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REGRA NÃO BULADA

PROCASP - Província dos Capuchinhos de São Paulo

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PROLOGUS PRÓLOGO

1 In nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti! 1 Em nome do Pai e do Filho e do Espírito


Santo!
2 Haec est vita evangelii Jesu Christi, quam 2 Esta é a vida do Evangelho de Jesus Cristo,
frater Franciscus petiit a domino papa concedi que Frei Francisco pediu que lhe fosse
et confirmari sibi. Et ille concessit et concedida e confirmada pelo senhor Papa. E ele
confirmavit sibi et suis fratribus habitis et o concedeu e confirmou para si e seus frades,
futuris. presentes e futuros.
3 Frater Franciscus et quicumque erit caput 3 Frei Francisco e todo o que for cabeça desta
istius religionis promittat obedientiam domino religião, prometa obediência e reverência ao
Innocentio papae et reverentiam et suis senhor Papa Inocêncio e a seus sucessores.
successoribus. 4 E todos os outros frades estejam obrigados a
4 Et omnes alii fratres teneantur obedire fratri obedecer a Frei Francisco e a seus sucessores.
Francisco et eius successoribus.
CAP. I: QUOD FRATRES DEBENT VIVERE CAP. I. QUE OS FRADES DEVEM VIVER SEM
SINE PROPRIO ET IN CASTITATE ET PRÓPRIO E EM CASTIDADE E OBEDIÊNCIA
OBEDIENTIA

1 A regra e vida destes frades é esta, a saber,


1 Regula et vita istorum fratrum haec est, viver em obediência, em castidade e sem
scilicet vivere in obedientia, in castitate et sine próprio, e seguir a dou-trina e os vestígios de
proprio, et Domini nostri Jesu Christi doctrinam nosso Senhor Jesus Cristo, que diz:
et vestigia sequi (cfr. 1Petr 2,21), qui dicit: 2 "Se queres ser perfeito, vai e vende tudo (cfr.
2 “Si vis perfectus esse, vade et vende omnia Lc 18,22) que tens, e dá aos pobres e terás um
(Lc 18,22) quae habes, et da pauperibus et tesouro no céu; e vem, segue-me" (Mt 19,21).
habebis thesaurum in caelo; et veni, sequere 3 E: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a
me” (Mt 19,21). si mesmo e tome a sua cruz e me siga" (Mt
3 Et: “Si quis vult post me venire, abneget 16,24).
semetipsum et tollat crucem suam et sequatur 4 Do mesmo modo: "Se alguém quer vir a mim
me” (Mt 16,24). e não odeia pai e mãe e mulher e filhos e
4 Item: “Si quis vult venire ad me et non odit irmãos e irmãs, e também sua própria vida,
patrem et matrem et uxorem et filios et fratres não pode ser meu discípulo" (Lc 14, 26).
et sorores, adhuc autem et ani-mam suam, 5 E: "Todo aquele que deixar pai ou mãe,
non potest meus esse dis-cipulus” (Lc 14,26). irmãos ou irmãs, esposa ou filhos, casas ou
5 Et: “Omnis, qui reliquerit patrem aut campos por causa de mim, re-ceberá o
matrem, fratres aut soro-res, uxorem aut filios, cêntuplo e possuirá a vida eterna" (Mt 19,29;
domos aut agros propter me, centu-plum Mc 10,29; Lc 18,29).
accipiet et vitam aeternam possi-debit” (Mt
19,29; Mc 10,29; Lc 18,29).
CAP. II: DE RECEPTIONE ET VESTIMENTIS CAP. II. DA RECEPÇÃO E VESTES DOS
FRATRUM FRADES

1 Si quis divina inspiratione volens accipere 1 Se alguém, querendo por inspiração divina
hanc vitam venerit ad nostros fratres, benigne receber esta vida, vier aos nossos frades, seja
recipiatur ab eis. benignamente recebido por eles.
2 Quodsi fuerit firmus accipere vitam nostram, 2 E se estiver firme para receber nossa vida,
multum caveant sibi fratres, ne de suis guardem-se muito os frades de intro-meter-se
temporalibus negotiis se intromit-tant, sed ad em seus negócios temporais, mas o
suum ministrum, quam citius possunt, eum reapresentem logo que puderem ao seu
repraesen-tent. ministro.
3 Minister vero benigne ipsum recipiat et 3 O ministro, porém, receba-o benigna-mente e
confortet et vitae nos-trae tenorem sibi o conforte, e lhe exponha diligen-temente o
diligenter exponat. teor de nossa vida.
4 Quo facto, praedictus, si vult et potest 4 Feito isso, o predito, se quiser e puder
spiritualiter sine impedi-mento, omnia sua espiritualmen-te sem impedimento, venda tudo
vendat et ea omnia pau-peribus studeat ero- que é seu e procure dar tudo aos pobres.
gare. 5 Guardem-se os frades e o ministro dos frades
5 Caveant sibi fratres et minister fra-trum, de se intrometer de modo algum em seus
quod de negotiis suis nullo modo intromittant negócios
se 6 e não recebam pecúnia alguma nem por si
6 neque recipiant aliquam pecuniam neque per nem por pessoa inter-mediária.
se neque per in-terpo-sitam personam. 7 Mas, se precisarem, podem os frades receber
7 Si tamen indigent, alia necessaria corporis outras coisas necessárias para o corpo, menos
praeter pecuniam recipere pos-sunt fratres dinheiro, por causa da necessidade, como os
causa necessitatis sicut alii pau-peres. outros pobres.
8 Et cum reversus fuerit, minister con-cedat ei 8 E quando tiver voltado, o ministro conceda-
pannos probationis usque ad an-num, scilicet lhe os panos da provação para um ano, isto é,
duas tunicas sine caputio et cingulum et duas túnicas sem capuz e o cíngulo e as bragas
braccas et caparonem usque ad cingulum. e um caparão até o cíngulo.
9 Finito vero anno et termino probatio-nis 9 Mas acabado o ano e término da provação,
recipiatur ad obedi-entiam. seja recebido na obediência.
10 Postea non licebit ei ad aliam reli-gionem 10 Depois não lhe será lícito entrar em outra
accedere neque “ext-ra obedien-tiam evagari” religião nem "vagar fora da obediência" de
iuxta mandatum domini papae et se-cundum acordo com o mandato do senhor papa e
evangelium; quia ”nemo mittens manum ad segundo o evangelho; porque "ninguém que
aratrum et aspiciens retro aptus est regno Dei” põe a mão no arado e olha para trás é apto
(Lc 9,62). para o reino de Deus" (Lc 9,62).
11 Si autem aliquis venerit qui sua dare non 11 Mas se vier algum que não pode dar seus
potest sine impedi-mento et habet spi-ritualem bens sem impedimento e tem vontade
voluntatem, relinquat illa et suf-fi-cit sibi. espiritual, deixe-os e lhe baste.
12 Nullus recipiatur contra for-mam et 12 Ninguém seja recebido contra a forma e a
institutionem sanctae Ec-clesiae. instituição da santa Igreja.
13 Alii vero fratres qui promiserunt 13 Mas os outros frades que promete-ram
obedientiam habeant unam tunicam cum obediência tenham uma túnica com capuz e
caputio, et aliam sine caputio, si necesse fue- outra sem capuz, se for necessário, e o cíngulo
rit, et cingulum et braccas. e as bragas.
14 Et omnes fratres vilibus vestibus induantur, 14 E todos os frades vistam-se de rou-pas vis e
et possint eas repeciare de sac-cis et aliis possam remendá-las com sacos e outros
peciis cum benedictione Dei; quia dicit retalhos com a bênção de Deus, porque diz o
Dominus in evangelio: “Qui in veste pretiosa Senhor no evangelho: "Os que estão em vestes
sunt et in deliciis” (Lc 7,25) et “qui mollibus preciosas também es-tão em delícias" (Lc 7,25)
vestiuntur, in domibus re-gum sunt” (Mt 11, e "os que se vestem de moles estão nas casas
8). dos reis" (Mt 11,8).
15 Et licet dicantur hypocritae, non ta-men 15 E mesmo que os chamem de hipócritas,
cessent bene facere nec quaerant ca-ras vestes todavia não deixem de fazer o bem nem
in hoc saeculo, ut possint habere vesti-mentum procurem roupas caras neste século, para
in regno caelorum. poderem ter um vestimento no reino dos céus.
CAP. III: DE DIVINO OFFICIO ET IEIUNIO CAP. III. DO OFÍCIO DIVINO E DO JEJUM

1 Dicit Dominus: Hoc genus daemo-nio-rum 1 Diz o Senhor: Este tipo de demônios não
non potest exire nisi in ieiunio et ora-tione (cfr. pode sair senão com jejum e oração (cfr. Mc
Mc 9,28); 9,28);
2 et iterum: “Cum ie-iunatis nolite fieri sicut 2 e ainda: "Quando jejuardes não vos façais
hypocritae tristes” (Mt 6,16). tristes, como os hipócritas" (Mt 6,16).
3 Propter hoc omnes fratres sive clerici sive 3 Por isso todos os frades, tanto clérigos como
laici faciant divi-num officium, laudes et leigos, façam o ofício divi-no, os louvores e as
orationes, secun-dum quod debent facere. orações, conforme o que devem fazer.
4 Clerici faciant officium et dicant pro vivis et 4 Os clérigos façam o ofício e rezem pelos vivos
pro mortuis se-cundum consuetu-dinem e pelos mortos segundo o cos-tume dos
clericorum. clérigos.
5 Et pro defectu et ne-gligentia fratrum dicant 5 E pelos defeitos e ne-gligências dos frades
omni die Miserere mei Deus (Ps 50) cum Pater digam todo dia Mi-serere mei Deus (Sl 50) com
noster ; o Pai nosso;
6 et pro fratribus defunctis dicant De profundis 6 e pelos frades defuntos digam De pro-fundis
(Ps 129) cum Pater noster . (Sl 129) com o Pai nosso.
7 Et libros tantum necessarios ad im-plendum 7 E só podem ter os livros necessários para
eorum officium possint habere. cumprir seu ofício.
8 Et laicis etiam scientibus legere psalterium 8 E também aos leigos que sabem ler o saltério
liceat eis habere illud. seja permi-tido tê-lo.
9 Aliis vero nescientibus litteras librum habere 9 Mas aos outros que não sabem letras não
non liceat. seja permitido ter livro.
10 Laici dicant Credo in Deum et viginti 10 Os leigos digam o Credo in Deum e vinte e
quattuor Pater noster cum Gloria Patri pro quatro Pater noster com Gloria Patri pelas
matutino; pro laudibus vero quinque; pro matinas; e por laudes, cinco; por prima Credo
prima Credo in Deum et septem Pater noster in Deum e sete Pater noster com Gloria Patri;
cum Gloria Patri ; pro sexta et nona et por sexta e noa e cada hora sete, por vésperas
unaquaque hora septem; pro ves-peris doze; por completas Credo in Deum e sete
duodecim; pro completorio Credo in Deum et Pater noster com Gloria Patri; pelos mortos
septem Pater noster cum Gloria Patri ; pro sete Pater noster com requiem aeternam; e
mortuis septem Pater nos-ter cum requiem pelos defeitos e negligências dos frades três
aeternam ; et pro defectu et negligentia fra- Pater noster todos os dias.
trum tria Pater noster omni die. 11 E igualmente todos os frades jejuem da
11 Et similiter omnes fratres ieiunent a festo festa de Todos os Santos até o Na-tal e da
Omnium Sanctorum usque ad Natale et ab Epifania, quando nosso Se-nhor Jesus Cristo
Epiphania, quando Dominus noster Jesus começou a jejuar até a Páscoa.
Christus incepit ieiunare usque ad Pascha. 12 Mas em outros tempos não se-jam obriga-
12 Aliis vero temporibus non te-neantur dos a jejuar segundo esta vida a não ser na
secundum hanc vitam nisi sexta feria ieiunare. sexta-feira.
13 Et liceat eis manducare de omnibus cibis, 13 E seja-lhes licito comer de todos os
qui apponuntur eis, secundum evan-gelium alimentos que lhes são servi-dos, segundo o
(cfr. Lc 10,8). evangelho (cfr. Lc 10,8).
CAP. IV: DE MINISTRIS ET ALIIS CAP. IV. DOS MINISTROS E DOS OUTROS
FRATRIBUS QUALITER ORDINENTUR FRADES, COMO SE ORGANIZAM

