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1.1 – A vida de quem sofre de enxaqueca
Se
você
sofre
de
enxaqueca
há
algum
tempo,
é
provável
que
já
tenha
feito
muitos
exames
e
tratamentos…
Tomografias
computadorizadas,
eletroencefalogramas,
ressonâncias
magnéticas,
raios
X
dos
seios
da
face,
crânio
e
coluna
cervical,
exame
de
líquor,
de
sangue...
Enfim,
exames
que
não
acabam
mais.
Uma
chatice!
Uma
perda
de
tempo
sem
fim!
O
pior
(ainda
bem!)
é
que
todos
eles
não
mostram
nada
de
anormal.
Você
não
está
à
beira
da
morte
(ainda
bem
de
novo!).
Quando
aparece
alguma
anormalidade,
ela
nada
tem
a
ver
com
a
causa,
em
si,
da
enxaqueca!
Quantos
pacientes
já
atendi
que
fizeram
até
cirurgias
para
ver
se
melhoravam
da
enxaqueca,
como
correção
de
desvio
de
septo
nasal,
retirada
de
útero,
de
vesícula,
remoção
dentária,
entre
tantas
outras…
Mas,
no
final,
para
desespero
e
frustração
da
vítima,
a
dor
continuava,
por
vezes
até
pior!
A
maioria
das
pessoas
que
me
procuram,
oriundas
de
todo
o
Brasil
e
até
de
outros
países,
já
passou
por
tudo
isso.
Elas
já
entram
na
minha
sala
com
um
misto
de
esperança,
incredulidade
e
frustração,
por
força
de
tantos
tratamentos
sem
sucesso
pelos
quais
já
passaram.
Várias
me
dizem:
“Esta
será
a
minha
última
tentativa”.
Ou,
“Você
é
minha
última
esperança”.
Para
essas
pessoas,
a
tristeza
e
o
sofrimento
causados
pela
dor
são
tão
grandes
que
elas
estão,
de
fato,
vivendo
por
um
fio,
ou
simplesmente
sobrevivendo.
A
dor
passou
a
dominá‐las,
e
elas
perderam
a
vontade
de
continuar
vivendo.
Isso
sem
contar
a
tristeza
e
o
sofrimento
dos
familiares,
que
se
vêem
impotentes
diante
dessa
situação.
É aí que entra a depressão.
Mas fica sempre aquela angústia: “E se eu tiver uma crise?”.
A
vida
fica
imprevisível
para
quem
tem
enxaqueca,
e
isso
é
uma
fonte
de
desânimo
e
depressão!
“Vamos ao cinema no sábado?”
E se no sábado ele tiver uma crise?
Daí
não
tem
cinema!!!!
“Como
é
que
eu
vou
fazer
para
me
casar?
E
se
nesse
dia
me
der
uma
crise?
Quem
vai
acreditar
que
estou
com
enxaqueca,
e
não
tentando
fugir
do
compromisso?”
Pode
parecer
muito
cômico
para
quem
está
de
fora.
Mas
é
trágico.
Muito
trágico.
Ah,
mas
e
o
remédio?
Afinal,
há
tantos
remédios
para
as
crises
de
enxaqueca!!!
Pois
é,
mas
ao
contrário
do
que
vemos
nos
muitos
comerciais
de
remédios,
pode sim acontecer de você tomar o remédio e a
dor não sumir!
Por
exemplo,
o
remédio
usado
em
uma
crise
pode
diminuir
ou
eliminá‐la,
mas,
ao
mesmo
tempo,
pode
provocar
reações
colaterais
quase
tão
chatas
quanto
a
dor
em
si!
Algumas
pessoas
se
sentem
‘dopadas’,
ou
‘drogadas’,
ou
‘anestesiadas’,
ou
‘de
ressaca’.
Enfim,
elas
simplesmente
não
são
as
mesmas
por
até
doze
horas
depois
de
ingerir
um
remédio.
Não
sou
contra
remédios.
Quer
coisa
melhor
do
que
abrir
a
boca,
tomar
uma
pílula
e
a
dor
sumir?
Mas
isso
não
significa
que
eu
acredite
neles
como
a
única
solução
para
a
enxaqueca.
Pelo
contrário,
os
remédios
atuam
apenas
nos
sintomas,
e
não
nas
causas
do
problema.
E por que a classe médica é peça importante de todo esse jogo?
Os
médicos
são
seres
especiais,
os
únicos
no
mundo
investidos
de
autoridade
e
credibilidade
para
tratar
do
nosso
bem
mais
precioso
–
a
saúde.
Os
médicos,
ou
como
quer
que
eles
tenham
sido
denominados
ao
longo
dos
milênios,
sempre
foram
muito
respeitados
por
sua
arte
de
curar,
de
aliviar
o
sofrimento
e
de
compreender
as
fraquezas
do
corpo,
da
mente
e
–
por
que
não
–
do
espírito.
Esse
respeito
e
reverência
sempre
deram,
naturalmente,
ao
médico
(ou
curandeiro,
pajé,
xamã,
qualquer
que
seja
a
denominação
da
época)
papel
de
destaque
na
sociedade:
o
de
formador
de
opinião.
Que
tal
esse
personagem,
na
forma
de
uma
classe
tão
respeitada
e
importante,
virar
um
formador
de
opiniões
favoráveis
a
você?!
Qual o leigo capaz de contrariar uma recomendação médica?
É
exatamente
esse
grande
feito
que,
nos
dias
atuais,
a
indústria
conseguiu.
E
mais,
convenceu
o
paciente,
você,
que
se
alguém
sai
do
consultório
sem
alguma
receita,
nem
que
à
base
de
vitamina,
é
necessário
que
se
questione
a
competência
daquele
médico.
No
caso
da
enxaqueca,
tema
principal
deste
livro,
todo
mundo
lucra,
menos
você,
que
sofre
do
mal!
É
importante
fazê‐lo
acreditar
que
a
enxaqueca
não
tem
cura,
e
que
os
remédios
tomam
100%
do
tratamento.
Você
fica
na
dependência
deles
e,
de
quebra,
de
todo
um
sistema
médico
atrelado
à
indústria
para
se
manter
na
superfície.
E
você
ainda
ajuda
a
manter
uma
indústria
de
exames
modernos
e
caros,
além
de
uma
de
planos
de
‘saúde’
para
ajudar
a
pagar
tudo
isso.
Não
adianta
se
entupir
de
remédios
e
ter
um
estilo
de
vida
ruim.
A
balança
tem
de
ficar
equilibrada!!!
Remédios
podem
ou
não
ser
necessários
temporariamente,
mas,
para
se
livrar
desse
mal,
você
precisa
repensar
certos
hábitos.
Foi
com
essa
intenção
que
escrevi
este
livro.
Leia‐o
e
siga
suas
instruções
o
mais
à
risca
possível.