
Lei de Deus, sua essência é sempre e em toda a parte egoísmo" (Strong,
Systematic Theology,
pág. 295).
O pecado pode ser descrito como uma árvore de vontade própria, tendo duas
raízes mestras: uma
é um "não" para Deus e Seus mandamentos, a outra é um "sim" para o Eu e
interesses do Eu. Esta
árvore é capaz de dar qualquer espécie de fruto no catálogo dos pecados. O
egoísmo está sempre
manifesto no pecador na elevação de "algum afeto ou desejo inferiores acima
da consideração por
Deus e Sua Lei" (Strong). Não importa a forma que o pecado tome; acha -se
sempre ter o egoísmo
por sua raiz. O pecado pode tomar as formas de avareza, orgulho, vaidade,
ambição,
sensualidade, ciúme, ou mesmo o amor de outrem, em cujo caso outros são
amados porque são
tidos como estando de algum modo ligado ao Eu ou contribuindo para o Eu. O
pecador pode
buscar a verdade, mas sempre por fins interesseiros, egoísti cos. Ele pode dar
seus bens para
133
alimentar o pobre, ou mesmo o seu corpo para ser queimado, mas só por meio
de um desejo
egoísta de gratificação carnal ou honra ou recompensa. O pecado, como
egoísmo, tem quatro
partes: "(1) Vontade própria, em vez de s ubmissão; (2) ambição, em vez de
benevolência; (3)
justiça própria, em vez de humildade e reverência; (4) auto -suficiência, em vez
de fé" (Harris).
Para prova do fato que o pecado é essencialmente egoísmo, insistimos nas
seguintes
considerações:
(1) Na apos|asia dos l|imos dias s|á di|o qu "hom ns s rão aman| d si
m smos" |ambém
"aman| s dos pra r s an| s qu aman| s d D us" ( 2 Timó| o 3:2,4).
(2) Quando s r v lar "o hom m do p cado", l s rá o qu "s xal|ará con|ra
|udo o qu s
chama D us" ( 2 Timó| o 2:4).
(3) A ssência da L i d D us é amar a D us supr mam n| aos ou|ros
como a si m smo.
O oposto disso, o supremo amor de si mesmo, deve ser a essência do pecado.
Mateus 22:37-39.
(4) A apos|asia d Sa|ã consis|iu na pr f rência d si m smo d sua ambição
goís|ica a D us
Sua von|ad .
Isaías 14:12-15; Ezequiel 28:12-18.
(5) O p cado d Adão Eva no jardim surgiu d uma pr f rência d si m smo
d sua
au|ogra|ificação a D us Sua von|ad .
Eva comeu do fruto proibido porque ela pensou que isso daria a sabedoria
almejada. Adão
participou do fruto porque ele preferiu sua esposa a Deus. E a razão porque ele
preferiu sua
esposa a Deus é que ele concebeu sua esposa como contribuindo mais do que
Deus para a sua
autogratificação.
(6) A mor| d Ab l por Caim foi inci|ada p lo cim , o qual é uma forma d
goísmo.
(7) O goísmo é a causa da imp ni|ência do p cado.
134
Deus mandou que todos os homens se arrependam em toda a parte. Recusam
os homens fazer
isso porque preferem seus próprios caminho s à vontade de Deus.
Vemos, então, que o pecado não é meramente um resultado do
desenvolvimento imperfeito do
homem: é uma perversidade da vontade e da disposição. O homem nunca a
sobrepujará enquanto
ele estiver na carne. A regeneração põe um entrave sobr e ela, mas não a
destrói. Nem o pecado é
mero resultado da união do Espírito com o corpo: o espírito mesmo é
pecaminoso e seria apenas
tão pecaminoso fora do corpo como no corpo se deixado no seu estado natural.
Satanás não tem
corpo e contudo é supremamente pecaminoso. Nem o pecado é mera finitude.
Os anjos eleitos no
céu são finitos e contudo estão sem pecado. Os santos glorificados ainda serão
finitos e no
entanto não terão pecado.
II. A UNIVERSALIDADE DO PECADO NA FAMÍLIA HUMANA
Todos os homens, salvos por única exceção o Deus ± homem, Cristo Jesus
nosso Senhor, são
pecaminosos por natureza e expressam essa pecaminosidade interior em
transgressão deliberada
tão cedo atinjam a idade de responsabilidade. Este fato está provado:
1. A NECESSIDADE UNIVERSAL DE ARREPENDIMENTO, FÉ E
REGENERAÇÃO.
Lucas 13:3; João 8:24; Atos 16:30 -31; Hebreus 11:6; João 3:3,18.
2. DECLARAÇÕES CLARA DA ESCRITURA.
1 Reis 8:46; Salmos 143:2; Provérbios 20:9; Eclesiastes 7:20; Romanos 3:10,
23; Gálatas 3:22.
III. A EXTENSÃO DO PECADO NO SER HUMANO
As Escrituras ensinam que a extensão do pecado no ser humano é total. Isto é
o significado de
depravação total.
1. A DEPRAVAÇÃO TOTAL CONSIDERADA NEGATIVAMENTE.
A depravação é um assunto muito mal entendido. Por essa razão precisamos
de entender que a
depravação total não quer dizer:
135
(1) Qu o hom m por na|ur a s|á in| iram n| privado d consciência.
Até mesmo o pagão tem consciência. Romanos 2:15.
(2) Qu o hom m por na|ur a s|á d s|i|uído d |odas aqu las qualidad s
qu são louváv is
s gundo os padrõ s humanos.
Jesus reconheceu a presença de tais qualidades num certo homem rico
(Marcos 10:21).
(3) Qu |odo hom m s|á dispos|o por na|ur a para |oda forma d p cado.
Isto é impossível, porquanto algumas formas de pecado excluem outras. "O
pecado de sumiticaria
pode excluir o pecado de ostentação; o de orgulho pode excluir o de
sensualidade" (Strong).
(4) Qu os hom ns são por na|ur a incapa s d s comprom | r m a|os
qu são x|r mam n|
conform s com a L i d D us.
Romanos 2:14.
(5) Qu os hom ns são |ão corrup|os como podiam s r.
Eles podem piorar e pioram. 2 Timóteo 3:13.
Esta depravação total não quer dizer que a depravação é total no seu grau. Ela
tem que ver com a
extensão somente.
2. A DEPRAVAÇÃO TOTAL CONSIDERADA POSITIVAMENTE.
A depravação total quer dizer que o pecado permeou cada faculdade do ser
humano assim como
uma gota de veneno permeia cada molécula de um corpo de água. O pecado
urdiu cada faculdade
no homem e assim ele polui todo ato seu.
(1) Prova d d pravação |o|al.
A. O homem está depravado na Mente. Gênesis 6:5.
136
B. No coração. Jeremias 17:9.
C. Nos afetos, de maneira que o homem é oposto a Deus. João 3:19; Romanos
8:7.
D. Na consciência. Tito 1:15; Hebreus 10:22.
E. Na palavra. Salmos 58:3; Jeremias 8:6; Romanos 3:13.
F. Depravado da cabeça aos pés. Salmos 1:5,6; Isaías 1:6.
G. Depravado ao nascer. Salmos 51:5; 58:3.
(2) O f i|o da d pravação |o|al.
A. Nenhum resquício de Bem Fica no Homem por Natureza. Romanos 7:18.
B. Portanto, o Homem, por Natureza, nã o pode sujeitar-se à Lei de Deus ou
Agradar a Deus.
Romanos 8:7,8.
C. O homem, por Natureza, está Espiritualmente Morto. Romanos 5:12;
Colossenses 2:16; 1 João
3:14.
D. Logo, Ele não pode Compreender as Coisas Espirituais. 1 Coríntios 2:14.
E. Daí, Ele não pode, até que se vivifique pelo Espírito de Deus, voltar do
Pecado a Deus em
Piedoso Arrependimento e Fé. Jeremias 13:23; João 6:44,65; 12:39,40.
A base da depravação e da inabilidade espiritual jaz no coração. Ele é
enganoso e
irremediavelmente perverso (Jeremias 17:9). Do coração vêem as saídas da
vida (Provérbios
4:23). Ninguém pode tirar uma coisa limpa de uma contaminada (Jó 14:4). Daí,
nem a santidade
nem a fé podem proceder do coração natural. As boas coisas procedem de um
bom coração e as
más de um coração mau (Mateus 7:17,18; Lucas 6:45).
137
Capítulo 18 - A Responsabilidade Humana
Por responsabilidade humana queremos dizer aquela do homem para com
Deus por todas as suas
ações. O ensino da responsabilidade do homem é tão geral na Bíblia que não
se precisam de
citações da Escritura. Quem quer que de algum modo esteja familiarizado com
a Bíblia poderia
sem nenhuma dificuldade achar bastante de provas textuais sobre este
assunto.
I. A RESPONSABILIDADE HUMANA E A SOBERANIA DE DEUS
1. O SENTIDO DA SOBERANIA DE DEUS
A soberania absoluta de Deus quer dizer o mesmo que Paulo afirma em
Efésios 1:11, onde ele
fala de Deus como de um que ?faz todas as coisas segundo o conselho de Sua
vontade?. Isto
ensina o mesmo que a Confissão de Fé de Filadélfia, quand o diz: ?Deus
decretou nEle mesmo,
desde toda a eternidade, pelo mais sábio e santo de Sua própria vontade, livre
e imutavelmente,
todas as coisas quantas venham a passar?. Outras passagens que ensinam a
soberania absoluta de
Deus são como segue:
?Quem não entende por todas estas coisas que a mão do Senhor faz isto? Em
cuja mão está a
alma de tudo quanto vive e o fôlego de toda a carne humana? (Jó 12:9,10).
?Jeová estabeleceu o Seu trono nos céus e o Seu reino domina sobre tudo?
(Salmos 103:19).
?Tudo quanto o Senhor quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os
abismos? (Salmos
135:6).
?Quem é aquele que diz e assim acontece, quando o Senhor o não mande.
Porventura da boca do
Altíssimo não sai o mal e o bem?? (Lamentações 3:37,38).
?Formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas
estas coisas?
(Isaías 45:7).
138
?Sou Deus e não há outro como Eu, que anuncio as coisas desde o princípio e
desde a antiguidade
as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho se rá firme e
farei toda a minha
vontade? (Isaías 46:9,10).
?Todos os senhores da terra são tidos como nada e, segundo a Sua vontade,
faz com o exercito do
céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa estorvar a mão e lhe diga:
Que fazes??
(Daniel 4:35).
?Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: ?Graças te dou, ó Pai, Senhor do
céu e da terra, que
ocultaste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos meninos?
(Mateus 11:25).
?Respondeu-lhe Jesus: ?Não terias tu nenhum poder contra mim, se d o céu
não te fora dado?
(João 19:11).
?Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericórdia de quem eu
tiver misericórdia,
de sorte que não é do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se
compadece; porque diz a
Escritura a faraó: ?Para isto mesmo te constituí, para em ti mostrar o meu
poder e para que o meu
nome seja anunciado em toda a terra. De sorte que se compadece de quem
quer e endurece a
quem quer? (Romanos 9:15-18).
Vide também Atos 2:23 e 4:27 -28.
2. PORQUE O HOMEM É RESPONSÁVEL?
A pergunta é, então, como pode o homem ser responsável por suas ações
quando tudo que ele faz
foi ordenado e decretado por Deus? Não é isto uma pergunta nova: é no
mínimo tão velha como o
Novo Testamento e, provavelmente, mais velha. Paulo antecipou esta perg unta
aos seus leitores
quando ele escreveu o admirável capítulo nono de Romanos. Disse ele: ?Dir -
me-ás então: Porque
se queixa ele ainda? Porquanto, quem resiste a sua vontade?? E a resposta de
Paulo foi: ?Mas
antes, ó homem, quem es tu que contestas contr a Deus? Porventura a coisa
formada dirá ao que a
formou: Porque me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro,
para da mesma massa
fazer um vaso para honra e outro para desonra?? Paulo, bem se vê, ao
mencionar esta pergunta e
sua resposta, mostra, conclusivamente, que ensinou a soberania absoluta de
Deus. Na verdade, as
suas palavras precedentes ensinam, claramente, isso. Paulo deu a resposta
que deu porque
139
antecipou a pergunta como vinda de um objetor. Quando ela vem como de um
reverente
inquiridor, ela merece consideração mais minuciosa. A resposta de Paulo teve
de ser mais breve
porque o seu tempo e propósito não permitiram uma discussão mais longa. O
nosso tempo
permite e o nosso fim requer uma discussão mais completa.
O homem é responsável por suas ações, não obstante o fato que Deus
decretou tudo quanto venha
a passar, ao menos por três razões:
1. O DECRETO DE DEUS CONCERNENTE AO PECADO NÃO É
CAUSATIVO SENÃO
PERMISSIVO, DIRETIVO, PREVENTIVO E DETERMINATIVO.
Deus decretou que o pecado vie sse ao mundo, por motivos que são
inteiramente conhecidos
somente dEle, mas Ele decretou que o pecado viesse pela própria livre escolha
do homem. Deus
não compele o homem a pecar, mas permite -o. O homem, e não Deus, é a
causa eficiente do
pecado e por essa razão o homem é responsável.
Antes de passar adiante, é preciso ser observado que nenhumas objeções
podem ser trazidas
contra a afirmação que Deus decretou o pecado viesse ao mundo que não
possa ser trazida contra
a permissão atual do pecado por Deus, a m enos que o objetor assuma a
posição que Deus foi
impotente para impedir a entrada do pecado. Isto seria uma negação da
onipotência e soberania
de Deus e renderia o objetor indigno de consideração aqui. A onipotência e
soberania de Deus
nos ensinam que o que quer que Deus o permita Ele o permite porque Ele quer
fazer assim. E
desde que Deus é imutável, sua vontade tem sido sempre a mesma: o que Ele
quer em qualquer
tempo Ele tem querido desde toda a eternidade. Portanto, Sua vontade iguala
ao Seu propósito e o
Seu propósito iguala ao Seu decreto.
2. A LEI DE DEUS E NÃO O SEU DECRETO FIXA O DEVER E A
RESPONSABILIDADE
DO HOMEM.
A Lei de Deus é o guia e o padrão do homem. Isto é à vontade revelada de
Deus. O decreto de
Deus é a Sua vontade secreta. O homem nada tem a fazer com isto, exceto
saber e reconhecer os
fatos concernentes. ?As coisas secretas pertencem as Jeová, nosso Deus,
mas as reveladas a nós
140
pertencem e aos nossos filhos para sempre, para que façamos todas as
palavras desta Lei?
(Deuteronômio 29:29).
3. O MOTIVO ANTES DE O HOMEM PECAR FÁ-LO RESPONSÁVEL.
Porque o homem peca? É porque ele quer, porventura, fazer a vontade de
Deus? Não, nunca
assim. Porque os homens crucificaram a Cristo? Porque creram que Deus O
mandará para morrer
como uma porta-pecado? Não. Foi porque eles O odiaram. Crucificaram -O
através de motivos
ímpios. É assim sempre que o homem peca. O pecado procede do amor do
homem as trevas (João
3:19).
II. A RESPONSABILIDADE HUMANA E A INABILIDADE ESPIRITUAL DO
HOMEM
Uma outra pergunta concernente a responsabilidade do homem é: Como pode
o homem ser
responsável por não obedecer inteiramente à Lei de Deus e por não receber o
Evangelho, quando
o ouve, se ele por natureza não pode fazer ambas as coisas? Para prova da
inabilidade espiritual
do homem vide os capítulos sobre Pecado e Conversão.
A resposta a esta pergunta é que o homem pode ser responsável pelo que ele
não pode fazer
somente na suposição de ele ser culpado por sua inabilidade. E é um fato que
o homem é culpado
por sua inabilidad e espiritual. Não é que ele, individualmente, por seu próprio
ato pessoal, deu
origem à inabilidade, porque ele nasceu com ela; mas todo homem pecou em
Adão e assim deu
origem à sua inabilidade espiritual. Que todo homem pecou em Adão é o
verdadeiro ensino de
Romanos 5:12: ?Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no
mundo, pelo pecado a
morte, assim a morte passou a todos os homens porque TODOS PECARAM?.
?Pecaram? no
grego está no aoristo, o qual expressa ação passada distinta. A passagem fá -lo
referir-se à
participação de todos os homens no pecado de Adão.
Mas, como participamos no pecado de Adão quando não estávamos nascidos
quando ele pecou?
Pensamos que não podemos fazer melhor do que dar em resposta as
seguintes palavras de A. H.
Strong: ?Deus imputa o pecado de Adão imediatamente a toda a sua
posteridade em virtude
daquela unidade orgânica da espécie humana pela qual a raça toda existiu ao
tempo da
transgressão de Adão, não individualmente senão seminalmente, nele como
seu cabeça. A vida
141
total da humanidade estava então em Adão; a raça por enquanto tinha o seu
ser somente nele. Sua
essência ainda não estava individualizada; suas forças ainda não estavam
distribuídas; as
faculdades que agora existem em homens separados estiveram então
unificadas e localizadas em
Adão; a vontade de Adão foi entrementes a vontade da espécie. No ato livre de
Adão a vontade
da raça revoltou-se contra Deus e a natureza da raça corrompeu -se. A
natureza que possuímos
agora é a mesma natureza que se corrompeu em Adão ; não a mesma
meramente em qualidade
senão a mesma fluindo para nós continuamente dele. O pecado de Adão nos é
imputado
imediatamente; logo, não como algo a nós estranho, mas porque é de nós, nós
e todos outros
homens tendo existido como uma pessoa moral, ou um todo moral, nele, e
como o resultado
daquela transgressão, possuindo uma natureza destituída de amor a Deus e
inclinada ao mal?
(Systematic Theology, pág. 328).
III. A RESPONSABILIDADE HUMANA DEPENDENDO DO CONHECIMENTO
Preciso é ficar acentuado que o homem é responsável somente enquanto ele
conhece ou tem
dentro do seu alcance o conhecimento do que é justo. O pagão é responsável
de reconhecer a
Deus porque, e somente porque, ?o que de Deus se pode conhecer nele esta
manifesto; porque
Deus lho manifestou. Porque as Suas coisas invisíveis, desde a criação do
mundo, tanto o Seu
eterno poder, como a Sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas
coisas que estão
criadas, para que fiquem inescusáveis? (Romanos 1:19,20). Quanto a atos de
conduta externa, o
pagão é responsável somente pela violação de tais princípios de justiça como
sua própria
consciência reconhece. ?Todos quantos sem Lei pecaram, sem Lei também
perecerão?, isto é,
aqueles a quem a Lei escrita de Deus não se fez conhecida perecerão, ma s
não perecerão pela
condenação da Lei escrita. Como então serão julgados? Os versos que
seguem a citação supra
mostram que serão julgados pelo seu propósito paradigma de justiça; não
serão acusados de
transgressões, exceto aquelas contra sua própria consc iência. Vide Romanos
2:12-15.
Do acima é evidente que os pagãos não serão acusados do pecado de
incredulidade ou rejeição do
Evangelho; todavia perecerão. Mostra isto que é o pecado em geral que
condena primariamente.
A rejeição do Evangelho não traz conde nação ao homem: ela somente a
manifesta e aumenta a
penalidade que será infringida por causa dela.
142
O fato de a responsabilidade humana depender do conhecimento explica
porque serão salvos as
criancinhas agonizantes e os imbecis natos: estão uns e outro s mentalmente
cegos aos princípios
da justiça e, portanto, não são responsáveis. Esta é a espécie de cegueira que
os fariseus pensaram
ter Jesus dado a entender em João 9:39. E Jesus, percebendo os
pensamentos dos seus corações,
disse-lhes: ?Se fosseis cegos (no sentido que tendes em mentes), não teríeis
pecado? (João 9:41).
Só há três espécies de cegueiras: física, mental e espiritual. Os fariseus não
suposeram,
certamente, que Jesus quis dizer que estavam fisicamente cegos e,
certamente, Cristo não quis
dizer na sua resposta que eles não estavam espiritualmente cegos. Vide João
12:37-40; 2 Cor.
4:3,4. Jesus podia ter querido dizer apenas uma coisa e essa é que, se
estivesse mentalmente
cegos, não teriam pecado. As crianças e os imbecis são mentalmente cego s,
como já se disse, e
não são, portanto, responsáveis por sua conduta. É por esta razão que cremos
que serão salvos
pelo sangue de Cristo sem o exercício da fé no corpo. Contudo, desde que têm
uma natureza
pecaminosa, devemos crer que lhes será necessário ser regenerados e
trazidos assim à fé em
Cristo. A Bíblia fá-lo claro que isto é necessário antes que alguém se ajuste à
presença de Deus,
mas ela não nos diz quando terá lugar com referência as crianças e aos
imbecis. Somos da
opinião que terá lugar na h ora de separação entre espírito e corpo na morte.
143
Cap 19 - A Livre Agência do Homem
Pensamento claro é muito mais necessário quando vimos a tratar da livre
agência do homem.
Alguns a imaginam assunto muito difícil por terem feito dele algo diferente do
que é. Pela mesma
razão alguns tem acusado que a doutrina de eleição incondicional, doutrina
bíblica e batista,
destrói a livre agência do homem.
Bem diz Spurgeon: ?Em referencia à matéria da predestinação e livre arbítrio,
muitas vezes ouvi
homens perguntarem: ?Como as fazeis concordar?? Acho que há uma outra
pergunta apenas tão
difícil a solver: ?Como as fazeis diferir?? Ambas podem ser feitas tão
facilmente colidir como
colidir. A mim me parece um problema que não pode ser estabelecido e um
assunto que não
precisa de solução? (Sermons, Vol. 13, pág. 31).
I. A LIVRE AGÊNCIA DO HOMEM É UMA DOUTRINA BATISTA
A declaração de Fé de New Hampshire, largamente aceita entre os batistas,
declara que a eleição
é ?perfeitamente coerente com a livre agência do homem?.
O falecido George W. McDaniel, quando presidente da Convenção Batista do
Sul, disse numa
carta pessoal ao autor deste livro: ?A posição batista tanto reconhece a
soberania divina como a
livre agência moral?.
Spurgeon diz: ?A predestinação de Deus não dest rói a livre agência do homem
nem alivia a
responsabilidade do Pecador? (Sermons, Vol. 13, pág. 30).
D. F. Estes (Seminário Teológico de Hamilton e Universidade de Colgate) diz:
?A liberdade
moral do homem foi claramente sustentada por Paulo e não menos pos itiva e
tenazmente por
causa de certas outras idéias que ele sustentou e que a alguns parecem estar
inconsistentes entre si
(New Testament Theology, pág. 104).
Diz W. W. Hamilton: ?Deus uniu certos grandes fatos na salvação e nós
devemos,
segurissimamente, angustiar-nos se deixarmos de o reconhecer. Soberania e
livre arbítrio vêem-se
intimamente relacionados quando Pedro disse no grande revivamento do
Pentecostes: ?Sendo Ele
144
entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, pelas mãos ímpias
de injustos vós O
matastes? (Bible Evangelism, pág. 90).
J. M. Pendleton diz: ?Não há verdades mais claramente reveladas na Bíblia do
que a que Deus é
soberano e o homem é livre? (Christian Doctrines, pág. 103).
E. Y. Mullins diz: ?O livre arbítrio no homem é uma verdade tão fundamental
como qualquer
outra Evangelho e não deve ser jamais cancelada em nossas disposições
doutrinárias; sem ela o
homem não seria homem e Deus jamais nos rouba de nossa verdadeira
virilidade moral em
salvar-nos? (Baptist Beliefs, pág. 26).
J. P. Boyce diz: ?O livre agência pertence à natureza de uma criatura moral
inteligente. Deve ter
ela liberdade de escolha, ou não seria responsável por sua ação. A própria
essência da
responsabilidade consiste no poder de ação contrária, assim quis era alguém?
(Abstract of
Systematic Theology, pág. 224).
A. H. Strong diz: ?Livre agência ... tem -se mostrado ser consistente com os
decretos (de Deus)?
(Systematic Theology, pág. 177).
Está manifesto pelas citações supra que a livre agência, segundo o seu uso
entre autores batistas,
deve ter significado diferente daquele que muita gente entende ser. Spurgeon,
Estes, Pendleton,
Mullins, Boyce e Strong são todos claros no seu ensino da eleição
incondicional. Isto nos leva
então a considerar.
II. DEFINIDA A LIVRE AGÊNCIA
1. PELOS DICIONÁRIOS.
Funk e Wagnall?s Desk Standard Dictionary define a livre agência como ?a
faculdade ou
capacidade de agir livremente, isto é, sem constrangimento da vontade?.
Webster?s New International Dictionary, ao definir o termo ?liv re?, na sua
aplicação aos atos de
um ser moral, diz: ?Não determinado por algo além de sua própria natureza ou
ser; não
145
necessitado por uma causa ou agência externas; escolhendo ou capaz de
escolher por si mesmo;
como um livre agente?.
2. PELOS ESCRITORES TEOLÓGICOS PADRÕES.
N. L. Rice diz: ?A livre agência não é nada mais ou menos do que agir sem
compulsão e de
acordo com os próprios desejos e inclinações de alguém? (God Sovereign and
Man Free, pág.
58).
J. M. Pendleton repete a definição de And ré Fuller, que é como segue: ?Um
livre agente é um ser
inteligente que está em liberdade para agir segundo sua escolha, sem
compulsão ou restrição?
(Christian Doctrines, pág. 104).
A. H. Strong diz: ?Livre agência é a faculdade de autodeterminar -se em vista
de motivos ou
poder de o homem (a) escolher entre motivos e (b) dirigir sua atividade
subseqüente conforme
com o motivo assim escolhido? (Systematic Theology, pág. 176).
Lutero negou o ?livre arbítrio? como era empregado pelo seu grande oponente
Erasmo e também
pelos pelagianos e sofistas; e, com toda a sua perspicácia, supondo
erradamente que o uso feito
de ?livre arbítrio? pelos arroistas supra era o único sentido da expressão, opôs -
se ao seu emprego.
Não obstante, ele atribuiu à vontade uma liberdade t al como é atribuída por
outros aqui citados,
definindo-a nas seguintes palavras: ?Vontade, quer divina ou humana, faz o
que faz, seja bem ou
mal, não por qualquer compulsão senão por mero querer ou desejo, como se
fossem totalmente
livres? (Cativeiro da Vontade, pág. 41).
John Gill, que é muitas vezes falsamente acusado de antinomianismo, diz:
?Uma determinação da
vontade para uma qualquer coisa, não é contrária à escolha, porque a vontade
humana de Cristo,
como a dos anjos e dos santos glorificados estão d eterminadas somente para o
que é bom e,
todavia, tanto escolhem como fazem o bem livremente ... Além disso, nem a
impotência do
homem, nem a influência eficaz da graça, de modo algum impedem a liberdade
das ações
humanas. Um ímpio que está sob a mais forte das parcialidades, poder e
domínio da sua
concupiscência, age livremente; como o faz também um homem bom ao fazer
o que é
146
espiritualmente bom e nunca mais assim do que quando ele está sob as mais
poderosas
influências da graça divina? (Causa de Deus e Verdade, págs. 184-5).
Jonathan Edwards considerou a livre agência como a ?faculdade, oportunidade
ou vantagem que
qualquer um tem de fazer como lhe apraz? (Freedom of the Will, pág. 17).
De indústria reservamos para o fim a definição que é a mais explíci ta de todas,
porque resume
todas as outras e as estabelecem em maior minúcia e de um modo mais
facilmente
compreensível. Esta definição é de E. Y. Mullins: ?A liberdade no homem não
implica insenção
da operação de influências, motivos, hereditariedade, amb ientes: antes
significa que o homem
não está sob compulsão e suas ações são em último caso determinadas do
interior. Ele é autodeterminado
no que faz. Alguns sustentam que a liberdade no homem significa a habilidade
de
transceder-se e agir contra o seu caráter. (É isto o sentido errôneo de vontade
livre, como crida
por todos os pelagianos e arminianos e como contrariada por Lutéro e muitos
outros). A vontade
é assim considerada, não como uma expressão do que o homem é no seu
caráter essencial. É livre
no sentido de ser capaz de escolhas sem relação a escolhas passadas, hábitos
adquiridos e
tendências hereditárias. Isto é uma idéia insustentável da liberdade: faz da
vontade mera aditiva à
natureza do homem antes que uma expressão dela. A liberdade exclui a
compulsão externa como
também exclui o mero capricho e arbitrariedade. Liberdade é auto -
determinação? (The Christian
Religion in its Doctrinal Expression, págs. 258-9).
Submetemos agora que todos esses grandes escritores estão em harmonia
uns com os outros na
sua idéia dessa liberdade que o homem possui, conquanto alguns deles
negassem que liberdade
fosse chamada tanto livre agência como vontade livre. Contudo, se houvesse
em todo o universo
uma coisa tal como livre agência, mesmo no caso de Deus, a liberdade do
homem afirmada no
precitado é livre agência.
Para tornar isto mais manifesto, tomamos como nossa próxima proposição:
III. O HOMEM TÃO LIVRE AGENTE COMO DEUS
Notamos que o Dr. A. H. Strong diz: ?A livre agência é a faculdade de auto -
determinação?.
Outros a definem como a faculdade que alguém tem de agir segundo sua
escolha, fazer como lhe
147
apraz. Vimos que livre agência não implica habilidade de transcender -se e de
agir contrário ao
seu caráter; não exclui a determinação tanto para o bem como para o mal;
exclui compulsão e
restrição do exterior da natureza de alguém e exclui também apenas tão
seguramente o mero
capricho e a arbitrariedade.
Que mais do que isto se pode afirmar de Deus? Que menos pode ser afirmado
do homem? Deus é
auto-determinado, assim o homem, em todos os tempos. Deus sempre age
segundo Sua escolha e
faz como Lhe apraz,(?) assim também o homem. Deus não pode transceder -se
e agir contrário ao
Seu caráter(?). Nem o homem o pode. Deus está sempre determinado para o
bem. O homem
natural está sempre determinado para aquilo que é espiritualmente mau. Um
homem regenerado
está determinado, em geral, para aquilo que é bom. Quando ele comete o mal,
ele está, no
momento, determinado para o mal. A vontade de Deus não está nunca
compelida ou restringida
por algo fora de Sua própria natureza. O mesmo é verdade quanto ao homem.
Deus jamais age
caprichosa ou arbitrariamente, isto é, sem causa suficiente. Nem o homem.
Deus sempre age de
acordo com a Sua preferência, considerando as coisas como um todo, mas não
sempre segundo a
Sua preferência em si, considerando as coisas separadamente e aparte do Seu
plano perfeito (?).
Por exemplo, Deus prefere emanentemente a santidade em todos os tempos,
mas, em
consideração ao Seu plano como um todo, Ele propôs perm itir o pecado;
porque o pecado, de
algum modo, é necessário à consecução do Seu plano. É isto análogo ao fato
de o homem ter
preferências conflitivas, mas seguir sempre a sua mais forte preferência e, em
assim fazendo, ser
sua vontade inteira e absolutamen te livre.
A posição da vontade de Deus e a natureza e leis de sua ação são as mesmas
como no caso da
vontade do homem; cada uma está sujeita à natureza do seu possuidor, ambas
expressam a
natureza do seu possuidor em vista de motivos. Tanto o homem como De us
são livres em todos
os tempos para agiram nos seus mais dominantes desejos e suas inclinações.
Deus não é,
verdadeiramente, um livre agente mais do que o homem é.
Que a livre agência do homem em todos os tempos pode ser mais
manifestada, consideraremos:
IV. LIVRE AGÊNCIA DO HOMEM NATURAL
148
O homem não pode fazer diferente que continuar no pecado por tanto tempo
quanto está no seu
estado natural (Jeremias 17:9; Provérbios 4:23; Jó 14:4; Jeremias 13:23; João
6:65; Romanos
8:7,8; I Coríntios 2:14). Mas sua continuação no pecado não se deve a
compulsão ou restrição
exterior senão ao seu próprio caráter que lhe causa escolher as trevas mais
que a luz (João 3:19).
Ele continua no pecado pela mesma razão por que um porco se espoja no
lamaçal; continua no
pecado pela mesma razão porque Deus continua na santidade. Assim ele é
completamente um
livre agente.
V. A LIVRE AGÊNCIA E O ENDURECIMENTO E O OBUMBRAMENTO
DIVINOS
No endurecimento e obumbramento dos pecadores, que iniludivelmente se
atribuem a Deus na
Escritura (Romanos 9:18; João 12:40), não há força externa trazida a
influenciar a vontade do
pecador. Enquanto se diga que Deus cega e endurece o pecador, diz -se que o
pecador se obnubila
e endurece a si mesmo. João 12:40 é uma citação de Isaías 6:10, onde o
profeta Isaías é
mandando fechar os olhos do povo. Então, em Mateus 13:14,15, há uma outra
citação livre desta
mesma profecia e em Mateus diz-se terem os pecadores fechado os seus
próprios olhos. Então,
ainda outra vez, em 2 Coríntios 4:3,4, temos um cegamen to de pecadores
atribuído ao diabo.
Todas estas passagens se referem à mesma coisa e todas elas são
verdadeiras porque estão na
Palavra de Deus. Temos o cegamento dos pecadores atribuído a Deus, ao
diabo, ao profeta e aos
pecadores mesmos. Cabe-nos achar, se pudermos, a harmonia entre estas
afirmações. Ei-la: O
obumbramento se atribui a Deus porque Ele decretou, se permissivamente, se
eficientemente,
todas as circunstancias que tornam o pecador cego; atribui -se ao diabo porque
ele é o autor do
pecado pelo qual o pecador se obumbra; é atribuído ao profeta porque sua
pregação da Palavra
gera e faz o cegamento do pecador ativo na sua rejeição da Palavra. Então,
finalmente, é atribuído
ao pecador mesmo porque ele ama mais as trevas que a luz e manifesta sua
escolha das trevas
rejeitando a Palavra. Isto deixa o homem natural como livre agente. Se Deus,
ou o diabo, ou o
profeta, por um poder fora da natureza do pecador pudesse compelir o pecador
contra sua
escolha, ele não mais seria um agente livre, conquanto Deus continue a operar
nele ?tanto o
querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade? (Filipenses 2:13); mas
esta obra, como a de
vivificar, não força a vontade.
VII. A LIVRE AGÊNCIA E A LIBERDADE CRISTÃ
149
Alguns se tornam confusos a respeito da livre agência em vista da afirmação
de Cristo em João
8:32: ?Conhecereis a verdade e a verdade vos livrará?. Cristo aqui se referiu à
liberdade da
natureza do cativeiro do pecado e não à livre agência. Tornar -se-á isto evidente
a qualquer
estudante esclarecido sobre uma consideração do precitado tratamento da livre
agência. A
posição da vontade, a natureza e as leis de sua ação são as mesmas antes e
depois da conversão.
Em ambos os casos o homem é auto-determinado em vista de motivos. Tanto
antes como depois
da regeneração a vontade expressa o caráter de alguém. A diferença entre os
estados
irregenerados e regenerados não é em consideração à liberdade da vontade
senão no fato que,
antes da regeneração, o homem é o ?escravo do pecado? (João 8:34),
enquanto que, dep ois, os
crentes são pelo poder da nova vida ?servos da justiça? (Romanos 6:18). Em
ambos os casos os
homens são servos e a vontade está sujeita ao caráter, sendo tão livre num
caso como no outro.
VIII. A LIVRE AGÊNCIA E A SOBERANIA DE DEUS
Sem a mínima reserva de hesitação subscrevemos a Confissão de Fé de
Filadélfia na sua
declaração que ?Deus decretou em Si mesmo, desde toda a eternidade, pelo
sapientíssimo e
santíssimo conselho de Sua própria vontade, que, tudo quanto seja, livre e
imutavelmente
aconteça. Isto inclui o mal tão bem e tão completamente como o bem,
conquanto num sentido
diferente e é sustentado tanto pela razão como pela revelação. Vide o capítulo
?A Vontade de
Deus?. Vide também Daniel 4:35; Isaías 46:10; Romanos 9:19; Efésios 1:11.
Quando os homens dizem que a soberania absoluta de Deus não pode
reconciliar-se com a livre
agência por mentes finitas, indicam um mal entendido quer da livre agência,
quer da soberania de
Deus, ou de ambas. A livre agência está em harmonia perfeita, completa e
manifesta com a
soberania absoluta de Deus. O laço de união entre ambas jaz no fato que a
vontade está sujeita ao
caráter do seu possuidor. Deus determinou o caráter de cada homem por meio
de qualquer dos
Seus decretos, positivo ou permissivo, positivo no c aso de todo o bem e
permissivo no caso de
todo o mal. E Deus, tendo determinado todas as circunstancias, controla os
motivos que
influenciam a vontade. Assim Deus controla as ações humanas e todavia os
homens agem em
todos os tempos livremente como Deus mesmo faz. Se não houvesse Deus, o
homem não podia
agir mais livremente do que age.
150
Vemos esta harmonia entre Deus e Sua soberania e a livre agência do homem
incisivamente
exemplificada na crucificação de Cristo. Deus determinou que Cristo fosse
crucificado (Atos
2:23; 4:27-8). E Deus determinou que uns certos o fariam, mas Ele fez isto
permissivamente.
Todos quantos tomaram parte na crucificação estiveram somente
representando suas próprias
naturezas e nunca foram mais livres em qualquer ato, nem Deus foi jamais livre
em qualquer ato.
Através de motivos ímpios escolheram matar o Senhor da glória. Mataram -nO
porque O odiaram.
Mataram-nO porque Ele os repreendeu por seus pecados. Mataram -nO porque
Ele retirou a glória
que tinha sido deles. Deus não os cau sou faze-lo, mas decretou permitir-lhes
seguir suas próprias
inclinações e desejos em faze-lo.
IX. A LIVRE AGÊNICA E O PODER DA AÇÃO CONTRÁRIA
Será notado que a expressão sobre livre agência citada de J. P. Boyce implica
que o poder da
ação contrária é essencial à livre agência. Isto é verdade se o poder da ação
contrária é definido
como Boyce o define, isto é, como o poder que se tem de fazer diferente do
que se faz, tivesse
assim querido. Isto é só dizer que o homem é livre da necessidade externa e
da compulsão em
suas ações. Se em qualquer momento não tivera alguém querido proceder
como procedeu, podia
o tal ter procedido diferentemente, se alguém é sempre livre para fazer como
lhe apraz; quer
dizer, sem dúvida, como lhe apraz no todo. Segue o seu desejo mais forte.
Ou, se o poder da escolha contrária é usada para significar o poder da alma de
fazer escolhas
contrárias ao seu propósito previamente regente, ele ainda está implicado na
livre agência. Os
motivos despertam tendências latentes na alma a assim a alma pode agir
contrária ao seu
propósito previamente regente. Na conversão a alma age contrária ao seu
propósito previamente
regente, mas, neste caso, não é devido ao despertamento de tendências
latentes senão à
implantação da nova vida.
Mas, se alguém supõe que o poder de ação contrária significa que é possível a
alguém agir em
qualquer momento diferentemente do modo no qual ele age, individuo e
motivos permanecendo
os mesmos, ele supõe uma contradição e uma necessidade, porque isto é
supor que alguém
escolha aquilo que não pode escolher. Toda a ação é o resultado de uma
necessidade interna de
conseqüências mas não de uma necessidade externa, nem de uma
necessidade de compulsão. Em
outras palavras, a ação de qualquer individuo em qualquer tempo não podi a ter
sido diferente sem
151
o indivíduo ou os motivos serem diferentes. Doutra maneira não haveria
nenhuma causa para a
ação da vontade e todo o senso comum proíbe a suposição de uma coisa finita
sem uma causa.
Assim, os atos da vontade procedem de uma ne cessidade interna. Mas o
indivíduo é livre e
espontâneo. Não há forças que compila a vontade, porque a vontade é
simplesmente a faculdade
de escolha da alma. De fato, nenhum poder pode compelir ou coagir a vontade:
necessariamente
livre e não seria vontade sem isto.
152
Cap 20 - A Doutrina da Eleição
A eleição é o princípio fundamental da graça salvadora de Deus. É a soberania
de Deus em
relação à salvação do homem. Ela faz parte dos decretos de Deus. Ela é uma
expressão de Sua
providência superveniente. Ela concerne somente a uma porção da raça
humana; todavia, ela ?é a
expressão do amor infinito de Deus para com a raça humana, remindo o
homem do pecado por
meio de Cristo e trazendo-o pelo Espírito Santo ao seu estado de redenção até
onde for coerente
com os interesses do final grande reino de Deus?. (Smith, System of Christian
Theology, pág.
505). A eleição pressupõe a pecaminosidade inteira da raça humana e está
baseada na expiação
de Cristo.
I. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
1. A DOUTRINA BÍBLICA DA ELEIÇÃO NÃO POPULARMENTE ENTENDIDA
E
RECEBIDA.
A doutrina bíblica da eleição é muito mal entendida, muito pervertida, muito
abusada e
muito oposta. Não obstante, aos ?adultos, que tem os sentidos exercitados em
razão do costume
para discernirem tanto o bem como o mal? (Heb. 5:14), ela é uma doutrina
abençoada, gloriosa e
proveitável, uma verdadeira mina de riqueza espiritual.
2. É EMINENTEMENTE ESCRITURÍSTICA.
Tem esta doutrina largo e fundo alicerce na Escritura, está tecida na própria
trama e
entremeio da revelação divina. Como um fio escarlate este gracioso propósito
de Deus atravessa
o edifício da Palavra. ?A Bíblia não só ensina a doutrina, mas fá -la
proeminente, tão proeminente
que só podeis livrar-vos da eleição por livrar -nos da Bíblia? (Bishop, The
Doctrine os Grace).
Leia-se a Escritura com referência a esta doutrina e marque -se toda passagem
que indique a
relação de Deus com os homens como um soberano absoluto, também toda
declaração que
atribua a eleição ou os frutos dela à Sua escolha e não à von tade e aos atos
humanos; toda a
ilustração fornecida de que isto é método costumeiro de Deus; e resultará que
escassamente
qualquer livro da Escritura deixará de fornecer testemunho ao fato que, nos
atos da graça, não
153
menos que naqueles da providência, Deus, ?faz segundo Sua vontade no
exército do céu e entre
os habitantes da terra? (Dan. 4:3 -5) (Boyce, Abstract of Systematic Theology).
3. CONTUDO, ELA TEM MUITOS OPOSITORES.
Mas desde que esta doutrina é tão flagrante e humilhante para o homem
natural, tão
completamente agreste à mente carnal, tem ela muitos opositores. É mesmo
como disse o imortal
J. R. Graves: ?Todos os homens são por natureza arminianos e a absoluta
soberania de Deus é
uma doutrina odiosa ao coração natural e depravado. Os falsos mest res têm-se
aproveitado deste
sentimento natural e por séculos inflamaram os preconceitos de homens e
mulheres cristãos
contra o exército da soberania da parte de Deus? (The Seven Dispensations,
pág. 95, 96). Muitas
teorias falsas da eleição têm-se levantado. Estas teorias surgiram através de
um esforço para
?medir os mistérios sobrenaturais com a vara torta da razão degenerada?
(Ness).
4. O SENTIDO DE ARMINIANISMO.
E qualquer sistema de doutrina que condiciona o propósito salvador de Deus
em atos ou
méritos de homens é essencialmente arminiano. Assim como qualquer sistema
que faz do
soberano prazer de Deus base do Seu propósito salvador é essencialmente
calvinístico. Se alguém
se apega ao primeiro, é arminiano, ainda que não vá a tudo com Arminio; se ao
último, é
calvinista, ainda que não vá a tudo com Calvino. Não há meio termo entre
arminianismo e
calvinismo no seu sentido aceito entre os teólogos. Todo aquele que adota
qualquer idéia da
eleição, seja qual for, é uma coisa ou outra. G. W. Northurp, ele mesmo um
arminiano,
praticamente, diz, ao discutir se a eleição se condiciona em alguma coisa no
homem: ?O
arminianismo pode ser considerado como representando todos os sistemas
não calvinísticos
quanto ao que respeita ao ponto sob consideração? (Sovereign ty of God, pág.
48). E na segunda
parte deste livro, escrito pelo Prof. Robert Watts, de Belfast, Irlanda, em
resposta à primeira
parte, temos os ?Esboços? de A. A. Hodge citados como segue: ?Qual a base
da eterna
predestinação de indivíduos para a salvaçã o? É a fé prevista e o
arrependimento dos indivíduos
mesmos, no soberano prazer de Deus? Todo cristão deve tomar um lado ou
outro desta questão.
Se ele tomar o lado que faz da fé prevista, fundamento, (ou se ele, como é
comum hoje, faz da fé
a causa existente de uma eleição no tempo, o que é essencialmente o mesmo
como a precitada
154
proposição), ele é arminiano, não importando o que ele mais sustente. Se ele
tomar por base o
lado que faz o bom prazer de Deus, ele é calvinista?.
5. CALVINISMO E ARMINIANISMO TERMOS TEOLÓGICOS.
É necessário compreender que calvinismo e arminianismo são termos
teológicos. Não
significam tudo quanto Calvino ou Arminio creram ou escreveram. Refere -se a
dois sistemas
antitéticos de doutrina, um tanto modificado na sua transmissão e tendo a
eleição incondicional e
condicional, respectivamente, como seus pontos principais. De modo que se
tornou comum na
discussão teológica classificar homens e sistemas de doutrinas como
calvinísticos ou arminianos
na base desses dois pontos principa is.
6. O NOME ?CALVINISMO? DEFINIDO E DEFENDIDO.
Alguns crentes na eleição incondicional rejeitam o nome de calvinismo, mas
sem boa
causa. Ter a alguém como calvinista não quer dizer que é um seguidor de
Calvino, nem que
concorda com tudo que Calvino escre veu, nem ainda que Calvino fosse o
originador do sistema
de doutrina que traz o seu nome. Agostinho, muito antes de Calvino, ensinou
substancialmente o
mesmo sistema. Quando alguém se tem na conta de calvinista, não quer nem
mesmo dizer que ele
creia, necessariamente, em todos os cinco pontos de Calvino: pode significar
que ele creia
somente nesse sistema na sua maior parte. Dizer que alguém não é calvinista,
mas um paulinista,
nada significa. Não há conflito entre calvinismo e paulinismo. Um paulinista é
necessariamente
um calvinista. O calvinista não inclui expressamente tudo quanto Paulo ensinou
a respeito de
Deus, do homem e da salvação; assim como não inclui expressamente tudo da
fé de qualquer
homem, em respeito a esses. Por exemplo, Calvino não trata expressamente
do aspecto subjetivo
da salvação, mas isto não é motivo para alguém renunciar ao nome; porquanto,
ao passo que ele
não trata expressamente desse aspecto, também não antagoniza qualquer
verdade da Bíblia com
referência a este aspecto. De mane ira que alguém pode ser calvinista e ainda
crer em toda a
verdade da Bíblia. De fato, se um homem crê em toda verdade da Bíblia, ele é
um calvinista,
pouco importando quanto ele desgoste do nome, nem quão altamente ele o
renuncie.
7. O ESPÍRITO E A NATUREZA DO ARMINIANISMO.
155
O espírito do arminianismo é o espírito do modernismo. O arminianismo é um
sistema da
racionalismo, que, como o modernismo, faz da razão, em vez da revelação
divina, o padrão da
verdade.
?A igreja corrompeu-se e amaldiçoou-se em quase todo tempo pela confiança
indevida
dos homens nas suas faculdades raciocinantes. Eles empreenderam
pronunciar sobre a
razoabilidade ou inrrazoabilidade de doutrinas infinitamente acima de sua
própria razão, as quais
são necessariamente matérias de pura r evelação. Na sua presunção buscaram
compreender ?as
coisas profundas de Deus? e interpretaram as Escrituras não segundo o seu
sentido óbvio, claro,
senão segundo as decisões de sua finita razão? (Rice, God Sovereign and Man
Free, p. iii).
Acautele-se o leitor contra esse espírito soberbo que rejeita a verdade revelada
porque a
mente torcida e viciada do homem não pode sondá -la inteiramente. Isto é a
fonte principal de
ateísmo e modernismo. ?Foi por meio do orgulho raciocinador que o homem
caiu,? e podemos
acrescentar que da mesma maneira hoje o homem está caindo para mais longe
de Deus. A razão é
um dom divino e, quando usada direito, é uma pérola de grande preço. Sua
própria esfera na
religião jaz na justa divisão da palavra; mas, quando ela se afirma como um
paradigma pelo qual
se afere a credibilidade da revelação divina, ela se torna em laço do diabo e em
estrada segura
para o inferno. ?A revelação constante ataca a arrogância que ímpiamente
rebaixa a credibilidade
da palavra divina, a menos que o nosso mísero intelecto possa compreender
as coisas que
compete à glória de Deus ocultar. O designo do Evangelho é humilhar esta
tempera e nutrir em
nós o espírito de ?uma criancinha?, sem o qual a mente prosseguirá tateando o
seu caminho
sombrio e perigoso, até que se perde em dédalos sem fim, desorientado e sem
solução
inexplicável em labirintos escuros e intermináveis? (Richard Fuller, Baptist
Doctrines, by C. A.
Jenkins).
O arminianismo é a mentira mais ardilosa que o diabo jamais inventou em toda
a sua
milenar oposição a Deus. É o seu supermo esforço para apagar a deidade de
Deus. ?O
arminianismo é a religião do homem, que pode ser executada pelo homem. O
homem é a força
principal: com o homem começa e com o homem perecerá? (Parks). Ele eleva
o homem e insulta
a Deus. Ele nutre o orgulho humano e detrata da glória divina.
156
O arminianismo é a chocadeira do papismo, de quem a quentura de favor pode
facilmente
virar em sapos do abismo sem fundo? (Rous). ?É o Benjamin do Papa ... o
elixir de
anticristianismo; o mistério do mistério da iniqüidade; o gabinete do Papa; a
verdadeira quinta
essência do equívoco? (Leighton). ?Põe a Deus na mesma extremidade com
Dario, que
alegremente teria salvado a Daniel, mas não pode. Daniel 6:14? (Ness).
Arranca ?o grande Jeová
mesmo do Seu trono, estabelecendo a dama Sorte para ser adorada em Seu
lugar? (Ness). ?Reduz
o governo do mundo a mera sorte, ao selvagem capricho e desordem.
Segundo este sistema a
natureza, a providência e a graça são só seções do ateísmo; Deus não tem
ingerência na terra e
nos Seus negócios; ou ? se isto for monstruoso e revoltante demais ? Deus
exerce autoridade
sobre a matéria, mas não sobre as mentes e os corações dos homens ...
conseqüentemente, a
profecia é um absurdo; a providência uma quimera; a oraç ão uma zombaria;
desde que Deus não
interfere nos eventos mortais, mas desampara tudo aos humores desenfreados
e às paixões de
miríades de agentes independentes, de nenhum dos quais restringe os
caprichos e impulso, por
quem sua vontade é constantemente de rrotada e impulsos, por quem sua
vontade é
constantemente derrotada e tripudiada? (Richard Fuller, Baptist Doctrines, by
C. A. Jenkins).
Não admira, então que B. F. Riley diga: ?Whitfield foi um metodista calvinístico,
o que
quer que isto seja, ainda que seja tão perfeitamente fácil de definir como um
batista arminiano.
Nem está livre de falácia e são claramente um ponto esquivo? (The Baptist in
the Building of the
Nation).
II. A ELEIÇÃO DEFINIDA
?Deus de Seu próprio propósito, determinou desde a eternidad e salvar um
número
definito da espécie humana, como indivíduos, não por ou por causa de
qualquer mérito ou obra
deles, nem de qualquer valor deles a Cristo, mas de Seu próprio beneplácito?
(J. P. Boyce,
Abstract of Systematic Theology, pág. 347).
?A eleição é aquele eterno ato de Deus, pelo qual, de Seu soberano prazer e
devido a
nenhum mérito previsto neles, Ele escolhe certos dentre o número de homens
pecadores para
serem os recipientes da graça especial do Seu Espírito e feitos participantes da
salvação de
Cristo? (Strong A. H., Systematic Theology, pág. 427).
157
III. A ELEIÇÃO É ETERNA
Com isto queremos dizer que a eleição é sem origem atual: tem sido sempre,
assim como
Deus tem sido sempre.
1. PROVAS ESTABELECIDAS
A eternidade da eleição se prova por:
(1) A imu|abilidad d D us.
?Com isto queremos dizer que a natureza, os atributos e a vontade de Deus
estão isentos
de toda a mudança ... Toda mudança deve ser para melhor ou para pior, mas
Deus é a perfeição
absoluta e nenhuma mudança para melhor é possí vel. Mudança para pior seria
igualmente
incoerente com a perfeição? (Strong, Systematic Theology). E porque Deus
possui sempre todo o
conhecimento e todo o poder, não pode haver ocasião de mudança nEle.
Para prova escriturística e ulterior discussão da imu tabilidade de Deus vide
capítulo sobre
?A Natureza e Atributos de Deus?.
A imutabilidade de Deus nos ensina que o que quer que Deus queira em
qualquer tempo,
Ele sempre quis. ?Não pode haver mais um novo pensamento, um novo
intento, ou um novo
propósito em Deus, do que haver um novo Deus? (Ness). Conseqüentemente,
quando Deus salva
um homem, Ele deve ter sempre intencionado e proposto salva -lo. O propósito
e o intento de
salva-lo envolve eleição dele para salvação; logo, a eleição é eterna. Afirmar
doutra maneira é
negar a imutabilidade de Deus.
(2) A Pr sciência d D us.
Em Romanos 8:29 afirma-se que Deus pré conheceu os que Ele salva. Esta
presciência
envolveu um propósito de os salvar e este propósito de os salvar envolveu
eleição. Esta
presciência teve um princípio? Se teve, então houve um tempo em que Deus
não foi onisciente e,
portanto, nem perfeito e infinito. Sem perfeição e infinitude não pode haver
Deus. Logo, a
158
presciência de Deus é eterna e, conseqüentemente, eterna é a eleição; porque
está envolvida na
presciência, como indicado supra.
Vemos assim quão deletério é o ensino que a eleição tem lugar no tempo.
Todo negador
da eternidade da eleição é um ateu, logicamente. Ele não tem Deus, realmente;
porque, tendo
logicamente negado a imutabilidad e, a perfeição e a infinitude de Deus,
teoricamente roubou-O
de Sua divindade. Contudo, os que ensinam a eternidade da eleição, são
acusados de erguer
novos testes de amizade.
(3). Afirmaçõ s pl nas da Escri|ura.
Apelamos aqui para as duas passagens seguin tes:
?Como nos elegeu nEle antes da fundação do mundo? (Efésios 1:4).
?Por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação? (II
Tessalonicenses 2:13).
O que teve lugar antes da fundação do mundo teve lugar antes do princípio do
tempo, pois
no princípio do tempo o mundo foi criado (Gênesis 1:1). A primeira passagem
supra, então, põe a
eleição definitivamente na eternidade. A segunda passagem quer dizer que,
para sempre, desde o
princípio, nossa eleição foi um ato completo. Assim teve lugar antes do
princípio e, desde que na
eternidade não há antes nem depois, nunca houve um tempo em que a eleição
não tivera lugar.
Este é o sentido de eterno.
2. OBJEÇÕES RESPONDIDAS
A eternidade da eleição está objetada por alguns:
(1). Qu a l ição | m lugar quando somos salvos, porqu s|amos l i|os
? m? Cris|o.
Isto está afirmado em Efésios 1:4, que citamos há pouco. Notai, porém, que
esta mesma
passagem faz a eleição eterna. Por que invocarão os homens uma passagem
isolada da Escritura
contra si mesma?
159
A afirmação que fomos eleitos ?em? Cristo não quer dizer senão que Cristo foi
o
fundamento de nossa eleição (sendo a eleição na base de Sua obra
salvadora), e que nós fomos
pré-conhecidos como estando em Cristo no propósito de Deus. A linguagem
aqui é a linguage m
d?Aquele que no Seu propósito, ?chama as coisas que não são como se
fossem? (Romanos 4:17).
Temos um outro exemplo disto em Romanos 8:29,30, onde a chamada, a
justificação e a
glorificação dos eleitos todas estão postas no passado. Nós não estávamos
atual e
experiencialmente em Cristo na eternidade; nem fomos atual e
experiencialmente chamados,
justificados e glorificados na eternidade; mas estávamos no propósito de Deus
e isto é o
significado da passagem há pouco citada.
(2). Que somos eleitos quando somos salvos na base que a Escritura nunca
aplica o termo
?eleito? a ninguém, exceto aos salvos.
Verdade é que o termo ?eleito? faz referência exclusiva às pessoas salvas em
alguns
lugares da Escritura. Tal uso do termo pode ser visto em Mateus 22:24; Lucas
18:7; Romanos
8:23; I Pedro 1:2. Estas passagens se referem somente àqueles em que a
eleição se aplicou e se
fez experimental; mas não é a este só que se aplicou o termo ?eleito? e os
seus equivalentes. Em
Efésios 1:4 e II Tessalonicenses 2:13, como já vimo s, os eleitos dizem-se ter
sido tais desde a
eternidade. Então o termo ?ovelha? é equivalente ao termo ?eleito? e em João
10:16 temos a
aplicação de Cristo do termo ?ovelha? aos gentios perdidos que ainda estavam
para ser salvos.
Diz essa passagem:
?Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco (a nação judaica): a elas
também devo
trazer e elas ouvirão a minha voz; e haverá um rebanho e um pastor.?
Mas, para maior destroço dos arminianos, achamos que II Timóteo 2:10 aplica
o termo
?eleito? na sua forma possessiva aos que não estavam salvos ainda. Diz esta
passagem:
?Tudo aturo por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a
salvação em
Cristo Jesus com glória eterna?.
(3). Que somos eleitos quando somos salvos na base que a Escritura põe a
chamada antes da
eleição.
160
É fato que, algumas vezes, em se referindo tanto à chamada como à eleição
dos crentes,
ou em aludindo aos chamados e eleitos, a Escritura menciona primeiro os
chamados. Vide
Mateus 22:14; II Pedro 1:10; Apocalipse 17:14. Os ?chamad os? de Mateus
22:14 (a palavra
grega sendo um adjetivo usado substantivamente) são aqueles a quem soa
através de pregação do
Evangelho a chamada somente geral, externa e, na maior parte, ineficaz. Esta
classe se compõe
de muitos. Mas dos tais, apenas uns poucos, comparativamente falando,
pertencem aos
escolhidos, como se evidência pelo fato que somente os poucos crêem no
Evangelho. As outras
duas passagens citadas mencionam a chamada e a eleição na ordem em que
se realizam na
experiência. Um conhece sua eleição somente pela chamada (vivificação) que
recebeu do Espírito
Santo. Que as passagens dadas supra não fixam a ordem cronológica, ou
mesmo a lógica, da
chamada e eleição, está evidente das provas que foram dadas da eternidade
da eleição, e de
Romanos 8:29,30, onde a ordem é, manifestamente, a verdadeira ordem
lógica. Ali a presciência
e predestinação, que envolvem a eleição, se colocam antes da chamada.
Então Romanos 8:28
afirma que somos chamados (particularmente, internamente e eficazmente)
?segundo o Seu (de
Deus) propósito?. E este propósito envolve eleição. De modo que a eleição
deve preceder a
chamada, tanto como o propósito de chamar deve preceder a chamada atual,
uma vez que a
chamada é segundo o propósito divino.
Os que forçam esta objeção contra a eternidade da eleição carecem de notar
que a
Escritura não nomeia sempre as coisas tanto na sua ordem lógica como na
cronológica; por
exemplo, II Timóteo 1:9 põe a salvação antes da chamada.
(4). Que a eleição tem lugar quando somos salvos na base que som os eleitos
por meio da
santificação do Espírito e crença da verdade.
Esta objeção se baseia na tradução de II Tessalonicenses 2:13 e I Pedro 1:2
segundo a
versão do Rei Tiago. A primeira passagem diz na referida versão que somos
eleitos ?para a
salvação por meio da santificação do Espírito e crença da verdade?. A
segunda, na mesma
versão, diz que somos ?eleitos... pela santificação do Espírito para a
obediência e aspersão do
sangue de Jesus Cristo?. A preposição grega traduzida na versão do Rei Tiago
?através de? é
?em?. E é um tanto desconcertante para os arminianos notar que a Versão
Revista traduz esta
preposição por ?em? em vez de ?através de?. E é a eles ruinoso notar que N.
M. Williams diz
161
desta preposição: ?Ela expressa um estado, não um ato; nã o ?através de?,
mas ?em?. A
preposição grega rara expressa instrumentalidade? (An American ? Baptist ?
Commentary on the
New Testament).
A preposição grega alude ao estado em que estava o povo no tempo em que
se lhe dirigiu
e não significa o meio pelo qual se tornou eleito de Deus.
3. OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Antes de passar adiante, desejamos indicar outras poucas passagens que são
como um
dobre a finados à teoria infiel de a eleição e a salvação terem lugar
simultanemante.
(1). ?Tudo o que o Pai me dá virá a mim? (João 6:37).
Manifesto é que esta passagem representa o Pai dando gente ao Filho como
precedendo
sua vinda ao Filho. O ato de o Pai dar gente ao Filho (pelo qual aqui está
significada a eficácia
divina em traze-la à possessão atual do Filho por meio d e arrependimento e da
fé, o verbo ?dá?
estando no presente) envolve uma eleição daqueles assim dados, porquanto
todos não são dados.
E desde que o dar precede a salvação, então a eleição deve preceder a
salvação. Este dar, sem
dúvida, prova à eternidade da eleição à luz da imutabilidade de Deus. Mas aqui
só nos interessa
mostrar que a eleição precede a salvação. A divina eficácia em trazer homens
a Cristo está
aludida em João 6:44,65 e Efésios 1:19,20.
(2). ?Creram todos quantos foram ordenados para a vida eterna? (Atos 13:48).
Esta passagem põe a ordenação de vida eterna antes da fé e,
conseqüentemente, antes da
salvação. Esta ordenação para a vida eterna envolve eleição sobre o mesmo
fundamento em que o
dar da primeira passagem envolve eleição.
Tanto quanto a forma da palavra grega concerne, podia ser tanto média como
passiva,
mas a preponderância da opinião erudita considera -a como sendo
definitivamente passiva. Assim
Hackett dá a tradução: ?Tantos quantos foram nomeados para a vida eterna
creram? e ajunta:
?Esta é a única tradução que a filologia da passagem permite?. Mais adiante
diz Hackett: ?Alguns
traduzem o particípio grego (tetagmenoi) por disposto, inclinado; porém, estes
termos como
162
passivos, ainda que possam significar disposto externamen te ? como, por
exemplo, traçado, em
ordem militar ? não eram usados como um ato da mente?. Jami son, Fauss |
and Brown no seu
comentário fazem este significativo comento das palavras em foco: ?... não
podem ser
interpretadas de algo inferior a isto, que uma divina ordenação para a vida
eterna é a causa, não o
efeito, da crença de qualquer homem?.
Alguns têm tentado reviver a passagem, fazendo com que ela diga: ?Todos
quantos
creram foram ordenados para a vida eterna?, o que é maneira que teria de
dizer que para permitir
mesmo a interpretação que eleição e salvação têm lugar ao mesmo tempo.
Mas a construção
grega não consentirá esta transposição. Thayer diz que a passagem se refere
a ?tantos quantos
foram indicados para obter a vida eterna, ou a quem Deus d ecretará vida
eterna?.
(3). ?Deus escolheu-vos ... para a salvação? (II Tessalonicenses 2:13).
Desde que os homens são escolhidos ou eleitos ?para? salvação, sua eleição
deve preceder
a salvação. Está isto manifesto a todos, exceto uma certa classe de armi nianos
que são incapazes
de entender português claro.
IV. A ELEIÇÃO FOI PESSOAL, INDIVIDUAL, PARTICULAR E
DISCRIMINATIVA
Sendo obrigados a admitir que uma eleição de qualquer espécie teve lugar na
eternidade,
alguns arminianos sustentam uma outra das segui ntes noções:
1. QUE A ELEIÇÃO NA BÍBLIA TEM REFERÊNCIA SÓ A ISRAEL COMO
NAÇÃO E AOS
GENTIOS COMO UM TODO, E QUE É SOMENTE UMA ELEIÇÃO A
POSIÇÃO E
VANTAGEM, NÃO À VIDA ETERNA.
Diz-se que Deus escolheu Israel como nação; então, nos dias do Novo
Testamento, Deus
o rejeitou e o substituiu pelos gentios como um todo. É crido, pelos que
sustentam esta idéia, que
a discussão clássica da eleição em Romanos 9 e 11 não se referem à eleição
individual para a
vida eterna senão somente a tal eleição global como estabel ecida acima. O
fato de qualquer
homem poder sustentar uma posição tal como esta apenas mostra a que
extensão de loucura o
preconceito o conduzirá.
163
Nossa resposta:
(1). Que em Romanos 9 e 11 temos uma eleição individual de Judeus para a
vida eterna, bem
como a eleição nacional de Israel a posição e vantagem, é evidente de:
A. A declaração que Deus tem misericórdia de quem Ele quer e endurece a
quem Ele
quer. Romanos 9:18.
Tal declaração é inaplicável a eleição e rejeição nacionais ou globais. Ela só
pode ser
aplicada ao trato de Deus com indivíduos. E que ela assim se aplica tornar -se
mais evidente ao
passo que prosseguirmos além na discussão de Paulo.
B. A objeção antecipada desta maneira de tratar com os homens. Romanos
9:19.
Que é esta objeção em palavras claras? É isto, como apresentada por A. N.
Arnold: ?É da
vontade de Deus endurecer um homem, uma vez que a vontade de Deus não
pode ser resistida
com vantagem; mas, se é, como pode Deus culpar a pecadores endurecidos??
Pelo Prof. David
Brown a objeção é apresentada como segue: ?Esta doutrina é incompatível
com a
responsabilidade humana; se Deus escolhe e rejeita, perdoa e castiga a quem
Lhe apraz, por que
são culpados os que, se rejeitados por Deus, não podem evitar pecar e
perecer?? E este mesmo
comentador prossegue, a dizer que esta objeção mostra ?a natureza real da
doutrina objetada: que
é a eleição e a não -eleição à salvação eterna antes de qualquer diferença de
caráter pessoal a
única doutrina que podia sugerir a objeção aqui apresentada.?
C. A menção de ?vasos de misericórdia? e ?vasos de ira?. Romanos 9:21 -23
Isto é inaplicável à eleição nacional ou global a posição e vantagem. Numa tal
eleição as
nações não-eleitas e grupos não podem ser justamente representados como
?vasos de ira?, porque
tal eleição não os representa totalmente abandonados à ira. Durante os dias do
trato especial de
Deus com os judeus como a nação eleita, outras nações não estiveram
inteiramente excluídas.
Indivíduos delas podiam participar das bênçãos teocráticas de Israel po r se
submeterem e
observarem os ritos de Israel.
164
D. A menção de uma porção de Israel como ?a eleição? e ?um resto segundo
a eleição da
graça?. Romanos 11:5,7.
?Neste resto eleito, ajuntando de uma nação eleita, temos uma eleição dentro
de uma
eleição, uma eleição de indivíduos para a vida eterna que pertenciam e um
povo a quem Deus
elegera aos privilégios da graça? (An American Commentary of the New
Testament)?.
(2) Que os gentios não substituíram os judeus é evidentes de:
A. O fato de Israel não ter sido rejeitado no sentido de sua eleição ser
revogada.
Israel foi temporariamente rejeitado de sua posição nacional no plano de Deus,
mas,
?quanto à eleição?, ainda é benquisto e ainda será restaurado ao seu lugar
(Romanos 11:25-31). O
chamado de Deus, se nacional, global, ou individual, é imudável (Romanos
11:29). Logo, todo
falatório de os gentios terem substituído os judeus é puro idiotice.
B. O argumento de Paulo em Romanos 9:6.
O argumento de Paulo é que a incredulidade da grande massa de judeus não
abrogou a
promessa de Deus a Abraão com fundamento que a promessa não se aplicou
a toda a semente de
Abraão. Mas, se os judeus tivessem sido rejeitados como atinentes à eleição e
os gentios os
substituíssem, o argumento de Paulo desenvolver -se-ia alguma coisa como
segue:
?A escolha de Abraão e sua semente não falhou; porque, ainda que Israel
tenha sido
rejeitado, os gentios tomaram o seu lugar e Deus tem o direito de escolher a
nação que ele quiser
aos privilégios do seu reino visível? (Comentary Jamieson, Fauset, and Brown).
(3) Que há uma eleição individual dos gentios, tanto como dos judeus à vida
eterna é evidente
de:
A. Romanos 9:24.
Neste verso Paulo segue sua referência a ?vasos de misericórdia ... que para
gloria já
dantes preparou? com a afirmação (V. 24): ?Mesmo nós, a quem também
chamou, não só dentre
165
os judeus, mas dentre os gentios também?. Isto mostra -nos claramente que os
?vasos de
misericórdia? que são manifestante indivíduos eleitos, constitúem -se tanto de
judeus como de
gentios. Temos assim uma eleição individual de gentios bem como de judeus.
Sobre este verso o
Prof. Brown nota luminosamente: ?Aqui, pela primeira vez neste capítulo,
introduz-se a chamada
dos gentios; tudo antes dizendo respeito não à substituição dos judeus
rejeitados pelos gentios
chamados, mas à escolha de uma porção do mesmo Israel. Fora total a
rejeição de Israel, a
promessa de Deus a Abraão não se teria cumprido pela substituição deles
pelos gentios; mas
sendo só parcial a rejeição de Israel, a conservação de um ?resto? , no qual a
promessa valeu,
porém ?segundo a eleição da graça?. E agora, pela primeira vez, o apóstolo
nos diz que, a par
com este resto eleito de Israel, é propósito de Deus ?tirar dos gentios um povo
para Seu nome.?
(Atos 15:14).
B. Referências à eleição em outros livros do Novo Testamento.
Estas referências aparecem nalgum lugar nesta discussão, pelo que não
precisam ser
mencionadas aqui. Vire o leitor as páginas deste capítulo e note estas
referências, marcando quão
certo elas se referem a uma eleição individual para a salvação. Note
especialmente II
Tessalonicenses 2:13 em contraste com a teoria que a eleição é só para
posição e vantagem e não
para salvação.
C. Todos os argumentos que dirigimos agora à segundo teoria, a qual nega
que a eleição
foi individual.
Esta segunda teoria é:
2. QUE A ELEIÇÃO ETERNA SE APLICA SOMENTE À CLASSE DOS ?QUEM
QUER QUE
QUEIRA?.
A falsidade desta teoria se prova por:
(1). A presciência de Deus dos que Ele salva.
Romanos 8:29 afirma a presciência de Deus dos que Ele salva. E desde que
Deus pré
conhece os que Ele salva, Sua eleição deles não podia ter sido mera eleição
de classe. Eleger uma
166
classe com total conhecimento prévio dos que ao certo hão de compor essa
classe é igual a uma
individual de cada um na classe.
(2). O fato de os nomes dos eleitos estarem escritos no livro da vida.
Que os nomes dos eleitos estavam escritos no livro da vida na eternidade está
provado por
Apocalipse 17:8, que diz:
?A besta que viste, foi e já não é, e há de subir do abismo e ir -se à perdição. E
os que
habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a
fundação do mundo) se
admirarão vendo a besta que era e já não é, ainda que é.?
Esta passagem, falando daqueles cujos nomes não estavam escritos no livro
da vida,
implica distintamente que houve alguns cujos nomes estavam escritos no livro
da vida ?desde a
fundação do mundo?. ?Desde a fundação do mundo?, diz Justin A. Smith, ?é o
modo do Novo
Testamento representar o que teve lugar no passado remoto, antes do tempo,
medido nos períodos
deste mundo, existir? (An American Commentary on the New Testament).
Este escrever dos nomes dos eleitos no livro da vida certamente faz a eleição
individual e
pessoal.
(3). O fato que Deus salva gente como indivíduos
A imutabilidade de Deu s, como já indicamos, leva-nos a crer que Deus propôs
eternamente fazer tudo o que Ele faz. Portanto, desde que Ele salva o povo
como indivíduos, Ele
deve ter tido um propósito eterno de os salvar como indivíduos. Este propósito
eterno é igual à
eleição, e assim está provado ser a eleição individual.
Tudo destes argumentos mostra também que em nenhum sentido a eleição
respeita a
todos os homens: ela toca somente à aqueles a quem Deus salva atualmente.
Todos os outros Ele
passou, deixando-os sofrer a justa penalidade dos seus pecados no inferno.
V. ELEIÇÃO NÃO SE BASEOU NA FÉ PREVISTA DOS ELEITOS
167
Certo é que Deus previu a fé dos eleitos. E também é certo que este pré -
conhecimento não
foi o fundamento da eleição. Prosseguimos a provar que a eleição não se
baseou na fé prevista
dos eleitos por induzir algumas objeções à teoria que baseia a eleição na fé
prevista dos eleitos.
Veremos então que esta teoria não elimina algumas das objeções mais fortes
que os arminianos
alegam contra a doutrina da eleição incondicional. Primeiro tomaremos as:
1. OBJEÇÕES A TEORIA QUE A ELEIÇÃO SE BASEOU NA FÉ PREVISTA
DOS ELEITOS
E, antes de dar essas objeções, desejamos indicar o fato que elas se aplicam
com igual
força à teoria que somos eleitos quando somos salvos, pois ambas as teorias
igualmente
condicionam a eleição na fé.
(1). Esta teoria nega que a fé seja um dom de Deus e faz dela um exercício do
coração natural.
Nenhum advogado judicioso desta teoria pode sustentar que a fé seja o dom
de Deus, que
se opera em nós pela força regeneradora do Espírito Santo. O notável
Agostinho, no seu livro das
Retratações, habilmente reconhece o seu erro em ter pensado uma vez que a
eleição se baseia na
fé prevista, dizendo: ?Eu nunca podia ter afirmado que Deus, ao escolher
homens para a vida,
tivesse qualquer respeito à sua fé, tivera eu considerado devidamente que a fé
é o Seu próprio
dom?. A fé é a salvação em germe. Portanto, dizer que Deus dá a fé e então
nos salva
eletivamente por causa dessa fé prevista, equivale a dizer que D eus salva e
então, por causa disso,
elege-nos para a salvação. Daí, a única idéia óbvia que pode ser tomada pelos
que crêem que a
eleição se baseia na fé prevista é que a fé precede a vivificação poderosa do
Espírito Santo e que
é, portanto, um exercício d o coração natural. Isto implica as seguintes coisas
que a Escritura
nega:
A. Que uma coisa limpa pode sair de uma impura.
Certamente que a fé é limpa e santa. O coração natural é, certamente impuro e
ímpio.
Jeremias 17:9 ensina que o coração natural é dese speradamente ímpio. E em
Romanos 7:18 Paulo
diz que na sua natureza carnal não havia bem algum. Mais ainda, a doutrina de
depravação total,
como ensinada na Escritura e crida pelos batistas, afirma que toda faculdade
do homem está
poluída pelo pecado, e, p ortanto, é impura e ímpia.
168
Agora, pode a fé, princípio limpo, proceder do coração natural, coisa impura?
Respondemos que não pode, e isso por duas razões, a saber:
(a) A lei inexorável que igual gera igual. Isto é uma lei universal. Opera em
todas as
camadas. É um axioma. Expressa-se esta lei figuradamente no brocardo que a
água não pode
levantar-se acima do seu nível.
(b) A afirmação de Jó. Referíamo -nos aqui a Jó 14:4, que diz: ?Quem do
imundo tirará o
puro? Ninguém?.
B. Que um que está acostumado a fazer o mal pode voltar a fazer o bem.
O pecador está acostumado a fazer o mal. A fé é uma boa coisa. Pode então o
pecador
exerce-la enquanto está no estado natural? Jeremias afirma fortemente a
impossibilidade de o
pecador fazer isto. Ele diz: ?pode o etí ope mudar sua pele ou o leopardo suas
manchas? Assim
podeis vós fazer o bem sendo acostumados a fazer o mal?? (13:23). Assim
Jeremias diz que é tão
impossível ao homem natural fazer o bem e, exercer a fé, como é ao negro
fazer-se branco ou ao
leopardo despir-se do seu manto malhado.
C. Que o que está na carne pode agradar a Deus.
A fé é agradável a Deus. A menos que alguém seja vivificado pelo Espírito
Santo, está na
carne, isto é, está sob o poder dominador da natureza carnal. Pode então
alguém exercer a fé
antes de ser vivificado? Não segundo Paulo, que diz: ?A mente da carne é
inimizade contra Deus,
pois não está sujeita à lei de Deus, nem na verdade pode estar: e os que estão
na carne não podem
agradar a Deus? (Romanos 8:7,8).
D. Que o homem natural pode receber as coisas espirituais.
A fé salvadora é a recepção de Jesus Cristo como Salvador de alguém. Cristo
como
salvador é certamente uma coisa espiritual. Receber a Cristo como salvador de
alguém é mais do
que receber a verdade intelectualmente. Deve o t al ter um convencimento
cordial de sua condição
perdida e de sua completa inabilidade para salvar -se a si mesmo. Deve o tal ter
também uma
convicção cordial quanto ao poder salvador de Cristo e de como o homem
participa desse poder.
169
Deve haver uma apreciação real destas coisas. E estas coisas, quando
devidamente apreciadas na
sua profunda significação, são certamente coisas espirituais. E foi com
referência a ?Cristo e Ele
crucificado? que Paulo escreveu quando disse: ?O homem natural não recebe
as coisas do
Espírito de Deus, pois são loucura para ele e ele não pode conhece -las, porque
são discernidas
espiritualmente.? (I Coríntios 2:14).
(2). Esta teoria faz a eleição depender do correr e do querer do homem.
Contudo, ao discutir a eleição, diz Paulo: ?Não é do que quer, nem do que
corre, mas de
Deus, que se compadece? (Romanos 9:16).
(3). Esta teoria nega a salvação pela graça e dá ao homem base para gloriar -
se diante de Deus.
Se Deus está representado como contemplando através dos séculos e
prevendo que uns
certos creriam aparte de qualquer soberano propósito para traze -los à fé, tendo
a estes elegido por
causa desta fé prevista, não pode ser negado que Deus salva somente os que
estão melhores do
que a parte comum da humanidade. A grande maioria dos ho mens prossegue
na incredulidade, o
que indica neles um espírito muito pior do que seria indicado neles se cressem.
Daí, os que
crêem, em princípios arminianos, são melhores em si mesmos (porque a fé, se
for uma condição
de eleição, deve, como já o mostramo s, proceder o poder vivificador do Espírito
Santo e vem,
portanto dó coração natural) do que os que não crêem. Segue -se,
conseqüentemente, como a noite
ao dia, que Deus salva somente os que são melhor do que outros. E essa
bondade, conquanto
mesmo consista só de fé, não pode ser excluída da categoria de atos
meritórios. A fé é o germe da
santidade. Sim, mas, é a própria expressão de uma disposição santa. De sorte
que, o que crê que
Deus elegeu homens sob condições de sua fé, deve se ele for capaz de
pensar, aceitar a
proposição que Deus elegeu salvar homens sobre o fundamento do seu próprio
mérito parcial.
Nenhum crente de eleição condicionada na fé pode sustentar coerentemente a
salvação pela
graça.
Os arminianos sustentam, comumente, que Deus não pode com justiça passar
pelos
caídos, como os da eleição incondicional o representam passando pelos não -
eleitos. Mas, ?se
Deus não pudesse com justiça ter passado pelo homem quando ele caiu, Deus
lhe teria feito uma
injustiça ter passado por ele, e quando, em vez d e passar por ele, o visitou,
Deus estava
170
simplesmente executando para com ele um ato de justiça. É um abuso crasso
de linguagem,
seguramente, chamar ato de graça uma semelhante interposição. Os
arminianos estão sempre
reclamando que são os defensores da ?Livre graça?, mas os seus princípios ...
provaram
demonstrativamente que a pretensão está absolutamente destituída de
garantia, que pela natureza
da economia, quer pela história de sua administração? (Watts, Sovereignty of
God, pág. 13).
?Só há dois sistemas de teologia. Um deles dá toda a glória a Deus; os demais
a dividem
com o homem? (J. W. Porter, Random Remarks ? on election ? pág. 41).
Segundo a teoria agora refutada, um homem salvo pode dizer: ?Pai, agradeço -
Te teres
mandado a Cristo morrer por mim e agradeço-Te por me ofereceres a
salvação, porque, a menos
que tivesses feito estas coisas, eu não podia me salvar. E agradeço -Te que me
influenciaste pelo
Espírito. Mas, Pai, posso agradecer só a mim mesmo ter eu aceitado Tua
oferta de misericórdia.
O crédito disso a mim pertencem, uma vez que nada do que fizeste foi
suficiente para causar
irresistivelmente a minha aceitação de Tua livre mercê. Fizeste tanto pelos
outros que ainda estão
perdidos como fizeste por mim antes de eu crer; logo, eu a mim mes mo me fiz
diferir dos demais.
Pai, não pode com justiça negar-me o direito de gloriar-me nisto e jactar-me
disso por toda a
eternidade, como ficarei especialmente movido a faze -lo quando penso na
condição dos perdidos
no inferno e me lembro de que foi meu ato que me guardou de estar no inferno.
De alguma
maneira, ou por hereditariedade, treino ou qualquer outra coisa, fui melhor do
que eles, porque
me submeti a Ti e eles não. Assim, ainda mesmo que a salvação foi mais de
Tua graça, todavia
não o foi inteira mente; porque Tu não me terias salvo se eu não fora melhor do
que aqueles que
perecem.?
Ao contrário, é-nos dito no santo escrito que Deus arranjou a dispensação de
Sua graça
?para que nenhuma carne se glorie perante Deus? (I Coríntios 1:29).
(4). Esta teoria faz da eleição uma farça.
?Se os homens fossem previstos como possuídos de fé e santidade, antes de
sua eleição e
independentes dela, seria difícil conceber que ocasião houve para serem
eleitos. Não haveria
necessidade dela para garantir sua felicidade final. Porque o Juiz de toda a
terra deve fazer justiça
e a miséria eterna jamais foi designada para ser a porção de qualquer um que
creia e seja santo;
171
que paz e salvação estão ligadas inseparavelmente a um tal estado e a tais
caracteres. Ter
ordenado esses para a felicidade e glória, que foram previstos estar assim
qualificados, teria,
portanto, sido em tudo desnecessário? (A. Booth, Reign of Grace, pág. 63).
Assim o arminianismo faz da eleição um termo desnecessário e sem sentido.
(5). Esta teoria representa-nos como sendo eleitos porque fomos previstos
como santos mais do
que se devêssemos ser santos.
O crente é santo; isto é, é uma pessoa santificada. Assim, ensinar que fomos
eleitos
porque fomos previstos como crentes é ensinar que fomos el eitos porque
fomos previstos como
sendo santo; mas a Escritura ensina que fomos escolhidos em Cristo ?para
que fossemos santos?.
(Efésios 1:4).
(6). Esta teoria faz a eleição por causa da adoção mais do que para adoção.