1 In nomine Domini! 1 Em nome do Senhor!


2 Omnes fratres, qui constituuntur mi-nistri et 2 Todos os fra-des que são constituídos
servi aliorum fratrum, in provin-ciis et in locis, ministros e servos dos outros frades, coloquem
in quibus fuerint, collocent suos fratres quos seus frades nas províncias e lugares em que
saepe visitent et spiritualiter moneant et estiverem, e sempre os visitem e admoestem
confortent. espiritualmente e confortem.
3 Et omnes alii fratres mei benedicti diligenter 3 E todos os meus outros frades benditos
obediant eis in his quae spectant ad salutem obedeçam-lhes dili-gentemente no que diz
animae et non sunt contraria vitae nostrae. respeito à salvação da alma e não é contrário à
4 Et faciant inter se sicut dicit Domi-nus: nossa vida.
“Quaecumque vultis, ut faciant vobis homines, 4 E ajam entre si como diz o Senhor: "Tudo
et vos facite illis” (Mt 7,12); que quereis que os homens vos façam, fazei-o
5 et: “Quod non vis tibi fieri, non facias alteri” para eles": (Mt 7,12;
(Tob 4,16). 5 e "o que não queres que te façam, não faças
6 Et recordentur ministri et servi, quod dicit ao outro" (Tb 4,16).
Dominus: “Non veni ministrari sed ministrare” 6 E lembrem os ministros e servos que diz o
(Mt 20,28) et quia commissa est eis cura Senhor: "Não vim para ser servido mas para
animarum fratrum, de quibus, si aliquid servir" (Mt 20,28) e que lhes foi confiada a
perderetur propter eorum cul-pam et malum solicitude pelas almas dos frades, dos quais, se
exemplum, in die iudicii oportebit eos reddere algo se perder por sua culpa e mau exemplo,
rationem (cfr. Mt 12, 36) coram Domino Jesu no dia do juízo terão que dar contas (cfr. Mt
Christo. 12,36), diante do Senhor Jesus Cristo.
CAP. V. DE CORRECTIONE FRATRUM IN CAP. V. DA CORREÇÃO DOS FRADES EM
OFFENSIONE PECADO

1 Ideoque animas vestras et fratrum vestrorum 1 Portanto guardai vossas almas e as dos
custodite; quia “horrendum est incidere in vossos frades; porque "é horrível cair nas mãos
manus Dei viventis” (Hebr 10,31). do Deus vivo" (Hb 10,31.
2 Si quis autem ministrorum alicui fratrum 2 Por isso se algum dos ministros desse ordem
aliquid contra vitam nostram praeciperet vel a algum dos frades contra nossa vida ou contra
contra animam suam, non teneatur ei obedire; sua alma, não terá que obedecer-lhe; porque
quia illa obedientia non est, in qua delictum vel não é obediência essa em que se comete delito
peccatum committitur. ou pecado.
3 Verumtamen omnes fratres qui sunt sub 3 Entretanto, todos os frades que estão sob os
ministris et servis, facta ministrorum et ministros e servos, considerem os feitos dos
servorum considerent rationabiliter et ministros e servos racional e diligentemente,
diligenter, 4 e se virem que algum deles caminha carnal e
4 et si viderint aliquem illorum carnali-ter et não espiritualmen-te, em vez da retitude de
non spiritualiter ambulare pro recti-tudine vitae nossa vida, se não se emendar depois da
nostrae, post tertiam ad-moni-tionem, si non terceira admo-estação, denunciem-no no
se emendaverit, in ca-pitulo Pentecostes capítulo de Pentecostes ao ministro e servo de
renun-tient ministro et servo totius fraternitatis toda a fraternidade, sem que o impeça
nulla contradic-tione impediente. nenhuma contradição.
5 Si vero inter fratres ubicumque fuerit aliquis 5 Mas se entre os frades, onde quer que seja,
frater volens carnaliter et non spi-ritualiter houver algum frade que queira andar carnal e
ambulare, fratres, cum quibus est, moneant não espiritualmente, os frades, com os quais
eum, instruant et corripiant humiliter et está, avisem-no, instruam e corrijam humilde e
diligen-ter. diligentemente.
6 Quod si ille post tertiam admonitio-nem 6 E se ele, depois da terceira admoes-tação,
noluerit se emendare, quam citius possunt, não quiser se emendar, mandem-no o mais
mittant eum vel significent suo ministro et depressa que puderem ou avi-sem seu ministro
servo, qui minister et servus de eo faciat sicut e servo, o qual ministro e servo faça dele como,
sibi secundum Deum melius videbitur expedire. segundo Deus, melhor lhe parecer conveniente.

7 Et caveant omnes fratres tam ministri et 7 E guardem-se todos os frades, tanto


servi quam alii, quod propter peccatum alterius ministros e servos como os outros, de per-
vel malum non turbentur vel iras-cantur, quia turbar-se ou irar-se pelo pecado ou mal do
diabolus propter delictum unius multos vult outro, porque o diabo quer corromper muitos
cor-rumpere; pelo delito de um;
8 sed spiri-tualiter, sicut melius possunt, 8 mas, espiritualmente, como melhor puderem,
adiuvent il-lum qui pec-cavit, quia non est ajudem o que pecou, porque não precisam de
sanis opus medicus, sed male habentibus (cfr. médico os sãos mas os que estão mal (cfr. Mt
Mt 9,12 cum Mc 2,17). 9,12 com Mc 2,17).
9 Similiter omnes fratres non habeant in hoc 9 Semelhantemente, todos os frades não
potestatem vel do-minationem ma-xime inter tenham nisso poder ou domínio entre si.
se. 10 Pois, como diz o Senhor no evan-gelho: "Os
10 Sicut enim dicit Dominus in evan-gelio: príncipes dos povos os dominam, e os que são
“Principes gentium domi-nantur eo-rum, et qui maiores exercem poder sobre eles", (Mt
maiores sunt potes-tatem exercent in eos” , 20,25), mas não será assim entre os irmãos
(Mt 20,25), non sic erit inter fratres (cfr. Mt (cfr. Mt 20,26);
20,26a); 11 e todo que quiser entre eles ser o maior
11 et qui-cumque voluerit inter eos maior fieri seja seu ministro (cfr. Mt 20,26) e servo;
sit eorum minister (cfr. Mt 20,26b) et ser-vus; 12 e quem é o maior entre eles faça-se como o
12 et qui maior est inter eos fiat sicut minor menor (Lc 22,26).
(Lc 22,26). 13 E nenhum frade faça mal ou fale mal ao
13 Nec aliquis frater malum faciat vel malum outro;
dicat alteri; 14 antes, pela caridade do espírito, sirvam e
14 immo magis per ca-ritatem spiritus obedeçam uns aos outros (cfr. Gl 5,13).
voluntarie serviant et obe-diant invicem (cfr. 15 E esta é a verdadeira e santa obe-diência de
Gal 5,13). nosso Senhor Jesus Cristo.
15 Et haec est vera et sancta obedientia 16 E todos os frades, quantas vezes se
Domini nostri Jesu Christi. desviarem dos mandatos do Senhor e va-
16 Et omnes fratres, quoties declinave-rint a garem fora da obediência, como diz o pro-feta
mandatis Domini et extra obedien-tiam (Sl 118,21), saibam que são malditos fora da
evagaverint, sicut dicit propheta (Ps 118, 21), obediência enquanto esti-verem em tal pecado
sciant se esse maledictos extra obe-dientiam cientemente.
quousque ste-terint in tali peccato scienter. 17 E quan-do perse-verarem nos mandatos do
17 Et quando perseverave-rint in man-datis Senhor, que prometeram pelo santo evan-gelho
Domini, quae promi-serunt per sanctum e por sua vida, saibam que estão na verda-
evangelium et vitam ipsorum, sciant se in vera deira obediência, e são abençoados pelo
obedientia stare, et bene-dicti sint a Domino. Senhor.
CAP. VI: DE RECURSU FRATRUM AD CAP. VI: DO RECURSO DOS FRADES AOS
MINISTROS ET QUOD ALIQUIS FRATER MINISTROS E QUE NENHUM FRADE SE
NON VOCETUR PRIOR CHAME PRIOR

1 Fratres, in quibuscumque locis sunt, si non 1 Os frades, em qualquer lugar que estão, se
possunt vitam nos-tram observare, quam citius não podem observar nossa vida, logo que
possunt, recurrant ad suum minis-trum hoc sibi puderem, recorram a seu mi-nistro,
significantes. manifestando isso.
2 Minis-ter vero taliter eis studeat pro-videre, 2 Mas o ministro procure provê-los de tal
sicut ipse vellet sibi fieri, si in con-simili casu maneira, como ele mesmo quisera que se lhe
esset. fizesse, se estivesse em caso semelhante.
3 Et nullus vocetur prior, sed genera-liter 3 E nenhum se chame prior, mas em geral
omnes vocentur fratres minores. todos se chamem frades meno-res.
4 Et alter alterius lavet pedes (cfr. Joa 13,14). 4 E um lave os pés do outro (cfr. Jo 13,14).
CAP. VII: DE MODO SERVIENDI ET CAP. VII: DO MODO DE SERVIR E DE
LABORANDI TRABALHAR

1 Omnes fratres, in quibuscumque locis 1 Todos os frades, em qualquer lugar em que


steterint apud alios ad serviendum vel estiverem em casa de outros para servir ou
laborandum, non sint camerarii neque cancel- trabalhar, não sejam mordomos nem
larii neque praesint in domibus in quibus chanceleres nem estejam à frente das casas
serviunt; nec reci-piant aliquod officium quod em que servem; nem recebam algum emprego
scandalum generet vel animae suae faciat que cause escândalo ou produza detrimento
detrimentum (cfr. Mc 8,36); para sua alma (cfr. Mc 8,36);
2 sed sint minores et subditi omnibus, qui in 2 mas sejam menores e submissos a todos que
eadem domo sunt. estão na mesma casa.
3 Et fratres, qui sciunt laborare, labo-rent et 3 E os frades, que sabem trabalhar, tra-balhem
eandem artem exer-ceant, quam noverint, si e exerçam o mesmo ofício que sa-bem, se não
non fuerit contra salutem animae et honeste for contra a salvação da alma e puder ser feito
poterit operari. honradamente.
4 Nam propheta ait: “Labores fructuum tuorum 4 Pois diz o profeta: "Comerás os trabalhos dos
manducabis; beatus es et bene tibi erit” (Ps teus frutos; és feliz e estarás bem" (Sl 127,2);
127,2); 5 e o apóstolo: "Quem não quer trabalhar, não
5 et apostolus: “Qui non vult operari non coma" (cfr. 2Ts 3,10);
manducet (cfr. 2Thess 3,10); 6 e: Cada um fique na arte e ofício em que foi
6 et: Unusquisque in ea arte et offi-cio, in quo chamado (cfr. 1Cor 7,24).
vocatus est, per-maneat (cfr. 1Cor 7,24). 7 E pelo traba-lho possam receber tudo que for
7 Et pro labore possint re-cipere omnia neces-sário, menos dinheiro.
necessaria praeter pecu-niam. 8 E quando for necessário, vão pela esmola
8 Et cum necesse fuerit, vadant pro como os outros pobres.
eleemosynis sicut alii paupe-res. 9 E possam ter ferramentas e instru-mentos
9 Et liceat eis habere ferramenta et convenientes para seus ofícios.
instrumenta suis artibus op-portuna. 10 Todos os frades esforcem-se por suar em
10 Omnes fratres studeant bonis ope-ribus boas obras (S Greg M Hom 13 in Ev.), porque
insudare, quia scriptum est: Semper facito está escrito: Faz sempre alguma coisa boa,
aliquid boni, ut te diabolus inveniat oc- para que o diabo te encontre ocupado (S Jeron
cupatum (S.Hier Ep 125,11). Ep 125,11).
11 Et iterum: “Otiositas inimi-ca est animae” 11 E ainda: "A ociosidade é inimiga da alma" (S
(S Ben Reg 48,1). Bern Reg 48,1).
12 Ideo servi Dei semper orationi vel alicui 12 Por isso os servos de Deus devem insistir
bonae operationi insistere debent. sempre na oração ou em alguma obra boa.
13 Caveant sibi fratres, ubicumque fue-rint, in 13 Guardem-se os frades, onde quer que
eremis vel in aliis locis, quod nul-lum locum estejam, em eremitérios ou outros lugares, de
sibi approprient nec alicui de-fen-dant. apropriar-se de lugar algum ou de im-pedi-lo a
14 Et quicumque ad eos venerit amicus vel alguém.
adversarius, fur vel latro be-nigne re-cipiatur. 14 E quem quer que ve-nha a eles, amigo ou
15 Et ubicumque sunt fratres et in quocumque adversário, ladrão ou assaltante, receba-se
se invenerint, spiritualiter et diligenter debeant benignamente.
se revidere et honorare ad “invicem sine 15 E onde quer que estejam os frades e onde
murmuratione” (1Petr 4,9). quer que se encontrem, devem voltar a ver-se
16 Et caveant sibi, quod non se osten-dant e honrar-se espiritual e diligente-mente
tristes extrinsecus et nubilosos hypo-critas; "mutuamente sem murmuração" (1Pd 4,9).
sed ostendant se gaudentes in Domino (Phil 16 E cuidem de não se mostrar tristes por fora
4,4) et hilares et conve-nienter gratiosos. e sombrios hipócritas; mas se mostrem alegres
no Senhor (cfr. Fl 4,4) e bem humorados e
convenientemente amáveis.
CAP. VIII: QUOD FRATRES NON CAP. VIII. QUE OS FRADES NÃO RECEBAM
RECIPIANT PECUNIAM</CENTER< B> PECÚNIA

1 Dominus praecipit in evangelio: Vi-dete,


cavete ab omni malitia et avaritia (Lc 12, 1 Manda o Senhor no evangelho: Olhai,
15); guardai-vos de toda malícia e avareza (cfr. Lc
2 et: Attendite vobis a solli-citudine huius 12,15);
saeculi et a curis huius vitae (Lc 21, 34). 2 e: Guardai-vos da solicitude deste século e
3 Unde nullus fratrum, ubicumque sit et dos cuidados desta vida (cfr. Lc 21,34).
quocumque vadit, ali-quo modo tollat nec 3 Por isso nenhum dos frades, onde quer que
recipiat nec recipi faciat pecuniam aut de- esteja e onde quer que vá, de modo algum
narios neque occasione vestimentorum tome, nem receba nem faça receber pecúnia ou
nec librorum nec pro pretio alicuius labo- dinheiro nem por pre-texto de roupas nem de
ris, immo nulla occasione, nisi propter ma- livros nem pelo preço de algum trabalho,
nifestam necessitatem infirmorum fra- mesmo em ne-nhuma ocasião, a não ser por
trum; quia non debemus maiorem utilita- manifesta necessidade dos frades doentes;
tem habere et reputare in pecunia et porque não devemos ter e calcular maior uti-
dena-riis quam in lapidibus. lidade na pecúnia e no dinheiro que nas pedras.
4 Et illos vult diabolus excaecare, qui eam
appetunt vel reputant lapidibus me- 4 E o diabo quer cegar os que a cobi-çam ou a
liorem. calculam melhor do que as pe-dras.
5 Caveamus ergo nos, qui omnia relin- 5 Guardemo-nos, portanto, os que dei-xamos
quimus (cfr. Mt 19,27), ne pro tam modico tudo (cfr. Mt 19,27), para não perder por tão
regnum caelorum perdamus. pouco o reino dos céus.
6 Et si in aliquo loco inveniremus de- 6 E se em algum lugar encontrarmos dinheiro,
narios, de his non curemus tamquam de não nos preocupemos com ele, como do pó que
pulvere, quem pedibus calcamus, quia calcamos com os pés, por-que "vaidade das
“vanitas vanitatum et omnia vanitas” vaidades e tudo vaida-de" (Eclo 1,2).
(Ecclo 1,2). 7 E se por acaso, longe disso, acontecer de
7 Et si forte, quod absit, ali-quem fra-trem algum frade recolher ou ter dinheiro,
contingerit pecuniam vel denarios excetuando apenas a predita ne-cessidade dos
colligere vel habere, excepta so-lummodo doentes, todos os frades o tenhamos como
praedic-ta infirmorum necessitate, omnes falso frade e apóstata e ladrão e assaltante, e
fratres teneamus eum pro falso fratre et que tem a bolsa (cfr. Jo 12,8), a não ser que se
apostata et fure et latrone et locu-los ha- penitencie de verdade.
bente (cfr. Joa 12, 8), nisi vere 8 E de nenhum modo os frades rece-bam ou
poenituerit. façam receber pecúnia como es-mola nem
8 Et nullo modo fratres recipiant nec dinheiro para algumas casas ou lugares; nem
quaerant nec quaeri faciant pecuniam pro vão com pessoa que pede pecúnia ou dinheiro
eleemosyna neque denarios pro aliquibus para tais lugares;
domi-bus vel locis; neque cum persona 9 mas os frades podem fazer nos lugares ou-
pro talibus locis pecunias vel denarios tros serviços que não são contrários a nos-sa
quae-rente vadant; vida, com a bênção de Deus.
9 alia autem servitia, quae non sunt 10 Entretanto, em manifesta necessi-dade dos
contraria vitae nostrae, pos-sunt fratres leprosos, os frades podem pedir esmola para
locis facere cum benedictione Dei. eles.
10 Fratres tamen in manifesta necessta-te 11 Mas guardem-se muito do dinheiro.
leprosorum possunt pro eis, quaerere 12 Do mesmo modo guardem-se os frades de
eleemosynam. circular pelas terras por algum lucro torpe.
11 Caveant tamen multum a pecunia.
12 Similiter caveant omnes fra-tres, ut pro
nullo turpi lucro terras circu-eant.
CAP. IX: DE PETENDA ELEEMOSYNA CAP. IX: DO PEDIR ESMOLAS

1 Omnes fratres studeant sequi humili-tatem et


paupertatem Do-mini nostri Jesu Christi et 1 Todos os frades se empenhem em seguir a
recordentur, quod nihil aliud o-portet nos humildade e a pobreza de nosso Senhor Jesus
habere de toto mundo, nisi sicut dicit Cristo e lembrem que não convém termos mais
apostolus, habentes ali-menta et qui-bus nada do mundo intei-ro, senão, como diz o
tegamur, his contenti sumus (cfr. 1 Tim 6,8). apóstolo, tendo ali-mentos e com que nos
2 Et debent gaudere, quando conver-santur cobrir, com isso estamos contentes (cfr. 1Tm
inter viles et des-pectas personas, inter 6,8).
pauperes et debiles et infirmos et le-pro-sos et 2 E devem alegrar-se quando convivem com
iuxta viam mendicantes. pessoas vis e desprezadas, com po-bres e
3 Et cum necesse fuerit, vadant pro fracos e doentes e leprosos e os que mendigam
eleemosynis. à beira da estrada.
4 Et non verecundentur et magis recordentur, 3 E quando for necessário vão pela es-mola.
quia Dominus noster Jesus Christus, Filius Dei 4 E não se envergonhem, antes lem-brem que
vivi (Joa 11,27) omnipoten-tis, posuit faciem nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo
suam ut petram durissimam (Is 50,7), nec (Jo 11,27) onipotente, pôs sua face como uma
vere-cundatus fuit; pedra duríssima (Is 50,7), e não se
5 et fuit pauper et hospes et vixit de envergonhou;
eleemosynis ipse et beata Virgo et discipuli 5 e foi pobre e hóspede e viveu de esmolas, ele
eius. e a bem-aventurada Virgem e os seus
6 Et quando facerent eis homines ve- discípulos.
recundiam et nollent eis dare eleemosy-nam, 6 E quando as pessoas os envergonha-rem e
referant inde gratias Deo; quia de verecundiis não quiserem dar-lhes esmola, dêem por tudo
recipient magnum honorem ante tribunal isso graças a Deus; porque pela vergonha vão
Domini nostri Jesu Christi. receber grande honra diante do tribunal de
7 Et sciant, quod verecundia non pa-tientibus, nosso Senhor Jesus Cristo.
sed inferentibus imputatur. 7 E saibam que a vergonha não se imputa aos
8 Et eleemosyna est hereditas et ius-titia, quae que a sofrem mas aos que a causam.
debetur paupe-ribus, quam nobis ac-quisivit 8 E a esmola é a herança e justiça que se deve
Dominus noster Jesus Christus. aos pobres, e foi adquirida para nós por nosso
9 Et fratres qui eam acquirendo la-borant, Senhor Jesus Cristo.
magnam mercedem ha-bebunt et faciunt 9 E os frades que trabalham para adquiri-la
lucrari et acquirere tribuentes; quia omnia terão uma grande recompensa e fazem ganhá-
quae relinquent homines in mundo pe-ribunt, la e adquiri-la os que a dão; porque tudo que
sed de caritate et de eleemosynis, quas os homens vão deixar no mundo vai perecer,
fecerunt, habebunt praemium a Do-mino. mas pela caridade e as esmolas que fizeram
10 Et secure manifestet unus alteri terão prêmio da parte do Se-nhor.
necessitatem suam, ut sibi ne-cessaria inveniat 10 E com segurança manifeste um ao outro sua
et ministret. necessidade, para que encontre o que lhe é
11 Et quilibet diligat et nutriat fratrem suum, necessário e o sirva.
sicut mater diligit et nutrit filium suum (cfr. 11 E cada um ame e nutra seu irmão, como a
1Thes 2, 7), in quibus ei Deus gratiam mãe ama e nutre seu filho (cfr. 1Ts 2,7),
largietur. naquilo em que Deus lhe der a graça.
12 Et “qui non manducat, manducan-tem non 12 E "o que não come, não julgue o que come"
iudicet" (Rom 14, 3b). (Rm 14,3).
13 Et quan-documque necessitas super- 13 E quando quer que sobrevenha a
venerit, liceat universis fra-tribus, ubicum-que necessidade, seja lícito a todos os frades, onde
fuerint, uti omnibus cibis, quos pos-sunt ho- quer que estejam, usar todos os alimentos que
mines manducare, sicut Dominus dicit de as pessoas po-dem comer, como diz o Senhor
David, qui comedit panes pro-positionis (cfr. Mt de Daví, que comeu os pães da proposição (cfr.
12,4), quos non licebat manducare nisi sa- Mt 12,4), que não era lícito comer senão aos
cerdotibus (Mc 2,26). sacerdotes (Mc 2,26).
14 Et recordentur, quod dicit Dominus: 14 E lembrem o que diz o Senhor: Guardai-vos
Attendite autem vobis ne forte graventur corda de que por acaso se sobre-carreguem os
vestra in crapula et ebrietate et curis huius vossos corações na crápula e na bebedeira e
vitae et superveniat in vobis repentina dies nos cuidados desta vida e sobrevenha de
illa; repente para vós aquele dia;
15 tamquam enim laqueus superveniet in 15 pois sobrevirá como um laço para todos os
omnes, qui sedent super faciem orbis terrae que habitam sobre a face do orbe da terra (cfr.
(cfr. Lc 21,34-35). Lc 21,34-35).
16 Similiter etiam tempore manifestae 16 Semelhantemente, também em tem-po de
necessitatis faciant omnes fratres de eo-rum manifesta necessidade façam todos os frades o
necessariis, sicut eis Dominus gra-tiam lar- que lhes for necessário, como Deus lhes der a
gietur, quia necessitas non habet legem. graça, porque a necessi-dade não tem lei.
CAP. X: DE INFIRMIS FRATRIBUS CAP. X: DOS FRADES DOENTES

1 Si quis fratrum in infirmitate cecide-rit,


ubicumque fuerit, alii fratres non di-mittant 1 Se algum dos frades cair em enfermi-dade,
eum, nisi constituatur unus de fra-tribus vel onde quer que esteja, os outros fra-des não o
plures, si necesse fuerit, qui ser-viant ei, sicut deixem, mas se designe um frade, ou mais, se
vellent sibi serviri; for necessário, que o sirvam, como quereriam
2 sed in maxima necessitate possunt ipsum ser servidos;
dimit-tere alicui per-sonae quae suae debeat 2 mas em necessidade extrema podem en-
satis-facere infirmitati. tregá-lo a alguma pessoa que deva satis-fazer
3 Et rogo fratrem infirmum, ut referat de por sua enfermidade.
omnibus gratias Crea-tori; et quod qua-lem 3 E rogo ao frade doente que dê graças por
vult eum Dominus talem se esse desi-deret tudo ao Criador; e que deseje estar tal qual o
sive sanum sive infirmum, quia om-nes, quos Senhor o quer, são ou doente, por-que todos os
Deus ad vitam praeordinavit ae-ternam (cfr. que Deus predestinou para a vida eterna (cfr.
Act 13,48), flagellorum atque in-firmitatum At 13,48), instrui-os com os flagelos e
stimulis et compunctionis spiritu erudit, sicut aguilhões das doenças com espírito de
Do-minus dicit: “Ego quos amo corrigo et compunção, como diz o Se-nhor: "Eu corrijo e
castigo” (Apoc 3,19). castigo os que amo" (Ap 3,19).
4 Et si quis turbabitur vel irascetur sive contra 4 E se alguém se perturbar ou irritar, seja
Deum sive contra fratres, vel si for-te sollicite contra Deus, seja contra dos frades, ou se
postulaverit medicinas nimis desi-derans acaso pedir solicitamente remédios desejando
liberare carnem cito moritu-ram, quae est demais libertar a carne que logo vai morrer,
animae inimi-ca, a malo sibi evenit et carnalis que é inimiga da alma, isso lhe vem do mau e é
est, et non videtur esse de fratri-bus, quia plus um carnal, e não pa-rece ser um dos frades,
diligit corpus quam ani-mam. porque ama mais o corpo do que a alma.
CAP. XI: QUOD FRATRES NON CAP. XI: QUE OS FRADES NÃO BLASFEMEM
BLASPHEMENT NEC DETRAHANT, NEM DETRAIAM, MAS SE AMEM
SED DILIGANT SE AD INVICEM MUTUAMENTE