Todos os crentes foram adotados, porque a adoção é por meio da fé (Gálatas
3:26).
Assim, se a eleição tivesse sido baseada na fé prevista, teria sido também
baseada na adoção
prevista; mas a Escritura ensina que a predestinação (que envolve eleição) é
?para adoção?
(Efésios 1:5).
(7). Esta teoria destrói a soberania de Deus.
Segundo o arminianismo, Deus está sem poder para salvar a qualquer pessoa,
exceto os
que por si mesmos consentem em salvar-se. Assim, ?Deus está sem poder
ante a majestade da
vontade arrogante do homem. Os pecadores têm a glória de sua própria
salvação. Orar a Deus
para converter um homem é absurdo. Deus elege o homem porque prevê que
o homem eleger-seá
a si mesmo? (S. R. Mason, como citado aprovadamente por A. H. Strong
Systematic Theology,
pág. 433).
2. A FUTILIDADE DA TEORIA QUE A ELEIÇÃO SE BASEOU NA FÉ
PREVISTA DO
ELEITO.
172
Os arminianos imaginaram esta teoria para eliminar certas objeções que eles
inventaram
contra a eleição incondicional. Objetam à certeza que prevalece sob a eleição
incondicional,
porque fantasiam que esta certeza abroga a livre agência do homem. Mas a
teoria em
consideração envolve nada menos um grau de certeza. Se Deus prevê que
uma coisa vai ser, é
absolutamente certo ser. Nada o poderia fazer mais certo.
Eles não gostam de pensar de alguns homens nascidos no mundo sem
nenhuma
possibilidade de salvação. Mas a teoria em consideração envolve a mesma
coisa; pois,
certamente, se Deus previu os que creriam, também previu os que não creriam,
e não há
possibilidade destes jamais crerem.
Eles pensam que a eleição incondicional coloca a responsabilidade dos que
perecem sobre
Deus, mas sua admissão da presciência de Deus está igualmente aberta à
mesma objeção, como
mostrado na seguinte citação: ?Eu logo admito que a mera previsão de um
evento que não
podemos impedir e não temos a faculdade de realizar não nos envolve em
responsabilidade
alguma. Mas, quando o Criador, de Seu próprio prazer soberano chama a
existência um agente
inteligente, amolda -o com certos poderes e apetites e o coloca no meio de
cenas em que eles
vêem claramente tentações que o sobrepujarão, num tal caso é auto -evidente
que as nossas débeis
faculdades não podem separar presciência de pré -ordenação. A negativa,
portanto, de préordenação
não mitiga qualquer objeção: apenas esconde a difi culdade aos ignorantes?
(Richard
Fuller, Baptist Doctrines, by C. A. Jenkins).
3. A NATUREZA DA PRESCIÊNCIA DE DEUS.
Romanos 8:29 e I Pedro 1:2 têm sido invocadas em amparo da teoria que a
eleição está
baseada na previsão que Deus tem da fé dos eleitos; ma s, presciência e
previsão não são idênticas
no sentido. Ao comentar Romanos 8:29, diz o Prof. Brown: ?No capítulo 11:2 e
nos Salmos 1:6 o
?conhecimento? que Deus tem do Seu povo não pode restringir -se a mera
previsão de eventos
futuros ou familiaridade com o que se vai passando aqui em baixo... A
presciência que Deus tem
do Seu próprio povo quer dizer Sua complacência peculiar e graciosa para com
ele povo.?
(Commentary, Jamieson, Fausset e Brown). Dizer que Romanos 8:29 quer
dizer que a quem
Deus previu como os que de si mesmos crêem ?é lançar sobre o texto o que é
contrário a todo o
espírito e mesmo à letra do ensino apostólico? (ibid). A mesma palavra em
Romanos 8:29
173
aparece de novo na sua forma de particípio em I Pedro 1:20, onde ela se refere
a Cristo na Sua
obra redentora. Aí ela certamente não pode limitar -se ao simples sentido se
previsão. É uma
noção comum que I Pedro 1:2 representa a presciência como logicamente
antecedendo a eleição,
mas tal noção não se contém na passagem em foco: esta ensina,
simplesmente, que a eleição é
agradável à presciência de Deus. A expressão ?eleitos ... segundo a
presciência de Deus? tem o
mesmo sentido que ?eleitos na presciência de Deus?. Os referidos foram leitos
em que Deus,
antes que o mundo existisse, os olhou com especial e graciosa complacência.
A palavra
presciência em I Pedro 1:2 está definida no Léxico de Thayer como significado
?antepensamento,
prearranjamento?.
Qualquer presciência que implique certeza, como é o caso am ambas as
passagens em
discussão, deve ser considerada como logicamente subseqüente ao propósito
ou decreto de Deus.
Vide Atos 2:23. ?Logicamente, ainda que não cronologicamente, o decreto vem
antes da
presciência?, (Strong). ?Donde vem o conhecimento de Deus da futurição de
quaisquer eventos,
exceto do conhecimento do Seu propósito de causar ou permitir que eles
viessem a acontecer??
(Boyce). ?A presciência de Deus descansa sobre o Seu determinado
conselho? (Graves, The
Seven Dispensations, pág. 100).
VI. A ELEIÇÃO É PARA A SALVAÇÃO
Declara-se esta verdade em II Tessalonicenses 2:13, que diz: ?Deus vos
escolheu para a
salvação desde o princípio?.
Notai três coisas desta passagem:
1. ELEIÇÃO NÃO É SALVAÇÃO
Os arminianos acusam que a eleição incondicional quer dizer salvação
incondicional e
que nós ensinamos que os homens foram atualmente salvos na eternidade.
Ambas as coisas são
sem fundamento, porque a eleição não é salvação. Fomos incondicionalmente
eleitos na
eternidade para uma salvação condicional no tempo. E quando falamos da
salvação como sendo
condicional, não queremos dizer que a salvação dos eleitos seja de qualquer
modo fortuita ou
incerta, mas somente que certas condições (arrependimento e fé) devem
cumprir-se antes que eles
174
venham a possuir a salvação. Uma condição é ?algu ma coisa que
necessariamente precede um
resultado, MAS NÃO O PRODUZ?. Na eternidade a salvação dos eleitos se
propôs e os eleitos
são falados no propósito de Deus como chamados, justificados e glorificados
(Romanos 8:29-30),
mas isto é simplesmente a linguagem dAquele que, no Seu propósito, ?chama
as coisas que não
são como se fossem? (Romanos 4:17). Muitas passagens ensinam claramente
que a salvação atual
tem lugar no tempo e por isto contendemos fortemente. Não temos paciência
de espécie alguma
com a teoria de a salvação que tem lugar no tempo ser só salvação temporal,
ou salvação no que
ela respeita a esta vida.
2. A ELEIÇÃO É PRIMARIAMENTE PARA A SALVAÇÃO MAIS DO QUE
MERAMENTE
PARA O SERVIÇO
O diabo não se cansa de inventar noções contrárias à verda de. Ele já levou
alguns a
dizerem que a eleição da Bíblia é meramente para serviço; mas a Palavra de
Deus posta-se de
cara contra esta tola noção, revelando -nos que fomos escolhidos ?para a
salvação?.
3. A ELEIÇÃO É PARA A SALVAÇÃO MAIS DO QUE PARA PRIVILÉGIOS
EXTERNOS
Outra noção diabólica é que a eleição é meramente para privilégios e
oportunidades
externos; mas II Tessalonicenses 2:13 mata essa noção também.
VII. A ELEIÇÃO INCLUI TODOS QUE EM TODO TEMPO SE SALVAREM
Alguns têm a idéia que a eleição inclui somente tantos em cada geração
quanto necessário
para garantirem que o Evangelho seja crido e proclamado. Outros têm a noção
que em adição aos
eleitos faça-se espaço para ?quem quer que queira?. A afirmação supra nega
ambos estes
pareceres. Certo é que a eleição inclui a todos quantos forem salvos, porque:
1. A IMUTABILIDADE DE DEUS O PROVA
O homem, na sua condição natural não pode vir a Cristo. Cf. Jeremias 17:9;
Provérbios
4:23; Jó 14:4; Jeremias 13:23; João 12:39,40; Romanos 8:7,8; II Coríntios 2:14.
A habilidade
para vir a Cristo, por tanto, é divinamente dada, como estabelecido em João
6:35. Logo, ninguém
pode vir a Cristo e ser salvo a não ser aqueles a quem Deus comunica a
habilidade para virem. Já
175
notamos previamente que a imutabilidade de Deus nos ensina que o que quer
que Deus faça em
qualquer tempo deve Ele ter sempre proposto fazer. Conseqüentemente, na
eternidade Ele se
propôs dar a habilidade para virem a Cristo a todos quantos Ele atualmente a
dá no tempo. Este
propósito é igual à eleição. E desde que ninguém pode vir exceto aqueles a
quem esta habilidade
é dada, todos incluídos no propósito de Deus, o que é igual a eleição, segue -se
que ninguém
jamais se salvará exceto os eleitos. Os eleitos e os ?quem quer que queira?
são um, desde que
ninguém pode querer virar-se para Cristo senão quando Deus neles opera o
querer.
2. A ONISCIÊNCIA DE DEUS O PROVA.
A salvação é do Senhor. Desde que Deus é onisciente, Ele soube exato a
quem salvaria.
Este conhecimento envolveu um propósito de salva -los. Este propósito, como
observamos antes,
iguala à eleição. Assim a eleição inclui todos quantos em qualquer tempo serão
salvos, porque ela
inclui a todos quantos Deus soube que salvaria.
3. O FATO QUE NINGUÉM EXCETO OS ELEITOS ENTRARÃO NA NOVA
JERUSALÉM
PROVA-O
Apocalipse 21:27 diz-nos que os habitantes da Nova Jerusalém serão
?somente aqueles
que estão escritos no livro da vida do Cordeiro?. Vimos que o escrever de
nomes no livro da vida
teve lugar no passado remoto, antes do princípio do tempo, como o sabemos; e
isso é, portanto,
equivalente a eleição. Então Nova Jerusalém será habitada somente pelos
eleitos. Se outros se
salvam, fariam melhor carregando uma tenda com eles, porque terão de
acampar fora de Nova
Jerusalém. Só os eleitos entrarão.
VIII. O FIM DA ELEIÇÃO ESTÁ INSEPARÁVELMENTE LIGADO COM TODOS
OS
MEIOS NECESSÁRIOS PARA SUA REALIZAÇÃO
Ao mesmo tempo Deus escolheu o Seu povo e ordenou todos os meios
necessários para
realizar sua salvação completa e final. Tais meios estavam inseparavelmente
ligados à eleição no
decreto de Deus. Não simpatizamos com o cascadurismo, o hipercalvinismo.
Dizer que os eleitos
se salvarão se nalgum tempo crerem ou não é mal entender claramente a
conexão entre a eleição
e os meios que Deus ordenou para o cumprimento do fim da e leição.
176
Salvação, espiritual, temporal e eterna é pela graça por meio da fé (Efésios 2:8 -
10;
Romanos 5:1; Gálatas 3:26). Todos os pagões que morrem sem ouvir o
Evangelho estarão
perdidos (Romanos 1:19,20; 2:12). A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palav ra
de Deus (Romanos
10:17).
Onde quer que Deus tenha uma alma eleita, na plenitude do Seu próprio tempo
Ele de
algum modo mandará o Evangelho chamar essa tal das trevas para a luz. Vide
II Tessalonicenses
2:14. Assim Filipe foi enviado ao eunuco eleito e assim se deu a Paulo sofrer
para que os eleitos
obtivessem salvação eterna (II Timóteo 2:10). Assim temos o vínculo divino
entre a eleição e as
missões.
Alguns acusam que a eleição incondicional faz todos os meios inúteis. Dizem
que se o
caso é tal com o homem que ele não pode por natureza receber coisas
espirituais e deve ser
vivificado pelo Espírito antes de poder voltar do pecado, sendo certo voltar
quando é vivificado,
então por que pregar-lhe? Nós lhe pregamos, primeiro que tudo, porque Deus o
mandou.
Aceitamos a Palavra de Deus, quer possamos arrazoar porque ele fala assim é
assado ou não. Não
fazemos de nossa razão o padrão de obediência ou de verdade, como é o caso
com os arminianos.
Mas, por outro lado, descobrimos a palavra de Deus ensinando que De us
chama os Seus eleitos
pela Palavra, desde que a Palavra é o instrumento do Espírito na regeneração
(João 3:5; Efésios
5:25, 26; Tito 3:5; Tiago 1:18; I Pedro 1:23). Não há mais inconveniente entre
pregar o
Evangelho aos espiritualmente mortos do que hou ve em Cristo de pé diante do
túmulo de Lázaro,
morto há quatro dias e dizendo: ?Lázaro, sai para fora.? Enquanto permaneceu
morto, Lázaro não
pode ouvir e muito menos obedecer à ordem; mas o poder doador de vida
vindo de Deus
acompanhou a palavra de Cristo e Lázaro tanto ouviu como saiu. Cabe -nos a
nós pregar o
Evangelho a toda a criatura, porque assim Cristo mandou. Cabe a Deus trazer
os mortos à vida.
Vide também a parábola dos ossos secos no vale, onde temos um quadro de
convensão pela
pregação (Ezequiel 37). Os ossos estavam sem vida; todavia, pregar-lhes não
foi em vão.
E os arminianos perguntaram: ?Porque orar pelos perdidos uma vez que todos
os eleitos
de Deus serão salvos e nenhuns outros poderão salvar -se?? Oramos pelos
perdidos pela mesma
razão porque Paulo orou pelos homens, mesmo que ensinasse a eleição
incondicional. Oramos
pelos perdidos pela mesma razão porque Cristo orou pela segurança dos
crentes, mesmo que essa
177
segurança já estivesse certa. Vide João 17:11. Orar pela salvação dos eleitos
não é mais
irrazoável do que Cristo orar pela segurança dos crentes. Cristo também orou
pela restauração de
Sua primeira glória com o Pai. Vide João 17:5. Foi isso em qualquer sentido
incerto? A oração,
bem como a pregação, é um meio de Deus executar Sua vontade. Os seus
propósitos são fixos
soberanamente e imutáveis eternamente, mas Ele não os fixou
independentemente dos meios.
IX. A ELEIÇÃO NÃO É CASCADURISMO
É costumeiro aos arminianos censurar a doutrina bíblica da eleição por se
referirem a ela
como ?cascadurismo?. Que Deus os perdoe, porque eles não sabem o que
fazem. Que a eleição
não é cascadurismo, prova -se pelos seguintes fatos:
1. A ELEIÇÃO ESTÁ INDISSOLUVELMENTE UNIDA AO EVANGELHO COMO
MEIO DE
DEUS PARA CHAMAR OS SEUS ELEITOS À SALVAÇÃO
Isto está provado pelas passagens dadas a cima, que mostram que a
regeneração é por
meio da Palavra. E também se prova por II Tessalonicenses 2:13,14. Os eleitos
foram escolhidos
para a ?salvação em santificação do Espírito e fé na verdade?. A isto Paulo diz:
?são chamados
pelo nosso Evangelho?. Os cascaduras típicos negam a indispensável
necessidade do Evangelho
na regeneração. Por esta razão mostram pouco interesse do cumprimento da
grande comissão.
2. OS CACADURAS E MISSIONÁRIOS NÃO DISCORDARAM A RESPEITO
DA ELEIÇÃO
(1). Discordam sobre ?missões, educação, sustento de pastores e outros
empreendimentos
religiosos? (Jarrel, pág. 431).
(2). No dividirem-se, apegaram-se à eleição incondicional.
Não serei desafiado a provar que os cascaduras apegam -se a esta doutrina.
Que os
missionários também o fizeram está provado pelo testemunho de Spencer, o
qual diz que os
missionários ?que abraçaram o corpo principal da denominação sustentaram
os sentimentos
doutrinários de André Fuller?, o qual creu na eleição incondicional, me smo que
ensinasse um
sacrifício de suficiência universal. Vide History of Kentucky Baptist, Vol. I, pág.
645.
178
3. NÃO HÁ AINDA NENHUMA DIFERENÇA ENTRE OS MISSIONÁRIOS E OS
CASCADURAS SOBRE A MATÉRIA DE ELEIÇÃO SER INCONDICIONAL
Isto se prova por:
(1). O fato de ambos aceitarem a decisão sobre eleição na Confissão de Fé de
Filadélfia.
Os cascaduras ainda aceitam isto. E entre os missionários esta confissão
?ainda é
largamente usada, sendo no Sul, provavelmente, a mais influente de todas as
confissões?
(McGlothin, Baptist Confessions of Faith, pág. 298).
(2). O fato de a eleição incondicional ser ensinada na outra grande confissão
batista americana, a
de New Hampshire.
Vide prova disto sob ulterior discussão de eleição incondicional como doutrina
batista.
(3). O fato de todos os nossos compêndios teológicos padrões e todos os livros
doutrinários
escritos por batistas representativos reconhecidos ensinarem esta doutrina .
Para prova disto vide discussão referida imediatamente acima.
4. OS CRENTES BATISTAS NA ELEIÇÃO INCONDICIONAL, LIGADA COM O
EVANGELHO COMO UM MEIO INDISPENSÁVEL NA REGENERAÇÃO, TEM
SIDO
SEMPRE AGRESSIVIDÍSSIMOS NA PROPAGAÇÃO DO EVANGELHO
A visão e o esforço missionário originaram -se, não entre os batistas gerais
(arminianos),
nem ainda entre qualquer outra denominação arminiana, mas entre os batistas
particulares
(calvinísticos) da Inglaterra. Vide os anais na maioria de quaisquer histórias
batistas. Robert Hall,
Sr. Andrew Fuller e William Carey foram os líderes luminares.
O esforço missionários mundial americano originou na Associação de
Filadélfia, a qual
adotou a detestada Confissão de Fé de Filadélfia. Vide ?The Story of Baptist?,
Cook, pág. 327).
?A Associação de Filadélfia rapidamente se tornou a corporação líder de
batistas americanos,
posição que ela até hoje não perdeu inteiramente (1897). Muito de toda a coisa
boa em nossa
179
história, de 1700 a 1850, pode ser traçado à sua iniciativa ou cooperação
ativa? (Vedder, Short
History of Baptists, pág. 204).
X. A ELEIÇÃO NÃO É DUPLO SEMENTISMO
Isto aí é outro epíteto com que os arminianos se deliciam em aplicar à doutrina
bíblica de
eleição. Em síntese, duplo sementismo sustenta que Adão e Eva geraram duas
sementes, uma de
Deus e outra da serpente. Daniel Parker, que propalou esta doutrina, ensinou
que a semente de
Deus ?foram os filhos atuais de Deus desde a eternidade? e que a semente da
serpente foram
?gerados do diabo? (Atas of General Association of Baptist in Kentucky, 1837,
pág. 11).
Nenhuma doutrina semelhante a esta está envolvida em eleição incondicional.
Mostramos
que a eleição é ?para a salvação? e, portanto, não é salvação. A salvação tem
lugar no tempo.
Todos os homens são filhos do diabo até que se tornem filhos de Deus pela
regeneração e pela fé
(I João 3:9,10).
XI. A ELEIÇÃO NÃO ENVOLVE FATALISMO
Os que não podem ver a diferença entre eleição e fatalismo carecem de
consultar um bom
dicionário. ?O fado é pagão uma força irresistível, irracional, determinando
todos os eventos com
nenhuma conexão manifesta com a razão ou a justiça ?. Pré-ordenação e
predestinação são cristãs,
denotando a ordem racional e justa, ou o decreto do Deus supremo e
onisciente?.
A. R. McGehee disse uma vez o seguinte concernente à diferença entre
fastalismo e
predestinação: ?Fatalismo é aquela teoria da vid a que ensina que todo o
destino está fixado desde
o princípio, e que as circunstâncias e atos intermediários não afetam esse
destino fixado. O fim
em vista, quer bom ou mal é alçando por simples fíat ou capricho, e pouca
conta se faz de
moralidade ou propó sito, com escassa ênfase na personalidade divina ou
humana. É uma filosofia
e não uma religião. Em contrate, o determinismo sustenta que o fim ou destino
em vista é
efetuado por uma combinação de todos os atos e circunstâncias precedentes.
A eleição, por outro
lado é moral e pessoal e intencionada, e os eventos são divinamente
ordenados e controlados a
produzirem certos valores morais.?
180
Mas o arminianismo ou deve negar a presciência de Deus ou trancar -se em
vago
fatalismo. Se Deus previu o destino final de cada homem, estão o destino foi
ajustado e fixado na
eternidade. Porque então foi fixado? Os arminianos têm de um lado um trono
vazio e de outro
um futuro fixado. Para eles só há duas saídas: ou eles podem prosseguir com
sua infidelidade na
direção do seu término lógico e negar a presciência de Deus, ou podem
reconhecer a sorte como
o determinador dos eventos humanos. Faça cada arminiano sua escolha e
então escreva-nos a
respeito.
Dissemos que há só dois caminhos para o arminiano. Isso é verdade por tanto
tempo
enquanto ele ficar arminiano. Mas há, depois de tudo, uma saída do dilema que
é seguro e feliz:
reconhecer a verdade da soberania absoluta de Deus. Desejamos que todo
arminiano pudesse
conhecer o conforto e o gozo que a aceitação dessa verdade traz.
XII. A ELEIÇÃO É PERFEITAMENTE COERENTE COM A LIVRE AGÊNCIA
DO HOMEM
Para definição e discussão geral da livre agência vide capítulo XIX.
A doutrina bíblica da eleição representa o homem na sua condição natural
como
completamente escravizado pelo pec ado, sem nenhuma habilidade nas coisas
espirituais.
Também representa Deus como tomando a iniciativa na conversão por vivificar
o pecador morto
para a vida logicamente antes do seu arrependimento e da sua fé. Mas para a
prova de que isto
não envolve um conflito entre a livre agência e a eleição vide no capítulo XIX a
discussão sob a
epígrafe ?Livre Agência do Homem Natural? e ?Livre Agência e Conversão?.
XIII. A ELEIÇÃO NÃO DESTRÓI A RESPONSABILIDADE DO PECADOR
Quando Paulo escreveu a sua maravilhosa epísto la aos Romanos, ele
antecipou a objeção
que é muitas vezes feita à sabedoria de Deus tratando com os homens sobre o
fundamento que ela
destrói a responsabilidade do pecador. Diz Paulo: ?Tu então me dirás: Por que
se queixa ele
ainda? Pois quem resistiu à Sua vontade?? (Romanos 9:19). Em outras
palavras: ?Se Deus
escolhe e rejeita, perdoa e pune a quem Lhe apraz, por que são censurados os
que, se rejeitados
por Ele, não podem deixar de pecar e perecer?? Ou, se Deus salva a todos
que Ele escolhe salvar,
deixando o resto num estado de impotência espiritual, do qual não podem
livrar-se, sendo certo
181
persistir no pecado para sua condenação eterna, por que Ele censura os que
continuam no
pecado? Isto mostra claramente, como já indicamos, que Paulo ensinou a
eleição incondicional e
a total inabilidade espiritual do homem natural. Uma objeção semelhante não
seria sugerida por
qualquer outra doutrina.
1. ESTA OBJEÇÃO É ÍMPIA.
Em resposta a essa objeção, diz Paulo: ?Mas antes, ó homem! Quem és tu,
que contesta
contra Deus? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Porque me
fizeste assim??
(Romanos 9:20). Paulo respondeu, assim como respondemos a semelhantes
objeções, que o
homem não tem direito, sob quaisquer circunstâncias, de discutir qualquer
coisa que Deus faz.
Deus não está sob obrigação alguma de dar contas de Si mesmo ao homem. O
arminiano não
merece nenhuma consideração mais.
Mas o inquiridor reverente, que prontamente aceita tudo quanto Deus revelou e
deseja,
para a sua própria edificação espiritua l, saber tudo que ele possa aprender da
Palavra de Deus a
respeito dos caminhos infinitamente sábios e santos dAquele cuja presença é
como chama de
fogo e cuja glória Ele elevou sobre os céus, esse merece mais consideração.
Daí, por amor de um
tal inquiridor, notamos ainda:
2. AS DUAS FASES DA VONTADE DE DEUS
Dissemos que Deus salva a todos quantos ele escolhe ou quer salvar. Doutro
lado, Deus
?ordena que todos os homens em toda a parte se arrependam? (Atos 17:30).
Ele também manda
que o Evangelho seja preg ado a toda criatura? (Marcos 16:15). E o Evangelho
é o chamado geral
de Deus.
Por chamado geral e convite geral queremos dizer tais como os que se
estendem a outros
tanto como os eleitos. Tomamos o convite de Cristo para incluir expressamente
os que lutam pela
salvação por meio de observâncias legais, estando assim sobrecarregados.
Demasiado é presumir
que todos desta classe que ouvem estas palavras vêem a Cristo. Assim, este
convite foi geral.
Sendo também devidamente acompanhado do convite geral, tal como o que
Cristo fez
(Mateus 11:28). Isto evidência que deve ser feita uma distinção em tratar com a
vontade de Deus.
182
DEUS FEZ ESSA DISTINÇÃO PARA NÓS. Vós o achareis em Deuteronômio
29:9. Lá se
divide em vontade secreta e revelada. Esta distinção ali se faz porque está
indicado nos capítulos
29 e 30 que os israelitas seriam permitidos de Deus a assim desobedece -Lo
que lhes mandaria o
cativeiro e finalmente os dispersaria pelos quatro ventos da terra. Era Sua
vontade secreta
permitir isto; mas Sua vontade revelada foi que obedecessem. Isso fixou a
responsabilidade deles,
segundo Deuteronômio 29:9 indica claramente.
Esta distinção entre a vontade secreta e a vontade revelada de Deus ?não
põe?, como tem
sido acusado, ?uma duplicidade intolerável entre o Ser de Deus, que O acuse ?
sit vênia verbo ?
de falsidade e engano? (Schaff). Basea -se num fato da experiência humana. A
vontade revelada
de Deus expressa Sua preferência imanente nas coisas consideradas em si
mesmos e fora do Seu
propósito perfeito e santo. Que houve uma diferença imanente de Deus nas
coisas abstraídas do
todo e o Seu propósito consumado está imperfeitamente ilustrado no seguinte
exemplo. Um pai
amoroso não tem prazer no sofrimento de um filhinho, todavia, para o bem e a
felicidade futura
do filhinho, o pai inflige -lhe sofrimento a modo de castigo. O pai emprega assim
uma coisa que é
desagradável em si mesma para consecução de um propósito. Deus não se
agrada do pecado,
considerado em si mesmo; mas, na realização do Seu propósito, agradou -lhe
permitir o pecado e
domina-lo para Sua glória.
3. A ELEIÇÃO E OS NÃO ELEITOS
A eleição não impõe nenhuma restrição aos não eleitos. Ela não os afeta
ativamente de
modo algum. Ela deixa-os exatamente na mesma condição em que estariam se
não houvesse
nenhuma tal coisa com a eleição, a saber, uma condição de impotência
espiritual e condenação,
tal como todos os pecadores estão por natureza. Uma eleição de alguns para a
vida não implica
uma eleição de alguns para a morte. A morte do ímpio não é o resultado da
eleição, mas dos
justos tratos de Deus com ele como pecador. É o justo salário daquele ímpio
(Romanos 6:23). Na
eleição Deus simplesmente escolhe dentre a massa inteira da humanidade
depravada aqueles a
quem Lhe apraz salvar por justas e santas razões só dEl e conhecidas. O resto
ele simplesmente os
deixa às justas conseqüências do seu pecado. Se um homem rico escolhe um
mendigo e lhe dá
riquezas, pode isso ser dito que, em fazendo assim, o rico elege todos os
demais mendigos para
sofrerem perpétua pobreza?
183
4. RESPONSABILIDADE E INABILIDADE ESPIRITUAL
O pecador está sem habilidade espiritual, mas isso não destrói sua
responsabilidade. Que
a responsabilidade depende da habilidade atual é máxima furta -cor teológica
que não pode susterse
na luz dos fatos escriturísticos. O pagão é responsável por subsistir à luz da
consciência que
ele possui concernente à Palavra de Deus. Compare Romanos 2:12 -16. Mas
ele não pode fazer
isto; porque se alguns pudessem, não haveria base para sua condenação,
segundo a passagem
supra, e eles se salvariam pelas obras, pelas quais a Escritura diz que ninguém
pode ser salvo.
Então aqueles que ouvem a Lei são para ser julgados por ela. Quer isso dizer
que eles são
responsáveis a obedecer a Lei: mas eles não podem fazer isso, porque a voz
da Lei fecha toda
boca (Romanos 3:19). Daí, a responsabilidade não depende da habilidade
presente e a inabilidade
não destrói a responsabilidade.
5. O HOMEM RESPONSÁVEL POR SUA INABILIDADE ESPIRITUAL.
Mas ao passo que a responsabilidade não depende na habilidade presente, ela
apóia-se na
habilidade original. Originalmente tinha o homem habilidade nas coisas
espirituais. Esta
habilidade ele malbaratou (perdeu) na queda de Adão. A raça inteira participou
desta queda. É o
ensino de Romanos 5:12. ?O pecara m? da Versão do Rei Tiago é a tradução
do tempo aoristo no
grego. O tempo aoristo é o modo indicativo (e alguns outros modos), no qual
expressa ação
indicada no passado. Romanos 5:12, portanto, não alude a um curso de
pecado seguido por cada
individuo, mas a uma apostasia, da apostasia de Adão todos participaram. O
modo em que todos
da raça de Adão tomaram parte na queda está fortemente estabelecido por A.
H. Strong como
segue:
?A vida total a humanidade estava então em Adão: a raça tinha como ainda
tem o seu ser
somente nele. Sua essência ainda não estava individualizada; suas forças
ainda não estavam
distribuídas; os poderes que agora existem em homem separados estavam
então unificados e
localizados em Adão; a vontade de Adão era ainda a vontade da espécie . No
ato livre de Adão a
vontade da raça revoltou-se contra Deus e a natureza da raça corrompeu -se. A
natureza que agora
possuímos é vontade de Adão era ainda a vontade da espécie. No ato livre de
Adão a vontade da
raça revoltou-se contra Deus e a natureza da raça corrompeu-se. À natureza
que agora possuímos
184
é a mesma que se corrompeu em Adão ? não a mesma em espécie
meramente senão a mesma
como que fluindo dele continuamente para nós (Systematic Theology, pág.
328).
Tendo pecado em Adão, cada descenden te de Adão é responsável pela
depravação e
inabilidade espiritual assim incorrida.
XIV. A ELEIÇÃO É PERFEITAMENTE CONSISTENTE COM À JUSTIÇA DE
DEUS
Paulo também antecipou esta objeção à sua doutrina (Romanos 9:14), o que
mostra que
ele ensinou a eleição incondicional pois nenhuma outra teoria da eleição teria
sugerida esta
objeção. Se, por acaso, alguém que mal entendesse sua doutrina tivesse
apresentado a objeção,
este era o lugar para ele apresentar claramente que sua doutrina de eleição
não estava aberta a
essa objeção porque ensinou que a eleição estava baseada na fé prevista dos
eleitos. Paulo
certamente teria feito isto, se tivesse sido arminiano; mas, em vez, despediu -a
como sendo
prepóstera, dizendo: de maneira nenhuma. Então ele prosseguiu a respo nder à
objeção com a
própria declaração de Deus concernentes Seu trato soberano com os homens.
Examinemos mais a objeção, notamos:
1. JUSTIÇA E PARCIALIDADE
Entre outras noções cruas e inescriturísticas, merece lugar importante a idéia
que a justiça
e a parcialidade são necessariamente antagônicas. Nós não somos mandados
a ser parciais, mas
em nenhum lugar Deus diz que Ele não é parcial. A sabedoria, a independência
e a soberania dão-
Lhe direitos que a nossa ignorância, sujeição e dependência nos negam. A
Escritura mostra que
Deus é parcial. Ele é parcial aos homens caídos em comparação com os anjos
caídos no sentido
de, com alguns dos primeiros, ter promovido redenção, ao passo que os
últimos todos estão
?reservados em cadeias eternas e nas trevas para o j ulgamento daquele
grande dia?. (Judas 6). Ele
foi parcial à nação judaica em comparação com as nações pagãs. Ele é parcial
à gente das assim
chamadas terras cristãs em comparação com o povo das terras pagãs, em que
a primeira tem a luz
do Evangelho, enquan to a última, em muitos casos, vive através da vida na
ignorância do
Evangelho que é o único meio de salvação.
185
Quanto à parcialidade ser injusta, depende das circunstâncias. O ministro, no
seu trato
com os que persistem no pecado, não é para conceder qu e qualquer coisa o
faça desculpar alguns
onde todos são igualmente culpados (I Timóteo 5:21). E não devemos preferir
alguns homens em
favor ou honra por causa das riquezas ou qualquer coisa semelhante (Tiago
2:4). Em outras
palavras, devemos tratar com os homens conforme com o que eles realmente
merecem; mas, na
salvação, Deus trata com os inteiramente mal merecidos; porque a graça é
favor imerecido e
favor não devido como obrigação. Logo, Deus pode distribuir Sua graça entre
os homens como
Lhe ditem Sua perfeita sabedoria e santidade. Em assim fazendo, Ele elegeu
alguns para a vida e
a outros deixou perecerem como a justa conseqüência dos seus pecados.
Quem ousará negar-Lhe
este direito?
Não pode o Deus soberano de tudo
Dispensar os Seus favores como Lhe apraz;
Escolher alguns para a vida, enquanto outros caem,
E ser justo e santo contudo ainda?
2. DEUS NADA DEVE AO HOMEM
Precisa isto de ser enfatizado. Se ao homem devesse Deus algo, então a
salvação seria
por dívida e não por graça. Dirão alguns que Deus deve ao homem uma
oportunidade de se
salvar. Deu Ele esta oportunidade aos pagãos que morreram sem o
Evangelho? Uma
oportunidade de se salvar não alcança nada para o homem. Podia alguém falar
igualmente de se
dar a um homem totalmente paralítico a oportuni dade de andar. Todo homem
que não está
fisicamente tolhido tem toda a oportunidade possível de andar; mas a
oportunidade é de nenhum
valor ao tal na ausência de habilidade. Os perdidos estão espiritualmente
mortos. Eles devem ter
habilidade de vir a Cristo (João 6:65). Dirão alguns que Deus deve esta
habilidade ao homem,
mas esta habilidade é a salvação em germe e daí, se Deus deve esta
habilidade, a salvação não é
por graça. E supondo que Deus desse tal habilidade a todos os homens, como
os arminianos por
ela contendem, e então eles recusassem empregar esta habilidade; não ficaria
Deus desobrigado
de qualquer compromisso de renovar essa habilidade? Esta é a posição do
homem. Uma vez ele
186
teve habilidade, mas veio um tempo em que ele a desperdiçou e assim a
perdeu. Teve isto lugar
em Adão, no qual diz Deus que todos pecaram. Está agora Deus na obrigação
de renovar essa
habilidade?
3. DEUS PODE FAZER O QUE ELE QUIZER COM O QUE É DELE
Deus assevera o mesmo direito sobre a humanidade que o oleiro tem sobre o
barro
(Romanos 9:21-23). ?Vede, ó desprezadores, espantai e perecei? (Atos 13:41).
Contudo, seja
dito, para prevenir mal entendido, que o método de Deus ?fazer vasos de ira
preparados para
destruição? é diferente do Seu método de fazer ?vasos de misericórdia?. Este
último é um ato de
graça soberana. O primeiro é um ato de justiça permissiva. Executa Ele o
último pela operação
eficiente de sua graça; o primeiro Ele não causa eficazmente, mas só permite
por sábias e santas
razões conhecidas completamente só por Ele.
XV. A ELEIÇÃO NÃO FAZ DE DEUS UM RESPEITADOR DE PESSOAS
Quando as Escrituras nos dizem que Deus não é um respeitador de pessoas,
elas querem
dizer que os tratos de Deus com os homens não se determinam pelas
diferenças externas de raça,
riquezas, posição social ou coisa parecida. Isto a Escritura insinua
distintamente. Vide 2 Samuel
14:14; Atos 10:34; 1 Pedro 1:17. Ter respeito a pessoas é fazer uma diferença
entre pessoas
igualmente merecedoras, mas não envolve nenhum respeito de pessoas p ara
fazer uma diferença
entre os inteiramente não merecedores. Deus assim tem feito em vários casos
como indicados na
discussão supra de justiça e parcialidade.
XVI. A ELEIÇÃO NÃO IMPLICA QUE DEUS CRIOU OS NÃO ELEITOS
MERAMENTE
PARA CONDENÁ-LOS
Deus não tem prazer na destruição dos ímpios, como uma coisa em si mesma.
Pela
contrário, a salvação dos homens é coisa que é, em si mesma, agradável a
Deus. Mas Ele fez o
homem para Sua glória. De algum modo, não inteiramente compreensível à
mente finita,
subserve essa glória que alguns homens pereçam. Assim Deus quis permiti -lo,
mas não porque
Ele seja alguém que exulte com o sofrimento do homem. Podemos ficar
seguros que Deus salvará
187
o maior número que Ele pode salvar sem detrimento à manifestação mais
gloriosa do Seu caráter
como um todo. Finalmente, veremos por completo a santidade do propósito de
Deus.
O crente na eleição incondicional não está mais na obrigação de responder a
esta objeção
do que o crente na presciência de Deus que nega a eleição incondiciona l, que
a um tal ocorre a
pergunta inevitável: Porque Deus criou aqueles que Ele soube que
pereceriam? Richard Fuller
estava exatamente certo em dizer que a presciência da parte de Deus e a pré -
ordenação não
podem ser separados. (Voltai e lede outra vez suas palavras à página 54.) A
negação da préordenação
?só oculta a dificuldade ao ignorante? (Richard Fuller).
XVII. A ELEIÇÃO CONFORME AQUI ESTÁ EXPOSTA É UMA DOUTRINA
BATISTA
Viemos agora mostrar que a doutrina da eleição incondicional é uma doutrina
batista.
Para prova disto chamamos a atenção para o seguinte:
1. A FÉ DOS PROGENITORES BATISTAS
(1) Os paterinos.
Dos paterinos diz W. A. Jarrell: ?Eles apelavam para os textos do nono capítulo
de
Romanos, por outros usados, para prova da doutrina da eleição incondicional?
(Church
Perpetuity, pág. 139).
(2). Waldenses e Albingenses.
Um artigo de uma velha confissão Waldense, segundo citada por C. H.
Spurgeon, diz o
seguinte:
?Que Deus salve da corrupção e da condenação aqueles a quem Ele escolheu
desde as
fundações do mundo, não por qualquer disposição, fé, ou santidade que Ele
previu neles, mas por
Sua misericórdia em Cristo Jesus Seu Filho, passando por todo o resto,
segundo a razão
irrepreensível de Sua própria livre vontade e justiça? (Spurgeon?s Sermons,
Vol. 2, pág. 69).
188
O Prof. A. A. Hodge, do Seminário de Princeton, diz: ?Os waldenses... eram
todos
calvinistas?.
?Entre os crentes mais antigos no sistema de doutrina chamado calvinístico
podemos,
com grande propriedade, mencionar os waldenses e albingenses, - aquelas
eminentes e honradas
testemunhas pela verdade, durante o longo período quando a igreja e o mundo
foram assolados
por erro grasso e imoralidade. (Rice, God Sovereign and Man Free).
Gualtier, um monge jesuíta, nas suas tábuas cronográf icas traçou um catálogo
consistindo
de noventa particulares, no qual Ele mostra que os princípios dos waldenses e
os dos calvinistas
coincidem mutuamente.
Lidanus, bispo católico da Sé de Ghent, que escreveu em defesa dos
postulados da Igreja
de Roma, aí por 1550, chama a Calvino ?o herdeiro das doutrinas dos
waldenses? (Jones?s
Church History, pág. 357).
NOTA O Prof. Hodge e os dois jesuítas aqui citados estão, evidentemente,
deslocados de sua
epígrafe Trad.
(3). Anabatistas.
A fé dos anabatistas a respeito da eleição está estabelecida por um dos seus
líderes como
segue:
?Cristo, o Cordeiro de Deus, foi desde o princípio do mundo um mediador entre
Deus e os
homens, e ficará mediador até ao fim. De que homens? De vós e eu apenas?
Não assim, mas de
todos os homens a quem Deus o deu por possessão.
(4). Batistas particulares da Inglaterra.
Os batistas americanos descenderam diretamente dos batistas particulares da
Inglaterra,
com os quais se associaram homens tais como John Bunyan, Andrew Fuller e
William Carey.
Denominaram-se Particular porque creram numa expiação só para os eleitos.
Isto seria bastante
para mostrar sua posição a respeito da eleição, mas temos prova explícita
desta posição na sua
189
grande confissão de fé, chamada a Confissão de Londres. Esta confissão foi
mais tarde adotada
pela Associação de Filadélfia na América e o seu testemunho concernente à
eleição será achado
abaixo.
2. CONFISSÕES DE FÉ BATISTAS
(1). A confissão de Filadélfia.
Diz a Confissão de Fé de Filadélfia: Conquanto Deus saiba o que possa ou
venha a
acontecer sobre todas as supostas condições, contudo Ele não decretou o que
quer que seja
porque Ele previu como coisa futura, ou como aquilo que viria a se passar em
certas condições.
Pelo decreto de Deus, para manifestação de Sua gló ria, alguns homens e anjos
estão
predestinados ou preordenados para a vida eterna por meio de Jesus Cristo,
ao louvor de Sua
gloriosa graça; outros sendo deixados a agir nos seus pecados para sua justa
condenação, ao
louvor de Sua gloriosa justiça.
(2). A confissão de New Hampshire.
A confissão de New Hampshire originou -se no meio de forte influência
arminiana;
conseqüentemente, sua posição a respeito da eleição está benignamente
expressa. Não obstante,
ela fala da eleição como o propósito eterno de Deus. A qui não há eleição no
tempo e o artigo
sobre o arrependimento e a fé liga esta confissão ao ensino que o eterno
propósito eletivo de Deus
foi incondicional. Diz:
Cremos que o arrependimento e a fé são deveres sagrados e também graças
inseparáveis
operadas em nossas almas pelo Espírito regenerador de Deus.
Então o artigo sobre a regeneração fala do arrependimento e da fé como frutos
da
regeneração.
Nenhum negador da eleição incondicional pode aceitar qualquer desse
postulados, os
quais só se harmonizam com a eleição incondicional. Todos os negadores da
eleição
incondicional crêem que o arrependimento e a fé são no mínimo, logicamente,
se não
cronologicamente, anteriores à regeneração.
190
(3). Outras confissões
Segundo o Prof. W. J. McGlohtniel, eleição incon dicional está ensinada em
alemão,
francês, belga, suíço, dinamarquês, húngaro e confissões batista russas. Vide
Baptist Confessions
of Faith, pág. 334.
3. PREGADORES E ESCRITORES BATISTAS REPRESENTATIVOS
J. W. Porter, pregador eminente, redator, autor e er udito: 1. A eleição teve lugar
na
eternidade. 2. Foi uma eleição individual. 3. Baseou -se inteiramente na boa
vontade de Deus e
não no mérito previsto dos eleitos.
F. F. Gibson, evangelista e pastor da maior igreja batista de Kentucky, a igreja
de Walnut
Street em Louisville: Primeiro, a eleição é pessoal. Segundo, a eleição é
eterna. Terceiro, a
eleição não foi em vista de fé ou boas obras previstas.
Roy Mason (Tampa, Fla.), redator de Faith and Life autor de The Church that
Jesus Built;
- Deus, em graça soberana, agindo sobre fundamentos bons e justos,
conhecidos só dEle, na
eternidade, antes da fundação do mundo, escolheu certas pessoas para Si
mesmo dentre a raça
humana. Ao mesmo tempo em que Deus elegeu incondicionalmente esses
para a vida eterna, da
mesma maneira ordenou o meio suficiente para trazer os eleitos no tempo a
um conhecimento
salvador dEle mesmo. Esta eleição não é aparte de Cristo, mas é em Cristo e o
fim (a salvação
dos eleitos) está inseparavelmente ligado com os meios ordenados por Deu s
para fazer acontecer
a coisa ordenada. (De uma carta ao autor).
David Burris, redator de Baptist Sentinel Oakdale, Tenn.; O propósito da
eleição não
pode ser condicionado sobre qualquer mérito ou fé dos escolhidos, uma vez
que não há tal
mérito. Isto é especialmente verdadeiro desde que a fé do homem está prevista
somente como o
resultado da obra da graça de Deus... A fé, como efeito da eleição, não pode
ser ao mesmo tempo
a causa da eleição (The Baptist).
R. A. Venable: - Não posso concordar com eles (Metodistas) quanto à doutrina
da eleição
e predestinação. Eles sustentam que a eleição de Deus para a salvação
baseou-se na Sua
presciência; que Deus previu que alguns creriam e a todos quantos Ele soube
que creriam Ele
191
elegeu para a salvação. A soberana vontade de Deus nada teve a ver em
decidir Sua graça
elegente. Isto creio eu estar tanto contra a razão como contra a revelação.
(Why Baptist and Not
Methodist, in Baptist Why and Why Not, pág. 123, published by Baptist Sunday
School Board,
Nasville, Tenn).
Robert Watts, Belfast. Ire., em artigos escritos a pedido de T. T. Eaton,
publicados no
Western Recorder durante a redatoridade de Eaton, publicados mais tarde em
livro pelo Baptist
Book Concern: - A favor do calvinismo pode-se pretender que é o sistema
doutrinário deduzido
das Escrituras. E mais além, ao falar da noção arminiana de eleição estar
baseada na fé prevista.
Não está manifesto que tal noção tira o governo de Seus agentes morais fora
das mãos de Deus e
ela não o apresenta como ocupando a posiç ão de um mero espectador, cuja
linha de ação se
determina pelas criaturas de Sua criação (Sovereignty of God, pág. 63, 128).
J. B. Moody, autor de mais quarenta livros, aos noventa e cinco anos, disse: A
eleição
para a salvação é soberana, eterna, incondic ional, com meios e agências
predestinados para
assegurar os esponsais de uma noiva e torná -la esposa do Cordeiro,
vicariamente redimida (The
Plan and Way of Salvation, pág. 5).
D. F. Estes, em New Testament Theology, pág. 180: - Sobre que depende esta
escolha
divina nunca se faz depender de uma escolha prévia do homem por Deus, mas
faz-se antecipar à
ação do homem.
D. B. Ford, ao comentar Romanos 8:29: Que... a eleição... não depende da
presciência de
Deus de nossa fé ou bondade é também evidente da dec laração do ...
apóstolo, que somos
escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo para que fossemos santos.
Vide Efésios 1:4
(American (Baptist) Commentary on the New Testament).
A. N. Arnold, ao comentar a mesma passagem: Esta presciência não deve ser
explicada
como a presciência meramente do seu arrependimento e fé futuros, porque
isso faria do seu
arrependimento e fé a causa e não, como verdadeiramente são, a
conseqüência de sua préordenação.
Vide 1 Coríntios 4:7 (An American (Baptist) Commentary on the New
Testament).
192
Alvah Hovey, redator geral do mentário supra, citado por Strong: As Escrituras
nos
proíbem de achar razões para eleição na ação moral do homem antes do novo
nascimento e
meramente nos enviam à vontade e misericórdia soberanas de Deus, isto é,
elas ensinam a
doutrina de eleição pessoal (Systematic Theology, pág. 427).
W. T. Conner (Southwestern Seminary), autor de The System of Christian
Doctrine, diz:
Na doutrina da eleição quer dizer que Deus salva em prossecução de um
propósito eterno. Isto
inclui todas as influências do Evangelho, a obra do Espírito e assim por diante,
que guiam o
homem a arrepender-se dos seus pecados e aceitar a Cristo. Tanto quanto a
liberdade do homem
está em jogo, a doutrina da eleição não quer dizer que Deus dec reta salvar um
homem
independente de sua vontade: antes significa que Deus propõe guiar um
homem numa tal direção
que ele aceitará livremente o Evangelho e será salvo.
B. H. Carroll, no Comentário em Efésios, pág. 79: Ordenar é decretar, e a pré -
ordenação é
um decreto antemão. Quem foi ordenado Os indivíduos que foram escolhidos.
Para que foram
eles ordenados Para adoção como filhos. Por meio de quem foram eles
adotados como filhos Por
meio de Cristo. Segundo que foi esta pré -ordenação de adoção como filhos por
meio de Cristo
Segundo a boa vontade de Sua vontade. NÃO PODER SER SEGUNDO
QUALQUER COISA
EM NÓS; FOI ANTERIOR AO NOSSO SER.
J. R. Graves, e, The Seven Dispensations, pág. 100: A semente de Abraão
foram aqueles
que tiveram a fé de Abraão, uma Semente Espiritual, - crentes; foram todos a
quem Deus previu
desde o princípio que creriam em Seu Filho, Jesus Cristo, e viriam a Ele. MAS,
COMO A
PRESCIÊNCIA DE DEUS DESCANÇA NO SEU DETERMINADO CONSELHO,
ESTA
SEMENTE SE COMPÕE DE TODOS, EM TODOS OS TEMPOS, A QUEM
DEUS
DETERMINOU SALVAR, E AQUELES NO TEMPO, DEUS EFICAZMENTE,
POR SEU
SANTO ESPÍRITO E SEM VIOLENTAR SUAS VONTADES OU AGÊNCIA
MORAL,
ATRAI A SEU FILHO.
John Broadus, no seu comentário de Mateus 22:14: Do lado divino vemos que
as
escrituras ensinam uma eleição eterna de homens para a vida eterna
simplesmente pela boa
vontade de Deus.
193
J. M. Pendleton, em Christian Doctrines, pág. 107 e 108: Alguns há que fazem
da fé e das
boas obras o fundamento da eleição; isto é, supõem que Deus elegeu o Seu
povo porque Ele
previu sua fé e boas obras. Esta idéia transpõe a causa e o efeito, pois faz a
eleição dependentes
da fé e das boas obras, enquanto a fé e as boas obras são escriturísticamente
dependentes da
eleição ... A idéia arminiana está sem fundamento na Pala vra de Deus, porque
a eleição é a fonte,
única fonte, donde jorra a fé, santidade e as boas obras.
E. C. Dargan, em The Doctrines of Faith, pág. 128: Há condição à escolha de
Deus Ele
escolhe porque Ele prevê que os homens se arrependerão, ou sob condição de
fé Não; ao escolher
salvar homens Deus é soberano, livre, espontâneo, gracioso agindo por Sua
própria iniciativa.
A. H. Strong, em Systematic Theology, pág. 427: A eleição é aquele ato eterno
de Deus
pelo qual, no seu soberano prazer, e por causa de nen hum mérito previsto
neles, escolhe a certos
do número de homens pecadores para serem os recipientes da graça especial
do Seu Espírito e
assim para serem feitos participantes voluntários da salvação de Cristo.
E. Y. Mullins, em The Christian Religion in its Doctrinal Expression, pág. 343:
Deus
escolhe homens para a salvação por causa de suas boas obras ou porque Ele
prevê que eles crerão
no Evangelho quando lhes for pregado Além de toda a dúvida Deus prevê sua
fé e a fé é uma
condição de salvação. A pergunta é se é também o fundamento da salvação.
As Escrituras
respondem negativamente a esta pergunta. O Evangelho é eficaz com uns e
não com outros,
porque a graça de Deus é operativa num caso além do grau de sua ação no
outro.
J. P. Boyce, em Systematic Theology, pág. 427: Deus, do Seu próprio
propósito,
determinou desde a eternidade salvar um número definido da humanidade
como indivíduos, não
para ou por causa de qualquer mérito ou obra deles por qualquer valor para
com Deus, mas de
Sua própria boa vontade.
4. A DECISÃO DE UM TRIBUNAL.
Alguns membros excluídos da Igreja Batista de Benton (Ky.), em maio de 1933,
entraram
com um processo para a possessão da propriedade da igreja com fundamento
de a igreja ter-se
afastado da fé e da disciplina dos batistas. Baseou -se a queixa, em parte, no
fato que a igreja
194
adotara uma confissão de fé na qual ela estava acusada que o ?Artigo Nº 10 é
segundo a ordem da
Confissão de Fé de Filadélfia?. As Escrituras, bem como a posição histórica
dos batistas, negam
aos tribunais civis o direito de decidirem matérias eclesiásticas e a Igreja
Batista de Benton nunca
teria escolhido um semelhante tribunal. Mas, sendo levada ao tribunal pelos
seus opositores, eles
apresentaram ser o caso. Os opositores tiveram amplo tempo e oportunidade
de apresentarem o
seu. Claro que fizeram isto até ao verdadeiro limite de habilidade. Tiveram
auxílio amplamente
rude. A evidência toda junta abarcou seiscentas páginas de arquivos. Nenhuma
questão de
interpretação da Escritura foi considerada pelo tribun al. O processo foi todo
quanto à questão da
fé e prática batista conforme especificada na evidência. O sentimento público
foi contra a Igreja
Batista de Benton. Por causa destas circunstâncias, a decisão do tribunal é
uma vitória decisiva
para a verdade e a prova convincente que os batistas mantém a eleição
incondicional. Esta
decisão foi dada pelo juiz especial C. C. Grassham, de Paducah, Ky., a 1º de
setembro de 1934 e
está temperada com discrição e razoabilidade. É eminentemente digna de
conservação como um
documento da liberdade batista bem como um que sustém testemunho à fé
histórica dos batistas.
Diz em parte: ?A Confissão de Fé de Benton não ensina fatalismo nem
constitui um afastamento
da fé ensinada pelas igrejas missionárias (batistas), segundo a prepondência
da prova. Está
abundantemente mostrado que a Confissão de Fé de Filadélfia não foi
expressamente repelida, ou
por essa matéria criticada pelas igrejas batistas do Norte ou do Sul e que
muitas delas, mormente
no Sul, ainda aderem à confissão de Fé original de Filadélfia.?
XVIII. A ELEIÇÃO CONFORME ESTABELECIDA AQUI, É UMA DOUTRINA
PROVEITOSA
A eleição incondicional provou -se nas vidas dos seus advogados. Os mais
eminentes, os
mais corajosos, os mais agressivamente missionários e os homens mais
santos do mundo
religiosos a sustentaram. A maior revolução religiosa da História ? a reforma,
foi operada por
calvinistas. Os calvinistas forneceram quase todos os mártires. O arminianismo
não gera o estofo
de que os márteres são feitos: é construído mais sobre o sentimento e o
sentimento nunca fez um
mártir. ?O que quer que haja de doutrina evangélica e de liberdade civil ou
religiosa no mundo,
deve-se abaixo de Deus, aos escritos e à pregação de calvinistas? (Rice, God
Sovereign and Man
Free, pág. 15). Durante a idade média a sã doutrina e a moralidade pura
acharam um retiro nos
contra-fortes dos Alpes, foram admiravelmente dependidas e conservadas
pelos waldenses e
195
albingenses calvinistas? (ibíd, pág. 14). Do exército calvinístico de Cromwel diz
Macaulay: ?O
que distinguiu o exército de Cromwell dos demais exército foi a moralidade
austera e o temor de
Deus que permearam todas as fileiras.? O esforço missionário mundial de hoje
nasceu entre os
calvinistas em ambos os hemisférios. Diz dele Spurgeon: ?Po r esta verdade
faço uma
peregrinação pelo passado ao passo que ando, vejo pai após pai, confessor
após confessor, mártir
após mártir, de pé para me darem a mão. Fosse eu um pelagiano ou um crente
na vontade livre
(no sentido errôneo), eu teria de caminhar sozinho durante séculos: aqui e ali
um herege, de
caráter não muito honroso, podia erguer -se e chamar-me irmão, mas tomando
essas coisas para
serem os paradigmas de minha vida, vejo a terra dos antigos povoada por
irmãos meus?
(Sermons, Vol. 2, pág. 69). Considerando o passado imediato, achamos que
todo batista digno
ensinou a eleição incondicional.
A utilidade da eleição incondicional, como evidenciadas supra, está baseada no
fato que:
1. ELA DÁ UMA IDÉIA EXALTADA DE DEUS.
Quando Moisés tinha dito a Israel da escolha soberana que Deus fizera dele,
não por
causa de qualquer coisa nele Israel, também disse: ?Saiba, pois, que o Senhor
teu Deus é Deus?
(Deuteronômio 7:9). É um dos propósitos da eleição ensinar isto. O Deus dos
calvinistas está
?elevado e erguido? e a ?terra toda está cheia de Sua glória? (Isaías 6:1,3). O
Deus dos
arminianos está constantemente tripudiado sob o pé dos homens e a terra
inteira está cheia de sua
derrota. Com o Deus dos calvinistas ?todos os habitantes da terra reputam -se
em nada; faz
segundo à Sua vontade no exército do céu entre os habitantes da terras;
ninguém pode deter Sua
mão e dizer-Lhe: Que fazes?? (Daniel 4:35). Mas com o deus dos arminianos a
terra está
povoada de gigantes que são maiores do que ele é. Ele faz o melhor par a
cumprir sua vontade
entre os homens, mas há! a vontade senhorial do homem é fortíssima para o
seu deus. Sua mão
está tristemente detida, porque tenta salvar todos os homens e, no entanto, só
consegue salvar
apenas uma minoria de adultos responsáveis. Ele não ousa discriminar entre
os homens, porque
então o homem soberbo podia corretamente desafiá -lo e exigir: ?Que fazes??
Isto é na realidade o
deus imaginário que o arminiano adora. Um Deus exaltado opera temor nos
homens. Com um
Deus semelhante o homem tenta grandes coisas e espera grandes coisas e
também possui uma
santa ousadia.
196
2. ELA ESTIMULA A FÉ.
Todas as questões envolvidas na eleição não podem ser arrazoadas à
completa satisfação
da mente carnal. Daí, a Palavra de Deus sobre a eleição deve ser aceita pela
fé. Quando alguém
assim a aceita, descobrirá que a sua fé foi provada e revigorada. Um Deus
exaltado também
inspira fé indômita.
3. ELA PREPARA O CAMINHO PARA A ACEITAÇÃO DE OUTRAS
VERDADES.
Quando alguém aceitou os mistérios da eleição pela fé , foi desviado da razão
como
padrão de sua fé e está então preparado para tomar a palavra de Deus sobre
todo assunto sem
indagação duvidosa.
4. ELA CONDUZ PARA COM A PREGAÇÃO DE TODO O CONSELHO DE
DEUS
De maneira que muitos pregadores fazem da diplomacia o guia de sua
pregação, em vez
de buscarem a direção do Espírito Santo. A razão disto é que eles não
possuem a fé para
confiarem na benção de Deus sobre as porções de Sua Palavra que não são
prontamente aceitas
pelos homens em geral; mas, quando alguém apre ndeu a crer e a pregar a
eleição, aprendeu a
confiar na benção de Deus sobre Sua palavra quando se calcula que ela
provoque a oposição dos
homens. Isto prepara o caminho para pregar -se outras muitas verdades
necessitadas, mas
indesejáveis.
5. ELA É A MAIS FORMIDÁVEL BARREIRA CONTRA O MODERNISMO.
Isto não é só verdade pelas razões já afirmadas: é também verdadeiro porque,
tanto quanto
o homem crê na sua impotência espiritual absoluta, por natureza, não pode
negar, logicamente, a
necessidade de uma revelação sobrenatural e uma intervenção sobrenatural
para sua salvação. ?A
história da igreja cristã não proporciona um caso de uma seita sustentando as
doutrinas dos
Decretos Divinos e da Livre Agência do homem e rejeitando qualquer doutrina
fundamental do
cristianismo?. (Rice, God Sovereign and Man Free, pág. 18).
6. ELA OFERECE O FUNDAMENTO MAIS DURADOURO PARA
SEGURANÇA DOS
SALVOS.
197
Sem a eleição soberana a segurança dos salvos paira no meio do ar sem
nenhum apoio
lógico. E muitíssimos dos que têm negad o a eleição soberana têm também
negado a segurança
dos salvos. São coerentes. As duas permanecem juntamente e caem juntas, de
um ponto de vista
lógico.
7. ELA EXCLUI TODA A JACTÂNCIA E GERA HUMILDADE, GRATIDÃO E
DEVOÇÃO.
Deus arranjou a dispensação de Sua graça de modo que a jactância está
excluída
(Romanos 3:27) e ?que nenhuma carne se glorie diante de Deus? (1 Coríntios
1:29). Isto é
alcançado através da concessão soberana de Sua graça aos Seus escolhidos
pela Sua própria boa
vontade e não para ou por cau sa de algo neles. Sob a eleição o crente não
pode dizer mais do que
?pela graça de Deus sou o que sou? (1 Coríntios 15:10). E, em resposta à
pergunta: ?Quem te fez
a ti diferir? (1 Coríntios 4:7), o crente deve responder: ?D e u s?. Só a eleição
incondicional
ensina isto. A eleição condicional dá ocasião ao homem de jactar -se. Segundo
ela, o santo fez-se
diferir do incrédulo; mas, segundo a eleição incondicional, a diferença entre o
santo no santuário
e o ébrio na sarjeta se deve inteiramente à ef icácia da graça soberana de
Deus. Este fato gera
humildade e também gera profunda gratidão saber que Deus, pela Sua graça
soberana e
irresistível, nos salvou quando podia, em justiça a nós, nos ter deixado sofrer
as conseqüências
merecidas de nossos pecados nas chamas do gehena. Esta gratidão produz
serviço devotado pela
?fé operando por meio do amor? (Gálatas 5:6), pois ?amamos, porque Ele
primeiro nos amou a
nós? (1 João 4:19).
8. ELA ENCORAJA O EMPREGO DE MEIOS.
Já acentuamos o fato que a eleição está in separavelmente ligada aos meios
ordenados por
Deus para efetuarem a salvação dos eleitos. Vendo que os meios estão
incluídos no plano de
Deus, alegrar-nos-emos em usa-los se os nossos corações estiverem direitos
com Ele. Temos
então o encorajamento de sabe rmos que Deus abençoará sempre o nosso
emprego dos meios
quando somos dirigidos do Espírito Santo, porque o Espírito Santo jamais nos
dirigirá doutro
modo senão de acordo com o plano de Deus. É somente na base da eleição
incondicional que
Deus pode prometer que a Sua Palavra não voltará a Ele vazia. E é assim que
podemos saber que
o nosso trabalho ?não é vão no Senhor.? (1 Coríntios 15:58).
198
A doutrina da eleição incondicional, firmada no ajuste e conexão adequados,
fará sempre
missionários os crentes nela. Ela forneceu a Paulo o seu motivo missionário (2
Timóteo 2:10).
Também a nós nos fornecerá o nosso, quando crermos toda a verdade a
respeito dela. Não é
estranho que todos os grandes líderes missionários pioneiros foram crentes na
eleição
incondicional.
9. ELA PREVÊ O MOTIVO CORRETO NA EVANGELIZAÇÃO.
Deus salva os homens para sua própria glória (Efésios 1:12). A glorificação de
Deus,
então, deveria ser o nosso primeiro motivo no evangelismo, mais do que livrar
homens do
inferno. É a eleição incondicional que imprime isto profundamente em nossos
corações.
10. ELA PRODUZ EVANGELISMO SÃO.
Os da eleição condicional imaginam que Deus está fazendo o mais que pode
para salvar o
maior número possível. Por essa razão tornam -se obsedados em contar
narizes e relatar números.
Esta obsessão os leva a rodearem terra e céu em busca de profissões. E
fazem o máximo de seus
convertidos duas vezes mais filhos do inferno do que antes. Assim temos em
nossas igrejas uma
multidão de incircuncisos que fala a linguage m de Ashdod e constantemente
cobiça as panelas de
carne do Egito. O evangelismo inescriturístico e de alta pressão tem sido maior
maldição singular
que os batistas jamais sofreram.
A eleição incondicional nos ensina, como diz Alvah Hovey, que ?Deus tem
alguma outra
razão além da de salvar tantos quantos possível pela maneira em que Ele
distribui Sua graça?. Por
essa razão os da eleição incondicional não vão após números senão
simplesmente fazer a vontade
de Deus. Como Paulo, eles ?aturam tudo?, não por amor de números, mas
?por amor dos eleitos,
para que eles também obtenham a salvação que está em Cristo Jesus com
glória eterna? (2
Timóteo 2:10). Por essa razão os da eleição incondicional estão dispostos a
ficar dentro do plano
de Deus no evangelismo e ?luta r licitamente?, sabendo que Deus pode
executar Sua vontade e
que nenhuma alta pressão humana é necessária, desde que ninguém pode vir
a Cristo sem a
atração soberana de Deus e desde que todos a quem Deus atrai virão pela
pregação da Palavra de
Deus. Assim os da eleição incondicional pregam a Palavra ?a tempo e fora de
tempo?, tanto
199
pública como em particular, e então esperam em Deus no espírito de oração,
pois sabem que é
?Deus que dá o crescimento? (1 Coríntios 3:7).
11. ELA TENDE PARA A SALVAÇÃO DOS PECADORES.
A eleição não é especificamente para pecadores. A eles cabe pensar sobre sua
necessidade, mais do que imaginar se foram eleitos ou não. Todo homem que
vier a Cristo
descobrirá que foi eleito; mas, ao passo que a eleição não é especificamente
para pecadores em
geral, contudo Cristo a pregou a pecadores endurecidos (Mateus 11:25,26;
João 6:37, 44, 65,
10:26). E, se for pregada, pecadores a ouvirão na certa. Tendo -a ouvido, é
melhor que se safe de
suas desfigurações. Assim, loucura é falar de se não pregar a eleição a
pecadores. C. H.
Spurgeon, o maior evangelista moderno, pregou -a muitas vezes a pecadores e
disse uma vez que
nunca a pregou sem conversões. Quando devidamente apresentada, a eleição
sendo a verdade de
Deus, é proveitosa, mesmo a pecadores, como Deus aprouver usá-la. Ela
tende para a salvação de
pecadores nas seguintes maneiras:
(1). Ela tende a deslocar o pecador de toda esperança nos seus próprios
esforços.
A eleição ensina que a salvação é inteiramente de Deus; daí, os esforços do
homem de
salvar-se por si mesmos são absolutamente fúteis. Assim observemos com
Spurgeon: ?Em
primeiro lugar, a doutrina da eleição, aplicada pelo Espírito Santo, aniquila para
sempre todos os
esforços da carne. É objetivo da pregação arminiana fazer os homens ativos, -
excita-los a
fazerem o que puderem, mas o fim e o objetivo devidos da pregação do
Evangelho é fazer os
homens sentirem que eles não têm de si nenhum poder e larga -los cadáveres
ao pé do trono de
Deus? (Spurgeon?s Sermons, Vol. 8, pág. 235).
(2). Ela tende a despertar pecadores descuidados.
Há duas causas para falta de interesse dos pecadores a respeito de sua
salvação. (1). Ou a
mente do pecador está tão cheia de pensamentos das coisas mundanas que
os pensamentos sobre
a salvação se amontoam fora, ou (2) o pecador se conforta com o pensamento
de que se virará
para Cristo antes de morrer. A eleição é tão contrária à mente carnal que
atravanca a mente da
primeira classe de pecadores quando ela é pregada: eles não podem conserva -
la fora uma vez
200
ouvida. Quando uma vez na mente, a eleição prepara o caminho para a
pergunta se o pecador
individual é um dos eleitos ou não. Chegando a refletir sobre a pergunta, o
pecador está pronto
para a mensagem de como ele pode saber que é um dos eleitos. Essa
mensagem é: ?Crê no
Senhor Jesus Cristo e serás salvo?. Uma contemplação da doutrina da eleição
devera conduzir o
pecador a dizer: ?É assim? Estou eu absolutamente nas mãos de Deus? Pode
Ele salvar-me ou
condenar-me como quiser? Então clamarei a Ele: ó Deus! Sa lva-me da ira
vindoura, do tormento
eterno, do banimento da Tua presença! Salva -me, ó Deus! Que queres que eu
faça? Oh! Que
queres que eu faça, que eu possa achar favor e viver?? (Spurgeon?s Sermons,
Vol. 8, pág. 239).
Então a eleição mostra à segunda classe de pecadores acima mencionada que
eles não têm
razão para esperar que possam voltar -se para Cristo na hora undécima, desde
que a habilidade
para voltar não está no homem por natureza. Isto os devera despertar a
apresentar o pensamento e
dirigir suas mentes pelo curso esboçado supra.
(3). Ela dá encorajamento ao pecador despertado.
Ela o faz nas duas seguintes maneiras como indicadas por Spurgeon:
A. ?Somos todos prisioneiros, condenados a morrer. Deus, como soberano,
tem o direito
de perdoar a quem Lhe apraz. Agora, imaginai um número de nós encerrados
numa célula
condenada, todos culpados. Um dos criminosos diz a si mesmo: ?Sei que não
tenho razão para
esperar ser livrado. Não sou rico. Se tivesse alguns parentes ricos... Podia ser
achado louco e
solto... Se eu tivesse a educação de alguns homens, podia contar com alguma
consideração. Não
sou um homem de prol ou posição; sou um homem sem mérito e influência,
logo não posso
esperar que eu seja selecionado como um a ser salvo. Não; Creio que se as
autoridades presentes
de nossa sociedade fossem as pessoas a serem levadas em consideração, um
homem que fosse
pobre pudesse ter uma oportunidade muito escassa de esperar qualquer
livramento gracioso; mas,
quando Deus é o grande soberano, o caso é diferente; po rque, quando
argumentamos assim: Eisme
aqui, minha salvação depende inteiramente da vontade de Deus; há alguma
oportunidade para
mim? Notamos a lista dos que Ele salvou e achamos que Ele salva o pobre, o
analfabeto, o ímpio,
o ateu, o pior dos piores, as coisas vis e as desprezadas. Bem, que dizemos?
Então por que Ele
não me salva a mim? Por que não me salva? Se não devo procurar alguma
razão em mim mesmo,
porque devera salvar-me? Nunca acharei qualquer razão e,
conseqüentemente, nunca terei
201
esperança. Mas se é para eu ser salvo em razão alguma, sendo que Deus quer
salvar-me, ah!
Então há esperança para mim. Aproximar -me-ei do gracioso Rei; farei como
Ele me ordena;
confiarei no Seu querido Filho e serei salvo?. Assim esta doutrina abre a porta
da esperança ao
pior dos piores e as únicas pessoas a quem desencoraja são os fariseus, que
dizem ?Senhor,
graças Te dou que não sou como os demais homens?. Estes espíritos
orgulhosos que dizem:
?Não; se não sou salvo por alguma coisa boa em mim mesmo, então serei
condenado!? ?como
condenados serão, e com uma vingança, também? (Spurgeon?s Sermons, Vol.
8, pág. 236).
B. ?Mais ainda, não vedes, caros amigos, como a doutrina da eleição conforta
o pecador
no assunto de poder? Sua queixa é: ?Acho que não tenho poder para crer; não
tenho poder
espiritual de espécie alguma?. A eleição curva -se e segreda ao seu ouvido:
?Mas, se Deus quer
salvar-vos, Ele dá poder, dá vida, dá a graça;? portanto, desde que Ele deu
poder e força a outros
tão fracos como vós, porque não vós? Tenha coragem; olhe para a Cruz de
Cristo e viva?. (Ibid.
pág. 237).
202
Cap 21 - A Doutrina Da Expiação
A palavra expiação ocorre só uma vez na versão do Rei Tiago em o Novo
Testamento.
Vide Romanos 5:11. Aqui está uma tradução de katallage. Este substantivo
grego ocorre em três
outras passagens: uma vez em Romanos 11:15, onde está traduzido
reconciliando; uma vez em 2
Coríntios 5:18, onde está traduzido ?reconciliação? e uma vez no verso
seguinte, onde outra vez
está traduzido ?reconciliação?.
O verbo grego ?katallasso?, correspondente ao nome ?katallage?, acha -se
também em 2
Coríntios 5:18,19; em Romanos 5:10 e 1 Coríntios 7:11. Em cada um destes
casos está traduzido
para significar ?reconciliar?.
Segundo o uso do grego, a palavra ?expiação? pode ser usada t anto da
provisão da base
objetiva de salvação, na qual temos uma expiação potencial, como da
realização atual da
salvação, na qual temos uma expiação atual na aplicação dos benefícios da
morte de Cristo e a
oferenda do Seu sangue no templo celestial.
O verbo grego ?katallasso? está usado no primeiro sentido em 2 Coríntios
5:19, onde
lemos: ?Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo, não
lhes imputando os
seus pecados?. O sentido aqui é que Deus estava reconciliando o mundo
Consigo mesmo por
lançar os seus pecados sobre Cristo. Refere-se, pois, a passagem ao que se
realizou na morte de
Cristo e não ao que se realizou através do Seu ministério Profético, predicante.
É neste sentido que a palavra ?expiação? é ordinariamente empregada nas
discussões
teológicas, sentido em que a usamos neste capítulo.
I. A IMPORTÂNCIA DA EXPIAÇÃO
A expiação é o tema central do cristianismo. Tudo que a precede, olha para
frente e tudo
que a segue olha para ela atrás. Pode -se ver sua importância revendo os fatos
seguintes:
1. ELA É O TRAÇO DISTINTIVO DO CRISTIANISMO
203
O cristianismo é a única religião com uma expiação. Conta -se que há alguns
anos
passados, quando se reuniu uma Parlamento de Religião na Exposição de
Chicago, Joseph Cook,
de Boston, o orador escolhido do cristianismo, levantou -se, depois de terem
sido apresentadas
outras religiões, e disse: ?Eis aqui Lady Macbeth com as suas mãos
manchadas com a morte
infame do Rei Duncan. Vede -a como perambula pelas salas e corredores de
sua casa palacial,
detendo-se para gritar. ?Fora, mancha danada! Nunca mais estas mãos ficarão
limpas?? O
representante do cristianismo virou -se para os adeptos de outras religiões e os
desafiou
triunfantemente: ?Pode alguém de vós que estais tão ansiosos de propagar
vossos sistemas
religiosos proporcionar qualquer eficácia purificadora para o pecado e a culpa
do crime de Lady
Macbeth? Emudeceram, porque nenhum deles teve uma expiação a oferecer.
2. ELA VINDICA A SANTIDADE E A JUSTIÇA DE DEUS
Não podia haver em Deus verdadeira santi dade e justiça se Ele permitisse ao
pecado
passar impune. A santidade proíbe semelhante encorajamento do pecado. A
justiça requer
retribuição.
3. ELA ESTABELECE A LEI DE DEUS
Sem expiação a salvação dos crentes deixaria a lei vã, letra morta. Vide
Romanos 3:31 e
Hebreus 2:2.
4. ELA MANIFESTA A GRANDEZA DO SEU AMOR
De nenhum outro modo podia Deus ter manifestado maior amor pelo Seu povo
do que por
dar o Seu único Filho unigênito para morrer em lugar dele povo. Vide João
3:16, 15:13; Romanos
5:8; I João 4:9.
5. ELA PROVA A AUTORIDADE DIVINA DOS SACRIFÍCIOS DO VELHO
TESTAMENTO
Vemos na expiação de Cristo o antítipo mais belo dos sacrifícios do Velho
Testamento. E
vemos nesses sacrifícios um método efetivo de apontar à necessidade de
expiação e um tal
quadro da expiação real como guiaria o iluminamento a espiritualmente inculcar
através do véu
de sombra à verdadeira luz. A divina autoridade dos sacrifícios do Velho
Testamento não
204
apresenta dificuldades ao que crê que a morte de Cristo foi substitucionária;
mas, os que desejam
negar este último fato também sabem que Deus instituiu os sacrifícios de
animais do Velho
Testamento.
6. ELA FORNECE A PROVA DEFINITIVA DOS SISTEMAS TEOLÓGICOS
Por sua atitude para com a expiação, os sistemas teológicos classificam -se em
pagãos ou
cristãos. A oposição deles quanto à expiação também reflete sua idéia da
natureza de Deus, de
Sua Lei e do pecado.
II. A NATUREZA DA EXPIAÇÃO
1. IDÉIAS FALSAS DA EXPIAÇÃO
(1). A idéia gov rnam n|al
Esta idéia sustenta que o propósito da expiação foi impedir que o perdão dos
pecadores
por Deus encorajasse o pecado. A salvação dos pecadores não exige que eles
levem a penalidade
dos seus pecados. O seu virar do pecado para Deus é suficiente para justificar
Deus em salva-los;
mas o perdão dos culpados, sem alguma exibição do ódio de Deus contra o
pecado e de Sua
consideração pela Lei, licenciaria o pecado e roubaria qualquer autoridade
sobre as consciências
dos homens.
(2). A idéia d x mplo
Esta idéia sustenta em comum com a governamental que a morte de Cristo não
foi
substitucionária: sustenta que Deus não precisou de ser propiciado em
benefício do pecador; que
o único óbice à salvação dos pecadores jaz na prática contínua do pecado pelo
pecador. Reforma,
portanto, é o remédio adequado e isto pode se r efetuado pela própria vontade
do homem. Para
encorajar-nos nisto Jesus morreu como um nobre mártir, exemplificando uma
devoção abnegada
que escolheu a morte antes que falhasse do Seu dever a Deus e ao homem.
Somos salvos, não por
confiar nEle como nosso porta-pecado senão por confiar em Deus segundo
Seu exemplo e assim
devotando-nos à justiça.
205
(3). A idéia d Influência Moral.
Esta idéia sustenta em comum com ambas as primeiras que o pecado não traz
culpa que
deva ser removida: não é a culpa senão a prática do pecado que impede a
salvação. A morte de
Cristo foi somente uma exibição de amor para abrandar o coração do homem e
leva-lo ao
arrependimento. ?Os sofrimentos foram necessários, não para remover um
obstáculo ao perdão
de pecadores que existe na mente de Deus senão para convencer os
pecadores de que não existe
tal obstáculo? (Strong).
(4). A idéia d d pravação gradualm n| x|irpada.
Esta idéia está definida por Strong como segue:
?Cristo tomou a natureza humana como ela estava em Adão, não antes mas
depois da
queda, - a natureza humana, portanto, com a corrupção nata e predisposta
para o mal moral; que,
não obstante a possessão desta natureza inquinada e depravada, Cristo, pelo
poder do Espírito
Santo, ou de Sua divina natureza, não só guardou Su a natureza humana de se
manifestar em
pecado atual ou pessoal, mas purificou -a gradualmente, por meio de luta e
sofrimento até que na
Sua morte Ele extirpou completamente sua depravação original e a reuniu com
Deus. Esta
purificação subjetiva da natureza h umana na pessoa de Jesus constitui Sua
expiação e os homens
não são salvos por qualquer propiciação objetiva senão somente por se
tornarem através da fé
participantes da nova humanidade de Cristo?.
Há outras duas idéias da expiação que os teólogos comument e discutem sob
teorias falsas
ou inadequadas da expiação aqui não daremos tratamento especial. Referimo -
nos a idéia de
acidentes e à comercial. A primeira sustenta que a morte de Cristo foi um
acidente imprevisto e
não antecipado por Cristo. Esta idéia é t ão manifestamente absurda que não
merece aqui o espaço
que ela tomaria para refuta -la. Não damos aqui atenção especial à idéia
comercial da expiação
porque ela envolve tanta verdade que achará exame sob a epígrafe da idéia
correta da expiação.
2. A IDÉIA CORRETA DA EXPIAÇÃO.
A idéia correta da expiação, que concebemos como sendo a correta,
reconhece o elemento
de verdade em cada uma das seguintes teorias que tem recebido especial
menção e também
206
combina o que são costumeiramente chamadas idéias comercial e ética, mas
esta vai mais longe
do que qualquer delas.
(1). V rdad s r conh cidas nou|ras idéias.
A. Uma falha em punir o pecado derrubaria o governo divino.
Este é o elemento de verdade na idéia governamental, mas isto é só um dos
muitos
elementos de verdade envolvidos na expiação. Uma simples exibição do ódio
de Deus contra o
pecado sem medir uma justa penalidade, portanto, não consegue e não
conserva inteiramente os
interesses do governo divino. Qualquer exibição do ódio divino para com o
pecado agirá como
um óbice ao pecado e assim tenderá a manter governo, mas, até ao ponto em
que essa exibição do
ódio divino se fruste da justa penalidade, ela fracassa em fornecer um óbide ao
pecado que honre
completamente o governo divino.
B. Na morte de Cristo temos um exemplo inspirador.
É um exemplo de abnegada devoção a Deus e ao homem. E o povo salvo (não
os
perdidos) são mandados seguir este exemplo. Vide Mateus 16:24; Romanos
8:17; 1 Pedro 2:21,
3:17 e 18; 4:1 e 2. Mas, que Cristo não morreu meramente como um nobre
mártir, evidente é de
Sua própria atitude para com a Sua morte. Se Ele morreu apenas como
exemplo, então Ele supriu
exemplo muito pobre. Muitos mártires humanos tem ido para a fogueira sem
um sinal de
angustia; todavia, o Senhor Jesus Cristo suou como se fossem grandes gotas
de sangue no horto.
Muitos mártires desfrutaram um vívido senso da presença de Deus na hora da
morte, mas o
Senhor Jesus Cristo foi desertado pelo Pai na hora da morte. Contrastai a
atitude de Cristo
perante a morte com a de Paulo.
C. Na morte de Cristo temos uma exibição de amor de Deus.
Vide João 3:16; Romanos 5:8; 15:13; 1 João 4:9. E esta exibição deveria mover
os
homens ao arrependimento. Este é o elemento de verdade na idéia de
influência moral da
expiação; mas, que a expiação foi mais do que uma simples exibição de amor
far-se-á manifesta
ao passo que avançamos.
207
D. Através da morte de Cristo somos feitos participantes da vida de Cristo.
Vide 2 Coríntios 4:11; 5:14 -17; 12:9 e 10; Gálatas 2:20; 2 Pedro 1:4. Este é o
elemento de
verdade na idéia de depravação gradualmente extirpada da expiação; mas,
atingimos esta nova
vida em Cristo em conjunção com a fé nEle como nosso porta -pecado. Esta
idéia recém
mencionada nega:
(2). Ou|ras v rdad s r conh cidas.
A verdadeira idéia da expiação reconhece todas as verdades das outras idéias,
mas
reconhece mais. Erram os que acentuam um elemento de verdade com
exclusão de outros.
Outras verdades reconhecidas pela verdadeira idéia da expiação, são:
A. A verdade quanto à natureza de D eus.
Tudo das falsas idéias a que temos dado especial atenção nega que haja
qualquer
obstáculo que seja em a natureza de Deus ao perdão dos pecadores. O
entrave supõe-se ser todo
ele de parte do pecador. O sofrimento de Cristo não foi em nenhum sentido
uma satisfação de
qualquer princípio em a natureza divina.
208
Cap 22 - As Chamadas Eterna E Interna
A eleição tem a ver com o propósito e plano da salvação. A expiação tem a ver
com a provisão da
salvação. Vimos agora estudar a aplicação e provisão da salvaç ão aos eleitos.
I. A CHAMADA EXTERNA
A escritura fala claramente de duas chamadas diferentes. A primeira, na ordem
de sua ocorrência,
é conhecida geralmente como a chamada extrínseca ou externa. As passagens
seguintes referemse
à chamada externa: Isa. 45:22; 55:6; Mat. 9:13; 11:28; 22:14; Marcos 2:17;
Lucas 5:32; Apoc.
22:17. Há outras passagens que se referem evidentemente a ambas às
chamadas, que se reservam
até considerarmos a chamada interna.
1. ESTA CHAMADA É POR MEIO DA PREGAÇÃO DO EVANGELHO.
Foi por meio do Evangelho que Jesus chamou pecadores ao arrependimento.
Hoje toda
apresentação do evangelho é uma chamada aos homens para deixarem o
pecado e confiarem em
Cristo. A pregação do evangelho é também devidamente ouvida por um
estabelecimento da
necessidade de salvação do homem e do seu dever e responsabilidade sob
Deus para arrependerse
e crer (At. 17:30). Também deverá haver a fervorosa rogativa aos homens para
que se
reconciliem com Deus (2 Cor. 5:20), um convite a todos que laboram (Mat.
11:28) e estão com
sede (Isa. 55:1; João 7: 37; Apo. 22:17).
2. ESTA CHAMADA É UMA CHAMADA INDIRETA DO ESPÍRITO.
Vide no capitulo IX a discussão da obra indireta do espírito nos perdidos.
3. A CHAMADA, PORTANTO, É GERAL.
Com isto queremos dizer que ela não se l imita aos eleitos (Mat. 22:14). Somos
mandados pregar
o evangelho a todos. Esta chamada é designada a todos os homens,
conquanto todos não ouvem.
Isto é verdade tanto como todos os homens são mandados a arrepender -se
(Atos 17:30), ainda
mesmo que todos os homens não ouvem este mandamento.
209
4. ESTA CHAMADA, EM SI MESMA , É SEMPRE INEFICAZ.
A Israel Deus disse: ?Quando eu chamei, voz não respondestes? (Isa. 65:12).
A chamada a que se
refere aqui foi uma chamada externa igual à chamada sob discussão. Devido à
depravação do
homem, a pregação do evangelho, ela só, nunca é suficiente para trazê -lo a
Cristo. Ele carece
mais do que uma chamada externa. O evangelho ?é o poder de Deus para a
salvação de todo
aquele que crer? (Rom 1:16); ?mas o homem natural não rec ebe as coisas do
espírito de Deus;
porque lhe parecem loucura; e não pode conhece -las, porque se discernem
espiritualmente? (1
Cor. 2:14). O homem deve poder voltar-se do pecado e crer em Cristo. Jer.
13:23; João 12:39-
40; 6:44-65.
5. A CHAMADA É SINCERA.
Os arminianos objetam que o sistema calvinistico de doutrina faz insincera uma
chamada geral.
Sincero quer dizer: ?ser na realidade como na aparência. Intencionando
precisamente o que um
diz ou o que um parece intencionar?. Tendo definido o termo sob disc ussão,
estamos agora
preparados para examinar as bases exatas dessa objeção. Os ensinos
calvinisticos são
denunciados como dando por insincera uma chamada geral. São:
(1). O nsino qu o hom m por na|ur a não pod virar -s do p cado para
Cris|o.
Dizem os arminianos que, se o caso com o homem natural fosse como os
calvinistas o
representam, e isto fosse inteiramente conhecido a Deus, então Deus não
podia ser sincero em
convidar os homens a virem a Cristo. Mas não há nada na chamada geral que
faça parecer que
todos os homens podem respondê-la. Isto não é nada mais do que uma
inferência indefensável. E
tem seu fundamento, não na chamada em si mesma, mas em uma concepção
errônea do estado do
homem pela natureza. Daí, esta chamada não é insincera. ?A chamada de
Deus a todos os homens
para que se arrependam e creiam no evangelho não é mais insincera do que o
seu mandamento a
todos os homens para que O amem de todo o coração. Não há entrave no
caminho da obediência
do homem ao evangelho que não exista para impedir sua obediência a lei. É
próprio publicar os
mandamentos da lei como é próprio publicar os convites do evangelho. Um ser
humano pode ser
perfeitamente sincero em fazer um convite que ele sabe que será recusado.
Ele pode desejar que o
convite seja aceito, enquanto pode, por certas razões de justiça e dignidade
pessoal, estar disposto
210
a empregar esforços especiais, além do convite mesmo, para conseguir a
aceitação dele da parte
daquele a quem se faz? (Strong).
O convite ou chamada de Deus a todos os homens parece indicar que todos os
homens podem
aceitá-lo mais do que seu mandamento a todos os homens para amarem -O
supremamente parece
indicar que todos os homens podem fazê -lo?
(2). O ensino quanto ao propósito eletivo de Deus de salvar somente uma
porção da raça de
Adão.
Dizem os arminianos que, se Deus resolveu salvar só uma parte da raça de
Adão, então ele não
pode sinceramente convidar todos os homens a virem a Cristo para a salvação
. Observe-se
primeiro, quanto a esta faze da objeção, que o objetor, para ter a aparência de
coerência, deve
negar a presciência de Deus; porque, se Deus preconheceu tudo, então Ele
certamente préconheceu
que todos os homens não creriam no evangelho, desde que vemos que todos
não crêem.
E, certamente, nenhum evangélico diria qu e Deus propôs salvar os que
rejeitam o evangelho. De
modo que, se a presciência de Deus for verdade, então Deus propôs salvar só
uma parte da raça
de Adão, crentes. Daí, a coerência requer que o arminiano ceda tanto esta faze
da objeção como,
na alternativa, a presciência de Deus. Não pode ser lógico e sustentar ambas.
Se alguém se dirigir diante de um grande número de gente para oferecer a
cada um uma cédula de
dez dólares, e se tiver de antemão inerrante conhecimento que só uma centena
dessa gente
aceitará sua oferta, carecerá ele, para fazer uma oferta sincera a todos, ter
mais do que cem
cédulas de dez dólares? Certamente que não. Sabendo que tem o numero
suficiente para suprir a
todos que aceitarão a oferta, ele pode muito livre e sinceramente dizer: ?Cada
um de vós que
deseje uma cédula de dez dólares venha a mim e eu vos darei uma?.
A chamada geral de Deus é em aparência nada mais do que é na realidade. E
ele parece não
intencionar mais do que Ele atualmente intenciona. Isto não parece como a lgo
a que todos os
homens podem responder nem como algo que habilitará os homens a vir a
Cristo, ou que,
necessariamente, os impila a vir. Nesta chamada Deus parece intencionar que
todos os homens
são bem-vindos se quiserem vir; que todos serão aceitos se vierem.
Atualmente Ele não
intenciona outra coisa. É tão exatamente uma verdade Bíblica que todos
quanto vierem a Cristo
211
serão salvos como é que só os eleitos serão salvos. Podemos subscrever
cordial e alegremente a
declaração de fé de New Hampshire em dizer que ?nada impede a salvação do
maior pecador
sobre a terra , exceto sua própria depravação inerente e recusa voluntária a
submeter-se ao Senhor
Jesus Cristo?. Noutras palavras, estas são as coisas que mandam o pecador
ao inferno.
II. A CHAMADA INTERNA
As seguintes passagens referem-se à chamada: Atos 2:39; Rom. 1:6; 8:28,30;
9:11,24; 1Cor. 1:1;
7:15; Gal. 1:15; 5:8; Ef. 4:4; Col. 3:15; 1Tes. 2:14; 5:24; 2 Tim. 1:9; Heb. 9:15;
1Pedro1:15; 2:9;
3:9; 5:10; 2 Pedro 1:3,10; Judas 1. Algumas dessas passage ns, como já foram
indicadas, parecem
aludir a ambas as chamadas, interna e externa.
1. ESTA CHAMADA É UMA CHAMADA DIRETA POR MEIO DO ESPÍRITO.
O Espírito Santo toma o evangelho pregado e, abrindo o coração do pecador
(Atos 16:14), aplica
a Palavra ao coração com poder regenerador. É então, e só então, que o
homem pode entender e
receber as coisas do espírito de Deus. Assim a chamada interna é também
pelo evangelho, mas
pelo evangelho aplicado pelo Espírito Santo. As passagens tocando nesta obra
do espírito através
da Palavra serão dadas quando estudarmos a regeneração.
2. ESTA CHAMADA É PARTICULAR.
Por meio dela os objetos da graça salvadora de Deus são segregados. A
diferença aqui entre as
chamadas externa e interna pode ser ilustrada imperfeitamente pela d iferença
entre um convite
geral feito pela igreja ao povo de uma comunidade para freqüentar seus cultos
e os convites
pessoais que se estendem a indivíduos particulares pela irmandade da Igreja.
Sem dúvida, como
dissemos, isto só imperfeitamente ilustra a diferença entre as duas chamadas
de Deus. Rom. 8:30
mostra a particularidade desta chamada.
3. ESTA CHAMADA É SEMPRE EFETIVA.
É manifesto que as passagens dadas no princípio dessa discussão referem -se
a uma chamada
efetiva e eficiente. Nunca se lhe resiste ; contudo, em respondê-la, o homem
age voluntária e
212
livremente. Vide capítulo sobre ?A livre agência do homem?. A efetividade
desta chamada está
mostrada em Rom.8:28,30; 1Cor. 1:24.
213
Cap 23 - O Novo Nascimento
A última coisa considerada no capítulo anterior é a chamada interna. Esta
chamada
comunica-se aos homens em o novo nascimento. De modo que somos
trazidos, logicamente, a
um estudo do novo nascimento ou regeneração.
I. A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO
1. O FATO DE SUA NECESSIDADE
Jesus não deixou dúvidas quanto a indispensável necessidade do novo
nascimento como
um pré-requisito à entrada no Reino de Deus quando Ele disse a Nicodemos:
?Aquele que não
nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.? (João 3:5).
2. RAZÕES DE SUA NECESSIDADE
O novo nascimento é necessário porque:
(1). As bênçãos spiri|uais d D us são som n| para os filhos spiri|uais.
Rom. 8:16,17. O Homem, por natureza, não é um filho espiritual de Deus, ainda
que o
seja naturalmente. Adão é chamado ?o filho de Deus? (Lc. 3:28). Esta filiação
baseou-se, não no
nascimento, nem na mera criação, mas na semelhança de Deus herdada pelo
homem. Essa
imagem era dupla: Adão tinha uma parecença moral e espiritual com Deus na
santidade. Tinha
uma parecença natural com Deus na personalidade. Para discussão mais
ampla dessas
semelhanças vide o capítulo sobre ?O Estado Original e Queda do Homem?.
Quando o homem
caiu, ele perdeu a parecença moral e espiritual com Deus e assim cessou de
ser um filho espiritual
de Deus. Mas ele não perdeu sua personalidade, não caiu ao nível de um bruto
e assim reteve
uma base natural de filiação. Isto explica Atos 17:28 -9.
Espiritualmente e moralmente o homem é um filho do diabo (João 8:44; e I
João 3:10),
porque traz a semelhança espiritual e mor al do diabo. Assim ele deve nascer
de novo para herdar
214
as bênçãos espirituais de Deus, porque estas, como Rom. 8:16,17 mostra
claramente, não são para
ninguém exceto Seus filhos espirituais.
(2). O homem está espiritualmente morto e o reino de Deus, ta nto aqui como
além, é por
natureza espiritual.
Rom. 5:12; Efe. 2:1; Col. 2:13; I João 3:14. A afirmação que o homem está
espiritualmente morto quer dizer, por causa do pecado, que o homem está
espiritualmente privado
de vida espiritual divina; contudo, ele tem vida espiritual natural. O seu espírito
perdeu toda
afinidade real com Deus. Ele não tem afeto por Deus ou pelas coisas
espirituais (Rom. 8:7,8). Ele
não tem habilidade para as coisas espirituais (Jer. 13:23; João 6:65).
Portanto, nada há em a naturez a do homem que o qualifique para a cidadania
num reino
espiritual. O que estiver espiritualmente morto não pode habitar um reino
espiritual mais do que
estiver fisicamente morto habitar um reino físico. Assim, deve o homem nascer
de novo para
poder entrar no reino de Deus.
(3). Estar no reino de Deus implica submissão à Lei de Deus e o homem por
natureza está em
inimizade com Deus.
Rom. 8:7,8. O reino de Deus é a Sua Lei nos corações de Seus santos; logo,
entrar no Seu
reino, é submeter-se à Sua Lei. Mas o homem, por natureza, não pode fazer
isso porque ele está
em inimizade contra Deus. É necessário o novo nascimento para que esta
inimizade seja
dominada.
II. A NATUREZA DO NOVO NASCIMENTO
1. CONSIDERADA NEGATIVAMENTE
(1). Não é uma rradicação da v lha na|u r a
O novo nascimento pode-se chamar uma mudança de coração no sentido de
uma mudança
da disposição regente (incluindo os afetos bem como a vontade), mas o novo
coração não
desarraiga o velho. O velho, ou a natureza carnal, fica. Vide Rom. 7:14 -25; Gal.
5:17. O novo
215
coração ou natureza é colocado lado a lado do velho e o santo tem duas
naturezas, como
indicadas nas passagens pré-citadas. O novo nascimento deixa a velha
natureza inalterada.
(2). Não é uma simpl s aquisição d r ligião
O homem é naturalmente religioso. Notai os atenienses pagãos em Atos 17.
Recordai
também as várias religiões e formas de culto nas terras gentias de hoje. Pouco
importa quão
religioso um homem se torne, sem o novo nascimento ele permanece
essencialmente pecaminoso.
Lemos num tratado metodista: ?Cremos que alguém ?adquira religião?, perca -
a e fique
eternamente perdido.? Escrevemos a margem: ?Passar -vos-ei um melhor que
esse: creio que um
homem adquira religião, guarde -a e vá para o inferno, levando -a consigo.?
(3). Não é r forma humana
A reforma humana é superficial, deixando a natureza inteira essencialmente a
mesma. Por
essa razão a reforma humana provavelmente não dura. O novo nascimento
será seguido de
reformas, mas é reforma que provém de uma mudança fundamental na
disposição regente e não a
que se funda numa simples resolução da mente. A reforma humana nunca
pode purgar da alma o
pecado e implantar uma nova disposição. 2 Pedro 2:20 -22.
(4). Não é adoção
Adoção é um termo legal. É o resultado imediato de justificação. Não é o
mesmo que
regeneração. Adoção faz-nos filhos de Deus legalmente, ao passo que a
regeneração nos faz
filhos de Deus experimentalmente. A adoção traz mera mudança de parentesco
legal. A
regeneração muda nossa natureza. A adoção tem de ver conosco como os
filhos espirituais e
morais do diabo por natureza. A regeneração tem de ver conosco como
aqueles que por natureza
estão privados de vida espiritual.
2. CONSIDERADA POSITIVAMENTE
A regeneração é aquele ato instantâneo de Deus na região da alma abaixo do
senso íntimo
pelo qual se remove toda a nódoa da alma, e pela qual, através da
instrumentalidade da verdade, o
216
exercício inicial da disposição santa assim comunicada se efetua. Na
regeneração há também
formada uma união inseparável entre a alma regenerad a e o Espírito Santo.
Da descrição supra de regeneração notemos que:
(1). É um a|o d D us
O homem não pode dar nascimento a si mesmo. João atribui claramente a
regeneração a
Deus quando, ao falar de nascermos outra vez, diz: ?Não do sangue, nem da
vontade da carne,
nem da vontade do varão, mas de Deus? (João 1:13). Esta passagem nos diz
que a nova natureza
não é hereditária; que ela não provém da vontade da velha natureza (carne); e
que não se realiza
pela vontade de homem algum, mas é operada por Deus. Na regeneração não
temos um homem
trabalhando por si mesmo ou por algum outro homem, mas um homem
trabalhado por Deus. Daí
podemos amplificar a afirmação que encabeça este parágrafo e dizer que a
regeneração é um ato
soberano de Deus. João 3:8. Na sua fase i nicial (vivificação) a regeneração é
incondicional. Por
ato algum de si mesmo o homem dispõe Deus a regenerá -lo .
(2). É um a|o ins|an|ân o
Diz A. H. Strong: ?A regeneração não é uma obra gradual. Conquanto possa
haver uma
obra gradual da providência de De us e do Espírito, preparando a mudança, e
um reconhecimento
gradual dela depois que ocorre, deve haver um instante de tempo em que, sob
a influência do
Espírito de Deus, a disposição da alma, logo antes hostil a Deus, muda -se para
amar. Qualquer
outra idéia assume um estado intermediário de indecisões que não tem
nenhum caráter moral que
seja e confunde a regeneração quer como a convicção quer com a
santificação.? (System
Theology, pág. 458).
A regeneração consiste de gerar e produzir , uma vivificação e um nascimento.
E, por
causa disso, alguns tem tentado explicar uma tal analogia entre os
nascimentos físico e espiritual
como interporia um lapso de tempo entre gerar e nascer; mas a separação
quanto ao tempo entre
gerar e nascer no reino físico é ocasionada por condições que são peculiares
ao referido reino.
N nhumas condiçõ s |ais pr val c m no r ino spiri|ual.
217
Toda passagem da Escritura conduzindo ao novo nascimento implica que ele é
instantâneo.
(3). El r mov da alma |oda a nódoa d p cado
Por natureza a alma do homem é pecaminosa, evidenciado pelo fato que a
alma, quando
separada do corpo, vai imediatamente ao tormento do fogo (Lc. 16:23). Se a
alma dos incrédulos
não fosse pecaminosa tanto quanto o corpo, não seria justo a alma sofrer no
inferno. Mas que a
alma da pessoa regenerada não é pecaminosa está evidenciado pelo fato que
tal alma quando
separada do corpo na morte, vai imediatamente à presença de Jesus, onde
certamente nenhum
pecado será permitido entrar. É -nos dito em 1 Pedro 1:22 que a fé purifica a
alma.
E, a modo de mais extensa confirmação do precedente, notamos que, em
descrever as
duas naturezas dos crentes, a Escritura representa a velha natureza como
corpo e carne, enquanto
que a nova natureza é chamada mente ou espírito. O pecado no crente existe
nas luxurias físicas e
apetites, não na alma (espírito) ou parte imaterial do homem.
(4). Por meio desta purificação da alma os crentes se tornam ?participantes da
natureza divina?
(2 Pedro 1:4)
Assim a imagem espiritual de Deus se restaura na alma dos crentes. A nova
disposição
santa assim instilada é a nova natureza ou novo homem... criado em justiça e
verdadeira
santidade (Efe. 4:24).
(5). O novo nascimento não está completo até que o arrependimento e a fé
tenham sido operados
na alma.
É a estes que nos referimos quando falamos acima de ?o exercício inicial da
santa
disposição?, cujo exercício é efetuado pela regeneração. O arrependimento e a
fé deveriam ser
considerados como uma parte da regeneração mais do que como frutos dela. A
alma não se
renova enquanto ela permanece na impenitência e na incredulidade. Estas
atitudes do coração
expostas na regeneração. Isto se confirma pelo fato que a verdade é usada
instrumentalmente na
regeneração. Se a regeneração não consistisse da operação do
arrependimento e da fé no coração,
não haveria necessidade da instrumentalidade da palavra.
218
(6). O hom m não é |o|alm n| passivo na r g n ração
Ele é passivo na vivificação, ou na comunicação inicial da vida. É passivo na
mudança da
disposição regente ou na remoção de toda a nódoa da alma. Mas no exercício
inicial da santa
disposição comunicada na regeneração o homem é ativo.
(7). Na regeneração forma -se uma união inseparável entre a alma regenerada
e o Espírito Santo.
Rom. 8:26; Efe. 1:13,14. Esta união é tão íntima e completa que os santos
gemidos do
santo são os gemidos do Espírito Santo, por meio dos quais Ele faz intercessão
pelo santo. É por
meio desta união entre alma regenerada e o Espírito Santo que temos união
moral e espiritual
com Cristo (Rom. 7:2-4).
É em respeito a esta união do Espírito Santo com o espírito regenerado do
homem que
temos a diferença entre a regeneração no Velho Testamento e a regeneração
no Novo. A do
Velho era exatamente a mesma como a do Novo, exceto por isto:
III. COMO SE CUMPRE O NOVO NASCIMENTO
1. CONSIDERADO NEGATIVAMENTE
(1). Não por ducação ou cul|ura
A educação e a cultura não podem tirar do homem aquilo que não esteja nele.
Daí, desde
que o homem é essencialmente pecaminoso e totalmente depravado, a
educação e a cultura não
podem nunca produzir aquela santa disposição regente que é operada na
regeneração.
(2). Não por ba|ismo
Que o batismo não é instrumental em o novo nascimento, está provado pelos
seguintes
fatos:
A. Não há nenhum meio concebível por que o batismo possa remover o pecado
da alma
ou comunicar uma santa disposição regente.
219
Os meios físicos não podem nunca operar uma mudança espiritual. A idéia de
regeneração batismal ?é parte e parcela de um esquema geral mais de
salvação mecânica do que
moral, mais coerente com uma filosofia materialística que espiritual.? (Strong).
B. Pedro afirma que o batismo não é o despojo da imundícia da carne senão a
resposta de
uma boa consciência para com Deus (I Pedro 3:21).
Uma boa consciência é a que foi purificada pelo sangue de Cristo (Heb. 9:14).
Até que
assim se purifica a consciência é má (Heb. 10:22). E quando alguém for
purificado, não há mais
consciência de pecados (Heb. 10:2). Daí um que tem uma boa consciência
nunca fará nada para
poder salvar-se, porque não tem consciência de pecados nenhum sentimento
de necessidade de
salvação. Tudo isto prova que alguém está salvo antes do batismo e não por
meio do batismo.
C. As palavras de Jesus em Mat. 3:15 implicam que o batismo é uma obra de
justiça e
Paulo diz que não somente somos salvos pelas obras de justiça (Tito 3:15).
D. A fé deve preceder o batismo (Atos 2:41, 8:37, 19:1 -5), e quando a fé é
exercitada, já
se está salvo (João 3:18; 5:24; I João 5:1,12).
E. Quando a fé foi exercida, a regeneração está completa; logo , o batismo que
segue a fé
não pode ser instrumental na regeneração.
A fé é operada no coração, como já foi mostrada e mais claro ainda se fará no
capítulo
sobre conversão.
F. O Ladrão na cruz foi salvo sem batismo.
A suposição que este ladrão deve ter tid o o batismo de João antes de sua
crucificação não
tem base. Tal batismo não teria sido melhor do que o batismo recebido pelos
doze em Éfeso,
porque teria sido, como o dos doze, sem fé em Cristo, portanto não válida. O
esforço para
estabelecer que as palavras de Cristo ao ladrão formaram uma pergunta em
vez de uma
declaração é absurdo e sem o mais leve pretexto no grego. Que o paraíso é o
céu, a presença
imediata de Deus, está evidente de Apoc. 2:7 e 22:1,2.
220
Tomamos ?água? em João 3:5 como um símbolo da Palavra de Deus na base
dos
seguintes fatos escrituristicos:
(a). A regeneração é uma lavagem (Tito 3:5) e é pela Palavra (Tiago 1:18; I
Pedro 1:23).
(b). A purificação operada pela Palavra é como a ?lavagem da água? Efe. 5:26.
Que é mais natural então do que ?água? em João 3:5 representando o efeito
purificador da
Palavra na regeneração?
Alguns interpretam água em João 3:5 para referir -se ao nascimento natural.
Uma
interpretação tal é forçada e desnatural. Em nenhuma parte da Bíblia se fala do
nascimento
natural como um nascimento da água. E não havia necessidade de se dizer a
um homem que ele
tinha de nascer naturalmente para poder entrar no reino de Deus. A construção
da frase também
favorece a idéia que um só batismo é aqui referido. A preposição ?de? oc orre
antes de água só no
grego.
2. CONSIDERADA POSITIVAMENTE
A regeneração é operada:
(1). P lo Espíri|o San|o
João 3:5 nos diz que o novo nascimento é pelo Espírito Santo. Há dois sérios
erros em
referência à obra do Espírito Santo na regeneração. Um é qu e Ele opera (pelo
menos em alguns
casos) inteiramente independente e à parte da Palavra escrita de Deus. Isto é
sustentado pelos
Cascaduras. Conseqüentemente, eles crêem que os homens podem salvar -se
sem o conhecimento
da Palavra de Deus escrita. As passag ens que atribuem à Palavra de Deus
num lugar na
regeneração, que são notadas sob a próxima epígrafe, refutam esta noção. O
outro erro a que aqui
nos referimos é o ensino que o Espírito na regeneração não age imediatamente
sobre a alma, mas
somente imediatamente por meio da Palavra. Isto é o ensino dos campbelistas.
?As asserções
escrituristicas da morada do Espírito Santo e do Seu imenso poder na alma
proíbem-nos
considerar o divino espírito na regeneração como vindo em contato, não com a
alma, mas
somente com a verdade. Desde que a verdade é só o que é, simplesmente,
não pode haver
221
mudança operada na verdade. As frases ?energizar a verdade?, ?intensificar a
verdade?,
?iluminar a verdade?, não tem sentido próprio, uma vez que Deus não pode
fazer a verdade mais
verdadeira. Se se opera alguma mudança, ela deve ser operada não na
verdade senão na alma.?
(Strong, Systematic Theology, pág. 453).
A depravação e inabilidade por natureza de receber a verdade e virar -se do
pecado para
Cristo e para a justiça (Jeremias 13:23; João 6:65; 1 Cor. 2:14) também
mostram a necessidade
absoluta do impacto imediato e da operação do Espírito Santo sobre a alma na
regeneração. ?O
mero aumento de luz não fará que o cego veja; a doença do olho deve primeiro
ser curada para
que o cego veja objetos externos. Assim a obra de Deus na regeneração deve
ser executada dentro
da alma mesma. Sobre a cima de toda a influência da verdade deve estar a
influência direta do
Espírito Santo sobre o coração.? (ibid).
(2). Usando a ins|rum n|alidad da palavra
A instrumentalidade da Palavra na regeneração está ensinada em Efes. 5:26;
Tia. 1:18; 1
Ped. 1:23. É evidente de 1 Ped. 1:25 que a palavra nestas passagens é a
Palavra escrita ou pregada
antes que o Verbo encarnado (que é Cristo). Em 1 P ed. 1:23 a palavra está
caracterizada como
aquilo que ?vive e permanece para sempre?. Então, no verso 24, está referido
a natureza perecível
de outras coisas. E, no verso 25, a duração da Palavra está de novo referida, e
está plenamente
especificada que a referida Palavra é ?a Palavra de boas novas que vos foi
evangelizada?
(tradução correta).
Veremos mais adiante a evidência da instrumentalidade da Palavra na
regeneração
quando notamos em nossa consideração de fé, o que é o objeto e a base de fé,
a qual é operada
em nossos corações como parte da regeneração.
Todavia, carece de ficar entendido que na primeira fase da regeneração
(vivificação) o
Espírito opera sobre a alma independente da Palavra. À alma espiritualmente
morta deve-se dar
vida antes que ela po ssa ver e agir sobre a verdade. É na vivificação que se
pode vir a Cristo
(João 6:65). É assim que Deus dá homens à possessão de Cristo (João 6:37).
?Na mudança
primaria de disposição, a qual é o traço essencialíssimo da regeneração, o
Espírito de Deus age
diretamente sobre o espírito do homem. Na consecução do exercício inicial da
nova posição ? a
222
qual constitui o traço secundário da obra de Deus na regeneração ? a verdade
é usada como um
meio. Daí, talvez, em Tiago 1:18, lemos: ?Do seu próprio querer ele nos gerou
pela Palavra da
verdade?, em vês de ?Ele nos ganhou pela Palavra da Verdade? ? a referência
sendo ao
secundário, não ao primário, traço da regeneração? (Strong, Systematic
theology, pág. 454)
IV. EVIDENCIAS DO NOVO NASCIMENTO
1. CONFIANÇA GENUÍNA EM CRISTO SÓ PARA A SALVAÇÃO.
Notamos que a fé é operada no coração como uma parte (a secundária) ou
regeneração.
Isto é necessariamente assim porque a nova natureza não pode estar na
incredulidade. A fé que se
opera no homem pela regeneração não se d etém por menos que implícita
confiança e certeza em
Cristo como salvador pessoal. Não é meramente crença a respeito dEle, mas
fé e confiança nEle e
sobre Ele. Isto é tão abundantemente evidente das passagens que tratam da fé
que argumento
mais extenso não é preciso para substanciá-lo.
Ninguém se regenerou até que esteja pronto a confiar o seu eterno bem -estar
inteiramente
a Cristo. Deve ter se arrependido das obras mortas (Heb. 6:1) . Todas as obras
engajadas para a
salvação são obras mortas. Nenhuma fé se conta por justiça e portanto não é
fé salvadora. Exceto
a fé do que ?não obra? para salvação (Rom. 4:5). Enquanto alguém está
olhando para qualquer
coisa que não Cristo, não esta o tal regenerado.
2. O TESTEMUNHO E A PRESENÇA MORADORA DO ESPÍRITO
Rom. 8:16,9; 1 João 3:24; 4:13. O testemunho e a habitação do Espírito não se
evidência
por algum sentimento vago, místico, abstrato, mas pelo constante poder
regente do Espírito
(Rom. 8:14) produzindo devoção a Deus e uma vida obediente. É pela
habitação constante do
Espírito e Sua operação em nós que Deus executa até ao fim a obra que Ele
começa em nós na
regeneração (Fil. 1:6, 2:13). O testemunho e a moradia do Espírito estão
evidenciados em todos
os modos subseqüentes.
3. PRONTIDÃO EM ACEITAR A PALAVRA DE DEUS
223
João 8:47. Uma pessoa regenerada mostrará sempre um desejo de conhecer a
vontade do
Seu Pai em tudo a seguir essa vontade quando se torna conhecida. Não se
achará andando
continuamente em obstinada rebelião contra a verdade.
4. ESTADO CÔNSCIO DE PECADO
Rom. 7:14-25; 1 João 1:8. Nenhuma pessoa salva crer -se-á sem pecado. Os
que crêem,
estão enganados e sem a verdade, pela qual somos regenerados (Tia. 1:18) e
feitos livres (João
8:32). Isto o torna claro que não estão salvos. A nova natureza reconhecerá
sempre a presença do
pecado no corpo, como no caso de Paulo (Rom. 7:14 -25). Essa nova natureza
tem em si mesma a
unção iluminante do Espírito (1 João 2:27) e participa da natureza de Deus
mesmo (2 Ped. 1:4),
sendo criada em justiça e verdadeira santidade (Ef e. 4:24). Não pode estar
cega ao pecado.
5. AMOR DE DEUS E JUSTIÇA
João 8:42; Rom. 7:22; 2 Cor. 5:17; 1 João 4:16 -19. Juntamente com o estado
cônscio de
moradia do pecado estará um amor de Deus e justiça, tal como no caso de
Paulo. Paulo achou o
pecado no corpo, mas contudo alegrou-se na Lei de Deus segundo o homem
interior.
6. UMA VIDA QUE É OBEDIENTE SEGUNDO O SEU TEOR PRINCIPAL
João 14:21-24; Rom. 6:14; 8:6,13; Gal. 5:24; 1 João 1:6; 2:4,15; 3:8,9; 2 João
6. A vida
da pessoa salva não será perfeita, mas será justa e obediente quanto ao seu
teor principal. Para
mais extensa discussão desta matéria vide estudo de 1 João 2:4.
7. PURIFICAÇÃO PROGRESSIVA
1 João 3:3. Enquanto o crente nunca alcançará perfeição sem pecado nesta
vida, contudo
ele sempre batalha contra os seus próprios pecados.
8. AMOR DE OUTROS CRENTES
1 João 3:14, 5:2. Há uma tal afinidade entre as pessoas regeneradas que elas
se amam
mutuamente. Uma evidência deste amor é que elas se alegram na presença e
amizade de uns
224
pelos outros. Deus, porém, ajuntou um outro teste de nosso amor pelos irmãos:
se amarmos a
Deus e guardamos os Seus mandamentos sabemos que amamos os filhos de
Deus. Vede a
segunda passagem à cima. Assim, de novo somos trazidos de volta à matéria
de obediência a
Deus.
9. PERSEVERANÇA ATÉ AO FIM.
Mat. 10:22; Rom. 11:22; Fil. 1:6; Col. 1:23; 1 João 3:9; 5:4. A perseverança
tanto é uma
doutrina da Escritura como a conservação. Pela conservação de Deus somos
levados a perseverar.
Estas duas doutrinas são perfeitamente coerente s e precisam de ser
sustentadas e pregadas como
verdades gêmeas. Ninguém alcançará o céu senão aqueles que resistem
firmes até ao fim e
vencem o mundo. Vide as promessas aos vencedores no Apoc. 3 e 4.
Nenhumas promessas a
outros. Mas todos dentre os regene rados vencerão (1 João 5:4).
225
Cap 24 - A Conversão
Virando do lado divino da salvação para o humano, somos trazidos a uma
consideração da
conversão. Notamos:
I. A CONVERSÃO DEFINIDA
1. A CONVERSÃO PROPRIAMENTE
Por conversão propriamente queremos dizer o sentido técnico e teológico em
que o termo
é comumente usado. Neste sentido tem sido definido como segue:
?Conversão é aquela mudança voluntária na mente do pecador em que ele se
vira do
pecado, por um lado, e para Cristo, doutro lado. O elemento primário e
negativo da conversão,
nomeadamente, virar-se do pecado, denominamos arrependimento. O
elemento da conversão,
último e positivo, nomeadamente virar -se para Cristo, denominamos fé.? E
outra vez: ?Conversão
é o lado humano ou aspecto daquela mudança espir itual fundamental, que,
vista do lado divino,
chamamos regeneração.? - A. H. Strong, em Systematic Theology, pág. 460.
Podemos ir mais longe do que Strong vai à última citação e dizer que a
regeneração, ou o
novo nascimento, no seu sentido mais largo, incl ui a conversão, que está assim
apresentada em
tais passagens como Ti. 1:18 e 1 Pedro 1:23, onde a Palavra de Deus está
distintamente
representada como o instrumento do Espírito Santo na regeneração. Se o novo
nascimento
significasse somente a comunhão de vida, então não haveria necessidade da
instrumentalidade da
Palavra. De modo que podemos dizer que a regeneração tem tanto do lado
divino como do
humano. O lado divino podemos chamar vivificação e o humano conversão.
Aquelas passagens
que falam de vivificação tem referência, talvez, só ao lado divino , enquanto
que as passagens
que falam de regeneração, gerar e nascimento, referem -se à obra completa de
trazer o homem do
pecado à fé salvadora em Cristo.
2. CONVERSÃO NO SEU SENTIDO GERAL
226
Do fato de a Palavra conversão significar, simplesmente, um virar, toda volta do
cristão do
pecado, subseqüente à primeira, pode, num sentido subordinado, ser
denominado uma conversão
(Lc. 22:32). Desde que a regeneração não é santificação completa e a
mudança da disposição
regente não é idêntica à purificação completa da natureza, tais voltas
subseqüentes do pecado são
conseqüências necessárias e evidencias da primeira (Cf. João 13:10). Mas não
implicam, como a
primeira, mudança na disposição regente, - antes são novas manifestações da
disposição já
mudada. Por esta razão, a conversão própria, como a regeneração, de que é o
lado obverso, pode
ocorrer apenas uma vez.- A. H. Strong, em Systematic Theology, pág. 461.
Neste capítulo temos referência ao sentido técnico e teológico da conversão
como dado no
primeiro caso supra.
II. A ORDEM LÓGICA DE VIVIFICAÇÃO E CONVERSÃO
Como afirmamos acima, vivificação e conversão parecem ser os lados divinos
da
regeneração ou o novo nascimento. É nosso propósito agora, portanto,
considerar a questão
quanto ao que é logicamente primeiro, o lado divino ou o humano, na
regeneração. Propôs esta
questão é respondê-la a todos que são capazes de pensar logicamente. O lado
divino é certíssima
e logicamente anterior ao lado humano. Em considera ção desta atitude
notemos:
1. PROVAS APRESENTADAS
(1). A conv rsão nvolv virar-s do p cado, o qu o hom m por na|ur a não
pod fa r.
Por natureza o homem pode reformar sua vida até um certo ponto: pode virar -
se de
algumas formas de pecado; mas, por na tureza não pode mudar a disposição
regente de sua
natureza. Está isso provado em Jer. 13:23, que reza: ?Pode o etíope mudar
sua pele, ou o leopardo
as suas manchas? Assim podeis vós também fazer o bem, acostumados a
fazer o mal?? O pecador
está acostumado a fazer o mal; logo, é-lhe impossível virar-se do mal (pecado)
até que sua
disposição regente se mude. Isto é só tão impossível como é para o mais preto
dos negros fazer-se
branco, ou o leopardo despir -se do seu manto malhado.
(2). A conv rsão é agradáv l a D us o hom m na|ural não pod agradar a
D us.
227
Ninguém pode duvidar da primeira parte da afirmação supra. A última parte
está provada
em Rom. 8:8, que diz: ?Os que estão na carne não podem agradar a Deus.?
Isto inclui a todos a
quem Deus não deu uma nova natureza.
(3). A conv rsão é uma boa coisa n nhuma boa coisa pod proc d r do
coração na|ural
Disse Paulo que não havia nenhuma coisa boa na sua natureza carnal (Rom.
7:18). Esta é
a única natureza que o homem possui até que Deus lhe de uma nova; p ortanto,
a doação da nova
natureza, ou vivificação, deve vir antes da conversão. Afirmar diferente é negar
a depravação
total, a qual significa que o pecado permeou cada parte do ser humano e
envenenou cada
faculdade, não deixando no homem natural nenhuma coisa boa.
(4). A conversão envolve submeter-se alguém à vontade ou à Lei de Deus e
isto é impossível ao
homem natural
Que tal é impossível ao homem natural está estabelecido em Rom. 8:7, onde
lemos: ?A
inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus e
nem em verdade o
pode ser.?
(5). A conversão envolve receber a Cristo como Salvador de uma pessoa, o
que é uma coisa
espiritual, e o homem natural não pode receber coisas espirituais.
Esta última verdade está declarada em 1 Cor. 2:14; como segue: ?O homem
natural não
pode receber as coisas de Espírito de Deus: porque são para ele loucura; não
pode conhece-las,
porque se discernem espiritualmente.? Se a verdade do poder salvador de
Cristo pela fé não é
uma coisa do Espírito de Deus, a saber, uma coisa que o homem pode
entender somente pela
revelação do Espírito, então que verdade é uma coisa do Espírito de Deus?
(6). A conversão envolve fé e a fé opera -se no homem pelo mesmo poder que
levantou Jesus
dentre os mortos.
Tal é a declaração de Efe. 1:19,20, na qual lemos da ?sobre -excelente
grandeza do Seu
poder em nós, os que cremos, segundo a operação da força do Seu poder, a
qual operou em Cristo
ressucitando-O dos mortos.?
228
(7). A conversão é uma ressurreição espiritual e numa ressurreição a
comunicação da Vida Deve
sempre preceder a manifestação da Vida nascente
A conversão está representada em Efe. 2:4 -6 como uma ressurreição
espiritual, que diz:
?Deus, que é rico em misericórdia, pelo Seu grande amor com que nos amou,
ainda quando
estávamos mortos em pecados, nos vivificou juntamente com Cristo (pela
graça somos salvos); e
juntamente nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo
Jesus.? O
ressuscitar aqui representa a conversão. Assim, a questão que estam os
considerando é quanto ao
que é primeiro, o vivificar ou o ressuscitar. Não pode haver dúvida razoável que
o vivificar é o
primeiro num sentido lógico.
(8). A conversão envolve a vinda de Cristo e o ato do Pai em dar homens a
Cristo precede a
vinda deles a Cristo
Em João 6:37 lemos como segue: ?Todos quantos o Pai me dá virão a mim.?
Certamente
que esta passagem coloca o ato do Pai em dar homens a Cristo logicamente
anterior à vinda deles
a Ele, o Filho. Este ato do Pai é um ato discriminativo e efetivo, porque todos
que são dados vem
e todos os homens não vem. De modo que este ato de dar não podia aludir ao
mero dar da
oportunidade de vir a Cristo nem podia aludir à ?graciosa habilidade? assim
chamada ou ?graça
proveniente? que se supõe pelos seus advogad os ser dispensada a todos os
homens. O ato não
pode referir-se a nada menos que à doação atual de homens à possessão
imediata de Cristo por
vivificá-los à vida. Os homens vêm a Cristo na conversão. Assim o vivificar
deve preceder a
conversão.
(9). A conversão envolve a vinda a Cristo e nenhum homem pode vir a Cristo a
menos que Deus
lhe de habilidade para fazer assim
Em João 6:35 lemos: ?Nenhum homem pode vir a mim se por meu Pai lhe não
for
concedido.? Esta passagem, como a notada há pouco, não se refere à mera
doação de
oportunidade de vir a Cristo, nem à comunicação de ?habilidade graciosa?
assim chamada ou
?graça proveniente? pelas mesmas razões apresentadas supra em comentar
João 6:37. Esta última
passagem, assim como a primeira, refere -se a um ato discriminativo, efetivo. O
contexto o faz
229
claro no caso de João 6:65. As palavras desta passagem foram faladas em
vista de e como uma
explicação do fato que alguns não crêem.
Nenhuma destas últimas passagens pode referir -se a qualquer espécie de
mera ajuda que
Deus pudesse supostamente dispensar ao homem natural, porque
arrependimento e fé não podem
proceder do coração natural, segundo já o mostramos. Ambas as passagens
não podem referir-se
a nada menos que o poder vivificador de Deus, no qual os homens se habilitam
a vir a Cristo.
2. AS ESCRITURAS EXPLICADAS
Sendo verdade que a conversão é o resultado de vivificar e, portanto, não uma
condição
disso, pode ser perguntado como entendermos aquelas passagens que fazem
da fé uma condição
de filiação. Vide João 1:12; Gal. 3:26. Respondemos que essas passagens se
referem à filiação
através da adoção e não a filiação através da regeneração. Como já notamos,
a adoção é um termo
legal: ela vem como um resultado imediato da justificação. Não é o mesmo
como um resultado
imediato da justificação. Não é o mesmo como a regeneração. Ela confere o
dir i|o de filiação. A
regeneração confere a natureza de filhos.
III. A RELAÇÃO CRONOLÓGICA DA VIVIFICAÇÃO E DA CONVERSÃO
Porque a vivificação precede logicamente a conversão nã o é prova que assim
o faz
cronologicamente, ou quanto ao tempo. Mantemos que a vivificação não
precede a conversão em
matéria de tempo senão que ambas são sincrônicas ou simultâneas. Notemos:
1. ARGUMENTOS EM PROVA DISTO
(1). Uma diferença cronológica entr e vivificação e conservação envolveria a
monstruosidade de
um individuo com vida do alto e contudo na incredulidade.
Na comunicação da vida divina participamos da natureza de Deus (2 Ped. 1:4).

impossível que uma semelhante natureza fosse em incredulid ade. Todos os
incrédulos na Bíblia
dizem-se como estando mortos. Daí, não pode ser que haja ainda um tempo
quando haja vida sem
fé.
230
(2). A Escritura declara que somente o que tem o Filho tem vida.
Isto está declarado em 1 João 5:12. Ter o Filho envolve crer no Filho. Daí,
ninguém tem a
vida exceto crentes; ou, para pô -lo de outra maneira, todos os que têm vida são
crentes; logo, não
pode haver período algum de tempo entre vivificar e converter.
2. EXPLICAÇÃO
Como pode haver uma sucessão lógica sem uma sucessão cronológica? Um
número de
ilustrações podia ser dado para mostrar que é possível, mesmo no reino físico.
Uma ilustração
apta é como segue. Imagine -se um tubo que vá da costa do Atlântico dos
Estados Unidos ao
Pacífico. Agora imaginai também que est e tubo está cheio de um fluido
incompreensível. Que se
faça pressão deste fluido na costa atlântica, instantemente será registrada no
Pacífico. Todavia,
logicamente, a exerção da pressão deve preceder o assentamento dela no
outro extremo.
Damos então a seguinte bela ilustração da simultaneidade de vivificação e
conversão. É
de Alvah Hovey, como dada por A. H. Strong: ?Ao mesmo tempo em que Deus
faz sensível a
chapa fotográfica, Ele derrama a luz da verdade por meio da qual se forma na
alma a imagem de
Cristo. Sem a sensibilização da chapa ela nunca fixaria os raios de luz de modo
a reter a imagem.
No processo de sensibilizar, a chapa é passiva; sob a influência da luz é ativa.
Tanto em
sensibilizar como em tirar o retrato o agente real não é nem a chapa nem a luz,
mas o fotógrafo.
Fotógrafo não pode executar ambas as operações no mesmo momento. Deus
pode. Ele dá o novo
afeto e no mesmo instante Ele consegue o seu exercício em vista da verdade.?
3. OBJEÇÃO RESPONDIDA.
A posição pré-citada pode ser objetado que ?a tristeza divina obra
arrependimento? e que
um morto em pecado não pode ter tristeza divina. Isto é verdade, mas a tristeza
divina obra
arrependimento instantaneamente e é sincrônico com o arrependimento. É
impossível conceber
apropriadamente um homem como tendo tristeza divina sem possuir também
uma mente mudada
ou atitude mudada para com o pecado. A tristeza divina, a mesma como
vivificar, precede
logicamente o arrependimento, mas nenhuma delas o precede
cronologicamente.
231
Cap 25 - ARREPENDIMENTO E FÉ
No último capítulo notamos que a conversão é feita de arrependimento e fé.
Isto então nos
traz em nosso estudo à consideração deles.
I. O ARREPENDIMENTO CONSIDERADO SÓ
1. AS PALAVRAS ORIGINAIS
Estas duas palavras numa só são "metanoeo" (sendo a forma correspondente
do nome
"metanoia") e "metamelomai" (da qual a forma do nome não ocorre em o Novo
Testamento). Só
a primeira palavra se associa com a salvação. A última palavra é usada em
Mat. 21:29 (no caso
do filho que primeiro recusou obedecer a seu pai, mandando-o trabalhar na
vinha, mas depois...
arrependeu-se e foi?); Mat. 21:32; 27:3 (no caso de Judas); Rom. 11:29; 2 Cor.
7:8,10 e Heb.
7:21.
A respeito dessas duas palavras, diz Thayer: ?Que? metanoeo ?é o termo mais
amplo e
mais nobre, expressivo de ação moral e conseqüências, está indicado não só
por sua derivação
senão pela maior freqüência do seu uso...?
2. DUAS ESPÉCIES DE ARREPENDIMENTO
Há um arrependimento evangélico e há também um arrependimento legal. O
arrependimento legal surge inteiramente a través do temor das conseqüências
do pecado. Esta é a
espécie que Judas provou. O arrependimento evangélico é acompanhado de
tristeza segundo
Deus e se opera no coração pelo Espírito regenerador de Deus. É
arrependimento evangélico que
ora consideramos nesse capítulo.
3. OS ELEMENTOS CONSTITUINTES DO ARREPENDIMENTO
(1). O p cado é r conh cido.
O homem deve ver-se a si mesmo como diferente de Deus e em rebelião
contra Deus.
Deve ver a oposição que vai de sua condição com a santidade de Deus. Deve
ver que Deus
232
detesta sua condição e seu estado. O reconhecimento do pecado que entra no
arrependimento para
a salvação tem a ver, primariamente, não com o fato que o pecado traz castigo
senão com o fato
que o pecado ofende a Deus. Há, sem dúvida, um temor das con seqüências
eternas do pecado; o
que não é, porém, a coisa primária.
Este reconhecimento do pecado é convicção e ele constitui o elemento
intelectual do
arrependimento.
(2). O p cado é lam n|ado aborr cido.
A tristeza divina entra no arrependimento. Quando alguém se vê a si mesmo
como se fora
diante de Deus, ele é trazido a lamentar o seu pecado e a aborrecê -lo. Isto é o
elemento emocional
do arrependimento.
(3). O p cado é abandonado
Não é completo o arrependimento enquanto não houver uma deserção ín tima
do pecado
que conduz a uma mudança externa da conduta. Isto é o elemento voluntário
ou volitivo do
arrependimento. Assim o arrependimento concerne à inteira natureza interna:
intelecto, emoção e
vontade.
4. O ARREPENDIMENTO É INTERNO
Ao passo que o arrependimento sempre se manifesta exteriormente, contudo
de si mesmo
é interno, segundo o significado do original. A Escritura distingue entre
arrependimento e ?frutos
dignos de arrependimento? (Mat. 3:8; Atos 26:20).
5. O ARREPENDIMENTO E A PENITÊNCIA CONTRASTADOS
A tradução católica romana da Bíblia (Versão de Douay) substitui
?arrependimento? por
?penitência? como uma tradução de ?metanoeo?. Assim lemos pela Versão de
Douay: ?Fazei
penitência, porque o reino do céu está próximo.? (Mat. 3:2); ?A menos que
façais penitência,
todos igualmente perecereis.? (Lc. 13:5). ?Testificando tanto a judeus como
gentios penitência
para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo.? (Atos 20:21). E da
penitência diz a Versão de
233
Douay no comentário a Mat. 3:2: ?Cuja pala vra, segundo o uso das Escrituras
e dos santos
padres, não só significa arrependimento e correção de vida senão também
punição dos pecados
passados pelo jejum e tais exercícios penitenciais semelhantes.? Três coisas
podem ser ditas a
respeito deste comentário:
(1). É absolutamente falso dizer que a ?punição dos pecados passados pelo
jejum e tais
exercícios de penitências semelhantes? é uma parte do sentido da palavra
grega.
Como já foi notado, a palavra grega significa uma mudança interna. ?O
verdadeiro
arrependimento consiste de emoções mentais e emocionais, não de castigos
externos autoimpostos.
Mesmo a vida piedosa e a devoção a Deus resultantes são descritas não como
arrependimento senão frutos dignos de arrependimento? (Boyce, Abstract of
Systematic
Theology, pág. 384). ? Metanoeo? é feita de ?meta?, significando ?depois? e
?noeo?, significando
?perceber?, entender, meditar, ponderar, considerar.?
(2). Nega a suficiência da satisfação de Cristo pelos nossos pecados em franca
contradição com a
Escritura (Cf. Rom. 4:7,8; 10:4; Heb. 10:14; 1 João 1:7).
Desde que Cristo fez inteira satisfação pelos nossos pecados, não há para nós
punição a
aturar, exceto as conseqüências naturais do pecado. Deus castiga o crente
quando ele peca, mas
Ele nunca o pune tanto n esta vida como na vindoura. A punição é retributiva e
está baseada em
?olho por olho e dente por dente?. O castigo é corretivo e está baseado no
amor paternal. Cristo
não nos deixou nada a pagar e nós podemos cantar verdadeiramente:
Pagou-o |udo J sus;
A El |udo d vo na cru.
Rubra nódoa o p cado d ixou.
Lavando-a, alva como a n v ficou.
(3). Implica que os atos temporais da criatura podem expiar o pecado.
234
A Bíblia nada sabe de um tal ensino. Ela ensina que Cristo só pode fazer uma
expiação.
Mesmo na eternidade as almas no inferno nunca poderão expiar o pecado e
por essa razão não há
fim para a sua punição. Então o cântico, seguramente, fala a verdade quando
diz:
?Para s mpr m u choro v r| ss ;
S m folga m u  lo conh c ss ;
Não pod riam m u p cado xpiar,
Tu som n| , J sus, Tu d v s salvar.?
6. O ARREPENDIMENTO É UM DOM DE DEUS
As três passagens seguintes provam isto:
?A Ele Deus exaltou com a Sua destra para ser Príncipe e Salvador, para dar o
arrependimento a Israel e remissão dos pecados.? (Atos 5:31)
?Ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com
todos, apto
para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se
porventura Deus lhes
dará arrependimento para conhecerem a verdade? (2 Tim. 2:24,25).
?E quando ouviram estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus,
dizendo: ? Na
verdade, até aos gentios concedeu Deus o arrependimento para a vida? (Atos
11:18).
O sentido disso é, simplesmente, que o arrependimento se opera no homem
pelo poder
vivificador do Espírito Santo, como já o notamos.
II. A FÉ CONSIDERADA EM SEPARADO
Aqui temos a referência à fé salvadora; por isto notamos:
1. A FÉ SALVADORA DEFINIDA
235
A fé salvadora é confiança e firmeza no Senhor Jesus Cristo como o Salvador
pessoal de
alguém e portador de pecados. E, desde que a salvação inclui a santificação
tanto como a
justificação, a fé salvadora alcança a entrega do ser a Cristo.
2. A FÉ SALVADORA DISTINGUIDA DE SUAS IMITAÇÕES
(1). Cr nça his|órica
Isto é mera crença nos fatos da revelação como matérias de história, incluindo
a crença na
existência de Deus e em que houve um homem chamado Jesus que pretendeu
ser o Filho de
Deus. Pode ver-se prontamente que semelhante crença não tem valor
salvador.
(2). Ass n|im n|o in| l c|ual
Isto sobe mais um degrau, trazendo aceitação mental das coisas reveladas de
Deus e Jesus
Cristo. Assim, um que crê na existência de Deus vem a crer nEle como sendo
um ser segundo a
Bíblia O revela ser e um que crê que semelhante pessoa como Jesus viveu,
vem a crer que Ele era
o Filho de Deus e que Ele morreu como um sacrifício pelo pecado. Isto é um
passo para a fé
salvadora, mas não é ela mesma.
O campbelismo ensina que a fé salvadora não é nada mais que o precitado.
Ele se fia em
passagens como 1 João 4:15 e 5:1. Mas estas passagens devem ser
compreendidas à luz de toda a
outra Escritura e esta certamente proíbe que a crença referida nessas
passagens deveriam ser
entendida como sendo mero assentimento intelectual à deidade de Cristo. A fé
salvadora não é
meramente mental (intelecto), mas do coração (emoções). Vide Rom. 10:9,10.
A crença de que se
falou nas passagens supra é tal como é produzida no coração por um
conhecimento experimental
do poder de Cristo.
Dois fatos, então, quanto às circunstancias sob as quais estas expre ssões
foram
enunciadas, lançam luz sobre elas.
A. O perigo de se professar crença na deidade de Cristo foi tal nos dias
apostólicos que
ninguém o faria assim a menos que impulsionado por verdadeira fé nEle.
236
B. O cristianismo apresentou um tal contraste com o judaísmo e paganismo
que ninguém
creria na deidade de Cristo sem verdadeira fé nEle. Aqueles que não tinham
esta fé considerariam
a Jesus como um impostor.
3. A FÉ COMO UM DOM DE DEUS
Isto está provado pelas passagens já citadas que designam o arrep endimento
como um
dom de Deus; porque, como veremos, o arrependimento e a é são graças
inseparáveis. Cada uma,
quando aparece só nas Escrituras, abraça a outra; porque, se isto não fosse
verdade, as passagens
que mencionam só uma ou outra, ensinavam que al guém possa salvar-se tanto
sem
arrependimento como sem fé.
Isto também está provado por passagens que ensinam que a nossa vinda a
Cristo e crença
nEle são o resultado da obra do poder de Deus. Vide João 6:37,65; Efe.
1:19,20. Isto está ainda
provado pelo fato que a fé é um fruto do Espírito Santo (Gal. 5:22).
4. A FÉ NÃO TEM MÉRITO EM SI MESMA
A fé é meramente o canal através do qual a graça justificante e santificante de
Deus flui
na alma. A Fé não é mais meritória do que o ato de se receber um dom. A Fé
não é de modo
algum substituto de nossa obediência à Lei, nem ela traz um rebaixamento da
Lei de modo que
preenchamos suas exigências. A fé está uma vez referida na Escritura como
trabalho (João 6:29),
não que seja da Lei, mas somente que o homem esteja ativamente engajado
no seu exercício.
?Como um dom de Deus e como a mera tomada de misericórdia imerecida,
está expressamente
excluída da categoria de obras sobre a base de que o homem pretenda
salvação (Rom. 3:28;
4:4,5,16). Não é o ato da alma completa d ar senão o ato da alma vazia
receber. Conquanto esta
recepção seja movida por uma retirada do coração para com Deus, ornada
pelo Espírito Santo,
está retirada do coração ainda não é um amor cônscio e desenvolvido:
semelhantemente amor é o
resultado da fé (Gal. 5:6)? (A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 469, 470).
5. A FÉ NECESSARIAMENTE SE EXPRESSA EM OBRAS
237
A fé é um princípio dinâmico. Ela ergue o amor e, portanto as obras (Gal. 5:6).
A fé que
não se expressa em obras é uma fé morta, o que é só uma outra maneira de
dizer que é espúria ou
irreal (Tia. 2:17).
6. A FÉ É DISTINGUIVEL DA ESPERANÇA
A fé e a esperança são muito aparentadas; mas ambos os termos não são
sinônimos. Fé e
esperança diferem nas seguintes maneiras:
(1). Fé é confiança; sp rança é xp c|ação
A diferença aqui é estreita, mas é uma diferença tal como é comum entre
vários termos
um tanto parecidos. Tanto a fé como a esperança envolvem ?a idéia de
confiança, mas com o uso
de preposições diferentes? (Boyce). ?Confiamos em? como um ato de fé.
?Confiamos para? em
esperança.
(2). ?A Fé é firm a sobr algo agora pr s n| como conh cido ou crido,
Esp rança s|á
olhando pra dian| , para algo no fu|uro?. (Boyc ).
(3). Cris|o é o obj |o da fé; ao passo qu a salvação, lib rdad do p cado,
glorificação céu
são os obj |os da sp rança.
(4). A sp rança r sul|a da fé , por|an|o, não pod s r fé. Vid Rom. 5:2 -6;
15:4-13; Gal. 5:5;
H b. 11:1.
7. O TERRENO DA FÉ
Cristo, objetivamente revelado à mente e ao coração, é o alicerce da Fé. Está
isto
implicado em toda a Bíblia e está iniludivelmente ensinado em Rom. 10:11 -17.
Lemos ali que ?a
fé vem pelo ouvir? e ali também achamos a pergunta (implicando uma
possibilidade): ?Como
crerão naquele de quem não ouviram.? A Bíblia nada sabe, absolutamente
nada, sobre uma fé
s cr |a, assim chamada, que pode existir à parte do conhecimento de Cristo,
tal como alguns
cascaduras ensinam.
238
No Velho Testamento Cristo foi revelado, não somente através de tipos e
sombras, mas
por meio de profetas, tal como Isaias. E nos é dito plenamente que o
Evangelho foi pregado a
Abraão e Israel (Gal. 3:8; Heb. 4:2).
III. ARREPENDIMENTO E FÉ CONSIDERADOS JUNTAMENTE
O arrependimento e a fé são graças sincrônicas inseparáveis. Temos aqui
referencia, sem
dúvida, a esse arrependime nto (significado por ?metanoeo? e ?metanoia?) que
é para salvação e
não à espécie (significado por ?metamelomai?) que Judas provou.
Que o arrependimento e a fé são sincrônicos ou simultâneos é evidente do fato
que,
quando um homem é vivificado para a vida, não pode haver lapso de tempo
antes dele
arrepender-se, nem pode haver qualquer depois que ele crê. De outra maneira
teríamos a nova
natureza em rebelião contra Deus e em incredulidade. Assim não pode haver
ordem cronológica
em arrependimento e fé.
Uma outra coisa que mostra a inseparabilidade do arrependimento e da fé é o
fato que a
Escritura muitas vezes menciona somente um de ambos como o meio de
salvação. Por causa
deste fato devemos pensar de cada um, quando usado separadamente, como
compreendendo o
outro.
239
Cap 26 - A Justificação
I. A JUSTIFICAÇÃO DEFINIDA
A justificação é aquele ato de Deus instantâneo, eterno, gracioso, livre e
judicial, pelo
qual, devido ao mérito do sangue e da justiça de Cristo, um pecador
arrependido e crente é
livrado da penalidade da Lei, restaurado ao favor de Deus e considerado como
possuindo a
justiça imputada de Jesus Cristo; em virtude de tudo de que recebe adoção
como um filho.
II. O AUTOR DA JUSTIFICAÇÃO
Deus é o autor da justificação. O homem nada tem que ver com a sua
justificação, salvo
para recebê-la através da fé que o Espírito Santo o habilita a exercer. A
Escritura declara: ?É
Deus que justifica? (Rom. 8:33). E outra vez lemos: ?Sendo justificados
livremente pela Sua (de
Deus) graça por meio da redenção que e stá em Cristo Jesus? (Rom. 3:24).
De Cristo se pode dizer que nos justifica só no sentido que Ele pagou o preço
da
redenção.
III. A NATUREZA DA JUSTIFICAÇÃO
1. É INSTANTÂNEO
É um ato e não um processo. Ocorre e está completa no momento em que o
indivíduo crê.
Não admite graus ou fases. Do publicano se diz ter descido à sua casa
justificado. Ele foi
justificado completamente no momento em que colocou sua fé na obra
propiciatória de Cristo. A
justificação do crente está posta sempre em tempo passado. Em toda a Bíblia
não há o mais leve
vislumbre de um processo contínuo na Justificação.
2. É ETERNA
Quando alguém se justifica, justificado está por toda a eternidade. A
justificação não pode
jamais ser revogada ou revertida. É uma vez por todo o tempo e eternidade .
Por essa razão Deus
pergunta: ?Quem lançará qualquer acusação contra os eleitos de Deus??
(Rom. 8:33). Cristo
240
pagou inteiro resgate e fez completa satisfação por todos os crentes; doutra
maneira Cristo teria
de morrer outra vez, ou então o crente cai ria em condenação pelos seus
pecados futuros. Mas
lemos que a oblação de Cristo se fez uma vez por todas (Heb. 10:10), e que o
crente ?não entrará
em condenação, mas passou da morte para a vida? (João 5:24).
Tanto quanto a posição do crente está em foco, e le já passou o juízo. Foi
julgado e
absolvido completamente e eternamente. Que Paulo ensinou uma justificação
eterna e imutável
mostra-se no fato de ele sentir-se chamado a defender sua doutrina contra os
ataques dos que
contenderiam que ela dava licença ao pecado. Isto é a acusação que se faz
hoje contra a doutrina
que ora estabelecemos.
Finalmente lemos: ?Por uma oblação Ele aperfeiçoou para sempre aos que se
santificam?
(Heb. 10:14). Verdade é que são os santificados que estão sob consideração
nesta cita, mas é
aplicável aos justificados também; porque, santificados e justificados são um.
Se os santificados
são aperfeiçoados para sempre, assim são os justificados. A perfeição aqui é a
de estar diante de
Deus.
3. É GRACIOSA E LIVRE
O pecador não merece nada às mãos de Deus, exceto condenação. Logo, a
justificação é
inteiramente de graça. Está assim estabelecido em toda à parte na Escritura,
exceto por Tiago que
empregou o significado secundário do termo. No sentido primário do termo a
justificação nunca
está representada como sendo através das obras ou obediências do homem.
Vide Rom. 3:20; 4:2-
6; Tito 3:5.
E, enquanto que a justificação é na base da obra meritória e expiatória de
Cristo, contudo,
da parte de Deus, é livre e espontânea, tanto quanto Deus nã o estava sob
nenhuma obrigação de
aceitar a Cristo como nosso substituto.
4. É SOMENTE JUDICIAL E DECLARATIVA
A justificação, no sentido primário, é um termo forense ou legal. É um ato do
tribunal do
céu. Não faz o crente internamente justo ou santo. Fá -lo justo apenas quanto à
sua posição.
Muitos confundem sem cessar justificação e santificação; mas não são a
mesma coisa.
241
Justificação é apresentada como o oposto de condenação, ao passo que
santificação como o
oposto de uma natureza pecaminosa. Vide Rom . 5:18.
IV. O FUNDAMENTO DA JUSTIFICAÇÃO
O fundamento da justificação é o sangue e a justiça de Jesus Cristo. A fé é um
meio de
justificação, mas não é o fundamento dela. Nada no homem é fundamento da
justificação. Deus
requer perfeição. O homem, por causa da depravação da carne, não pode
render obediência
perfeita até mesmo depois da regeneração. Daí a justificação deve achar seu
fundamento fora do
homem.
A justificação toma tanto o sangue como a justiça de Cristo para constituir o
seu
fundamento. O Seu sangue nos justifica negativamente ; Sua justiça,
positivamente. Em outras
palavras, o sangue paga a penalidade pelos nossos pecados e a justiça dá
posição positiva perante
Deus.
Não há contradição entre Tiago e Paulo quanto ao fundamento da justificação.
Paulo
simplesmente usou a palavra grega ?dikaioo? no seu sentido primário, para
significar fazer
alguém legalmente justo, ao passo que Tiago a usou no seu sentido
secundário, para significar
como mostra e prova estar alguém justo ou tal como devera estar. O mesmo
uso que Tiago faz do
termo pode-se achar também em Mat. 11:9 e 1 Tim. 3:16. Paulo ensina que
nos é dada uma
posição justa diante de Deus pela fé; Tiago ensina que provamos nossa
justificação pelas nossas
obras.
Tanta necessidade há de reconciliar T iago consigo mesmo como de reconciliar
Tiago com
Paulo; porque Tiago afirma que ?Abraão creu em Deus e que isso lhe foi
reconhecido como
justiça? (Tiago 2:23). Vide Rom. 4:3.
V. O MEIO DE JUSTIFICAÇÃO
A fé em Cristo é o meio de justificação. Isto é, pela f é é que a justificação é
aplicada ou
feita experiencial. Ninguém se justifica senão os que crêem. A fé é logicamente
anterior à
justificação, ainda que não cronologicamente anterior. A justificação é através
da fé porque a
242
justificação é só uma de uma série de atos pelos quais Deus nos ajusta para
Seu reino aqui e além.
Sem fé a justificação se estragaria e não ajudaria a realizar o propósito de
Deus em nós.
A fé não tem mérito em si ou de si mesma. Ela não é aceita em lugar da nossa
obediência.
Nem ela produz um rebaixamento do padrão de Deus, de modo que possamos
ganhar favor com
Deus pelas nossas obras.
VI. OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO
1. LIBERDADE DA PENALIDADE DA LEI
Em Rom. 10:4 lemos: ?Cristo é o fim da Lei para justiça de todo àquele que
crê?. E Gal.
3:13 diz: ?Cristo nos remiu da maldição da Lei fazendo -se maldição por nós.?
Isto quer dizer que,
para o crente, a Lei não é mais um instrumento de condenação. Cristo
arrancou-lhe as garras para
o crente. O Monte Sinai ajuntou -se em tremenda fúria e atirou seus dardos de
condenação contra
Cristo sobre o madeiro. Ele recebeu esses dardos no Seu próprio corpo na
cruz, consumiu sua
força e robou-lhes o poder de condenarem o crente. Por essa razão o crente
nunca entrará em
condenação (João 5:24; Rom. 8:1). Cristo morreu como substituto do crente;
daí o crente é para a
Lei como um já morto.
2. RESTAURAÇÃO AO FAVOR DE DEUS
A justificação não só alforria meramente o homem da penalidade da Lei: fá -lo à
vista de
Deus como um que nunca quebrou a Lei. A justifica ção torna o crente tão
inocente perante Deus
em relação à sua posição como Adão foi antes de cair.
3. IMPUTAÇÃO DA JUSTIÇA DE CRISTO
As passagens seguintes ensinam que, na justificação, a justiça de Cristo nos é
imputada ou
reconhecida: Rom. 3:22, 4:3 -6, 10:4; Fil. 3:9.
Estas passagens nos ensinam que o crente não só é inocente perante Deus,
mas é
considerado como possuindo a perfeita justiça de Cristo; logo, tanto quanto se
considera a
posição e o destino do crente, ele é reconhecido como sendo tão justo c omo
Cristo. Sua posição
243
perante Deus é a mesma como aquela de Cristo. Nesta conexão o imortal
Bunyan escreveu: ?O
crente em Cristo está agora, pela graça, envolto sob uma justiça tão completa e
abençoada que a
Lei do Monte Sinai não pode achar nem falt a nem diminuição nele. Isto é o que
se chama a
justiça de Deus pela fé.?
4. ADOÇÃO DE FILHOS
Lemos: ?Deus enviou Seu Filho... para remir os que estavam debaixo da Lei, a
fim de
recebermos a adoção de filhos.? (Gal. 4:4,5). É na base desta redenção que
somos justificados. A
adoção é o topo da justificação. Cristo tomou nosso lugar; portanto, quando
cremos nEle,
tomamos Seu lugar como um filho. É assim que recebemos o direito de nos
tornarmos filhos.
Está em ordem a adoção para que sejamos ?herdeiros de Deus e co-herdeiros
com Cristo? (Rom.
8:17), e para que tenhamos um direito legal à herança ?incorruptível e
impoluta, que não fenece,
reservada no céu? para nós (1 Pedro 1:4). Quando fomos justificados, já
éramos filhos do diabo.
Não podíamos ser inascíturos como tais; daí tínhamos de ser transferidos da
família do diabo para
a de Deus por adoção. Tornamo -nos filhos experiencialmente pela
regeneração, mas legalmente
pela adoção. Regeneração e adoção não são as mesmas.
5. PAZ COM DEUS
Rom. 5:1. O crente tem paz com Deus por causa do conhecimento e através do
conhecimento de todos os benefícios precedentes.
Um resumo: De maneira a ajudar o estudante a agarrar melhor o que temos
dito, damos o
seguinte sumário, o qual é adaptada da discussão de Bancroft sobre o mét odo
da justificação
(Elemental Theology, pág. 206).
Somos justificados:
1. Judicialm n| por D us. Rom. 8:33
2. Causalm n| p la graça. Rom. 3:24
3. M ri|ória Manif s|am n| por Cris|o.
244
(1). Meritoriamente pela Sua morte. Rom. 5:9
(2). Manifestamente pela Sua ressurreição.
Rom. 4:25. A ressurreição de Cristo manifestou o valor justificante de Sua
morte.
4. M dia|am n| p la Fé. Rom. 5:1.
5. Evid ncialm n| p las Obras. Tiago 2:14 -24.
245
Cap 27 - A Santificação
Neste capítulo temos referência à santificação do crente. A aplicação da
palavra a outras
coisas será referida só para lançar luz sobre a santificação do crente.
I. O SIGNIFICADO DE TERMOS
O nome ?santificação? é a tradução do grego ?hagiasmos?. O verbo grego é
?hagiazo?. O
verbo hebraico correspondente é ?quades?. O nome grego é usado dez vezes
no Novo
Testamento. Cinco vezes está traduzido ?santificação? e cinco vezes está
traduzido ?santidade?.
O verbo grego é empregado vinte e nove vezes no Velho Testamento. Vinte e
seis vezes está
traduzido ?santificar?. Duas vezes é traduzido por ?honra?. Uma vez ocorre
voz passiva e está
traduzida ?sê santo?. ?Hagios? é outra palavra grega derivada de ?hagiazo? e
está usada tanto
como adjetivo como nome: como adjetivo ocorre noventa e três vezes c om
?pneuma? (Espírito)
para designar o Espírito Santo. Em sessenta e oito outros casos é usado como
adjetivo e está
traduzido ?santo?. Como nome está traduzido ?santíssimo? duas vezes, uma
vez como ?o mais
santo de todos?, quatro vezes ?O Santo?; três veze s ?lugar santo?; uma vez
?coisa santa?; três
vezes ?santuário? e ?santo? ou ?santos? sessenta e duas vezes.
O Léxico de Thayer define ?hagiazo? como significando ?dar ou reconhecer
por
venerável, honrar, separar de coisas profanas e dedicar a Deus, consagr ar;
purificar?, tanto
externamente - se cerimonialmente (1 Tim. 4:5; Heb. 9:13) ou por expiação
(Heb. 10:10; 13:12)
? como internamente. O significado de ?hagiasmo? e ?hagios? procede do de
?hagiazo?, segundo
o próprio uso deles.
II. A SANTIFICAÇÃO PASSADA DOS CRENTES
Há um sentido em que o povo salvo já foi santificado.
1. REFERÊNCIA ESCRITURÍSTICAS A ISSO
Atos 20:32; 26:18; 1 Cor. 1:2; 6:11; 2 Tess. 2:13; Heb. 19:19; 1 Ped. 1:2
2. NATUREZA DISSO
246
A santificação passada do crente é tríplice:
(1). Consagração
O crente foi consagrado ou dedicado ao serviço de Deus. Temos o tipo disto na
santificação do tabernáculo e do templo com seus petrechos e equipamentos.
Vide Ex. 29:37;
30:25-29; 40:8-11; Lev. 8:10,11; 21:23; 1 Reis 7:51; 2 Cor. 2:4; 5:1; 29:19. A
santificação
semelhante àquela que está ora sob consideração pode ser vista em Gên. 3:2;
Joel 1:14; Jer. 1:5;
João 10:36.
Santificação neste sentido é uma separação formal e externa para Deus. Não

pensamento aqui de santidade interna.
(2). Purificação l gal
Esta é a espécie de santificação referida em 1 Cor. 1:30; Efe. 5:26; Heb. 10:10;
13:12.
Aos olhos da Lei do Velho Testamento o crente é santo; porque Cristo, por Sua
morte, pagou a
penalidade da Lei e, pelo Seu sangue, lavou toda culpa (1 Cor. 6:11; Gal. 3:13;
Apoc. 1:5; 7:14).
(3). Purificação moral da alma
Noutro capítulo já indicamos que a regeneração remove toda depravação da
alma, ou
natureza espiritual do homem, de maneira que o único pecado que fica no
homem é o pecado da
natureza carnal, a qual é muitas vezes referida como corpo. Cremos que esta
espécie de
santificação está referida em 2Tess. 2:13 e 1Ped. 1:2, também 1 Cor. 6:11.
Tanto quanto diz respeito à remoção da presença do pecado da alma, o crente
tem uma
perfeita santificação moral, tan to como uma perfeita santificação formal e legal.
Fica no crente,
como veremos, a necessidade de mais santificação, mas esta não tem que ver
com a remoção do
pecado da alma. A alma se faz sem pecado na regeneração e neste sentido
está perfeitamente
santificada.
3. COMO É ELA REALIZADA
247
(1). D us, s m dvida, é o au|or d la
Ele é o autor de toda a boa coisa. Ele nos elegeu para ela. Ele a ideou e
planeou.
(2). O Espíri|o San|o é o Ag n| d D us na R aliação d la
1 Cor. 6:11; 2 Tess. 2:13; 1 Ped. 1:2.
(3). A mor| d Cris|o é à bas da obra do Espíri|o San|o
Vide as passagens dadas supra sob purificação legal.
(4). A fé é o m io
Atos 26:18. A fé é o meio pelo qual a alma se purifica (Atos 15:9; 1 Ped. 1:22).
(5). A palavra d D us é um m io S cundário
Isto é verdade porque a ?fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus?
(Rom. 10:17).
III. A SANTIFICAÇÃO PRESENTE DO CRENTE
Há um sentido em que o crente está sendo santificado.
1. REFERÊNCIA DA ESCRITURA A ELA
João 17:17,19; Rom. 6:19 -22; 15:16; 1 Tess. 5:23; Heb. 2:11; 10:14; 12:14; 1
Ped. 1:15.
Alistamos aqui passagens somente em que ?hagiasmos?, ?hagiazo? ou
?hagios? aparecem no
original. Há muitas outras passagens que, indiretamente, se referem à
santidade presente do
crente.
2. COMO É ELA REALIZADA
(1). D us é o au|or d la
João 17:17; 1 Tess. 5:23.
248
(2). O Espíri|o San|o é o ag n|
Rom. 15:16. O Espírito Santo realiza a nossa santificação presente por guiar
(Rom. 8:14),
transformar (Rom. 12:2; 2 Cor. 2:18), fortificar (Efe. 3:16), fazer frutífero (Gal.
5:22,23).
(3). A mor| d Cris|o é a bas
A morte de Cristo provê a base para tudo da obra do Espírito Santo.
(4). A palavra d D us é o Ins|rum n|o do Espíri|o
João 17:17. Isto está provado por todas as passagens que ensinam que a
verdade promove
obediência, previne e purifica do pecado, faz -nos odiar o pecado e causa -nos
crescer na graça.
Vide Salm. 119:9, 11, 34, 43, 44, 50, 93, 104; Heb. 5:12 -14; 1 Ped. 2:2.
(5). A fé é o m io principal
É pela fé que a instrumentalidade da Palavra se faz eficiente . A fé é ao mesmo
tempo o
resultado da obra santificadora do Espírito e o meio principal para Sua obra
santificadora ulterior.
(6). Nossas próprias obras são |ambém um m io para nossa pr s n|
san|ificação
Rom. 6:19. Assim como o exercício físico é necessá rio ao crescimento
espiritual. O
exercício físico desenvolve o apetite para o alimento, do qual recebemos
nutrição que produz
crescimento. O exercício espiritual desenvolve apetite para a Palavra de Deus,
do qual recebemos
nutrimento espiritual que produz crescimento na graça.
(7). Ou|ros m ios m nos dir |os
Entre outros meios menos diretos em nossa presente santificação nomeiem -se
a oração, o
ministério ordenado de Deus (Efe. 4:11,12), freqüência à igreja e associação
com crentes em
capacidade comunal, observância das ordenanças do batismo e da Ceia do
Senhor, a observância
do dia do Senhor e o castigo e as providências de Deus.
249
Tudo dessas coisas ajuda para com a nossa presente santificação, não por
causa de
qualquer virtude intrínseca de si mesmas, mas somente como de um ou outro
meio, trazem-nos
em contacto com a verdade divina, iluminam nossas mentes em relação a ela e
trazem-nos a uma
apreciação mais elevada dela e mais completa obediência a ela. É somente
desta maneira que o
batismo e a Ceia do Senhor contribuem para a nossa presente santificação.
Não são sacramentos e
muito menos sacramentos concessores de graças. A graça recebida por meio
das ordenanças não
é recebida x op r op ra|o ? do mero ato de observância.
3. A NATUREZA DELA
É ?aquela operação contínua do Espírito Santo, pela qual a santa disposição
comunicada
na regeneração é mantida e fortalecida? (Strong, Systematic Theology, pág.
483).
(1). O qu la não é
A. Não é um melhoramento da carne
Nossa presente santificação inclui o corpo ( 1 Tes. 5:23), mas não tanto assim
que altere
essencialmente a pecaminosidade da carne. A carne cobiça contra o Espírito
(Gal. 5:17). Mesmo
num soldado da cruz idoso e sasonado, como foi o apóstolo Paulo, vemos que
a carne estava
ainda inalterada (Rom. 7:14 -24). O corpo está incluído em que á alma, por
meio da santificação,
se dá maior controle sobre ele e assim está guardado, até certo ponto, de atos
ostensivos de
pecado; mas sua pecaminosidade essencial está latente.
B. Não é uma eliminação gradual de peca do na alma.
Como já notamos, a alma se torna impoluta na regeneração e se une com o
Espírito Santo.
Nenhum pecado fica na alma, portanto, a ser eliminado por nossa presente
santificação.
(2). O qu la é
A. É uma manutenção progressiva e fortalecimento da alma em santidade.
250
Por meio de nossa presente santificação nossas almas são confirmadas em
santidade.
Santo foi Adão na criação, mas não foi confirmado em santidade. A natureza
progressiva de
nossa presente santificação está bem implicada em Heb. 2:11 e 10:14, onde
está empregado o
particípio presente, que sempre denota ação progressiva.
B. É inteiramente interna
Nossa santificação passada é em parte externa, mas a presente é inteiramente
interna.
C. É prática.
Conquanto seja interna, contudo ela se man ifesta externamente em vida
prática cristã.
D. É experimental
Nossa santificação passada pode ser só muito escuramente experiêncial no
tempo em que
ela ocorre, mas a presente é definitivamente experiencial. O crente sente e
conhece o trabalhar do
Espírito no seu coração, fortalecendo -o, transformando-o de graça em graça (2
Cor. 3:18),
movendo-o à oração, aos estudo da Bíblia e outros exercícios e atividades
cristãs. E esta obra do
Espírito no crente é a fonte de sua firmeza. É deste modo que o Espírito
testemunha com os
nossos espíritos que somos filhos de Deus (Rom. 8:18).
E. É sempre incompleta nesta vida.
A nova vida jamais ganha perfeito controle sobre a natureza carnal; Isto nos
leva a
considerar:
IV. REFUTADA A DOUTRINA DE PERFEIÇÃO SEM PECADO
Um estudo da doutrina bíblica de santificação não é completo sem uma
consideração do
ensino que a impecabilidade é inatingível nesta vida. Urgimos sobre o seguinte:
1. OBJEÇÕES A ESTA DOUTRINA
251
(1). O apóstolo Paulo, a quem Deus estabeleceu como um exemplo huma no
para crentes (1 Tim.
1:16) e em cuja vida não estamos certos de se ver qualquer falta, não teve,
mesmo na velhice,
alcançada perfeição impecável.
É isto evidente de Rom. 7:14 -24. Absurdo é referir isto a Paulo antes da
regeneração. No
décimo quarto versículo há significativa mudança do tempo passado para o
presente. Fazer os
versos além do décimo quarto referir -se à vida de Paulo antes da regeneração
é fazer deles uma
monstruosidade gramatical. A última parte do verso vigésimo quinto mostra que
a vitória sobre o
pecado por meio de Jesus Cristo não tem lugar nesta vida. Isto também está
patente em Rom.
8:23-25. A vitória vem somente com a redenção do corpo, a qual terá logar na
ressurreição.
Outra vez, a linguagem de Rom. 7:14 -24 mostra que ela se refe re a um homem
salvo.
?Nenhum homem irregenerado pode verdadeiramente dizer: ?Eu consinto com
a Lei, que é boa?;
?Querer estar presente comigo?; ?Porque me deleito na Lei de Deus segundo
o homem interior?;
?Assim então, com a mente eu mesmo sirvo à Lei de D eus? (Pendleton,
Chistian Doctrines, pág.
301).
A idéia que em Rom. 7 temos a experiência de Paulo depois de ter sido salvo,
mas antes
santificado, enquanto que em Rom. 8 temos sua experiência depois de ter sido
santificado, é
também absurda. Como temos apontado, o capítulo oitavo de Romanos não
ensina a perfeição
impecável mais do que o capítulo sétimo. No oitavo Paulo ensina que os
crentes ainda gemem
debaixo da pecaminosidade do corpo e estão esperando pela sua redenção
(vs. 23), sendo salvos
pela esperança (vs. 24,25). Toda a prosa do crente: na sua experiência,
safando-se do capítulo
sétimo de Romanos para o oitavo, não tem sentido. Todo crente vive toda a
sua vida em ambos os
capítulos, que ambos são só parte de um discurso ligado. ?O portanto? do
verso 1 do capítulo 8
dirige-nos de volta à última parte do capítulo sétimo como base do que está
dito no oitavo.
A epístola aos romanos foi escrita antes da viagem de Paulo a Roma. Depois
de ter sido
levado a Roma, enquanto prisioneiro lá, escreveu algumas ep ístolas.Uma delas
é a epístola aos
filipenses. Nesta epístola Paulo ainda renuncia à perfeição absoluta. Disse ele
que não se
considerou como já a tendo atingido. Fil. 3:12.