1 Et omnes fratres caveant sibi, ut non 1 E todos os frades guardem-se de ca-luniar e


calumnientur neque con-tendant verbis (cfr. de contender com palavras (cfr. 2Tm 2, 14),
2Tim 2,14), 2 antes esforcem-se por guardar silêncio,
2 immo studeant retinere si-lentium, sempre que Deus lhes conceder a graça.
quandocumque eis Deus gra-tiam largietur. 3 Nem litiguem entre si nem com ou-tros, mas
3 Neque litigent inter se neque cum aliis, sed procurem responder humilde-mente dizendo:
procurent humi-liter respondere dicentes: Sou um servo inútil (cfr. Lc 17,10).
Inutilis servus sum (cfr. Lc 17, 10). 4 E não se irritem, porque todo que se irrita
4 Et non irascantur, quia omnis qui irascitur com seu irmão será réu de juízo; o que disser a
fratri suo, reus erit iudicio; qui dixerit fratri suo seu irmão: raca, será réu do conselho; o que
raca, reus erit concilio; qui dixe-rit fatue, reus disser: louco, será réu da geena de fogo (Mt
erit gehennae ignis (Mt 5,22). 5,22).
5 Et diligant se ad invicem sicut dicit Dominus: 5 E amem-se mutuamente como diz o Senhor:
“Hoc est prae-ceptum meum, ut diligatis "Este é o meu preceito, que vos ameis uns aos
invicem, sicut dilexi vos” (Joa 15,12). outros, como eu vos amei" (Jo 15,12).
6 Et ostendant ex operibus (cfr. Jac 2,18) 6 E mostrem pelas obras (cfr. Tg 2,18) o amor
dilectionem, quam ha-bent ad invicem, si-cut que têm mutuamente, como diz o apóstolo:
dicit apostolus: “Non diligamus verbo neque "Não amemos de palavra nem de língua, mas
lingua sed opere et veritate” (1Joa 3,18). por obra e de verdade" (1Jo 3,18).
7 Et neminem blasphement (cfr. Tit 3,2); 7 E não blasfemem contra nin-guém (cfr. Tt
8 non murmurent, non detrahant aliis, quia 3,2);
scriptum est: Susur-rones et detra-ctores Deo 8 não murmurem, não detraiam os outros,
sunt odibiles (cfr. Rom 1,29). porque está escrito: Os murmu-radores e
9 Et sint modesti omnem ostendentes detratores são odiosos para Deus (cfr. Rm
mansuetudinem ad omnes homines (cfr. Tit 3, 1,29).
2); 9 E sejam modestos, demonstrando toda
10 non iudicent, non condemnent. mansidão para com todos os homens (cfr. Tit
11 Et sicut dicit Dominus, non conside-rent 3,2);
minima pecata alio-rum (cfr. Mt 7, 3; Lc 6, 41), 10 não julguem, não condenem.
11 E, como diz o Senhor, não considerem os
12 immo magis sua recogitent in ama-ritudine pequeninos pecados dos outros (cfr. Mt 7,3; Lc
animae suae (Is 38, 15). 6,41),
13 Et contendant intrare per angustam portam 12 antes repensem mais os seus na amargura
(Lc 13, 24), quia dicit Dominus: Angusta porta de sua alma (Is 38,15).
et arcta via est, quae ducit ad vitam; et pauci 13 E lutem para entrar pela porta estreita (Lc
sunt, qui inveniunt eam (Mt 7,14). 13,24) porque diz o Senhor: “Estreita é a porta
e áspero o caminho que leva à vida; e são
poucos os que o encontram (Mt 7,14).
CAP. XII: DE MALO VISU ET FREQUENTIA CAP. XII: DOS MAUS OLHARES E DO
MULIERUM TRATO COM AS MULHERES

1 Omnes fratres, ubicumque sunt vel vadunt, 1 Todos os frades, onde quer que estão ou vão,
caveant sibi a malo visu et fre-quentia guardem-se dos maus olhares e da freqüência
mulierum. das mulheres.
2 Et nullus cum eis consilietur aut per viam 2 E ninguém se aconselhe com elas ou vá
vadat solus aut ad mensam in una paropside sozinho pelo caminho ou coma à mesa no
comedat. mesmo prato.
3 Sacerdotes honeste loquantur cum eis dando 3 Os sacerdotes falem honestamente com elas
poenitentiam vel aliud spirituale consilium. ao dar a penitência outro conse-lho espiritual.
4 Et nulla penitus mulier ab aliquo fratre 4 E nenhuma mulher, abso-lutamente, seja
recipiatur ad obedien-tiam, sed dato sibi recebida à obediência por um frade, mas, dado
consilio spirituali, ubi voluerit agat poeni- o conselho espiritual, faça penitência onde
tentiam. quiser.
5 Et multum omnes nos custodiamus et omnia 5 E todos guardemo-nos muito e te-nhamos
membra nostra munda teneamus, quia dicit puros todos os nossos membros, porque diz o
Dominus: Qui viderit mulierem ad Senhor: "Quem olhar uma mulher para desejá-
concupiscendam eam, iam moechatus est eam la, já adulterou com ela em seu coração" (Mt
in corde suo (Mt 5,28). 5,28).
6 Et apostolus: An ignoratis, quia mem-bra 6 E o apóstolo: Será que ignorais que vossos
vestra templum sunt Spiritus Sancti? (cfr. 1Cor membros são templo do Espírito Santo? (cfr.
6,19); itaque qui templum Dei viola-verit 1Cor 6,19); portanto, quem violar o templo de
disperdet illum Deus (1 Cor 3,17). Deus, Deus o destruirá (1Cor 3,17).
CAP. XIII: DE VITANDA FORNICATIONE CAP. XIII. DE EVITAR A FORNICAÇÃO

1 Si quis fratrum diabolo instigante for- 1 Se algum dos frades, instigando-o o diabo,
nicaretur, habitu exuatur, quem pro sua turpi fornicar, seja despojado do hábito, que perdeu
iniquitate amisit, et ex toto deponat et a nostra por sua torpe iniqüidade, e o deixe totalmente
religione penitus repellatur. e seja absolutamente ex-pulso de nossa
2 Et postea poenitentiam faciat de peccatis (cfr. religião.
1Cor 5,4-5). 2 E depois faça penitência dos pecados (cfr.
1Cor 5,4-5).
CAP. XIV: QUOMODO FRATRES DEBEANT CAP. XIV: COMO OS FRADES DEVEM IR
IRE PER MUNDUM PELO MUNDO

1 Quando fratres vadunt per mundum, nihil 1 Quando os frades vão pelo mundo, nada
portent per viam ne-que (cfr. Lc 9,3) sacculum levem pelo caminho, nem (cfr. Lc 9,3) bolsa
(cfr. Lc 10,4) neque peram neque pa-nem (cfr. Lc 10,4) nem alforje, nem pão, nem
neque pecuniam (cfr. Lc 9,3) neque virgam pecúnia (cfr. Lc 9,3), nem bastão (cfr. Mt
(cfr. Mt 10,10). 10,10).
2 Et in quamcumque domum intrave-rint, 2 E em cada casa em que entrarem, digam
dicant primum: Pax huic domui (cfr. Lc 10,5). primeiro: Paz a esta casa (cfr. Lc 10,5).
3 Et in eadem domo manentes edant et bibant 3 E permanecendo na mesma casa, comam e
quae apud illos sunt (cfr. Lc 10,7). bebam o que há lá com eles (cfr. Lc 10,7).
4 Non resistant malo (cfr. Mt 5,39), sed qui eos 4 Não resistam ao malvado (cfr. Mt 5,39), mas
percusserit in una maxilla, prae-beant et ao que lhes bater em uma face, ofereçam
alteram (cfr. Mt 5,39 et Lc 6,29). também a outra (cfr. Mt 5,39 e Lc 6,29).
5 Et qui aufert eis vestimentum, et tunicam 5 E ao que lhes tira o manto, não lhe proíbam
non prohibeant (cfr. Lc 6,29). também a túnica (cfr. Lc 6,29).
6 Omni petenti se tribuant; et qui aufert quae 6 Dêem a todo que lhes peça; e ao que lhes
sua sunt, ea non repetant (cfr. Lc 6,30). toma o que é seu, não o reclamem (cfr. Lc
6,30).
CAP. XV: QUOD FRATRES NON EQUITENT CAP. XV: QUE OS FRADES NÃO ANDEM A
CAVALO

1 Iniungo omnibus fratribus meis tam clericis


quam laicis eun-tibus per mundum vel 1 Imponho a todos os meus frades, tanto
morantibus in locis, quod nullo modo apud se clérigos como leigos, que vão pelo mundo ou
nec apud alium nec alio aliquo modo bestiam que moram nos lugares, que de nenhum modo
aliquam habeant. tenham consigo algum animal.
2 Nec eis liceat equitare, nisi infirmitate vel 2 Nem lhes seja permitido caval-gar, a menos
magna necessitate cogantur. que sejam obrigados por en-fermidade ou
grande necessidade.
CAP. XVI: DE EUNTIBUS INTER CAP. XVI: DOS QUE VÃO ENTRE OS
SARRACENOS ET ALIOS INFIDELES SARRACENOS E OUTROS INFIÉIS