252
(2). O mod lo d oração dado por Cris|o aos S us discípulos implica
p caminosidad con|ínua
por par| do povo salvo.
Como é bem sabido, Cristo ensinou Seus discípulos a confessar os seus
pecados na oração
modelo. Nem Ele em qualquer tempo ou de qualquer modo insinuou ou
implicou que havia um
tempo quando eles poderiam apropriadamente dispensar esta confissão do
pecado e petição de
perdão.
(3). O fato que todos entre os filhos de Deus são castigados por Ele mostra que
todos eles pecam
(Heb. 12:5-8).
?Se estais sem castigo, do qual todos são feitos participantes, então so is
bastardos e não
filhos? (Heb. 12:8). Não pode haver castigo sem pecado. Deus podia tratar -nos
de um modo
providencial, se fossemos perfeitos, mas os Seus tratos não poderiam chamar -
se castigo.
(4). Tiago declara que todos pecam.
?Todos nós tropeçamos em muitas coisas? (Tia. 3:2).
(5). João declara que quem professa impecabilidade está enganado.
?Se dissermos que não temos pecado, enganamo -nos a nós mesmos e a
verdade não está
em nós? (1 João 1:8). ?Nós? ? certamente se refere a crentes. E o tempo
presente mostra que a
passagem se refere, não a uma negação de pecado anterior senão a uma
negação de pecado atual.
E esta passagem nos diz que os professantes da perfeição impecável estão
auto-iludidos. Estão
enganados pelo menos sobre quatro coisas, a saber:
A. A natureza da Lei de Deus (a Lei de Cristo ? 1 Cor. 9:21) para crentes.
Em vez de verem a Lei de Deus para crentes como um transcrito de Sua
santidade, um
padrão perfeito de justiça, vêem -na como uma balança móvel que se acomoda
à nossa habilidade.
?Esta idéia reduz a divina à habilidade do devedor para pagar, - método breve
de se
desincumbirem obrigações. Posso saltar a torre de uma igreja, se me for
permitido fazer uma
253
torre de igreja bem baixa; posso tocar as estrelas, se as estrelas baixarem
somente à minha mão.?
(Strong).
B. O escôpo do pecado.
Queriam que crêssemos que as transgressões ?involuntárias? não são
pecados. John
Wesley, um dos mais proeminentes advogados da doutrina de perfeição
impecável nesta vida ,
disse: ?Creio que uma pessoa cheia d o amor de Deus ainda está sujeita a
transgressões
involuntárias. Tais transgressões podeis chamar pecados, se vos apraz; eu
não.?
Meios involuntários: ?1. Contrário a vontade ou desejo de alguém. 2. Não sob o
controle
da vontade.? Como aplicada a atos morais, a palavra deve ter o primeiro
sentido. O segundo
sentido aplica-se somente a tais coisas como a digestão, o bater do coração e
outras funções
naturais do corpo. E o significado da vontade ou desejo na primeira definição
deve ser entendido
no sentido restrito do teor normal da vontade. No sentido lato ninguém nunca
age contra sua
vontade ou desejo, exceto quando sobrepujado pela força física. Nenhuma
pessoa salva quer
normalmente zangar-se e falar palavras ferinas; mas, sob sérias provocações,
perde-se a calma e
diz coisas que não devera ter dito. São estes atos involuntários, segundo o
único sentido em que
se pode aplicar o termo a atos morais. Portanto, conforme com John Wesley e
outros
perfeccionistas, estes atos não são pecado. As mesmas coisas po der ser
aplicada ao homicídio de
Urias por Davi e ao seu adultério com Betséba.
C. O poder da vontade humana.
Afirmar que à vontade, mesmo normalmente, pode escolher a Deus
supremamente em
qualquer momento, ou é negar a depravação na natureza carnal do hom em ou
implicar que a
vontade é uma adesão externa a natureza do homem antes que uma
expressão dela. ?Dizer que, o
que quer que tenham sido os hábitos do passado e o que quer que sejam as
más afeições do
presente, está o homem perfeitamente apto a obedecer em qualquer momento
à Lei total de Deus,
é negar que haja coisas tais como caráter e depravação.? (Strong).
D. Sua própria salvação.
254
Quando João diz: ?a verdade não está em nós?, ele não se refere à verdade
abstrata, mas a
?verdade do evangelho, trazen do a luz de Deus à alma e assim revelando
pecados como a luz
solar faz ao pó? (Sawtelle). ?A verdade é para ser tomada objetivamente como
a verdade divina
em Cristo, o princípio absoluto da vida vindo de Deus e recebido no coração?
(Lange). Este
sentido é confirmado pelo verso 10, que diz: ?Se dizemos que não pecamos,
fazemo-lo (a Deus)
mentiroso e Sua Palavra não está em nós.? Esta passagem repete a verdade
do verso 8. ?As
pessoas supostas como dizendo isto são vistas no ponto quando deveriam
estar oferecendo sua
confissão ? uma confissão de pecado principiando no passado e chegando ao
presente; daí, o
tempo perfeito? (Sawtelle). E as expressões ?a verdade não está em nós? e
?Sua Palavra não está
em nós? negam o caráter cristão de todo o professante da perfeição impecável.
Por estas
passagens todos eles estão perdidos.
2. AS ESCRITURAS EXPLICADAS
Assumimos as seguintes passagens da Escritura tidas pelos perfeccionistas
impecáveis
como prova da sua teoria.
(1). As passag ns qu falam do cr n| como s ndo ?p rf i|o?
Referimo-nos aqui a semelhantes passagens como Lucas 6:40; 1 Cor. 2:6; 2
Cor. 13:11;
Efe. 4:11; Fili. 3:15; Col. 4:12; 2 Tim. 3:17.
A perfeição dessas passagens não é absoluta: é apenas perfeição relativa.
Algumas vezes a
palavra ?perfeito? refe re-se só a maturidade cristã em contraste com a
fraqueza de criancinhas em
Cristo. Algumas vezes quer dizer somente que aqueles a quem descreve estão
livres de qualquer
falta grave. Assim nos é dito que Noé era um homem justo e perfeito? (Gen.
6:9), ainda mesmo
bêbedo (Gen. 9:21). E assim se diz que Jó era perfeito e justo? (Jó 1:1).
O emprego da palavra ?perfeito? em Fil. 3:15 lança luz interessante e instrutiva
sobre o
seu sentido usual na Escritura. No verso 12, como já notamos, Paulo renuncia
à perfeição. Então,
no verso 15 ele endereça uma exortação à ?tantos quantos são perfeitos?. É
perfeitamente
evidente, então, que no verso 12 ele faz referência à perfeição absoluta,
enquanto que no verso 15
ele alude aos que são relativamente perfeitos ou maduros. E a estes ele exorta
a ?sentir o mesmo?.
255
Por isto ele quer dizer que eles devem renunciar à perfeição absoluta, como ele
fez, e prosseguir
para coisas mais elevadas. Assim vemos que ?perfeito?, a luz do significado
costumeiro do
termo na Escritura, quando aplicado a crentes, exige que crentes renunciem a
perfeição absoluta e
todavia prossigam para coisas mais elevadas. O indivíduo que professa
perfeição impecável e o
que não está prosseguindo para frente não são ?perfeitos?.
(2). Ma|. 5:48 ?Vós, por|an|o, s d p rf i|os, assim como o vosso Pai c l s| é
p rf i|o.?
Nesta passagem Jesus firma para os Seus discípulos o ideal de perfeição
absoluta. Ele não
podia ter firmado nada menos do que isto sem coonestar e encorajar o pecado.
Mas não há nada
aqui ou em qualquer outro lugar que implique que os seguidores de Cristo
ainda alcancem este
ideal na carne. De fato, é ímpio afirmar que atingem este ideal, pois a perfeição
oferecida é a de
Deus mesmo.
(3). 1 T ss. 5:23 ?E o D us d pa m smo vo san|ifiqu m |udo s jam
cons rvados in| iros
vosso spíri|o alma corpo s m mancha na vinda d nosso S nhor J sus
Cris|o.?
Esta passagem deve ser entendida à luz da própria experiência de Paulo e à
luz da
Escritura como um todo. Se Paulo orou pela completa santifi cação dos
tessalonicenses nesta vida,
então ele orou por algo para eles que ele mesmo não tinha provado, ou então
ele perdeu mais
tarde sua completa santificação; porque, quando ele escreveu aos romanos
muito depois, como
temos notado, ele não professou im pecabilidade.
A santificação porque Paulo orou para que Deus operasse nos tessalonicenses
foi, na
verdade, santificação completa, como evidenciado pela palavra grega
?holoteles?; mas ele não
indica que é para se cumprir nesta vida. A Escritura muito defini tivamente
condena a noção que
Paulo esperou que ela se cumprisse nesta vida. E a menção da vinda de Cristo
sugere que ele
contemplou o futuro como o tempo quando sua oração estava para ter
completa resposta. Paulo
orou pelo prosseguimento da santificação p rogressiva, assim como Cristo orou
pelo mesmo para
os Seus discípulos (João 17:17), cuja santificação progressiva resultaria em
completa santificação
na segunda vinda de Cristo.
256
(4). 1 João 2:4 ?Aqu l qu di, u O conh ço não guarda os S us
mandam n|os, é um
m n|iroso a v rdad não s|á n l .?
Juntamente com esta passagem podemos classificar outras passagens
semelhantes tais
como João 14:23; Rom. 8:12; 1 João 1:6.
Estas passagens fazem referência ao teor geral da vida cristã. Elas não podem
ser tidas
como ensinando que quem está salvo guarda os mandamentos de Deus
perfeitamente em
qualquer momento, porque outras passagens o negam.
O Rio Mississipi proporciona uma excelente ilustração da vida cristã. Se se
perguntar a
alguém para que direção corre e sse rio, responderá que corre na direção sul;
mas a matéria de fato
é que este rio algumas vezes corre para leste, outras para oeste e algumas
vezes mesmo corre
numa direção norte. Mas, a despeito destes fatos, prosseguimos dizendo que
ele corre para o sul.
Assim falamos porque consideramos o rio como um todo. Vemos o alvo
principal do rio. Assim
é com a vida cristã. Quando é vista como um todo, ou quanto ao seu alvo
principal, percebe-se
que é uma vida de justiça; mas a caudal, quanto ao seu alvo não é tão rápida
perto das margens
como é no centro. E nunca conservará sempre sua direção usual: baterá em
obstruções que a
desviarão temporariamente, mas de novo assumirá o seu curso normal no
futuro.
(5). 1 João 1:7 ?O sangu d J sus Cris|o s u Filho purific a-nos d |odo
p cado.?
Alguns têm a idéia que esta passagem quer dizer que o sangue de Jesus
Cristo faz-nos
impecáveis quanto a estado. Mas não é assim. O sangue de Jesus Cristo
purifica-nos somente
quanto à nossa posição perante Deus. Esta passagem faz re ferência á
justificação e santificação
legais, mas não à santificação progressiva e prática.
A necessidade de purificação constante da contaminação recorrente foi
ensinada por Jesus
quando Ele lavou os pés dos Seus discípulos. Ele disse: ?O que está banhad o
não necessita senão
de lavar seus pés, que o mais está todo limpo.? (João 13:10). O restante dessa
passagem ?estais
limpos, mas não todos?, o qual está explicado no verso seguinte como
querendo dizer: ?Não
estais todos limpos?, referindo -se a Judas, mostra que Jesus estava tirando
uma analogia entre a
purificação física e a purificação espiritual. Tanto como quem toma banho não
precisaria de
257
lavar-se outra vez, mas de limpar-se do pé nos pés, assim quem se banhou no
sangue de Cristo
não o repetirá mas, não obstante, estará na necessidade diária de se purificar
da contaminação que
se lhe adere no seu contato com o mundo. Ele ?está todo limpo? quanto à sua
posição perante
Deus, mas na precisão de confissão e perdão diários para que mantenham
comunhão com Deus.
(6). 1 João 3:9 ?Qu m é nascido d D us não p ca, porqu Sua (d D us)
s m n| p rman c
n l ; não pod p car porqu é nascido d D us.?
A respeito dessa passagem, temos o seguinte a dizer:
A. Ela se refere ao padrão atual do viver cristão e não a u m mero padrão ideal.
A passagem fala do que é realmente o cristão na sua conduta e não
meramente de o que
devera ser. Isto é evidente do verso seguinte, que diz: ?Nisto (isto é, na sua
inabilidade para
pecar) os filhos de Deus são manifestos e os filhos do diabo.?
B. Ela se refere ao homem inteiro e não meramente à nova natureza.
É evidente que a ?semente? nesta passagem se refere à nova natureza. O
grego aqui é
?sperma?. Está usada quarenta e quatro vezes no Novo Testamento,
significando quarenta e uma
vezes, não semente de plantio, mas progênie, descendências. Quando a
Palavra de Deus é
chamada ?semente?, o grego não tem ?sperma?, mas ?spora? ou ?sporos?.
Vide Lucas 8:11; 1
Ped. 1:23.
Outra objeção de peso à idéia que ?semente? representa aqui a Palavra de
Deus e o
?Qualquer que? a nova natureza, é que não é a Palavra de Deus que faz
impossível a nova
natureza pecar. É a qualidade da nova natureza que faz isto impossível. Se a
nova natureza fosse
pecaminosa, então a Palavra de Deus não impediria que ela pec asse mais do
que impede a carne
de pecar.
Thayer faz ?semente? nesta passagem referir -se a energia divina do Espírito
Santo
operando na alma, pela qual somos regenerados. Mas isto é uma interpretação
puramente
arbitrária. Não temos razão para crermos que t anto o Espírito Santo como Sua
energia são
referidos ainda como ?sperma?.
258
Portanto, tomando a ?semente? como se referindo a nova natureza,
necessariamente
interpretamos ?qualquer que? como se referindo ao homem inteiro; porque é
?ele?, o homem
inteiro, em quem a ?semente?, a nova natureza, permanece, que não pode
pecar.
C. Ela afirma, não que uma pessoa regenerada não pode cometer um só
pecado, mas que
ela não pode seguir um curso contínuo de pecado; não pode viver em pecado.
Adotamos esta interpretação desta passagem pelas seguintes razões:
(a). É a única idéia que está em harmonia com o texto. Está manifesto pelo
contexto,
como já foi observado, que João falava daquilo que é exterior e atual, algo que
faz uma diferença
manifesta em si e de si. Então, t ambém, esta passagem evidentemente quer
dizer a mesma coisa
como os versos seis e oito e, se possível, são menos favoráveis as outras
interpretações.
(b). Enquanto é verdade que o homem todo não é nascido de Deus, todavia,
em passagens
gerais tais como a que ora se considera a Escritura não faz distinção entre as
duas naturezas do
crente, mas frouxamente se refere ao homem como um todo. Diz a Escritura:
?Exceto UM seja
nascido de novo? e não ?exceto um tenha uma nova vida nascida com ele?;
?se alguém está em
Cristo, ELE é uma nova criatura?; não ?ele tem uma nova criatura nele?;
?vivificou-NOS com
Cristo?, não ?vivificou uma nova vida dentro de nós?; ?ele nos gerou pela
Palavra da verdade?,
não ?ele gerou algo dentro de nós pela Palavra da verdade.?
(c). é a única idéia que toma conta do presente infinitivo ?pecar? (grego -
?harmartanein?)
na última parte da passagem. O infinitivo presente sempre significa ação
durativa, linear,
progressiva ? ação em sua duração continuativa. Por causa deste sentido do
infinitivo grego,
Weymouth traduz a passagem: ?Ninguém que é um filho de Deus está
habitualmente culpado de
pecado. Um germe dado de Deus, de vida, fica nele e ele não pode pecar
habitualmente?. E
Sawtelle explica ?não faz pecado?, como significando: ?Não o faz como a Lei
de sua vida, como
a tendência do seu ser; não pertence à esfera do pecado.?
D. Notem os perfeccionistas impecáveis os seguintes fatos sobre esta
passagem:
(a). Sua afirmação aplica-se a toda gente salva; não apenas a alguns que
alcançaram um
suposto plano elevado de vida. Assim esta passagem mata a teoria da
?segunda benção?. A
259
passagem esta falando sobre o que o crente é em virtude da regeneração, não
o que ele é em
virtude de uma suposta ?segunda obra de graça?.
(b) A passagem referida afirma que o caráter referido não pode pecar. Assim,
segundo sua
própria teoria, teriam de interpretar a passagem como ensinando que um que
alcançou a
impecabilidade não pode nunca reincidir em pecado. Isto eles não admitirão.
Assim mostram que
seu único interesse nesta passagem é acalentar sua heresia ignorante e sem
sentido.
V. OS FRUTOS DA SANTIFICAÇÃO PROGRESSIVA.
Pensamos bom aqui alistar quatro coisas que J. M. Pendleton, em ?Christians
Doctrines?
dá como evidências ou frutos das influências graciosas do Espírito Santo em
nosso santificação
progressiva.
1. UMA NOÇÃO PROFUNDA DE DESVALIA
Nenhuma pessoa em quem o Espírito Santo fez qualquer obra considerável
tem qualquer
disposição para envaidecer-se de sua bondade. Para exemplos da noção de
desvalia da parte dos
santos de Deus, vide Jó 38:1,2; 40:4; 42:5,6; Efe. 3:8; Isa. 6. Também Fil. 3:12 -
15.
2. UM ÓDIO CRESCENTE AO PECADO
Nenhuma pessoa salva ama o pecado; isto é, o amor ao pecado não é o afeto
dominante de
sua vida. Os pecados que ela comete não são o resultado de um amor
normalmente dominante ao
pecado senão de um levante ocasional da carne ou da fricção constante entre
a carne e o Espírito.
3. UM INTERESSE CRESCENTE NOS MEIOS DE GRAÇA
Quanto mais o Espírito Santo obra numa pessoa, tanto mais ela ap recia a
Palavra de Deus,
a oração, o culto e o demais; e mais ela se avantaja dos benefícios de tais
atos.
4. UM AMOR EM AUMENTO DAS COISAS CELESTIAIS
Este amor substitui o primeiro amor pelo pecado e faz o filho de Deus buscar
aquelas
coisas que são de cima.
260
Todos destes frutos do processo santificante impedem o fato que não se pode
atingir a
impecância nesta vida por encorajar -se o pecado. A presença do pecado na
vida do cristão não lhe
proporciona nenhuma consolação; pelo contrário, proporciona -lhe pesar. Ele
quisera estar livre
do seu peso terreno e elevar -se aos cimos de Deus para que sua alma
pudesse aquecer-se no sol
de justiça. Toda pessoa salva pode dizer com Paulo: ?Desgraçado homem que
eu sou! Quem me
livrará do corpo desta morte? (Rom. 7:24). Ele deseja que fosse sem pecado,
mas está indisposto
a violentar a Escritura e praticar a auto decepção para fingir que está sem
pecado. O seu próprio
desejo de impecabilidade impede -o de praticar a hipocrisia, de perpetrar um
engodo como todos
os perfeccionistas impecáveis fazem.
261
Cap 28 - Os Três Tempos da Salvação
Salvação é um termo muito amplo. C. I. Scofield, no seu comentário sobre
Rom. 1:16, diz
muito aptamente: ?As palavras hebraicas e gregas para salvação implicam as
idéias de
livram n|o, s gurança, cons rvação, cura san|idad ?. Salvação é a grande
palavra inclusiva do
Evangelho, reunindo em si todos os atos e processos redentivos: como
jus|ificação, r d nção,
graça, propiciação, impu|ação, p rdão, san|ificação glorificação.
Salvação, portanto, no seu sentido lato, tem que ver tanto com a alma como
com o corpo,
com a vida presente bem como com a futura. Ela faz referência não só à
remissão da penalidade
do pecado e à remoção de sua culpa, mas também à conquista do hábito do
pecado e a remoção
final da presença do pecado no corpo. É só pelo reconhecimento disto que
alguém pode agarrar o
alcance completo da doutrina bíblica de salvação. E é só por se poder
classificar cada passagem
que trata da salvação na base dos fatos precede ntes que alguém pode evitar a
confusão na mente
do crente mediano. Podemos realizar este fim melhor notando que se fala da
salvação em três
tempos e considerando cuidadosamente cada tempo. Todos os três tempos
estão rascunhadamente
somados em 2 Cor. 1:10 ?Qu nos livrou (passado) d uma |ão grand mor|
livra ainda
(presente); m Qu m confiamos qu ainda nos livrará (futuro)?.
I. O TEMPO PASSADO DA SALVAÇÃO
Notai as seguintes passagens:
?A tua fé te salvou? (Lc. 7:50). ?Pela graça fostes salvos por meio d a fé? (Ef.
2:8). ?... que
nos salvou e chamou com uma santa vocação? (2 Tim. 1:9). ?... salvou -nos
segundo Sua
misericórdia? (Tito 3:5).
Toda estas passagens e muitas outras como elas falam da salvação como uma
obra
terminada no passado. Este tempo de salvação coincide com a santificação
passada do crente,
como considerada no capítulo anterior. Ela tem que ver (1) com a alma; (2)
com a remissão da
penalidade do pecado, a remoção da culpa e mesmo a remoção da presença
do pecado da alma.
262
Neste sentido a salvação do crente está completa. Como dissemos da
justificação, assim
podemos dizer deste tempo da salvação: é um ato e não um processo: ocorre e
se completa no
momento em que o indivíduo crê; não admite graus nem estágios.
É sob este tempo de salvação que devemos classificar as passagens que
falam do crente
como possuindo vida eterna agora. Vide João 5:24, 6:47, 17:2,3; 1 João 3:13,
5:11,13. Isto quer
dizer, simplesmente, como expresso em João 5:24, que o crente passou de
sob todo perigo de
condenação e do poder da segunda morte.
II. O TEMPO PRESENTE DA SALVAÇÃO
?A palavra da cruz é loucura para os que se perdem; mas, para nós que
estamos salvos
(marg., estamos sendo salvos) é o poder de Deus? (1 Cor. 1:18).
O particípio grego na passagem supra está no temp o presente e denota
?aqueles sendo
salvos, o ato... estando em progresso, não completado? (E. P. Gould).
É com referência ao tempo presente da salvação que Fil. 2:12 fala, quando diz:
?Operai a
vossa própria salvação com temor e tremor.? O sentido desta pa ssagem é que
os crentes filipenses
tiveram de efetivar em suas vidas a nova vida que Deus implantara nos seus
corações .
Outras passagens há nas quais a salvação não está mencionada , as quais,
não obstantes,
referem o processo presente de salvação, tais como Rom. 6:14; Gal. 2:19,20; 2
Cor. 3:18.
No tempo presente da salvação os crentes estão sendo salvos, através da obra
do Espírito
morador, do hábito e domínio do pecado. A salvação é assim equivalente à
santificação
progressiva: não tem que ver com a alma nem com o corpo, mas com a vida.
III. O TEMPO FUTURO DA SALVAÇÃO
Nas passagens seguintes a salvação é falada como algo ainda futuro: Rom.
5:9,10, 8:24,
13:11; 1 Cor. 5:5; Efe. 1:13,14; 1 Tess. 5:8; Heb. 10:36; 1 Ped. 1:5; 1 João
3:2,3.
263
Em Rom. 8:23 Paulo nos fala do que é, em geral esta salvação futura. É a
redenção de
nosso corpos?, o que ele quer dizer a aplicação da redenção ao corpo de
crente. Isto terá logar na
ressurreição dos que dormem em Cristo (1 Cor. 15:52 -56; 1 Tess. 4:16) e no
rapto dos que
estiverem vivos na vinda de Cristo no ar (1 Tes. 4:17). É só então que o espírito
regenerado
entrará em completa fruição da salvação. Assim lemos que o espírito é para ser
salvo ?no dia do
Senhor Jesus? (1 Cor. 5:5). Este tempo de salvação tem que ver
principalmente com o corpo e a
presença do pecado no corpo.
É sob esta epígrafe que devemos classificar todas as passagens que tratam da
vida eterna
como de alguma coisa que o crente receberá no futuro. Vide Mat. 25:46; Mar.
10:30; Tito 1:2,
3:7.
Temos assim a bela harmonia que existe entre todas as passagens que tocam
o assunto da
salvação. Não há conflito entre estas passagens, porque elas se referem a
diferentes fases da
salvação. Absurdo é e herético qualquer homem tirar um grupo das três, não
importa que grupo
ele tire, e procurar negar ou nulificar um ou outro, ou ambos, dos dois grupos
restantes. O modo
da verdade é tomar todos eles corretamente divididos.
Seja observado ao encerrar que a salvação em todos os seus tempos e fases é
do Senhor.
Paulo dá-nos o método de Deus no trabalho da salvação, do princípio ao fim
em Fil. 1:6 e 2:13.
Deus inicia a obra da salvação e a levará até sua consumação. E por toda a
caminhada Ele opera
em nós ?tanto o querer como o fazer Seu bom prazer?. E mais, é tudo de
graça pela fé. ?Porque
nEle se revela a justiça de Deus de fé em fé; como está escrito: O justo viverá
pela fé.? (Rom.
1:17).
264
Cap 29 - A Perseverança E A Conservação Dos Santos
A perseverança e a conservação dos santos são doutrinas bíblicas gêmeas.
Deus as reuniu
inseparavelmente na Sua Palavra infalível. Que nenhum homem as separe.
Algum tem errado em apresentarem a conservação (segurança, firmeza) dos
salvos como
se ela fosse independente de perseverança. Semelhante apresentação tende
para o
antinomianismo. Tende também a representar a salvação como física ou
mecânica , mais do que
como uma reaização moral e espiritual. Ela fornece munição ao arminianismo.
Ela ensina só uma
meia verdade. Não está calculada a fazer santos tão considerados como eles
deviam ser sobre sua
conduta. Escrituras inspiradas evitaram este extremo e seus medonhos
resultados por
combinarem tanto a fase humana como a divina da salvação. Ensinaram que a
salvação é do
Senhor do princípio ao fim, mas também ensinaram que Deus salva os
homens, não por lei
mecânica e não irrespetiva de seu responso com Ele senão em completa
harmonia com sua
natureza como criaturas voluntárias, exigindo que obedeçam à Sua vontade e
neles operando de
tal maneira a mover suas vontades e desentranhar sua cooperaçã o com Ele
conforme Ele os ajusta
para Sua presença. Assim é Deus glorificado nos homens tanto no tempo como
na eternidade e
por aí a graça está impedida de ser uma capa de lascívia.
Os modeladores da Declaração de Fé de New Hampshire foram sábios e
felizes na
verdade na sua apresentação da matéria, que é como segue: ?Cr mos qu
som n| são cr n| s
r ais os qu a|uram a|é ao fim; qu o s u p rs v ran| ap go a Cris|o é o
grand sinal qu os
dis|ingu dos prof ssan| s sup rficiais; qu uma Provid ncia sp cia l v la
sobr sua f licidad ;
qu são guardados p lo pod r d D us para salvação a|ravés da fé.?
A exposição da Confissão de Fé de Filadélfia é também eminentemente digna
de se ver:
?Aqu l s a qu m D us ac i|ou no Amado, ficam n| chamados
san|ificados p lo S u
Espíri|o, a qu m foi dada à fé pr ciosa dos S us l i|os, não pod m cair do
s|ado d graça n m
|o|al n m finalm n| ... mas c r|am n| p rs v rarão n la a|é ao fim s rão
salvos
| rnam n| ...?
Notai que ambas estas apresentações acentuam a perse verança tanto como a
conservação.
Estamos em perfeita harmonia com estes postulados históricos dos batistas e
da fé bíblica e,
265
enquanto em nossa elaboração do assunto, teremos ocasião de discutir coisas
não mencionadas
neles e não seremos intimados a d izer qualquer coisa contrária a eles ao
apresentarmos nossas
convicções livre e completamente.
I. A PERSEVERANÇA REQUERIDA
Cremos que Deus na Sua Palavra põe sobre os crentes a responsabilidade de
perseverarem
na fé e na justiça. Citamos as seguintes passa gens em prova disto:
?Se continuardes na minha Palavra, n|ão sois m us discípulos na v rdad .?
João 8:31
?Estais em mim e eu em vós. Assim como o ramo não pode dar fruto de si
mesmo, salvo
se estiver na vinha, assim nem vós se não estiverdes em mim... S um hom m
não s|iv r m
mim, l é lançado fora como um ramo f n c ; homens os ajuntam e os
lançam no fogo e se
queimam.? João 15:4,6.
?...continuarei no meu amor.? João 15:9
?O qual, quando veiu e viu a graça de Deus, alegrou -se e os exortou a todos
para que com
propósito de coração p rman c ss m no S nhor.? (Atos 11:23)
?Confirmando as almas dos discípulos e os exortando a continuarem na fé e
que d v mos
a|ravés d mui|a |ribulação n|rar no r ino d D us.? (Atos 14:22)
?Dirás então: Os ramos foram quebrados para que eu fosse enxertado. Bem;
por causa da
incredulidade foram quebrados e tu estás em pé pela fé. Não te ensoberbeças,
mas teme; porque,
se Deus não poupou os ramos naturais , teme que não te poupe a ti também.
Considera, pois a
bondade e a severidade de Deus: para os que caem, severidade; mas, para
contigo, bondade, s
con|inuar s na Sua bondad ; do con|rário, s rás cor|ado.? (Romanos 11:19-
22)
?... o que perseverar até ao fim será salvo.? (Mat. 10:22)
266
?... o Evangelho ... pelo qual sois salvos, s guardard s na m mória o qu vos
| nho
pr gado, a m nos qu | nhais crido m vão? (I Cor. 15:2). Crer em vão é ter fé
apenas
intelectual.
?E vós, que por algum tempo estivestes alienados e inimigos na vossa mente
pelas obras
ímpias, contudo agora Ele reconciliou no corpo de Sua carne através da morte,
para apresentarvos
santos e sem mancha e irreprováveis à Sua vista, s con|inuard s na fé
fundam n|ados
firm s não d sviard s da sp rança do Evang lho...? (Col. 1:21-23.)
?Sustentemos firme a profissão de nossa fé sem tergiversar (porque é fiel o
que
prometeu);... Porque, se pecamos voluntariamente (o pecado como a lei de
nossas vidas, viver
sob o poder do pecado) depois de havermos recebido o conhecimento da
verdade, não r s|a mais
sacrifícios p los p cados...? Heb. 10:23,26
?Agora o justo viverá pela fé; mas s alguém afas|ar-s , minha alma não | rá
pra r no
|al.? ( Heb. 10:38)
?Segui a paz com todos os homens, e a santificação, s m a qual ninguém v rá
o S nhor;
atendendo a que nin guém se prive da graça de Deus, a que nenhuma raiz de
amargura, brotando,
vos perturbe e por ela muitos se contaminem? (Heb. 12:14,15)
?Ao que vencer não sofrerá da segunda morte.? (Apoc. 2:11)
Muitas e variadas são as tentativas que se fazem para liquidar o significado
evidente
destas passagens, mas todas elas fúteis. Elas desafiam teorias abstratas,
todos os advogados da
conservação como uma dedução lógica friamente aérea, ensinam que ninguém
atingirá a morada
final de Deus e Seus santos exceto aqueles que permanecem em Cristo,
agarram-se com o
Senhor, continuam na fé e na bondade de Deus, aturam até ao fim, guardam o
Evangelho na
memória, seguem a santidade e vencem. Nisto cremos nós tão fortemente
como fez Armínio ou
qualquer dos seus seguidores, porqu e é a verdade indisputável.
II. A PERSEVERANÇA ASSEGURADA
267
Mas isto não quer dizer que qualquer a quem Deus salva será perdido; jamais,
verdadeiramente! A Escritura é só tão enfática em declarar que todos os
verdadeiros crentes,
todos os regenerados, perseverarão.
Notais as seguintes passagens:
?Porque qualquer que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que
vence o
mundo, a nossa fé.? (1 João 5:4)
?Ninguém que é um filho de Deus é habitualmente culpado de pecado: um
germe de vida
dado por Deus fica nele e ele não pode habitualmente pecar.? 1 João 3:9 ?
Tradução de
Weymounth) (* ).
Se escapar da segunda morte e o privilégio de comer da árvore da vida são
para
vencedores, então estas coisas são para todos a quem Deus regenera. Uma
pessoa regenerada não
pod p car, pois a lei de sua vida, a tendência ideal do seu ser não pertencem
à esfera do
pecado? (Sawtelle). Assim uma pessoa regenerada não pode voltar ao pecado,
mas na certa, por
ser semente de Deus, ?o princípio divino de vida? (Vincent) habi ta nele
perpetua e
inseparavelmente, para perseverar, aturar e vencer até ao fim.
Isto não quer dizer que o filho de Deus não pode retrogradar temporariamente
e cair em
muito pecado, mas quer dizer que ele não viverá outra vez perpetuamente em
pecado. Davi e
Pedro são casos frisantes aqui.
III. A PERSEVERANÇA REALIZADA
A perseverança é produzida pelo poder de Deus. Isto é uma parte da obra da
salvação e a
?salvação é do Senhor? (Jonas 2:9).
É aqui que a nossa discussão de perseverança se funde com conservação. Os
filhos de
Deus perseveram porque Ele os conserva.
Notemos como Deus faz isto:
268
1. PELO SEU ESPÍRITO
?E porque sois filhos, Deus enviou o Espírito do Seu Filho aos vossos
corações,
clamando: Abba, Pai? (Gal. 4:6). O Espírito em nossos cor ações guarda-nos
em comunhão com
Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
?Mas o fruto do Espírito é... fé? (Gal. 5:22).
?... em quem também depois que crestes, fostes selados com o Espírito Santo
da
promessa, o qual é o penhor de nossa herança para red enção da possessão
de Deus, para louvor
da Sua glória.? (Ef. 1:13,14).
?... Ele, que começou uma boa obra em vós, a aperfeiçoará até ao dia de
Jesus Cristo?
(Fil. 1:6). Esta boa obra é a santificação começada na regeneração. Deus
começa-a e a terminará.
Ele faz isto pela operação do Espírito Santo.
Deus não só mantém a nossa fé, pelo Espírito, mas também opera em nós
para fazer-nos
obedecer à Sua vontade.
?... é Deus que opera em vós tanto o querer como o efetuar para Seu bom
beneplácito.?
(Fil. 2:13).
2. POR MEIO DA SUA PALAVRA
É por esta razão que Ele deu os mandamentos e admoestações já notadas.
Outras porções
da Palavra especialmente adaptada a promoverem a perseverança dos santos
em santo viver como
segue:
?Nem todo o que me diz, Senhor, entrará no rein o do céu, mas o que faz a
vontade de meu
Pai que estás no céu? (Mat. 7:21).
?... se alguém me amar, guardará a minha palavra? (João 14:23).
?... o qual dará a todo homem segundo as suas ações: aos que por paciente
perseverança
em bem fazer buscam glória e honra e imortalidade, a vida eterna; mas aos
que são contenciosos
269
e não obedecem à verdade e sim à injustiça, indignação e ira, tribulação e
angústia sobre toda
alma que faz o mal, do judeu primeiro e também do gentio; mas, glória, honra e
paz a todo
homem que faz o bem, ao judeu primeiro e também ao gentio...? (Rom. 2:6 -
10).
?Não reine pois o pecado no vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em
suas
concupiscências.? (Rom. 6:12).
?Porque, se vivermos segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito
mortificardes as
obras do corpo, vivereis? (Rom. 8:13).
?... entrega o mesmo a Satanás para a destruição da carne, para que o espírito
se salve no
dia do Senhor Jesus? (1 Cor. 5:5). Se Deus nos desamparasse e não
subjugasse a carne, nos Seus
próprios desígnios, então o espírito não se salvaria; em outras palavras,
estaríamos perdidos.
?Andai no Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne... E os que são
de Cristo
crucificaram a carne com os afetos e concupiscências. Se vivermos no Espírito,
andemos também
no Espírito? (Gal. 5:16, 24, 25).
?... operai a vossa própria salvação com temor e tremor? (Fil. 2:12). Isto foi
endereçado a
gente salva e é uma exortação a cooperarem voluntariamente com Deus em
salvar-nos.
?... se por qualquer meio eu pudesse alc ançar a ressurreição dos mortos. Não
como se eu a
tivesse alcançado ou fosse já perfeito, mas prossigo para prender aquilo para o
que fui também
preso por Cristo Jesus? (Fil. 3:11,12).
?Porque a graça de Deus que traz salvação apareceu a todos os homens
ensinando-os que,
negando a impiedade e as concupiscências mundanas, deveríamos viver
sóbria, justa e piamente
neste presente mundo mau...? (Tito 2:11,12).
?Mas não queres saber, ó homem vão, que a fé sem obras é morta?? (Tia.
2:20).
?E além disto, fazendo toda a diligencia, adicionar à vossa fé a virtude...
conhecimento...
temperança... paciência... piedade... bondade fraternal... caridade. Se estas
coisas estiverem em
vós e abundarem, farão que não sejais estéreis nem infrutíferos no
conhecimento de nosso Senhor
270
Jesus Cristo. Mas aquele a quem faltam estas coisas é cego e não pode ver
longe, esqueceu-se de
que foi uma vez purgado dos seus velhos pecados (o apostolo argumenta aqui
da própria
profissão de alguém). Antes, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a
vossa vocação e
eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis...? (2 Ped. 1:5 -10).
?E o que diz: Eu o conheço e não guardar os Seus mandamentos, é um
mentiroso e a
verdade não está nele? (1 João 2:4).
?Se alguém ama o mundo, o amor d o Pai não está nele.? (1 João 2:15).
?E todo homem que tem esta esperança consigo purifica -se a si mesmo, assim
como Ele é
puro? (1 João 3:3). Isto é, o homem com a esperança da semelhança com
Cristo na ressurreição
levará avante, segundo Deus opera nele, um processo de purificação,
repelindo contra as moções
do pecado no seu corpo.
?Qualquer que odeia seu irmão é um homicida e vós sabeis que nenhum
homicida tem a
vida eterna permanecendo nele.? (1 João 4:15).
Que estes mandamentos e exortações não implicam uma possibilidade
absoluta dos
crentes se desviarem de Cristo está provado por um paralelo. Em Atos 27:22 -
24 temos conta da
revelação de Deus a Paulo em caminho para Roma. Lemos:
?E Agora vos exorto a estardes de bom ânimo, porque não haverá n nhuma
p rda d
hom m algum n|r vós s não do navio; porque esta noite, esteve comigo o
anjo de Deus, de
quem sou e a quem sirvo, dizendo: Não temas, Paulo: deves ser trazido
perante César e, eis, Deus
te deu todos quantos navegam contigo.?
Mas, pouco depois, quando a borrasca recrudescera e os nautas estavam
prestes a desertar
o navio, lemos:
?Paulo disse ao centurião e aos soldados, A m nos qu s| s fiqu m no navio,
não pod is
salvar-vos.? (Atos 27:31).
271
Era absolutamente possível que qualquer no navio se perdesse? O que assim
diz blasfema
contra Deus; porque diz que é possível Deus mentir: Deus disse que não
haveria perda de vida
de homem algum. Isto teve de se provar verossímil, porque era a palavra do
Deus que não pode
mentir. Mas Paulo disse ao centuriã o e aos soldados que isto podia cumprir -se
somente pelos
marinheiros ficando a bordo. E ELES FICARAM. Deus usou esse aviso para
executar Sua
vontade predeterminada.
Assim é com as admoestações sobre perder nossa fé. Elas não implicam a
possibilidade
atual dela, porque Deus que não pode mentir declarou que Ele glorificará a
todos quantos Ele
justifica. Essas admoestações são meios objetivos de Deus realizar aquela
certa coisa que ele
determinou. De um ponto de vista humano, desviar -se de Cristo é possível,
mas Deus não o
permitirá. Ele usa de Sua Palavra para promover nossa perseverança
voluntária. Assim Ele nos
trata como seres pessoais e não como máquinas ou objetos inanimados.
3. ATRAVES DA OBRA INTERCESSÓRIA DE CRISTO
Em adição a todos os meios já mencionados, Deus também nos conserva e
guarda através
da obra intercessória de nosso grande Sumo Sacerdote. Quando aqui na terra,
Ele orou:
?Pai Santo, guarda pelo Teu próprio nome aqueles que Tu me deste, que
possam ser um,
assim como somos.? (João 17:11).
E agora ?Ele pode salvá-los perfeitamente (até ao último absolutamente,
completamente),
que vem a Deus por Ele, vendo que Ele vive sempre para fazer intercessão por
eles.? (Heb. 7:25).
Deus sempre ouve a Jesus quando Jesus ora (João 11:41,42).
4. NA BASE DA OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTO
Notai as seguintes passagens:
?Bem aventurados são aqueles cujas iniqüidades são perdoadas e cujos
pecados são
cobertos. Bem aventurado é o homem a quem o Senhor não imputa pecado.?
(Rom. 4:7,8).
?Cristo é o fim da Lei para justiça de todo àquele que crê.? (Rom. 10:4).
272
?Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? Sendo Deus quem
os justifica.
Quem os condenará? Sendo Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou
dentre os mortos, o
qual está à direita de Deus e também intercede por nós.? (Rom. 8:33,34).
?Não há, portanto, condenação para os que estão em Cristo Jesus.? (Rom.
8:1).
Estas passagens requerem pequeno comento. Elas ensinam muito claramente
que Cristo
satisfez plenamente a Lei por nós e que a Lei, portanto, nã o tem poder para
condenar-nos. Não
estamos mais debaixo dela a respeito de nossa posição perante Deus. Cristo
tomou nosso logar na
cruz e nós agora tomamos o Seu logar em nossa posição diante de Deus, ?qu
| nhamos ousadia
no dia d juío; porqu , como El é, assim somos nós n s| mundo.? (1 João
4:17).
Tendo passado de sob a Lei, estamos agora sob a graça e o novo concerto
(Heb. 8:6-12,
10:16-22; Jer. 32:40), no qual Deus diz: ?Porei minhas leis na sua mente e as
escreverei nos seus
corações;... de seus pecados e iniqüidades não me lembrarei mais? e não
tornarei de após eles,
para lhes fazer bem; mas porei o meu temor nos seus corações e l s não s
apar|arão d
mim.??.
5. DO SEU TRATO CONOSCO COMO SEUS FILHOS
?Mas, quando somos julgados, somos castigados do Senhor, para não sermos
condenados
como o mundo.? (1 Cor. 11:32).
?Porque a quem o Senhor ama Ele castiga, e açoita a todo que recebe como
filho.? (Heb.
12:6).
Quer isto dizer que, conquanto Deus não trate o crente sob a Lei, não lhe dá
castigo legal,
contudo não o deixa ir em pecado: castiga -o como a um filho e assim o
conserva para que não
caia sob a condenação do mundo.
6. EM EXECUÇÃO DO SEU ETERNO PROPÓSITO
?Porque a quem pré conheceu também os predestinou para serem c onformes
à imagem de
Seu Filho, para que sejais o primogênito entre muitos irmãos. E aos que
predestinou a estes
273
também chamou; e aos que chamou a esses também justificou; e aos que
justificou a estes
também glorificou? (Rom. 8:29,30).
Não precisamos aqui de entrar na discussão do fundamento de nossa eleição,
desde que já
fizemos num prévio capítulo. Pouco importa o que isso foi, a passagem supra
nos informa
inilidivelmente que aqueles a quem Deus salva Ele conheceu de ante mão,
mesmo na eternidade,
porque Ele foi infinito em conhecimento no princípio. Então todos que Ele
conheceu como Seus,
como aqueles a quem Ele salvaria, Ele pré ordenou, chamou, justificou e
glorificou no Seu
propósito; isto é, Ele determinou que deveriam ser chamados, justificados e
glorificados. Assim,
a todos que Ele justifica, Ele glorificará. Isso O obriga a manter sua fé (deles
crentes), porque não
pode haver justificação sem fé.
Por causa do eterno propósito de Deus temos as seguintes garantias de nossa
perseverança
e conservação:
?Guardados pelo poder de Deus através da fé para a salvação pronta a ser
revelada no
último tempo.? (1 Ped. 1:5).
?... somos mais que vencedores por Aquele que nos amou? (Rom. 8:37).
?Nós (os salvos) não somos daqueles (falsos professantes) qu e se afastam
para a perdição
senão dos que crêem para a salvação da alma.? (Heb. 10:39).
?Porque o Senhor ama o juízo e não desampara os Seus santos; eles são
conservados para
sempre...? (Sal. 37:28).
?Qualquer que beber (o grego quer dizer ?uma vez por to das?- Robertson) da
água que eu
lhe der nunca terá sede (nunca precisa de ser salvo outra vez); mas a água
que eu lhe der será nele
uma fonte de água saltando para a vida eterna? (João 4:14).
?Porque os dons e a chamada de Deus não voltam atrás? (Rom. 11:2 9). Isto
quer dizer
que Ele jamais muda Sua mente e retira o dom da salvação ou revoga o
chamado que nos traz
para Ele. Notais Rom. 8:30 e 2 Tim. 1:9 para o significado de ?chamada?.
274
?... depois que crestes fostes selados com o Espírito Santo da promes sa, o
qual é o penhor
de nossa herança até a redenção da própria possessão de Deus, até ao louvor
de Sua glória.? (Efe.
1:13,14). Este selar é nada menos que a morada e a presença inseparável do
Espírito no coração
do crente, pelo qual o crente é constrang ido a perseverar na justiça.
?Porque por aquela uma oblação Ele aperfeiçoou para sempre os que são
santificados?
(Heb. 10:14). Todos os salvos são santificados no sentido desta passagem.
Quer dizer que eles
têm uma posição perfeita eternamente perante Deus e na base da morte de
Cristo. Isto quer dizer
que Cristo sofreu por todos os nossos pecados até ao fim de nossas vidas.
Deus, tendo-os
carregado sobre Seu Filho, não pode agora punir -nos por eles.
?... o que a mim vier eu de modo algum o lançarei fora.? ( João 6:37).
?... e sabemos que todas as coisas operam juntamente para o bem dos que
amam a Deus;
para os que são chamados segundo o Seu propósito.? (Rom. 8:28).
Desde que todas as coisas operam para nosso bem, nada pode causar nossa
condenação.
?Minhas ovelhas ouvem minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem, e
lhes dou vida
eterna, e elas nunca perecerão.? (João 10:27,28). São toda estas afirmações
positivas. Nesta
passagem não há ?se?.
IV. ARGUMENTOS OPOSTOS RESPONDIDOS
As passagens seguintes com os seus casos podem ser citadas como
desaprovando o que
havemos dito sobre perseverança e conservação:
1. 1 COR. 3:12-15
Alguns podem invocar esta passagem contra nossa posição sobre a
perseverança dos
santos, tomando-a como ensinando que um crente pode assim viver de modo a
não ter
recompensa no céu. Esta passagem não ensina semelhante coisa. O caso é
hipotético: mostra o
que aconteceria se um crente assim vivesse de modo a perder toda
recompensa. Não afirma que
275
isto será verdade quanto a qualquer crente. É à luz de 1 João 5:4 e 3:9, bem
como de outras
passagens, não somos justificados em concluir que tal possa ser verdade.
2. CERTOS CASOS CONHECIDOS
Alguma gente argüira de que uma pessoa salva pode perder sua salvação por
causa de uns
certos conhecidos seus que, crêem, foram salvos e então voltaram, ao pecado
permanentemente,
afundando ainda mais baixo no pecado do que estiveram antes. Nossa
resposta a este argumento
é: ?S ja D us v rdad iro, ainda qu |odo hom m s ach m n|iroso? (Rom.
3:4 ? tradução por
A. T. Robertson). Deus disse que todos quantos nasçam dEle vence o mundo.
1 João 5:4. Deus
disse que os que nascem de novo não podem ?continuar pecando? (1 João
3:9). Deus disse que
não podem perecer e que nada pode separá -los do Seu amor. João 10:27,28;
Rom. 8:35-39.
Creremos em Deus ou no homem?
Todos os casos semelhantes como estão sendo agora considerados são
decisivamente
liquidados por Heb. 3:14, que lê: Porqu s|amos f i|os (grego, tempo perfeito,
devera ser
?somos feitos?- Robertson) par|icipan| s d Cris|o, s r |iv rmos firm m n| o
princípio d
nossa confiança a|é ao fim?. Se não temos, prova que não fomos feitos
participantes de Cristo,
não fomos salvos, no princípio.
3. ANJOS DECAIDOS E ADÃO
Certos anjos e Adão decaíram do seu estado justo e e nvolveram-se em
condenação, mas
isto prova que os salvos hoje podem fazer da mesma maneira. Notai estes
contrastes entre anjos
decaídos com Adão de um lado e aqueles salvos por Cristo doutro lado:
(1). Os anjos e Adão caíram sob a Lei, mas os salvos estão debaixo da graça.
Rom. 6:14.
(2). Deus não os elegeu e predestinou para permanecerem, mas ele elegeu e
predestinou
os salvos para a glorificação final. Rom. 8:29,30.
(3). Deus não disse que quer anjos quer Adão venceriam o mundo, mas disse o
dos salvos.
1 João 5:4.
276
(4). Nem anjos nem Adão têm promessas de serem guardados e que
pereceriam, mas os
salvos tem tais promessas. 1 Ped. 1:5; João 10:28.
(5). Nem anjos nem Adão foram selados pelo Espírito Santo, mas os crentes
são. Efe.
1:13,14; 4:25.
4. OS JUDEUS
Os judeus caíram como nação e não como indivíduos; caíram sob a Lei e não
sob a graça;
caíram de privilégios nacionais e não da salvação. Logo, o seu caso, como o
de anjos e Adão,
nada prova concernente à matéria sob consideração.
5. MOISÉS
Deut. 42:48-52. Por causa do pecado não foi permitido a Moisés entrar em
Canaã, mas,
que ele não perdeu sua salvação está provado pelo seu aparecimento no
monte da transfiguração
com Elias e Cristo. Mat. 17:3.
6. O REI SAUL
Para obtermos a verdade devemos interpretar a Escritura pela Escritura. À luz
do Novo
Testamento o ensino é que toda alma regenerada vence o mundo como um
resultado da
conservação de Deus e devemos negar que Saul algures se salvou, conquanto
está dito dele que
?Deus lhe deu um outro coração.? (1 Sam. 10:9). A Escritura liga -nos para
entendermos disto que
Deus só lhe deu novas intenções e impulsos; não um novo coração no sentido
de regeneração.
7. DAVI
Sal. 51:11,12. Nesta passagem Davi orou: ?Não tires Teu Santo Espírito de
mim.? Foi isto
devido ao fato que o Santo Espírito, sob a velha dispensação, não permaneceu
constantemente
nos crentes. Sua presença era um favor especial de Deus e podia perder -se
pelo pecado; mas,
desde o Pentecostes o Espírito Santo tem morado permanentemente em todo
coração salvo, e por
meio de Sua presença e obra, o crente, como temos notado, está selado até ao
dia da redenção.
Assim agora Ele fica. Para discussão mais extensa, vide o capítulo 9. Bom é,
antes de passar,
277
notar que Davi não orou por uma restauração senão s ó da alegria da salvação.
Esta pode perder-se
e se perde quando qualquer frieza ou pecado perturba temporariamente a
comunhão do crente
com Deus.
8. EZEQUIEL 18:24
Esta passagem está facilmente explicada por Eze. 33:13, que reza: ?Quando
eu digo ao
justo que ele certamente viverá; SE ELE CONFIAR NA SUA PRÓPRIA
JUSTIÇA e cometer
injustiça?, etc. A passagem sob consideração fala do juízo do homem que é
justo quanto às suas
próprias obras e delas de desvia. Esta passagem nada tem a ver com o
homem a quem Deus
imputou sem obras. Rom. 4:6-8. A morte ameaçada é morte no assédio de
Babilônia por vir. Por
todo o passo de Ezequiel Deus promete salvar os obedientes, mas destruir os
ímpios neste cerco.
9. MATEUS 12:43-45
A saída do espírito impuro aqui não representa c onversão, desde que a casa
donde saiu foi
deixada vazia. O coração não é deixado vazio na conversão, mas é ocupado
pelo Espírito Santo,
pelo qual somos selados, selados contra a volta do pecado, até ao dia da
redenção. Gal. 4:6; Efe.
1:13,14.
Temos aqui em geral um quadro da reforma humana, mas, em particular, é
descrição do
judeu. Tinham primeiramente abandonado o espírito mau da idolatria, mas
agora tornaram-se
piores mais do que nunca pela sua rejeição do seu Messias.
10. 2 PEDRO 2:20-22
Não está dito desses falsos mestres que eles alguma vez foram salvos. Se o
tivessem, não
teriam voltado. 1 João 5:4; 3:9. Escaparam das ?contaminações do mundo?
pela reforma. São
comparados a um cachaço ou a um cão. Uma pessoa salva não é nem um
cachaço nem um cão,
mas uma ovelha; e das Suas ovelhas disse Cristo: ?Minhas ovelhas ouvem a
minha voz... e elas
me seguem.? (João 10:27).
11. MATEUS 13:20-22
278
Desde que todos os regenerados vencem o mundo, aqueles representados
nestes versos
(parábola da semeadura) devem ser considerados como tendo apenas fé
intelectual. Uma fé
intelectual pode operar grande mudança na vida, no que pode parecer haver
indicação real de
conversão; mas daí a pouco, sob dificuldade e provação, falha. Hoje há
multidões de casos desta
marca.
12. JOÃO 15:2
Os ramos nesta parábola devem ser pensados como ramos enxertados,
porque ninguém
está em Cristo por natureza. Alguns ramos são enxertados propriamente, de
modo que eles têm
ligação vital e sustentadora com a vinha. Outros são enxertados
impropriamente e não tem tal
conexão com a vinha para continuarem a crescer permanentemente e dar fruto.
Assim é com
discípulos. Os ramos aqui são todos que professam fé em Cristo. Alguns
destes ramos são
enxertados em Cristo com fé real do coração. Vivem e produzem f ruto. Outros
são enxertados só
com fé intelectual, como os indicados em Mat. 13:20,21. Não aturam e não
produzem fruto
aceitável. São os que são podados ? Todos os verdadeiros ramos ficam, como
temos indicado.
13. 1 CORÍNTIOS 9:27
Esta passagem é equivalente a Fil. 3:8-14. Em ambas as passagens Paulo
reconhece que a
única prova final da salvação de alguém é perseverança na fé e vida justa até
ao fim, como temos
acentuado. Paulo sabia que a menos que ele provasse sua salvação pela
vitória sobre o mundo ele
seria provado ter crido em vão e ser réprobo. É isto tudo que estas passagens
indicam. Elas estão
perfeitamente em harmonia com o ensino deste capítulo.
14. HEBREUS 6:4-6
Mesmo que esta passagem se referisse a crentes, ela apresenta apenas um
caso hipotético
e não diz que o indivíduo descrito pode atualmente apostatar. Ainda assim, é
tomada como
aplicando-se a um crente, então ela ensina que, se o crente cai, ele não pode
ser restaurado, o que
poucos arminianos admitirão. Assim esta passagem, sobre a base de sua
própria interpretação,
ensina demais para os arminianos.
279
Mas nós não tomamos a passagem como de aplicação aos crentes. Ela se
aplica, cremos,
somente a crentes professos judeus que tinham recebido o cristianismo como
uma religião. Os
benefícios e experiências descritos são meramente intelectuais na sua
natureza. Eles tinham sido
iluminados intelectualmente e sujeitos à obra indireta do Espírito e assim
tinham provado
superficialmente o dom celestial e tinham sido feitos participantes das f orças do
mundo por vir. O
mesmo, em dúvida, podia ser dito dos de Mat. 13:20,21, que são somente
professos e não
possuidores. Ainda mais, em Heb. 6:9 a nós nos parece que o escritor
claramente revela que não
tinha crentes em mente nesses versos já notados. Ele disse aos hebreus que
estava persuadido de
melhores coisas a respeito deles ? coisas qu acompanham a salvação?. Ele
estava persuadido
de que eles não cairiam. Por que? Porque tal não é uma coisa que acompanha
a salvação.
15. APOCALIPSE 3:5
Esta passagem não quer dizer que alguns tenham seus nomes no livro da vida
e, por causa
de infidelidade, os tiveram riscados: é simplesmente uma garantia a crentes de
que, pouco
importando o que possam atravessar, sua fé continuada e perseverança é uma
garantia de que
receberão todas as bênçãos da salvação. É uma garantia de que Cristo não os
deixará.
16. APOCALIPSE 22:19
Devemos interpretar esta passagem na luz de todas as declarações e
promessas da Palavra
de Deus a respeito dos crentes. Na luz deste fato, esta pa ssagem pode ser
tomada como se
aplicando só aqueles que meramente professam estar salvos. Tais devem ser
considerados como
endereçados na base de sua própria profissão, como é muitas vezes o caso na
Bíblia. Temos
notado que nenhum vencedor terá seu nome apagado do livro da vida. Apoc.
3:5. Então, desde
que todos que são nascidos de Deus vencerão (1 João 5:4), nenhum deles
pode sofrer a perda aqui
indicada.
A dificuldade no pensamento de um homem perder sua parte no livro da vida
quando ele
nunca teve tal parte, como é verdade com meros professos, está explicada por
uma comparação
de Mat. 13:12 e Lucas 8:18. Estas passagens são paralelas. Na primeira
lemos: ?... qualquer que
não tiver, dele será tomado mesmo o que tem?. Não é isto impossível? Mas
notai a segunda
280
passagem: ?... ao que não tem, dele será tirado mesmo aquilo que ele PENSA
QUE TEM (Versão
Revista)?. Assim é com a perda referida nesta passagem.
* Para minuciosa exposição desta passagem vide refutação da teoria de
perfeição impecável nesta
vida sobre santificação. Queira reportar -se a ela.
Em aditamento, diz A. T. Robertson: ?O presente do infinitivo ativo hamartanein

pode significar ?e ele não pode ir pecando?? (Word Pictures).
281
Cap 30 - A Doutrina Da Igreja
Quando alguém se salva, a primeira consideração que deveria reclamar sua
atenção é a
igreja. A gratidão a Deus pela salvação deveria fazê -lo tão cônscio da filiação
eclesiástica como
das matérias pertencentes à salvação.
I. A NATUREZA DA IGREJA
1. VÁRIAS CONCEPÇÕES FALSAS DA IGREJA
(1). A conc pção ca|ólica romana
Os católicos romanos crêem que a igreja é um organismo mundial e
hierárquico sob o
mando do Papa em Roma. J. F. Noll, editor de ?Our Sunday Visitor?, de
Huntington, Indiana, no
?The Fairest Argument? compara a igreja com u ma árvore e diz: ?As folhas
representam a
laicidade pelo mundo inteiro. Estão em comunhão direta com os seus
respectivos párocos (os
ramos mais pequenos da árvore mística). Os sacerdotes, por sua vez, em
comunhão direta com os
seus bispos, isto é, os ramos maiores. E todos os bispos estão em comunhão
direta e constante
com o Soberano Pontífice, isto é, o tronco, ou estema, da árvore inteira.?
Algumas vezes os católicos romanos expandem sua concepção de igreja de
maneira a
fazê-la incluir ?todos os fiéis que existiram desde Adão até ao dia presente, ou
quem existir até ao
fim do tempo? (Concílio de Trento no seu Catecismo Romano, Parte I, Capítulo
X, § 16)
pra | r a omn s fid l s, qui ab Adam in hunc usqu di m fu run|, quiv fu|uri
sun|.
(2). A conc pção nacional
Isto se exemplifica na ?Igreja da Inglaterra?, instituição nacional com o Rei da
Inglaterra
como seu cabeça.
(3). A conc pção d nominacional
282
Ouvimos da ?Igreja Metodista Episcopal, Sul? e da ?Igreja Metodista
Episcopal, Norte?.
Há então a ?Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos?. E uns tantos,
ignorantes da polícia batista,
falam das igrejas da convenção Batista do Sul como da ?Igreja Batista do Sul.?
(4). A conc pção Univ rsal
Uma noção popular é que a igreja se compõe de todos os salvos em todo o
mundo em
qualquer tempo dado ou de toda a gente salva que já viveu, se vivos agora ou
falecidos. Assim a
igreja é conhecida como sendo universal e invisível.
(5). A conc pção agr gada
Todas as igrejas e grupos religiosos, tomados no agregado, são algumas vezes
como ?a
igreja? em distinção do mundo.
2. O SIGNIFICADO DE ?EKKLESIA?
A palavra para ?igreja? é ?ekklesia?. Em chegando à concepção correta da
igreja devemos
dar conta do sentido exato desta palavra.
(1). En|r os jud us
Na Septuginta ?ekklesia? refere-se aos israelitas quando reunidos para fins
religiosos e em
nenhuma outra ocasião. Está assim empregada em Deut. 31:30; 32:1; Josué
8:35; 9:8; Juízes 21:8
e 1 Cro. 29:1. Em Atos 7:38 aplica -se a Israel no deserto. Nunca foi usada dos
judeus exceto
quando em assembléia.
(2). En|r os gr gos
Entre os gregos ?ekklesia? referia -se tanto a uma reunião de cidadãos
intimados de suas
casas para algum logar público com o fim de deliberar (Atos 19:32,41). Nunca
foi usada entre os
gregos para pessoas não em assembléia.
283
O mesmo é verdade no grego clássico. Foi aplicada ai à ?clubes ou
associações locais
autônomos? (Thomas, The Church and the Kingdom), bem como às
assembléias políticas, mas aí
não se tem achado caso de sua aplicação a pessoas não reunidas ou não
reunintes.
(3). Por Cris|o os após|olos
Cristo e os apóstolos usaram este termo num sentido até então desconhecido?
Quem o
afirma deve de ombrear o ônus da prova. E para provar semelhante noção é
necessário que os
seus advogados achem casos onde ?ekklesia? não pode ser aplicado abstrata
ou concretamente a
assembléia particulares.
Joseph Cross, episcopal, num livro de sermões intitulado ?Brasas do Altar?,
bem diz:
?Ouvimos muito da igreja invisível como contra distinguida da visível. De uma
igreja invisível
neste mundo nada sei, a Palavra de Deus nada diz; nem pode qualquer coisa
parecida existir,
exceto no cérebro de um herege.?
3. EMPREGO ESCRITURISTICO DE ?EKKLESIA?
Trazendo a mente o significado do termo como já notado, achamos os
seguintes usos da
palavra em o Novo Testamento:
(1). O uso abs|ra|o
Termos que são comumente concretos no sentido são muitas vezes usados
num sentido
abstrato. Tal é o caso com a palavra ?lar? na expressão ?o lar americano?. O
mesmo é também
verdade de ?casamento? na afirmação ?o casamento é uma instituição divina.?
Um outro caso
oportuno é o uso da palavra ?homem? para designar -se a raça.
Há pelo menos três passagens da Escritura onde ?ekklesia? está usado
abstratamente ?
Mat. 16:18; Efe. 3:10,21; 1 Cor. 12:28. Está mani festo que estas passagens
não se referem
particularmente a qualquer assembléia individual. Se Mat. 16:18 é tomada
como se referindo a
uma igreja particular, então deve ser entendido que Cristo prometeu
perpetuidade a uma igreja
particular. Mas nenhuma igreja particular foi perpetuada. Então os apóstolos,
profetas, mestres,
dons, etc., como se enumeram em 1 Cor. 12:28, não foram todos ajustados em
qualquer igreja
284
particular. E o propósito de Deus de fazer Seus mistérios conhecidos e
ganhando-Lhe glória,
como indicando em Efe. 3:10,21, abrange não meramente uma igreja
particular, mas a igreja
como uma instituição.
(2). O uso prosp c|ivo
Há duas passagens da Escritura onde ?ekklesia? se refere a uma assembléia
futura.
Referimos-nos aqui a Efe. 5:25-32 e Heb. 12:23. Em Efe. 5:25 -32 a igreja
abarca os eleitos de
todas as épocas, mas, segundo a etimologia da palavra original, a igreja com
este sentido não
pode ser concebida como existindo atualmente no presente tempo. Assim a
palavra está usada
perspectivamente. E o mesmo é certo em Heb. 12:23.
(3). O uso par|icular pr s n| concr |o
De todos os 112 casos em o Novo Testamento onde ?ekklesia? se refere à
instituição
fundada por Cristo, em todos, exceto os cincos casos já notados e uns outros
raros onde
possivelmente há um emprego misto, refere -se a uma igreja particular,
concreta, local, ou a uma
pluralidade de igrejas semelhantes, como ?a igreja que estava em Jerusalém?
(Atos 8:1); ?todas
as igrejas dos gentios? (Rom. 16:4); ?as igrejas da Macedônia? (2 Cor . 8:1); ?a
igreja em tua
casa? (Filemon 2); e ?as igrejas de Deus? (2 Tess. 1:4).
4. A IGREJA UM CORPO
Freqüentemente em o Novo Testamento fala -se da igreja como um corpo. E
bem diz
Joseph Cross: ?Um corpo é um organismo, ocupando espaço e tendo
localização definita. Uma
simples agregação não é um corpo; deve de haver organização bem assim.
Uma planilha de
cabeças, mãos, pés e outros membros não fariam um corpo; devem ser unidos
num sistema, cada
peça no seu próprio logar e penetrada de uma vida comum. Assi m uma
coleção de pedras, tijolos
e madeiras não seriam uma casa; o material deve estar erigido junto, numa
ordem artística,
adaptada à utilidade. Assim um aglomeração de raízes, troncos e ramagens
não seria uma vinha
ou uma árvore; as partes várias devem ser desenvolvidos segundo as leis da
natureza da mesma
semente e nutridas pela mesma seiva vital? (Brasas do Altar).
5. A IGREJA UMA ASSEMBLÉIA
285
A idéia de uma assembléia inere todo uso de ?ekklesia? em o Novo
Testamento. Esta
idéia não é forçada tanto no uso abstrato como no prospectivo. Não o é mais
no uso abstrato do
que a concepção correta de lar e casamento no uso abstrato desses termos. O
uso prospectivo de
?ekklesia? retém a idéia de uma assembléia ? a assembléia do povo de Deus e
a volta de Cristo.
Não há neste mundo nenhuma coisa tal como uma igreja universal ou invisível.
Abuso é
indesculpável de ?ekklesia? aplica -la a todos os cristãos de todos os tempos
na hora presente.
6. A IGREJA E O REINO
?Os termos escrituríticos ?igreja? e ?reino? tem si do por séculos presumidos
serem
idênticos ou quase idênticos no significado.
?Mas a moderna cultura tende rapidamente a reverter esta impressão. Vê -se
agora
claramente que as duas palavras se referem a duas coisas absolutamente
distintas em natureza e
radicalmente desiguais em muitos aspectos? (Jesse B. Thomas, The Church
and the Kingdom).
?Inferir-se-á prontamente... que a palavra kkl sia suscitaria na mente de um
grego
ordinário, ou pessoa de língua grega, uma concepção não só idêntica a senão
em todo particular a
antítese dessa sugerida por Basiléia? (ibid. pág. 213).
?Somos assim forçados a descansar na conclusão que o ?reino? em questão,
cujo domínio
é ?dentro?, o qual ?não é deste mundo?, que ?não vem com observação?, do
qual nunca se fala
como para ser ?construído? (como a ?igreja?é), nem é, nem foi intentada
jamais ser feita pela
agência humana n|idad | rr na x| rna ou disc rnív l? (ibid. pág. 214).
A igreja e o presente reino de Deus são distinguidos nos seguintes modos:
(1). A igreja é falada como aquilo que era para ser construído; o reino nunca.
Mat. 16:18
(2). Cristo disse: ?Dizei-o à igreja?, quando falando de diferença pessoais que
não podem
ser ajustadas pelas partes envolvidas; mas nunca se disse tal do reino. Mat.
18:17
286
(3). Do reino se disse que fosse pregado e numa ocasião foi anunciado como
?próximo?;
mas nunca se disse tal da igreja. Atos 20:25, 28:31; Marcos 1:15.
(4). Lemos do ?Evangelho do reino?, mas nunca o Evangelho da igreja. Marcos
1:14;
Mat. 4:23; 9:35; 24:14.
(5). A igreja é chamada um corpo; o reino nunca. Efe. 1:22,23; Col. 1:18; 1 Cor.
12:27.
(6). A igreja é uma democracia sob a chefia de Cristo; o reino é uma
monarquia. Daí,
achamos a igreja autônoma na eleição de Matias, a eleição dos sete diáconos;
a separação de
Barnabé e Saulo; a escolha de um camarada de viagem para Saulo ( 1 Cor.
16:3; 2 Cor. 8:19,23).
(7). A comunidade eclesiástica está sujeita à ação da igreja; ao passo que
Deus, puramente
independente de toda a autoridade humana, põem homens no Seu reino pelo
novo nascimento.
João 3:5; 2:6; Col. 1:13; Rom. 14:1; Atos 9:26; 1 Cor. 5; 2 Cor. 2:6.
(8). De nós se diz sermos batizados para a igreja; mas nunca para o Reino. 1
Cor. 12:13.
(9) A igreja tem um caráter orgânico, tendo oficiais (1 Cor. 12:28) e é visível; o
reino em
nenhum sentido é orgânico e é invisível. Lucas 17:20.
(10). A igreja é local; o reino é universal.
II. A FUNDAÇÃO DA IGREJA
1. DUAS CONCEPÇÕES ERRÔNEAS
(1). A noção qu a igr ja foi fundada no dia d P n| cos| s r cordado m A|os
2
Não há mais leve indício da fundação de qualquer coisa neste dia. A igreja que
existiu no
fim do Dia de Pentecostes, existiu antes do Pentecostes. Antes do Pentecostes
a igreja teve o
Evangelho e o pregara. Teve o batismo e a Ceia do Senhor. Teve também um
ministério e fez
cultos. Antes do Pentecostes a igreja foi um corpo de crentes batizados, unidos
para executarem a
vontade de Jesus Cristo. Isto é o que uma igreja é.
287
(2). A noção qu Ma|. 16:18 marca o | mpo da fundação da igr ja
Isto é bem uma noção geral entre os que rejeitam a teoria pentecostal da
fundação da
igreja. Mas Jesus não disse: ?Sobre esta rocha fundar i a minha igreja?. Ele
empregou a palavra
?construir? em vez da palavra ?fundar?. E a palavra grega traduzida aqui por
?construir? quer
dizer construir a super estrutura. Ocorre à mesma palavra em Atos 9:31, que
está traduzida por
?edificadas?. Cristo estava então construindo ainda Sua igreja tal qual Ele
disse que faria em Mat.
16:18.
O que temos dito de Pentecostes podemos também dizer do dia em que Cristo
pronunciou
as palavras de Mat. 16:18: a igreja que existiu ao cabo desse dia, existiu antes
desse dia. Nada há
que se possa chamar igreja que veio a existir nesse dia, tanto quanto o arquivo
inspirado nos
informa.
2. O VERDADIERO TEMPO DA FUNDAÇÃO DA IGREJA
Ao localizar a fundação da igreja devemos achar um tempo quando algo que
responde à
descrição da igreja veio a existir. Esta regra aponta -nos o tempo quando, após
uma noite de
oração, Cristo escolheu os doze apóstolos. Com esta escolha este s doze
homens, pela primeira
vez, fez-se um corpo. Tiveram um cabeça ? Cristo. Tiveram um tesoureiro ?
Judas. Presumiramse
eles crentes batizados. Uniram-se para executarem a vontade de Cristo. Que
mais além disto se
tornaram no dia em que o seu Mestre pro nunciou as palavras de Mat. 16:18?
III. A FUNDAÇÃO DA IGREJA
Há muita controvérsia tocante ao significado de ?rocha? nas palavras de
Cristo: ?sobre
esta rocha edificarei minha igreja?. Os católicos romanos e outros tomam a
rocha por Pedro. Mas
a diferença em gênero e o significado exato entre ?Petros?, traduzido por
Pedro e ?petra?
traduzida por rocha faz insustentável esta idéia. No grego clássico a distinção
está geralmente
observada (vide ?petra? no Léxico de Thayer), ?petra? significando ?a rocha
viva mássica? e
?petros? significando ?um fragmento destacado, mas grande.?
Outros tomam ?petra? como significando a fé de Pedro e outros ainda a
confissão de
Pedro.
288
Consideramos Cristo aqui como usando de um trocadilho. Tomamos ?petra?
como se
referindo a Cristo divinamente revelado e implantado nos corações dos homens
(Col. 1:27).
Pensamos que esta interpretação é sustentada por 1 Cor. 3:11, passagem que
fala da fundação da
igreja em Corinto e fundação que fora lançada pela pregação do Evangelho e a
divina revelação e
implantação de Cristo no coração.
IV. AS ORDENANÇAS DA IGREJA
No sentido lato, uma ordenança é meramente um mandamento e qualquer
mandamento é
uma ordenança; mas a usança comum de hoje limita o termo ordenança da
prosa religiosa a
formas e cerimônias especiais que pertencem à igreja e são observadas sob
sua jurisdição. Neste
sentido só achamos duas ordenanças da igreja na Bíblia. São:
1. BATISMO
O batismo, que é a imersão em água de um penitente crente em nome da
Trindade ou de
Cristo por autoridade própria e para o fim de mostrar a morte do crente para o
pecado e a
ressurreição para andar em novidade de vida, foi o rito inicial das igrejas do
Novo Testamento.
Ninguém foi recebido sem este rito. Diz Paulo que é o modo porque crentes se
fazem parte do
corpo de Cristo, a igreja (1 Cor. 12:13).
O batismo é um assunto tão vasto que um capítulo inteiro ser -lhe-a devotado
mais tarde;
portanto, consideração subseqüente está reservada para esse capítulo.
2. A CEIA DO SENHOR
A ceia do Senhor é o memorial instituído por Cristo em que Suas igrejas são
mandadas
mostrar Sua morte pelo emprego de pão azimo e vinho. Como com o batismo,
consideração
ulterior virá num capítulo inteiramente devotado a ele.
V. OS OFICIAIS ORDENADOS DA IGREJA
O Novo Testamento só menciona dois oficiais ordenados na igreja. São:
289
1. ANCIÃOS OU BISPOS
O título ?ancião? ou ?bispo? designou o oficial principal nas igrejas do Novo
Testamento.
Os ocupantes deste ofício presidiam aos cultos, ensinaram e guiaram o povo
nas doutrinas e nos
deveres cristãos e exerceram a superintendência das igrejas.
São estes dois títulos usados reciprocamente em o Novo Testamento e,
portanto,
designam o mesmo ofício. O seu uso recíproco pode ser visto em Atos 20:17 e
verso 28 do
mesmo capítulo. Diz-se na primeira passagem que Paulo convocou os anciãos
da igreja de Éfeso
e na segunda ele os chama ?superintendentes?, que é a tradução literal da
palavra traduzida
noutro logar por ?bispos?. Vide Fil. 1:1. O uso alternado de ambos os títulos
sob discussão pode
ser visto também em Tito 1:5,7.
O termo ?pastor? é um outro termo usado só uma vez em o Novo Testamento
(Efe. 4:11),
o qual designou, parecidamente, o mesmo ofício como ancião e bispo.
Parece ter sido a regra em o Novo Testamento, nas suas igrejas, ter um a
pluralidade de
anciãos, como se vê plenamente no caso da igreja de Éfeso (Atos 20:17), e no
caso da igreja de
Filipos (Fil. 1:1) e como parece estar indicado no caso de outras igrejas em
Atos 14:23 e Tito 1:5.
A razão principal, talvez, para se ter uma p luralidade de anciãos nas igrejas do
Novo
Testamento, é que era costume haver só uma igreja em qualquer cidade, tendo
esta,
presumivelmente, um número de pontos de pregação pela mesma.
Um ministério graduado é desconhecido em o Novo Testamento. O bispo era
um oficial
de uma igreja particular e não um superintendente das igrejas de um dado
distrito, como é o caso
hoje em algumas denominações.
2. DIACONOS
Vide Atos 6:1-8; Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8 -13.
Há tanta coisa a dizer-se com referência ao diaconato que reser vamos
tratamento mais
extenso para ulterior capítulo exclusivamente devotado a este assunto.
290
VI. O GOVERNO DA IGREJA
As igrejas do Novo Testamento eram independentes e democráticas no seu
governo. Este
fato está visto em:
1. A ESCOLHA DE MATIAS
Conquanto o método usado na escolha de Matias não é o costumeiro nas
votações de hoje,
o relato de Lucas (Atos 1:23 -26) implica que a igreja inteira participou de sua
escolha.
?Indicaram? (v. 23), ?oraram? (v. 24), e ?lançaram sortes?. O grupo inteiro de
cento e vinte (v.
15) é o antecedente naturalíssimo do pronome ?eles? nestas expressões.
2. A ESCOLHA DOS SETE DIACONOS
Quando se levantou a necessidade desses sete servos da igreja, os apóstolos
não
assumiram a autoridade de os indicar, mas ?convocando a multidão dos
discípulos, disseram:
Não é razoável que nós deixemos a Palavra de Deus e sirvamos às mesas;
escolheis, pois, irmãos
dentre vós sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria, aos quais
constituamos sobre este importante negócio ? (Atos 6:2,3). ?E este parecer
satisfez a toda a
multidão e elegeram? os sete varões cujos nomes são dados. A multidão dos
discípulos, isto é, a
igreja, fez a escolha.
3. A SEPARAÇÃO DE BARNABÉ E SAULO
Nisto vemos a independência das igrejas do Novo Testa mento. A igreja de
Antioquia,
ainda que muito mais jovem que a de Jerusalém, procedeu nesta matéria
independente desta e
sem sequer consultá-la. Vide Atos 13:1-3. Nem a igreja consultou os apóstolos.
4. A EXCLUSÃO E RESTAURAÇÃO DO HOMEM INCENTUOSO EM
CORINTO.
Paulo dirigiu-se à igreja como um todo nesta matéria. Vide 1 Cor. 5. E na
recomendação
concernente à restauração deste homem (2 Cor. 2:6) fala de sua punição como
tendo o mesmo
sido aplicado por ?muitos?, literalmente, a maior parte ou maioria. Isto im plica
distintamente que
291
a igreja era democrática na exclusão do homem. Não foi feito pelos anciãos,
nem pelos diáconos,
mas pelos muitos ou a maioria.
5. A ESCOLHA DE CAMARADAS VIAJANTES PARA PAULO
Vide 1 Cor. 16:3; 2 Cor. 8:19,23. Paulo reconheceu o d ireito de as igrejas terem
seus
próprios representantes acompanhando -o nas suas viagens entre as igrejas
para amealhar as
ofertas para os santos em Jerusalém. Temos, não há duvida, estes
mensageiros das igrejas?
mencionados em Atos 20:4. Assim Paulo não fo i um senhor sobre a herança de
Deus, mas
reconheceu-lhes o direito de autonomia. Paulo fala desses irmãos como tendo
sido escolhido das
igrejas. Isto implica que as igrejas procederam como corpos na sua escolha.
Não foram indicados
pelos anciãos. A única maneira por que uma igreja pode proceder como um
corpo é por algum
método de votar. Qualquer método adequado de votar é uma expressão de
democracia.
6. O DEVER E A RESPONSABILIDADE DA IGREJA TODA EM:
(1). Man| r unidad d ação
Vide Rom. 12:16; 1 Cor. 1:10; 2 Cor. 13:11; Efe. 4:3; Fil. 1:27; 1 Ped. 3:8.
Strong mui
justamente observa nesta passagem que elas ?não são meros conselhos de
submissão passiva, tais
como poderiam ser dados uma hierarquia, ou aos membros da Companhia de
Jesus: são
conselhos de cooperação e juízo harmonioso.?
(2). Cons rvar puras a dou|rina a prá|ica
1 Tim. 3:15; Judas 3. Vide também as exortações às igrejas no Apocalipse 2 e
3.
(3). Guardar a ord nanças
1 Cor. 11:2, 23, 24.
E podemos concluir por dizer que em nenhum caso em o Novo Te stamento
vemos
contraditadas a independência e a democracia da igreja.
VII. A MISSÃO DA IGREJA
292
A missão da igreja está claramente esboçada na comissão de despedida de
nosso Senhor
como recorda em Mat. 28:19,20. Há três elementos nesta comissão.
1. FAZER DISCÍPULOS
A frase ?ensinai todas as nações? pode ser traduzida ?disciplinai todas as
nações? que este
é o seu significado. Da versão de Marcos achamos que os discípulos são para
ser feitos pela
pregação do Evangelho. À luz de outras passagens não pode s er sustentado
que o discipulamento
se fez através do ato de batismo, como alguns quereriam que fosse. Achamos
que o Mestre, autor
da comissão e nosso exemplo perfeito, ?fez e batizou? discípulos (João 4:1), o
que implica que os
discípulos foram feitos e en tão batizados, não feitos pelo ou através do
batismo.
Precisamos de notar que esta comissão autoriza a pregação mundial do
Evangelho. É para
irmos em todo o mundo e pregarmos o Evangelho a toda criatura (Marcos
16:15), fazendo
discípulos em todas as nações. Nem pode ser razoavelmente sustentado que
isto coube só a era
apostólica. A promessa da presença de Cristo até ao fim dos séculos (Mat.
28:20) implica uma
continuação da comissão até ao fim dos séculos, pelo que se quer dizer o fim
da presente
dispensação, que virá na volta de Cristo.
2. BATIZANDO-OS
Ao passo que o batismo nada tem a ver com fazer discípulos e não tem poder
salvador,
todavia está ordenado por nosso Senhor e é, portanto, importante.
A comissão de Cristo proíbe expressamente batizar crianças de peito e outras
pessoas
inconquistáveis. O antecedente ?os? são os tais que são discípulos. Ninguém
se arroga o batismo
a menos que possa ser ensinado e então a ele não se arroga até que tenha
sido ensinado e tenha
recebido esse ensino. Vide Ato s 2:41, 8:36,37, 19:1-5.
3. ENSINANDO-OS
Ainda não estamos terminados quando fizemos discípulos e os batizamos:
somos
intimados a ensiná-los e a ensinar-lhes tudo quanto Cristo mandou.
293
Já nos referimos à promessa da presença de Cristo que se ajunta a e sta
comissão. A
promessa não só indica que a comissão tem uma aplicação perpétua até ao fim
dos séculos, mas
também indica que Cristo se dirigiu aos apóstolos, não como indivíduos senão
como constituindo
eles a igreja. Estes apóstolos há muito estão mortos , contudo o fim dos séculos
não veio; logo,
Cristo deve ter precisado falar-lhes como a um corpo que se perpetuaria até ao
fim dos séculos. A
comissão, portanto, foi cometida à igreja. A execução dela, então, é,
primariamente, uma
responsabilidade da igrej a.
VIII. A COMUNIDADE DA IGREJA
De que espécie de pessoas consistiram as igrejas do Novo Testamento?
Houve ali uma
coisa semelhante à comunidade infantil da igreja? Podemos responder a esta
última pergunta
com uma negativa enfática. Toda palavra em o Novo Testamento que de
qualquer maneira toca a
matéria da comunidade da igreja é totalmente contra a idéia infantil da igreja.
Não achamos
mesmo o mais leve indício de alguma vez ter sido recebida numa igreja do
Novo Testamento
qualquer pessoa irresponsável. As igrejas do Novo Testamento foram
compostas somente de
pessoas supostamente regeneradas. Os que saíram disto, saíram da Palavra
de Deus e suas
instituições são indignas de se chamar igrejas do Novo Testamento.
IX. A DISCIPLINA DA IGREJA
Pode-se definir a disciplina como tratamento cabível a um aprendiz ou
discípulo, ou o
treino de alguém proceder de acordo com regras estabelecidas.
Da grande comissão vimos que o ensino ou treino dos discípulos de Cristo
cometidos à
igreja. Este ensino ou treino deve precis ar de assentar às necessidades de
diferentes classes de
discípulos e deve precisar de consistir de mais que uma simples proclamação
da verdade.
Achamos ser isto verdade segundo as epístolas pastorais e segundo Cristo
mesmo. Notamos,
portanto:
1. TRÊS ESPÉCIES DE DISCIPLINA
(1). Disciplina forma|iva
294
Esta é a forma primária e mais simples de disciplina. Consiste em ensinar,
instruir e guiar
os cordial-decididos nos caminhos da verdade e justiça.
As igrejas deveriam engajar-se diligentemente nesta forma de disciplina. É o
método
melhor e mais satisfatório. Se for usada fielmente, outras formas de disciplina
menos desejáveis
não serão tão precisadas.
(2). Disciplina corr |iva
A máxima disciplina formativa diligente, porém, não impedirá lapsos da vereda
direita e
estreita por parte de todos os crentes. Estão seguros alguns de ser assaltados
pelo pecado.
Desta classe está falado em Gal. 6:1. Esses não são os obstinada e
persistentemente
pecaminosos, mas os que vivem em geral retamente e são tomados de alguma
tentação ou habito
e assim caem em pecado. São para serem restaurados pelos espiritualmente
intencionados na
igreja. Estes deveriam ir aos que erraram e, com mansidão, procurar recobra -
los do seu pecado.
Se este plano for seguido, salvar -se-ão muitos de grandemente prejudicarem a
si mesmo e à
igreja.
Um outro caso de disciplina corretiva acha -se em Mat. 18:17. Aqui temos o
caso de um
irmão ofender a outro. Depois de o ofendido ter dado os dois primeiros passos
sem resultado,
trará o assunto à ciência da igrej a, a qual, então, julgará o caso e buscará
reconciliar os dois
irmãos apartados. Isto é disciplina corretiva.
(3). Disciplina Excisiva
Por disciplina excisiva quer -se dizer cortar ou excluir um membro da igreja por
alguma
ofensa ímpia ou por persistência no pecado. Pouco importa quão bem uma
igreja se saia na
aplicação da disciplina tanto formativa como corretiva, ela achará ser
necessário uma vez ou
outra afastar-se de alguma pessoa e retirar -lhe a mão de comunhão fraternal.
Notemos:
A. Os fins da disciplina excisiva.
295
(a). O bem do excluído. Sempre que o excluído parece ser pessoa salva, isto
deveria ser a
coisa predominante. E quando mesmo estiver claro que a pessoa ofensora está
perdida,
deveríamos esperar que sua exclusão ajudará a produzir sua salv ação.
Paulo recomendou a exclusão do incestuoso em Corinto, primeiro que tudo,
para ?a
destruição da carne?, a saber, a natureza carnal. Deveríamos orar pelo
excluído para que Deus use
a disciplina para seu próprio bem.
No caso do homem de Corinto vemos que a disciplina realizou o seu fim
desejado. De 2
Cor. 2:6-8 vemos que esse homem se arrependeu. Muitos discípulos tem sido
despertados e
trazidos à razão pela exclusão da igreja.
(b). O bem da igreja. Paulo assinalou uma outra razão para a exclusão do
homem de
Corinto. Paulo diz-lhes que purguem o fermento velho, porque ?um pouco de
fermento fermenta
a massa toda.? Vide 1 Cor. 5:7,8. A igreja deve excluir o ímpio para que possa
proteger o resto de
sua comunidade. O exemplo do ímpio, se for deixado na igreja , tenderá a
corromper a igreja
inteira.
(c) . A glória de Cristo. Ainda que a igreja não precisou de excluir os ímpios por
amor
deles mesmos e como uma proteção do restante da comunidade, ela carecia
de faze-lo para a
glória de Cristo. A igreja é Seu corpo e O representa no mundo. Desonra a
Cristo ser o Seu corpo
conspurcado pela impiedade. Paulo argui contra as divisões na igreja com o
fundamento que
Cristo não está dividido (1 Cor. 1:13). Do mesmo modo podemos argüir contra
a permissão da
impiedade na igreja sobre o fundamento que em Cristo não há impiedade.
B. Ofensas dignas da disciplina excisiva.
Estas ofensas podem ser divididas em três espécies; a saber:
(a). Ofensas pessoais. Esta classe de ofensas está referida em Mat. 18:15 -18 e
o método
de tratar com elas está indicado. Uma igreja não deveria permitir a um dos
seus membros trazer
diante dela queixa contra outro membro antes que se tenham dado os dois
passos precedentes
escritos por Jesus.
296
(b) Ofensas doutrinárias. Vide Rom. 16:17; 1 Tim 6:3 -5. De cada uma das
passagens
precedentes a disciplina excisiva da igreja é uma inferência razoável no caso
de ensinadores
persistentes do erro. Aqueles mencionados em Rom. 16:17 evidentemente não
eram membros da
igreja, mas suponde que tinham sido; podia a co munidade da igreja evitá -los de
tal modo a
impedi-los de causar muito dano sem excluí -los da igreja? Estaria em boa
ordem reter na igreja
pessoas que a comunidade como um todo precisaria de evitar? E suponde que
esses falsos
mestres insistissem em falar seus erros nas reuniões da igreja? Respondei a
estas perguntas
calmamente e vereis a clara inferência de tais caracteres como referidos em
Rom. 16:17, se na
igreja deve precisar ser excluído da igreja para que as instruções de Paulo
sejam cumpridas de
uma maneira ordeira e efetiva.
E seria direito para Timóteo retirar -se de membros da igreja? Uma solução
assim não
produziria cisma no corpo, que nunca deveria existir no corpo de Cristo? Assim
temos a mesma
inferência desta segunda passagem.
Mas notai que em ambos os casos os falsos mestres são falados como
propagando seus
erros e causando divisão na igreja. Tal conduta reclama disciplina. Contudo o
caso é diferente
com aqueles que não compreendem a verdade como deviam, mas são
suscetíveis de aprender e
não se portam de maneira a causarem divisão na igreja. É desta classe que
Paulo fala quando diz:
?Ao que é fraco na fé recebei vós.? (Rom. 14:1).
(c) Ofensas Morais. Vide 1 Cor. 5:1-7; 2 Tess. 3:6,14.
2. OBSERVAÇÕES OUTRAS SOBRE DISCIPLINA
(1). Indicação d comissão não obriga|ória
Note-se que nada se diz em quaisquer das passagens referidas, nem qualquer
coisa está
dito em qualquer das passagens referidas, quanto à necessidade de se mandar
uma comissão ver
um membro ofensor antes que se institua ação disciplinar.
Não dizemos que isto nunca devera ser feito, mas desejamos acentuar que a
Escritura de
nenhum modo prende a igreja para assim fazer em qualquer caso. De fato, a
Escritura nenhuma
297
vez menciona a indicação de uma comissão nos casos de disciplina. A igrej a é
deixada livre sob a
liderança do Espírito Santo para decidir quando se precisa de uma comissão.
Alguns procuram usar Mat. 18:15-17 para provarem que uma comissão sempre
deve ser
indicada para ver a pessoa ofensora. Mas não há aqui menção de uma
comissão indicada pela
igreja. Nesta passagem temos direções para ofensas pessoais. Isto nada tem a
ver com outra
ofensa.
(2). Visi|ação p ssoal não obriga|ória
Não está dito na Escritura que alguém deva trabalhar privadamente com a
pessoa culpada
de ofensa doutrinal ou moral antes de o caso ser trazido perante a igreja para
disciplina excisiva.
A primeira coisa que deveria prender toda atenção do salvo é a Igreja, bem
como toda a
matéria concernente à salvação.
Outra vez não dizemos que isto não devera ser feito. No caso de ofensas
comuns em
doutrina ou moral não estamos obrigados a este procedimento em todos os
casos. E em ofensas
mais graves e feias não devera ser seguido. Em tais casos, só a exclusão
imediata pode conseguir
os resultados almejados. Notai que Pa ulo, no caso do homem de Corinto,
recomendou a exclusão
imediata , sem quaisquer passos intermediários. Vide 1 Cor. 5:1 -7.
(3). Julgam n|os da igr ja d sn c ssários imprud n| s
Nada se diz em nenhum logar da Escritura sobre um julgamento da igreja para
um
ofensor.
Na matéria de ofensas pessoais podem vir ocasião em que o acusado devera
ser ouvido
em sua própria defesa e, em tais casos, ele devera ser ouvido, a menos que os
fatos a respeito de
sua culpa sejam conhecidos de mais para admitirem qualquer dúvi da. Mas em
tais casos é melhor
que sua defesa seja trazida à igreja por uma comissão antes do que pela
própria pessoa acusada.
E, noutra ofensa, se a igreja o julgar acertado, pode ser permitido ao acusado
defender-se a si
mesmo; mas então, igualmente, é muito melhor que a sua defesa se faça por
uma comissão. De
298
outra maneira muito mal pode ser causado por palavras amargas e descabidas
matérias
apresentadas à igreja.
Em qualquer caso onde a igreja está segura da culpabilidade do acusado ela
não precisa de
permitir-lhe qualquer defesa. Uma igreja nunca deveria excluir um membro,
contudo, sem estar
seguira dos fundamentos Ela devera sempre dar os passos necessários para
acertar os fatos. Mas
ela não está obrigada a qualquer forma estereotipada de procedim ento. A
igreja não é um tribunal
e não pode ser obrigada a agir sob as regras de um tribunal.
Chamamos a atenção para estas matérias porque elas são algumas das coisas
que o diabo
usa para entravar a disciplina e ofender as igrejas de vários modos. Em
muitíssimas igrejas um
assunto de disciplina chamará sempre algum tradicionalista aos seus pés para
insistir que a igreja
siga certos tramites que eram costumeiros nos matagais dantanho quando ele
era menino. Se a
igreja permitir-se ser trazida sob semelhantes tradições, raro ela cumprirá o seu
dever na matéria
disciplinar. Comissões para ver partes ofendidas raramente funcionam e
continuam de uma para
outra reunião até que o assunto se gasta e fica esquecido. Se a igreja recusar -
se a se fazer escrava
da tradição dos matagais e seguir a Palavra e o Espírito de Deus, ela achar -se-
á muito melhor no
fim.
X. A PERPETUIDADE DA IGREJA
Em Mat. 16:18, ao falar da igreja, disse Jesus: ?As portas do inferno não
prevalecerão
contra ela.? Contenção nossa é que, aqui, Cristo prometeu existência
continuada da igreja. O
Hades é o reino invisível de todos os mortos; ele contém tanto os mortos justos
como os ímpios.
Todavia, uns e outros não estão na mesma localidade ou estado. Os ímpios
estão atormentados no
fogo (Luc. 16:23). Os justos estão com o Senhor (2 Cor. 5:8; Fil. 1:23). Mas
tanto justos como
ímpios estão naquele reino invisível dos mortos, o qual é conhecido como
hades.
Thayer define ?hades? como se referindo a ?o receptáculo comum dos
espíritos
desencarnados?. Justin A. Smith diz que quer dizer? em geral o mundo dos
mortos?. Segundo
John A. Broadus que dizer ?o mundo invisível, a habitação dos mortos?. E
Broadus ajunta:
?Nem o Hades nem o Sheol alguma vez denota distintamente o lugar de
tormento?, mas ele diz
299
?o logar de tormento está no Hades e assim está a habitação de Abraão,
separada por um abismo
intransponível, mas dentro da vista e do ouvido?.
?As portas do Hades? tomamos para significar entrada, antes do que poder
ofensivo ou
defensivo. Portanto tomamos a passagem para significar que o hades jamais
poderá tragar a
igreja, que ela nunca morrerá. Assim entendemos Jesus como prometendo que
Ele guardará a
igreja viva, a despeito do fato que o material humano de que ela se formaria
morreria. Como este
material morre, Ele levanta outros para perpetuarem e igreja.
Cremos que Mat. 16:18 nos justifica em crermos que nunca houve um
momento desde
que Jesus fundou Sua igreja em que não tenham havido uma igreja verdadeira
sobre a terra. Teve
sua existência em todo o tempo até ao presente e continuará a existir até que
Jesus venha para
recebê-la em Si mesmo (ð ).
XI. OS SINAIS INDENTIFICADORES DA IGREJA
Se, como crentes, a igreja de Cristo perpetuou -se, então ela está no mundo
hoje e tem
estado no mundo desde sua fundação. Porque meios, então, identificamos esta
igreja em qualquer
tempo?
Para haver uma igreja, deve ela ser:
1. UM CORPO LOCAL INDEPENDENTE
A Igreja Católica Romana não pode qualificar -se como igreja de Cristo. Nem o
pode
qualquer ramo da persuasão Metodista Epi scopal. Nada disto existiu nos
tempos do Novo
Testamento. As igrejas do Novo Testamento eram locais, corpos
independentes. Nenhuma
instituição hierárquica pode qualificar -se como uma igreja .
2. SUSTENTANDO A VERDADE COMO A MANEIRA DE FAZER
DISCÍPULOS
O fim primário de Jesus, ao por a igreja no mundo, foi que o Seu Evangelho
fosse
pregado. Nenhuma instituição que prega o Evangelho falso é reconhecida
dAquele que ameaçou
300
mesmo a igreja de Éfeso com a remoção do seu castiçal porque simplesmente
esfriara no seu zelo
e ficará negligente concernente à obra de que Ele cometera às Suas igrejas.
Nenhuma instituição que ensina qualquer forma de salvação pelas obras está
sustentando
a verdade quanto ao meio de fazer discípulos. Uma igreja deve ensinar a
salvação totalmente de
graça pela fé.
3. SUSTENTANDO A VERDADE QUANTO AO BATISMO
O batismo escriturístico é essencial a uma verdadeira igreja porque é porta à
igreja. Vide
1 Cor. 12:13. Logo, não pode haver igreja sem batismo. Uma organização que
pratica qualquer
coisa, menos a imersão, ou não sustenta o batismo de crentes, ou que batiza
gente para que se
salve, certamente não é reconhecida por Cristo como uma de Suas igrejas.
4. RECONHECENDO A CRISTO SÓ COMO SEU CABEÇA E PROCURANDO
EXECUTAR
SUA VONTADE E MANDAMENTOS
A igreja é um corpo místico; conseqüentemente, ela pertence ao seu cabeça.
Se o seu
Cabeça é Cristo, ela é Sua igreja. Se o seu cabeça é o Papa , ela é a igreja do
Papa. Se o seu
cabeça é uma conferência, então ela é a igreja de uma conferência. Se o seu
cabeça é um
presbitério ou sínodo, então ela pertence ao presbitério ou sínodo em vez de a
Cristo.
Onde quer que se ache um corpo local possuindo todos esses atributos, aí está
uma igreja.
Sem eles todos não pode haver igreja.
E não hesitamos em dizer, terminando, que, a respeito das denominações
regulares, ao
menos, só as igrejas batistas podem hoje, pelos testes precedentes, ser
identificadas como igrejas
do Novo Testamento.
301
ð Em síntese a perpetuidade das igrejas do Novo Testamento pode ser
apontada como segue: - A
quebra entre as verdadeiras igrejas e as que se desviaram veio no meio do
segundo século. Desse
tempo em diante deram-se apelidos as igrejas verdadeiras, senso os principais:
- montanistas,
novacionados, donatistas, paulicianos, albingense s e valdenses. Tão cedo
como no terceiro século
aplicou-se o nome de anabatistas a essas verdadeiras igrejas por causa de sua
prática de batizar os
que a elas vinham das falsas igrejas. A palavra ?anabatistas? quer dizer
rebatizador. No curso do
tempo o prefixo ?Ana? caiu e as verdadeiras igrejas vieram a ser conhecidas
simplesmente como
batistas.
302
Cap 31 - A Doutrina Do Batismo
O batismo é talvez o assunto mais controvertido na Bíblia. Por séculos ele tem
sido um
campo de batalha teológico em que muitos nobres soldados da cruz lutaram,
sangraram e
morreram. Talvez mais sangue de mártires tem sido derramado por causa do
batismo que por
qualquer outra coisa. A controvérsia tem rugido principalmente em redor de
quatro aspectos do
batismo. Nossa discussão , portanto, tratará desses quatro aspectos.
I. O ADMINISTRADOR
Faz alguma diferença quem é administrador do batismo? Dizem alguns que
não.
Argumentam que o batismo é um ato de obediência por parte do batizando e
que o administrador
não é importante; mas os que assim pensam imaginam que teria sido a mesma
coisa aos olhos de
Deus se o povo nos dias de João Batista tivesse recebido o batismo de algum
fariseu ou saduceu
em vez de receber o de João? Naquele tempo Deus teve um administrador
divinamente indicado e
Nosso Senhor andou em grande distância para receber o batismo de suas
mãos. Se Deus, naquele
tempo, teve um administrador divinamente indicado, não é crível que ele tenha
um hoje? Cremos
que tem. Notemos:
1. O BATISMO É UMA ORDENANÇA DA IGREJA.
Para prova disto oferecemos as seguintes passagens:
(1) Ma|. 28:18-20.
No logar supra, como é bem sabido, temos o relato de Mateus da última
comissão de
Cristo, comumente chamada de grande comissão.
A quem estava Cristo falando quando Ele pronunciou Sua última c omissão? A
promessa
que a ela se junta mostra que ele não estava falando aos apóstolos como
indivíduos. Ele prometeu
sua presença até o fim dos séculos. Certamente ele não pensou que os
apóstolos viveriam tanto
assim. Então ele deve ter-se-lhes dirigido em alguma capacidade oficial ou
corporada. Dirigiu-selhes
como a um corpo discente apostólico que era para se perpetuar? Dificilmente
pensamos
303
assim, desde que nada se diz sobre a perpetuação do oficio apostólico. Para
ser membro dos doze
originais foi necessário que alguém tivesse acompanhado os demais desde o
batismo de João e
tivesse sido testemunha da ressurreição (Atos 1:21 -22). Paulo foi um apostolo
num sentido
levemente mais amplo: em que ele teve uma comissão pessoal de Cristo, que
lhe apareceu e lhe
comissionou na estrada de Damasco. Num sentido ainda mais amplo outros se
chamam
apóstolos. Mas não se dá um indicio da perpetuidade do ofício até o fim dos
tempos, nem há um
indicio que o ofício pudesse ser transmitido de um para outro.
Cremos que Cristo falou aos apóstolos como constituindo a igreja. Isto cremos
porque:
A. A Igreja é o Corpo de Cristo
Assim é representada muitíssimas vezes para que se precise de mencionar
referências
escrituristicas. Desde que a cabeça executa as obras através do cor po, cremos
que Cristo cometeu
sua obra ao seu corpo.
B. A Igreja é o Templo do Espírito Santo.
Vide 1 Cor. 3:116. nesta passagem, Paulo não estava falando do corpo
humano do crente,
o qual noutro logar se chama o templo do Espírito Santo (1 Cor 6:19); mas
falando plenamente
da igreja. Este capítulo trata do edifício da igreja.
Desde que a Igreja é o templo do Espírito Santo e o Espírito está aqui para
dirigir a obra
de Cristo, parece que é por meio de Igreja que ele fará sua obra; logo, que foi à
Igreja que Cristo
deu a grande comissão.
C. A Igreja é coluna e fundamento da verdade.
Vide 1 Tim. 3:15. A verdade toda está contida na grande comissão. Desde que
a Igreja é
coluna e fundamento da verdade, a comissão deve ter sido confiada a ela.
(2) 1 Cor. 12:13.
304
Reza a escritura: ?Num Espírito fomos todos batizados num corpo?. Sustentam
alguns que
esta passagem se refere ao batismo no Espírito Santo. Não há fundamento
escrituristico para tal
noção. Não há na escritura indicio algum que cada crente receba o bati smo do
Espírito na ou
depois da regeneração. Isto é uma presunção pura e simples.
Esta passagem dignifica que estar no ou sob o poder do Espírito Santo fomos
todos
trazidos pelo Senhor ao batismo e assim fomos feitos membros de seu corpo, a
igreja local.
Assim o batismo é a porta cerimonial para a Igreja.
Sendo isto verdade e sendo também verdade que a Igreja é um corpo
democrático, seguese
que ela tem o cargo de sua própria porta; ou, em outras palavras, a igreja tem
autoridade de
receber membros. Está isto implicado na exclusão dos pecaminosos e na sua
recepção outra vez
sê se arrependem e quando se arrependem (1 Cor. 5:1 -7; 2 Cor. 2:6-8). Em
também está
implicado na injunção de Paulo à Igreja de Roma: ?ao que está fraco na fé
recebei-o vós? (Rom.
14:1). Assim o batismo é uma ordenança da igreja.
2. O BATISMO, ENTÃO PODE SER ADMINISTRADO SOMENTE POR
AQUELES A
QUEM A IGREJA AUTORIZA.
Sem dúvidas que a Igreja como um todo, não pode batizar; ela deve realizar a
ordenança
por meio daqueles a quem ela autoriza, tanto como Jesus batizou por meio dos
apóstolos (João 4:
1,2).
Isto levanta duas questões, que consideremos agora; a saber:
(1) Pode a Igreja autorizar qualquer um de seus membros a realizar a
ordenança do batismo?
Para fazer o alcance desta pergunta mais claro, podemos apresentá-la como
segue: a
realização do batismo esta limitada ao ministério, ou pode um leigo oficiar?
O Novo testamento não é tão claro neste ponto como noutros, mas o peso da
evidência é
em favor da administração do batismo como uma funç ão peculiar do ministério.
Filipe foi
primeiro um diácono e então um pregador. A tradição tem que Ananias, que
batizou Paulo, foi
305
mais tarde Biso de Damasco. A verisimilitude é que ele já era um ancião
quando batizou Paulo.
Em todos os outros casos de batismo está evidente que foi administrado por
um ancião.
(2) Deveria ser considerada a ordenação como conferindo ao ministério
autoridade para batizar
sem outra ação por parte da Igreja?
Os apóstolos que tiveram de Cristo sua comissão, e outros, tais como Felipe e
Ananias,
que estiveram intimamente associados aos apóstolos em alguns casos, pelo
menos, autorizados
diretamente pelo Espírito Santo, batizaram crentes sem terem o juízo da Igreja
sobre o assunto.
Tal foi necessário no tempo quando as Igrejas foram poucas e vagarosas e
difíceis às viagens. Foi
parte do regime indicador do cristianismo. Mas a regra permanente é que o
batismo põe alguém
no corpo de Cristo, a Igreja; e, desde que a Igreja é uma democracia e está
responsável a Deus
pela fiel execução da grande comissão, ela, devêra, quando possível e de todo
praticável, opinar
sobre cada candidato ao batismo.
(3) Devêra um pregador, indo a um campo abandonado, ser autorizado a
batizar crentes sem
outra ação por parte de qualquer Igreja?
Respondemos que isto deveria ser feito só quando absolutamente necessário,
como
quando um missionário vai para um campo estrangeiro onde não há verdadeira
igreja acessível.
Onde tudo é praticável, os candidatos ao batismo deveriam ser levados a uma
igreja visinha em
que possam pedir o batismo. Nalguns casos pode ser achado conveniente à
igreja enviar um gruo
de membros seus ao logar onde os candidatos estão, para recebê -los. Onde
nenhum desses planos
é fatível, os candidatos podem ser movidos a fazerem pedido de batism o por
escrito às mãos de
alguma Igreja. Em todo caso as igrejas deveriam seguir o curso que estiver no
máximo de
harmonia com a democracia da Igreja e o que for mais seguro em principio.
II. O CANDIDATO
Quais são as qualificações, se alguma, devem ser possuídas pelo candidato
antes de o
batismo ser devidamente administrado? A posição de alguns é que a única
qualificação requerida
de adultos é ?um desejo de fugir da ira vindoura e salvar -se de seus pecados?
(Wesley) (*).
Outros ensinam que uma simples fé intelectual na deidade de Jesus Cristo
qualifica alguém para o
306
batismo, sustentando também que o batismo tem eficácia salvadora. Para uma
discussão das
passagens em que se baseiam para ensinar que a fé evangélica é uma simples
crença intelectual
que Jesus Cristo é o filho de Deus, vide o capítulo sobre arrependimento e fé.
É também
sustentado por alguns que as criancinhas dos crentes podem adequadamente
receber o batismo.
Mas, que dizem as escrituras? As escrituras são claras e iniludíveis no seu
ensino que:
1. A FÉ SALVADORA PESSOAL É UM PRÉ-REQUISITO DO BATISMO.
A fé salvadora é confiança e firmeza em Jesus Cristo como salvador pessoal
todosuficiente
de alguém. Para mais discussão vide o capítulo supra referido.
(1) Não há nas escrituras indicação alguma de qualquer pessoa que alguma
vez foi batizado sem
fé.
A. Onde se dão as minúcias, aí está claramente indicada à fé dos batizandos.
Para casos destes, vide Atos 2:41; 8:12-37; 18:8; 19:4. Duas destas passagens
(Atos 8:37
e 19:4) bastam para mostrar que a conexão de fé com batismo nestas mesmas
não é incidental
nem acidental. Em Atos 8:37 temos a declaração virtual de Filipe que o Eunuco
não podia ser
batizado, salvo se cresse. Em Atos 19:4 está claro que Paulo batizou os doze
homens porque não
tinham compreendido corretamente a pregação de João Batista, de fé no
Messias vindouro
(pregação imperfeitamente transmitida por Apolos a eles, quiçá), logo, não
tinham crido, a assim
tornaram inválidos o seu primeiro batismo.
B. Noutras passagens onde os pormenores nã o estão feitos explícitos, está
subentendida a
fé dos batizandos.
Vide Mat. 3:1,2,6; Mat. 28:19; Marcos 16:16; João 4:1; Atos 9:17 -18; 10:47;
16:30-33.
João pregou o arrependimento e exigiu frutos dignos do arrependimento
daqueles que ele batizou.
E o arrependimento e a fé são graças sincrônicas, inseparáveis. Na grande
comissão Jesus
engatou fé com batismo (Marcos 16:16) e colocou discipular antes de os
batizar (Mat. 28:19). A
versão Revista Inglesa retamente traduz esta passagem para que se leia:
?Fazei discípulos de
dotas as nações?, em vez de ?ensinai todas as nações?; porque a palavra
traduzida ?ensinando? no
307
verso seguinte é diferente da palavra no verso 19, que esta traduzida por
?ensinai? na versão
comum. Que os discípulos não se fazem por batismo está evidente em João
4:1, que indica que
tanto João como Jesus ?fi ram ba|iaram discípulos?. Em o Novo
Testamento os discípulos
foram primeiro feitos e então batizados e a versão da grande comissão por
Marcos mostra que os
discípulos foram feitos por meio da pregação do evangelho e fé nele. O
alegado batismo de
criancinhas irresponsáveis no caso do batismo de família será tratado quando
viermos a falar do
batismo infantil.
(2) O Simbolismo da Ordenança Exige fé por parte do batizando.
O simbolismo do batismo está claramente estabelecido em Rom. 6:2 -5 e Col
2:12. ele
significa nossa morte para o pecado e ressurreição para andarmos em
novidade de vida.
Semelhante experiência só pode vir por intermédio da fé. A passagem de
Colossenses nos
informa que ela vem ?pela fé no poder de Deus? (*) .
2. LOGO SOMOS PARA BATIZAR SOMENTE OS SALVOS,
PRESUMIDADMENTE
Se a fé exigida como um pré-requisito do batismo é a fé salvadora, então só o
povo salvo
é balizável. Que esta fé é fé salvadora está feito evi dente pelo fato que a
salvação está
condicionada sobre a fé e diz-se que o crente possuía vida eterna. Vide Atos
16:31; Efes. 2:8-10;
João 5:24. Não somos para batizarmos gente para podermos salvá -la, nem
porque quer salvar-se,
mas só porque já está salva. O simbolismo da ordenança prova isto ainda
mais. Quando alguém
está batizado sem ter morrido por meio do poder regenerador do Espírito Santo
para o pecado,
que é o único modo porque alguém pode morrer para o pecado, professa uma
falsidade perante o
mundo.
3. BATISMO INFANTIL, PORTANTO, É PROIBIDO
O batismo infantil está deixado sem qualquer autoridade ou fundamento na
Escritura. Fé
é um pré-requisito do batismo e como tal está indicado, implicado ou exigido
por qualquer
passagem da Escritura no tocante à q uestão. Barrando o alegando batismo de
criancinhas no
batismo de famílias, o qual disporemos já, não há na Escritura a mínima
parecença de um indício
que criancinhas foram algures batizadas. Foi incisivamente dito que as
passagens usadas pelos
308
advogados do batismo infantil caem em três classes: uma menciona ba|ismo,
mas não m nciona
criancinhas. Outra classe menciona criancinhas, mas não m ncionam ba|ismo
e uma terceira
classe não menciona n m criancinhas n m ba|ismo.
Alguns pedobatistas, sob o peso da evidência contra eles, tem gravitado à
posição de
considerarem o batismo de criancinhas como pouco mais que uma dedicação
delas ao Senhor
tanto como dedicamos edifícios. W. A. Swift, numa série de artigos em The
Methodist Herald
(ora extinto), de Jackson, Tenessee, sobre ?Porque os Methodistas Batizam
por Derramamento e
Batizam Criancinhas, assim argúi: Diz ele: ?Porque dedicam uma igreja a
Deus? Porque dedicam
um navio, um monumento granítico ou qualquer outra coisa? Não são as
crianças de mais valor
do que as pedras e edifício?? E Swift conta de um culto numa igreja batista em
Chicago na qual
duas mães dedicaram suas crianças a Deus como Ana e Samuel, mas sem o
emprego de água. E
ele acrescenta: ?porque prejudica usar água?? Um argumento assim submete
a idéia que o
batismo é ?um sinal de regeneração, ou de novo nascimento?. Contudo, os
metodistas ainda
assim declaram (ð).
E à luz dos fatos escrituristico pré -citados muitos eruditos pedobatistas não
tentarão
manter que o batismo infantil foi uma instituição apostólica. Isso veremos em
notar:
(1). O testemunho de pedobatistas eruditos sobre o batismo infantil.
LUTÉRO ? ?Não pode ser provado pelas sagradas Escrituras que o batismo
infantil foi
instituído por Cristo ou começado pelos cristãos prístinos depois do s
apóstolos.?
ERASMO ? ?Em nenhum logar dos escritores apostólicos está expresso que
batizaram
criancinhas.?
OLSHAUSEN ? ?Há totalmente em falta qualquer passagem prova conclusiva
para o
batismo infantil no tempo dos apóstolos, nem pode para o mesmo haver
qualquer necessidade e
deduzir-se da natureza do batismo.?
GEORDE EDUARD STEITZ ? SCHAFF ? HERZOG ENCY. ? Art Bapt. ? ?Não

nenhum traço de infantil em o Novo Testamento.?
309
A. T. BLEDSOE, LL. D. ? ?É artigo de nossa fé (Metodista Episcopal), que o
batismo de
criancinhas é para de nenhuma maneira ser retido na igreja, como
agradabilidad à ins|i|uição d
Cris|o. Ainda assim, com toda a nossa pesquisa, não temos podido achar em o
Novo Testamento
uma só declaração expressa ou palavra a favor do batismo infantil.? (Southern
Review, Vol. 14).
E esse mesmo escritor diz: ?Centenas de cultos pedobatistas tem chegado à
mesma conclusão,
especialmente desde que o Novo Testamento esteve sujeito a uma exegese
mais íntima, mais
conscienciosa e mais cândida do que foi anteriormente praticada pelos
controversistas.?
H. A. W. MEYER, TH. D. (chamado ?o príncipe dos exegetas?) ? ?O batismo
das
crianças, do qual não se acha traço em o Novo Testamento, é para não ser
sustentado como
ordenança apostólica...?
NEANDER ? ?O batismo, no princípio, foi administrado só a adultos, pois os
homens
estavam acostumados a conceber batismo e fé como estritamente ligados. Não
aparece qualquer
razão para derivar-se o batismo infantil de uma instituição apostólica e o
reconhecimento dele,
que se seguiu um tanto mais tarde, como de tradição apostólica, serve para
confirmar esta
hipótese.? (Church History).
GEORGE HODGE ? ?Os recipientes do batismo parecem ter sido
originalmente pessoas
de vida madura. O mandamento. ?Ide ensinai todas as naç ões e batizai-as?, e
as duas condições,
?Arrependei-vos e sede batizados?, e ?O que crer e for batizado? indica
adultos? (The Episcopal
Church, Its Faith and Order, pág. 51).
A. B. MCGIFFERT ? ?Se as criancinhas foram batizadas na era apostólica, não
temos
meios de o determinar? (History os Chistianity im the Apostolic Age, pág. 543).
ROBERT RAINY, ao tratar do período A. D. 98 -180 ? ?O batismo pressupunha
alguma
instrução cristã e precedida de jejum. Significava perdão dos pecados
passados e era um ponto d e
partida visível da nova vida sob as influências cristãs e com a inspiração dos
fins e alvos cristãos?
(Ancient Catholic Church, pág. 75).
HARNACK, ao tratar do período pos apostólico ? ?Não há traço seguro de
batismo
infantil na época; a fé pessoal é uma condição necessária.? (History of Dogma,
Vol. I, pag. 20).
310
H. M. GWATKIN ? ?Temos boa evidencia que o batismo infantil não é
instituição direta
quer do Senhor mesmo, quer dos Seus apóstolos. Não há traço dele em o
Novo Testamento?
(Early Church History to 313, Vol. I, pág. 250).
O espaço veda-nos continuar. Estas citações mostram a posição da maioria
dos eruditos
pedobatistas.
Mas, não obstante, à face de tudo quanto foi dito, alguns há que fazem
determinado
esforço para provarem que os apóstolos praticaram o batismo infantil. Daí,
notamos:
(2). Argumentos a favor do batismo infantil respondidos.
A. A tentativa mais atrevida que se tem feito para justificar o batismo infantil
está em
buscar provar que a criança está salva. ?O bebe e a pessoa convertida estão
ambas num estado
correspondendo à regeneração. Se uma se intitula ao batismo, assim a outra.
Se é necessário
batizar um adulto convertido, pela mesma razão é necessário batizar uma
criancinha... Nunca
podemos estar seguros de que um adulto está salvo quando o batizamos, mas,
concernentes às
crianças, não há possibilidade de engano ( ð). E a cerimônia usada pela Igreja
Metodista Episcopal
do Sul, quando administra o ?batismo? às criancinhas, reza em parte com
segue: ?Caros amados,
porquanto todos os homens, ainda que caídos em Adão, são nascidos nesse
mundo em Cristo o
Redentor, herdeiros da vida eterna e sujeitos a graça salvadora do Espírito
Santo,? etc?. §
Quer isso aí dizer que as criancinhas são tão verdadeiramente salvas quanto
às pessoas
crentes adultas em idade. Contra isso observamos:
(a) Ou nega a depravação hereditária natural ou nega a verdadeira natureza da
regeneração. Se os advogados do sentimento supra querem dizer que a
criancinha está sem
mácula do pecado, então negam a depravação. Se negam que isto se envolve
ao sentimento delas,
então negam a verdadeira natureza da regeneração, porque dizem que as
criancinhas estão em um
?estado de responderem à regeneração? e estão ?nascidas neste mundo em
Cristo o Redentor,
herdeiros da vida eterna?.
311
No capítulo sobre o novo nascimento mostramos que a regeneração purifica
todo pecado
da alma ou da natureza imaterial do homem, como evidenciada pelo fato que a
alma regenerada
vai imediatamente à presença de Cristo ao morrer e que nenhum pecado entra
lá. Não há qualquer
indicação de algo na morte ou depois da morte que prepare ulteriormente a
alma para chegar a
Cristo, exceto a simples separação do corpo. E esta é a única ocasião de sua
entrada e não aquela
que moralmente ajusta a a lma para a entrada, como provado pelo fato que a
alma irregenerada vai
ao tormento imediatamente depois da morte. Se a morte ajustasse moralmente
a alma para a
entrada a Cristo, então a alma de todo homem estaria qualificada para entrar
ao morrer.
A depravação hereditária natural das criancinhas está patente no Sal. 51:5,
58:3; Jó
14:4. Esta última passagem é muito conclusiva: ela declara uma lei irrevogável
que opera em
todo o universo. Uma coisa impura não pode jamais vir de uma impura. Tal pai,
tal filho. Mesmo
que o pai seja regenerado, ele não pode comunicar regeneração ao filho. A
regeneração não é um
?fator genético?. É uma mudança induzida, da qual nenhuma quantidade, diz a
lei de Mendel,
?pode conseguir por si mesma registrar-se no organismo de modo a vir a este
círculo encantado
de caracteres ancestrais que ele só parece estar passado à posteridade?
(Price, Q. E. D., pág. 91).
A Palavra de Deus nega que a nova natureza seja hereditária quando ela
declara que os filhos de
Deus são nascidos ?não do sangue?. (João 1:13).
Há duas passagens que se usam para provarem que as criancinhas estão
salvas. Uma delas
se menciona na disciplina metodista citada acima logo em seguida às palavras
citadas. Esta
passagem se acha em Mat. 19:14; Marcos 10:14 e Lucas 18:16. Nela, ao falar
de criancinhas,
Jesus disse: ?Das tais é o reino de Deus? ou ?aos tais pertence o reino de
Deus?. As citações
seguintes mostram a verdade desta passagem:
?Tais quer dizer, certamente, pessoas de simplicidade infantil e aparentemente
não
significa criancinhas de modo algum. Assim o memfítico, ?para pessoas desta
espécie, delas é o
reino do céu?. E a peshito incomoda -se, ?para os que são iguais a elas, deles
é o reino do céu?.
Todos os comentaristas gregos a explicam como significando pu erilidade,
nenhum deles
mencionando criancinhas como incluídas e diversos representando
expressamente o contrário.
Nem nenhum comentarista grego menciona tanto quanto podemos achar, o
batismo infantil em
conexão com esta passagem, ainda que todos eles prat icaram o rito?
(Broadus, sobre Mateus).
312
?Não criancinhas, mas homens de disposição infantil? (Meyer).
?Dessa referência ao batismo infantil que é tão comum buscar nesta narrativa,
claramente
não há o mais leve traço a achar -se. O Salvador assentou as crianças perante
os apóstolos como
símbolos de regeneração espiritual e do simples sentimento juvenil nelas
instilado? (Olshausen).
Mas, a despeito do sentido desta passagem, ela não autoriza o batismo infantil.
O fim de
Lhe trazer as criancinhas está apresentado explicitamente e a objeção dos
discípulos mostra
claramente que isto mesmo era desacostumado. De maneira que a passagem
é morta contra o
batismo infantil, pouco importando que interpretação se ponha sabre as
palavras ?dos tais é o
reino de Deus.?
Pode bem ser notado, como nosso estimado contemporâneo, David Burris, Th.
D., disse:
?Jesus disse ?pequeninos? (não criancinhas), deixando -os vir (não sendo elas
escouceadas e
chorando) a mim? (Infant Baptism A Sin).
A outra passagem usada para provar que as criancinhas estão salvas está em
1 Cor. 7:14 ?
?Porque o marido descrente é santificado na esposa e a esposa descrente é
santificada no irmão;
doutro modo vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.?
Mas primeiro que tudo, precisa notar-se que esta passagem prova demais para
os
pedobatistas, segundo o seu uso dela. Se ela prova que os filhos da união
entre um crente e uma
descrente tem direito ao batismo em virtude de sua ligação com o cônjuge
crente, então o cônjuge
descrente também tem direito ao batismo, sem mais qualificações, porque a
mesma santidade que
é comunicada aos filhos de uma semelhante união também se comunica ao
membro descrente.
A santidade mencionada nesta passagem não é, claramente, santidade moral,
mas somente
uma santidade exterior fazendo lícita no lar a associação do membro salvo. ?A
justeza do
argumento de Paulo pode ser mais obvia se tiver em mente que a influência
judaica era ainda
poderosamente operante na igreja; portanto, é provável que os cristãos que
tinham caído debaixo
dessa influência, que tinham maridos ou esposas descrentes, temiam
contaminação ritual por
relação conjugal com descrentes. Isto, contudo, Paulo declara ser infundado
temor; porque, como
toda a espécie de alimento é santificado pela oração (1 Tim. 4:5) , de modo que
um cristão possa
313
recebê-lo sem contaminação ritual, todo associado legal ou companheiro na
vida é santificado ao
cristão.? (Alvah Hovey).
E esta passagem realmente prova a falsidade da contenção que todas as
criancinhas estão
salvas. Se todas as criancinhas estão salvas, então todas são santas e o
argumento de Paulo seria
inadequado.
(b). Mais ainda, esta idéia de salvação infantil nega a necessidade da
regeneração. Quando
corretamente trazidas, as palavras de Jesus a Nicodemos sobre o nov o
nascimento não são
?Exceto um homem, etc.,? como se aplicassem a adultos somente, mas são
?Exceto alguém, etc.?.
Os Católicos Romanos usam justamente esta passagem para provarem que as
criancinhas devem
ser nascidas de novo para serem salvas e, assim porque erradamente crêem
que o batismo é
necessário à regeneração, acham fundamento para o batismo infantil. Se eles
estivessem direitos
na sua idéia de batismo, então totalmente direitos estariam na sua noção desta
passagem. Esta
passagem ensina que todos , não excetuando as criancinhas, devem de nascer
outra vez para
serem salvas. Quando as criancinhas que morrem recebem a regeneração,
não está revelado na
Bíblia; mas está claro que elas não nascem salvas e que elas devem de ser
regeneradas para serem
salvas. Nossa opinião é que a regeneração nas criancinhas tem lugar no
momento da separação
entre alma e corpo. Temos tratado por exemplo da salvação dos que morrem
na infância no
capítulo sobre Responsabilidade Humana.
B. Outra tentativa de justificar o bati smo infantil pela Escritura quer basear -se
no concerto
de Deus com Abraão. Este concerto, segundo os pedobatistas, foi um
?concerto da igreja?. E a
igreja que se fundou sobre ele é a mesma como a igreja do Novo Testamento.
Cristo nunca
fundou igreja, dizem eles. Neste ?concerto da igreja? instituiu -se a circuncisão
como um sinal e
um selo. Nos tempos do Novo Testamento instituiu -se o batismo e substituiu a
circuncisão. E
desde que Deus incluiu criancinhas neste concerto e ordenou a circuncisão
delas, elas estão ainda
incluídas neste concerto e tem direito ao batismo. Este concerto com Abraão,
no qual seus filhos
foram incluídos, foi o concerto eterno. É por semelhante arrazoamento viciado
que os
pedobatistas salvariam suas faces. O argumento supra, argumento pudesse
ser chamado, tem uma
falsa proposição em cada sentença, como notaremos agora.
314
(a). A referência ao concerto de Deus com Abraão como um ?concerto da
igreja? está
totalmente sem garantia escrituristica. A palavra ?ekklesia? aparece na
Septuaginta somente no
seu sentido amplo de uma assembléia. É aplicada aos judeus somente quando
reunidos em
assembléia, nunca é usada no sentido de uma instituição ou corpo
permanente. Seguramente que
os eruditos entre os pedobatistas devem saber isto. Quando Crist o disse:
?Minha igreja?, Ele
evidentemente distinguiu a igreja do Novo Testamento de tudo o mais. A igreja
é, puramente,
uma instituição do Novo Testamento e toda a prosa sobre ela voltar ao Velho
Testamento como
uma instituição é uma evidência de crassa e indesculpável ignorância.
(b). Da mesma maneira não há garantia escrituristica alguma para a asserção
que o
batismo veio em lugar da circuncisão. Nem um indício de semelhante coisa
aparece em qualquer
lugar do Novo Testamento, nem mesmo na discussão da co erência sobre a
circuncisão em
Jerusalém. De fato, esta conferência provou que a circuncisão não cedeu lugar
ao batismo; do
contrário a questão em foco podia ser resolvida prontamente por dizer
simplesmente que os
gentios não estavam obrigados a serem circuncidados porque o batismo
tomára o lugar da
circuncisão; mas, pelo, contrário, resolvendo e proibindo as contaminações da
idolatria, a
impureza, as carnes sufocadas e o sangue, pareceu bem a conferência e ao
Espírito Santo não lhes
impor mais encargo algum além dos já sancionados (Atos 15:28,29), mau
grado os perturbadores
terem tocado na circuncisão (v. 24) também. Estivera um pedobatista na
conferência de
Jerusalém, seguro estivera de propor a solução... E isso, a propósito, é prova
de que lá não houve
pedobatistas. Os crentes judeus continuaram a praticar tanto a circuncisão
como o batismo sem
um indício dos apóstolos em contrário.
(c) À parte do concerto abraamico a que a circuncisão pertencera foi totalmente
natural.
Os gentios nada absolutamente tem a fazer com ela. A fase natural do concerto
abraamico teve
que ver com a formação de uma grande nação oriunda da semente de Abraão
e a herança da terra
de Canaã por essa semente. A fase espiritual do concerto abraamico teve de
ver com a benção de
todas as nações por meio da semente de Abraão. Estes três elementos do
concerto de Abraão com
Deus ? um natural e outro espiritual ? podem ser vistos pela consulta de Gên.
12:2,3, 17:7-14,
22:17,18. Agora, quando se deu a circuncisão, não se fez menção da fase
espiritual do concerto;
ela teve que ver somente com a fase natural do concerto.
315
Esta divisão do concerto abraamico numa fase natural e numa espiritual está
confirmada
por Paulo na sua afirmação que a semente de Abraão, à qual pertenciam as
promessas, era Cristo.
Vide Gal. 3:6. Sabemos que a promessa de Deus, que a semente de Abraão se
tornaria uma
grande nação (Gen. 12:2), e mesmo uma multidão de nações (Gen. 17:4 -6), e
que essa semente
possuiria a terra de Canaã (Gen. 17:18), foram os descendentes naturais de
Abraão. Daí Paulo
podia ter-se referido somente à promessa que todas as nações seriam
abençoadas através de
Abraão, no que Paulo assim se faz nossa autoridade para uma divisão do
concerto abraamico. A
promessa de que fala Paulo realizou -se através de Cristo e nem a circuncisão,
nem qualquer outro
rito é condição de se participar dessas bênçãos, que somente em fé estão
condicionadas.
As duas fases deste concerto com Abraão estão ilustradas em Ismael e Isaque
(Gal. 4:21-
30). Ismael nasceu segundo a carne assim representou a semente natural.
Isaque nasceu segundo
o Espírito (Gal. 4:29), e assim representou a semente espiritual. A circuncisão
teve de ver
somente com semente natural. Todavia, Isaque, porque foi num sentido um
descendente natural e
era para participar das bênçãos naturais, foi circuncidado; mas a semente
espiritual, que nada tem
a ver diretamente com as bênçãos do concerto abraamico, também nada tem a
ver com a
circuncisão, exceto aquela circuncisão espiritual que é do coração e não é feita
com mãos (Gal.
5:6; Fil. 3:3). E Paulo diz expressamente que qualquer homem que tentar obter
um quinhão na
fase espiritual do concerto abraamico por meio da circuncisão, não o poderá ter
(Gal. 5:2).
Agora a fase nacional ou natural do concerto abraamico foi um concerto eterno
(Gen.
17:7). Não foi revogado. Foi nulificado, temporariamente, pela cegueira de
Israel, mas Deus não
lançou fora a Israel e ele ainda está para ser ajuntado e tratado sob ambas as
fases do concerto
abraamico.
(d) Mas esta fase natural do concerto não é o ?novo concerto? de Heb. 8:8 -12.
Este é o
concerto do tempo da igreja,o concerto da igreja e também um novo concerto
para Israel como
uma nação; porque, se fosse o concerto natural com Abraão, ou se fosse
qualquer parte do
concerto abraamico que tivesse a ver com a circuncisão, e o batismo veio em
logar dela, como
pretendem os pedobatistas, então batismo seria uma condição de se participar
deste concerto. Isto
a maioria dos pedobatistas protestantes não concederia. Por exemplo, um
certo pedobatista
declarou: ?O ?novo concerto? de Heb. 8:8 é este concerto abraamico?, (isto é,
o concerto ou
316
parte do concerto a que pertenceu a circuncisão), e então declarou também:
?Objetamos a fazer a
água assencial à salvação?. O novo concerto é o concer to é o concerto a que
pertenceu a
circuncisão e esta deu caminho ao batismo; mas o batismo não é essencial à
salvação! Marque os
lógicos para que eles possam inspecionar esta nova peça de lógica! Assim se
conquista a si
mesmos os pedobatistas no campo de batalha.
Nada pode ser enxertado na igreja do Senhor Jesus Cristo sob alegação que
ela veio em
logar da circuncisão. A igreja do Senhor Jesus Cristo é para a semente
espiritual de Abraão na
sua herança das bênçãos espirituais do concerto; não é para a seme nte como
tal.
C. Contende-se que ?Cristo foi batizado quando um bebe aos oito dias de
idade e
dedicado ao ofício sacerdotal quando aos trinta anos... O Seu batismo real da
igreja ? o rito
iniciatório na igreja judaica ? ocorreu quando Ele tinha oito dias d e idade?. E
afirma-se que
?nenhum erudito da Bíblia pode exibir uma só passagem tranchante para
provar que João o
Batista, qualquer dos doze apóstolos, ou qualquer do oito escritores do Novo
Testamento, salvo
Paulo, foram de qualquer modo batizados em idad e madura. Onde foram
batizados Mateus,
Marcos, Lucas, Pedro, etc., se não na infância??
(a). Estranho, na verdade, que, enquanto João administrava o batismo comum,
Jesus veio
a ele para a unção sacerdotal. E também estranho é que semelhante fato raro
não recebeu
nenhuma atenção de qualquer dos evangelistas. E por que devera Cristo ter
ido a João no Jordão
para unção sacerdotal em vez de ir ao sacerdote no templo. João era da
linhagem sacerdotal, mas
não era um levita. Que direito teve Jesus ao sacerdócio le gal, desde que Ele
procedeu ?de Judá,
de cuja tribo Moisés nada falou no tocante ao sacerdócio? (Heb. 7:14)? O
contraste ente o modo
porque os sacerdotes foram feitos segundo a Lei e o modo por que Jesus foi
feito um sumo
sacerdote está exposto em Heb. 7:28.
(b). Quanto a João o Batista, estamos prontos a admitir que ele nunca teve o
batismo
cristão. Ninguém houve para lho administrar no princípio e não lhe cabia
recebê-lo de um dos
seus discípulos em fidelidade à sua missão. E João o Batista não estava
mesmo no reino, no
sentido estrito do Novo Testamento. (Mat. 11:11).
317
(c). Mas aceitamos o desfio de achar uma passagem trachante que mostre que
os apóstolos
foram batizados em idade madura. Essa passagem está em Atos 1:21,22, a
qual mostra que todos
os apóstolos tiveram de ser discípulos de João a todos por ele foram batizados.
Foi o batismo de
João que de homens constitui seus discípulos. Desafiamos a qualquer
pedobatista para provar o
contrário, antes que João foi enviado a preparar um povo para Cristo , o que ele
fez trazendo-os à
fé e então batizando -os.
(d). E podemos perguntar por que a exceção admitir no caso de Paulo?
Asseverou-se que
Paulo foi considerado prosélito e, portanto, o seu batismo judaico, assim
chamado, não foi aceito;
mas, isso não oferecer razão, porque, por que foram batizados as multidões
que prontamente
receberam a pregação de João o Batista (Mat. 3:5,6)? Foram todas elas
consideradas prosélitas?
Se foram, por que deveria qualquer judeu ter sido considerado mais que um
prosélito?
(e). Se o batismo judaico, assim chamado, foi suficiente, como deve ter sido na
?igreja
judaica?, se ela e a do Novo Testamento são as mesmas, então por que os
fariseus e os legalistas
foram censurados por não receberem batismo das mãos de João o Batista?
Vide Lucas 7:30. Um
pedobatistas podia ter fornecido esses hipócritas com uma defesa contra a
acusação do espírito
Santo contra eles mesmos. E o fato que os fariseus e legistas não pensaram
nesta defesa mostra
que, conquanto fossem hipócritas, não foram ped obatistas.
Desde que o pré-citado mostra que a teocracia judaica e a igreja do Novo
Testamento não
foram as mesmas, anula-se o valor argumentativo, nesta conexão, de todo
outro caso suposto de
batismo infantil no Velho Testamento; porque, pouco importando quantas
criancinhas podem ter
sido respingadas sob a teocracia judaica, igreja, em o Novo Testamento, é uma
instituição
diferente, então nenhum argumento se fornece para o batismo infantil na igreja.
D. O próximo argumento para o batismo infantil que tomar emos em conta está
baseado
supostamente em Atos 2:39. Tem sido apresentado assim: ?Pedro, dirigindo -se
a uma multidão
de judeus no dia de Pentecostes, disse (Atos 2:39): ?Porque a promessa é
para vós e para vossos
filhos?. Podeis compreender esta afirmação ? Estes judeus tinham sido
ensinados a receber
criancinhas e a dar-lhes o sinal do concerto abraamico. Não há duvidas para
nós sobre as
criancinhas serem batizadas no dia de Pentecostes.?
318
Mas esta firmação mui geitosamente omite a última parte da passa gem só no
princípio
dela citada, segundo a tática costumeira dos pedobatistas. A última parte
explica a passagem e, se
devidamente considerada, mostrará que qualquer criancinha batizada no
Pentecostes, ou em
qualquer outro tempo na época novotestementina, foram só aquelas que foram
chamadas do
Senhor. Isto necessita serem bastante de idade para receberem o Evangelho e
conduzirem-se por
ele. À parte da passagem que lemos, reza: ?M smo |an|os quan|os o S nhor
nosso D us
chamar?. Felizes seremos em batizar todos os filhos que o Senhor nosso Deus
chama, mas não
mais; porque não temos fundamento para batizar aqueles a quem o Senhor
não autorizou.
E. O próximo e último argumento do batismo infantil que notaremos está
baseado nos
batismos de famílias mencionadas em pó Novo Testamento.
(a). Semelhante argumento assume duas coisas para as quais não há provas:
(1) Que havia
criancinhas nessas famílias; (2) Que essas criancinhas foram batizadas e isso
em oposição direta a
tudo revelado na Bíblia sobre e sentido de batis mo e as qualificações dos
recipientes do Batismo.
Da Teologia de Knapp (Knapp era pedobatista) lemos: ?Pode objetar -se contra
essas
passagens em que está mencionado o batismo de famílias inteiras, a saber,
Atos 10:42-48; 16:15-
33; 1 Cor. 1:16, que é duvid oso se havia criancinhas nessas famílias e, se
houve, se foram
batizados então.?
(b). Uma inspeção dos batismos de cinco famílias arquivados em o Novo
Testamento não
deixa prova que seja de batismo infantil, mas antes, em muitos casos, fornece
prova conclusiva
do contrário.
De Cornélio se diz ter sido ?homem devoto, que temia a Deus com |oda a sua
casa? (Atos
10:2). E lemos que ?o Espírito Santo caiu sobre eles que ouviram a Palavra?
(Atos 10:44), coisa
que se evidenciou por eles falarem línguas (v. 46). Se houve quaisquer
criancinhas na família de
Cornélio, elas não foram incluídas quando a sua casa foi mencionada na sua
relação com Deus,
daí não seria batizada. E, outra vez, se quaisquer crianças foram batizadas
nesta ocasião, então
também elas receberam o Espírito Santo e falaram em línguas.
319
A probabilidade forte é que Lídia não era mulher casada: uma comerciante e ao
tempo de
sua conversão tão longe de sua casa em Tiatira. Mesmo se tivesse sido
casada, o fato de ela estar
em negócio fá-lo-ia inverossímil que ela tivesse filhos. Sua família, não resta
dúvida, consistia de
servos e empregados, como na ?casa de César? (Fil. 4:22). Esta expressão
não pode referir-se ou
incluir qualquer dos filhos de Nero, pois certamente nenhum deles era membro
da igreja em
Roma.
Quando Paulo disse ao carcereiro de Filipos: ?Crê no Senhor Jesus Cristo e
serás salvo, tu
e tua casa?, suas palavras significam que os demais membros da família do
carcereiro eram para
ser salvos pela sua fé pessoal e não, certamente, pel a fé do carcereiro; porque,
se assim fosse,
então os adultos na família eram para salvar -se sem fé pessoal. E está dito que
o carcereiro
?regosijou-se grandemente, com toda a sua casa, tendo crido em Deus.? Tudo
isto mostra que, ou
não havia criancinhas na família do carcereiro ou então não foram tomadas em
consideração nas
coisas que se desenrolaram naquela noite.
Nada se dá dos pormenores da conversão da família de Estefanas. Diz -nos
Paulo que ele e
sua família estavam entre os poucos que ele batizará em Corinto (1 Cor. 1:16).
Mas três ou quatro
anos mais tarde Paulo escreveu à igreja de Corinto e falou da família de
Estefanas como ?se
tendo dedicado ao ministério dos santos? (1 Cor. 6:15). É incrível que se
dissesse isto de uma
família batizada há poucos anos prévios e que no seu batismo incluíra
criancinhas.
No caso de Crispo, regente da sinagoga em Corinto, diz -se distintamente que
?ele creu em
Deus com toda a sua casa?. Aqui não há criancinhas.
De modo que este caso dos batismos de família é o em que se arrimam tanto
os
pedobatistas. Nem um vislumbre da evidência de haver criancinhas em
quaisquer dessas famílias
e muito menos que elas teriam recebido o batismo se lá estivessem estado.
Não desperdiçaremos tempo respondendo às tentativas dos pedobatistas p ara
justificarem
o batismo infantil com argumentos outros que não os tirados da Escritura.
Estes estudos estão
preparados para os que crêem em seguir a Cristo e os apóstolos e nenhum
argumento pode
induzir os tais a favorecer aquilo que é subversivo às sua s práticas e isto é
certamente verdadeiro
do batismo infantil.
320
III. O DESIGNIO
Qual é o fim ou designo do batismo? É o para a salvação, como alguns
mantêm? Ou é,
como outros contendem, para o fim de manifestar salvação, exibindo a morte
do crente para o
pecado e a ressurreição para a justiça ? Tomamos posição que a última é
verdadeira. Em
consideração desta posição assumimos:
1. AS PASSAGENS QUE MOSTRAM QUE O BATISMO NÃO TEM EFICÁCIA
SALVADORA.
Todas as passagens que nos contam que a salvação não é de o bras, tais como
Rom. 4:1-6,
11:6; Efe. 2:8-10; Tito 3:5, mostram que o batismo não tem eficácia salvadora.
O batismo é uma
obra, um ato físico. Jesus implicou, distintamente, que é uma satisfação da
justiça (Mat. 3:15).
Está assim estabelecido como uma obra de justiça.
Todas as passagens que condicionam a salvação sobre o arrependimento e a
fé só
mostram que o batismo não tem eficácia salvadora. Vide João 3:16,18; 5:24;
Lucas 13:3; Atos
16:31; Rom. 4:5; Efe. 2:8. Se o batismo é essencial à salvação, porque foram
elas deixadas destas
passagens que se propõem apontar o caminho da vida aos perdidos? Verdade
é que todas elas não
mencionam tanto o arrependimento como a fé, mas a razão disto é que tanto o
arrependimento
como a fé estão entrosadas uma noutra. Mas isto não é verdadeiro quanto ao
batismo.
Em 1 João 1:7 e todas as passagens iguais, por mostrar que o sangue de
Jesus purifica do
pecado, proíbe a crença que o batismo tem poder purificador. E sabemos que
nada há no batismo
que lhe dê poder de atualmente pu rificar a alma. Ele pode salvar a imundícia
corporal, mas
nunca a corrupção ou culpa morais.
Então Pedro diz distintamente que o batismo ?não é o despojo da sujeira da
carne, mas a
resposta de uma boa consciência para com Deus.? (1 Ped. 3:21).
Para outra consideração da relação do batismo com a salvação, vide o capítulo
sobre o
Novo Testamento.
321
2. AS PASSAGENS QUE ALGUNS TOMAM COMO DANDO AO BATISMO
EFICÁCIA
SALVADORA.
Outras passagens há que alguns tomam como ensinando que o batismo tem
eficácia
salvadora. Já vimos que semelhante sentido é estranho à Escritura como um
todo, mas
examinaremos estas passagens, de modo que vejamos inteiramente que elas
não estão fora de
harmonia com outra Escritura.
(1). Marcos 16:16 ? ?O que crer e for batizado será salvo.?
Se esta passagem fosse tomada isoladamente, pareceria ensinar que a
salvação está
condicionada tanto sobre a fé como sobre o batismo. Mais isto não pode ser
verdadeiro à luz de
outras passagens plenas. À luz da Escritura como um todo, e isto é o ún ico
método são de
interpretar qualquer passagem, esta passagem aqui não pode significar mais
que o que crê e prova
a genuidade de sua fé por ser batizado será salvo. Precisamos de nos lembrar
que alguém pode
crer em vão (1 Cor. 15:2). Alguém pode ter só um a fé intelectual, que é uma fé
morta (Tia. 2:20).
Isto é a espécie de fé a que se alude em Mat. 13:20. Notai também a força da
última parte desta
passagem. Não diz: ?O que não for batizado será condenado? mas ?o que não
crer?, etc. Assim
vemos que é a fé que salva. O batismo e outros atos de obediência só provam
a genuidade de
nossa fé.
(2). João 3:5 ? ?Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar
no reino de Deus.?
Para muitos ?nascer da água? refere -se ao batismo, e tomam esta passagem
como
ensinando que o novo nascimento se cumpre no batismo; mas à luz da
Escritura como um todo
não podemos entender esta passagem como ensinando a regeneração
batismal. Outros têm
entendido ?nascer da água? como se referindo ao nascimento natural. Pensam
que Jesus disse:
?Se um homem nascer da carne e do Espírito, ele não pode entrar no reino de
Deus.? Mas a Jesus
foi desnecessário dizer que um homem não podia entrar no reino de Deus sem
ser nascido da
carne. Ninguém suporia diferente. E parece manifesto que a passagem se
refere só a um
nascimento; ela não diz: ?Se um homem for nascido da água e também do
Espírito?, etc. Aqui
entendemos água ser símbolo da Palavra. A favor desta interpretação urgimos
as seguintes
considerações:
322
A. A regeneração é uma lavagem. Tito 3:5.
B. A regeneração é por meio da Palavra. Tia. 1:18; 1 Ped. 1:23.
C. A palavra é comparada com a água no seu poder purificador. Efe. 5:25,26.
Agora, quando todos estes fatos se ajuntam, pensamos que não há nada mais
simples
senão que ?nascer de água? quer dizer ?nascer da Palavra?. Assim temos em
João 3:5 uma
alusão tanto ao agente (O Espírito) como ao instrumento (a Palavra) em o novo
nascimento.
(3). Atos 2:38 ? ?Arrependei -vos e sede cada um de vós batizados em o nome
de Jesus Cristo
para remissão dos pecados e recebereis e Espírito Santo.?
Ao considerarmos esta passagem, notemos:
A. A pergunta feita no verso precedente não é a restrita: ?Que devo fazer para
me salvar??
de Atos 16:30, mas a ampla: ?Que faremos?? Logo não é estranho que
tenhamos uma resposta
mais ampla do que Atos 16:31.
B. O arrependimento está colocado antes do batismo e quando alguém se
arrependeu, já
está salvo e portanto não pode ser batizado para poder salvar -se. O
arrependimento é uma
mudança completa de mente baseada numa nova disposição que foi
implantada pelo Espírito
Santo. O arrependimento e a fé são inseparáveis e simultâneas, como se
mostra no fato que
algumas vezes se menciona um e algumas vezes outra isolados como o meio
de salvação. E
quando alguém creu, já um fil ho de Deus. Vide 1 João 5:1.
C. A passagem não diz: ?Sede batizados para ou na recepção da remissão de
pecados? e o
que afirma que este é o sentido deve arcar com o ônus da prova.
D. O sentido da passagem, como interpretada à luz do teor geral da Bíblia e
seu ensino é:
?Sede batizados para ou no reconhecimento, simbolizando ou mostrando a
remissão dos
pecados.?
323
Não faz diferença quer sigamos a versão comum e lemos ?para? ou a revisão
e lemos
?na?; o sentido é o mesmo e o Novo Testamento proporciona inci sivas
ilustrações do sentido.
Se ?para? for tomado como a tradução correta inglesa da preposição grega
?eis?, então
vamos a Lucas 15:12-14 para uma ilustração: aqui, um homem já purificado de
lepra é mandado:
?Mostra-te ao sacerdote e oferece PELA tua puri ficação como Moisés ordenou
para que lhes
sirva de testemunho.? Foi para o homem oferecer sacrifício POR uma
purificação que ele já
recebera. Da mesma maneira somos batizados PARA a remissão dos pecados
já recebidos. O
antecedente entendido de ?lhes? é o povo em geral. Assim o batismo é um
testemunho de nossa
parte a todos que a observem que estamos salvos.
Se ?para? for considerado como a tradução adequada, então temos duas
excelentes
ilustrações do significado. A primeira acha -se em Mat. 3:11, onde João fala do
seu batismo como
?para arrependimento.? Isto não pode significar que João batizava o povo para
que ele se
arrependesse, que o batismo nada tem em si que possa produzir
arrependimento. Por outro lado
João representava o arrependimento como uma condi ção prévia de batismo e
com ele muitíssima
gente concorda. O sentido é que João batizava para o reconhecimento do
arrependimento.
Uma outra passagem oportuna aqui é 1 Cor. 10:2. Neste lugar se diz que os
israelitas
?foram todos batizados EM Moisés na nuvem e no mar.? O sentido é que como
o povo
atravessou o Mar Vermelho, escondido dos egípcios pela nuvem e pelo mar,
lhes foi mostrado
estarem cometidos a Moisés como seu líder. Não o arranjaram como seu líder
pela passagem.
E. Um tratamento mais além por Pedro das relações de batismo para salvação,
achado em
1 Pedro 3:20, corrobora a interpretação que temos dado.
Nesta última passagem Pedro diz que o batismo salva somente no sentido em
que a água
do dilúvio salvou os ocupantes da arca. Notai que a água não bot ou Noé e os
outros na arca.
Estavam na arca, trancados por Deus mesmo, sete dias antes da água vir, vide
Gen. 7:16,7-10.
Durante esses sete dias estiveram tão seguros como estiveram em qualquer
outro tempo mais
tarde. A vinda da água não fez qualquer contr ibuição para sua atual salvação,
mas conduziu a
arca no seu seio e assim exibiu sua salvação.
324
Para mais comentos sobre esta passagem, vide o capítulo sobre o Novo
Nascimento.
Ao estudar Atos 2:38 é bom também conservar em mente que Pedro falou
estas palavras a
judeus, que estavam cortidos na linguagem do simbolismo.
(4). Atos 22:16 ? ?E agora, porque demoras? Levanta -te, seja batizado, lava os
teus pecados,
invocando o Seu nome.?
A lavagem de que se fala nesta passagem é figurada. É o sangue que
atualmente purifica
(1 João 1:7). A água não pode lavar pecados. E, como notamos, Pedro diz que
isto não é o fim do
batismo.
(5). Rom. 6:3 ? ?Ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus
fomos batizados na
Sua morte??
O grego para ?na? (eis) é a mesma palavra que está traduzida por ?na? em 1
Cor. 10:2. O
batismo nos põe no mesmo parentesco com Jesus que a travessia do Mar
Vermelho pôs os
israelitas em referência a Moisés. Por este meio os israelitas foram
manifestados ser os
seguidores de Moisés. Batismo nos revela sermos seguidores de Jesus.
(6). Gal. 3:27 ? ?Quantos de vós fostes batizados em Cristo vestistes -vos de
Cristo.?
Esta passagem explica a precedente. O batismo é um vestir -se de Cristo. É
uma
declaração pública de nosso discipulado. É as sumir perante o mundo a
obrigação de viver para
Cristo. O batismo subentende prévia investidura.
(7). Tito 3:5 ? ?Não pelas obras feitas em justiça, que nós mesmos fizemos,
mas segundo Sua
misericórdia Ele nos salvou por meio da lavagem da regeneração e re novação
do Espírito Santo.?
A ?lavagem da regeneração? é a purificação moral da alma pela Palavra de
Deus na
regeneração (Ef. 5:26; Tia. 1:18; 1 Ped. 1:23).
(8). 1 Pedro 3:20-21 ? ?... a arca... em que poucos, isto é, oito almas,
salvaram-se pela água; a
qual também segundo uma verdadeira figura agora vos salva, pelo batismo.?
325
O batismo nos salva no mesmo sentido em que a água salvou oito almas na
arca. Mas não
foi a água que atualmente salvou essas almas. A arca foi o meio atual de
salvação; mas a água,
que trouxe a morte a todos os outros , levantou a arca e assim manifestou a
salvação dos que
estavam dentro. O batismo manifesta a nossa salvação e isto é o único sentido
em que ele salva, o
único sentido em que as obras justificam. Vide o capítulo sobre a justificação
para uma discussão
do ensino de Tiago sobre a justificação.
IV. O MODO
Aqui está o nosso fim para inquirirmos se o batismo pode ser
escrituristicamente
administrado por outro modo qualquer que a imersão. Mantemos que não pode
e oferecemos as
seguintes provas:
1. O SENTIDO DE ?BATIZO?
O autor tem lido extensivamente no campo da controvérsia sobre o significado
desta
palavra grega em o Novo Testamento. Mas aqui só é possível dar um resumo
da evidencia em
sustento da posição tomada em vista do tempo e do espaço.
(1). O | s| munho dos Léxicos
Não podemos aqui principiar alistar o testemunho de todos os léxicos, mas
daremos o de
três em evidência. Estes três são: Liddel and Scott no grego clássico; Sófocles
para os períodos
romano e bisantino; Tha yer, para o grego do Novo Testamento.
A. Liddel and Scott: ?Mergulhar em ou debaixo d?água; No latim: immergere?.
B. Sófocles: ?Mergulhar, imergir, afundar... Não há evidência de Lucas, Paulo e
os outros
escritores do Novo Testamento darem a este verbo sig nificados não
reconhecidos pelos gregos.?
C. Thayer: ?Em o Novo Testamento ele (o verbo) é usado particularmente do
rito da
sagrada ablução, primeiro instituída por João o Batista; depois recebida pelos
cristãos por
mandamento de Cristo e ajustada a conteú dos e natureza de sua religião... a
saber uma imersão e
326
água, realizada como um sinal da remoção do pecado e administrada aqueles
que, impelidos por
um desejo de salvação, procuravam admissão aos benefícios do reino do
Messias.?
(2). A prática atual do s gregos.
Os cristãos batizam batizando, isto é, imergindo, e De Stourdza, o maior
teólogo grego
moderno, escreveu que ?baptizo? significa literalmente e sempre
?MERGULHAR?. Ele também
ajuntou: ?O batismo é a imersão, portanto, são idênticos e dizer ?batis mo por
aspersão? ou
qualquer outra besteira da mesma natureza. A igreja grega mantém que a
igreja latina, em vez de
?baptismos? , pratica um mero ?rantismos? (aspersão, - em vez de
?baptismo?, um mero
derramamento?.
(3). Os | s| munhos das Enciclopédias
Não temos espaço para citarmos as enciclopédias, mas mencionaremos
simplesmente o
nome daquelas que tanto falam do sentido da palavra grega como da natureza
da ordenança, ou
de ambos, e as quais dão o significado da palavra como ?imersão? ou falam do
modo original da
ordenança como tal , ou ambos.
Elas são: Encyclopedia Americana, Idem Metropolitana, Penny Cyclopedia,
Chamber?s
Encyclopédia, National Cyclopedia, Ree?s Cyclopedia, Brand´s Cyclopedia,
Encyclopedia
Eclesisastica (ð ).
(4). O testemunho de eruditos e líderes pedobatistas.
A. Lutero: ?Ba|ismo é uma palavra gr ga pod s r |raduida por im rsão,
como
quando im rgidos alguma coisa na água para qu la fiqu |o|alm n| cob r|a;
, conquan|o
s| ja s mpr in| iram n| abolida (porqu não m rgulham as crianças
in| iram n| , mas
ap nas lh s d rramam um pouco d?água), d viam, não obs|an| , s r
|o|alm n| im rgidos
n|ão im dia|am n| r |irados, qu is|o par c xigir a |imologia da palavra.?
B. Calvino: ?A própria palavra ba|iar, |odavia, significa im rgir é c r|o qu a
im rsão
foi a prá|ica da igr ja an|iga.? ? do comentário sobre Atos 8:38.
327
C. Zwinglio: ?Na Sua mor| . Quando fos| s im rgidos (in|ing r mini) na água
do
ba|ismo, fos| s nx r|ados na mor| d Cris|o.? ? Anno. sobre Rom. 6:3.
D. Meyer: ?Im rsão, cuja palavra no gr go clássico, m o Novo T s|am n|o
m |oda a
par| significa? (Comentários de Marcos 7:4).
E. Lightfoot: ?Qu o ba|ismo d João foi por im rsão do corpo (s gundo a
m sma
man ira da lavag m d p ssoas imundas o ba|ismo d proséli|os foi) par c
r sul|ar daqu las
coisas qu d l s r la|am; nom adam n| , qu l ba|iou no Jordão, qu l
ba|iou m Enon,
porqu ali havia mui|a água?, |c.
F. James Macknight, notável autor escocês e presbiteriano e líder: ?J sus
subm | u-s a
s r ba|iado ? is|o é, s pul|ado d baixo d?água a s r l van|ado d la ou|ra
v  como um
mbl ma d Sua fu|ura mor| r ssurr ição.? ? Apost. Epist., Note em Rom.
6:4,5.
G. Whitfield: ?É c r|o é qu nas palavras d nosso | x|o (Rom. 6:4) há uma
alusão à
man ira d ba|ismo por im rsão.?
H. Augusti: ?A palavra ?ba|ismo? s gundo a |imologia uso, significa im rgir,
subm rgir?, |c.
I. Lange: ?E foram ba|iados, im rgidos, no Jordão, conf ssando os s us
p cados. A
im rsão ra o símbolo d arr p ndim n|o? (Com n|ário d Ma|. 3:6).
J. Geo. Campbell: ?A palavra ba|ismo, |an|o nos au|or s sacros como nos
clássicos,
significa m rgulhar, afundar, im rgir.?
K. Chalmers: ?O s n|ido original da palavra ba|ismo é im rsão.?
L. Schaff: ?Im rsão, não asp rsão, foi inqu s|ionav lm n| à forma normal
original (d
ba|ismo). Es|á is|o pa| n| p lo próprio s n|ido da palavra gr ga bap|io,
bap|isma a analogia
do ba|ismo d João qu s r aliou no Jordão...? (Hist. Of the Apost. Ch., pag.
568).
As citações podiam ser multiplicadas.
328
(5). O p so da rudição ba|is|a
Só temos referido supra autoridade pedobatistas padrões, mas está em ordem
observar que
a denominação batista, na sua aderência à imersão, está amparada por uma
chusma de eruditos
dentro do seu próprio redil que não podem ser igualados por qualquer das
denominações que
praticam o derramamento. De fato, as denominações que o praticam tem a
vasta maioria dos seus
eruditos contra si mesmos quanto ao sentido de ?baptizo? e à maneira
apostólica de administrar a
ordenança.
Mas se os batistas tem um só dos seus eruditos contra eles mesmos, disso não
estamos
cônscios. Temos Gale, Fuller, Conant, Carson, Ingham, Pendleton, Kendrick,
Harvey, Hovey,
Bliss, Ford, Graves, Boyce, Broadus, Strong, Carroll, Chri stian, Mullins e
Robertson, eruditos da
primeira grandeza, para não mencionar outros; e todos eles sustentam -nos
inteiramente na prática
da imersão como a forma apostólica de batismo. Desafiamos todas as
denominações que praticam
o derramamento a apresenta r tantos eruditos da mesma magnitude tirados de
todos os seus
arraiais combinados que os sustentem na aspersão ou derramamento como a
forma primitiva de
batismo.
2. O SIMBOLISMO DA ORDENANÇA REQUER IMERSÃO
A escritura alude ao batismo como um enterro (Rom. 5:4; Col. 2:12). Um
enterro exige
imersão. A objeção que estas passagens não aludem ao batismo de água, mas
ao batismo só
espírito ou à conversão num sentido figurado, é infundada e da evidência clara
de ter nascido
antes do prejuízo do que de uma consideração razoável e imparcial das
passagens. Tanto quanto
os pedobatistas se referem ao batismo como um ?sinal de regeneração?, como
temos observado,
não podem, se em harmonia consigo mesmos, eliminar dessas passagens uma
alusão ao
significado simbólico do batismo. Nem jamais acharão este sentido no
derramamento ou na
aspersão. O único meio perceptível de interpretar a linguagem está em tomá -la
como tendo o seu
sentido usual, a menos que outro sentido se indique ou requeira. Esta regra
requer que o batismo
signifique batismo na água, exceto onde alguma outra espécie de batismo
esteja especificada ou
de modo exigida. No caso das passagens sob consideração nada é verdadeiro.
A réplica que, se
essas passagens referem ao batismo na água, elas ensinam a regen eração
batismal sem
329
fundamento perante a luz do fato que elas falam manifestadamente do batismo
quanto ao que ele
simboliza e não quanto ao que ele atualmente executa.
3. AS CIRCUNSTÂNCIAS QUE ACOMPANHAM A ADMINISTRAÇÃO DO
BATISMO EM
O NOVO TESTAMENTO INDICAM A IMERSÃO
(1). João ba|iou no Rio Jordão
Marcos 1:5. O sentido naturalisssimo disto e o que devemos tomar, a menos
que boas
razões possam ser aduzidas em contrário, é que o rito foi administrado EM o
rio, segundo
compreendemos semelhante expressão e não meramente nas imediações do
rio. O v. 8 o confirma
quando, segundo a melhor tradução, diz: ?Eu vos batizo EM água.?
Isto não é contrariado pelo uso do da|ivo d ins|rum n|o, como em Lucas 3:16;
Atos 1:5;
11:16. W. N. Clark diz bem: ?A idéia grega po dia bem por igual contemplar o
elemento
envolvente, localmente, como aquele m qu ,ou, instrumentalmente, como
aquele com qu , foi
afetado o mergulho. E enquanto é abstruso nós falarmos de imergir uma coisa
com água, é
simplesmente uma questão de familiaridade, ou de idioma; e apenas
precisamos tomar um
sinônimo verbal, ?abater? e é perfeitamente natural falarmos de ?abater com
água? (Comentário
em Lucas 3:16). Conant, mais ainda, assinala que o emprego do da|ivo
ins|rum n|al é para o fim
de distinguir-se ?o elementos usado para imersão num caso só empregado em
outro? e ajunta: ?O
simples dativo ocorre em o Novo Testamento só onde o material ou elemento
usado para imergir
é para ser distinguido assim. Em todos estes casos a distinção é entre o
elemento de água o
Espíri|o San|o...; e como o último podia ser menos propriamente concebido
como o mero
instrumento de um ato, ele está em todo o caso semelhante construído com a
preposição em...
Esta é a única explicação do uso de ambos: o simples dat ivo e o dativo com a
preposição na
mesma conexão e relação? (The Meaning and use of Baptizein, pág. 100).
E o argumento que o Jordão, no logar em que se supões ter João batizado, é
razo demais e
rápido demais para permitir a imersão nele, tem -se provado falso
repetidamente pelos que o têem
visitado.
(2). Noutra ocasião João batizou em Enon, ?porque ali havia muita água.?
330
João 3:23. Aspersionistas e derramadores tentam explicar que a água era
precisada para
outros fins que não o batismo, como num encontr o metodista campesino. Mas
Hovey habilmente
responde: ?Esta passagem afirma virtualmente que o batismo não podia ser
convenientemente
administrado sem uma porção de água considerável. A defesa que a água era
necessária para
outros fins que não o batismo es tá posta de lado pela linguagem do escritor
sagrado. Porque a
razão de João estar ba|iando lá (Não porque estava pr gando lá) foi porque
havia muita água no
logar.? (Comentário em João 3:23).
?Muita água?, literalmente, e, no grego, ?muitas águas?; mas é sustentado por
muitos
eminentes eruditos da Bíblia que quer dizer ?muita água?, sendo assim vertido
pelos revisores,
dos quais os mais foram pedobatistas. A razão da expressão que literalmente
significa ?muitas
águas? e a razão por que esta expressão aqui é sustentada como valendo
realmente ?muita água?
está suprida por C. R. Condor (Tent Work in Palestine, I., Pág. 91 e seg.). Diz
ele que no quase
certo sítio de Enon ?acham-se nascentes num vale aberto, cercadas de colinas
desoladas e
disformes. A água jorra sobre um leito pétreo e desliza rapidamente numa bela
caudal cercada de
arbustos de oleandro. O suprimento é perene e uma sucessão contínua de
pequenas fontes ocorre
pelo leito do vale, de modo que a corrente vem a ser o principal afluente
ocidental do Jordão, ao
sul do Vale de Jezrel. O vale está devassado na maior parte do seu curso e
achamos os dois
requisitos para a cena do batismo de uma densa multidão, - espaço aberto e
abundância de água.
Enon quer dizer ?fontes? e três milhas ao sul do vale acima descrito há uma
vila chamada Salem.
As ?muitas águas? são as nascentes e a ?sucessão contínua de pequenas
fontes?. E essas ?muitas
águas? unem-se numa caudal regular, fazendo assim ?muita água?.
3. Filip l vou o unuco ?na água? para ba|iá -lo
Atos 8:38,39. A preposição grega para ?dentro? é eis. Pode significar ?para?;
mas, como
Hackett assinala, aqui não pode significar ?para a água?, como se só tivessem
ido á beira dela;
mas deve significar ?na água?, porque está usada em contraste com ?fora da
água?- k |ou
huda|os, no verso seguinte. E Plumtre observa: ?A preposição grega (a saber,
eis) podia significar
simplesmente ?para a água?, mas a universalidade da imersão na prática da
igreja prístina
sustenta a versão inglesa?. (Ellicott?s New Test. Commentary ).
331
É escassamente necessário observar que seria desnatural para o candidato ser
levado à
água para poder ser aspergido ou respingado.
* ) ? O que o aplicante adulto à comunidade de Igreja deveria saber? (Tratc),
publicado pela junta
de diretores da Literatura Evangelista e Tratados, Igreja Metodista Episcopal do
Sul.
Estas passagens manifestamente se referem ao batismo na água e uma tal
compreensão dela não
pode ser coerentemente contrariada por aqueles, como os metodistas, que
dizem que o batismo é
?um sinal de regeneração, ou o novo nascimento?. Vide ?As Doutrinas e
Disciplina da Igreja
Metodista Episcopal do Sul, 1930?, pg. 24.
ð) ? The Doctirnes and Discipline of the Methodist Church South? (130) pag. 24.