1 Dicit Dominus: Ecce ego mitto vos si-cut 1 Diz o Senhor: "Eis que eu vos envio como
oves in medio lupo-rum. ovelhas no meio de lobos.
2 Estote ergo prudentes sicut serpentes et 2 Sede portanto prudentes como as serpentes
simplices sicut colum-bae” (Mt 10,16). e simples como as pombas" (Mt 10,16).
3 Unde quicumque frater voluerit ire inter 3 Por isso qualquer frade que quiser ir entre
saracenos et alios infideles, vadat de licentia sarracenos e outros infiéis, vá com a licença de
sui ministri et servi. seu ministro e servo.
4 Et minister det eis licentiam et non 4 O mi-nistro dê-lhes a licença e não
contradicat, si viderit eos idoneos ad mit- contradiga, se os vir idôneos para serem
tendum; nam tenebitur Domino reddere ratio- mandados; pois deverá prestar contas a Deus
nem (cfr. Lc 18,2), si in hoc vel in aliis (cfr. Lc 18,2) se nisso ou em outras coisas
processerit indiscrete. proce-der indiscretamente.
5 Fratres vero, qui vadunt, duobus mo-dis inter 5 Mas os frades que vão, podem com-portar-se
eos possunt spi-ritualiter conver-sari. espiritualmente entre eles de dois modos.
6 Unus modus est, quod non faciant lites 6 Um modo é que não façam nem litígios nem
neque contentiones, sed sint subditi omni contendas, mas estejam submetidos a toda
humanae creaturae propter Deum (1Petr 2,13) criatura humana por Deus (1Pd 2,13) e
et confiteantur se esse chris-tianos. confessem que são cristãos.
7 Alius modus est, quod, cum viderint placere 7 Outro modo é que, quando virem que agrada
Domino, annun-tient verbum Dei, ut credant ao Senhor, anunciem a palavra de Deus, para
Deum omnipotentem, Patrem et Filium et que creiam em Deus onipoten-te, Pai e Filho e
Spiritum Sanctum, creatorem omnium, Espírito Santo, criador de tudo, no Filho
redemptorem et salvatorem Fi-lium, et ut redentor e salvador, e que sejam batizados e se
baptizentur et efficiantur chris-tiani, quia qui tornem cristãos, por-que quem não renascer da
renatus non fuerit ex aqua et Spiritu Sancto, água e do Espí-rito Santo não pode entrar no
non potest intrare in regnum Dei (cfr. Joa 3,5). reino de Deus (cfr. Jo 3,5).
8 Haec et alia, quae placuerint Domino, ipsis et 8 Estas e outras coisas, que agradarem ao
aliis dicere pos-sunt, quia dicit Do-minus in Senhor, podem dizer a eles e a outros, porque
evangelio: “Omnis, qui confitebi-tur me coram diz o Senhor no evangelho: "Todo que me
hominibus, confitebor et ego eum coram Patre confessar diante dos homens, tam-bém eu o
meo, qui in caelis est” (Mt 10,32). confessarei diante de meu Pai, que está nos
9 Et: “Qui erubuerit me et ser-mones meos, et céus" (Mt 10,32).
Filius hominis erubescet eum, cum venerit in 9 E "Quem se envergonhar de mim e de
maiestate sua et Patris et an-gelorum” (cfr. Lc minhas pala-vras, também o Filho do homem o
9,26). enver-gonhará quando vier na majestade sua e
10 Et omnes fratres, ubicumque sunt, do Pai e dos anjos" (cfr. Lc 9,26).
recordentur, quod dederunt se et reli-que-runt 10 E todos os frades, onde quer que es-tão,
corpora sua Domino Jesu Christo. lembrem que se deram e cederam seus corpos
11 Et pro eius amore debent se exponere ini- ao Senhor Jesus Cristo.
micis tam visibilibus quam invisibili-bus; quia 11 E por seu amor devem se expor aos
dicit Dominus: “Qui perdiderit ani-mam suam inimigos tanto visíveis como invisíveis; porque
propter me, salvam faciet eam (cfr. Lc 9,24) in diz o Senhor: "Quem perder a sua alma por
vi-tam aeternam” (Mt 25, 46). mim, vai salvá-la (cfr. Lc 9,24) para a vida
12 ”Beati qui persecutionem pa-tiuntur propter eterna" (Mt 25,46).
iustitiam, quoniam ipso-rum est regnum 12 "Bem-aventurados os que sofrem
caelorum” (Mt 5,10). perseguição por causa da justiça, porque deles
13 “Si me persecuti sunt, et vos persequentur” é o reino dos céus" (Mt 5,10).
(Joa 15,20). 13 "Se me perseguiram, perse-guirão também
14 Et: Si persequuntur vos in una civitate, a vós" (Jo 15,20).
fugite in aliam (cfr. Mt 10,23). 14 E Se vos perseguirem em uma cidade, fugi
15 Beati estis (Mt 5,11), cum vos oderint para outra (cfr. Mt 10,23).
homines (Lc 6,22) et maledixerint vobis (Mt 15 Bem-aventurados sois (Mt 5,11) quando os
5,11) et persequentur vos (cfr. l.c.) et homens vos odiarem (Lc 6,22) e vos
separaverint vos et exprobraverint et eiecerint amaldiçoarem (Mt 5,11) e vos perseguirem (cfr.
nomen vestrum tamquam malum (Lc 6,22) et l.c.) e vos separarem e e exprobarem e
cum dixerint omne malum adver-sum vos lançarem vosso nome como mau (Lc 6,22) e
mentientes propter me (Mt 5, 11). quando disserem todo mal contra vós,
16 Gaudete in illa die et exsultate (Lc 6,23), mentindo, por minha causa (Mt 5,11).
quoniam merces vestra multa est in caelis (cfr. 16 Alegrai-vos nesse dia e exultai (Lc 6,23),
Mt 5,12). porque muita é a vossa recompensa no céu
17 Et ego dico vobis amicis meis, non (cfr. Mt 5,12).
terreamini ab his (cfr. Lc 12,4), 17 E eu vos digo, a vós meus amigos, não vos
18 et nolite timere eos qui occidunt corpus (Mt aterrorizeis por eles (cfr. Lc 12,4),
10,28) et post hoc non habent amplius quid 18 e não temais os que matam o corpo (Mt
faciant (Lc 12,4). 10,28) e depois não têm mais o que fazer (Lc
19 Videte, ne turbemini (Mt 24,6). 12,4).
20 In patientia enim vestra pos-sidebitis 19 Vêde de não vos perturbar (Mt 24,6).
animas vestras (Lc 21,19), 20 Pois em vossa paciência pos-suireis vossas
21 et qui per-severaverit usque in finem, hic almas (Lc 21,19),
salvus erit (Mt 10,22; 24,13). 21 e quem perseverar até o fim, esse será
salvo (Mt 10,22; 24,13).
CAP. XVII: DE PRAEDICATORIBUS CAP. XVII: DOS PREGADORES

1 Nullus frater praedicet contra for-mam et 1 Nenhum frade pregue contra a forma e a
institutionem sanctae ecclesiae et nisi instituição da santa igreja e se não lhe for
concessum sibi fuerit a ministro suo. concedido pelo seu ministro.
2 Et caveat sibi minister, ne alicui indiscrete 2 E guar-de-se o ministro de concedê-lo
concedat. indiscreta-mente a alguém.
3 Omnes tamen fratres ope-ribus prae-dicent. 3 Mas todos os frades pre-guem com as obras.
4 Et nullus minister vel praedicator appropriet 4 E nenhum ministro ou pregador se aproprie
sibi ministerium fratrum vel of-ficium do ministério dos frades ou do ofício da
pradicationis, sed quacumque hora ei in- pregação, mas, em qualquer hora que lhe for
iunctum fuerit, sine omni contradic-tione mandado, sem nenhuma con-tradição deixe o
dimittat suum offi-cium. seu ofício.
5 Unde de-precor in caritate, quae Deus est 5 Por isso peço na caridade, que é Deus (cfr.
(cfr. l Joa 4,l6), omnes fratres meos prae- 1Jo 4,16), a todos os meus frades pregadores,
dicatores, oratores, laboratores, tam cle-ricos oradores, trabalhadores, tanto clérigos como
quam laicos, ut studeant se humiliare in omni- leigos, que tratem de se humilhar em tudo,
bus, 6 não gloriar-se nem gozar em si mesmos nem
6 non gloriari nec in se gaudere nec interius se se exaltar interiormente por boas palavras e
exaltare de bonis verbis et ope-ribus, immo de obras, mesmo por nenhum bem, que Deus faz
nullo bono, quod Deus fa-cit vel dicit et ou diz ou opera neles alguma vez e por eles,
operatur in eis aliquando et per ipsos, segundo o que diz o Senhor: "Mas não vos
secundum quod dicit Dominus: “Verumtamen alegreis nisso que os espíritos se vos
in hoc nolite gaudere, quia spi-ritus vobis submetem" (Lc 10,20).
subiciuntur” (Lc 10,20). 7 E saibamos firmemente que a nós não
7 Et firmiter sciamus, quia non pertinent ad pertencem senão os vícios e pecados.
nos nisi vitia et peccata. 8 E mais devemos nos alegrar quando cairmos
8 Et magis debemus gaudere, cum in em várias tentações (cfr. Tg 1,2) e quando
tentationes varias incidere-mus (cfr. Jac l,2) et suportarmos quaisquer angústias da alma ou
cum sustineremus quascumque animae vel do corpo ou tribulações neste mundo por causa
corporis angustias aut tribulationes in hoc da vida eterna.
mundo propter vi-tam aeternam. 9 Guardemo-nos, pois, todos os frades, de toda
9 Omnes ergo fratres caveamus ab om-ni soberba e vanglória;
superbia et vana gloria; 10 e guarde-mo-nos da sabedoria deste mundo
10 et custodia-mus nos a sapientia huius e da prudência da carne (Rm 8,6);
mundi et a pru-dentia carnis (Rom 8,6); 11 pois o espírito da carne quer e se esforça
11 spiritus enim carnis vult et studet multum muito por ter palavras, mas pouco pelas obras,
ad verba ha-benda, sed parum ad 12 e busca não a religião e a santidade no
operationem, espírito interior, mas quer e deseja ter religião
12 et quaerit non religionem et sanctitatem in e santidade que apareçam fora para os
interiori spiritu, sed vult et desiderat ha-bere homens.
religionem et sanctitatem foris appa-rentem 13 E estes são aqueles de quem diz o Senhor:
hominibus. "Em verdade vos digo, receberam sua
13 Et isti sunt, de quibus dicit Dominus: “Amen recompensa" (Mt 6,2).
dico vobis, rece-perunt mercedem suam” (Mt 14 Mas o espí-rito do Senhor quer que a carne
6,2). seja morti-ficada e desprezada, vil e abjeta.
14 Spiritus autem Domini vult mortifi-catam et 15 E se esforça pela humildade e paciência e
despectam, vilem et abiectam esse carnem. pura e simples e verdadeira paz de espírito.
15 Et studet ad humilitatem et patien-tiam et 16 E sempre sobre todas as coisas deseja o di-
puram et simplicem et veram pacem spiritus. vino temor e a divina sabedoria e o divino amor
16 Et semper super omnia desiderat di-vinum do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
timorem et divinam sapientiam et divinum 17 E devolvamos todos os bens ao Senhor
amorem Patris et Filii et Spiritus Sancti. Deus Altíssimo e sumo e reconhe-çamos que
16 Et omnia bona Domino Deo Altis-simo et todos os bens são dele e demos graças por
summo reddamus et omnia bona ipsis esse tudo a ele, de quem todos os bens procedem.
congnoscamus et de omnibus ei gratias 18 E o mesmo altíssimo e sumo, o único
referamus, a quo bona cuncta pro-cedunt. verdadeiro Deus tenha e lhe sejam tributadas
18 Et ipse altissimus et summus, solus verus todas as honras e reverências, todos os
Deus habeat et ei reddantur et ipse recipiat louvores e bênçãos, todas as gra-ças e glória,
omnes honores et reverentias, omnes laudes et de quem é todo bem, o único que é bom (cfr.
benedictiones, omnes gra-tias et gloriam, cuius Lc 18,19).
est omne bonum, qui solus est bonus (cfr. Lc 19 E quando vemos ou ouvimos dizer ou fazer
18,19). o mal ou blasfemar a Deus, nós bendigamos e
19 Et quando nos videmus vel audimus malum façamos o bem, e louve-mos a Deus (cfr. Rm
dicere vel facere vel blasphemare Deum, nos 12,21), que é bendito pelos séculos (Rm 1,25).
benedicamus et bene faciamus et laudemus
Deum (cfr. Rom 12,21), qui est benedictus in
saecula (Rom 1,25).
CAP. XVIII: QUALITER MINISTRI CAP. XVIII: COMO OS MINISTROS DEVEM
CONVENIANT AD INVICEM REUNIR-SE

1 Quolibet anno unusquisque minister cum 1 Cada ministro pode reunir-se cada ano com
fratribus suis possit convenire, ubi-cumque seus frades, onde quer que lhes aprouver, na
placuerit eis, in festo sancti Mi-chaelis festa de São Miguel arcanjo, para tratar das
archangeli de his quae ad Deum pertinent, coisas que pertencem a Deus.
tractaturus. 2 Mas s todos os ministros que estão nas
2 Omnes enim mi-nistri, qui sunt in regiões ultramarinas e ultramontanas, uma vez
ultramarinis et ultramon-ta-nis partibus, se- cada três anos, e os outros minis-tros uma vez
mel in tribus annis, et alii ministri semel in an- por ano, venham ao capítulo de Pentecostes
no veniant ad capitu-lum Pentecostes apud junto à igreja de Santa Ma-ria da Porciúncula, a
ecclesiam sanctae Mariae de Por-tiuncula, nisi não ser que pelo ministro e servo de toda a
a ministro et servo totius fra-terni-tatis aliter fraternidade te-nha sido determinado
fuerit ordi-natum. diferentemente.
CAP. XIX: QUOD FRATRES VIVANT CAP. XIX: QUE OS FRADES VIVAM
CATHOLICE CATOLICAMENTE