(ð) Methodism, by Ethalmorre V. Cox, publi shed by the Board of Managers of
Christian
Literature, Methodist Episcopal Church, South .
§ The Doctrines and Discipline of the Methodist Episcopal Church South, 1930.
ð) Citações sobre batismo desses todos podem ser achadas em ?Before the
Footlights? (Iams),
começando na pág. 112
332
Cap 32 - A Ceia Do Senhor
A Ceia do Senhor é a segunda ordenança da igreja. Foi instituída por Cristo na
véspera de
Sua traição e crucificação. E Cristo indicou que ela era para ser observada até
Sua volta.
I. A NATUREZA DESTA ORDENANÇA
1. ELA NÃO É UM SACRAMENTO
Os católicos romanos fazem da Ceia do Senhor, que eles chamam a Eucaristia
, um dos
seus sete sacramentos. E no seu compêndio de teologia conhecida por
Catecismo, define-se um
sacramento como segue: ?Um sacramento é um sinal visível ou ação instituído
por Cristo para
dar graça.? Mas não há fundamento na Escritura para uma tal idéia da Ceia do
Senhor. Se a graça
é recebida por meio de um ato externo de obediência, não é totalmente sem
mérito. Isto contradiz
o ensino que a vida eterna é um dom (Rom. 6:23) e que somos justificados
livremente, o que quer
dizer gratuitamente, por nada (Rom. 3:24). Também contradiz o ensino da
Escritura que não
somos salvos por meio das obras (Ef. 2:8; Tito 3:5).
2. ELA É UMA ORDENANÇA SIMBÓLICA
Isso nega as duas coisas seguintes:
(1). Qu o corpo o sangu d Cris|o s|ão a|ualm n| pr s n| s no pão no
vinho.
?A Igreja Católica ensinou sempre a seus filhos que, no momento em que o
sacerdote, na
Missa, pronuncia as palavras de consagraç ão do pão e do vinho, estes mudam
no sagrado corpo e
sangue de Cristo.? (The Seven Sacraments, Vincent Hornoyold, S. J.).
Num esforço para substanciar este ensino quanto a real presença de Cristo no
pão e no
vinho, apelam os católicos para as palavras de J esus em João 6:48-58 e fazem
duas suposições
sem fundamento. Prim iro, eles supõem, em antagonismo direto com as
próprias palavras de
Cristo, que Ele falou literalmente quando Ele disse: ?A menos que comais a
carne do Filho do
homem e bebais o Seu sangue, não tendes vida em vós mesmos.? (João
6:53). No verso 63 Ele
333
plenamente indicou que Ele falara figurativamente nos versos precedentes. Ele
disse: ?É o
espírito que dá vida; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos falei
são espírito e vida.?
S gundo, eles supõem, contrario ao texto, que Jesus aludia à nossa
participação dEle na
Eucaristia assim chamada. O verso quarenta e sete mostra que participamos
dEle pela fé. Patente
está a qualquer um não cegado por prejuízo que os versos quarenta e sete e
cinqüenta e três são
paralelos em sentido.
Os católicos então levam sua interpretação literal sem base de qualquer outra
passagem
que fala do corpo e do sangue de Cristo em conexão com a Ceia do Senhor.
Este literalismo brota
do misticismo paganistico embebido pelo catolicismo romano. O princípio
fundamental de
salvação pelas obras também da sua contribuição a esta perversão da
simplicidade escrituristica.
(2). Qu a c l bração da c ia cons|i|ui uma r p |ição do sacrifício d Cris|o.
À celebração da Eucaristia os católicos aplicam o nome de ?Missa?. E lemos:
?Agora, na
Missa oferece-se a Deus um sacrifício real, porque a humanidade de nosso
bendito Senhor, por se
colocar sob as formas do pão e do vinho, reduz -se equivalentemente ao estado
inanimado de uma
vitima, oferecida ao Pai Eterno pelo sacerdote?. (The Seven Sacraments,
Hornyold, pág. 10).
Em resposta a isto diz Strong: ?Envolve isto a negação da inteireza do
sacrifício passado
de Cristo e a suposição que um sacerdote humano pode repetir ou acres centar
à expiação feita por
Cristo uma vez por todas (Heb. 9:28 ? apax prosenekueis). A Ceia do Senhor
nunca é chamada
sacrifício, nem de altares, sacerdotes ou consagrações se fala jamais em o
Novo Testamento. Os
sacerdotes da velha dispensação são expressamente contrastado com os
ministros da nova.
Ministraram os primeiros sobre coisas sagradas, a saber, celebraram ritos
sagrados e serviram no
altar; mas os últimos ? pregam o Evangelho? (1 Cor. 9:13, 14).?
II. O SIGNIFICADO SIMBÓLICO DA CEIA DO SENHOR
1. É UMA COMEMORAÇÃO DA MORTE DO SENHOR
Jesus disse: ?Fazei isto em memória de mim.? (1Cor. 11:24). A Ceia do
Senhor, então,
tende a refrescar nossas mentes quanto à morte vicária de Cristo.
334
2. É UMA PROCLAMAÇÃO DE SUA MORTE
Jesus também disse: ?Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este
cálix,
anunciais a morte do Senhor até que Ele venha.? (1 Cor. 11:26). De modo que
a Ceia é uma
ordenança prédicante tanto como comemorativa. Este fato favorece observar -
se a ordenança na
presença de toda a congregação em vez de despedir-se à congregação e fazer
a igreja observa-la
privadamente. Desde que é uma ordenança prédicante, testemunhe -a quem
quiser.
3. É UM LEMBRETE DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO
Notamos na passagem há pouco citada as palavras: ?Proclama is a morte do
Senhor até
que Ele venha.? Assim, todas as vezes que se observa a ordenança somos
lembrados que a
estamos observando por causa da ausência da presença corporal de Cristo e
que algum dia o
simbólico dará logar ao literal.
4. SIMBOLIZA O FATO QUE SOMOS SALVOS POR NOS ALIMENTARMOS
DE CRISTO
Já frizamos que a nossa alimentação de Cristo não é literal. Participamos dEle
pela fé e
assim somos salvos, o eu está simbolizado na Ceia do Senhor.
5. FIGURA NOSSA NECESSIDADE DE PARTICIPARMOS
CONSTANTEMENTE DE
CRISTO PARA SUSTENTO ESPIRITUAL
A repetição desta ordenança manifesta que a fé, pela qual participamos de
Cristo, não é
meramente uma coisa momentânea mas contínua, pela qual a alma é
sustentada constantemente.
6. ASSINALA A UNIDADE DA IGREJA
Em 1 Cor. 10:16-17 lemos: ?O cálix de benção que abençoamos, não é uma
comunhão
de (ou participação em) o sangue de Cristo? O pão (ou fatia) que partimos não
é uma comunhão
de (ou participação em) o corpo de Cristo? Vendo que nós, que somos muitos,
somos um pão (ou
fatia), um corpo: porque todos participamos de um pão (ou fatia).?
335
Estes versos aventam o fato que a unidade da igreja se manifesta pelos
membros
participantes de uma fatia. Por essa razão o pão deverá ser trazido à mesa em
uma fatia ou
pedaço, doutra maneira o tipo não é tão impressivo.
III. OS ELEMENTOS DA CEIA DO SENHOR
Há dois e só dois elementos escrituristico, que são:
1. O PÃO ASMO
Diz Strong: ?Ainda que o pão que Jesus partiu na instituição da ordenança foi
indubitavelmente o pão asmo da Páscoa , não há nada no simbolismo da Ceia
do Senhor que
necessite o uso romanista da hóstia.? (Systematic Theology, pág. 539). Quanto
às palavras exatas
desta afirmação, concordamos com Strong e vamos ainda mais longe e
dizemos que o uso
romanista da hóstia (um disco chato e pequeno de farinha tostada) tende a
obscurecer uma parte
do simbolismo da Ceia; mas entendemos que a afirmação de Strong implica
que o simbolismo da
Ceia não carece do uso do pão asmo. Carece e por três razões, a saber:
(1). Som n| o pão asmo pod r pr s n|ar ad quadam n| o corpo s m
p cado d Cris|o
O fermento é, caracteristicamente, tipo do pecado e está assim representado
em 1 Cor. 5,
em conexão com a Ceia do Senhor.
(2). O pão asmo também responde a sinceridade de coração com que
devemos participar da Ceia
?Guardemos a festa, não... com o fermento da malícia e da maldade, mas com
o pão asmo
da sinceridade e da verdade.? (1 Cor. 5:8).
(3). O pão asmo, ainda mais, ac n|ua a n c ssidad d purificar a igr ja
Purificai, pois, o fermento velho , para que sejais uma nova massa, assim como
sois sem
fermento; porque a nossa páscoa foi sacrificada por nós, a saber Cristo: pelo
que, façamos a
festa, não com o fermento velho, etc.? (1 Cor. 5:7,8). Esta passagem, seguindo
a injunção de
Paulo para excluir o incestuoso, mostra que ele ligou o pão asmo com a pureza
da igreja.
336
Pelas razões supra, bolachas e pão fresco nunca devem ser usados na
celebração da Ceia
do Senhor. Melhor é não celebra -la do que celebra-la impropriamente.
2. O VINHO FERMENTADO
Damos três razões porque o vinho fermentado deverá ser usado:
(1). Cristo usou vinho na instituição da Ceia.
Sobre este ponto damos as seguintes citações:
?Todo judeu em a noite da Páscoa deve ter quatro copos de vinho vermelho?
(A Páscoa
Judaica e a Ceia do Senhor, por Harry Singer, noutro tempo superintendente
da Missão Hebreu ?
Cristã de Detroit, Mich.). Referência a Prov. 23:31 mostrará que qualidade de
vinho é o vinho
?vermelho?.
Todo judeu sabe que a Ceia Pascoal deve ser celebrada bebendo -se vinho
genuíno e não
suco de uva sem fermento... Achareis tudo isto completamente corroborado se
consultardes a
Encyclopedia Judaica, que é a mais fidedigna e autorizada em todos os
assuntos judaicos? (De
uma carta pessoal ao autor deste por J. Hoffman Cohn, Secretário Geral da
Junta Americana de
Missões aos Judeus, de Broklin, N. Y.).
Leopold Cohn, editor de ?The Chose People?, em resposta à pergunta: ?Era
fermentado
ou não o vinho da Páscoa.? Disse: ?Sim, segundo o ritual judaico nenhum
vinho pode ser assim
chamado e usado nas cerimônias, a menos que seja intoxicante. Mais ainda, o
vinho usado na
Páscoa era tão forte que tinha de ser misturado com água.?
Grandes tentativas se têm feito para provar que o vinho bebido na Ceia do
Senhor era
sem fermento, pelos e por amor dos obreiros temperantes do nosso tempo e
país. Tais tentativas
são aptas a fazer mais mal do que bem entre aquelas famílias de costumes
orientais hoje, ou a
história dessas nações. Mas o apóstolo Paulo estabeleceu o caso de
abstinência total em Rom. 14
de tal maneira que não carece da ajuda traidora de uma exegese duvidosa
para seu apoio.?
(Peloubet?s Bible Dictionary).
337
Pretendem alguns que Cristo se absteve de todo uso do vinho. Mas isto se
presume em
face do fato que Cristo, logo antes de S ua morte, bebeu vinagre? (Marcos
15:36; Mat. 27:48;
João 19:28-30), o qual, segundo Thayer, Broadus, Hovey e W. N. Clark (os três
últimos
escritores em ?An American Commentary on the New Testament?) era vinho
azedo que os
soldados bebiam.
(2). A igr ja m Corin|o usava vinho f rm n|o na C ia não r c b u c nsura
do após|olo Paulo
Sabemos que a igreja em Corinto usava vinho porque, pelo abuso dele na
Ceia, alguns
ficavam bêbados (1 Cor. 11:21). Um léxico grego mostrará que a palavra grega
aqui quer dizer
exatamente o que nós comumente entendemos pelo termo ?embriagado?.
Outros casos do uso da
mesma palavra grega (methuo) achar -se-á em Mat. 24:49; Atos 2:15; 1 Tess.
5:7. A respeito desta
palavra, lemos em ?An American Commentary on the New Testament?: ?A
palavra mesma
significa s|á bêbado nada mais brando.? A passagem é conclusiva quanto ao
vinho usado por
eles na Ceia do Senhor.
Marcos Dods diz: ?Conquanto o vinho da Santa Comunhão tivesse sido tão
feiamente
abusado, Paulo não proíbe o seu uso na ordenança. Sua moderação e
sabedoria não tem sido
seguidas universalmente neste ponto. Em ocasiões infinitamente menos se tem
introduzido na
administração da ordenança no sentido de impedir seu abuso por bebedores
reformados
suscetíveis e por um pretexto ainda mais leve introduziu-se uma alteração mais
violenta há
muitos séculos pela Igreja de Roma.?
(3). O simbolismo da C ia r qu r vinho f rm n|ado
Só o vinho fermentado corresponde ao pão asmo e é exigido pelas mesmas
razões porque
se requer o pão asmo.
Em resposta ao nosso inquérito, Frederic J. Haskin, Diretor do Bureau de
Informação de
Washington, D. C. , deu a seguinte significativa resposta: ?O Bureau da
Industria de Planta do
Departamento de Agricultura dos EE. UU. diz que as uvas contêm
naturalmente um agente
levedante e que este está presente no suco. Quando então perguntamos o que
acontecia a este
338
fermento no processo da fermentação, o snr. Haskin respondeu: ?O fermento é
consumido no
processo de fermentação, de modo que o produto acabado, ou vinho, não
contém nenhum.?
Mas alguém pergunta o que fazer com o voto que alguns fazem de nunca tocar
intoxicante
algum. Respondemos que a consistência escrituristica e uma comemoração
adequada da morte do
Senhor devem preceder a um voto ou qualquer outra coisa. É melh or quebrar
um voto do que
falhar em guardar este memorial convenientemente. Deus não prende a
ninguém responsável pela
observância de um voto que impede o votante de honrar a Cristo devidamente.
Aos que fizeram
votos deixai-os aderir ao compromisso em geral; mas não deixem o voto
introduzir-se entre eles e
a comemoração correta da morte de Cristo.
IV. A CEIA DO SENHOR É UMA ORDENANÇA DA IGREJA LOCAL
Por isto queremos dizer que é para ser observada somente pelos membros de
uma igreja
local. Não é para a igre ja convidar à mesa quaisquer fora do seu rol de
membros e por isto
também queremos dizer que não é para ser observada por indivíduos ou
grupos de indivíduos
outros que não na capacidade de igreja.
Que é para ser observada somente pelos membros de uma igreja local damos
aqui duas
provas:
1. O PÃO SINGULAR NA CEIA SIMBOLIZA A UNIDADE DO CORPO
SINGULAR
Para uma discussão disto, vide a segunda divisão deste capítulo. Agora, para
outros, que
não os membros da igreja observando a Ceia, participar é incongrue nte com o
simbolismo.
2. HÁ CERTAS CLASSES QUE A IGREJA É MANDADA NÃO COMER COM
ELAS
Vide 1 Cor. 5:11. Quando uma igreja convida a participar da Ceia aqueles de
fora da sua
comunidade, ela está desconsiderando atrevidamente esta injunção, porque
ela não pode saber
que alguns dos convidados não são das classes mencionadas em 1 Cor. 5:11.
V. A COMUNHÃO ULTRA RESTRITA CONSIDERADA
339
As provas supra de que a Ceia do Senhor é uma ordenança da igreja local, a
ser observada
somente pelos membros de determinada ig reja, resolve a questão se membros
de outras
denominações deveriam ser convidados a participar da Ceia conosco. Mas
desde que todos
batistas não recebem a verdade quanto ao fato que a Ceia do Senhor é
estritamente uma
ordenança da igreja local, e desde que isto não faz a escrituralidade de nossa
posição tão clara a
gente de outras confissões como desejamos que seja, procedemos com uma
consideração da
comunhão ultra restrita assim chamada. Por que os batistas a praticam? Eles a
praticam:
1. PORQUE CRISTO INSTITUIU A COMUNHÃO ULTRA RESTRITA.
Quando Cristo instituiu a Ceia, só os onze apóstolos estavam presentes com
Ele, tendo
Judas já se retirado. Jesus ali não teve Sua mãe nem outros dos Seus
seguidores em Jerusalém.
Ele não convidou, tanto quanto podemos lem brar, o homem em cuja casa a
Ceia foi instituída.
Porque? Porque a Ceia não foi para ninguém mais senão Sua igreja. Daí,
desde que os batistas
não consideram a outros como membros da igreja de Cristo, também não os
convidam à Ceia.
2. PORQUE A ORDEM ESCRITURISTICA OBSERVADA NO PENTECOSTES
E DEPOIS
LEVA À COMUNHÃO ULTRA RESTRITA.
A ordem no Pentecostes e depois foi: (1) fé; (2) batismo; (3) comunhão com a
igreja e (4)
a Ceia do Senhor. Vide Atos 2:41,42. Esta é exatamente a ordem sobre que
insistem os batistas.
Eles não negam que outros tenham fé, mas negam que tenham recebido
batismo válido e que
sejam membros de uma igreja de Cristo.
3. PORQUE OS INTERESSES DA DISCIPLINA DE UMA IGREJA
ESCRITURISTICA
REQUEREM A PRÁTICA DA COMUNHÃO ULTRA RESTRITA.
Em Rom. 16:17 e 1 Tim. 6:3-5 temos implícito fundamento de disciplina
excessiva no
caso de ensinadores persistentes do erro doutrinal. A necessidade de unidade
na igreja também
faz necessária a disciplina excisica no caso a pouco mencionado.
Suponde agora que uma igreja ache preciso excluir um falso ensinador. Se a
igreja pratica
a comunhão livre, este falso ensinador pode ainda comungar com a igreja, não
obstante o fato que
participar da Ceia do Senhor é um dos privilégios mais íntimos e sagrados da
comunidade da
340
igreja. Concedendo que tal irá longe para nulificar a disciplina da igreja.
Envolveria a igreja em
notória incoerência. Se alguém não está ajustado para estar na igreja, ajustado
não está para
participar da Ceia do Senhor.
4. PORQUE É IMPOSSÍVEL OBSERVAR A CEIA DO SENHOR COM A
COMUNHÃO
LIVRE
Uma igreja pode comer pão asmo e beber vinho com um grupo com divisões
presentes,
mas Paulo plenamente diz que ?não é possível comer a Ceia do Senhor? em
tais circunstâncias.
Vide 1 Cor. 11:19,20 na Versão Revista.
341
Cap 33 - Por Que O Lava Pés Não É Uma Ordenança Da Igreja?
Ainda que tenhamos alguns que, tendo sido criados entre certos batistas
falsificados, lava
pés, são inclinados a crer que o lava pés devera ser observado como uma
ordenança da igreja,
ocupamos espaço para mostrar isto não é verdadeiro. Damos seis razões:
I. CRISTO NÃO O INSTITUIU COMO UMA ORDENANÇA DA IGREJA
É verdade que Cristo lavou os pés aos Seus discípulos na mesma noite em
que Ele
instituiu o memorial da Ceia. E é verdade que Ele mandou Se us discípulos
lavarem os pés uns
dos outros; mas tanto no exemplo como na ordem não há nada que indique
observar se a lavagem
dos pés na capacidade de igreja. É, puramente, matéria individual. Tinha que
ver com o dever do
hospedeiro ou hospedaria para com o hóspede.
II. AS EPÍSTOLAS DO NOVO TESTAMENTO NÃO O APRESENTAM COMO
ORDENANÇA DA IGREJA
Nessas epístolas temos amplas instruções a respeito do batismo e da Ceia do
Senhor, mas
nenhuma palavra sobre o lava pés como uma ordenança da igreja. Isto é prova
tão certa que as
igrejas do Novo Testamento não praticam o lava pés na capacidade de igrejas
como um silêncio
correspondente é prova que elas não reconheceram um Papa, nem adoraram
imagens, nem
oraram a Maria, nem confessaram os seus pecados a um sacerdote, n em
praticaram a extrema
unção.
III. O LAVA PÉS MODERNO NÃO É UM ATO TAL COMO O QUE CRISTO
EXECUTOU
Cristo realizou e mandou um ato de serviço, mas a lavagem dos pés de uns
aos outros não
é mais um ato de serviço. Todos aqueles que estão mesmo remotamente
familiarizados com os
costumes dos tempos quando Jesus andou por este mundo, sabem que o povo
naquela época
usava sandálias soltas comuns. Isto causava a lavagem dos pés muito
freqüentes, necessária por
causa tanto do conforto como da limpeza. Um dos primei ros deveres do
hospedeiro ou da
hospedeira, à chegada de um hospede, era pelo menos prover água para a
lavagem dos pés,
porque era muito desconfortável e desagradável sentar -se com a poeira e a
areia apanhadas nos
342
pés e nas sandálias ao palmilhar o hós pede a caminhada. Cristo mandou aos
Seus seguidores
fazerem mais que prover água: mandou -os lavarem atualmente os pés uns aos
outros. Era para
realizarem assim um ato de serviço humilde. Mas, por causa da mudança de
calçado, o lava pés
de uns para com os outros hoje (salvo nos casos de enfermidade, morte, ou
alguma emergência)
não é mais um ato de serviço; nada mais que uma peça de formalidade
desnecessária e sem
sentido. Seria tido como um insulto (e justamente assim) oferecer -se alguém
hoje para lavar os
pés de um hóspede, pois tal implicaria que o hospede era muito desmazelado
com a higiene
corporal. Insistir que o mandamento de Cristo ainda está vigente literalmente,
quando não há
mais necessidade do ato é perder o verdadeiro sentido do Seu mandamento. É
exaltar a letra à
custa do espírito. Para seguirmos o espírito do mandamento de Cristo
realizemos atos reais de
serviço uns pelos outros.
IV. OS CRENTES DO NOVO TESTAMENTO PRATICAM O LAVA PÉS COMO
UMA
MATÉRIA INDIVIDUAL NO LAR
Prova disto se acha em 1 Tim. 5:10. Este verso dá algumas das qualificações
de viúvas
que eram dignas de receber auxílio material da igreja. Cada uma dessas viúvas
deve ?ter lavado
os pés dos santos?. Agora, se a igreja em Éfeso (a que Timóteo estava
ministrando ao tempo em
que recebeu esta carta) tinha estado praticando o lava pés na capacidade de
igreja, cada membro
da igreja podia ter cumprido esta qualificação e sua menção entre as
qualificações de viúvas que
estavam merecendo seria, portanto, desnecessária e sem sentido. A men ção
do lava pés nesta
conexão mostra conclusivamente como os crentes do Novo Testamento
consideravam o
mandamento de Cristo. Eles o consideraram como matéria individual
pertencente especialmente
ao lar. Estava em nível com a criação de crianças, alojamento de estrangeiros,
alívio dos aflitos,
etc.
V. O LAVA PÉS MODERNO NÃO MOSTRA HUMILDADE
Não obstante tudo que temos dito, alguém pode dizer: ?Sim, mas quando
lavamos os pés
uns dos outros, mostramos nossa humildade?. Isso traz à mente uma história
pertinente. Um
homem veio ao seu pastor e disse: ?Pastor, creio que sois um bom homem e
pregais alguns
excelentes sermões; mas parece que faltais na humildade.? O pastor lhe disse:
?Talvez esteja eu
faltando em humildade. De fato, muitas vezes sinto que o estou; mas suponho
que sois homem
343
humilde.? O homem replicou: ?por certo que sou e douo -me por mostrá-lo
também.? Qual dos
dois era mais humilde, o pastor que reconheceu sua falta ou o outro que se
orgulhava e buscava
exibir? Moral: A suposta humildade vãmente e xibida é uma espécie de orgulho.
VI. O LAVA PÉS MODERNO NÃO SIMBOLIZA NENHUMA VERDADE
ESPIRITUAL
Portanto, o lava pés é totalmente diverso do batismo e da Ceia do Senhor e
não merece
lugar como uma ordenança da igreja.
Houve um belo significado apegado ao lava pés dos discípulos por Jesus. Ele
assinalou a
manutenção de nossa comunhão com Cristo a despeito da contaminação
recorrente do pecado, ou
a restauração dessa comunhão quando ela (nossa comunhão com Cristo; não
nossa atitude legal
nEle) tenha sido quebrada por deslize espiritual temporário, cuja restauração
Cristo realiza por
trazer-nos ao arrependimento e confissão através da obra do Espírito Santo.
João 13:8-10
transmite incisivamente este belo e gracioso significado. Nestes versos há duas
palavras gregas
usadas para transmitirem a idéia de purificação ? ?nipto? e ?louo?. A última faz
referência ao
banho do corpo inteiro, ao passo que a primeira se refere à lavagem de partes
do corpo, tais como
as mãos e pés. Quando Jesus disse a Pedro (v. 8): ?Se eu te não lavar, não
tens parte comigo?,
Ele empregou ?nipto?. E quando Ele disse (v.10): ?O que esta LAVADO não
precisa senão de
LAVAR seus pés?, Ele empregou ambas as palavras ? ?louo? no primeiro caso
e ?nipto? no
segundo. Nestas duas citações Jesus assinala claramente o significado de Sua
lavagem dos pés
dos discípulos. Na primeira citação Jesus podia ter feito referência a nada mais
fora da
purificação espiritual, porque Ele não lavou literalmente os pés de muitos que
com Ele tiveram
parte então e Ele não lavou literalmente os pés a qualquer dos vivos que agora
tem parte com Ele.
Na segunda citação, então, Jesus discrimina a espécie de purificação a que Ele
se referiu na
primeira citação. Quando Pedro foi informado da importância da lavagem
espiritual dos pés, ele
mal entendeu o significado de Cristo e impulsivamente pediu um banho
completo. Jesus então
lhe disse que ele não precisava de um banho completo, mas apenas da
lavagem dos seus pés. O
banho completo (indicado por ?louo?) tipificava a ?lavagem da regeneração?
(Tito 3:5) na qual
uma ?lavagem de água pela palavra? (Efe. 5:26). Enquanto a lavagem dos pés
(indicada por
?nipto?) tipificava a manutenção e restauração de nossa comunhão como já
indicada. Vide 1
João 1:7,9. Quando Cristo disse a Pedro: ?O que faço não o sabes agora, mas
sabê-lo-ás depois?,
344
cremos que Ele quis dizer que a lavagem dos pés de Pedro tinha especial e
particular referência à
restauração depois de sua queda. Temos a recordação desta restauração em
João 21:15-17. Isto
foi o profundo sentido espiritual do lava pés dos discípulos por Cristo,
tipificando a contínua
purificação que recebemos de Cristo. Cristo disse: ?Se eu te não lavar, não
tens parte comigo.? É
Cristo que nos lava a todos e não nós que lavamos uns aos outros. Porta nto, a
lavagem recíproca
dos pés não pode ter significado espiritual.
Ao encerrar ajuntaremos o que temos dito dizendo que não há uma razão
escrituristica
para praticar-se o lava pés como uma ordenança da igreja, e assim não se
praticou nas igrejas do
Novo Testamento. É uma trêta segundo se pratica hoje, adição ao padrão
divino.
345
Cap 34 - O Ofício de Bispo
Os principais oficiais nas igrejas do Novo Testamento eram chamados bispos,
ou anciãos,
ou pastores. ?Que os apelativos ?bispos?, ?presbíteros? ( ou a ncião) e
?pastor? designam o
mesmo ofício e ordem de pessoas, pode ser visto de Atos 20:28... (cf. 17...) ...
Fil. 1:1; 1 Tim.
3:1,8; Tito 1:5,7; 1 Ped. 5:1,2...? (Strong). Para o mesmo efeito são as palavras
de muitos outros,
incluindo as de Conybeare e Howson e passagens citadas por Giessler
(Church History, Vol. 1,
pág. 90).
A primeira objeção plausível à identidade de bispos e anciãos foi à avançada
por Calvino
baseado em 1 Tim. 5:17. Mas em vez de mostrar que os termos designam dos
dois ofícios, esta
passagem mostra que um ofício envolvia duas espécies de trabalho: ensinar e
reger ou
superintender. Alguns ocupantes do ofício eram mais felizes em um do que no
outro, sendo o
ensino considerado como a função mais elevada do ofício. As passagens
seguintes mostram que
ensinar e superintender pertenciam ao mesmo individuo: Atos 20:28 -31; Efe.
4:11; Heb. 13:7; 1
Tim. 3:2.
A pluralidade de anciãos ou bispos nas igrejas do Novo Testamento era
incidental e não é
cabível em todas as igrejas; a saber, uma pluralidad e de anciãos não é
essencial à existência de
uma igreja nova testamentina. Foram o tamanho e a escassez das igrejas, e as
grandes expansões
vagas, que deram caso a pluralidade de anciãos ( ð ).
I. QUALIFICAÇÕES DOS BISPOS
Estas qualificações estão dadas em 1 Tim. 3:1-7 e Tito 1:5-9, que são:
1. IRREPREENSIBILIDADE
Por isto não se quer dizer que o bispo deva ser moralmente perfeito. Nenhum
homem na
carne o é. Quer dizer que ele deve estar acima de séria censura. Este requisito
está explicado e
amplificado em ambas as passagens supracitadas, como segue:
346
?Ademais, ele deve ter bom testemunho dos que estão de fora; sob pena de
cair em
afronta e no laço do diabo? (1 Tim. 3:7).
?Porque o bispo deve ser irrepreensível, como despenseiro de Deus; não
soberbo, não
fácil de se irar, nem violento, nem briguento; não guloso de torpe ganância.?
(Tito 1:7).
Se o público não tiver uma elevada consideração pela integridade moral de um
homem,
ele jamais deverá ser feito bispo.
2. RELAÇÕES CONJUGAIS ADEQUADAS
Marido de uma só esposa. Isto quer dizer, sem duvida, que ele deve ser marido
de só uma
esposa num tempo. Não deve ter duas esposas vivas. Nem isto requer que um
pregador seja
casado, ainda que, em muitos casos, é melhor que fosse, nem o priva de casar
outra vez se sua
esposa morre.
3. VIGILANCIA, SOBRIEDADE E BOA CONDUTA
Estas são dadas juntas em 1 Tim. 3:2. São dadas na Versão Revista como
significando
que o bispo é para ser temperante, calmo e ordeiro. E esta versão seguinte
deixa a referência a
vinho. Temperança quer dizer controle próprio em tudo. Envolve abstinência
total daquilo que for
prejudicial ou mau.
4. HOSPITALIDADE
Hospitalidade refere-se a hospedagem dos visitantes no lar. Nos dias do Novo
Testamento
a hospitalidade foi ?um serviço especialmente necessário. .. quando o viajante
cristão estava
exposto a dificuldades peculiares e perigos, um dever, portanto, que era muitas
vezes obrigatório?
(Harvey, sobre Tito). A hospitalidade talvez não seja tão urgentemente
necessária hoje, mas não é
nada menos bela e benéf ica.?
5. APTIDÃO PARA ENSINAR
347
Isto inclui tanto o amor para ensinar como a habilidade nele. Isto requer
conhecimento e a
habilidade para comunicá -lo.
6. TRANQUILIDADE
As qualidades que seguem a aptidão para ensinar são dadas na melhor
tradução, como
segue: ?... não ralhador, não briguento senão gentil, não contencioso.? O Bispo
não é para por
natureza ser violento e belicoso, mas um homem de um espírito gentil e
perdoador, adverso a
altercar e disputar. Vide 2 Tim. 2:24. Todavia ele deve contender pel a fé e
combater o mal.
7. AUSÊNCIA DE COBIÇA
Não deve o bispo ser amante do dinheiro, porque o amor do dinheiro é a raiz
de todas as
espécies de mal. Ele não deve botar o dinheiro acima do cumprimento fiel da
vontade de Deus.
8. HABILIDADE DISCIPLINAR
O teste é o modo por que ele controla seus próprios filhos. A Escritura diz que
se ele não
pode controlar, não pode cuidar da igreja de Deus.
9. UMA EXPERIÊNCIA CRISTÃ SASONADA
O bispo não deve ser um noviço, isto é, um há pouco chegado à fé; ele deve
possuir um
grau considerável de maturidade Cristã.
10. ORTODOXIA NA FÉ
Para as oito qualificações precedentes seguimos a epístola a Timóteo e não
procuramos
enumerar tudo em ambas as epístolas, admitindo que em Timóteo temos, de
um modo geral, tudo
que se inclui em Tito. Mas a última estipulação em Tito desejamos observar.
Reza ela como
segue:
?... apegando-se à palavra fiel que é segundo o ensino, para que ele tanto
possa exortar na
sã doutrina como convencer aos contradizentes? (Tito 1:9).
348
Isto quer dizer o bispo é para ser alguém que se agarra à Palavra de Deus a
despeito de
toda a tentação para deixá -la.
II. OS DEVERES DO BISPO
Os deveres do bispo são como segue:
I. REGER A IGREJA
1Tim. 5:17; Heb. 13:7,17. A regência aqui, contudo, não é autocrática (1 Ped.
5:3) senão
só a regra de superintendência e liderança. Em nossa consideração da igreja
mostramos que a
igreja é uma democracia, recebendo e excluindo membros, manejando os seus
próprios negócios.
E assinalamos que ?anciãos regentes?, no sentido moderno, não estão
autorizados por 1 Tim.
5:17.
2. ENSINAR
1 Tim. 3:2; 2 Tim. 4:2; Tito 1:9; Heb. 13:7. Este é o trabalho principal do
pregador. Nada
deverá ser permitido emiscuir-se nisso. Se ele falhar nisso, falhou em tudo.
Tudo mais é
secundário ante a obra de ensinar.
3. PASTOREAR O REBANHO
Efe. 4:11. Nesta passagem temos o bispo chamado pastor. Quer isto dizer que
ele é um
pegureiro. É para ele ter o mesmo interesse era o caso com o antigo pastor e
suas ovelhas. É para
ele alimentá-las, escudá-las contra o perigo, confortá-las na aflição e fortificá-
las quando fracas.
4. ADMINISTRAR AS ORDENANÇAS
Parece, ao tratar da natureza do ofício de bispo, considerar como sua função
particular a
administração das ordenanças. E como antes observamos a respeito do
batismo, assim podemos
agora dizer tanto do batismo como da Ceia do Senhor: que não temos
nenhuma indicação certa
que quaisquer senão bispos jamais as administraram.
349
ðO bispo não é um sacerdote oficial. A palavra sacerdote no grego é
inteiramente diferente das
traduzidas por bispo, ancião, pastor. As igrejas do Novo Testamento não
tinham sacerdotes
oficiais. Todos os crentes são sacerdotes. Vide 1 Ped. 2:5,9; Apoc. 5:10. Eis
aqui a lastimável
fraca tentativa uma vez feita por um católico em evidência para justif icar o
sacerdócio: - ?A
própria palavra ?sacerdote? em nossa língua deriva -se da do Novo Testamento
?presbuterous??.
Esta faz presbítero, sacerdote, padre. Isto é indicação suficiente do ofício e
prova que o
sacerdócio católico é escriturístico.?
350
Cap 35 - O Diaconato
I. A ORIGEM DO OFÍCIO
É perfeitamente certo que temos a origem do diaconato no capítulo sexto de
Atos. A
palavra ?servir? (diakoneo) em Atos 6:2 é exatamente a mesma que se usa
para designar o ofício
de diácono em 1 Tim. 3:10,13, que é o verbo correspondente para diáconos em
Fil. 1:1; 1 Tim.
3:8,12.
Interessante e instrutivo é notar como os primeiros diáconos receberam seu
ofício. Foram
eleitos pela Igreja. ?Os doze convocaram a multidão dos discípulos e disseram:
?não é justo que
desamparemos a Palavra de Deus e sirvamos as mesas. Escolhei, pois, dentre
vós, irmãos, sete
varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, a quem
possais constituir sobre
este negócio.? (Atos 6:2,3).
Os apóstolos investiram os diáconos do seu ofício, ou ordenou-os, como
vemos no verso
seis, sendo este o significado de ?nomear? no verso três; mas os apóstolos
não presumiram de os
eleger: isto deixaram à igreja. Nem mesmo recomendaram à igreja os que ela
devia escolher:
deixaram a igreja achar isto do Espírito Santo. Foi isto um assunto
excepcionalmente importante,
mas os apóstolos não se arreceiaram de o confiar à igreja. É isto um excelente
exemplo da
democracia das igrejas do Novo Testamento.
II. OS DEVERES DESTE OFÍCIO
Os primeiros sete diáconos foram escolhidos e ordenados para ?servirem às
mesas?, isto
é, distribuir alimento aos necessitados , especialmente as viúvas. Mas do fato
de o ofício tornar-se
permanente (Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8 -13) e do fato de nenhuma outra igreja além da
de Jerusalém,
tanto quanto sabemos, ter a comunhão de bens que reclamava o
estabelecimento original do
ofício, tanto quanto as qualificações dadas em 1 Tim. 3:8 -13, inferimos que as
obrigações do
ofício devem ter passado por expansão. Talvez os diáconos vieram a
encarregar-se de todos os
negócios seculares da igreja e a ser auxiliares do pastor nos assuntos
espirituais.
351
Com tudo, seja-o levado em mente que os diáconos são ?servos?, segundo o
significado
do título e não patrões. São para receberem instrução da igreja mais do que
ditarem à igreja. São
para ajudarem o pastor mais do que dizer -lhe o que deva fazer. Lembrem-se
sempre que o ofício
é subordinado ao do pastor.
O abuso do ofício de diáconos os tem feito inúteis ou pior que inúteis em
muitas igrejas.
Talvez isto seja porque a devida atenção não tem sido dada às qualidades
escrituristicas de
diáconos, à qual dirigiremos agora nossa atenção.
III. AS QUALIFICAÇÕES DE DIACONOS
1. COMO DADAS EM ATOS 6
(1). Hom ns d boa r pu|ação
Os diáconos são para ser homens de boa reputação em geral. São para ser
homens em
quem o povo tenha a máxima confiança. Sem duvida, primeiro que tudo,
seriam homens que são
escrupulosamente honestos; homens que possam ser acreditados.
(2). Ch ios do Espíri|o
O Espírito Santo está em todo crente (João 7:38,39; Rom. 8:9,14; 1 Cor. 6:19;
Gal. 4:6;
Efe. 1:13). Ele é recebido ao tempo em que somos salvos e depois habita
conosco para sempre.
Quando recebemos o Espírito Santo, recebemos tudo dEle, porque Ele é uma
pessoa e, portanto,
indivisível. A doutrina que o Espírito é recebido depois da conversão, como foi
o caso com os
crentes no dia de Pentecostes, não é uma doutrina escrituristica. Não pode
haver mais uma
repetição do Pentecostes do que haver uma repetição do Calvário. Todas as
obras da graça são
definidas e aqueles que ainda estão falando sobre a segunda devem ser
lamentados. Os que estão
verdadeiramente salvos receberam inumeráveis obras de graça definidas.
Gente que não tem em
si o Espírito Santo habitando não precisa buscar a segunda be nção; ainda não
receberam a
primeira.
Ainda que gente salva tenha o Espírito nela, não estão todos cheios dEle. Ela
tem tudo
dEle, mas Ele não tem tudo dela. A necessidade não é que ela deve buscar o
Espírito, mas que ela
352
deve render-se ao Espírito já nela, de maneira que Ele a achará com Sua
presença e poder. DEle é
uma presença expansiva e Ele enche tanto de nós, e somente tanto de nós
como não está cheio de
algo mais. Se é para o Espírito encher -nos, devemos esvaziar-nos do eu e do
mundo. É somente
de homens que fizeram completa rendição ao Espírito que devemos fazer
diáconos.
(3). E d sab doria
Os diáconos são para ser homens de discernimento e perícia. A sabedoria aqui
mencionada não é sabedoria humana, mas aquela que vem de cima (Tiago
1:5, 3:17). ?Senso
comum santificado? é perjúrio forense. Não há tal coisa. O senso comum é o
pensar comum do
homem. E o pensar comum do homem é o pensar da mente carnal. E a mente
carnal é inimiga
contra Deus (Rom. 8:7). Logo, alguém podia do mesmo modo falar sobre
inimizade santificada
contra Deus como falar de senso comum santificado. A estima de Deus pelo
senso humano acharse-
á em Tia. 3:15. Muito dano resulta de se experimentar levar avante os negócios
de Deus
segundo a maneira dos negócios seculares. Tiago 1:5 fala como conseguir a
sabedoria necessária
e um diácono.
2. COMO DADA EM 1 TIMÓTEO 3
(1). Grav
Isto quer dizer que os diáconos são para ser dignificados, de mente séria e
livres de
leviandade e frivolidade. Não quer dizer que são para ser soturnos e caras
compridas.
(2). Não dplic s
Isto quer dizer que os diáconos não são para ser homens que falem de um
gentio a uma
pessoa e doutro modo à outra. Os diáconos são para serem homens cuja
palavra possa ser crida.
(3). Não dados a mui|o vinho
Nos tempos do Novo testamento as bebidas alcoólicas não foram abusadas
como são
hoje; portanto, não eram absolutamente proibidas. Só o abuso delas era
proibido. Mas hoje elas
353
têm sido sujeitas a um tal abuso que é bom a todos os crentes, especialmente
pastores e diáconos,
abster-se totalmente mesmo de vinho, exceto para fins médicos e sagrados.
(4). Não cobiçoso d |orp ganância
Um diácono não deve ser um homem que tenha amor regrado pelo dinheiro.
Se ele for,
ele provavelmente desviará fundos a ele confiados. Grande te m sido a
vergonha trazida às igrejas
por causa de homens gulosos de torpe ganância abonados com dinheiro da
igreja.
(5). R | ndo o minis|ério d fé numa pura consciência
Os diáconos deveriam ser sãos na fé. Não são ensinadores oficiais, mas terão
muita
necessidade de testemunho privado. Nada senão um batista ortodoxo devera
ser eleito diácono.
Quem crê que uma igreja é só tão boa como outra, ou um que pelo menos está
gafado de
modernismo ou arminianismo, ou um que nega qualquer verdade fundamental
da Bíblia não está
apto para ser diácono. O diácono é para sustentar a fé numa pura consciência
? alguém que tenha
sido purificado pelo sangue de Cristo e renovado pelo Espírito Santo.
Semelhante consciência
estará livre de vil egoísmo e hipocrisia e será regula do por devoção e
sinceridade.
(6). S jam s| s |ambém prim iro provados
Como com os bispos, assim com os diáconos ; sobre nenhum homem
imporíamos mãos
repentinas ou apressadamente (1 Tim. 5:22). E como um bispo, um diácono
não deveria ser um
noviço, ou um vindo de fresco à fé (1 Tim. 3:6). Não deveríamos eleger homens
como diáconos
só para honrá-los, nem por serem influentes ou ricos, mas somente quando se
provaram na posse
de qualificações escrituristicas.
(7). Suas sposas d v m s r grav s, não al ivosas, sóbrias, fiéis m |udo.
Contendem alguns que aqui são referidas diaconisas. E enquanto esta idéia
pareça ter
algumas coisas em seu favor, todavia a consideramos longe de ficar
estabelecida. Notemos os
argumentos costumeiros dados como prova que a referênc ia aqui é a
diaconisas:
354
A. Afirma-s qu um |al oficio xis|iu m algumas igr jas do Novo T s|am n|o
ao m nos,
d sd qu F b é chamada uma ?diakonos? (Rom. 16:1).
Mas ?diakonos? aparece em muitos outros logares em que não se quer
significar o ofício
de diácono. Vide 2 Cor. 2:6, 11:22; Efe. 3:7, 6:21; Col. 1:7,23,25; 1 Tess. 3:2; 1
Tim. 4:6, onde
?diáconos? está traduzido por ?ministro?. Esta palavra e suas formas cognatas
aparecem em
muitos outros logares semelhantes ao acima também. Em vista disto, te mos
certamente um
fundamento muito leve para o ofício de uma diaconisa só porque ?diáconos?
está uma vez
aplicado a uma mulher. É perfeitamente evidente que Febe, por sua energia e
sua riqueza, fora
uma ?socorredora de muitos? e do apóstolo Paulo também (R om. 16:1);
portanto, ela foi chamada
uma ?diácono?, ou uma que ministra a necessidade de outros. Não há prova
de que ela serviu
oficialmente nesta capacidade.
B. Supõ -s |ambém, qu as mulh r s m ncionadas m Fil. 4:3 ram
diaconisas.
Mas aqui há menos evidência para o ofício do que no caso anterior. Não se dá
aqui o mais
leve indício que essas mulheres foram diaconisas. Houve algumas mulheres
que assistiram a
Cristo no Seu trabalho; maravilha se elas também foram diaconisas?
C. Arqu -s qu um |al ofício xis|iu nas igr jas pos| ? apos|ólicas.
Mas muitas coisas existiram na maioria das igrejas post ? apostólicas que não
foram de
instituição divina.
D. Di-s qu o ?gr go não | m ?suas sposas?, mas simpl sm n| mulh r s,
s m ar|igo
ou pronom , é, por|a n|o, d vidam n| v r|ido, não ?suas sposas?, mas
mulh r s , n s|
con| x|o, diáconos f mininas? (H. H. Harv y).
Verdade é que o grego não diz expressamente ?suas esposas?, e, enquanto a
palavra para
?esposas? é uma palavra que signifique simplesmente ?mu lheres?, contudo é
a única palavra em
o Novo Testamento para esposas, e é, portanto, a palavra que seria usada
para denotar esposas. O
pronome possessivo é facilmente entendido desde que diáconos estão sob
discussão. Quanto à
omissão do artigo, não é isso significante, pois não há artigo antes de diáconos
no verso 8. E
355
quando lemos no verso seguinte que o diácono é para ser marido de uma
esposa, acrescenta força
à idéia que as esposas de diáconos se intencionam no verso 11.
E. Arqu -s qu não há raão para d finir m-s as qualificaçõ s das sposas
d diáconos
nquan|o qu nada s di das sposas d bispos.
Não há razão para limitar ?suas esposas? às esposas de diáconos. Cremos
que se refere
tanto às esposas de diáconos como também as de bispos. Semelhan te
interpretação nada tem a ver
contra. E cremos que é correta.
(8). Sejam os diáconos os maridos de uma esposa, governando bem seus
próprios filhos e suas
próprias casas.
Um diácono deve ter uma só esposa viva. Deve ter seus filhos em sujeição.
Uma das
maiores necessidades práticas deste tempo é um revivamento da autoridade
paterna dos velhos
tempos. A autoridade frouxa, se autoridade de fato pode ser chamada, na
média dos lares cristãos
hoje, é uma vergonha e uma desgraça. Não admira que a geração mais jovem
é conspícua pela
sua ausência aos cultos na maioria dos logares. São criados a ter seu próprio
caminho e não
segundo seu próprio caminho ir a igreja. Muitos filhos hoje, na maior parte,
obedecem quando
lhes apraz. O diácono é para GOVERNAR seus filho s e não para deixar que
seus filhos o
governem. E o diácono é para ser o cabeça de sua casa, porque a Escritura
não só especifica que é
para ele governar seus filhos senão também toda a sua casa. O plano divino é
para o marido ser o
cabeça do lar. Quando o homem é um cristão, e isto é reconhecido, o lar será o
mais feliz dos
lares. Se o homem não é cristão e a mulher é, então terá ela de fazer o melhor
que puder. Se ela
era cristã quando casou com ele, ela violou a Palavra de Deus (2 Cor. 6:14), e
deve fazer o
melhor que puder do castigo que receberá. Tem -se dito e bem
verdadeiramente, se uma mulher
casa com um filho do diabo, ela pode esperar ter barulho com o seu sogro.
IV. A RECOMPENSA TEMPORAL DE UM DIACONO
O verso 13 dá-nos a recompensa de um diácono. S e ele bem servir como um
diácono, ele
adquire um bom grau e grande ousadia na fé. O Novo Testamento retrata o
diaconato como um
ofício exaltado, que tem sido muito degradado por causa de nossa falha em
respeitar as
356
qualificações exaradas na Escritura e por nossa alteração da obra de diáconos
para assentar as
nossas próprias noções.
357
Cap 36 - O Lugar Da Mulher Na Igreja
Os tempos mudaram. Sim.
?Há c m anos passados, hoj ,| Aqui ra d s r|o; | O hom m com pó na sua
spingarda, |
Ia a caçar o v ado. | Mas agora a coisa mudou alguma coisa, | E sobr um
ou|ro plano, | A
v ada com pó na sua fac , | Sai a caçar o hom m.? ( *).
Mas, para os tempos que mudam, temos a Palavra que não muda ? a Palavra
que está
eternamente fixa no céu; que tem arrostado tanto os a taques violentos de
inimigos como o abuso
de amigos.
Meros costumes podem mudar sem dano ou perda, mas a conduta
divinamente ordenada
deve ser segura inviolável por aqueles cujos corações regidos pelo temor de
Deus.
?A autoridade da Escritura quer dizer tudo para os batistas. É por isto só que
eles
justificam sua tenacidade quanto ao modo de batismo. Cedam a doutrina da
autoridade absoluta e
do caráter inerrante das Escrituras e os batistas podem permitir qualquer
mudança na política
eclesiástica que a sabedoria humana pareça justificar.? (A. H. Strong).
O que chamam o ?Movimento da Mulher? é a conspiração mais insidiosa e
maliciosa jamais
cozida contra a inspiração da Bíblia.? (W. P. Harvey, Feminism. J. W. Porter,
pág. 118).
Para dizer o mínimo, não é batístico torcer a Bíblia para justificação de
qualquer prática.
Nossa glória tem sido que temos torcido nossa conduta, quando preciso, em
conformidade com o
Novo Testamento. Sempre temos estado dispostos a encarar a Bíblia com
rosto e coração
descoberto para obedecermos ao seu ensino claro. Assim façamos aqui? (A. T.
Robertson,
Feminismo, J. W. Porter, pág. 110). Retenhamos esta citação mesmo quando
estamos bem
cônscios de que o escritor mudou mais tarde sua posição sobre o feminismo e
pugnou por achar
justificação para a idéia popular. Considerem nossos leitores a derradeira
atitude do Professor
Robertson à luz desta citação.
358
Ao falarmos do logar da mulher na igreja, referimo -nos ao seu logar no serviço
de Deus
como membros da igreja; logo, nossa discu ssão terá que ver com mais do que
a conduta das
mulheres nas reuniões públicas da igreja.
Nosso assunto implica uma verdade que precisa de ênfase. Essa verdade é
que há um
logar para as mulheres na igreja. Algumas vezes nossa oposição às
usurpações inescrituristicas
pelas mulheres parece criar a impressão que a mulher não tem logar na igreja,
o que está longe de
ser verdade. Ela tem um logar muito importante, e negligenciado ?
negligenciado porque tantas
vezes ela tem estado muitíssimo mais preocupada em te ntar tomar o logar do
homem do que
ocupar sua própria esfera divinamente dada. A glória da mulher achar -se-á na
sua própria esfera.
Seu vexame ocorre quando ela sai dessa esfera.
Notemos primeiro:
I. COISAS QUE AS MULHERES ESTÃO VEDADAS DE FAZER
1. ELAS ESTÃO PROIBIDAS DE ENSINAR
?Não p rmi|o qu a mulh r nsin ? (1 Tim. 2:12). O infinito ?ensinar? está sem
objeto e a
passagem significa simplesmente que as mulheres não são para ocupar o
ofício de mestre na
igreja. Elas podem ensinar em particular e sem pro grama, mas não pública
oficialmente.
2. ELAS ESTÃO PROIBIDAS DE DIRIGIR ORAÇÃO PÚBLICA
?D s jo, por|an|o, qu os hom ns or m m |odo logar.? (V. R. 1 Tim. 2:8)
A palavra grega para ?homens? é a palavra (aner) que distingue homens de
mulheres e
crianças e não a palavra genérica (anthropos). O artigo está também presente
antes de homens, e
isso, de si mesmo, serviria para distinguir homens de mulheres. Daí, todavia,
como Fausset
observa, a ênfase não está sobre ?os homens? senão sobre o assunto de orar;
contudo, permanece
o fato que a passagem distingue os homens das mulheres e restringe a oração
em todo logar de
cultos públicos aos homens. Às mulheres os apóstolos deu outras instruções
(v. 9). Está isto de
acordo com todo comentador ou erudito de nota.
359
3. ELAS ESTÃO PROIBIDAS DE AGIR EM QUALQUER CAPACIDADE QUE
ENVOLVA
O EXERCÍCIO DE AUTORIDADE SOBRE HOMENS
Paulo, após falar de não permitir que uma mulher ensine, ajunta: ?N m | r
domínio sobr
um hom m? (1 Tim. 2:12) (ð). Uma mulher mandona é tanto uma
monstruosidade como um
homem efeminado.
4. ELAS ESTÃO PROIBIDAS MESMO DE FALAR NA IGREJA
?Como em todas as igrejas dos santos, guardarem as mulheres silêncio nas
igrejas: porque
não lhes é permitido falar; mas estejam em sujeição, como também diz a Lei.
E, se quiserem
aprender qualquer coisa, perguntem em casa aos seus maridos: porque é uma
vergonha que uma
mulher fale na igreja .? (1 Cor. 14:34,35). A referência aqui é a assembléia
pública e não ao
templo da igreja.
5. ELAS NÃO SÃO PARA APARECER NOS CULTOS COM CABEÇAS
DESCOBERTAS
Vide 1 Cor. 11:3-10. É perfeitamente evidente que isto se refere ao culto
público. Pode
dizer-se que tanto quanto às mulheres se proíbe profetizar, isto não se aplica
quando mulheres
guardam seus logares. Mas também se menciona orar; e, ainda que mulheres
não são para dirigir
oração pública, contudo elas deveriam orar em silêncio e assim participar do
culto. Esta
passagem de nenhum modo insinua que se uma mulher tem cabelo comprido,
isto é toda coberta
que ela carece. Paulo simplesment e afirma que o fato de ser natural às
mulheres terem cabelo
comprido é só uma indicação da necessidade de uma coberta adicional (Nota
do Trad.: Não
concordamos com Professor Simmons em que uma mulher precise de véu
adicional alem do seu
cabelo comprido. Se uma mulher deseja usar de um outro véu, não fazemos
objeção, mas
sentimos, à luz da Escritura, em 1 Cor. 11:15, que ?Para seu cabelo se dá por
véu?, que, se uma
mulher tiver cabelo comprido, isto satisfaz o mandamento que ?Uma mulher
deve ter um véu na
sua cabeça.? ). Esta coberta é para ser usada no culto público como um sinal
da sujeição da
mulher ao seu marido, ou aos homens em geral se a mulher não for casada.
6. ELAS NÃO SÃO PARA APARECER EM TRAJE IMODESTO OU
ESPAVENTOSO.
360
Vide 1 Tim. 2:9,10.
II. RAZÕES DESTAS PROIBIÇÕES
Paulo dá duas razões destas proibições:
1. PRIORIDADE DE ADÃO NA CRIAÇÃO
Vide 1 Tim. 3:13. A prioridade de Adão na criação indica sua chefia da raça.
Ensino
público por parte da mulher ou seu exercício de qualquer autoridade sobre
homem discrepa dessa
chefia.
2. A DECEPÇÃO DA MULHER NA QUEDA.
Vide 1 Tim. 2:14. A mulher foi enganada pela serpente a pensar que o comer
do fruto
proibido traria benefício em vez de banimento. O homem participou do fruto,
mas não foi
enganado. Ele sabia qu ais seriam as conseqüências e, provavelmente,
participou do fruto porque
preferiu ser expulso com sua esposa a separar-se dela. A decepção da mulher
na queda mostra a
suscetibilidade da mulher para o malogro. Isto não é por causa de qualquer
inferioridade geral das
mulheres a homens: é por causa de uma diferença de temperamento e
natureza. A natureza da
mulher ajusta-se para o lar e para a criação de filhos. Para este fim ela tem um
temperamento
muito delicado e uma natureza fortemente emocional. Assim ela é
caracteristicamente manejada
mais facilmente que um homem. Sua natureza a dispõe para chegar a
conclusões pela intuição
antes que por cândida consideração. Todos estes fatos desajustam a mulher
para a liderança
pública ou para o ensino. Se já houve ainda mulher pregadora que tenha
pregado a verdade,
mesmo sobre outras coisas do que o logar das mulheres, nós nunca o
soubemos.
III. ARGUMENTOS RESPONDIDOS CONTRA ESTAS PROIBIÇÕES
Muitos argumentos são trazidos por aqueles que escapariam e alijariam o
significado
evidente das passagens já citadas. Notemos os mais salientes deles. Argüisse:
1. HOUVE MULHERES NA BÍBLIA QUE FIZERAM AS COISAS QUE
DISSEMOS SEREM
VEDADAS ÀS MULHERES FAZER.
361
Citam-se os seguintes casos:
(1). Débora
Vide Juízes 4:5. Ao passo que Débora fez seu juizado no seu próprio lar
(Juizes 4:5),
contudo é verdade que o seu logar de liderança era incoerente com as
proibições do Novo
Testamento. Mas isso de nenhum modo alija estas proibições. Não devemos
presumir que tudo
quanto foi feito mesmo pelos caracteres relevantes da Bíblia foi segundo a
vontade de Deus. E
certamente não devemos por de lado os claros mandamentos de Deus porque
alguns se
conduziram incoerentemente com esses mandamentos. Ademais, o que Deus
permitiu na
dispensação do Velho Testamento não é paradigma pelo qual se determine
Sua vontade para a
dispensação do Novo Testamento. Ele permitiu a poligamia, então a regulou
prescrevendo por
meio de Moisés a necessidade de um divórcio escrito; mas, finalmente, em o
Novo Testamento,
houve um retorno ao significado e ao espírito do casamento qual permite o
divórcio só por
fornicação (Mat. 19:3-9).
Assim é com referência ao logar das mulheres. Reverte o Novo Testamento à
ordem
original, a despeito do que Deus permitiu na dispensação do Vel ho
Testamento. E as proibições
notadas aplicam-se à igreja. Certamente, então, nada permitido fora da igreja
pode anulá-las.
(2). Ana
Vide Lucas 2:36-38. Não há prova que Ana fez um discurso e daí não há prova
que ela
violou 1 Tim. 2:12. Ela não estava na igreja e daí não violou 1 Cor. 14:34. É
evidente que ela
apenas falou sem programa aos que ela viu em redor do templo. Isto não é
violação da Escritura,
como veremos mais claramente depois. Ademais, são os mandamentos de
Deus e não a conduta
de Ana, ou a de quaisquer outras pessoas, que revelam a vontade de Deus. A
conduta de Ana não
pode ser tomada por critério mais do que a de Débora, ou outros caracteres
falíveis.
(3). As mulh r s qu ajudaram a J sus a Paulo
Vide Lucas 8:2,3; Rom. 16:1,2; Fil. 4:3. A senhora M. B. Woodwoeth ? Etter diz:
?Paulo
trabalhou com as mulheres no Evangelho mais do que qualquer dos apóstolos;
Priscila e Febe
viajaram com Paulo pregando e edificando as igrejas? (Atos 18:2 -18-26; Rom.
16).
362
?Ele e Febe tinham estado sustentand o reavivamento juntos; agora ela é
chamada à cidade
de Roma; Paulo não pode ir com ela, mas ele está muito cuidadoso de sua
reputação e ela é
tratada com respeito; ele escreve uma carta de recomendação: ?Eu vos
recomendo Febe, nossa
irmã, que é uma serva da igreja (que significa um ministro da igreja) em
Cencréia, que a recebais
no Senhor como convém a santos e que a ajudeis em qualquer negócio em
que ela precise de vós,
porque ela tem sido uma socorredora de muitos e de mim também.? (Rom.
16:1). (Signs and
Wonders, pág. 211).
Isto é um belo exemplo de aumentar e de deslumbrante caricatura da Escritura
pelos que
invocam o exemplo das mulheres supra mencionadas como um argumento
contra as proibições
que Paulo pronunciou contra mulheres. Não há a mais leve alu são a qualquer
dessas mulheres
terem pregado ou feito qualquer coisa mais inconsistente com as proibições de
Paulo. No caso
das mulheres associadas a Cristo está plenamente afirmado que elas ?O
serviam com a sua
fazenda.? Febe e as outras mulheres, provave lmente, que laboraram com
Paulo, fizeram o mesmo
a Paulo. Algumas delas podem ter feito trabalho pessoal também.
(4). As mulheres que foram enviadas do túmulo de Jesus com uma mensagem
para os apóstolos
Mat. 28:1-10; Marc. 16:1-11; Luc. 24:1-9; João 20:1-18. Estas mulheres foram
enviadas
num recado ocasional; não foram comissionadas a fazer um discurso.
(5). As mulheres da igreja em Jerusalém no Pentecostes.
Atos 2. Nenhuma mulher discursou no dia de Pentecostes, tanto quanto o
arquivo alcança.
Pedro foi o único que fez um discurso público naquele dia. Qualquer fala feita
pelas mulheres que
eram membros da igreja e se encheram do Espírito foi quando passaram
rodeando entre o povo, o
mesmo testemunho espontâneo que Ana deu. O Espírito nunca levou mulheres
a violarem Suas
próprias proibições faladas por meio de Paulo, porquanto Ele não se contradiz
a si mesmo.
(6). A mulher samaritana.
João 4:16. A única coisa que Jesus mandou esta mulher fazer foi ir chamar seu
marido. O
que mais fez foi por sua própria vontad e e sem autoridade divina necessária.
Todavia não há
indicação que ela fez mais do que falar à vontade aqueles que ela encontrou.
363
(7). As filhas de Filipe
Vide Atos 21:9. Não há lembranças de as filhas de Filipe alguma vez terem
violado a letra
ou o espírito das proibições que temos notado. Assim o oponente nada tem em
que basear o seu
argumento. O fato que foram profetisas de nenhum modo prova que
discursaram publicamente ou
que nalgum tempo usurparam autoridade sobre o homem. De fato, enquanto
Paulo estava na casa
de Filipe, Deus mandou um profeta pelo caminho todo de Jerusalém entregar -
lhe uma mensagem.
(8). Profetisas nos últimos dias
Vide Atos 2:18. O fato de as filhas de Filipe terem sido profetisas e nunca,
contudo,
dirigirem um discurso público o u usurpado autoridade sobre homens mostra
que esta passagem
não precisa ser tomada como indicando qualquer coisa nas mulheres mais do
que seu testemunho
privado. O ônus da prova está sobre o oponente e ele nada tem a oferecer
como prova.
(9). Priscila e Áquila
Vide Atos 18:26. Priscila fez o que aqui está indicado no recesso do seu próprio
lar e em
conjunto com seu marido. A Bíblia nada diz contra o testemunho privado de
mulheres. Elas
podem mostrar aos perdidos o caminho da salvação, ou podem testemunhar a
verdade
privadamente mesmo a homens. E por certo, quando a esposa faz isto em
conjunto com seu
marido, ela não está se arredando do seu logar escrituristico.
(10). As mulheres profetisas em Corinto.
Vide 1 Cor. 11:5,16. As mulheres em Corinto estavam cometendo duas
ofensas. Não só
estavam falando na igreja, mas o estavam fazendo com a cabeça descoberta.
Paulo, no capítulo
referido há pouco, corrigiu a última. No capítulo décimo quarto ele corrige a
primeira. Para uma
semelhante aproximação à participaç ão das festas idolátricas, vide 1 Cor. 8:10
e 10:14-21. Na
primeira passagem Paulo simplesmente diz que os santos em Corinto eram
para ser cuidadosos
sob pena de, participando de festividades idolátricas, ofenderem aqueles que
não podiam ver que
um ídolo nada era. Mas na última passagem condena comer das festas
idolátricas como uma coisa
totalmente fora de logar para o cristão.
364
2. QUE GAL. 3:28 PROVA QUE NÃO HÁ DISTINÇÃO ENTRE A ESFERA DE
HOMENS E
A DE MULHERES
Exibe muito pobre juízo dos advogados da f ala pública das mulheres perante
audiências
mistas invocar Paulo contra si mesmo. Se a passagem sob consideração
ensina completa
igualdade e identidade de esfera sexual, então também ensina igualdade racial,
e o casamento
misto das raças brancas e pretas está justificado. A passagem ensina nada
mais que todos estão
igualmente salvos e que todos tem o mesmo parentesco gracioso com Cristo.
?Raça e sexo tem
seus respectivos dons a serem dedicados e usados. O trabalho e a vocação
dos sexos continuam
diferentes, conquanto em Cristo não há nem macho nem fêmea.? (Ministry of
Women).
3. QUE A PROIBIÇÃO DE PAULO EM 1 COR. 14:34 FOI APENAS CONTRA
PROSA
OCIOSA.
Esta noção é inteiramente sem fundamento. A palavra grega ?falar? é comum
a qualquer
espécie de fala.
4. QUE ESTA PROIBIÇÃO VEDOU FAZER PERGUNTAS EM PÚBLICO QUE
CAUSARIAM DISSENSÃO
Mas a proibição de as mulheres fazerem perguntas é só secundária à proibição
contra
qualquer falar na igreja.
5. QUE ESTA PROIBIÇÃO SÓ SE REFERE ÀS REUNIÕES DE NEGÓCIO NA
IGREJA.
Não foi uma reunião de negócios que Paulo estava escrevendo senão uma
reunião
semelhante à que nós chamaríamos ?reunião de testemunho.?
6. QUE, DESDE QUE SE DIZ À MULHER PARA PERGUNTAR A SEU
MARIDO EM CASA
SOBRE ASSUNTOS QUE ELA NÃO ENTENDE, ISTO SE APLICA SÓ AS
MULHERES
CASADAS
Seria de fato esquisito Paulo proibir à mulher casada falar enquanto o
consentisse à
solteira faze-lo, desde que as casadas são comumente mais velhas e mais
judiciosas que as
365
solteiras. Nesta passagem Paulo dá suas instruções para c obrir circunstancias
normais, não
sentindo ser necessário prover para exceções. Uma mulher solteira pode
facilmente achar algum
homem a quem ela pode perguntar a respeito de coisas que ela não entende.
7. QUE AS INSTRUÇÕES DE PAULO AOS CORINTIOS APLICARAM-SE
SOMENTE À
IGREJA DE CORINTO.
Mas Paulo disse (R. V.): ?Como em todas as igrejas dos santos, guardem
vossas mulheres
em silêncio nas igrejas? (1 Cor. 14:34). Parece que foi só em Corinto que as
mulheres estavam
saindo do seu logar. Na passagem supra Paul o instruiu a igreja em Corinto a
manter a mesma
ordem quanto às mulheres no culto público que era mantida em todas as outras
igrejas.
8. QUE AS PROIBIÇÕES CONTRA MULHERES NO CULTO PÚBLICO
APLICAVAM-SE
SOMENTE À ERA APOSTÓLICA.
Oponentes dizem que era concepção comum então que as mulheres que
apareciam em
público sem véu e exerciam qualquer função pública eram de caráter baixo;
que foi por essa
razão que o apóstolo mandou mulheres estarem quietas e usarem véus. Assim
as proibições se
tomam à mesma luz com a exortação de Paulo para se absterem de comer
carne oferecida a
ídolos; isto é, para evitar ofender a outros. Ou, como diz A. T. Robertson:
?Muitos cristãos
modernos sentem que havia condições especiais em Éfeso como em Corinto
que reclamavam
regularizações estritas das mulheres que agora não se aplicam sempre.?
Mas tais noções estão claramente desaprovadas pelo fato que Paulo dá seu
mandamento
para o silêncio de mulheres como um mandamento do Senhor. Ele não diz que
isto em referência
à abstinência de carne oferecida a ídolos. Então Paulo fundamenta a proibição
contra o ensino de
mulheres sobre a prioridade do homem na criação e a decepção da mulher na
queda. Assim ele
mostra que esta proibição esta fundada na própria natureza das coisas e
portanto é permanente.
IV. COISAS QUE MULHERES DEVERIAM FAZER
Havendo reparado o que às mulheres se proíbe fazerem, veremos agora o que
elas podem
e deveriam fazer.
366
1. ELAS DEVERIAM FREQUENTAR O CULTO PÚBLICO
É isto o dever de todo o povo salvo. As mulheres deveriam ate nder ao culto
público para
aprenderem e receberem tais bênçãos espirituais que venham do culto. A alma
de toda a pessoa
salva carece da influencia curativa, purificadora e elevante do culto público.
2. ELAS DEVERIAM PARTICIPAR DO CULTO PELA ORAÇÃO SILÊNCIOSA
E POR
ASSOCIAREM-SE, SE POSSIVEL, NO CANTO CONGREGACIONAL
Estes também são deveres gerais, tanto como privilégios. Alguns diriam que,
se a mulher
não se permite falar na igreja, então também cantar. Mas devemos interpretar
Paulo pelas
intenções manifestas no contexto. Ele não estava discutindo o cântico, mas
falar. E quando o
cântico envolve a fala: contudo, tecnicamente, cantar não é falar.
3. ELAS DEVERIAM DAR DOS SEUS MEIOS
Isto, como culto, oração silenciosa, cântico congregacional, é dever e privilé gio
gerais e
pertence tanto a mulheres como a homens.
4. ELAS SÃO PARA RECONHECEREM O LAR COMO SUA PRINCIPAL
ESFÉRA DE
ATIVIDADE
Tito 2:5. É aqui que a mulher deve achar seu trabalho principal, não só em
cuidar de sua
própria família, mas em hospedar a out ros. (1 Tim. 5:9,10). É aqui e aqui só
que ela pode ganhar
a recompensa de profeta por hospedar profetas (Mat. 10:41).
5. AS MULHERES MAIS VELHAS SÃO MANDADAS QUE ENSINEM AS MAIS
MOÇAS
Tito 2:3-5. Elas são especialmente incumbidas de ensinar as jovens deve res
caseiros
práticos, mas esta Escritura não limita o seu ensino a isto: elas são para ser
?mestras de boas
coisas? (v. 3) e a razão do seu ensino, ?que a Palavra de Deus não seja
blasfemada?, abre um
campo considerável de instrução. Nada achamos na Escritura contra o ensino
de mulheres e
crianças só por mulheres em qualquer tempo e em qualquer logar. A Escritura
não diz que o seu
367
ensino é para ser feito somente no lar, nem diz que elas devem ensinar só uma
cada vez. Ensinar
privadamente não quer dizer, necessariamente, ensinar só uma cada vez. Vide
Lucas 10:23.
ð ?One hundred years ago, today,
Wilderness was here;
The man with powder in his gun,
Went out to hunt the deer.
But now the thing has changed somewhat,
And on aonther plan,
The dear with powder on her face,
Goes out to hunt the man.?
ð A frase aqui citada dá, evidentemente, o fundamento da proibição do apóstolo
contra as
mulheres ensinarem publicamente na igreja, isto é, que tal as envolve em ter
domínio sobre
homens. Mas a palavra homem, aqui, como no verso 8, distingue homens de
mulheres e crianças;
daí as mulheres não estão proibidas de ensinar crianças fora da assembléia
pública e elas são
mandadas ensinar mulheres, como veremos mais tarde.
368
Cap 37 - O Estado Atual Dos Mortos
Que os homens não entram no estado final quando morrem bastante evidentes
é para que
se requeira provar minuciosa. As ressurreições, que ainda são futuras, provam
um estado
intermediário para os mortos atuais. A coisa com que estamos especialmente
preocupados é a
natureza do estado intermediário, matéria esta para a qual nos dirigimos agora.
Os adventistas do sétimo dia, russelitas e alguns outros ensinam o que é
conhecido
comumente por ?sono dalma?. Mas a substância real deste falso e nsino é que
dos mortos não é
inexistente entre a morte e a ressurreição. Isto é logicamente verdadeiro desta
teoria e é assim
admitido pelos adventistas, pelo menos. É logicamente verdadeiro, porque um
espírito dormente
(se tal fosse possível) seria um espírito inexistente. A idéia de o espírito estar
vivo e estar
incônscio quando livre do corpo é o limite do absurdo. É que este ensino vale
pela inexistência do
espírito mostrado está nas seguintes palavras de ?Signs of the Times?, uma
revista dos
adventistas do sétimo dia (edição de 15 de dezembro de 1931): ?Seguramente
nenhuma expressão
mais vigorosa podia ser possivelmente usada para mostrar a completa
cessação da existência do
que esta, - Na morte ?eu não serei? (Comentário de Jó 7:21, por Carlyle B.
Haines, um dos seus
escritores notáveis)?.
I. OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES
Contra esta teoria afirmamos e nos comprometemos provar pelas Escrituras
que o espírito
do homem não cessa de existir na morte. Pelo termo ?espírito? queremos dizer
a natureza
imaterial do homem no seu parentesco mais elevado. Empregamos o termo
?espírito? de
preferência ao termo ?alma? porque cremos que espírito melhor expressa a
parte imaterial do
homem em distinção da vida corporal.
?A parte imaterial do homem encarada como uma v ida individual e cônscia,
capaz de
possuir e animar um organismo físico é chamada psuch (alma); como um
agente racional e
moral, suscetível de influência e moradia divinas, esta mesma parte imaterial
chama-se pn uma
(espírito)? (A. H. Strong). O espírito é a natureza imaterial do homem olhando
na direção de
Deus. ?O espírito é a parte mais elevada, mais profunda e nobre do homem.
Por ele está o homem
ajustado para compreender coisas eternas e é, em suma, a casa que residem à
fé e a Palavra de
369
Deus. A ... alma é este espírito, segundo a natureza, mas com tudo outra
espécie de atividade,
nomeadamente, nisto, que ela anima o corpo e opera por meio dele? (Lutero).
?A alma é o
espírito modificado pela união com o corpo? (Hovey).
Algumas vezes as palavras para espírito, tanto no hebreu como no grego,
denotam vento
ou fôlego, mas que nem sempre são assim está evidenciado em Mat. 26:41;
Lucas 23:46; Atos
7:59; 1 Cor. 2:11; 5:5; 7:34; 14:14 e 1 Tess. 5:23. Estudem os interessados
estas passagens e
substituam espírito por fôlego e vejam que sorte de sentido se forma. Então
sabemos que espírito
pode significar mais que fôlego, porque ?Deus é espírito? (João 4:24).
1. A MORTE FÍSICA NÃO ACARRETA A INEXISTÊNCIA DO ESPÍRITO DO
HOMEM,
PORQUE O ESPÍRITO NÃO ESTÁ SUJEITO À MORTE FÍSICA.
Temos a prova disto em Mat. 10:28. Se o homem não pode matar o espírito,
então a morte
física não tem poder para dar cabo da existência do espírito. O homem pode
matar qualquer coisa
que esteja sujeita à morte física. Na morte física o corp o cessa de funcionar e
começa a
desintegrar-se, o homem cessa de ser uma ?alma vivente? no sentido distinto
do vocábulo
?alma?. Ma o espírito não pode ser mata do e dele nunca se fala como cessar
na morte. Em vez
achamos Jesus, ao morrer, entregando o Seu espírito nas mãos de Deus e
Estevão entregando o
seu espírito nas mãos de Jesus (Lucas 23:46; Atos 7:59). A morte física é
meramente a separação
do espírito do corpo.
2. A REPRESENTAÇÃO DA MORTE COMO UM SONO NÃO ENSINA QUE O
ESPÍRITO
DORME E QUE É, PORTANTO, INEXISTENTE.
O sono é puramente um fenômeno físico. A morte é sono só por analogia, não
atualmente. E a analogia está na aparência do corpo, não no estado quer do
corpo quer do
espírito. No sono o espírito ainda está unido com o corpo e, portanto,
condicionado por ele. Mas,
na morte, como todos são forçados a admitir, espírito e corpo estão separados
e o espírito
separado do corpo não está mais condicionado pelo corpo.
Estevão dormiu (Atos 7:59), mas o seu espírito não cessou de existir, porque
Estevão o
encomendou nas mãos de Jesus e um espírito inexistente não podia ser
encomendado nas mãos
370
de ninguém. Paulo descreveu a morte como um sono (1 Cor. 15:6; 1 Tess.
4:14), mas não ensinou
a inexistência dos mortos. Paulo considerou a morte, não como uma c essação
da existência, mas
como uma partida para estar com Cristo (Fil. 1:23). Estando ausente do corpo,
Paulo quis dizer,
não inexistente, mas presente com o Senhor (2 Cor. 5:6). Aquilo que é
inexistente não pode estar
presente em logar algum ou com pesso a alguma.
3. A REFERÊNCIA AOS ÍMPIOS MORTOS COMO ?ESPÍRITO EM PRISÃO?
MOSTRA
QUE OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES (1 PED. 3:20).
Um espírito inexistente é uma não entidade e uma não entidade não pode estar
em
qualquer logar, porque ser é existir.
4. MOISÉS NÃO CESSOU DE EXISTIR QUANDO ELE MORREU, PORQUE
SÉCULOS
DEPOIS ELE APARECEU COM Cristo NO MONTE DA TRABSFIGURAÇÃO
(MAT. 17:3)
Dirão alguns que Moisés foi ressuscitado imediatamente depois do enterro? Se
sim, por
eles está esperando uma refutação em 1 Cor. 15:20. Sendo Cristo as primícias
dos mortos proíbe
a teoria de Moisés ter sido ressuscitado logo depois do seu enterro.
5. OS HABITANTES DE SODOMA E GOMORRA NÃO CESSARAM DE
EXISTIR
QUANDO MORRERAM (JUDAS 7).
Judas os descreve nos tempos do Novo Testamento como ?sofrendo a
vingança do fogo
eterno?. A palavra sofrendo nesta passagem é um particípio presente, que
expressa ação durativa
progressiva. E que isto não é um presente histórico está mostrado pelo tempo
presente do verbo
?são postos.?
6. O RICO E O LÁZARO NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO
MORRERAM (LUCAS
16:19-31).
Isto não é uma parábola, mas pouco importa que fosse. O Filho de Deus não
recorreu a
desvirtuamentos mesmo em parábolas. Todas as Suas parábolas são
verdadeiras a fatos.
371
7. CRISTO E O LADRÃO PENITENTE NÃO CESSARAM DE EXISTIR
QUANDO
MORRERAM.
Cristo não estava dependendo do corpo para a vida, porque Ele viveu antes
que tivesse
um corpo (João 1:1, 2, 14). E, na cruz, Cristo asseverou que Ele e o ladrão
estariam naquele dia
juntos no paraíso. Espírito inexistente não podiam estar em logar algum, muito
menos juntos.
8. OS ESPÍRITOS QUE JÃO VIU DEBAIXO DO ALTAR NÃO TINHAM
CESSADO DE
EXISTIR (APOC. 6:9).
9. A RESSURREIÇÃO PROVA QUE OS MORTOS AGORA NÃO ESTÃO
INEXISTENTES.
Se fosse inexistente, então seria necessário haver uma recriação em vez de
uma
ressurreição. E isto destruiria totalmente a base de recompensas, porque os
que surgissem da
sepultura seriam indivíduos diferentes daqueles que trabalham obras aqui
neste mundo.
10. O FATO DE OS MORTOS BEM AVENTURADOS NÃO TEREM ATINGIDO
O SEU
MAIS ALTO ESTADO DE BEATITUDE, E DEVEM AINDA PASSAR PELA
RESSURREIÇÃO, NÃO PROVA QUE ELES SEJAM AGORA INEXISTENTES.
?Aquela bem aventurada esperança? (Tito 2:13; 1 João 3:2,3) é a união do
espírito com o
corpo glorificado. Somente isto trará a satisfação completa da aspiração do
crente (Sal. 17:15).
Mas Deus escolheu adiar a realização desta esperança até um tempo por vir. E
enquanto o estado
desencarnado não é o ideal, todavia é melhor do que continuar na carne (Fil .
1:23); e os eu estão
neste estado estão presentes com o Senhor (2 Cor. 5:8).
11. O FATO QUE OS ÍMPIOS FALECIDOS AINDA ESTÃO PARA SER
JULGADOS E
LANÇADOS NO LAGO DE FOGO NÃO PROVA QUE ELES AGORA SEJAM
INEXISTENTES.
Aprouve a Deus confirmar os espíritos do s ímpios falecidos em prisão (Isa.
24:22; 1 Ped.
3:19), finalmente trazê-los e destiná-los juntos ao lago de fogo (Apoc. 20:11 -
15); mas que os
ímpios falecidos já estão em tormento cônscio de fogo mostramo -lo
previamente (Lucas 16:19-
372
31; Judas 7). A miséria final dos ímpios, como a felicidade dos justos, espera a
ressurreição do
corpo, em cujo tempo os ímpios serão lançados, tanto corpo como alma, no
inferno (Mat. 10:28).
12. O FATO DE A VIDA ETERNA SER RECEBIDA PELA FÉ NÃO PROVA
QUE OS QUE
A NÃO POSSUEM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNA.
A vida eterna nas escrituras quer dizer mais do que existência eterna. Está em
contraste
com morte espiritual (João 5:24; Efe. 2:1; Col. 2:13; 1 João 3:14). A morte
espiritual é escravidão
íntima num estado de pecado e separaç ão de Deus, no qual alguém está
privado de vida espiritual
divina, conquanto possua vida do espírito humano. A vida eterna é liberdade e
comunhão com
Deus . ?A morte espiritual faz alguém sujeito à segunda morte, a qual é uma
continuação da
morte espiritual numa outra existência sem tempo? (E. G. Robinson). E vida
eterna é isenção da
segunda morte.
13. A REPRESENTAÇÃO DA IMORTALIDADE COMO ALGO A SER
ALCANÇADO NÃO
PROVA QUE OS QUE NÃO A ALCANÇARAM NÃO TEM EXISTÊNCIA
ETERNA
Rom. 2:7 e 1 Cor. 15:53 tem referência ao corpo. O corpo se descreve como
sendo mortal,
mas o espírito nunca. Revestir-se de imortalidade no sentido da Escritura supra
é receber um
corpo imortal e, portanto, passar aquele estado no qual não podemos mais ser
afetado pela morte.
Este se revestir de imortalidade é a junção de um corpo imortal com um espírito
imortal.
14. A IMPUTAÇÃO DE IMORTALIDADE SÓ A DEUS (1 TIM. 6:16) NÃO QUER
DIZER
QUE OUTROS NÃO POSSUEM EXISTENCIA ETERNA.
A passagem acima quer dizer que só Deus é totalmente imortal em todas as
partes do Seu
Ser e não afetado pela morte, que só Ele possui imortalidade inderivada e
independente. Ao passo
que o homem é imortal quanto a uma só parte de sua natureza, sua
imortalidade, tanto do espírito
como do corpo, deriva-se de Deus. O caso de Elias é uma resposta suficiente
ao argumento de
?dormentes dalma? sobre esta passagem. Elias cessou de existir em qualquer
tempo? Se não, ele
tinha existência imortal.
15. OS ENUNCIADOS DE JESUS EM JOÃO 3:13 E 13:33 NÃO ENSINAM
QUE OS JUSTOS
FALECIDOS SÃO INEXISTÊNTES.