1 Omnes fratres sint catholici, vivant et 1 Todos os frades sejam católicos, vi-vam e
loquantur catholice. falem catolicamente.
2 Si quis vero erra-verit a fide et vita catholica 2 Mas se al-guém se desviar da fé e vida
in dicto vel in fac-to et non se emendaverit, a católica de palavra ou fato e não se emendar,
nostra fraternitate penitus expella-tur. seja absolutamente expulso de nossa
3 Et omnes clericos et omnes religiosos fraternida-de.
habeamus pro dominis in his quae spectant ad 3 Tenhamos todos os clérigos e todos os
salutem animae et a nostra religione non religiosos como senhores nas coisas que dizem
deviaverint; et ordinem et officium eorum et respeito à salvação da alma e não desviarem
administra-tionem in Domino ve-neremur. da nossa religião; e veneremos no Senhor sua
ordem e ofício e ministério.
CAP. XX: DE POENITENTIA ET CAP. XX: DA PENITÊNCIA E DA RECEPÇÃO
RECEPTIONE CORPORIS ET SANGUINIS DO CORPO E DO SANGUE
DOMINI NOSTRI JESU CHRISTI DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

1 Et fratres mei benedicti tam clerici quam laici 1 E meus frades benditos, tanto clérigos como
confiteantur pec-cata sua sacer-dotibus leigos, confessem seus pecados a sacerdotes
nostrae religionis. de nossa religião.
2 Et si non po-tuerint, confiteantur aliis 2 E se não puderem, confessem-nos a outros
discretis et ca-tholicis sa-cerdotibus scientes sacerdotes discretos e católicos, sabendo firme-
firmiter et attendentes, quia a quibuscum-que mente e pensando que, de quaisquer sacer-
sacer-dotibus catholicis acceperint poe- dotes católicos receberem penitência e
nitentiam et absolu-tionem, absoluti erunt absolvição, serão sem dúvida absolvidos desses
procul du-bio ab illis peccatis, si poeniten-tiam pecados se procurarem cumprir hu-milde e
sibi iniunctam procuraverint humili-ter et fide- devotamente a penitência que lhes for imposta.
liter ob-servare.
3 Si vero tunc non potuerint habere 3 Mas, se então não puderem ter sacer-dote,
sacerdotem, confiteantur fra-tri suo, sicut dicit confessem-se com um irmão seu, como diz o
apostolus Jacobus: “Confitemini alterutrum apóstolo Tiago: "Confessai um ao outro vossos
peccata vestra” (Jac 5,16). pecados" (Tg 5,16).
4 Non tamen propter hoc dimittant re-currere 4 Mas nem por isso deixem de recorrer ao
ad sacerdotem, quia potestas ligan-di et sacer-dote, porque o poder de ligar e desligar
solvendi solis sacerdotibus est con-cessa. só aos sacerdotes foi concedido.
5 Et sic contriti et confessi sumant corpus et 5 E assim contritos e confessados rece-bam o
sanguinem Domini nostri Jesu Christi cum corpo e o sangue de nosso Senhor Jesus Cristo
magna humilitate et venera-tione recor-dantes, com grande humildade e ve-neração,
quod Dominus dicit: Qui manducat carnem lembrando que o Senhor diz: Quem come a
meam et bibit sanguinem meum habet vitam minha carne e bebe o meu sangue tem a vida
aeternam (cfr. Joa 6,54); eterna (cfr. Jo 6,54);
6 et “Hoc facite in meam commemorationem” 6 e "Fazei isso para minha comemoração" (Lc
(Lc 22,19). 22,19).
CAP. XXI: DE LAUDE ET EXHORTATIONE, CAP. XXI: DO LOUVOR E EXORTAÇÃO QUE
QUAM POSSUNT OMNES TODOS OS FRADES PODEM FAZER
FRATRES FACERE

1 E todos os meus frades podem anun-ciar esta


1 Et hanc vel talem exhortationem et laudem ou semelhante exortação e lou-vor, quando lhes
omnes fratres mei, quandocumque placuerit aprouver, entre quaisquer pessoas, com a
eis, annuntiare possunt inter quoscumque bênção de Deus:
homines cum benedictione Dei: 2 Temei e honrai, louvai e bendizei, dai graças
2 Timete et honorate, laudate et be-nedicite, (1Ts 5,18) e adorai o Senhor Deus onipotente
gratias agite (1 Thess 5,18) et adorate na trindade e na unidade, Pai e Filho e Espírito
Dominum Deum omnipotentem in trinitate et Santo, criador de tudo.
unitate, Patrem et Filium et Spiritum Sanctum, 3 Fazei penitência (cfr. Mt 3,2), fazei frutos
crea-torem omnium. dignos de penitência (cfr. Lc 3,8), porque logo
3 Agite poenitentiam (cfr. Mt 3,2), facite dignos morreremos.
fructus poenitentiae (cfr. Lc 3,8), quia cito 4 “Dai e vos será dado" (Lc 6,38).
moriemur. 5 Perdoai e vos será perdoado (cfr. Lc 6,37).
4 “Date et dabitur vo-bis” (Lc 6,38). 6 E se não perdoardes aos homens os seus
5 Dimittite et dimittetur vobis (cfr. Lc 6,37). pecados (Mt 6,14), o Senhor não perdoará os
6 Et si non dimiseritis hominibus peccata vossos pecados (Mc 11,25); confessai todos os
eorum (Mt 6,14), Do-minus non dimittet vobis vossos pecados (cfr. Tg 5,16).
peccata vestra (Mc 11, 25); confitemini omnia 7 Bem-aventurados os que morrem em
peccata vestra (cfr. Jac 5,16). penitência, porque estarão no reino dos céus.
7 Beati qui moriuntur in poenitentia, quia erunt 8 Ai dos que não morrem em peni-tência,
in regno caelo-rum. porque serão filhos do diabo (1Jo 3,10), cujas
8 Vae illis qui non moriuntur in poeni-tentia, obras fazem (cfr. Jo 8,41) e irão para o fogo
quia erunt filii diaboli (1Joa 3,10), cuius opera eterno (Mt 18,8; 25,41).
faciunt (cfr. Joa 8,41) et ibunt in ignem ae- 9 Guardai-vos e abstei-vos de todo mal e
ternum (Mt 18,8;25,41). perseverai até o fim no bem.
9 Cavete et abs-tinete ab omni malo et
perseverate usque in finem in bono.
CAP. XXII: DE ADMONITIONE FRATRUM CAP. XXII: DA ADMOESTAÇÃO DOS
FRADES

1 Attendamus omnes fratres quod dicit


Dominus: Diligite inimi-cos vestros et be- 1 Atendamos todos os frades, porque diz o
nefacite his qui oderunt vos (cfr. Mt 5, 44 par.), Senhor: Amai os vossos inimigos e fazei o bem
aos que vos odeiam (cfr. Mt 5,44 par.),
2 quia Dominus noster Jesus Chris-tus, cuius 2 porque nosso Senhor Jesus Cristo, cujos
sequi vestigia debe-mus (cfr. 1Petr 2,21), vestígios devemos seguir (cfr. 1Pd 2,21),
traditorem suum vocavit ami-cum (cfr. Mt chamou seu traidor de amigo (cfr. Mt 26,50) e
26,50) et crucifixoribus suis sponte se obtulit. se ofereceu espontanea-mente aos que o
3 Amici igitur nostri sunt omnes illi qui nobis crucificaram.
iniuste inferunt tribulationes et angustias, 3 São, portanto, amigos nossos todos aqueles
verecundias et iniurias, dolores et tormenta, que injustamente nos causam tri-bulações e
martyrium et mortem; angústias, vergonhas e injúrias, dores e
4 quos multum diligere debemus, quia ex hoc tormentos, martírio e morte;
quod nobis infe-runt, habemus vi-tam 4 aos quais devemos amar muito, porque
aeternam. temos a vida eterna por aquilo que nos
5 Et odio habeamus corpus nostrum cum vitiis causam.
et peccatis suis; quia carnaliter vivendo vult 5 E tenhamos ódio a nosso corpo com seus
diabolus a nobis auferre amo-rem Jesu Christi vícios e pecados; porque, vivendo carnalmente,
et vitam aeternam et se ipsum cum omnibus quer o diabo arrebatar-nos o amor de Jesus
perde-re in infernum; Cristo e a vida eterna e perder a si mesmo com
6 quia nos per culpam nostram sumus foetidi, todos no inferno;
miseri et bono contrarii, ad mala autem 6 porque nós por nossa culpa somos fe-didos,
prompti et voluntarii, quia, sicut Dominus dicit miseráveis e contrários ao bem, mas prontos
in evangelio: para o mal e voluntariosos, por-que, como diz o
7 De corde procedunt et exeunt cogita-tiones Senhor no evangelho:
malae, adulteria, fornicationes, ho-micidia, 7 Do coração procedem e saem os maus
furta, avaritia, nequitia, dolus, impu-dicitia, o- pensamentos, adultérios, fornicações,
culus malus, falsa testimo-nia, blasphemia, homicídios, furtos, avareza, maldade, dolo,
stultitia (cfr. Mc 7,21; Mt 15,19). impudicícia, inveja, falsos testemu-nhos,
8 Haec omnia mala ab intus de corde hominis blasfêmias, insensatez (cfr. Mc 7,21-23; Mt
procedunt (cfr. Mc 7,73) et “haec sunt, quae 15,19).
coinquinant hominem” (Mt 15,20). 8 Todos estes males procedem de dentro, do
9 Nunc autem, postquam dimisimus mundum, coração do homem (cfr. Mc 7,73) e "são essas
nihil habemus facere, nisi sequi voluntatem coisas que mancham o homem" (Mt 15,20).
Domini et placere sibi ipsi. 9 Mas agora, depois que deixamos o mundo,
10 Multum caveamus, ne simus terra secus nada temos que fazer senão seguir a vontade
viam vel petrosa vel spinosa, secun-dum quod do Senhor e agradar-lhe.
dicit Dominus in evangelio: 10 Guardemo-nos muito de não ser terra junto
11 Semen est verbum Dei (Lc 8,11). do caminho, empedrada e espinhosa, conforme
12 Quod autem secus viam cecidit et diz o Senhor no evangelho:
conculcatum est (cfr. Lc 8,5), hi sunt qui 11 A semente é a palavra de Deus (Lc 8,11).
audiunt (Lc 8,12) verbum et non intel-ligunt 12 Mas a que caiu junto do caminho e foi
(cfr. Mt 13,19); pisada (cfr. Lc 8,5), estes são os que ouvem (Lc
13 et confestim (Mt 4,15) venit diabolus (Lc 8,12) a palavra e não entendem (cfr. Mt
8,12) et rapit (Mt 13,19), quod seminatum est 13,19);
in cordibus eorum (Mc 4, 15) et tollit verbum 13 e logo (Mt 4,15) vem o diabo (Lc 8,12) e
de cordi-bus eorum, ne credentes salvi fiant arrebata (Mt 13,19), o que foi semeado no
(Lc 8,12). coração deles (Mc 4,15) e tira a palavra dos
14 Quod autem super petrosam cecidit (cfr. Mt seus corações, para que, crendo, não se salvem
13, 20), hi sunt, qui cum audierint verbum, (Lc 8,12).
statim cum gaudio (Mc 4,16) suscipiunt (Lc 14 A que caiu em terra pedregosa (cfr. Mt
8,13) illud (Mc 4,l6). 13,20) são aqueles que, quando ouvem a
15 Facta autem tribulatione et persecutione palavra, logo com alegria (Mc 4,16) a recebem
propter verbum, continuo scandalizantur (Mt (Lc 8,13),
13, 21) et hi radicem in se non habent, sed 15 Mas quando vem a tribulação e perseguição
temporales sunt (cfr. Mc 4,17), quia ad tempus por causa da palavra, imediatamente se
credunt et in tempore tentationis recedunt (Lc escandalizam (Mt 13,21) e estes não têm raiz
8,13). em si mes-mos, mas são temporários (cfr. Mc
16 Quod autem in spinis cecidit, hi sunt (Lc 4,17), porque crêem por um tempo e no tempo
8,14) qui ver-bum Dei audiunt (cfr. Mc 4,18), da tentação retrocedem (Lc 8,13).
et sollicitudo (Mt 13,22) et aerum-nae (Mc 16 Mas a que caiu entre espinhos, estes são (Lc
4,19) istius saeculi et fallatia divitia-rum (Mt 8,14) os que ouvem a palavra de Deus (cfr. Mc
13,22) et circa reliqua con-cupiscentiae in- 4,18), e a preocupação (Mt 13,22) e as fadigas
troeuntes suffocant verbum et sine fructu (Mc 4,19) deste século e o engano das riquezas
efficiuntur (Mc 4,19). (Mt 13,22) e as concupiscências acerca das
17 Quod autem in terram bonam (Lc 8, 15) outras coisas, entrando sufocam a palavra e
seminatum est (Mt 13,23), hi sunt, qui in corde tornam-se sem fruto (Mc 4,19).
bono et optimo audientes verbum (Lc 8,15) 17 Mas a que em terra boa (Lc 8,15) foi
intelligunt et (cfr. Mt 13,23) re-tinent et semeada (Mt 13,23), são aqueles que, ouvindo
fructum afferunt in patientia (Lc 8,15). a palavra com coração bom e ótimo (Lc 8,15) a
18 Et propterea nos fratres, sicut dicit entendem e (cfr. Mt 13, 23) retêm e produzem
Dominus, dimittamus mortuos sepelire fruto na paciência (Lc 8,15).
mortuos suos (Mt 8, 22). 18 E por isso nós, frades, como diz o Senhor,
19 Et multum ca-veamus a malitia et subtilitate deixemos os mortos enterrarem os seus
satanae, qui vult, quod homo mentem suam et mortos (Mt 8,22).
cor non habeat ad Deum. 19 E guardemo-nos muito da malícia e sutileza
20 Et circuiens desiderat cor hominis sub de satanás, que quer que o homem não tenha
specie alicuius mer-ceclis vel adiutorii tollere et sua men-te e coração voltados para Deus.
sufocare verbum et prae-cepta Domini a 20 E dan-do voltas deseja levar o coração do
memoria et volens cor hominis per sae-cularia homem sob aparência de alguma mercê ou
negotia et curam excaecare et ibi habitare, ajuda e sufocar da memória a palavra e os pre-
sicut dicit Domi-nus: ceitos do Senhor e quer cegar o coração do
21 Cum immundus spiritus exierit ab homine, homem por meio dos negó-cios secula-res e
ambulat per loca arida (Mt 12, 43) et inaquosa dos cuidados e aí habitar, como diz o Senhor:
quaerens requiem; et non inveniens dicit: 21 Quando o espírito imundo sai do homem,
22 Revertar in domum meam, unde exivi (Lc anda por lugares áridos e se-cos (Mt 12,43)
11,24). buscando des-canso; e não achando diz:
23 Et veniens invenit eam vacantem scopis 22 Voltarei para minha casa, de onde saí (Lc
mundatam et or-natam (Mt 12,44). 11,24).
24 Et vadit et as-sumit alios septem spiritus 23 E vindo encon-tra-a vazia, varrida e enfei-
nequiores se, et ressi habitant ibi, et sunt tada (Mt 12,44).
novissima ho-minis illius peiora prioribus (cfr. 24 E vai e toma outros sete espíritos piores do
Lc 11, 26). que ele e, entrando, moram aí, e o fim daquele
25 Unde, omnes fratres, custodiamus nos homem fica pior do que o começo (cfr. Lc
multum, ne sub specie alicuius mer-cedis vel 11,26).
operis vel adiutorii perda-mus vel tollamus 25 Por isso, irmãos todos, guardemo-nos
nostram mentem et cor a Do-mino. muito, para que sob a aparência de alguma
26 Sed in sancta caritate, quae Deus est (cfr. mercê, ou obra ou ajuda, não per-camos ou
1Joa 4, 17), rogo omnes fratres tam ministros tiremos do Senhor nossa mente e coração.
quam alios, ut omni impedimen-to remoto et 26 Mas na santa caridade, que é Deus (cfr. 1Jo
omni cura et sollicitudine postposita, 4,17), rogo todos os frades, tanto ministros
quocumque modo melius pos-sunt, servire, como os outros, afastado todo impedimento e
amare, hono-rare et adorare Dominum Deum posposto todo cuida-do e solicitude, no melhor
mundo corde et pura mente faciant, quod ipse modo que pude-rem, façam servir, amar,
super omnia quaerit. honrar e adorar o Senhor Deus de coração
27 Et semper faciamus ibi habita-culum et limpo e mente pura, que ele busca acima de
mansionem (cfr. Joa 14,23) ipsi, qui es tudo,
Dominus Deus omnipotens, Pater et Filius et 27 e sempre façamos aí habitação e morada
Spiritus Sanctus, qui dicit: Vi-gilate itaque (cfr. Jo 14,23) para aquele que é o Senhor
omni tempore orantes, ut digni habeamini Deus onipotente, Pai e Filho e Espírito Santo,
fugere omnia mala, quae ventura sunt et stare que diz: Vigiai, pois, orando todo o tempo,
ante Filium hominis (Lc 21,39). para serdes tidos como dignos de escapar de
28 Et cum stabitis ad orandum (Mc 11, 25) todos os males que virão e estar diante do
dicite (Lc 11, 2): Pater noster qui es in caelis Filho do homem (Lc 21,39).
(Mt 6,9) 28 E quando estais em pé para orar (Mc 11,25)
29 Et adoremus eum puro corde, quoniam dizei (Lc 11,2): Pai nosso que estás nos céus
oportet semper orare et non deficere (Lc 18,1); (Mt 6,9).
29 E adoremo-lo de cora-ção puro, porque é
30 nam Pater tales quaerit adoratores. preciso orar sempre e não desfalecer (Lc 18,1);
31 Spiritus est Deus et eos qui adorant eum, in
spiritu et veritate oportet eum adorare (cfr. Joa 30 pois o Pai bus-ca tais adoradores.
4, 23-24). 31 Deus é espírito e os que o adoram é preciso
32 Et ad ipsum recurramus tamquam ad que o adorem em espírito e verdade (cfr. Jo
pastorem et episcopum animarum nostrarum 4,23-24).
(1Petr 2,25), Qui dicit: Ego sum pastor bonus, 32 E recorramos a ele como ao pastor e bispo
qui pasco oves meas et pro ovibus meis pono de nossas almas (1Pd 2,25), que diz: Eu sou o
animam meam (cfr. Joa 10,14-15). bom pastor, que apascento minhas ovelhas e
33 Omnes vos fratres estis. por minhas ovelhas ex-ponho minha alma.
34 et patrem nolite vobis vocare super terram, 33 Todos vós sois irmãos;
unus est enim Pater vester, qui in caelis est. 34 e não cha-meis pai entre vós sobre a terra,
35 Nec vocemini magistri: unus est enim pois um só é o vosso Pai, que está nos céus.
magister vester, qui in caelis est (cfr. Mt 23,8- 35 Nem chameis mestres; pois um é o vosso
10). mestre, que está nos céus (cfr. Mt 23,8-10).
36 Si manseritis in me, et verba mea in vobis 36 Se permanecerdes em mim e minhas
manserint, quodcumque volueritis, petetis et palavras permanecerem em vós, tudo que
fiet vobis (Joa 15,7). quiserdes, pedi e vos será feito (Jo 15,7).
37 Ubicumque sunt duo vel tres congregati in 37 Onde quer que haja dois ou três
nomine meo, ibi sum in medio eorum (Mt congregados no meu nome, aí estou no meio
18,20). deles (Mt 18,20).
38 Ecce ego sum vobiscum usque ad 38 Eis que eu estou convosco até a
consummationem saeculi (Mt 28,20). consumação dos séculos (Mt 28,20).
39 Verba, quae locutus sum vobis spiritus et 39 As palavras que vos disse são espírito e vida
vita sunt (Joa 6,64). (Jo 14,6).
40 Ego sum via, veritas et vita (Joa 14,6). 40 Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo
41 Teneamus ergo verba, vitam et doctrinam 14,6).
et sanctum eius evangelium, Qui dignatus est 41 Mantenhamos portanto as palavras, a vida e
pro nobis rogare Patrem suum et nobis eius a doutrina e o seu santo evangelho, que
nomen manifestare dicens: Pater clarifica dignou-se rogar por nós ao seu Pai e
nomen tuum (Joa 12,28) et clarifica Filium manifestar-nos seu nome dizendo: Pai, clarifica
tuum, ut Filius tuus clarificet te (Joa 17,1). o teu nome (Jo 12,28) e clarifica o teu Filho,
42 Pater, manifestavi nomen tuum hominibus, para que o Filho te clarifique (Jo 17,1).
quos dedisti mihi (Joa 17,6); quia verba quae 42 Pai, manifestei o teu nome aos ho-mens,
dedisti mihi, dedi eis: et ipsi acceperunt et que me deste (Jo 17,6); porque as palavras
cognoverunt, quia a te exivi et crediderunt que me deste, dei a eles; e eles te aceitaram e
quia tu me misisti. conheceram, porque de ti saí e creram que tu
43 Ego pro eis rogo, non pro mundo. me enviaste.
44 sed pro his quos dedisti mihi, quia tui sunt 43 Eu rogo por eles, não pelo mundo,
et omnia mea tua sunt (Joa 17,8-10). 44 mas por aqueles que me deste, porte são
45 Pater sancte, serva eos in nomine tuo quos teus e tudo que é meu é teu (Jo 17,8-10).
dedisti mihi, ut ipsi sint unum sicut et nos (Joa 45 Pai santo, guarda-os no teu nome, os que
17,11b). me deste, para que eles sejam um as-sim
46 Haec loquor in mundo, ut habeant gaudium como nós (Jo 17,11).
in semetipsis. 46 Falo estas coi-sas no mundo, para que
47 Ego dedi eis sermonem tuum: et mundus tenham gozo em si mesmos.
eos odio habuit, quia non sunt de mundo, sicut 47 Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os
et ego non sum de mundo. odiou, porque não são do mundo, como eu
48 Non rogo ut tollas eos de mundo, sed ut também não sou do mundo.
serves eos a malo (Joa 17,13b-15). 48 Não rogo que os tires do mundo, mas que
49 Mirifica eos in veritate. os guardes do mal (Jo 17,13-15).
50 Sermo tuus veritas est. 49 Glorifica- os na verdade.
51 Sicut tu me misisti in mundum, et ego misi 50 Tua palavra é verdade.
eos in mundum. 51 Como tu me enviaste ao mun-do, também
52 Et pro eis santifico meipsum, ut sint ipsi eu os enviei ao mundo.
sanctificati in veritate. 52 E por eles santifico a mim mesmo, para que
53 Non pro eis rogo tantum, sed pro eis, qui eles sejam santificados na verdade.
credituri sunt ppropter verbum eorum in me 53 Não rogo por eles somente, mas também
(cfr. Joa 17,17-20), ut sint consummati in por aqueles que vão crer em mim por causa da
unum, et cognoscat mundus, quia tu me palavra deles (cfr. Jo 17, 17-20), para que
misisti et dilexisti eos, sicut me dilexisti (Joa sejam consumados na unidade, para que o
17,23). mundo conheça que tu me enviaste e os
54 Et notum faciam eis nomen tuum, ut amaste, como me amaste (Jo 17,23).
dilectio qua dilexisti me, sit in ipsis et ego in 54 E os farei conhecer teu nome, para que o
ipsis (cfr. Joa 17,26). amor com que me amaste esteja ne-les e eu
55 Pater, quos dedisti mihi, volo, ut ubi ego neles (cfr. Jo 17,26).
sum, et illi sint me-cum, ut videant claritatem 55 Pai, os que me deste, quero que onde eu
tuam (Joa 17, 24) in regno tuo. Amen. estou também eles estejam comigo, para
verem a tua claridade (Jo 17,24) no teu reino.
Amém.
CAP. XXIII: ORATIO ET GRATIARUM CAP. XXIII: ORAÇÃO E AÇÃO DE GRAÇAS
ACTIO