373
A escritura deve ser interpretada à luz da Escritura. Portanto, a primeira
passagem supra
não pode ser tomada com absoluta literalidade. Porque em 2 Reis 2:2,11
assevera-se duas vezes
que Elias foi recebido no céu. O sentido da a firmação de Cristo aqui, então,
não pode ser mais do
que ter Jesus só ascendido ao céu e voltado para revelar os mistérios a Ele
comunicados lá. A
segunda passagem é explicada pelo verso 36. Cristo quis dizer, meramente,
que, entrementes,
aqueles a quem Ele estava falando não podiam seguir; não que eles nunca O
seguiriam, porque
nesse caso eles nunca podiam ir ao céu.
16. O ENUNCIADO DE PEDRO EM ATOS 2:34 NÃO QUER DIZER QUE DAVI
ERA
INEXISTÊNTE.
Este enunciado sobre Davi está elucidado pelo de Cristo a Mari a Madalena a
respeito de
Si mesmo (João 20:17). Cristo disse: ?Ainda não subi a meu Pai?. Mas o
espírito de Cristo
ascendera ao Pai (Lucas 23:43,46; Apoc. 2:7; 22:1,2). O significado então do
enunciado de Pedro
a respeito de Davi e o Cristo sobre Si mesmo é que eles não tinham ascendido
em corpo.
17. AS ESCRITURAS DO VELHO TESTAMENTO NÃO PROVAM A
INEXISTÊNCIA DOS
MORTOS.
A Escritura deve ser explicado pela Escritura. As revelações incompletas e
indistintas do
Velho Testamento devem ser explicadas pelas reve lações mais amplas e mais
claras do Novo
Testamento. E à luz destas últimas algumas afirmações no Velho Testamento
concernentes ao
estado dos mortos podem ser tomadas somente como a linguagem de
aparência. Escritores do
Velho Testamento, não tendo uma reve lação clara concernente ao estado dos
mortos, muitas
vezes falaram dos mortos do ponto de vista desta vida. É neste sentido que
devemos entender
passagens tais como Jó 3:11-19; 7:21,22; Sal. 6:5; 88:11,12; 115:17; Ecles.
3:19,20; 9:10; Isa.
38:18.
II. OS JUSTOS FALECIDOS ESTÃO COM O SENHOR
Já aludimos ao estado tanto dos justos como dos ímpios falecidos. Mas, por
causa da
clareza, restabelecemos o ensino da Escritura sobre este assunto.
Os justos falecidos estão com o Senhor. Isto está provado pelas seguint es
passagens:
374
?Enquanto estamos no corpo ausente do Senhor... porém temos confiança e
desejamos
muito deixar este corpo e habitar com o Senhor? (2 Cor. 5:6 -8). Assim, para os
justos, estar
ausente do corpo, isto é, estar naquele estado ocasionado pela morte é estar
na presença do
Senhor.
?Estou apertado entre os dois, desejando partir e estar com Cristo? (Fil. 1:23).
Paulo não
podia decidir se ele preferia permanecer na carne, isto é, continuar a viver aqui
na terra, ou
morrer para estar com Cristo. Assim, para os justos, uma partida desta vida é
uma entrada à
presença de Cristo.
O ladrão arrependido moribundo ouviu de Jesus: ?Hoje estarás comigo no
paraíso?. O
paraíso é o terceiro céu dos judeus, o logar do trono de Deus (2 Cor. 12:2,4).
Mais prova disto
encontra-se no fato de a árvore da vida estar no paraíso (Apoc. 2:7), e perto do
trono de Deus
(Apoc. 22:1,2).
Pode ser, como crêem alguns, que, até a morte de Cristo, os justos não foram
à presença
de Deus senão a um logar intermediário de felicidade. Conquanto isso possa
ser, as passagens
supra mostram que os justos agora vão imediatamente à presença do Senhor
através da morte.
III. OS FALECIDOS ÍMPIOS ESTÃO EM TORMENTO CÔNSCIO E ARDENTE
Está isto mostrado na história do rico e Lázaro (Lucas 16:19 -31). Respondem
alguns que
isto é somente uma parábola. Mas não há, sequer, um indício que o seja. E o
fato se estar
nomeado o nome de uma pessoa envolvida é incoerente com todas as outras
parábolas. Mas
suponde que é uma parábola, Cristo torceu fatos nas Suas parábolas? Que
propósito podia Ele ter
tido em assim fazer? Uma caricatura de fatos na passagem em foco não ensina
um erro? Os que
buscam fugir a isto com fundamento que é uma parábola mostram o desespero
de sua teoria com
uma semelhante miserável escapatória.
Este fato também está patente, como já o frisamos, nas palavras de Judas no
verso 7 de
sua epístola a respeito dos habitantes de Sodoma e Gomorra. Ele os descreve
como ?sofrendo
(tempo presente) a vingança do fogo eterno?.
375
O lugar onde os ímpios e stão confinados é chamado uma prisão (1 Ped. 3:19).
São
criminosos condenados esperando na prisão até ao tempo de serem colocados
na eterna
penitenciária de Deus, o lago de fogo (Apoc. 20:15). Isto é para ter logar no
juízo do grande trono
branco, tempo em que tanto o corpo como as almas dos ímpios serão lançados
no fogo (Mat.
10:28).
IV. NENHUMA PROVAÇÃO DEPOIS DA MORTE
A noção que há provação depois da morte toma duas formas. Contém -se a
primeira em:
1. O ENSINO CATÓLICO SOBRE O PURGATÓRIO.
?A Igreja Católica ensina a existência do Purgatório, onde aqueles que morrem
com leves
pecados nas suas almas, ou que não satisfazem a punição temporal devida
aos seus pecados estão
detidos até que se purifiquem suficientemente para entrar no céu? ( O qu a
Bíblia pro| s|an|
nsina sobr a Igr ja Ca|ólica, Patterson).
As passagens dadas para substanciarem este ensino são: Mat. 5:26; 12:32; 1
Cor. 3:13-15;
Apoc. 21:27; 1 Ped. 3:19.
Antes de abreviadamente cometer estas passagens, oportuno é observar a
justificação e
salvação totalmente de graça por meio da fé em Cristo. Vimos que Deus não
cobra pecados ao
crente (Rom. 4:8; 8:33). O crente foi eternamente quitado de todo pecado. Mais
ainda, Heb. 9:27
implica claramente que não é possível nenhuma mudança entre a morte e o
juízo. Estas
passagens, para não mencionar muitas outras, mostram que o Purgatório é
uma invenção humana.
Quanto às passagens empregadas para substanciarem a doutrina do
Purgatório: Mat. 5:26
é para ser manifestamente considerada como se referindo à pri são romana.
Mat. 12:32 faz
simplesmente ?uma declaração forte e expandida? que a blasfêmia contra o
Espírito Santo não
será jamais perdoada. Achar aqui a insinuação em que alguns pecados
possam ser perdoados no
porvir é fundar uma doutrina de longo alcance sobre uma inferência incerta.
Semelhante doutrina,
se verdadeira, acharia certamente afirmação mais clara do que a que esta
passagem proporciona.
Em 1 Cor. 3:13-15 temos apenas uma forte alusão ao teste das obras humanas
nos dias de Cristo.
Não há aqui nenhuma purificação ou purgamento, como os católicos supõem
ocorrer no
376
Purgatório, mas somente um desejo de obras inaceitáveis. Apoc. 21:27 declara
somente que os
ímpios não podem entrar em a Nova Jerusalém. O espírito e o corpo glorificado
do crente não
tem pecado. O espírito se purifica de todo pecado na regeneração. A última
passagem (1 Ped.
3:19) será estudada no próximo título.
A segunda forma desta noção de provação depois da morte jaz principalmente
em:
2. A CRENÇA QUE CRISTO PREGOU AOS ÍMPIOS FALECIDOS.
Baseia-se a crença em 1 Ped. 3:19,20. Esta forma da noção de provação
depois da morte é
diferente do ensino católico do purgatório, em que ela inclui somente
incrédulos, ao passo que o
ensino católico inclui somente cr n| s, como tendo provação. Segundo esta
forma da doutrina de
provação depois da morte, os incrédulos terão a oportunidade de se
arrependerem e serem salvos
depois da morte. Isto está discutido em extenso em Èha| Happ ns Af| r
D a|h!(O Qu Acon| c
D pois da Mor| !) por William Striker, publicado pela Sociedade de Tratados
Americana.
Deve ser admitido que as traduções comuns de 1 Ped. 3:19,20, emprestam
encorajamento
a esta crença; mas, mesmo nisso, estranho é que Jesus tivesse pregado
somente aos que foram
desobedientes durante os dias de Noé, ou que, se a todos foi pregado, apenas
oito almas fossem
mencionadas.
E não pode insistir-se sobre o verbo ?foi? como indicando que Jesus veio em
contato
pessoal com os espíritos em prisão. ?Grande peso se tem dado a esta palavra
em sustento da idéia
que Cristo foi em prisão a prisão dos perdidos; mas a palavra não implica
necessariamente
locomoção pessoal? (N. M. Williams, Comment. In loco). Acham-se em Gen.
11:5-7 e Efe. 2:17
casos de uma palavra igual em que não se indica locomoção pessoal.
Mas, ainda mais, não é em absoluto necessário traduzir o verso 20 como nas
traduções
comuns. A idéia de desobediência nesta passagem expressa -se em grego por
um particípio aoristo
sem o artigo, api |h sasi; e, enquanto é verdade que o particípio sem o artigo
pode ser traduzido
a|ribu|ivam n| , isto é, como livremente equivalente a uma clausula r la|iva,
contudo, isto é a
exceção mais que a regra. A regra é que o particípio sem o artigo é empregado
pr dica|ivam n| ,
exigindo uma clausula | mporal para a sua tradução. Segundo a regra, então, a
primeira clausula
377
do v. 20 devera ser traduzida ?quando prim iram n| foram d sob di n| s?,
indicando que a
pregação ocorreu (pelo espírito de Cristo operando por Noé) no tempo da
desobediência e não
dois mil anos depois.
Pode ser perguntado porque a versão do Rei Tiago, a Revista e as versões da
União
Bíblia, todas traduzem esta construção com uma clausula relativa.
Respondemos que isto,
evidentemente, é por causa da influência da Vulgata e a parcialidade teológica
da cristandade que
tem favorecido a noção de provação depois da morte. Mas o Novo Testamento
está em toda parte
oposto à idéia de provação depois da morte, sem a qual esta suposta pregação
aos ímpios
falecidos foi inútil. Tal probação não é precisa para vindicar a justiça de Deus,
porque mesmo os
pagãos sem o evangelho estão ?sem desculpa? (Rom. 1:20).
1 Pedro 4:6 , que é outra passagem empregada para ensinar a provação
depois da morte,
significa que o Evangelho foi pregado aos mortos enquanto estiveram vivos.
378
Cap 38 - O Milênio
Principiamos nosso estudo de escatologia com uma consideração do milênio,
porque é a
crux da controvérsia entre pré milenaristas e seus oponentes de toda cor.
A palavra !milênio? vem-nos do latim, significando !mil anos?. Refere -se aos
mil anos de
Apoc. 20:1-7. Nestes versos há seis referencias a este período de tempo. É
dado aqui como o
tempo durante o qual Satanás deverá ser preso e os santos reinarão com
Cristo.
Quando os oponentes do pré milenarismo asseveram que a palavra !milênio?
não está na
Bíblia, falam enganosamente. Está ela tão verdadeiramente na Bíblia como a
expressão !mil
anos?. Desde que estas expressões são inglesas, nenhuma delas estava nos
manuscritos originais.
Mas a palavra !milênio? representa o significado do grego tão verdadeiramente
como a expressão
!mil anos?. Assim mossa não faz em dizer-se que a palavra em foco não está
na Bíblia, a menos
que se o diga para prejudicar alguns ouvintes ou leitores.
Nosso tratamento do assunto não justificará a acusação que o pré milenarismo
?cons|ruis
principalm n| sobr uma passag m no Apoc. 20:1 -10?, ou que os
premilenaristas ?par| m d
uma c r|a in| rpr |ação d Apoc. 20:1 -10 n|ão ng ndram sua idéia d
vol|a às pís|olas
vang lhos." Começaremos antes com outras passagens e por elas
interpretaremos a do
Apocalipse.
Mas ainda, nossa discussão conformar -se-á com uma regra enunciada por um
de nossos
oponentes; a saber, ?São princípios é d in| rpr |ação bíblic a com çar com
El qu é a Lu do
mundo; m ou|ras palavras, principal com o s|udo do Novo T s|am n|o
vol|ar ao V lho com a
lu do Novo." Isso será, exatamente, o nosso método de proceder.
Todavia, depois de havermos feito isto, depois de termos deixado o Novo
Testamento
focar a luz do Velho sobre esta questão, interpretaremos então Apoc. 20 em
vista dessa luz. E se
os nossos oponentes desejam continuar a blasonar sobre nós lermos do texto
o que não está lá,
trataremos a acusação com complacente e toleran te desdém. Não há um deles
que não !leia em?
tais passagens como Lucas 13:3 que a fé bem como o arrependimento é uma
condição de
379
salvação. Assim é através de toda a Bíblia. Tomamos os vários pormenores de
passagens
colaterais e as ajuntaremos para tirarmos a verdade toda.
I. AS FORMAS PRESENTES E FUTURAS DO REINO
1. A FORMA PRESENTE DO REINO NÃO É A FORMA FINAL.
Isto está plenamente indicado por um número de passagens que apontam para
um reino
futuro. Vide Mat. 6:10; 25:34; Marcos 14:25; Lucas 13:28 ,29; 2 Tim. 4:1. Notai
também que
algumas das parábolas em Mat. 13 indicam que o reino do céu contem agora
falsos professantes
(joio e peixe ruim), enquanto outras passagens falam de uma forma do reino do
céu em que só os
justos entrarão. Vide Mat. 5:20; 7 :21. Estas passagens apontam,
evidentemente, para o período
que seguirá ao cumprimento de Mat. 13:41: !O Filho do hom m mandará os
S us anjos l s
ajun|arão do r ino |udo qu of nd os qu pra|icam iniqüidad ?. Isto,
manifestamente é para se
cumprir no juízo, no fim desta época (Mat. 13:39 -40), e então seguir-se-á o
reino ou forma do
reino aludida em Mat. 5:20; 7:21 e também em Mat. 25:34. D s|as passag ns,
n|ão, v mos
claram n| qu o juío no fim d s|a época não |rará um fim ao r ino
m ssiânico, mas an| s o
pr c d rá na sua forma final.
Nem devemos considerar este ensino pleno como contraditado por 1 Cor.
15:24. Jamais
podemos esperar de chegar à verdade a menos que deixemos as passagens
mais claras seguirem a
interpretação das que são um tanto obscur as. Lede vs. 22-24 na revisão. Notai
a leitura: ! n|ão os
qu d Cris|o na Sua vinda ? em vez de !depois os que são de Cristo?, etc.
Assim a revisão dá a
!epeita? o mesmo sentido de !eita?. ?Então? está empregado para traduzir a
ambas. Notai, então,
que o primeiro !então? permite o lapso de tempo entre a ressurreição de Cristo
e Sua segunda
vinda. Portanto, ! n|ão v m o fim? não pode ser usada para provar que !o fim?,
seja o que for,
ocorre imediatamente depois da vinda de Cristo. !Epeita? e ?eita? nestes
versos não marcam
sucessão temporal imediata, mas antes seqüência em enumeração,
dependendo !da natureza das
coisas enumeradas? (Thayer). Não há diferença nas palavras, certamente, que
concederá à
primeira admitir um lapso de mais do que dezenove séculos ao passo que
proibindo qualquer
lapso de tempo a última. Assim compreendido, ver -se-á prontamente que o v.
24 em si mesmo
sugere que ! n|ão v m o fim? não fixa o tempo quando Ele terá entregue o
reino a Deus? (melhor,
!quando quer que Ele entregar?, etc), mas antes vice-versa.
380
Inda mais, com mui significantemente diz E. P. Gould: !Na Sua vinda?, pode
ser trazido
na parousia ou pr s nça, isto é, durante o tempo da presença de Cristo na
terra, seguindo Sua
segunda vinda." É este sentido se, como cremos, com base em Isa. 65:20 e
outras passagens
paralelas, a morte continuará na terra após o estabelecimento dos ?novos céus
e uma nova terra?
(Isa. 65:17 (ð)). Em outras palavras, esta passagem admite uma contínua
ressurreição dos justos
através do reino de Cristo sobre a terra e cremos que as Escrituras em geral a
exigem. Como os
crentes em corpos naturais morrem, serão ressurgidos imediatamente.
Podemos então dar a
? n|ão v m o fim? o seu sentido mais natural segundo o seu contexto,
entendendo que quer dizer
o fim do reino messiânico, que não virá imediatamente senão somente depois
que a morte for
completamente conquistada.
2. CRISTO É AGORA REI, MAS ELE NÃO ESTÁ NO SEU TRONO, O TRONO
DE DAVI.
O autor desaprova chatamente a idéia que Cristo não está reinando agora . Isto
é
sustentado por alguns pré milenaristas, mas não é uma parte necessária do pré
milenarismo.
Cristo já é rei de um reino espiritual comumente falado em o Novo Testamento
como !o reino de
Deus?, isto é, um reino sem cabeça visível e limites físicos, cujos súditos
podem ser distinguidos
só por característicos espirituais. Que Cristo já é rei de semelhante reino está
definida e
iniludivelmente ensinado em Mat. 28:18 -20; João 18:36; Col. 1:13; Apoc. 3:21.
Mas Cristo não está agora no Seu trono, o trono d e Davi que Lhe foi prometido.
Lucas
1:32. Notai esta significativa passagem:
!Ao qu v nc r QUERO EU conc d r qu s ass n| comigo no MEU |rono,
assim como
u v nci m ass n| i com o PAI NO SEU TRONO? (Apoc. 3:21).
Notai que Cristo está agora s n|ado com o Pai no |rono do Pai e que está
implicado que
nalgum tempo no futuro ass n|ar-s -á El no S u próprio |rono, no qual tempo
os vencedores
(todos os regenerados, 1 João 5:4) assentar -se-ão com Ele. Os contrastes aqui
são significantes !
o |rono do Pai contrastado com o !meu trono? o presente estou assentado
contrastado com o
futuro sentar-se-á. Esta passagem está morta contra aqueles que contendem
que o milênio está
agora em progresso e nós nunca soubemos de um só deles para experimentar
tratar dele.
381
Atos 2:25-32 não prova, como tem sido alegado que Cristo está agora no trono
de Davi.
Nossos oponentes apresentam argumentos infundados sobre a suposta base
desta passagem junta
com 2 Sam. 7:12: (1). Qu s|a passag m nsina qu Cris|o ra para s n|ar -s
no |rono d Davi
im dia|am n| d pois d Sua r ssurr ição. Mas a passagem nada diz dessa
espécie. Ela ensina
que a ressurreição era necessária a Ele sentar -se no trono, mas não que Ele
ascendeu ao trono
imediatamente. As Escrituras já citadas mostram que is to não foi o caso. (2)
Qu Davi n| nd u
p la prom ssa ci|ada por P dro (2 Sam. 7:12) qu Cris|o s n|ar -s -ia no S u
|rono nquan|o
Davi s|ava ainda dormindo com s us pais não d pois da r ssurr ição. Isto é
maravilhosamente lógico a vir daqueles que pro testam que nós lemos em
Apoc. 20:1-7 coisas que
não se ensinam ali.
A letra e fase natural de 2 Sam. 7:12 referidas à colocação de Salomão no
trono de Davi e
insistir com a letra é meramente discutir absurdamente para a sustentação de
uma proposição
fraca demais para agüentar. Alguém podia do mesmo modo discutir que, tanto
a fase natural da
passagem viu um sucessor imediato de Davi, Cristo ascendeu ao trono de Davi
na morte de Davi.
Em Atos 2:29 Pedro fala do fato !que Davi tanto está morto como enterrado e o
seu sepulcro está
conosco até este dia? meramente para provar que Davi não podia ter estado
falando de si mesmo
quando disse que sua alma não seria deixada no Hades e que ele não veria
corrupção. Este fato é
evidente a todos, salvos aqueles cegados para sustentarem uma teoria
inescrituristica.
3. CRISTO ASCENDERÁ AO SEU TRONO NA SUA SEGUNDA VINDA.
Isto faz-se indisputável pela seguinte passagem:
!QUANDO o Filho do homem vier na Sua glória e todos os santos anjos com
Ele,
ENTÃO assentar-se-á sobre o trono de Sua glória? (Mat. 25:31).
Nesta passagem temos mais extensa resposta à absurda contenção notada
acima. É na Sua
segunda vinda que Cristo se sentará no Seu trono. Nesse tempo será
estabelecida a forma futura
do reino referida em Mat. 13:43; 25:34. Isto concorda com Lucas 19:12, onde
um !certo nobre?
representa Cristo.
II. A NATUREZA DO REINO FUTURO
382
1. SERÁ SOBRE A TERRA
Isto é um fato significativo, que se estabelece pelas duas passagens seguintes:
Apoc. 5:10, onde os redimidos (vinte e quatro anciãos), após falarem de
redenção por
meio de Cristo, dizem: ?E nos f  para D us um r ino sac rdo| s; l s
r inam sobr a
TERRA."
Zacarias 14:9: ?E o S nhor s rá r i sobr |oda a | rra; naqu l dia um só s rá
o S nhor
um só s rá o S u nom ."
Citamos a primeira passagem da revisão, a qual segue o manuscrito
alexandrino em ler
?eles reinam? em vez do sinaitico que reza !reinaremos?. Assim devemos
escolher aqui entre dois
manuscritos em evidência para decidirmos se o tempo é presente ou futuro.
Contudo, A. T.
Robertson sem nenhuma afinidade com o pré milenarismo, diz que temos o
!uso futurístico? do
indicativo presente ativo. E quem, exceto alguém a caça de prova mais de uma
teoria do que a
verdade das Escrituras, pode duvidar de que temos aqui um a referência à
mesma coisa em Apoc.
2:26-27, 3:21; 1 Cor. 6:2 onde está coerentemente posto no futuro?
Notai desta passagem, então, que este reino é para ser na terra e lembrai -vos
que Apoc.
3:21 nos diz que os santos sentar-se-ão com Cristo no Seu trono. Vemos assim
que, desde que o
reino dos santos é para ser na terra, o trono de Cristo e, portanto, o Seu reino,
são para ser aqui.
A segunda passagem refere -se aquilo que é ainda futuro. Em nenhum tempo
até hoje
esteve a terra toda sujeita ao Senhor. A pass agem é para ser cumprida depois
dos eventos dos
versos precedentes terem logar. Os que tentam achar um cumprimento deste
capítulo no passado
só puderam engendrar um expediente espremido e refugado de um
cumprimento. Um escritor,
por exemplo, discute bem conclusivamente que o capítulo não se cumpriu na
destruição de
Jerusalém. A. D. 70, porque, naquele tempo todo, em vez de metade do povo
foi !cortado da
cidade?. Mais ainda, naquele tempo, Deus não lutou pelos judeus mas contra
eles; enviando os
exércitos romanos mesmo como dEle próprio, Ele !destruiu aqueles assassinos
e queimou sua
cidade?, como Jesus disse que Deus faria (Mat. 22:7). Mais ainda, está
assinalado que, desde
aquele tempo Jerusalém tem sido !pisada pelos gentios? (Lucas 21:24) e
ninguém tem ido lá para
383
!guardar a festa dos tabernáculos?. Mas então este mesmo escritor passa a
experimentar
engendrar um cumprimento no cuidado de Deus pelo Seu povo durante as
trevas e aflições do
período inter Bíblico, referindo -o particularmente às perseguições terríveis
infligidas aos judeus
por Antiôco Epífano, rei da Síria no segundo século B. C. . Mas ele se
encarrega de não achar
nenhum cumprimento minucioso, o que, sem dúvida, ele não pode fazer. As
seguintes diferenças
deslumbrantes existem entre o cerco descrito em Zac. 14 e as guerras e
perseguições sob
Antiôco:
(1) Em Zac. 14 lemos: ?R unir i |odas as naçõ s con|ra J rusalém para
ba|alhar." Sob
Antiôco somente nações debaixo da regência Síria vieram contra Jerusalém.
(2). Em Zac. 14 o cerco era para durar só um dia (vs. 6,7), enquanto que o sob
Antiôco e
seu filho houve ataques por um período de anos e num tempo o culto em
Jerusalém foi
abandonado pelos judeus por três anos, durante cujo tempo a religião esteve
proibida e o templo
dedicado ao deus grego, Zeus.
(3). Em Zac. 14 o cerco e a vitória são seguidos de um glorioso período de
benção e
prosperidade espiritual, ao passo que o período seguinte às guerras sob
Antiôco assinalou -se por
mais guerra, divisão interna, rivalidade, intriga e guer ra civil entre os judeus,
terminando na sua
sujeição a Aoma (ð).
(4). Em Zac. 14 uma grande praga está vaticinada para os exércitos opostos (v.
12). Isto
não ocorreu ao tempo de Antiôco.
(5). Em Zac. 14 o cerco é para ser seguido por aqueles que estão deix ados das
nações que
vieram contra Jerusalém vindo de ano a ano adorar e guardar a festa dos
tabernáculos. Isto não
seguiu libertação da perseguição sob Antiôco algo mais do que ocorreu
seguindo a destruição de
Jerusalém em A. D. 70.
(6). Em Zac. 14 está dito que !os s us pés s|arão sobr o mon| das
Oliv iras?, e outra
vez: !O S nhor m u D us virá |odos os san|os con|igo?. Isto não se seguiu
aos dias de
Antiôco.
384
Nossos oponentes reconhecem que os pés d alguém são para s|ar m sobr
o mon| das
Oliv iras?, mas não estão certos quem é a pessoa. A eles não é isto certo
porque estão cometidos
a uma teoria que lhes proíbe admitir fatos evidentes. Aqueles não assim presos
é claro que o
inconfundível antecedente gramatical de !seus? no vs. 4 é ?O Senho r? no vs.
3. Evidente também
é que a afirmação que !o Senhor meu Deus virá e todos os santos contigo?
refere-se ao segundo
advento de Cristo, tanto como se referem afirmações semelhantes em o Novo
Testamento. Vide
Judas 14; 2 Tess. 1:7; Mat. 25:31. Concluí mos assim que o nosso ponto aqui
está provado.
2. SERÁ NA NOVA TERRA
Desejamos chamar a atenção aqui para Mat. 19:28, que reza:
?E J sus lh s diss (aos do após|olos): Na v rdad vos digo, vós qu m
s guis| , NA
REGENERAÇÃO, quando o Filho do hom m s n| ar-s no |rono da Sua glória,
VÓS TAMBÉM
VOS SENTAREIS SOBRE DOZE TRONOS, JULGANDO AS DOZE TRIBOS
DE ISRAEL."
Comentando a frase !na regeneração?, A. T. Robertson diz: !O novo
nascimento do
mundo é para ser cumprido quando Jesus sentar -se no Seu trono de glória?.
John A. Broadus
diz: !Quando o reino messiânico estiver completamente estabelecido, haverá
um novo
nascimento de todas as coisas, chamado uma !restauração de todas as
coisas? (Atos 3:21, Versão
Revista), !novos céus e uma nova terra, onde habita a justiça? (2 Ped. 3:13)...
Mais interessante, porém, do que estes comentários são duas passagens que
engatam com
esta passagem de um modo muito definito. Notai estas duas passagens:
?Porqu , is qu u crio céus novos | rra nova; não hav rá mais l mbrança
das coisas
passadas, n m mais subirão à m n| . Porém vós folgar is xul|ar is
p rp |uam n| no qu u
crio; porqu is qu u crio a J rusalém uma al gria ao s u povo um goo. E
folgar i m
J rusalém xul|ar i no m u povo, nunca mais s ouvirá n la vo d choro
n m vo d clamor.
Não mais dali hav rá uma criancinha d dias, n m v lho qu não cumpra s us
dias; porqu a
criancinha morr rá d c m anos; mas o p cador d c m anos s rá
amaldiçoado. E dificarão
casas as habi|arão; plan|arão vinhas com rão o s u fru|o. Não cons|ruirão
para qu ou|ras
habi| m; não plan|arão para qu ou|ros comam; porqu os dias do m u povo
s rão como os dias
385
da árvor os m us l i|os goarão das obras das suas mãos por mui|o
| mpo. Não laborarão
m vão, n m darão a lu para inqui |ação, porqu são a s m n| dos b ndi|os
do S nhor sua
d sc ndência com l s. E acon| c rá qu , an| s qu clam m, u r spond r i:
s|ando l s ainda
falando, u os ouvir i. O lobo o cord iro alim n|ar -s -ão jun|os o l ão
com rá palha como o
boi pó s rá a comida d s rp n| . Não farão mal n m d s|ruirão m |odo o
m u san|o mon| ,
di o S nhor? (Isa. 65:17 -25).
!Porqu , como os céus novos a | rra nova, qu u far i, s|arão dian| d
mim, di o
S nhor, assim vossa s m n| vosso nom s|arão. E acon| c rá qu , d
uma lua nova a ou|ra,
d um sábado a ou|ro, virá |oda a carn a adorar p ran| mim, di o S nhor."
(Isa. 66:22,23)
Pode lá haver qualquer dúvida razoável que nosso Senhor teve estas
passagens em mente
quando Ele falou de !a r egeneração?? Ainda mais, não é evidente que Pedro
também as teve
quando ele escreveu dos !novos céus e uma nova terra, onde habita justiça? (2
Ped. 3:13)? O
autor considera como definitivamente resolvido que as palavras de Pedro
aludem à mesma coisa
assim como as de nosso Senhor em Mat. 19:28 e que o estabelecimento do
reino milenial de
Cristo será introduzido pelo estabelecido de novos céus e uma nova terra.
3. SERÁ PREEMINENTEMENTE JUDAICO
Notamos que os crentes reinarão com Cristo no Seu trono; mas Mat. 19:28,
que já vimos,
conta-nos qu os do após|olos ocuparão do |ronos julgando as do |ribos
d Isra l. Sem
duvida os espiritualizantes nos anatematizarão por entendermos o Senhor
exatamente pelo que
Ele diz aqui, mas nós não estamos no mínimo com med o nem de leve aflitos
pela sua campanha
sem tréguas de castração da Palavra de Deus.
Tanto como nosso Senhor, elevado na profecia como Ele era, muito
provavelmente teve
em mente as passagens já citadas de Isaías ao falar de !a regeneração?,
assim por igual há outra
passagem de Isaías que Ele deve ter dito em mente ao referir -se a doze
apóstolos e ao seu
assentar-se em doze tronos julgando as doze tribos de Israel. Esta outra
passagem é Isa. 1:26, a
qual reza:
386
!E u r s|aurar i | us JUIZES como no princí pio | us cons lh iros como no
com ço;
d pois s rás chamada, - A cidad d jus|iça, a cidad fi l."
Tudo isto implica, e a Bíblia conclusivamente o ensina, o reajustamento de
Israel, e a
restauração da vida nacional de Israel. Notemos:
(1). O r ajus|am n|o d Isra l
A. Passagens que a isso aludem.
!E, naquele dia, haverá ?uma raiz de Jessé, que ficará por um pendão do povo;
por ela
todos os gentios buscarão e o seu descanço será glorioso. E acontecerá
naquele dia que o Senhor
porá Sua mão uma segunda vez para recobrar o restante do Seu povo que
será deixado, da
Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elam, de Sinear e de Hamate, das
ilhas do mar. E Ele
erguerá um pendão entre as nações e ajuntará os desterrados de Israel e os
dispersos de Judá dos
quatro cantos da terra? (Isa. 11:10 -12).
!Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem um rei e sem um
príncipe, sem um
sacrifício, sem uma imagem, sem um efod, sem um terafim; depois tornarão os
filhos de Israel e
buscarão ao Senhor seu Deus, a Davi seu rei; temerão ao Senhor e à Sua
bondade nos últimos
dias? (Oséias 3:4,5).
!Eis que eu os ajuntarei de todas as terras, para onde os houver lançado na
minha ira e no
meu furor, na minha grande ira; e os tornarei a trazer a este logar, farei que
nele habite
seguramente. E serão meu povo e serei seu Deus. E lhes darei um mesmo
coração, um caminho,
para que me temam para sempre, para seu bem e de seus filhos depois deles:
e farei com eles um
concerto eterno, que não tornarei deles, para fazer -lhes bem; mas porei meu
temor nos seus
corações, que não se apartem de mim." (Jer. 32:37 -40).
!E trarei de novo o cativeiro do meu povo de Israel e reedificarão as cidades
assoladas,
nelas habitarão; plantarão vinhas e beberão o seu vinho; farão jardins tamb ém
e comerão do fruto
deles. E os plantarei na sua terra e da sua terra que lhes dei serão mais
arrancados, diz o Senhor
teu Deus." (Amós 9:14,15).
387
Notai estas passagens proféticas de uma restauração, uma volta, um
ajuntamento, um
trazer de novo dos judeus. Afirma-nos que se referem a Israel como nação e
que ainda não
tiveram o seu cumprimento completo. Fazemos esta afirmação na base dos
seguintes fatos:
(a). Na primeira passagem faz-se uma distinção entre os gentios e o Seu povo.
Os gentios
são para participar das bênçãos do reino de Cristo, mas é o Seu povo, Israel e
Judá, que é para ser
reajustado.
(b). Isto é para ser !a segunda vez (de Deus) para recobrar o resíduo do Seu
povo."
(c). O ajuntamento é para ser, não meramente da Assíria e Babilônia, e outros
países
adjacentes senão !dos quatro cantos da terra? ( ð).
(d). Isto é para ser cumprir no dia quando !haverá uma raiz de Jessé, que ficará
por um
pendão do povo?. Isto claramente se refere aos tempos do Messias.
(e). A segunda passagem afirma que, no dia de sua volta, os israelitas
!buscarão o Senhor
seu Deus e DAVI SEU REI?. Isto outra vez claramente se refere aos tempos do
Messias.
(f). A terceira passagem estipula que, ao tempo deste reajustamento Deus vai
fazer um
!concerto eterno com eles? com o resultado que Ele jamais !tornará deles?
outra vez e que ?eles
não se apartarão? dEle.
(g). A quarta passagem nos conta que, quando Israel for reajuntada, !não mais
serão
arrancados de sua terra?. Eles foram arrancados de sua terra outra vez depois
do retorno do
cativeiro sob Zorobabel, Esdras e Neemias.
B. Objeções apresentadas pelos nossos oponentes contra a nossa
interpretação destas
profecias.
Estas objeções são muitas e invocadas com grande insistência. Mas, tanto
quanto o espaço
permitir, nós as tomaremos e mostraremos que são infundadas.
388
(a). A despeito dos fatos para os quais temos chamado a atenção, é -nos dito,
bem
confidentemente, que a primeira passagem dada supra (Isa. 11:10 -12) refere-
se ao retorno
arquivado nos livros de Esdras e Neemias. Diz-se isto na base do fato que em
Isa. 10:24-34 o
profeta ?se refere à Assíria?. Mas isto de nenhum modo prova que nada no
capítulo seguinte
pode ir além do retorno histórico de Israel, mesmo como os nossos oponentes
mesmo admitem
por atribuir uma parte desta profecia aos nossos tempos. Está tomada nota do
fato que !o Senhor
porá sua mão UMA SEGUNDA VEZ para recobrar o resíduo do Seu povo,
porém é-nos dito que
a !primeira vez foi seu livramento do Egito?. Isto se diz simplesmente na base
do fato que o v.
16 diz que, no dia do retorno !haverá um caminho plano para o resíduo do Seu
povo... assim
como foi para Israel no dia em que ele saiu da terá do Egito? ( ð). Deixamos ao
leitor formar sua
própria opinião da validade deste argumento. Dá -nos a mera menção de uma
coisa por um profeta
e liberdade de ler seus escritos onde quer que nos pareça justo?
!Naquele dia? de Isa. 11:10 é arrebatado de sua conexão com o resto da
sentença e feito
referir-se ao dia de retorno da Assíria e Babilônia. Nenhuma conta que se já é
tirada do fato que
esta profecia está !datada?, estando tudo ajuntado aquele dia quando ?haverá
uma raiz de Jessé,
que ficará por um pendão do povo."
(b). Todavia, a despeito de todos os esforços, nossos oponentes não podem
achar um
cumprimento completo destas profecias do Velho Testamento. Assim eles
retrocedem sobre uma
segunda linha de ataque e afirmam um cumprimento nesta época atual do
Evangelho. É nos dito
que o Espírito Santo datou a profecia de Isa. 11:1 -10 e declarou-a cumprida
neste tempo. Para
prova dá-se Rom. 15:12. Respondemos que Paulo, em Rom. 15:12, faz
meramente uma aplicação
de uma e somente uma parte desta profecia para mostrar ?que o propósito de
Deus desde o
princípio foi abranger tanto os judeus como os gentios no vasto abraço de Sua
misericórdia,
através do Messias? (A. N. Arnold). Não há coisa que seja em Rom. 15 ou em
qualquer outra
passagem do Novo Testamento que indique que Cristo e os apóstolos
consideraram as profecias
do Velho Testamento concernentes aos judeus como achando cu mprimento
consumado nos
gentios desta época. Paulo, em Rom. 15:12, cita Isa. 11:10 só o bastante do
que esta última
passagem refere aos gentios, e isso, como dissemos, só o modo de aplicação.
Ele não diz uma
palavra sobre o v. 11 e sua predição do retorno de Israel. Nem qualquer outro
escritor do Novo
Testamento faz uma aplicação espiritual de tais profecias.
389
Não obstante, é-nos dito que o Novo Testamento explica e aplica as profecias
da
restauração de Israel do cativeiro a esta era do Evangelho (Isa. 5 2:11; Jer.
30:18-24; 2Cor.
6:17,18), e, daí, que elas são típicas de nosso grande livramento por Jesus
Cristo. Leia o leitor
cuidadosamente as referidas passagens. Não há aqui mais do que a aplicação
por um escritor do
Novo Testamento de um princípio e um apelo que acham sua primeira
enunciação no Velho
Testamento. Esta prática constante de nossos oponentes em lerem em o Novo
Testamento
argumentos que não estão lá é evidência suficiente da inteira falsidade de sua
contenção. Se
tivessem quaisquer prova real, eles a usariam.
Semelhantemente se afirma que !a profecia de Jeremias do Novo Testamento
Concerto
(Jer. 31:31-34) cumpriu-se e estabeleceu-se em Cristo?. Desde que o novo
concerto é um
concerto de graça sob o qual Deus trata com crentes individuais em ve z de
com uma nação, assim
como sob o antigo concerto, crentes não estão agora debaixo dele. MAS
ASSIM FOI ABRAÃO!
Gal. 3:6-18. Este concerto foi primeiro feito conhecido a Abraão por meio de
Cristo. É esta a
razão de os gentios participarem dele. Mas em Je r. 31 e 32 está revelado que
Israel como uma
nação (a nação viva no tempo) virá sob este concerto. Enquanto uma vez Deus
tratou
principalmente com eles como um todo debaixo do velho concerto, então
tratará com a nação
inteira como indivíduo debaixo do novo concerto. Então o escritor aos hebreus,
escrevendo a
crentes professos entre os judeus, faz aplicação das palavras de Jeremias para
provar a esses
judeus que o antigo concerto foi recolocado. Nada há aqui para provar que
ainda não há para ser
uma aplicação deste concerto a toda a casa do Israel nacional. Isto é o sentido
evidente das
palavras de Jeremias, interpretadas à luz de toda a profecia do Velho
Testamento. Quando nossos
oponentes as espiritualizam, fazem-no, não sobre a base da Escritura senão
sobre a base de suas
próprias noções pré-concebidas. O único método seguro de interpretar a
Palavra de Deus é
considerá-la literal, a menos que haja clara indicação de um sentido figurado ou
espiritual. Têm
eles falhado por completo na exibição dessa indicação clara.
Quando chegamos a Isa. 11:11,14, nossos oponentes são de fato oprimidos.
Eles sabem
perfeitamente que eles não podem achar um cumprimento no Velho
Testamento, nem eles
procuram achar um; mas antes eles nos dizem que xigiria um milagr d
l van|ar d n|r os
mor|os às r f ridas naçõ s, s ss s v rsos d v m | r um cumprim n|o li| ral
no fu|uro. El s
r f r m, di ndo-nos ao r |orno n s|a época do r síduo s gundo a l ição da
graça d n|r os
390
jud us, is|o é, s u r |orno a D us a Cris|o. Não; o cumprimento literal destes
versos não
requererá o erguimento dentre os mortos das nações mencionadas. As nações
mencionadas
meramente representam as nações da terra, dentre as quais, m smo !dos
qua|ro can|os da | rra?
?as ilhas do mar? Deus ?ajun|ará d Isra l r unirá os disp rsos d Judá."
(c). Mas nossos oponentes ainda não estão liquidados. Sob pena de haver
alguns
pedacinhos de profecia que escaparam aos métodos de eliminação já
observados, vem eles com
um terceiro ataque. É-nos dito que, se houver algum deixado, ss s não s|ão
d vidam n|
incluídos nas classificaçõ s supra ci|adas: l s d v m s r consid rados
p rdidos canc lados,
porqu as condiçõ s não foram pr nchidas. Alega-se que Cristo e os
apóstolos declararam ser
isto verdade em Mat. 23:37,38; Rom. 11:10; 1 Tess. 2:15, 16.
Examinemos estas passagens. Na primeira (Mat. 23:37, 38) Jesus diz: !Eis que
vossa casa
vos está deixada deserta?. Isto, Ele lhes disse no verso seguinte, foi porque
Ele ia separar-se
deles, no propósito de Deus se deu e m conseqüência deles rejeitaram-no. Daí,
não O veriam dali
em diante ! por quanto tempo? Não para sempre, ?ATÉ QUE DIGAIS,
BENDITO É O QUE
VEM EM NOME DO SENHOR?. Isto aponta para o tempo quando Israel não
será mais
incrédulo, mas alegremente recebe Cristo ; que é para ser, segundo Cristo, na
SUA vinda.
Veremos mais disto depois.
A segunda passagem está em Rom. 11:10, a qual reza: ? scur çam-s s us
olhos, para
qu não v jam ncurv m-s -lh s d con|inuo as cos|as?, uma citação do
Sal. 69:23. Esta
deprecação, quando lida, tão certamente como ela deverá ser, à luz de todo o
Salmo 69 e do
capítulo 11 de Romanos, pode ser tomada como se APLICANDO
PRIMARIAMENTE À
GERAÇÃO DOS JUDEUS VIVOS AO TEMPO DO MINISTÉRIO TERRENO DE
CRISTO.
Além disso, pode ser APLICADA À NAÇÃO CONTINUDA SOMENTE
ENQUANTO
COTINUEM SUA REJEIÇÃO DE CRISTO. Observem que Davi implica que
eles judeus não
rejeitarão sempre o Messias, quando no v. 35 diz: ?Porqu D us salvará a Sião
dificará as
cidad s d Judá , para qu possam morar lá |ê -la m poss ssão?. Paulo
desenvolve este
pensamento e faz seu sentido inconfundível, a saber, ?Porqu não qu ro,
irmãos, qu ignor is
s| mis|ério, sob p na d s rd s sábios m vossos próprios conc i|os, qu
um ndur cim n|o m
PARTE v io sobr Isra l, ATÉ QUE A PLENITUDE DOS GENTIOS HAJA
ENTRADO? (Rom.
391
11:25). Este é o verso chave do capítulo inteiro, que se baseia em dois fatos:
(1) que o
endurecimento e a incredulidade de Israel não são somente EM PARTE,
parcial, não envolvendo
a nação inteira ! havendo agora ?um resíduo segundo a eleição da graça?
(Rom. 11:5). (2) que é
TEMPORÁRIO, estendendo-se somente !ATÉ que a plenitude dos gentios haja
entrado?.
Então, como o verso seguinte afirma, e como mais tarde notaremos mais
completamente, !todo o
Israel (a nação viva no tempo) será salvo."
O que dissemos por enquanto sobre Rom. 11:10 explica também em cheio a
terceira
passagem citada, 1 Tess. 2:15,16.
A alegada perda e cancelamento de bênçãos prometidas a Israel estão no que
nossos
oponentes chamam o elemento na profecia. Como prova de tal elemento citam
Deut. 28:13-
15,25,43,44; Jer. 18:7 -10.
Ao que respondemos que as bênçãos de Deus são sempre condicionais. A
graça e as
bênçãos de Deus aos crentes neste tempo são condicionadas (ð) na sua
fidelidade e perseverança
final. Vide Mat. 10:22,32; Atos 14:22; Rom. 2:6 -10; 11:22; Col. 1:21 -23; Apoc.
2:7-11. Contudo,
Deus declara em termos absolutos que todos quantos crêem verdadeiramente
em Cristo serão
finalmente salvos. É só o arminiano que nega isto. E nossos opon n| s
colocam-s a si m smos
no | rr no arminiano quando al gam o canc lam n|o a p rda das bênçãos
prom |idas a
Isra l. Nesta raia não estão melhores do que os arminianos em procurar provar
que o povo salvo
pode falhar em receber sua herança eterna. Discutiríamos tão cedo com uns
como com outros. Os
casos são exatamente paralelos. As bênçãos prometidas a Israel estabelecem -
se completamente
em termos tão absolutos como são as palavras faladas e a crentes. Virai e lede
outras passagens
dadas em prévia página para provarem o reajuntamento de Israel. As palavras
não podiam ser
mais manifestamente absolutas.
A xplicação d |udo é qu , com Isra l, b m como com os cr n| s, D us
garan|iu qu as
condiçõ s s rão pr nchidas. Em ambos os casos esta garantia está baseada
na presciência e
escolha eterna de Deus, sobre eleição eterna incondicional, se voz apraz! Vide
Rom. 8:29,30;
11:2,27-29.
Isto então nos traz a notar:
392
(2). A conv rsão d Isra l
A. Passagens que a ela aludem.
As seguintes passagens mostram que Israel receberá todas as coisas
prometidas de Deus
por virar-se para Ele como um todo em arrependimento e fé genuína através de
Sua graça e a
operação do poder do Espírito Santo:
!E tornarei minha mão sobre ti, purificar i inteiramente as tuas escórias e tirar -
te-ei todo o
teu estranho; e restituirei os teus juizes como foram dantes, teus conselheiros
como no princípio;
depois serás chamada A cidade de justiça, a cidade fiel. Sião será remida co m
juízo e os seus
convertidos com juízo e seus convertidos com justiça." Isa. 1:25 -27.
!E acontecerá que o que ficar de resto em Sião e o que ficar em Jerusalém
serão chamados
santos, todo aquele que em Jerusalém está escrito para vida (entre os vivos
em Jerusalém),
quando o Senhor terá lavada a imundícia das filhas de Sião e purgado o
sangue de Jerusalém no
meio dela com o espírito de juízo e com o espírito de queima." Isa. 4:3,4.
!Dir-se-á naquele dia: Eis que este é o nosso Deus; nós O aguardávamos,
alegrar-nosemos
e regozijaremos na Sua salvação." Isa. 25:9.
!Porque eu vos tirarei dentre os pagãos e vos ajuntarei de todas as nações,
trar-vos-ei à
vossa própria terra. Então sobre vós derramarei água limpa e ficareis limpos;
de todas as vossas
imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Um novo coração
também vos darei e um
novo espírito porei em vós: tirarei o coração granítico da carne e vos darei um
coração de carne.
Porei em vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos e guardeis
os meus juízos, e os
façais." Eze. 36:24-27.
!E derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém o
espírito de graça
e de súplica; olharão para mim, a quem traspassaram e prantearão por ele,
como se pranteia por
seu único filho; sobre ele chorarão amargosamente, como se chora em
amargura por seu
primogênito." Zac. 12:10.
393
!E farei voltar o cativeiro de Judá e o de Israel, edificá -los-ei como no princípio.
E os
purificarei todas as suas iniqüidades com que pecaram contra mim. E esta
cidade será para mim
um nome de alegria, um louvor e uma honra perante todas as nações da terra,
que ouvirão todo o
bem que em lhes faço; e temerão e tremerão por toda a bondade e
prosperidade que eu lhes
causo." Jer. 33:7-9.
!E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Sairá de Sião o Libertador
e desviará
de Jacó as impiedades: porque este é o meu concerto com eles quando eu
remover os seus
pecados. Como quanto ao Evangelho, são inimigos por vossa causa; mas,
quanto à eleição, são
amados por causa dos pais. Porque dos dons e da chamada de Deus, Deus
mesmo não se
arrepende." Rom. 11:26-29.
O !todo Israel? que será salvo está explicado por Isa. 4:3, previamente dado, a
saber, !o
que está deixado em Sião e o que fica em Jerusalém... todo o que está e scrito
entre os vivos em
Jerusalém." Esta última passagem está mais explicada por Zac. 13:8,9 que
reza: !E acontecerá
que, em toda a terra, diz o Senhor, duas partes delas serão cortadas e
morrerão. MAIS UMA
TERCEIRA PARTE SERÁ DEIXADA NELA. E trarei a terceira parte pelo fogo e
os refinarei
como se refina a prata, prová-los-ei como se prova o outro; invocarão o meu
nome e eu os
ouvirei; direi: É meu povo. E eles dirão: O Senhor é o meu Deus."
B. Objeções feitas por nossos oponentes à nossa interpretação de stas
profecias.
(a). Dirá qualquer de nossos oponentes que estas profecias já se cumpriram na
experiência
do Israel nacional? Se assim é, notem eles: (1) Que esta conversão, segundo
Zac. 12:10, devia vir
depois que os judeus traspassaram a Cristo, pois est á dito, ?...olharão para
mim, a quem
traspassaram?, e é evidente que esta passagem se refere à mesma
experiência de que se falou
noutras que demos. (2) Não houve tempo na história de Israel no Velho
Testamento quando cada
um ficando em Jerusalém foi chamado santo, como declarado por Isa. 4:3. (3)
A referência de
Paulo à salvação de Israel (Rom. 11:26) mostra que isto não foi uma
experiência do Velho
Testamento. (4) As palavras de toda passagem dada implica algo
sobrepujando qualquer
experiência de Israel qu er na volta de Babilônia, quer na libertação de Antiôco
Epífano.
394
(b). Dirão nossos oponentes que as bênçãos mencionadas se perderam porque
as
condições não se preencheram? Se assim, estipulem eles as condições. Não
nos é dito que Israel
dirá: !Eis que este é o nosso Deus?; que um novo coração e um novo espírito
serão postos neles,
fazendo-os andar nos estatutos de Deus e guardar os Seus juízos; que sobre
eles será derramado
o espírito de graça e de súplicas; que serão purgados, lavados, purificados,
redimidos e
perdoados? Como podia a linguagem ser feita mais absoluta? Se as bênçãos
destas passagens
eram perdíveis, então assim também a salvação dos eleitos de Deus. Antes de
podermos crer que
estas promessas não são absolutas teremos de ser convencidos da verdade do
arminianismo.
(c). Não; não muito de nossos oponentes, talvez, tomarão qualquer das duas
idéias já
observadas. Os mais deles dirão que estas promessas devem ser
espiritualizadas e aplicadas a
crentes nesta época do Evangelho; ao que respondemos : (1) Qual é o
significado, então, de
!Restaurarei teus juizes como no começo? (Isa. 1:26)? E mais ainda, qual é o
significado de
!cada um que está escrito entre os vivos em Jerusalém? (Isa. 4:3)? Outra vez,
que quer dizer
quando Deus diz a Israel que Ele !os edificará como no principio? (Jer. 33:7)?
A questão toda quanto à espiritualização das passagens dadas pode ser
resolvida à própria
interpretação de Rom. 11:26. Dizem -nos os espiritualizantes que !todo Israel?
aqui é o eleito de
todas as nações, Israel espiritual assim chamado. Mas semelhante
interpretação desta passagem
não é nada menos que um lanho cruel dela do seu contexto. Tão absurdo é
que nos atrevemos em
dizer que nenhum leitor cuidadoso a adota, salvo se ele estiver mais
interessado em sustentar uma
teoria do que em conhecer a verdade. O contraste por todo o capítulo está
entre os gentios e
Israel e o vs. 25 torna -o claro, que esta distinção prossegue avante até ao v.
26. Cândidos
comentadores, portanto, inteiramente à parte de qualquer interess e na questão
milenal,
reconhecem que a alusão aqui é ao Israel nacional, a saber. !O contexto
imediato... tende para o
povo judaico ?como um todo?? (A. T. Robertson, Word Pictures in the New
Testament). ?Mas
c r|am n| fa violência às palavras ao p nsam n|o xplicar Isra l
mis|icam n| m |oda s|a
passag m. A in| rpr |ação |orna -s num |rabalho arbi|rário s pod mos d
r p n| fa -lo assim
aqui, ond a an|í| s d Isra l ? os g n|ios? é o v rdad iro | ma da
m nsag m. Não; | mos
aqui a nação, scolhida uma v  para uma sp cialidad mis| riosa na his|ória
spiri|ual do
hom m, scolhida por uma scolha jamais canc lada, conquan|o susc |ív l.
Uma b nção s|á m
vis|a para a nação; uma b nção spiri|ual, divina, |oda d graça, p rf i|am n|
individual na
395
sua ação, porém nacional na scala dos s us r sul|ados." (H. G. Moule, The
Expositor?s Bible).
?Todo o Israel será salvo: a grande massa dos judeus em contraste com o
!resíduo? referido no
verso 5? (J. M. Pendleton, The New Testament With Brief Notes). ?E assim...
|odo o Isra l s rá
salvo, is|o é, o Isra l li| ral, no s n|ido col |ivo da palavra, |oda a pos| ridad
d Jacó. Qu a
palavra é para s r |omada n s| s n|ido não no s n|ido d Isra l spiri|ual,
incluindo os
g n|ios, inf r -s raoav lm n| da vigorosa dis|inção n|r jud us g n|ios
obs rvada a|ravés
d |oda s|a s ção; vide 9:24,30,31; 10:12, 19:21; 11:11,12,13 e especialmente
no contexto
imediato vs. 17,31? (A. N. Arnold, Na American Commentary on the New
Testament). ?Ao
nosso v r Paulo nsina qu ... Isra l como um |odo, |alv  a nação |o|al qu
s|aria n|ão m
xis|ência? (prof. Turner), ac i|ará a J sus como s u M ssias... ?(D. B. Ford,
ibid).
(3). A r s|auração da vida nacional d Isra l
A. O governo teocrático de Israel será restaurado. Cristo será o seu rei e os
doze apóstolos
serão os seus juizes. Isa. 9:7; 32:1; Jer. 23:5,6; Eze. 34:23,24; Zac. 3:14,15;
14:9,16; Isa. 1:26;
Mat. 19:28.
B. Todas as nações virão a Jerusalém a adorar. Vide Isa. 2:3 outra vez e
também: Zac.
8:21,22; 14:16,17; Isa. 66:22,23. Dizem nossos oponentes que um
cumprimento literal destas
passagens no futuro será impossível; pelo que somos lembrados de que Sir
Isaque Newton
predisse uma vez que, !para o cumprimento da profecia era necessário que os
meios de
comunicação rápida entre todas as nações fossem grandemente aumentados...
para habilitar os
homens a viajarem quarenta milhas por hora, de cuja opinião Voltaire fez esta
observação: !Que
pensa você que Sir Isaque Newton disse? Bem, ele prediz agora que virá o
tempo quando o povo
viajará na razão de quarenta milhas por hora. Vede a que extremidades o
estudo da Bíblia pode
levar uma grande dotada?. (Urquhart, New Bible Guide, Vol. 8, pag. 287).
Sorrimos a isto de
Voltaire. Mas o argumento de nossos op onentes é assim tão pueril e estúpido.
Pensam eles que
com Deus é impossível fazer isto acontecer? Sabem eles quão mais rápidas as
comunicações
internacionais serão? Podem eles predizer que as condições geográficas na
nova terra não
tornarão isto mais fácil do que no presente? Quanto a nós, cremos que
contanto que a boca de
Deus falou a profecia, essa mesma boca ordenará seu cumprimento e será
feito.
396
C. O culto será de pleno acordo com a obra acabada da redenção. Sentimos
que nem a
coerência, nem qualquer outra coisa dita na Bíblia nos obriga a crer que o
sistema sacrificial dos
Judeus será totalmente restaurado. Haverá uma casa de culto, chamada tanto
tabernáculo como
templo. (Ez. 37:27; 43:5-7; Zac.6:12-13; 14:21; Mal. 3:1). O templo mostrado a
Ezequiel em
visão (capítulo 40-47) é talvez uma prefiguração em desse templo,
especialmente em vista de
Eze. 45:5-7; 47, mas, quanto à letra, consideramos o molde como aquele Israel
deverá ter seguido
na construção do templo depois da volta da Babilônia (*). Aqui há, talvez, uma
confusão de
ambos: o templo que Israel devera ter construído e o que o Senhor mesmo
edificará; tanto como
em outras passagens temos uma fusão das duas voltas de Israel, e dois
adventos (Mal. 3:1-5; Isa.
61:1-2) (**), os dois cercos de Jerusalém (Mat. 24 ! ocorrido em 70 A. D., e o
que ocorrerá na
batalha de armagedom, Zac, 14:1 -2; Apoc. 19:19-21) passagens há que falam
de sacrifício em
conexão com o milênio. Mas estas podem ser simples expressões figuradas de
culto. Sentimo-nos
certos de que a obra dos sacerdotes sob o reino de Cristo (Isa. 66:21) será tão
alterada a ponto de
fazê-la ajustada à Sua redenção consumada. Os sacrifícios que foram feitos
em conexão com a
festa dos Tabernaculos (Zac 14:16) e quaisquer outras razões especiais q ue
sejam observadas,
sentimo-nos certos, serão ou abolidos ou tão alteradas a se ajustarem em a
natureza do reino de
Cristo. Não estamos no mínimo com medo de que Deus não saberá como
ajustar essas coisas no
Seu plano.
Para interpretar referencias a sacrif ício na nova terra como figurados não
significa que,
para ser coerentes, devemos espiritualizar cruelmente toda profecia que se não
cumpriu para
Israel na primeira dispensação. Não há absolutamente razão para
espiritualizar-se o
reajuntamento, a conversão e o restabelecimento de Israel como uma nação.
Não estão nunca
espiritualizados no Novo Testamento e não há nada sobre eles que seja
incronguente com o reino
de Cristo; porém, no caso do sistema sacrificial, é diferente. Assim estamos
nos apegando à nossa
regra de interpretar a escritura literalmente, a menos que tenhamos indicação
clara de, ou boa
razão para, um sentido figurado ou simbólico. A nossa interpretação aqui
também está em
harmonia com o fato que o literal e o simbólico estão algumas vezes
misturados na Bíblia.
Neste ponto é oportuno replicar a certas objeções: (1) Não haverá uma volta de
Cristo a
Moisés, porque Cristo estará lá em logar de Moises, segundo Deut. 18:15. A
graça e o Evangelho
reunirão no milênio como agora. (2) Não haverá uma volta ao antigo concerto,
mas a aplicação
397
do novo concerto a Israel como predito. (3) Não haverá uma vira volta ao
sacerdócio araonico,
exceto tanto quanto ele se ajusta ao reino do Messias. Então como agora
Cristo será o sumo
sacerdote. Ele nomeará sacerdote e levitas para ajudarem-O. Isa. 66:21.
Estamos prontos para
confiar-Lhe à consecução disto em completa harmonia com sua tarefa
acabada. (4). Não haverá
um passo atrás quando a igreja der logar ao Israel remido, antes será uma
gradação gloriosa.
Rom. 1:12; Isa. 11:10. (5) O cristianismo não será invalidade pelo judaísmo,
mas antes a graça de
Deus triunfará sobre Israel, permeando -o; e Israel será o que o que aprouve a
Deus que seja.
Esperamos estar e regozijarmo-nos nele. Isa. 65:17-19; 66:10-14. Mesmo
agora nos regozijamos
enquanto vivemos na antecipação dele.
III. OS APÓTOLOS E O FUTURO REINO
Os apóstolos, depois de servirem ao ministério de Cristo por três anos, creram
que o reino
estava para ser restaurado a Israel, como evidenciado pela pergunta, Atos 1:6.
Eles O tinham
ouvido falar as palavras de Mat. 19:28, as quais lh s prom | ram qu l s
r g riam Isra l, e as
palavras de Mat. 23:39, as levam à implicação inescapável que Israel algum dia
diria: ?B ndi|o é
aqu l qu v m m nom do S nhor?. Talvez Ele expandira estes assuntos na
presença deles, a
eles se referindo em ocasiões outras que não as referidas acima. As palavras
de Cristo tinham
confirmado a esperança que a profecia do Velho Testamento acendera em
seus corações. Creram
no fato, porém estavam confusos quanto ao tempo. Conseqüentemente
perguntaram a Jesus:
?S nhor, r s|aurarás n s| | mpo ou|ra v  o r ino a Isra l?? Aqui estava a
oportunidade de
Cristo para pô-lo direito se estavam errados. Mas Ele não o fez. Porque? Se
nossos oponentes
tivessem estado no logar de Jesus, certamente não perderiam a oportunidade.
São muito ativos e
zelosos hoje em procurar salvar da !heresia? aqueles de nós s rá r s|aurado a
Isra l no | mpo
d vido. Foi Cristo menos zeloso pela verdade do que os apóstolos? F oi Ele
menos interessado nos
apóstolos do que eles são em nós? Porque Ele não contou aqueles apóstolos
?errados?, tão
seguramente como nossos oponentes teriam feito, que esta fabula judaica
originada nos escritos
apocalípticos do período inter bíblico não foi ensinada pelos profetas e que eles
não deveriam
entendê-Lo como ensinando isto em qualquer coisa que Ele dissera; que a
distinção entre judeus e
gentios fora obliterada para sempre; que todas as profecias do Velho
Testamento, não
literalmente cumpridas naquele período, ou se perderam, ou deviam ser
espiritualizadas e
aplicadas a esta época? De novo perguntamos: !Porque Cristo não os
desilusionou??
398
A falha de Cristo em corrigir esta noção supostamente errada torna -se
evidência mesmo
mais forte que ela não estava errada à luz de João 14:2: ?Na casa d m u Pai
há mui|as mansõ s;
s assim não fora, u vo -lo | ria di|o."
Então, quando, em vez de os corrigir, Ele deu uma resposta que distintamente
implica a
verdade de sua crença, ela fornece prova certa qu e eles estavam direito. Ele
simplesmente disse:
?Não vo comp | sab r os | mpos as raõ s qu o Pai colocou m S u
próprio pod r?.
IV. O REINO FUTURO E O SILÊNCIO COMPARATIVO DO NOVO
TESTAMENTO
Nossos oponentes fazem muito do que eles chamam o silêncio de Cristo e dos
apóstolos
quanto às minúcias do que cremos concernente ao reino futuro. Este silêncio
não é tão grande
como eles queriam que nós pensássemos. Eles negam tudo quanto está dito e
então berram que o
Novo Testamento está calado. Eles são como u m disputante que proíbe ao seu
oponente falar e
então usa de sua falha para falar como um argumento contra ele.
Temos notado que o Novo Testamento prediz um reino futuro; temos notado
que ele
ensina iniludivelmente que Cristo ascenderá ao Seu trono quando Ele vier; que
os apóstolos
ocuparão posições especiais de regência sobre Israel. Temos mostrado que
todos os crentes
reinarão com Cristo, quando Ele ascender ao Seu trono. Temos mostrado
como isto liga com a
profecia. Temos observado que !todo Israel? ( ð), em distinção dos gentios, será
salvo, dizendo:
?B ndi|o é o qu v m m nom do S nhor." (Mat. 23:39), cujo evento estava
manifestamente na
mente de Paulo quando, ao falar do véu que ainda está sobre o coração de
Israel, disse: ?Não
obs|an| , quando la (a nação) virar -s para o S nhor, |irado s rá o véu? (2
Cor. 3:16). Em
harmonia com isto, Cristo ensinou que Jerusalém, após sua devastação por
Tito, em 70 A. D. ,
seria !pisada pelos gentios? não sempre, mas somente ?até que os tempos
dos gentios se
cumprissem? (Lucas 21:24). Temos então a muito disputada passagem de
Apoc. 20:1-7, a
respeito da qual veremos mais depois. Estas referências bastam para
mostrarem o sentido da
profecia.
Conquanto seja verdade que o Novo Testamento diz muito menos do que o
Velho
Testamento do futuro de Israel como nação, Is|o é porqu sua aplicação
primária é ao | mpo dos
399
g n|ios. É isto igual ao fato que o Velho Testamento tem comparativamente
pouco a dizer de
bom sobre os gentios.
Doutro lado, observe-se que as passagens sobre as quais nossos oponentes
se afirmam são
comparativamente poucas e inconclusivas. Eles não acham nenhuma
referência a Cristo sentar-se
agora no trono de Davi. Não podemos apontar nenhuma afirmação de Cristo ou
de quaisquer
apóstolos no sentido de referências proféticas ao reajuntamento de Israel se
referirem aos eleitos
e seu reajuntamento dentre todas as nações; que as referencias do Velho
Testamento a Jerusalém
e as bênçãos que virão sobre ela cumpriram -se nesta época ou que elas se
referem à ?nova
Jerusalém?; que os crentes estão agora reinando com Cristo quer na terra ou
no céu. Assim a
discussão se estreita em duas perguntas: (1) Firmamo-nos nas r f r ncias do
Novo T s|am n|o
mais forte e conclusivamente do que as em que se firm am nossos oponentes?
(2) Submeter-se-á
profecia do Velho Testamento aos métodos de eliminação empregados pelos
nossos oponentes?
Cada estudante deve decidir estas perguntas por si mesmo.
V. O REINO FUTURO E A INTERPRETAÇÃO DE APOCALIPSE 20:1-7
Estamos prontos para inquirir da adequada interpretação desse disputado
capítulo. É
inteiramente próprio interpreta -lo à luz do resto da Bíblia, particularmente o
Novo Testamento.
Quando assim interpretado, devemos concluir que Satanás está agora preso
ou esteve preso em
qualquer tempo desta época, como contendem alguns de nossos oponentes !
Há outras referências
quaisquer que sugiram ou recomendem esta conclusão? Certamente que não
cremos assim. A
vitória de Cristo sobre o diabo, tanto quanto ela afetou o mundo em geral, foi
potencial, não atual.
Mat. 12:29; Lucas 11:22 tem referência a casos individuais e não ao
aprisionamento geral de
Satanás. O mesmo é verdadeiro de Cristo dar autoridade aos apóstolos sobre
só no caso daqueles
com quem os apóstolos estiveram em contacto, deixando-O perfeitamente livre
com outros. Nem
1 João 5:18; João 10:28; Tiago 4:7 tem qualquer referência ao aprisionamento
de Satanás.
Através de todo o Novo Testamento ele é visto, não acorrentado e no abismo
sem fundo, mas
?ca|ando o qu foi la nçado no coração? (Mat. 13:19); semeando o joio no
campo (Mat. 13:39);
cirandando os crentes (Lucas 22:31); prendendo os perdidos no seu poder
(Atos 26:18) e cegando
seus olhos (2Cor. 4:4); corrompendo as mentes ?da simplicidad qu s|á m
Cris|o? e
transformando-se a si mesmo ? m um anjo d lu? (2Cor. 11:3); como ?o
príncip do pod r do
400
ar, o spíri|o qu agora op ra nos filhos da d sob diência? (Efe. 2:2);
impedindo crentes (1
Tess. 2:18); andando em redor como um leão rugindo ?buscando a qu m
possa d vorar? (1 Ped.
5:8). Passagens tais como Rom. 16:20 e Apoc. 12:12 (se Apoc. 12 for
interpretado como se
tendo cumprido no nascimento de Cristo) devem ser interpretadas à luz de 1
Cor. 7:29, onde a
palavra !breve? já foi achada para permitir o lapso de m ais do que dezenove
séculos.
Parece plausível que o aprisionamento de Satanás não quer dizer mais do que
l não
imp dirá a pr gação do Evang lho a |odas as naçõ s? Não é a linguagem de
Apoc. 20:2,3 forte
de mais para ser adaptada a um sentido tão fraco? A queda do império romano
pagão satisfaz ao
fato de Satanás, na visão, foi lançado !no abismo sem fundo?, onde ele foi
trancado com um
selo? Soa isto como um simples limitamento de sua atividade? Ou soa como
restrição completa?
Foi o paganismo o único métod o de decepção usado pelo diabo? O Santo
Império Romano, assim
chamado, tornou-se tão grande inimigo do verdadeiro cristianismo como o
paganismo jamais
fora? Não se embebeu ele muito do paganismo e o trouxe ao pálio do
cristianismo, corrompendo
assim a verdade? Não foi isto ainda pior decepção que antes? E esta decepção
não cresceu a
grandes dimensões, envolvendo povo de todas as nações? À luz de Apoc.
3:21, mostra que Cristo
não está agora no Seu trono, e Mat. 19:28 e 25:31, que nos dão tempo mais
antigo em que Ele se
diz sentar-se no Seu trono, isto é, na Sua vinda, podemos considerar os santos
como reinando
com Ele agora no céu ou na terra? À luz do uso de !alma? em Atos 2:41; 27:37;
1 Ped. 3:20, pode
alguém insistir que as palavras: ?Vi as almas dos qu foram d capi|ados?, etc.,
provam que os a
quem se alude eram para reina no estado desencarnado? Não é evidente que
a !besta? de
Apocalipse é uma e a mesma como o ?homem do pecado? de Paulo? (2 Tess.
2:4)? Se assim é,
então, desde que o homem do pecado é par a ser destruído ?como o
r spl nd r d Sua (d Cris|o)
vinda? , não é manifesto que Apoc. 19:11 -16 descreve a vinda de Cristo, tanto
como o evento
aqui representado resulta na destruição da besta (Apoc. 19:20)? Se isto é
verdade, então, desde
que a ressurreição dos justos ocorrerá em conexão com o a vinda de Cristo (1
Cor. 15:23; 1 Tess.
4:16), não é verossímil que a !primeira ressurreição? referida em Apoc. 20 é a
ressurreição atual
dos justos, mais que uma ressurreição espiritual ou metafórica? Não parece
forçado e ilógico
considerar a !primeira ressurreição? como simbolizando o avivam n|o d
coisas p las quais os
már|ir s |inham s ba|ido , conseqüentemente, a correspondente !segunda
ressurreição? como
simbolizando o avivamento e triunfo das coisas pelas quais os ímpios se
bateram, quando lá nos
vs. 12-14 se pinta uma atual ressurreição? Em outras palavras, não é pobre
exegese postular uma
401
ressurreição nos vs. 7:10, onde não há menção de um surto dentre os mortos,
quando a exigida
!segunda ressurreição? está provida nos vs. 12-14, nos quais temos atual surto
dentre os mortos?
Não é forçar o emprego ordinário da linguagem insistir sobre tal exatez assim
como exigir que as
palavras: ?Mas o r s|o dos mor|os não viv u ou|ra v  a|é qu | rminass m os
mil anos?
significam que a !segunda ressurreição? tinham que vir exatamente no expirar
dos mil anos e não
podia ocorrer no fim da seguinte !pequena sasão?? O vs. 6 não indica que a
?primeira
ressurreição? é uma ressurreição corporal por implicar que quem não par ticipar
dela virá sob o
poder da segunda morte? Pode a !primeira ressurreição? ser considerada
como representativa de
?um avivam n|o da pi dad dos princípios dos már|ir s?, quando o v. 4 não
diz que só mártires
sentaram-se sobre tronos? João viu o trono ocupado e viu os mártires, mas o
verso certamente
não prova que somente os mártires estavam nos tronos.
Ao passo que respondemos essas perguntas para nós mesmos, concluímos
que a passagem
em foco se refere ao mesmo reino que temos estado considerando: aquele
reino que principiará
quando Cristo vier e ascender ao Seu trono. Em nossa mente a evidência disto
é concludente.
VI. O REINO FUTURO E CERTAS OBJEÇÕES GERAIS.
Ao passo que prosseguimos com a nossa discussão, procuramos responder a
tantas
objeções específicas de nossos oponentes quantas pudermos tratar de uma
maneira ordeira. Agora
tornaremos a algumas objeções mais gerais às coisas estabelecidas neste
capítulo.
1. É NOS DITO QUE O NOVO TESTAMENTO CARACTERIZA OS DIAS
DESTE
EVANGELHO COMO DA !ÚLTIMA? ÉPOCA E NÃO PODE HAVER,
PORTANTO,
NENHUM PERÍODO ULTERIOR DE TEMPO ALEM DO FIM DA PRESENTE
ÉPOCA.
CITAM-SE NESTA CONEXÃO PASSAGENS COMO AS SEGUINTES: HEB.
1:1,2; 9:26; 1
COR. 10:11; 1 JOÃO 2:18; 1 PED. 1:20
A resposta aqui é simples. Estas passagens, faland o de !o fim destes dias?, ?o
fim dos
séculos?, ?o último tempo? e ?estes últimos tempos? devem ser entendidas à
luz das seguintes
passagens: Mat. 12:32; Luc. 18:30; Efe. 1:21; 2:7; Heb. 6:5, as quais falam de
!o mundo por vir?,
?os séculos por vir? e ?o século por vir?. À luz destas últimas passagens as
primeiras não podem
significar mais do que: s|amos, agora, viv ndo nos l|imos dias, séculos
| mpos da pr s n|
402
ord m d coisas, enquanto as últimas passagens contam -nos que de outros
tempos ainda a vir. Os
que negam isto põem-se em oposição direta e inconfundível com a Palavra de
Deus.
Não nos cabe dizer arbitrariamente qual será a ordem divina de coisas para a
época que
seguir esta imediatamente. Devemos deixar a Palavra de Deus responder. Esta
época terminará
com juízo. Vide Mat. 13:40; 25:31 -46. (Nossos oponentes concordarão conosco
até aqui). Isto
será seguido da entrada dos salvos na terra no reino preparado para eles. Mat.
25:34. É em
conexão com este julgamento e este reino que temos a primeira menção de
Cristo sentar-se no
Seu trono. Então aprendemos mais da natureza deste reino por virarmos para
Mat. 19:28, onde
achamos que este reino será introduzido por !a regeneração? e pelos doze
apóstolos assentados
em tronos, julgando as tribos de Israel. ?A regeneração? indebitamente aponta
de volta aos
!novos céus e nova terra? de Isa. 65:17 -25. Ver-se-á da leitura destes versos
que eles não
descrevem o estado final dos justos, mas por certo uma tal ordem de coisas
como alguém
esperaria sob as prometidas bênçãos de Deus sobre Israel e a prisão de
Satanás. É uma ordem em
que a morte não prevalecerá, em que o pecado entrará ainda que não esteja
presente primeiro; em
que se edificarão casas, se plantarão vinhas, e a oração apresentada.
Estamos vivendo nos últimos dias da oportunidade do Evangelho para os agora
vivos.
Ninguém que morrer na incredulidade ou for encontrado em incredulidade
quando Cristo vier
para julgar o mundo entrará no Seu reino futuro, mas perecerá, Mat. 25:41.
Daí, ninguém, agora
vivo terá uma oportunidade de se salvar além desta vida ou época.
O julgamento de Mat. 25 é um julgamento de nações no sentido dos indivíduos
constituintes destas nações. Ninguém senão indivíduos salvos entrará no
milênio. São as ovelhas
deste julgamento. São crente s gentios. Por outro lado, temos mostrado que
!todo Israel?, a nação
que testemunha a volta do Senhor (Isa. 4:3,4; Zac. 12:10), será convertido
como indivíduos. Daí
somente judeus salvos entrarão no milênio; mas, se como cremos, estes
gentios e judeus salvos
entrarem no milênio nos seus corpos naturais, a raça continuará a reproduzir -
se e as crianças que
nascerem precisarão ser salvas. Certamente o Evangelho não terá perdido
para elas o seu poder
salvador. Lembremo-nos de que o termo !era do Evangelho? para este atual
período é de nossa
própria cunhagem. O Novo Testamento não lhe deu esta designação. A
designação bíblica para
esta era é !os tempos dos gentios? (Lucas 24:21). Não temos fundamento,
pois, para inferirmos
403
que esta é a única era em que o Evan gelho será pregado. Nossos oponentes
presumem
ingarantidamente aqui como além mais.
2. NOSSOS OPONENTES ACHAM INTOLERAVEL INCONGRUÊNCIA NA
MISTURA DE
MORTAIS E IMORTAIS NO REINO DO MILÊNIO.
Não sabemos exato quanto de mistura haverá entre os dois; mas a re sposta é
outra vez
muito simples, sobremaneira simples, e perfeitamente breve: os santos que
reinarem com Cristo
terão corpos como o de Cristo (1 João 3:2; 1 Cor. 15:49; Fil. 3:21): o corpo em
que Ele se ergueu
do túmulo, no qual ascendeu ao céu e no qual de novo (Atos 1:11). Enquanto
aqui na terra e nesse
corpo Cristo misturou-se com os discípulos mortais, sendo visto por mais de
quinhentos deles
uma vez. 1 Cor. 15:6. Parecidamente Ele não achou se não incongruidade
nisto. Nem achariam
nossos oponentes se não estivessem aflitos por argumento prementes.
3. CONTENDE-SE QUE OS PROFETAS VIRAM O CUMPRIMENTO FINAL DE
SUAS
PROFECIAS NA RESSURREIÇÃO DE TODOS OS CRENTES MAIS DO QUE
NO REINO E
NA RESTAURAÇÃO DO ISRAEL NACIONAL.
A. Dá-se Eze. 37 como ensinando isso. Neste capítulo o reajuntamento e a
restauração de
Israel é parecida, não com uma ressurreição senão como uma restauração.
Ezequiel viu juntas,
carne e pele vindo sobre ossos secos que foram feitos viver. Nossos oponentes
veriam isto, se
eles procurassem fatos, em vez de porem sobre toda passagem com que
tratam a interpretação
que lhes apraz. A visão foi dada porque os israelitas no cativeiro estavam
dizendo: ?Nossos
ossos s|ão s cos nossa sp rança s|á p rdida; s|amos l nhados d
nossas par| s? (vs. 11).
Portanto, as !covas?, mencionadas no verso seguinte, das quais Deus
prometeu trazer o Seu povo,
não são buracos no chão, porém as nações que os tragaram. Lam. 2:16; Eze.
36:3; Oséias 8:8. A
parábola dos dois paus que segue a dos ossos secos no vale mostr a o sentido
da primeira.
Jeremias era para segurar os dois paus juntamente num só perante os olhos só
povo e dizer: ?Eis
qu |irar i os filhos d Isra l d n|r as naçõ s, dond qu r qu vão, os
ajun|ar i d |odo o lado
os |rar i à sua própria | rra?, v s. 20,21. Então os versos que seguem
mostram que isto olhava
para tempos messiânicos no seu cumprimento consumado, um templo quando
!Davi meu servo
será rei sobre eles? e quando ?eles habitarão na terra que dei a Jacó..." (vs.
24,25). Nada há aqui
que indicie mesmo remotamente a ressurreição de crentes .
404
B. Outra passagem usada pelos nossos oponentes nesta conexão é Isa. 6:2 -8.
Esta
passagem faz alusão à ressurreição, mas não pode ser tomado que as
profecias concernentes à
restauração de Israel fossem para ser cumpridas através da ressurreição,
porque será dito naquele
dia: ?Eis qu s| é o nosso D us; |ínhamos sp rado por El El nos
salvará; sp ramos por
El , folgar mos nos r goijar mos na Sua salvação." (vs. 9). Estas são as
palavras de Israel
restaurado, não de povo restaurado, mas de povo convertido. Verso 8
menciona a restauração de
crentes como ocorrendo junto com a restauração de Israel, mas não como o
meio dela.
C. Dan. 12:1-3,13, também citada em defesa desta posição. Mas nenhum
ensino
semelhante é achado aqui. O vs. 1 fala de um fato, o livramento dos judeus, a
nação viva,
enquanto os vs. 2 , 3 e 13 falam de outros, a ressurreição de crentes. De novo
ambos estão
associados, mas o último não é feito meio do primeiro.
D. Em Oséias 13:14 expressa-se a restauração de Israel como uma
ressurreição, mas é tão
fácil entender isto como sendo uma apresentação figurativa da restauração de
uma nação viva
como é entender passagens que descrevem semelhante restauração como
sendo apresentação
figurativa de uma ressurreição. Cremos que a Bíblia exige a primeira. O fato de
Paulo, em 1 Cor.
15:55 citar Oséias 13:14, nada prova quanto à aplicação desta passagem
Israel. Sua linguagem
alude a uma ressurreição e pode ser aplicada, portanto, a uma ressurreição,
mas a aplicação do
verso a Israel deve ser governada pela preponderância do testemunho
escrituristico.
E. Atos 26:6-8 é usada num esforço para provar que a ressurreição de crentes
éa
esperança de Israel, mas a passagem não diz semelhante coisa. A esperan ça
era, como Hackett
assinala, ?Da prom ssa? ? isto é, de um Messias ! ?feita há nossos dias?. A
ressurreição
mencionada é a de Cristo, como mostrado em Atos 13:32,33, e não a de
crentes, como nossos
oponentes quereriam que pensássemos: porqu a r ssurr ição, consid rada
como nvolv ndo a
asc nsão xal|ação, foi ss ncialm n| o a|o consuman| no cumprim n|o
da prom ssa
r lacionada com o M ssias." (Hackett).
F. Em conexão um fato frouxa com as passagens precitadas nossos oponentes
também
usam Atos 3:24; 1 Ped. 1:10-12.
405
Atos 3:24 diz que ?todos os profetas, desde Samuel e aqueles que seguem
depois, tantos
quantos falaram, da mesma maneira predisseram destes dias?. Sim, todos os
profetas predisseram
de !estes dias?, mas a passagem não diz, como nossos oponentes assumiram
arbitrariamente , que
TUDO QUE OS PROFETAS ESCREVERAM TEM SUA APLICAÇÃO HÁ
ESTES DIAS. Eles
falaram do primeiro advento de Cristo e do Seu ministério terreno, mas também
falaram do SEU
SEGUNDO ADVENTO E DAS COISAS QUE VÃO SEGUIR. Vs. 21, por
exemplo, fala d !os
| mpos d r s|i|uição (ou r s|auração) d |udo, qu D us falou p la boca d
|odos os S us san|os
prof |as d sd qu o mundo com çou?. Is|o mira além do s gundo adv n|o
alud a !um s|ado
d ord m prim ira, pur a f licidad , |al como xis|irá para os qu | m par|
no r ino d
Cris|o Sua s gunda vinda? (H. B. Hack ||, m Na Am rican Comm n|ary on
|h N w
T s|am n|). A palavra para !r s|auração? foi ?usada p los discípulos a J sus
m A|os 1:6?
(?R s|aurarás n s| | mpo ou|ra v  o r ino a Isra l?? por Jos fo !Do
r |orno do ca|iv iro?
(Rob r|son)).
Nem 1 Ped. 1:10-11 ensina que tudo que os profetas escreveram pertence a
crentes da
presente época. Diz Pedro dos profetas que lhes foi revelado ?qu não para
l s m smos, mas
para vós l s minis|raram as coisas?- que coisas? As palavras restantes do
verso dão a respeito
do verso dão a resposta significativa ! as coisas ?qu agora vos são
anunciadas qu vos
pr garam o vang lho..." Está isto longe de dizer que os profetas não
escreveram nada que
pertence a uma época futura.
4. NOSSOS OPONENTES TAMBÉM USAM LUCAS 17:20,21; JOÃO 18:26,37
E LUCAS
20:35,36 CONTRA NOSSAS IDÉIAS DO MILÊNIO
A. Em Lucas 17:20,21 disse o Mestre aos fariseus que o ?r ino d D us não
v m com
obs rvação... o r ino d D us s|á d n|ro d vós?. O tempo presente aqui
mostra que Cristo falou
da forma presente do reino; mas temos mostrado que o reino é para ter uma
forma futura e nossos
oponentes, indiferentes a quanto eles diferem de nós a respeito da forma futu ra
do reino, devem
admitir que virá com observação. Virá, quando Jesus vier outra vez, como
mostramos, e Sua
vinda é para ser visível. Seu primeiro ato como Seu próprio trono será julgar as
nações. Este
julgamento será visível. Como um resultado deste julg amento às ovelhas
entrarão no reino, ou
forma do reino, a ser estabelecido. Tudo isso será visível.
406
B. Jesus disse em João 18:36: ?O meu reino não é deste mundo?, mas Ele
certamente não
quis dizer que o Seu reino não está neste mundo, porque ainda há p ouco
notamos uma passagem
que diz que o reino está agora no meio dos homens (NOTA do Trad. ?dentro?,
entos humon
estin). Quis Ele dizer que o Seu reino não era do material de que se fazem os
reinos do mundo;
que não era permeado pelo mesmo espírito, não mundano em natureza. Isto
será tão verdadeiro
da futura forma do reino como é da presente forma.
C. A afirmação de nosso Senhor em Lucas 20:36 -37, note-se, não diz
simplesmente: !mas
eles que obterão... aquele reino, nem casarão nem se darão em casamento?;
antes diz: ?Mas eles
que... obtém aquele reino, E A RESSURREIÇÃO DENTRE OS MORTOS?, etc.
A afirmação se
aplica somente aos que vierem na primeira ressurreição. A pergunta nos
versos precedentes, bem
como o verso em foco, mostram que isto é verdade.
5. NOSSOS OPONENTES TEEM MUITO A DIZER SOBRE O LIVRO DO
APOCALIPSE
SER UM !LIVRO DE SIMBOLOS?
É assim que eles buscariam espantar-nos da verdade e fazer-nos aceitar o seu
sistema de
interpretação arbitrária. Verificamos que muito há de figurativo no livro, mas
nunca admitiremos,
como eles não admitem, que tudo do livro é figurativo. Nem concordaremos em
segui-lo quando
eles o espiritualizam, à vontade, para ajustarem coisas na sua teoria
preconcebida.
Reconhecemos que o cavaleiro do cavalo branco no Apoc. 19 é um símbolo,
um símbolo
de Cristo. E quando lemos neste capítulo, ? m jus|iça El julga fa gu rra? ,
abatendo as nações
e regendo-as com vara de ferro, tomando a besta e o falso profeta e lançando -
os num lago de
fogo, a honestidade comum não nos consentirá dizer que tudo isso alude à
queda do império
romano pagão, A. D. 476. Vemos aqui o glorioso segundo evento de Cristo,
pois outras
passagens nos contam que, quando Ele vier, virá para julgar (Mat. 25:31) e
fazer guerra (Zac.
14:3-5). Vemos nos vs. 19:21 a mesma coisa que está descrita em 16:14 -16,
bem como
parcialmente em 2 Tess. 2:8 e isto é para ocorrer em conexão com !aquele
grande dia de Deus
todo poderoso?, o qual é, manifestamente, o dia de juízo para este mundo.
Mais ainda, quando
lemos da besta e do falso profeta, que !ambos foram lançados vivos num lago
de fogo ardendo
com enxofre?, cremos que significa a mesma coisa que afirmações iguais, isto
é, que foram
lançados no inferno. Isto se confirma no capítulo 20:10, que se refere à
presença deles lá ao
407
tempo do julgamento do grande trono branco. Assim outra vez acharemos
conexão entre Apoc.
19 e Mat. 25:31-46.
Quando então chegamos ao capítulo vinte, reconhecemos alguns símbolos
mais: Não
cremos que Satanás é para ser preso com uma corrente física ou que será
trancado num abismo
físico. Nem uma corrente nem um abismo podiam confinar um ser espiritual;
mas reconhecemos
que isto quer dizer que Deus pelo seu poder suspenderá temporariamente a
obra do diabo. Nossos
oponentes não só querem espiritualizar, à vontade, mas querem roubar alguns
dos seus símbolos
de quase toda a sua força. Recusamos brincar com a Palavra de Deus por
dizer que isto significa
meramente que o diabo não podia daqui em diante tirar os crentes da mão de
Deus, ou meramente
não podia impedir a pregação do Evangelho a todos as nação por causa da
destruição de poder
político pagão.
Mais: quando lemos dos tronos ocupados e reinando com Cristo, vemos aqui
todos os
crentes reinando, porque outras passagens nos dizem que eles o farão. Vide
Apoc. 2:26; 3:21 à
luz de 1 João 5:4. Ainda mais, quando achamos este reinar coerentemente
posto no futuro (Apoc.
2:26; 3:21; Mat. 19:28; 1 Cor. 6:2,3), somos confirmados em colocarmos este
capítulo onde ele
justamente pertence segundo os eventos do capítulo dezenove. Finalmente,
observando que o
reino dos santos é para ser na terra (Apoc. 5:9,10), concluímos que todo este
assunto alude a um
reino terreno, o que está confirmado por Zacarias 14:9; Isaias 2:4.
ðEvidente é que !um novo céu e uma nova terra? aludi dos por João em Apoc.
21:1 não são os
mesmos que os ?novos céus e uma nova terra? mencionados por Isaías. João
viu,
manifestamente, os resultados de uma segunda renovação que é para seguir -
se à soltura de
Satanás e à conseqüente rebelião de Gog e Magog. Vi de Apoc. 20:7-10.
408
ðBlaikie diz: - !Seria impossível narrar todos os cercos, batalhas, assassínios e
massacres que
deram o seu tom escuro a este período da história? (Bible History, pág. 398).
ðPara uma predição da presente dispersão geral dos judeus, v ide Deut. 28:49-
69; que se cumpriu
no ano 70 A. D. sob os romanos. !A distancia de que vieram os romanos, a
rapidez de suas
marchas, o emblema de suas armas, o seu treino militar, e língua estranha,
podia escassamente ter
sido descrito em termos mais apura dos. A desolação continuada a seguir -se
não é aplicável ao
tempo de Nabucodonozor ou de Antiôco? (Urquhart, The New Bible Guide, Vol.
8, pág. 275).
ð) O verso 16 é realmente um bumerangue contra nossos oponentes, quando
lido à luz do v.
precedente. O v. 15 nos conta que haverá uma destruição da !língua do mar do
Egito?, de modo a
fazerem os homens ir a pé enxuto?. Isto explica a referência ao livramento de
Israel no Egito.
Assim como atravessaram o Mar Vermelho a pé, enxuto, assim no seu final
retorno do cativeiro
atravessarão águas a pé enxuto. Agradeçam -nos nossos oponentes por nos
dizerem como isto se
cumpriu na volta da Assíria e Babilônia.
ð Uma condição, como implicada aqui, é !um evento, fato, ou coisa parecida,
que é necessário à
ocorrência de alguma outra, ainda que não sua causa? (Funk & Wagnalls Desk
Stardard
Dictionary).
Não temos positivamente declarado em Ezequiel que Deus ocasionaria a
edificação de um templo
segundo todos os pormenores desta visão. De outro lado está positivamente
declarado que Deus
realizará o retorno, a conversão e o restabelecimento de Israel. Assim
podemos crer
coerentemente no segundo sem crer no primeiro.
(**) Notai como nosso Senhor, ao ler na sinagoga em Nazaré (Lucas 4:16 -20),
deteve-se no meio
desse verso porque o resto do verso não tinha que ver com seu primeiro
advento, mas com o
segundo. De igual maneira, o que quer que haja na visão de Ezequiel que não
se ajuste ao reino
de Cristo na Terra podemos considerar como não se aplicando a ele.
ðOutro argumento de nossos o ponentes quanto ao sentido de !todo Israel?
(Rom. 11:26) é que se
refere ao resíduo de eleitos entre os judeus e não à nação inteira; mas os vs.
16 e 25 fazem isto
muito insustentável a todos que põem a verdade acima de uma teoria. O
primeiro vs. argúi que os
409
eleitos restantes no tempo de Paulo foram as !primícias? e tanto quanto estas
primícias foram
santas, ?a massa (a nação em perspectiva) também o é?. Então, como
previamente assinalamos .
O último vs. nos informa que a cegueira da nação não é soment e parcial, mas
também temporária,
existindo só !até que a plenitude dos gentios haja entrado?.
410
Cap 39 - A Segunda Vinda de Cristo
Havendo agora terminado nosso estudo do milênio, retrocederemos a
considerar as coisas
que o precederão imediatamente.
A segunda vinda de Cristo tem sido a expectação coroante, a estrela dalva, do
povo de
Deus desde que a promessa de Sua vinda lhes foi comunicada. Ela os tem
animado, fortalecido e
encorajado nas horas mais escuras. Cristo e os apóstolos implantaram nos
corações dos primeiros
crentes o fato da vinda de Cristo e sua iminência como um motivo de vida
piedosa e serviço fiel.
Não permitiremos que nem as perversões de fanáticos, nem as negações de
críticos, nem a
controvérsia sobre minúcias da segunda vinda de Crist o nos afastem de um
estudo cuidadoso da
revelação de Deus a respeito dela, nem de uma adequada apreciação dela.
I. O FATO DA VINDA DE CRISTO
A segunda vinda de Cristo está:
1. PREDITA PELOS PROFETAS
Isa. 11:1-11; Zac. 14:3-5; Judas 14. Muitas profecias do Velho Testamento,
como a
primeira aqui citada, referem -se tanto a primeira como à segunda vinda a terra.
2. ALUDIDA POR JOÃO BATISTA
Lucas 3:3-6. A linguagem desta passagem não é inteiramente aplicável ao
primeiro
advento de Cristo. Como muita profecia, te m uma dupla aplicação. Vide Mal.
3:1 para uma
profecia igual.
3. PROMETIDA POR CRISTO MESMO
João 14:2,3.
4. DECLARADA PELOS ANJOS
411
Atos 1:11.
5. ENSINADA PELOS APÓSTOLOS
(1). Ma| us 24:37, 42, 44.
(2). Marcos 13:26.
(3). Lucas 21:27.
(4). João. I João 3:1-3.
(5). Tiago 5:7.
(6). P dro. I P dro 1:7, 13.
(7). Paulo. 1 T ss. 4:15 -17.
(8). O Escri|or aos H br us 9:28.
(9). Judas 14.
II. A NATUREZA DA VINDA DE CRISTO
Havendo determinado o fato da vinda de Cristo, importante é conhecer sua
natureza;
porque, sem um conhecimento da natureza de Sua vinda, um conhecimento do
fato é
praticamente inútil. Necessário é, ao estudar da vinda de Cristo, considera -la
primeiro negativo e
então positivamente.
1. CONSIDERADA NEGATIVAMENTE
A vinda de Cristo não é para ser:
(1). Suc ssiva, como na Mor| .
412
A idéia que a morte de alguém é para o tal a segunda vinda de Cristo, é a mais
lavada
necessidade à luz da Palavra de Deus. Não há aquela morte acompanhante
que responde àquilo
que a Bíblia revela como acompanhando a segun da vinda de Cristo.
(2). Con|ínua, como na diss minação do cris|ianismo.
O modernismo tê-la-ia que Cristo jamais voltará corporalmente a terra, mas,
que Ele está
?vindo tão depressa quanto Ele pode a este mundo? na disseminação do
cristianismo. Os
modernistas sustentam que Jesus pintou Sua volta em termos das concepções
do povo, mas Ele
não intencionou que Suas palavras fossem entendidas literalmente. Sem
dúvida, uma semelhante
noção esta pode ser sustentada somente por aqueles que negam a inspiração
da Bíblia. Por essa
razão, nós, que cremos na inspiração da Bíblia, não precisamos de notá -la
seriamente.
(3). Espiri|ual, como na:
A. A vinda do Espírito Santo no Pentecostes.
A vinda do Espírito Santo no Pentecostes não foi em sentido algum à vinda de
Cristo. Cristo
disse que Ele mandaria o Espíri|o.
B. A destruição de Jerusalém.
Na destruição de Jerusalém, A. D. 70, tivemos um cumprimento típico do que
está dito na
Bíblia sobre a segunda vinda de Cristo, mormente que Sua vinda acompanhar -
se-á por um outro
cerco de Jerusalém. Vide Apoc. 16:12 -21; 19:17-21; Zac. 13:8 a 14:3. A
destruição de Jerusalém
foi um tipo deste último cerco. Então, na destruição de Jerusalém, tivemos um
cumprimento
espiritual da promessa da vinda de Cristo, em que esta destruição defer iu o
golpe mortal no
judaísmo e marcou a vinda do reino de Deus com poder. Até à destruição de
Jerusalém o
cristianismo pareceu a muitos como um mero adjunto do judaísmo. Com a
destruição de
Jerusalém o cristianismo veio ao que era seu.
Cremos que à luz destes fatos é que devemos entender Jesus quando Ele
disse: ?Alguns há,
dos qu aqui s|ão, qu não gos|arão a mor| a|é qu v jam vir o Filho do
hom m no S u r ino.?
(Ma|. 16:28). Vide também Marcos 9:1 e Lucas 9:27. O mesmo é verdade,
cremos das seguintes
413
palavras também: ?Não passará s|a g ração a|é qu |odas s|as coisas
s jam cumpridas.? (Ma|.
24:34). Vide também Marcos 13:30 e Lucas 21:32.
Mas, na destruição de Jerusalém, não houve uma vinda atual de Cristo. E o
fato que, após a
destruição de Jerusalém, temos referências adicionais à Sua vinda como no
futuro, faz isto
indisputável.
2. CONSIDERADA POSITIVAMENTE.
A vinda de Cristo é para ser:
(1). Corporal
Atos 1:11. Sua ascensão foi corporal e o anjo prometeu que Sua volta seria da
mesma
maneira. Passagens outras que mostram que a vinda de Cristo é para ser
corporal: Zac. 14:4,5;
Mat. 25:31; João 14:3; Fil. 3:20; 2 Tess. 1:7 -10; 2 Tim. 4:1; Tito 2:13; Heb. 9:28;
Apoc. 19:11-
21.
(2). Visív l
Mat. 24:27. Todas as passagens supra implicam a visibilidade de Sua vinda;
mas a
passagem inda agora dada sob esta última epígrafe mostra que Sua vinda (em
uma de suas fases)
será incisivamente visível ao mundo inteiro.
(3). Como um ladrão
1 Tess. 5:1-4. Esta passagem descreve Sua vinda como ela será para os
ímpios, porém
especifica que não é para ser assim aos justos.
(4). Em glória spl ndor ind scri|ív is
Mat. 16:27; 24:29,30; Mar. 8:38; Tito 2:13; Apoc. 19:11 -16.
(5). Duplicada
414
A vinda de Cristo consistirá de duas fases. Notemo -las:
A. A primeira fase.
Esta fase será:
(a). No ar. 1 Tes. 4:15-17. Não há sinal aqui de que Ele venha sobre a terra
nesse tempo.
(b). Para S u povo. João 14:3.
(c). Como um noivo. Mat. 25:1-10. O casamento e ceia dele (Apoc. 19:9) são
típicos das
bênçãos consumadas da salvação. Gente salva constitui a noiva (Apoc. 21:2 -
27).
B. A segunda fase.
Esta fase será:
(a). A terra. Zac. 14:4; Mat. 25:31.
(b). Com Seu povo. Zac. 14:5; Judas 14; Apoc. 19:14.
(c). Como um destruidor. 2 Tess. 1:7-9; 2:8.
(d). Como um juiz. Mat. 21:31-46.
(e). Como um rei para conquistar e reinar. Zac. 14:9; Apoc. 19:11 -16; 20:1-5.
III. O TEMPO DA VINDA DE CRISTO
Não nos referimos aqui à data de Sua vinda. O negócio de datar é a obra de
charlatões
religiosos. Temos referência somente à relação de Sua vinda co m o tempo.
O tempo da vinda de Cristo está representada na Escritura como:
1. DESCONHECIDO DE TODOS, EXCETO O PAI
Mar. 13:32; Mat. 25:13. Agora o Filho, igual uma vez mais com o Pai, pode
saber a hora;
mas, na Sua carne, quando Ele considerou a igualdade c om Deus, absoluta,
não como coisa a ser
usurpada (Fil. 2:6 ? V. R.), Ele não soube. Condição (João 14:28) não é
natureza (João 10:30).
2. INCERTO AOS HOMENS
415
Mat. 25:31. Sinais alguns foram dados bastante explícitos para que qualquer
homem se
assegure de que Jesus virá em qualquer tempo particular.
3. IMINENTE
Ser iminente a vinda de Cristo queremos dizer que ela está ?am açando d
ocorr r a
qualqu r mom n|o?. O povo salvo deve sempre estar em vigilância e
procurando-a. (Mat. 25:13;
Tito 2:13). Ela está representada na Escritura como sendo o próximo evento
dispensacional.
Discutiremos isto mais depois.
4. QUANDO NÃO ESPERADO.
Mat. 25:44,50; Luc. 12:40,46.
5. UM TEMPO DE FRIEZA ESPIRITUAL, SENSUALIDADE E IMPIEDADE.
Luc. 18:8; 17:26-30; Mat. 24:12; 2 Tim. 3:1-5. Quando Cristo vier, Ele não
achará um
mundo convertido onde a justiça governa.
IV. O PROPÓSITO DA VINDA DE CRISTO
O propósito da vinda de Cristo será duplo porque terá que fazer com duas
classes.
Notemos este propósito como ele afeta:
1. OS JUSTOS
Como a vinda de Cristo afeta os justos, é para o propósito de:
(1). L van|ar os mor|os
1 Tess. 4:16. Não há indício que seja esta ressurreição não incluirá todos os
mortos em
Cristo. Não temos paciência com a noção que somente os mais fiéis aquinhoar -
se-ão nesta
ressurreição. Toda passagem que fala dela implica uma ressurreição total dos
justos falecidos.
Vide 1 Cor. 15:23; Apoc. 20:5,6. As palavras de Paulo em Fil. 3:11 são iguais a
outros
416
enunciados seus, e expressam sua preocupação em provar que ele e stava
verdadeiramente em
Cristo. Vide 2 Ped. 1:10.
(2). A |ransladação dos vivos
1 Cor. 15:51,52; 1 Tess. 4:17. Cremos também que isto incluirá todos os
crentes na terra
ao aparecimento de Cristo no ar. Não temos paciência com a teoria do ?rapto
parcial?. Os que
crêem em tal são aptos a responder que quem não crê num rapto parcial e
ressurreição parcial dos
salvos destroem o fundamento da responsabilidade cristã. Não destruímos o
fundamento
escriturístico disto; porém, seja como for estaremos mais preocupad os em
saber o que Deus
revelou do que estamos em fazer nossas próprias teorias e explorá -las. E os
que ensinam um rapto
parcial e uma ressurreição parcial de crentes rebaixam o padrão da vida cristã
muito além do
nível escriturístico. A Palavra de Deus ens ina que todo povo regenerado vence
(1 João 4:5) e as
bênçãos mais gradas se prometem a todos os vencedores.
Cremos que os corpos glorificados dos santos serão como o corpo assunto de
nosso
Senhor (Fil. 3:21; 1 João 3:2). Evidentemente Jesus ascendeu num co rpo
visível e os anjos
disseram que Ele voltará assim como Ele foi. E, quando Ele voltar, nós vamos
ser como Ele é. O
corpo glorificado, então, será um corpo visível aos olhos físicos, tanto como
Cristo foi visível
após Sua ressurreição. Mas esse corpo será sem pecado e corrupção.
(3). O arr ba|am n|o d |odos os cr n| s
1 Tess. 4:17. Os vivos transladados e os mortos ressuscitados serão todos
arrebatados a
encontrarem o Senhor no ar.
(4). O julgam n|o das obras dos cr n| s
1 Cor. 3:12-15; 2 Cor. 5:10; 2 Tim. 4:8. Os pecados dos crentes já foram
julgados em
Cristo. João 5:24; Rom. 8:1,33; 1 Cor. 11:32. Logo, nenhuma menção dos seus
pecados deverá
ser feita no julgamento. Não são mais imputados a ele (Rom. 4:8) e não são
mais lembrados
(Heb. 8:12). A idéia de alguns que os crentes serão argüidos no julgamento, a
contar porque
fizeram ou não fizeram isto e aquilo, desonra a morte de Cristo e nega a
Palavra de Deus.
Daremos conta a Deus, mas isto será feito em nossos próprios corações, sem
uma acusação ou
417
palavra de censura da parte de Cristo. Não há nada de penal sobre o
julgamento para o cristão. 2
Cor. 5:10 não significa mais do que recebemos recompensa pela nossa
fidelidade e sofrer
detrimento pela nossa deslealdade. Graça e penalidade são mutuamente
exclusivas.
(5). O casam n|o d Cris|o com a Igr ja
Mat. 25:1-10; Apoc. 19:7-9. No presente a igreja está somente esposada com
Cristo como
uma virgem casta (2 Cor. 11:2). O esponsal não terá lugar senão quando Cristo
voltar.
2. OS ÍMPIOS
Como a vinda de Cristo afeta os ímpios é para o propósito de:
(1). Ma|ar os vivos lançá-los no inf rno.
Apoc. 19:19-21; Zac. 14:3-12; Jer. 25:15-33; Isa. 24:17-21; 26:20,21; 34:1,2.
(2). Julgando-os por causa da man ira porqu |ra|aram Isra l
Mat. 25:41-46; Joel 3:2. Sua atitude para com Israel manifestará sua atitude
para com
Cristo por meio da incredulidade.
A salvação daqueles vivos na terra à revelação de Cristo para reinar sobre a
terra (o
segundo período de Sua vinda) terá sido manifestada pelo seu tratamento dos
arautos judaicos da
cruz durante o período da grande tribulação. Destas coisas veremos mais
agora. Estes não serão
salvos por tratarem bondosamente a estes irmãos de Cristo, mas prognosticará
assim sua atitude
para com Cristo e daí sua salvação.
(3). L van|ando, finalm n| , os mor|os lançando -os no lago d fogo
Apoc. 20:12-15. Isto é para ter logar, não imediatamente depois da vinda de
Cristo, mas
no fim da pequena sasão durante a qual Satanás será solto depois do milênio.
418
Os ímpios terão um corpo de ressurreição (Mat. 10:28), mas de sua natureza
temos pouco
sobre que basear nossa opinião. Será capaz de sofrer, mas será indestrutível e
não será justo como
será o corpo dos salvos.
419
Cap 40 - As Duas Fases da Vinda de Cristo
No capítulo precedente frisamo s que a vinda de Cristo é para consistir de duas
fases.
Também frisamos sucintamente alguns contrastes. Neste capítulo é para
discutirmos esta matéria
mais amplamente.
Consideramos o fato das duas fases da vida de Cristo como a chave que é
necessária para
destrancar o sentido de muitas passagens da Escritura. Sem um
reconhecimento deste fato as
passagens que tratam deste grande evento são confusas.
I. AS DUAS FASES CONTRASTADAS
1. A primeira fase será no ar (1 Tess. 4:15 -17); a segunda será para ser na
terra (Zac.
14:4).
2. A primeira fase de Sua vinda será para o Seu povo (Mat. 25:6 -10; João
14:2); a
segunda fase será com o Seu povo (Judas 14; Apoc. 17:14).
3. A primeira fase será Sua vinda como um noivo (Mat. 25:6 -10); a segunda
fase será Sua
vinda como um rei para julgar e reinar (Sal. 96:13; Zac. 14:9; Mat. 25:31; Apoc.
19:15; 20:4).
4. Na primeira fase os justos serão tirados dentre os ímpios (Mat. 25:6 -10; 1
Tess.
4:15,17); na segunda fase os ímpios serão tirados dentre os justos (Mat. 13:40 -
42).
5. Na primeira fase os justos na terra encontrarão o Senhor no ar para irem
para o céu
com Ele (1 Tess. 4:17; João 14:2); na segunda fase eles simplesmente entram
no reino aqui na
terra (Mat. 13:43; 25:34).
6. Na primeira fase os incrédulos são meramente deixado s na terra (Mat.
25:10-12); na
segunda fase eles são destruídos e lançados no fogo eterno (Mat. 25:41,46).
7. Em conexão com a primeira fase haverá uma ressurreição dos justos (1
Tess. 4:15-17);
em conexão com a segunda fase não haverá ressurreição específ ica (Mat.
25:31-46).
420
8. A primeira fase está sempre iminente (Marcos 13:35,36; Tiago 5:8; Apoc.
22:12); a
segunda fase é para ser precedida de certas coisas definitas (Mat. 24:14 -29; 2
Tess. 2:1-8).
II. AS DUAS FASES SEPARADAS QUANTO AO TEMPO
Mesmo uma consideração casual dos contrastes antecedentes mostra que as
duas fases da
vinda de Cristo não podem ocorrer simultaneamente ou em conexão
aproximada. Mas notai estas
evidências específicas que um período de tempo intervirá entre elas:
1. Desde que na primeira fase os justos serão tirados dentre os ímpios e na
segunda os
ímpios serão tirados dentre os justos (vide § 4 acima), é impossível que as
duas fases ocorram em
conexão aproximada. Todos os justos serão retirados na primeira fase; logo,
deve haver tempo
suficiente entre a primeira e a segunda fase para alguém ser salvo.
2. Desde que na primeira fase de Cristo é para receber os Seus discípulos nas
?muitas
mansões? preparadas para eles no céu (João 14:2) e na segunda fase os
justos na terra são para
entrarem no reino sobre a terra (vide § 5 acima), é outra vez impossível que
ambas as fases
ocorram em conexão aproximada. Os que entram no reino na segunda fase
devem ser salvos na
primeira fase.
3. Desde que a primeira fase ocorra em qualquer tempo (tanto quanto o
homem sabe) e a
segunda fase deve ser precedida de eventos específicos (vide § 8 acima), elas
não podem ocorrer
em conexão aproximada. Uma é iminente, a outra não. Logo, uma deve estar
bem longe da outra.
4. Deve haver tempo suficiente entre as d uas fases para que o ?Homem do
Pecado? (2
Tess. 2:3) seja revelado e corra o seu curso. Ele não pode ser revelado até que
o empecilho será
removido do caminho (2 Tess. 2:6,7). O empecilho é o Espírito Santo residindo
em toda a pessoa
salva (1 Cor. 6:19). Que o Espírito Santo é o empecilho está provado pelo
pronome pessoal que a
Ele se aplica e também de duas maneiras pelo processo de eliminação. A
única outra teoria digna
de se considerar, e que tem sido adiantada, é que o governo romano era o
empecilho; mas o
governo romano foi tirado do caminho há uns quinze séculos e o ?Homem do
Pecado? ainda não
foi revelado. Mas ainda, o governo romano não podia impedir a revelação de
semelhante ser,
como ele é representado, mas antes contribuiria para sua revelação. A
remoção do caminho do
421
Espírito Santo realizar-se-á quando Cristo tirar o Seu povo da terra, que será
na primeira fase de
Sua vinda. Tempo suficiente deve transcorrer, portanto, entre a primeira e a
segunda fase para
este monstro correr seu curso, porquanto ele é para ser destruído na segunda
fase (2 Tess. 2:8).
5. Também deve haver tempo suficiente entre as duas fases para todos os
eventos
recordados em Apoc. 7 a 19. Esta seção da Escritura devera incluir o capítulo
seis também, sem
dúvida, mas podemos estar certos de que ela deve começar com o capítulo
sete, pois que no
capítulo sete temos a selagem dos servos de Deus na terra e só os judeus são
selados. Isto mostra
que a primeira fase da vinda de Cristo já teve logar; porque, doutra maneira,
certamente estariam
alguns gentios servos de Deus na terra. Os cento e quatro mil judeus
mencionados como sendo
selados neste capítulo são evidentemente aqueles que serão salvos
imediatamente depois do
aparecimento de Cristo no ar. E então, para confirmar esta idéia seguindo-se
imediatamente o
relato da selagem desses judeus, temos a multidão inumerável no céu (Apoc.
7:9). Estes,
manifestamente, são aqueles que foram levantados da terra no aparecimento
de Cristo no ar.
Então a segunda fase da vinda de Cristo não apar ece até atingirmos o capítulo
19 e há
toda evidência de uma ordem cronológica geral. Assim os eventos dos
capítulos do meio são para
terem logar durante o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo.
Nossos oponentes escarnecem da idéia de um período de tempo entre as duas
fases da
vinda de Cristo. Dizem que ensinamos que haverá duas vindas em vez de uma.
Podem chamá-la
o que quiserem. O Novo Testamento fala só de uma vinda, mas claramente
revela que esta uma
vinda consistirá de duas fases, separadas por um período de tempo.
Preferimos crer o que ele
ensina, desatendendo as perversões deles.
III. A PRIMEIRA FASE DA VINDA DE CRISTO É IMINENTE
Mostramos agora que a vinda de Cristo é para consistir de duas fases e que
estas fases são
para se separarem por um período de tempo. Aqui nos encarregamos de
provar que a primeira
fase de Sua vinda é iminente. Notai que não estamos tentando provar que a
vinda de Cristo para o
julgamento e o reino é iminente. Tanto quanto sabemos, todas as profecias não
cumpridas
referentes a esta época (e há muitas), sem violência a elas ou a quaisquer
outras Escrituras,
422
podem ser cumpridas no ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo; mas
não sabemos de
nenhuma profecia que se deva cumprir antes de Cristo vir para Sua noiva.
Webster define a palavra imin n| como significando ?am açando d ocorr r
im dia|am n| ; à mão; imp nd n| ?. Sustentamos que este é exatamente o
modo que Deus
ensinou na Sua Palavra, que os crentes deveriam considerar a vinda do seu
Senhor para recebêlos
para Si mesmo. A Escritura ensina que este evento está sempre ?à mão? e
que os crentes,
portanto, deveriam estar sempre na atitude de vigilante expectativa. Notai as
seguintes passagens:
1. Marcos 13:35,36 ? ?Vigiai, por|an|o, porqu não sab is quando o do no da
casa v m, s
à |ard , s à m ia noi| , s ao can|ar do galo, s p la, manhã, para qu não
v nha d improviso
vos ach dormindo.?
Thayer diz que o sentido de vigiar, nesta e parecidas passagens, é |omar
cuidado, ?sob a
p na d por n glig ncia indolência alguma calamidad d s|ru|iva assal|ar
alguém.? . Pode
haver qualquer razão consciente para vigiar para um evento, a menos que,
tanto quanto sabemos,
aconteça agora?.
2. Tiago 5:8 ? ?S d vós |ambém paci n| s, for|al c i os vossos coraçõ s,
porqu a vinda
do S nhor apropinqua -s ?.
A palavra grega para ?está próxima? está no tempo mais que perfeito e quer
dizer, segundo
Thayer, ?chegou perto, está à mão?. Uma forma parecida da mesma palavra
está dito por Thayer
era usada ?concernente coisas iminentes e prestes a acontecer?. O verbo na
passagem acima está
traduzido ?está a mão? nove vezes na versão do Rei Tiago. Mat. 26:46 fornece
um bom
exemplo do seu uso.
3. Apocalipse 22:12 ? ?Eis qu v nho pr s|o o m u galardão s|á co migo
para dar a
|odo hom m s gundo for sua obra?.
A palavra na passagem para rapidamente não significa repentinamente, como
alguns a
teriam, mas quer dizer ?d s|ro, xp di|am n| , s m d mora? (Thayer). Boas
mostras do seu uso
podem ser achadas em Mat. 5:25; 28:7,8; Marc. 16:8; João 11:29. Na
passagem supra à vinda de
Cristo está falada como Deus a vê: mil anos são como um dia com Deus (1
Ped. 3:8). E está
423
assim representada que o tempo dela pode ser incerto a crentes. Tanto quanto
eles sabem, ela
pode ocorrer a qualquer momento; logo, para eles é sempre imin n| .
Muitas passagens mostram o valor prático de uma crença na vinda iminente de
Cristo.
Proeminente entre elas está Tiago 5:8, como dada acima. Esta passagem
mostra que uma crença
na vinda de Cristo é um incentivo à paciência e fortaleza no meio de sofrimento
e aflições.
424
Cap 41 - O Período da Grande Tribulação
Já vimos que a segunda vinda de Cristo consiste de duas fases e que estas
duas fases
devem ser separadas por um período de tempo. O autor apresentou sua
crença em que este
período de tempo será o tempo da futura grande tribulação. Suas razões para
esta crença
aparecerão no curso deste capítulo. Deveremos estudar este período sob as
seguintes epígrafes:
I. AS PASSAGENS QUE DESCREVEM ESTE PERÍODO
A primeira passagem que desejamos observar é Mat. 24:21,22 e reza como
segue: ?E
hav rá n|ão grand |ribulação, como nunca houv d sd o princípio do
mundo a|é agora, n m
|ão pouco há d hav r; , s aqu l s dias não foss m abr viados, n nhuma
carn s salvaria;
mas por causa dos scolhidos s rão abr viados aqu l s dias?. Que estas
palavras não podem ser
totalmente referidas aos sofrimentos dos judeus ao tempo do sítio e destruição
de Jerusalém por
Tito, A. D. 70, está mostrado nos versos 29 a 31. Este s versos nos contam que
imediatamente
após a tribulação desses dias Cristo virá em poder e grande glória. Isto
claramente se refere à
segunda fase da vinda de Cristo. Nada do que atendeu ou resultou da
destruição de Jerusalém
pode satisfazer completamente a estes versos. Verdade é que, segundo o v.
34, a destruição de
Jerusalém causou ou um cumprimento espiritual ou típico de tudo que está
predito nesta parte do
discurso. A destruição de Jerusalém vibrou o golpe mortal no judaísmo e
marcou a vinda do reino
de Deus com poder, como Jesus predissera (Mar.9:1; Mat. 16:28; Luc. 9:27).
Foi isto um
cumprimento espiritual de tudo quanto Cristo disse sobre Sua vinda neste
capítulo. E o sítio de
Jerusalém (A. D. 70) trouxe um cumprimento típico de tudo quanto Ele diss e
sobre Jerusalém
neste capítulo. Mas o cumprimento literal daquilo que Cristo disse sobre Sua
segunda vinda e o
antítipo do cerco de Jerusalém ainda estão para vir. Nenhum crente na
inspiração verbal pode
achar na destruição de Jerusalém uma satisfação pe rfeita e completa da
profecia deste capítulo.
Sua referência final deve ser ao cerco final de Jerusalém na batalha de
Armagedão (Apoc. 16:13-
21; 19:11-21; Zac. 12:2-9; 14:1-7, 21-25 ), e a vinda pessoal e corporal do
Senhor, como
prometida em Atos 1:11.
425
Mas em Apoc. 6 a 19 cremos ter uma descrição muito mais extensa e
pormenorizada
deste período. Tomamos estes capítulos como descritivos deste período pelas
duas razões
seguintes:
1. COMO VIMOS NO ÚLTIMO CAPÍTULO, TEMOS NO CAPÍTULO SÉTIMO A
SELAGEM DOS SERVOS DE DEUS NA TESTA E SOMENTE OS JUDEUS
SÃO SELADOS
Isto mostra que todos os crentes gentios (e prévios crentes judaicos) foram
arrebatados da
terra e, portanto, que o rapto dos santos (que ocorrerá na primeira fase da
vinda de Cristo ? 1
Tess. 4:15-17) já teve logar. Então a segunda fase da vinda de Cristo está
claramente retratada em
Apoc. 19:11-12. Portanto, tomamos a seção mediante do livro como
descrevendo o ínterim entre
as duas fases da vinda de Cristo e relacionamos o capítulo seis com este
período porque
consideramos os cavaleiros dos quatro cavalos (6:2-8) os mesmos como os
quatro anjos (7:13)
cuja obra está restringida até depois da selagem dos servos de Deus.
2. ENTÃO EM APOC. 7:14 TEMOS UMA REFERÊNCIA AO PERÍODO DA
GRANDE
TRIBULAÇÃO COMO ESTANDO EM PROGRESSO.
Apoc. 7:14 reza: ?Es| s são os qu sa m da grand |ribulação lavaram os
s us v s|idos
os fi ram brancos no sangu do Cord iro?. Estas palavras foram faladas da
multidão
inumerável do v. 9. O original aqui é muito enfático. Diz liter almente: ?Estes
são os que estão
saindo de tribulação, a grande?. Não é só de tribulação em geral que se fala
aqui: é uma
tribulação definita e particular, a saber, a grande. O particípio presente neste
verso, ? s|ão
saindo? mostra que a grande tribulação está em progresso. Assim assinamos
esta seção do livro
ao período da grande tribulação.
II. A DURAÇÃO DESTE PERÍODO
Nossa convicção é que este período será de sete anos em duração.
Sustentamos esta
convicção porque o tempo combinado de profetizar das duas testemunhas
(Apoc. 11:3) e a
carreira da besta (Apoc. 13:5) é, aproximadamente, de sete anos. Notai que as
testemunhas
devem profetizar por ?mil du n|os s ss n|a dias? (aproximadamente três
anos e meio); então é
para a besta levantar-se e matá-los (Apoc. 11:7) e continuar ?quarenta e dois
meses? (Apoc.
426
13:5). Nossa opinião é que as testemunhas principiarão a testificar logo depois
do rapto e, desde
que a besta deve ser destruída quando Cristo vier para julgar e guerrear (Apoc.
19:11-21; 2 Tess.
2:8), concluímos que a duração do período mediante é para se achar pelo
método supra. Notar-seá
que tomará os mil, duzentos, e sessenta dias, com os quarenta e dois meses,
literalmente.
Fazemos isto em harmonia com a regra mencionada no nosso último capítulo.
Não achamos
razão para tomá-lo diferente quer nas passagens mesmas, ou no seu contexto,
ou em qualquer
outra passagem.
Também sustentamos ser a grande tribulação de sete anos de duração porque
a
consideramos como sendo a semana de setenta semanas de Daniel (Dan.
9:27).
III. OS HORRORES DESTE PERÍODO
Este período é para ser o ?dia? da ira de Deus. Durante este período o Deus, a
quem
pertence à vingança, vingar-se-á do tratamento que este mundo dispensou ao
Seu Filho e aos
Seus santos. Ele vingará completamente Seus eleitos (Luc. 18:7; Apoc. 6:9,10).
Ele derramará os
vasos de Sua ira até as últimas fezes amargas sobre esta terra amaldiçoada de
pecado e
entenebrecida pelo diabo. A terra será arrancada do diabo e o seu povo dado
ao povo de Deus
(Mat. 5:5).
IV. SALVAR-SE-Á ALGUÉM DURANTE ESTE PERÍODO?
É isto questão muito controvertida, mas nós inhesitantemente damos uma
resposta
afirmativa como opinião nossa. No capítulo onze, como já vimos, temos a
menção das duas
testemunhas de Deus. Como já afirmamos que cremo s que estas duas
testemunhas profetizarão
durante o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo, cremos que elas
pregarão o Evangelho e
anunciarão o reino milenial, tanto como Cristo e os apóstolos pregaram o
Evangelho e
anunciaram o reino espiritual (o reino de Deus) e a fase temporal do reino do
céu. Não podemos
pensar em nenhuma outra mensagem que Deus teria para o mundo durante
este período.
E sustentamos que o cento e quarenta e quatro mil judeus de Apoc. 7 serão
salvos
imediatamente depois do princ ípio da grande tribulação.
427
Então, por causa do tempo presente no v. 14, consideramos a multidão em
Apoc. 7:9-17
como contendo alguns que são salvos durante este período, e que, tendo sido
martirizados ou
doutra maneira falecidos, são imediatamente arre batados ao céu, um tanto
segundo a mesma
maneira como as duas testemunhas em Apoc. 11:7 -12.
Também tomamos as ovelhas no julgamento das nações (Mat. 24:31 -46) como
o povo
que creu e foi salvo durante este período.
Pode ser perguntado como o povo será salvo durante este período.
Respondemos que
serão salvos exatamente do mesmo modo como todos os outros o foram. Deus
nunca teve e
jamais terá senão um modo de salvação. Esse um modo é pela graça através
da fé. ?Mas?, pode
alguém dizer, ?como pod alguém salvar-s d pois qu o Espíri|o San|o foi
|irado do mundo?? A
resposta é que serão salvos justamente como foram antes do dia de
Pentecostes. Durante o
período da grande tribulação o Espírito Santo terá acesso ao mundo tanto
como Ele teve antes do
dia de Pentecostes.
428
Cap 42 - O Homem do Pecado
Nos capítulos anteriores já tocamos algo no Homem do Pecado, mas agora
viemos estudálo
mais de perto. Antes de prosseguirmos, vire o estudante e leia as passagens
seguintes: 2 Tess.
2:3-10; Apoc. 11:1-7,13; 16:13-16,17; 19:17-20; Dan. 7:8-27; 8:8-25. Estas
duas últimas
passagens têm referência a Antiôco Epifano, o tipo do Homem do Pecado.
I. A IDENTIDADE DO HOMEM DO PECADO
1. É PARA SER UM INDIVÍDUO ATUAL
Como afirmado antes, interpretamos qualquer passagem da Escritura
literalmente, a
menos que haja alguma coisa na passagem, ou no contexto, ou em alguma
outra Escritura que
indique um sentido figurativo. Não achamos nenhuma razão, absolutamente,
para tomarmos a
descrição do Homem do Pecado de outra maneira que não literalm ente.
Nenhuma instituição ou
agência podia sentar-se no templo de Deus. Vide 2 Tess. 2:4.
2. ELE E A BESTA DO APOCALIPSE DEVEM SER O MESMO INDIVIDUO
Sustentamos esta convicção pelas seguintes razões:
(1). Ambos devem ocorrer os seus curso durante o ínterim entre as duas fases
da vinda de Cristo
Abaixo mostramos ser isto verdade do Homem do Pecado. E num capítulo
anterior
mostramos que a seção do livro em que se recorda a carreira da besta
pertence a esse período.
(2). Suas a|ividad s são igualm n| d scri|a s
2 Tess. 2:4-10; Apoc. 13:6-8.
(3). Ambos são para serem destruídos na vinda final de Cristo à terra.
2 Tess. 2:8; Apoc. 19:11 -20
3. ELE É PARA SER UM REI MUNDANO COM ASSENTO DE PODER EM
ROMA
429
Vide Apoc. 17:1-11. Sustentamos os sete montes (v. 9) como as sete célebres
colinas de
Roma. Os cinco reis caídos, sustentamos ser Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia e
Grécia. A que
então era cremos que foi Roma pagã. A que ainda era para vir foi Roma
?Cristã?, ou o Santo
Império Romano, assim chamado. Os primeiros seis reinos (o termo para reis
significando tanto
reis como reinos) culminaram no sétimo. A besta é para ser o oitavo rei e seu
reino combinara
todo o poder e malícia dos sete. A ferida mortal em uma das cabeças da besta
(Apoc. 13:3)
tomamos por representar a queda de Roma, A. D. 476. Referimos a cura da
ferida ao
restabelecimento do Império Romano com sua capital em Roma sob o reinado
da besta. O mar do
qual se vê surgir a besta (Apoc. 13:1; 17:1,15) tomamos por representar a
massa da humanidade
em ebulição, turbulenta, revolucionária, à qual serão os habitantes da terra pelo
rapto dos santos.
Não achamos fundamento satisfatório para sustentarmos que o Homem do
Pecado será
Judas reencarnado. Certo é que Deus não operaria ativamente semelhante
reencarnação. E o
diabo não tem o poder de operá -la. Ele pode possuir e dominar os homens,
mas ele atualmente
não pode encarnar-se nem reencarnar os seus falecidos seguidores. A base da
noção que o
Homem do Pecado será Judas reencarnado, o fato dele ter sido chamado ?u m
diabo? (João 6:70),
e ?o filho da perdição? (João 17:12) e ter isso ?para o seu próprio logar? (Atos
1:25), é
insuficiente para estabelecer uma idéia tão radical. A esta e outras noções
concernentes ao
Homem do Pecado consideramos como fantasiosas.
Nem há fundamento escriturístico para referir -se ao Homem do Pecado como o
Anticristo
em qualquer sentido exclusivo. Só João nas suas epístolas usa o termo,
aplicando-o aos falsos
mestres do seu dia que negavam humanidade de Cristo (1 João 2:18 -22; 4:3,4;
2 João 7). E João
disse que havia muitos deles no mundo. O prefixo ?anti? pode significar con|ra
ou m v  d .
Não há evidencia de João o ter dado no último sentido: usou -o exclusivamente
como aplicado
àqueles que eram contra Cristo; aqueles que negavam que Jesus era o Cristo
([1]). Não há
evidência que os falsos mestres a que se referiu João tentaram estabelecer
qualquer deles como o
Cristo.
O Homem do Pecado, será um anticristo, porém identificá -lo como ?o
Anticristo?, num
sentido exclusivo, e então tomar o prefixo para significar m v  d , inferindo
que ele será um
430
judeu e confundir-se-á com Cristo, está sem garantia. O Homem do Pecado
sentar-se-á no templo
e exigirá culto, mas ele podia fazer isso sem impor -se como o Messias.
Como um tipo disto, Antiôco Epifano erigiu a estátua de Júpiter Olimpo sobre o
altar da
oferta queimada. Os sete precursores da besta ou do Homem do Pecado não
eram judeus.
Sustentamos que o Homem do Pecado será romano (italiano).
II. O TEMPO DA SUA CARREIRA
1. É PARA SER REVELADO NO ÍNTERIM ENTRE AS DUAS FASES DA
VINDA DE
CRISTO
Como já assinalamos previamente, nenhum indivíduo que cumpriu a descrição
do
Homem do Pecado ainda se revelou na terra. Pensam alguns que a linha papal
é o Homem do
Pecado, mas nenhum papa se sentou jamai s no templo de Deus. O Vaticano
não é o templo de
Deus. O cristianismo apóstata não é o templo de Deus; pelo contrário, é a
habitação de demônios
(Apoc. 18:2). A revelação do Homem do Pecado está sendo agora impedida
por algum indivíduo
(2 Tess. 2:6,7). Cremos que este empecilho é o Espírito Santo habitando em
todo verdadeiro
crente (1 Cor. 6:19) e em toda a verdadeira igreja do Novo Testamento (1 Cor.
3:16). É a
influência retentora do Espírito Santo, exercida através de crentes, que agora
impede a revelação
do Homem do Pecado. Assim os crentes são o sal da terra (Mat. 5:13). Retirar
do caminho o
empecilho, então significará a remoção do Espírito Santo da terra ( [2]). Isto
requererá tirar da terra
todo o verdadeiro crente. Desde que isto ocorrerá na primeir a fase da vinda de
Cristo (1 Tess.
4:15-17), a revelação do Homem do Pecado não se pode dar até depois da
primeira fase da vinda
de Cristo. E desde que ele é para ser consumido e destruído na segunda fase
da vinda de Cristo (2
Tess. 2:8), ele deve ser revelado e deve ocorrer seu curso durante o ínterim
entre as duas fases da
vinda de Cristo.
2. A DURAÇÃO DE SUA CARREIRA SERÁ DE QUARENTA E DOIS MESES
Apoc. 13:5. É para ser revelado aí pelo meado do período da grande tribulação
e para
continuar através da última parte dele. Interpretamos os quarenta e dois meses
literalmente
porque isso parece mais conveniente em vista de todas as outras indicações
de tempo. Três anos e
431
meio respondem bem a ?um tempo, tempos e metade de um tempo?, durante
o qual ele
(evidentemente o homem do pecado tipificado em Daniel) ?espalhará o poder
do povo santo (os
judeus)? (Dan. 7:25; 12:7), durante o qual a mulher (a quem tomamos por
representar a nação
judaica) é para habitar no deserto (Apoc. 12:14).
III. SUAS ATIVIDADES
1. SENTAR-SE-Á NO TEMPLO, PRETENDENDO SER DEUS
Vide 2 Tess. 2:4. O templo em que o Homem do Pecado se sentará é sem
dúvida o templo
judaico restaurado, o qual será o centro do culto durante o milênio. Toda igreja
do Novo
Testamento é um templo de Deus (1 Cor. 3:16). Mas isto não podia ser o que
se quer dizer em 2
Tess. 2:4. Estar sentado numa igreja local não seria suficiente para satisfazer a
ambição deste
monstro de iniqüidade. E seguramente a Escritura indica uma exaltação mais
ousada e extensível
do que esta. A referência em 2 Tess. 2:4 não podia ser a um cristianismo
apóstata, porque, como
já observamos, um cristianismo apostata não é o templo de Deus; pelo
contrário, é a habitação de
demônios (Apoc. 18:2). A referência é certamente ao templo judaico que é para
ser restaurado
pelos judeus em Jerusalém algum tempo durante a grande tribulação no seu
período. Isto, parece
claro, é o templo que vem à vista em Apoc. 11:1,2.
Não cremos que o Homem do Pecado se sentará pessoalmente no templo,
mas será
representado lá pela sua imagem (Apoc. 13:14 -17). É assim que ele pretenderá
ser Deus e não se
impondo como o Messias. Se ele desejasse ser reconhecido como Messias, o
senso comum
proibiria a concessão de exigir adoração de sua imagem.
2. ELE FARÁ A INDUSTRIA PROSPERAR
Dan. 8:25. Ele dará ao mundo o novíssimo de todos os ?novos tráficos?; será
um grande
líder industrial.
3. ELE FARÁ MUITAS COISAS ARROGANTES
Dan. 7:25; 8:10-12,23,24.
432
4. ELE SUSTENTARÁ A IGREJA CATÓLICA ROMANA E RECEBERÁ DELA
PATROCÍNIO
Apoc. 17:2-6. Tomamos a grande meretriz por representar a Igreja Católica
Romana
(Apoc. 17:1-7). Sua indumentária e ornamentos retratam a riqueza da Igreja
Católica Romana. As
abominações são suas doutrinas e práticas. A fornicação representa o seu
adultério espiritual em
estar esposada com o Papa em vez de com Cristo. As prostitutas das quais ela
é a mãe são
denominações protestantes. Ela estar ?Bêbada com o sangue dos santos e
com o sangue dos
mártires de Jesus? retrata sua perseguição contra verdadeiros crentes
(particularmente batistas)
através das idades médias e das trevas. De Apoc. 18:4 achamos que mesmo
na hora exata de sua
destruição ela terá alguns dos de Deus nela, como sem dúvida ela tem neste
tempo. E o
mandamento de Deus agora é o mesmo que será no fim: ?Sai d la, povo m u,
para não s rd s
par|icipan| s dos s us p cados para qu não r c bais suas pragas?.
Dizemos que a besta
sustentará a Igreja Católica Romana porque vemos, primeiro, a meretriz
cavalgando a besta
(Apoc. 17:1-12). Dizemos que a beta receberá o patrocínio da Igreja Católica
Romana porque
consideramos a segunda besta (Apoc. 14:11 -17) como o Papa. Notai que esta
segunda besta tem a
aparência de um cordeiro. Representa isto a professada santidade do Papa.
Notai também que, em
contraste com a primeira besta, a segunda besta levantar -se-á da terra (Apoc.
13:11). A primeira
besta erguer-se-á do (o mar) tumulto e revolução. A segunda terá uma fonte
sólida, compacta,
regulada, ? o sistema Católico Romano.
5. MAS, FINALMENTE, ELE E SEUS DEZ REIS VIRAR-SE-ÃO CONTRA A
MÃE DAS
PROSTITUTAS E A DESTRUIRÃO
Apoc. 17:16,17.
6. ELE PERSEGUIRÁ OS JUDEUS
Dan. 7:25; Apoc. 11:7; 13:7. Isto será ocasionado sem dúvida pela recusa dos
judeus de se
curvarem à sua autoridade e adorarem sua imagem.
7. FINALMENTE, ELE CONDUZIRÁ OS REIS DA TERRA E SEUS
EXÉRCITOS CONTRA
JERUSALÉM PARA A BATALHA DE ARMAGEDÃO
433
Apoc. 16:13-16; 19:17-21. Consideramos o falso profeta mencionado nestas
passagens
como sendo idênticos com a segunda besta ? o Papa, que, após a destruição
da Igreja Católica
Romana, ficará em liga com a Besta. A batalha de Armagedão prenderá nossa
atenção no capítulo
seguinte.
?Esta posição prendeu-se em duas formas: - (1) que Jesus Cristo não era
homem literal (5:2) e
Sua humanidade sendo negada, negado estava o Messiado, desde que a
primeira era necessária ao
segundo; (2). Que Jesus e o Logos foram só temporariamente e, como foi,
ligados
mecanicamente; e como o Logos e Messias foram tidos como sendo
essencialmente idênticos,
assim Jesus não podia ser o Cristo.?
[2] ?Nós apenas nos referimos aqui à remoção de sua presença especial como

habitando nos
crentes e na igreja o que começou no Pentecostes. Isto marcará o fim da
dispensação especial do
Espírito. O Seu ministério reverterá então à volta ao que Ele foi antes do
Pentecostes?.
434
Cap 43 - A Batalha do Armagedon
Muita gente tem uma noção errônea, se tem mesmo qualquer noção, sobre a
Batalha de
Armagedão. Pensam alguns que a última Guerra Mundial foi a Batalha de
Armagedão. Outros
têm avançado a idéia que ela ser á uma guerra entre católicos e não católicos.
Ainda outros
ensinam que ela é para ser um mero conflito espiritual entre o bem e o mal sem
qualquer
realidade literal. Outros, contudo, a confundem som o cerco aludido em Apoc.
20:8, que é para
ser depois do Milênio. Todas estas idéias são inescriturísticas e indignas de
consideração séria.
Estudemos esta batalha por notarmos o seguinte:
I. POR QUE A BATALHA É ASSIM CHAMADA?
A batalha é chamada segundo o logar em que ela é para ser ferida. Vide Apoc.
16:13-16.
A Versão Revista dá o nome de Har -Magedon, que se define como significando
a ?montanha de
Megiddo?, que se situa à margem sudoeste da Galiléia. Por isto se quer dizer,
talvez, não
meramente a montanha mesma senão a montanha e a seção em redor. Esta
seção se descreve
como ?um elevado planalto rodeado de colinas? (Carpenter). Ela forma um
passo para o Norte e
assim foi famosa como campo de batalha. Esta vizinhança foi à cena de duas
notáveis vitórias e
três notáveis mortes. As vitórias foram: a de Baraque so bre os cananitas e de
Gideão sobre os
midianitas. As mortes foram: a de Saul, a de Acazias (morto por Jeú) e a de
Josias. Mas o evento
mais famoso de todos está ainda para ocorrer lá.
II. QUEM DEVE SER OS COMBATENTES?
Os combatentes devem ser os reis da terra e os seus exércitos sob a chefia da
besta e dos
falsos profetas de um lado, e o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores com o
Seu povo ? os judeus
e os santos glorificados ? de outro lado. Vide Joel 2:11; Zac. 12:2,3,8,9, 14:3;
Apoc. 19:11-12.
III. OS PORMENORES DA BATALHA
Próximo ao fim do período da grande tribulação a besta e o falso profeta (a
segunda besta
? Apoc. 13:11) despacharão seus emissários a iniciar as nações da terra para
se ajuntarem contra
435
Jerusalém (Apoc. 16:13-16, 19:19). Com isto não fazem senão cumprir o
propósito de Deus,
porque é Seu desígnio reunir todas as nações juntas para o fim de as julgar
(Joel 3:2) e derramar
sobre elas Sua indignação e furiosa ira (Zac. 3:8). Os exércitos das nações
serão permitidos de
capturar Jerusalém e nela produzir grande destruição (Zac. 14:2). Na
aproximação dos exércitos e
a captura da cidade serão mortos dois terços dos judeus então na Palestina
(Zac. 13:8,9). Todos os
judeus em Jerusalém que não forem mortos serão ou capturados ou enxotados
da cidade (Zac.
14:2). Então, o Senhor aparecerá para livrar Seu povo (Zac. 14:4). Então, a
julgar do fato que
Apoc. 16:16 diz que as nações devem ser ajuntadas num logar chamado
Armagedão, tomamos
que os exércitos das nações, alarmados pelos eventos que pressa giarão a
vinda do Senhor,
desertarão Jerusalém em retirada para o Norte. Em Armagedão o Senhor os
apanhará e os visitará
vingadoramente como descrito em Isa. 66:15,16; Zac. 14:12,13; Apoc. 16:17 -
21, 19:20,21.
IV. A VINGANÇA DO SENHOR EM CONEXÃO COM ESTA BATALHA SERÁ
MUNDIAL
A vingança do Senhor far-se-á visitar não somente sobre os exércitos das
nações que vem
contra Jerusalém, mas também sobre todos os ímpios por todo o mundo.
Cremos que isto está
patente nas seguintes passagens: Jer. 25:15 -33; Isa. 24:17-21; 26:20,21;
34:1,2.
V. A REVELAÇÃO DESTA BATALHA COM O JULGAMENTO DAS NAÇÕES
Cremos que o julgamento das nações, como traçado em Mat. 25:31 -46, terá
logar em
conexão com a Batalha de Armagedão. cremos que Mat. 25:31 -46 é uma
figurada dos tratos de
Deus com as nações na Batalha de Armagedão e a destruição que sobrevirá. É
nisto que todos os
joios devem ser ajuntados do Seu reino e queimados (Mat. 13:40 -43). Ninguém
sobrevirá a esta
prova excepto os justos. Para a relação entre esta batalha e o julgam ento das
nações vide Joel
3:2,12,13. Notai também Joel 2:10,31; 31:15 -16; Isa. 13:10,11 em conexão com
Mat. 24:29.
VI. ESTE PERÍODO DE DESTRUIÇÃO MUNDIAL SERÁ ?O DIA DO
SENHOR?
Vide Isa. 2:12; 13:9; 34:8; Jer. 46:10; Ez. 30:3; Joel 1:15; 2:11; Amós 5:18 -20;
Obadias
15; Zac. 1:15,18; 14:1. ?O dia do Senhor? é para ser um dia de duração
prolongada (Zac. 14:6,7).
VII. UM NOVO CÉU E UMA NOVA TERRA EMERGIRÃO DO DIA DO
SENHOR
436
Vide Isa. 34:4; 65:17 -25; 2 Ped. 3:10-13.
437
Cap 44 - Os Estados Finais dos Justos e dos Ímpios
Neste capítulo preocupar-nos-emos com o local e a condição tanto dos justos
como dos
ímpios na eternidade. E tanto quanto a ressurreição e o julgamento de ambas
as classes estão
envolvidos nos seus estados finais, escolhemos considerar estes a ssuntos
neste capítulo também.
I. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
1. É PARA HAVER UMA RESSURREIÇÃO TANTO DOS JUSTOS COMO
DOS ÍMPIOS
Isto está ensinado em Daniel 12:2 iniludível e inegavelmente.
2. MAS AS DUAS CLASSES NÃO SÃO PARA RESSURGIREM JUNTAS
(1). As Escri|uras nsinam qu hav rá uma r ssurr ição s parada dos jus|os.
As passagens que ensinam isto calham em duas classes:
A. Passagens que falam de uma ressurreição ?dentre? os mortos. Há duas
passagens tais: Luc.
20:35; Fil. 3:11.
A primeira passagem reza: ?Mas os qu for m havidos por dignos d alcançar
aqu l
mundo A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS, n m hão d casar, n m s r
dados m casam n|o?.
Que este verso se refere a uma ressurreição em que só os justos falecidos
participarão mostrado
está de dois modos:
(a). A frase ?ressurreição dos mortos? é a mesma como aquela que está
sempre usada
para designar a ressurreição de Cristo (Atos 17:31; Rom. 1:4; 1 Cor. 15:20; 1
Ped. 1:3) e é
manifestamente diferente no sentido da frase genérica ?r ssurr ição dos
mor|os?. A primeira
frase não é nunca usada quando se alude tanto à ressurreição dos justos como
à dos ímpios.
Doutro lado da ressurreição de Cristo nunca se diz ser uma ?r ssurr ição dos
mor|os?. Ele foi
ressurgido dentre os mortos e assim será com os justos segundo a passagem
em foco.
438
(b). Está este ensino confirmado pelo contexto da passagem. O verso em
seguida ao em
consideração conta-nos que aqueles que participam desta ressurreição não
podem ?morr r mais,
porqu são iguais aos anjos são os filhos d D us, s ndo os filhos da
r ssurr ição?. O autor foi
uma vez abordado com estes versos como um argumento contra a
ressurreição os ímpios. Sua
resposta tomou o jeito do atual tratado. Francamente, se ela crera numa
ressurreição geral,
totalmente perdido estivera p ara responder ao argumento.
A segunda passagem acha Paulo dizendo: ?Para v r s d alguma man ira
posso ch gar
à RESSURREIÇÃO DOS MORTOS?. (Fil. 3:11). A teoria de uma ressurreição
geral torna estas
palavras sem sentido. Certamente Paulo não teria precisad o de se preocupar
com participar de
uma ressurreição geral, pois ele creu tenazmente na ressurreição tanto dos
justos como de ímpios.
Vide Atos 24:15. Também a linguagem aqui é muito forte, empregando o x,
| m xanas|asin | m
k n kron, significando, quando completamente traduzido, ?a r ssurr ição fora
d , qu é d n|r
os mor|os?. A linguagem não podia transmitir mais fortemente o sentido em
que estamos aqui
insistindo.
B. Passagens que descrevem a ressurreição dos justos somente. Tais
passagens acham-se
em 1 Cor. 15:21-23; 1 Tess. 4:14-16.
A primeira passagem aqui trata do assunto da ressurreição como se somente
os justos
serão ressuscitados ( *). Isto é compreensível só sobre um fundamento e esse é
que há uma
ressurreição em que só os justos participam.
A segunda passagem fala da ressurreição dos justos somente e não deixa
logar na ocasião
para a ressurreição dos ímpios. Os justos falecidos são para produzirem -se em
corpos vivos
transladados a encontrarem o Senhor no ar. Não há indicaçã o que Cristo vem
a terra nesse tempo,
como seria necessário, se os ímpios falecidos fossem para ser levantados e
julgados neste ponto.
Apoc. 20:5,6 fala da ?primeira? ressurreição, da qual só os justos participam.
Nossos
oponentes, sem dúvida, como já foi notado, buscam roubar a estes versos o
seu sentido
manifesto; mas note-se que a nossa interpretação deles ajusta -se exatamente
ao sentido simples
de outras passagens já citadas, ao passo que nossos oponentes devem tentar
explicar cabalmente
os versos sem amparo escriturístico específico.
439
(2). As Escrituras também descrevem a ressurreição em que ninguém senão os
ímpios figuram.
A descrição a que se refere é achada em Apoc. 20:11 -15. E notai que a
afirmação de a
?mor| o Had s foram lançados no lago d fogo? não pode significar menos
que todos os
ocupantes da morte e Hades foram neste tempo lançados no lago de fogo;
implicando,
distintamente, que os justos não se acharão entre os mortos na ocasião, tendo
sido ressurgidos
previamente. A presença do livro da vida neste julgamento não dá evidência
que seja de qualquer
escrito estar lá incluído. Estará lá como prova de que os ímpios não têm seus
nomes nele.
(3). As passagens em que se amparam nossos oponentes como ensinando
uma ressurreição geral
são inconclusivas e cedem às passagens já citadas sem sofrerem violência
As passagens em que se amparam nossos oponentes são: Dan. 12:2; João
5:28,29; Atos
24:15. Nelas observamos:
A. A associação de justos e injustos juntos na ressurreição não prova que eles
serão
ressurgidos simultaneamente. A Bíblia muitas vezes associa coisas parecidas
que estão separadas
quanto ao tempo. Como um caso a calhar podemos nos referir outra vez à
citação de Cristo de
Isa. 61:1, onde Ele se deteve no meio do verso porque a outra parte nã o tinha
que ver com o Seu
ministério corrente senão com o Seu segundo advento. Vide Lucas 4:18,19.
Assim, num breve
verso, temos um intervalo que se estendeu já por mais de mil novecentos anos.
Outra vez,
podemos citar Mal. 3:1-5 como se referindo a ambos os adventos de Cristo,
não obstante sua
separação quanto ao tempo. Como João A. Broadus aptamente diz, a
purificação mencionada
nesses versos não ?significa simplesmente que Ele purificaria indivíduos por
consumir o qu
n l s s|iv ss d f i|uoso, mas Mal. 4:1-3 mostra-o significando que Ele
purificaria a nação por
consumir os indivíduos ímpios como restolho e então os verdadeiros justos da
nação regozijar-seiam
e prosperariam?. Assim a passagem não pode ser aplicada totalmente ao
primeiro advento de
Cristo. E mais ainda, em Mat. 3:11 João Batista associou o batismo ?no
Espíri|o San|o no
fogo?, onde o verso seguinte mostra que o batismo em fogo não alude às
línguas de fogo no Dia
de Pentecostes, mas ao fogo do julgamento. Assim, mais uma vez duas coisas
separadas por
séculos são mencionadas juntas como se ocorressem no mesmo tempo.
440
B. A tradução de Dan. 12:2 por Tregelles alivia completamente esta passagem
de sua
suposta alusão a uma ressurreição da geração ? ?E mui|os d n|r os qu
dorm m no pó da | rra
d sp r|arão, s| s qu d sp r|am, s rão para a vida | rna; mas aqu l s ? o
resto dos que
dormem, que não despertam neste tempo ? serão para vergonha e nojo
eternos.?
C. João 5:28,29, pode ser entendido como se referindo a duas ressurreições
tão facilmente
como pode ser entendido como se referindo a uma. Estes versos mencionam
?a r ssurr ição
para a vida? e ?a r ssurr ição para o julgam n|o?. E o emprego de ?honra? no
verso 28 não
pode ser insistido como provando simultaneamente, desde que a ?hora? da
ressurreição
espiritual, mencionada no verso 25, cobre este tempo inteiro. ?Hora?, aqui,
quer dizer
simplesmente tempo ? o tempo está chegando, etc. Alvah Hovey observa muito
justamente a
respeito destes versos: ?Se a ressurreição das duas classes aqui men cionadas
terá logar ao mesmo,
ou em tempos deferentes, é o que não está feito perfeitamente certo por esta
linguagem; mas, se
nada há noutros logares mais do Novo Testamento incoerente com a idéia que
a ressurreição de
ambos será no mesmo tempo, isto é, ce rtamente, a interpretação mais obvia da
linguagem aqui
usada?. Concordamos; mas insistimos, e cremos que temos mostrado, que há
isso em o Novo
Testamento que é incoerente com uma ressurreição geral.
D. Interpretar Atos 24:15 como ensinando uma ressurreição geral é assentar a
Paulo em
variação consigo mesmo. Duas vezes ele descreve a ressurreição dos justos
sem mencionar os
ímpios. E uma vez ele fala do seu fervoroso desejo de ?cons guir a
r ssurr ição dos mor|os?
(Fil. 3:11), usando a linguagem mais forte p ossível para indicar que ele estava
pensando numa
ressurreição seletiva.
3. O TEMPO DA RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS
Em 1 Tes. 4:15-17 Paulo torna-o claro que os justos serão ressurgidos no
tempo da
aparição de Cristo no ar ? a primeira fase de Sua vinda; nesse tempo os santos
vivos serão
transladados e raptados também. Conquanto o mesmo escritor, em 1 Cor.
15:23, liga a
ressurreição com a parousia ou segunda fase da vinda de Cristo, que se deve,
cremos, ao fato de
Paulo, segundo um costume escriturístico já alud ido, associar juntas as duas
fases da vinda do
Salvador, não obstante sua separação no tempo. Á luz de outros exemplos tais
associação,
nenhum argumento se pode achar aqui contra nossa posição quanto à
separação temporal das
441
duas fases do segundo advento. Esta associação torna-se ainda mais natural
se, como cremos, a
primeira ressurreição for contínua, principiando com a aparência de Cristo no ar
e continuando
ao passo que os santos morrem por toda a grande tribulação e até ao milênio.
Notai no Apoc.
11:11 a ressurreição das duas testemunhas após três dias. Notai também,
como já foi apontado,
que nenhum dos justos será achado no Hades ao tempo da ressurreição dos
ímpios. Apoc. 20:14.
II. O JULGAMENTO DOS VIVOS E DOS MORTOS
Todos os homens comparecerão perante Cristo no julgamento de alguma
maneira e
nalgum tempo, porém nem todos da mesma maneira e no mesmo tempo.
Notai:
1. O JULGAMENTO DOS GENTIOS VIVOS
Mat. 25:31-46. Isto é para ter logar quando Cristo vier para reinar. Marcará o
fim desta
época ou era e o começo da era milenial. Haverá três classes presentes neste
julgamento ?
ovelhas, bodes e irmãos, mas somente ovelhas e bodes serão envolvidos no
julgamento. Estes
serão separados na base de como trataram os irmãos de Cristo, não na base
de como se trataram
mutuamente. A única idéia sensível é que estes irmãos de Cristo são judeus
crentes, que pregarão
o Evangelho durante o período da grande tribulação. De baixo da besta
ninguém pode favorecer a
estes missionários judeus, exceto em risco de morte e ninguém ousará faze-lo
exceto crentes.
Assim será possível fazer uma separação infalível nesta base; não que o bom
tratamento dos
judeus é o que salvará os gentios, mas antes o que indicará que estão salvos.
As ovelhas aqui são
aqueles que deverão ser salvos durante a grande tribulação. Este julgamento é
manifestamente de
nações como indivíduos e não no agregado. Uma nação como tal, aparte dos
indivíduos que a
compõem, não pode ser lançada no ?fogo | rno, pr parado para o diabo
s us anjos? (vs. 41).
Para referência do Velho Testamento a este julgamento vide Joel 3:2,11a14.
2. O JULGAMENTO DA NAÇÃO JUDAICA.
Acima apontamos que os ?irmãos não são julgados com os gentios. Assim está
implicado
para eles um julgamento separado. A este julgamento as Escrituras fazem
alusão definita. Vide
Isa. 1:25,27,28; 4:4; Zac. 13:8,9; Mal. 3:3. Este julgamento terá logar em
conexão com a
conversão de Israel?.
442
3. O JULGAMENTO DAS OBRAS DOS CRENTES GLORIFICADOS.
Vide 2 Tim. 4:8; Fil. 2:16; 1 Ped. 5:4; Apoc. 22:12. Os pecad os dos crentes já
foram
julgados. O crente não pode nunca entrar em condenação por eles. Mas suas
obras serão julgadas.
1 Cor. 3:13-15. Nada há penal sobre este julgamento. O crente ou recebe
recompensa ou perdas
de acordo com o que ele fez e com a qualida de de sua obra.
4. O JULGAMENTO DOS PERDIDOS FALECIDOS.
Apoc. 20:11-15. Isto terá logar no fim da pequena sasão durante a qual
Satanás será solto
em seguida ao milênio. Logo antes deste julgamento os ímpios na terra serão
mortos. Apoc. 20:9.
Então todos os ímpios, incluindo talvez aqueles julgados em Mat. 25:31 -46,
serão ressurgidos,
julgados e lançados no lago de fogo. Tentem como puderem, nossos
oponentes não podem
indicar um simples indício de que isto é para ser um julgamento geral. Eles
tentam identificar este
julgamento com o descrito em Mat. 25:31 -46, mas notemos:
5. CONTRASTES ENTRE ESTE JULGAMENTO E O JULGAMENTO DOS
GENTIOS
VIVOS EM MAT. 25.
443
EM MATEUS 25:31-46 EM APOCALIPSE 20:11-15
1. Ninguém se menciona exceto os vivos 1. Ninguém se menciona
exceto
os mortos ressuscitados.
2. O juízo está explicitamente ligado com a
segunda vinda de Cristo
2. Nenhuma menção é feita da
segunda
vinda de Cristo em conexão com o
julgamento, imediata.
3. Não há indícios do milênio, nem mesmo
qualquer lugar perceptí vel para um milênio
de justiça precedendo este julgamento.
3. Está definitivamente afirmado que o
julgamento vem ao cabo da ?pequena sasão?,
durante a qual Satanaz é solto depois do
milênio
4. Nada se diz do julgamento de Satanás. 4. O julgamento e a perdi ção de
Satanaz
estão claramente revelados.
5. A base do julgamento é o tratamento
dispensado aos irmãos de Cristo.
5. Nenhuma menção está feita dos irmãos de
Cristo.
6. Duas classes se distinguem: ovelhas e
bodes ? salvos e perdidos.
6. Nenhuma menção está feita de quaisquer,
exceto aqueles lançados no lago de fogo.
Cada um destes contrastes ajusta-se belamente ao sistema pré milenial, ao
passo que cada
um deles está morto contra a idéia de nossos oponentes. Muitos deles eles os
ignoraram. Uns
poucos deles eles tentam descartar. Agora, que será dito da lógica daqueles
que rejeitam uma
idéia em que entram estes contrastes e depois adotam uma teoria que está em
variação com cada
um deles?
Ainda mais, achamos que a besta e o falso profeta já estão no lago de fo go
antes deste
julgamento começar. Nossos oponentes não têm explicação para este fato,
desde que a besta
444
(sendo manifestamente a mesma que o homem do pecado) é para ser
destruída na segunda vinda
de Cristo. Se este julgamento ocorre na segunda vinda de Cristo, como explicar
o fato de a besta
e o falso profeta já estarem no lago de fogo?
6. PASSAGENS QUE SÃO TIDAS POR ENSINAREM UM JULGAMENTO
GERAL.
As passagens usadas como textos provas pelos advogados de um juízo geral,
são: Mat.
7:22; João 5:28,29; Ato s 17:31; Rom. 2:5-9; 2:16; 14:10; 2 Cor. 5:10; 2 Tim.
4:1; 4:8; 2 Ped. 3:7;
Apoc. 11:18. A respeito destas passagens observamos:
(1). Ma|. 7:22; A|os 17:31; Rom. 2:5 -9; 2:16; 2 P d. 3:7 Apoc. 1:18 |odas s
r f r m ao
julgam n|o das naçõ s como d scri|o m Ma|. 25:31-46.
Objeta-se que Rom. 2:9 menciona os judeus, nós respondemos que o
julgamento dos
judeus (nação) ocorrerá em íntima conexão com este julgamento,
provavelmente logo antes ou
logo depois. Ambos virão como uma parte do ?dia da ira e revelação d o juízo
justo? de Deus. Se
disser que Rom. 2:5 implica que o povo então vivo estaria no julgamento
aludido, o que não será
o caso segundo nossa idéia, respondemos que isto é na base do fato que a
segunda vinda de
Cristo é comumente representada como um evento que podia ocorrer durante
essa geração. Notai
em 1 Tess. 4:17 como Paulo usa ?nós? em conexão com o aparecimento de
Cristo. As palavras
?o | mpo dos mor|os para qu s jam julgados? , em Apoc. 11:18 não significam
que os ímpios
falecidos serão ressurgido s e julgados nesse tempo referido. Este verso
encontra sua simples
explicação em Apoc. 6:10, onde as almas dos mártires debaixo do altar
clamam ?A|é quando, ó
S nhor, san|o v rdad iro, não JULGAS E VINGAS NOSSO SANGUE NOS
QUE MORAM NA
TERRA?? Os mártires trucidados são para neste tempo serem julgados no
sentido de serem
vingados na ira de Deus sobre as nações da terra.
(2). Quan|o a João 5:28,29, já mos|ramos qu s|a passag m não é
conclud n| m nsinar uma
r ssurr ição g ral.
O mesmo, portanto, é verdade com referência a um julgamento geral.
445
(3). Rom. 14:10; 2 Cor. 5:10 2 Tim. 4:1, cr mos, pod m s r ad quadam n|
agrupadas jun|as
como nsinando qu |odos ? salvos p rdidos, vivos mor|os d v m s r
julgados, conform
diss mos m nossa d claração inicial sob a pígraf d julgam n|o.
Mas, nem essas passagens, nem outras quaisquer, ensinam que todos devem
ser julgados
no mesmo tempo e da mesma maneira.
(4). 2 Tim. 4:8 r f r -s ao julgam n|o das obras dos cr n| s.
Já tratamos deste julgamento. É para vir, segundo esta passagem, no
aparecimento de
Cristo ? primeira fase de Sua vinda.
III. A PUNIÇÃO FINAL DOS ÍMPIOS
1. SERÁ ETERNA.
Mat. 25:41; Apoc. 14:11. O sentido pleno destas passagens é que a punição
dos ímpios
será sem fim.
2. CONSISTIRÁ DE SOFRIMENTO CONSCIENTE.
Na última passagem a cima dada é nos dito que os ímpios ?não terão
descanso de dia nem
de noite?. Isso envolve sofrimento consciente. Alguns contendem que a
punição final dos ímpios
consistirá somente de aniquilamento. A passagem preced ente nega isto. Não
obstante,
examinaremos os fundamentos desta contenção. São:
(1). Malaquias 4:1-3
Esta passagem refere-se somente à destruição física dos ímpios logo prévia ao
assentamento do reino milenial. Esta passagem, em substância, é paralela a
Isa. 24:17-22,
26:20,21; 34:1,2; 66:15,16,24; Zac. 14:12 -15; Mat. 25:41-46; 2 Ped. 3:7. Esta
destruição terá
logar em conexão com a batalha de Armagedon, mas aqui não há
aniquilamento. Isto é claro de
Isa. 24:22 e 66:24.
(2). A d scrição d s|a punição como a ?s gunda mor| ?.
446
A ?segunda morte? corresponde à morte da raça de Adão e não a morte física.
Por esta
morte o homem foi incapacitado para a comunhão de Deus e trazido sob a ira
de Deus, mas não
foi posto além da esperança ou alcance de Deus. A ?segund a morte? traz a
execução da ira de
Deus pela ?con|inuação da mor| spiri|ual numa ou|ra xis|ência s m | mpo?.
(E. G.
Robinson); um banimento completo da presença de Deus. Assim a ?segunda
morte? não implica
inexistência mais do que o presente estado de m orte espiritual do pecador.
Marcos 9:48 mostra
claramente que os ímpios no Geêna retêm existência consciente. ?Salgados
com fogo? pode
significar que o fogo terá com o sal uma qualidade conservadora.
(3). A d claração qu os incrédulos d v m p r c r.
Lucas 13:3; Atos 8:20; 1 Cor. 1:18. Mas, que este perecer não denota
aniquilamento, está
provado pelo fato que a palavra grega em Atos 8:20 é a mesma palavra usada
para descrever a
perdição da besta (Apoc. 17:8), e achamos que a besta ainda está no lago de
fogo mil anos mais
tarde (Apoc. 20:10). Um ser aniquilado não pode nunca estar em logar algum
depois. A palavra
grega nas outras duas passagens é a mesma palavra usada para ?perdidos?
em Mat. 10:6; Luc.
15:24; 19:10; 2 Cor. 4:3, onde aniquilação não pode ser o sentido.
(4). A r pr s n|ação da punição final dos ímpios como d s|ruição
Rom. 9:22; 2 Tess. 1:9. A palavra grega em Rom. 9:22 é a mesma como
perdição em
Apoc. 17:8, que não expressa aniquilamento, como faz pouco apontamos
acima. E a palavra
grega em 2 Tess. 1:9 é a mesma usada para a destruição da natureza carnal
em 1 Cor. 5:5; e
sabemos que a natureza carnal não é aniquilada nesta vida.
Finalmente, o fato que há de haver graus de punição, por causa do qual ela
será ?mais
tolerável? para uns do que para o utros (Mat. 11:20-24) mostra que a punição
final do pecador não
é aniquilamento, porque, num caso tal todos os pecadores sofreriam a mesma
penalidade e seria
tolice falar de aniquilamento como sendo mais tolerável para uns do que para
outros.
(5). A r pr s n|ação scri|urís|ica d imor|alidad como algo a s r buscado
p lo hom m (Rom.
2:7), r v lada p lo Evang lho (2 Tim. 1:10), é só cons guida na r ssurr ição
dos jus|os (1 Cor.
15:53,54).
447
Destes fatos se argue que os ímpios, não tendo conseguido a imortalidade por
meio do
Evangelho, cessam de existir na morte ou subseqüentemente. Mas a
imortalidade nestas
passagens, à luz de Marcos 9:48; Lucas 16:22 e Apoc. 14:11, não pode ser
entendida como
significando mera existência sem fim ou isenção de aniquil amento; antes quer
dizer completa
imortalidade, incluindo o corpo bem como a alma. De fato, isto é o único
sentido em que o Novo
Testamento usa a palavra. Ele nunca faz a imortalidade significar mera
existência sem fim da
alma. (Contudo a palavra inglesa t em este sentido e a palavra grega foi assim
empregada no
grego clássico). Logo, não há absolutamente força no argumento que o homem
deve conseguir
isenção do aniquilamento por meio do Evangelho e da ressurreição.
3. SERÁ DE ACORDO COM O SEU MERECIMENTO.
Mat. 11:21-24; Luc. 12:47-48; Rom. 2:6,12; Apoc. 20:13. Estas passagens
ensinam que
haverá graus de punição baseada na luz possuída pelo indivíduo e segundo
suas ações.
IV. A BEM AVENTURANÇA FINAL DOS JUSTOS.
Isto está descrito em Apoc. 21, onde se vê a Nova Jerusalém do céu para a
nova terra. Os
salvos formarão esta cidade celestial. Haverá para eles completa satisfação.
Todo aborrecimento
e causa de tristeza se acabam. À semelhança do seu Salvador os salvos
aquentar-se-ão para
sempre na luz solar do amor de Deus, adorando-O e servindo-O, regozijando-
se na Sua
comunhão e na de uns e outros.
Talvez "glória" é aquela palavra que melhor descreve a felicidade dos justos.
Vide Rom.
8:18; 2 Cor. 4:17; Col. 1:27; Heb. 2:10; 1 Ped. 5:1. Esta glória consistirá em ser
?glorificados
juntamente? com Cristo, aquinhoando -se igualmente com Ele de toda a Sua
glória adquirida, isto
é, a glória que Lhe será conferida por causa de Sua obediência aqui na terra e
Sua obra redentora.
Somos co-herdeiros com Ele da Sua glória. Vide R om. 8:17.
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* É impossível por são exegese fazer a clausula ?assim |ambém |odos s rão
vivificados m
Cris|o? abarcar os ímpios. Os ímpios não serão vivificados ? m Cris|o?. Sua
ressurreição é
matéria de justiça e não algo que derive da expiação. Se não houvera
expiação, a mesma justiça
que ora exige sua ressurreição tê -la-ia exigido da mesma maneira. A
linguagem do verso inteiro
tem seu paralelo em Rom. 5:18, onde os ?|odos os hom ns?, sobre quem o
julgamento veio, são
todos descendentes de Abraão; ao pa sso que os ?|odos hom ns?, sobre quem
o livre dom para
justificação de vida veio, são todos crentes. 

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