1 Omnipotens, sanctissime, altissime et 1 Onipotente, santíssimo, altíssimo e sumo


summe Deus, Pater sancte (Joa 17,11) et Deus, Pai santo (Jo 17,11) e justo, Senhor rei
iuste, Domine rex caeli et terrae (cfr. Mt do céu e da terra (cfr. Mt 11,25), por ti mesmo
11,25), propter temetipsum gratias agimus te damos graças, porque por tua santa vontade
tibi, quod per sanc-tam voluntatem tuam et e por teu único Filho com o Espírito Santo
per unicum Filium tuum cum Spiritu Sancto criaste todas as coi-sas espirituais e corporais e
creasti omnia spiritualia et corpo-ralia et nos nós, feitos à tua imagem e semelhança,
ad imagi-nem tuam et similitu-dinem factos in colocaste no paraíso (cfr. Gn 1,26).
paradiso posuisti (cfr. Gen 1, 26). 2 E nós caímos por nossa culpa.
2 Et nos per culpam nostram cecidi-mus. 3 E te damos graças porque, assim co-mo por
3 Et gratias agimus tibi, quia sicut per Filium teu Filho nos criaste, assim por teu santo amor,
tuum nos creasti, sic per sanctam dilectionem com que nos amaste (cfr. Jo 17,26), fizeste que
tuam, qua dilexisti nos (cfr. Joa 17,26), ipsum ele, verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
verum Deum et verum ho-minem ex gloriosa nascesse da gloriosa sempre virgem beatíssima
semper Virgine beatis-sima Sancta Maria nasci Santa Maria, e quiseste que nós, cativos,
fecisti et per cru-cem et sanguinem et mortem fôssemos redi-midos por sua cruz e sangue e
ipsius nos captivos redimi voluisti. morte.
4 Et gratias agimus tibi, quia ipse Filius tuus 4 E te damos graças porque o teu pró-prio Filho
venturus est in glo-ria maiestatis suae mittere virá na glória de sua majestade para colocar no
maledictos, qui poenitentiam non egerunt et te fogo eterno os malditos que não fizeram
non cognoverunt, in ignem aeternum, et dicere penitência e não te co-nheceram, e dizer a
omnibus qui te cog-noverunt et adoraverunt et todos que te conhe-ceram e adoraram e te
tibi servierunt in poenitentia: Venite, benedicti serviram na peni-tência: Vinde, benditos de
Patris mei, percipite regnum, quod vobis meu Pai, recebei o reino, que está preparado
paratum est ab origine mundi (cfr. Mt 25, 34). para vós desde a origem do mundo (cfr. Mt
5 Et quia nos omnes miseri et pecca-tores non 25,34).
sumus digni no-minare te, suppli-citer 5 E porque todos nós, miseráveis e pe-cadores,
exoramus, ut Dominus noster Jesus Christus não somos dignos de te nomear, imploramos
Filius tuus dilectus, in quo tibi bene complacuit suplicantes que nosso Senhor Jesus Cristo, teu
(cfr. Mt 17,5), una cum Spiritu Sancto Paraclito Filho dileto, em quem bem te comprazeste (cfr.
gratias agat tibi, sicut tibi et ipsi placet, pro Mt 17,5), junto com o Espírito Santo Paráclito
omnibus, qui tibi semper sufficit ad omnia, per te dê graças, como agrada a ti e a ele, por
quem nobis tanta fecisti. Alleluia. todos, ele que sempre te basta para tudo, por
6 Et gloriosam matrem beatissimam Mariam quem tantas coisas nos fizeste. Alelúia.
semper Virginem, beatum Mi-chaelem, 6 E a gloriosa mãe beatíssima Maria sempre
Gabrielem et Raphaelem et om-nes choros Virgem, o bem-aventurado Mi-guel, Gabriel e
beatorum seraphim, cherubim, thronorum, Rafael e todos os coros dos bem-aventurados
dominationum, principatum, potestatum, serafins, querubins, tronos, dominações,
virtutum, angelorum, archan-gelo-rum, principados, potesta-des, virtudes, anjos,
beatum Joannem Baptistam, Joannem arcanjos, o bem-aven-turado João Batista, João
Evangelistam, Pe-trum, Paulum et beatos Evangelista, Pe-dro, Paulo e os bem-
patriarchas, prophetas, Inno-centes, apostolos, aventurados patriar-cas, profetas, Inocentes,
evangelistas, discipulos, martyres, confessores, apóstolos, evan-gelistas, discípulos, mártires,
vir-gines, beatos Eliam et Enoch, et omnes confessores, virgens, bem-aventurados Elias e
sanctos, qui fue-runt et erunt et sunt, propter Eno-que, e todos os santos, que foram e serão
tuum amorem humiliter deprecamur, ut, sicut e são, por teu amor humildemente pedi-mos,
tibi placet, pro his tibi gratias referant summo que, como te agrada, por essas coisas te dêem
vero Deo, aeterno et vivo, cum Filio tuo carissi- graças, sumo Deus verdadeiro, eterno e vivo,
mo Domino nostro Jesu Christo et Spiritu com teu Filho caríssimo nosso Senhor Jesus
Sancto Paraclito in saecula saeculorum (Apoc Cristo e o Espírito Santo Paráclito nos séculos
19,3). Amen. Alleluia (Apoc 19, 4). dos séculos (Ap 19,3). Amém. Alelúia (Ap
7 Et Domino Deo universos intra sanc-tam 19,4).
ecclesiam catholicam et apostolicam servire 7 E a todos os que querem servir ao Senhor
volentes et omnes sequentes ordi-nes, sa- Deus dentro da santa Igreja cató-lica e
cerdotes, diaconos, subdiaconos, a-colythos, apostólica, e a todas as ordens se-guintes:
exorcistas, lecto-res, ostiarios et omnes sacerdotes, diáconos, subdiáco-nos, acólitos,
clericos, universos religiosos et reli-giosas, exorcistas, leitores, ostiários e a todos os
omnes conversos et parvulos, pau-peres et clérigos; e a todos os religio-sos e religiosas; a
egenos, reges et principes, labo-rantes et todos os conversos e postulantes, pobres e
agricolas, servos et dominos, om-nes virgines necessitados, reis e príncipes, trabalhadores e
et continentes et maritatas, laicos, masculos et agricultores, servos e senhores; todas as
femi-nas, omnes infan-tes, adolescentes, virgens e con-tinentes, e casadas; leigos,
iuvenes et senes, sanos et infirmos, omnes homens e mu-lheres, todas as crianças,
pusillos et magnos, et omnes populos, gentes, adolescentes, jo-vens e velhos, sãos e
tribus et linguas (cfr. Apoc 7,9), omnes enfermos, todos os pequenos e grandes, e
nationes et omnes ho-mines ubicumque todos os povos, gentes, tribos e línguas (cfr. Ap
terrarum, qui sunt et erunt, humiliter roga-mus 7,9), to-das as nações e todos os homens de
et supplicamus nos omnes fratres minores, qual-quer lugar da terra, que são e serão, pedi-
servi inutiles (Lc 17, 10), ut omnes in vera fide mos humildemente e suplicamos, nós, to-dos
et poeni-tentia perseveremus, quia ali-ter os frades menores, servos inúteis (Lc 17,10),
nullus salvari potest. que todos perseveremos na verda-deira fé e
8 Omnes diligamus ex toto corde, ex tota penitência, porque de outra ma-neira ninguém
anima, ex tota mente, ex tota virtute (cfr. Mc pode salvar-se.
12,30) et fortitudine (cfr. Mc 12,33), ex toto 8 Amemos todos com todo coração, com toda
intellectu, ex omnibus viribus (cfr. Lc 10,27), alma, com toda mente, com toda força (cfr. Mc
toto nisu, toto affectu, totis vis-ceribus, totis 12,30) e fortaleza (cfr. Mc 12, 33), com todo
desideriis et voluntatibus Dominum Deum (Mc entendimento, com todas as forças (cfr. Lc
12,30 par.), qui totum corpus, totam ani-mam 10,27), todo esforço, todo afeto, todas as
et totam vi-tam dedit et dat omnibus nobis, qui entranhas, todos os desejos e vontades o
nos crea-vit, redemit et sua sola misericordia Senhor Deus (Mc 12,30 par.), que nos deu e
salvabit (cfr. Tob 13,5), qui nobis misera-bilibus nos dá a nós todos todo o corpo, toda a alma e
et miseris, putridis et foetidis, in-gratis et malis toda a vida, que nos criou, remiu e só por sua
omnia bona fecit et facit. misericórdia vai salvar (cfr. Tb 13,5), que a nós
9 Nihil ergo aliquid aliud desideremus, nihil miseráveis e míseros, pútridos e fétidos,
velimus, nihil aliud placeat et de-lectet nos nisi ingratos e maus, fez e faz todo bem.
Creator et Redemptor et Salvator noster, solus 9 Nada mais, portanto, desejemos, na-da mais
verus Deus, qui est plenum bonum, omne queiramos, nada mais nos agrade e deleite a
bonum, totum bo-num, verum et summum não ser o Criador e Redentor e Salvador nosso,
bonum, qui solus est bonus (cfr. Lc 18,19), único verdadeiro Deus, que é o pleno bem,
mitis, suavis et dulcis, qui solus est sanctus, todo bem, o bem intei-ro, verdadeiro e sumo
iustus, verus, sanctus et rectus, qui solus est bem, que só ele é bom (cfr. Lc 18,19), manso,
benig-nus, innocens, mundus, a quo et per suave e doce, que só ele é santo, justo,
quem et in quo (cfr. Rom 11,36) est omnis verdadeiro, santo e reto, que só ele é benigno,
venia, omnis gratia, omnis gloria omnium poe- inocente, puro; de quem e por quem e em
nitentium et iustorum, omnium beatorum in quem (cfr. Rm 11,36) é todo perdão, toda
caelis congaudentium. graça, toda glória de todos os penitentes e
10 Nihil ergo impediat, nihil interpolet; justos, de todos os bem-aventurados que
11 ubique nos omnes omni loco, omni hora et gozam juntos no céu.
omni tempore, quotidie et continue cre-damus 10 Nada, pois, impeça, nada se inter-ponha;
veraciter et humiliter et in corde teneamus et 11 em toda parte nós todos em todo lugar, em
amemus, honoremus, adore-mus, serviamus, toda hora e em todo tempo, to-dos os dias e
laude-mus et benedica-mus, glorificemus, et continuamente creiamos ve-raz e
superexaltemus, magnifi-cemus et gratias humildemente e tenhamos no cora-ção e
agamus altissimo et summo Deo aeterno, tri- amemos, honremos, adoremos, sir-vamos,
nitati et unitati, Patri et Filio et Spiritui Sancto, louvemos e bendigamos, glorifi-quemos, e
creatori om-nium et salvatori omnium in se sobre-exaltemos, magnifique-mos e demos
cre-dentium et sperantium et diligentium eum, graças ao altíssimo e sumo Deus eterno,
qui sine initio et sine fine immutabilis, invi- trindade e unidade, Pai e Fi-lho e Espírito
sibilis, inenarrabilis, ineffabilis, in- Santo, criador de tudo e sal-vador de todos que
comprehensibilis, investiga-bilis (cfr. Rom nele crêem e esperam e o amam, que sem
11,33), benedictus, laudabilis, gloriosus, su- início e sem fim imutável, invisível, inenarrável,
perexaltatus (cfr. Dan 3,52), sublimis, inefável, incompreensível, inescrutável (cfr. Rm
excelsus, suavis, ama-bilis, delectabilis et totus 11,33), bendito, louvável, glorioso, sobre-
super omnia desiderabilis in saecula. Amen. exaltado (cfr. Dn 3,52), sublime, excelso,
suave, amável, deleitável e todo mais de-
sejável do que todas as coisas pelos sécu-los.
Amém.
CONCLUSIO CONCLUSÃO

1 In nomine Domini! Rogo omnes fra-tres, ut 1 Em nome do Senhor! Rogo a todos os meus
addiscant tenorem et sensum eo-rum quae in frades que aprendam o teor e o sentido das
ista vita ad salvationem ani-mae nos-trae coisas que estão escritas nesta vida para
scripta sunt et ista frequenter ad memoriam salvação de nossa alma e que freqüentemente
reducant. as tragam à memória.
2 Et exoro Deum, ut ipse, qui est om-nipotens, 2 E imploro a Deus que ele, que é onipotente,
trinus et unus, benedicat omnes docentes, trino e uno, abençoe todos os que ensinam,
discentes, habentes, recordantes et operantes aprendem, conservam, re-cordam e praticam
ista quoties repetunt et faciunt quae ibi ad estas coisas todas as ve-zes que repetem e
salutem animae nostrae scripta sunt, fazem o que aí está es-crito para salvação de
3 et deprecor omnes cum osculo pe-dum, ut nossa alma,
multum diligant, custodiant et re-ponant. 3 e rogo a todos com o ósculo dos pés, que as
4 Et ex parte Dei omnipotentis et domi-ni amem muito, guardem e conservem.
papae et per obedien-tiam ego frater 4 E da parte de Deus onipotente e do senhor
Franciscus firmiter praecipio et iniungo, ut ex papa e por obediência, eu, Frei Francisco,
his, quae in ista vita scripta sunt, nullus minuat mando firmemente e imponho que das coisas
vel in ipsa scriptum aliquod desuper addat (cfr. que estão escritas nesta vi-da, ninguém
Deut 4,2; 12,32) nec aliam regulam fratres suprima ou lhes acrescente al-gum escrito nela
habeant. mesma (cfr. Dt 4,2; 12, 32) nem os frades
5 Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto, sicut tenham outra regra.
erat in principio et nunc et semper et in 5 Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,
saecula saeculorum. Amen. como era no princípio e agora e sempre e pelos
séculos dos séculos. Amém.

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