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ORIGEM

E EVOLUÇÃO
DOS TECIDOS

Universidade Federal de Santa Catarina


Curso de Design - Design Têxtil
Professora: Marisa Araújo Carvalho
Acadêmico: Sergio Amorim
As primeiras fibras têxteis cultivadas na
Antigüidade foram o linho e o algodão, no
campo vegetal, e lã e seda, no campo animal.
O linho, com mais de 8000 anos de
história ganhou o status de fibra nobre. O
algodão acompanha o homem desde a pré-
história, era apelidado por Heródoto como a
lã branca que dá em árvore. A lã tem uma
origem rude, sob clima rigososo, com tons
em uma mistura de crus e marrons. A seda,
sempre lembrada como do Oriente, com
muito brilho, muita luz, e no toque muita
variação, podendo ser macia e sedosa,
quando cetim, como áspera e armada,
quando sharung.
A ARTE DE TECER

A tecelagem surgiu entre os homens como


forma de proteção corporal.
Os primeiros tecidos nasceram da manipulação
das fibras com os dedos, derivados da arte da cestaria.
O primeiro indício da existência de têxtis data de
24 mil anos, no Período Paleolítico, a chamada Idade
da Pedra Lascada, fazendo a arte têxtil ser anterior à
agricultura (8-10mil anos). Além disso, o homem
sempre foi mostrado vestido pele de animal, já que
foram aquelas épocas glaciais, onde havia grande
necessidade de vestimentas e calçados.

No Egito foram descobertos tecidos de


linho que datam de 6000 a.C. e na Suíça e
Escandinávia foram encontrados tecidos de lã
datando da Idade Bronze (3000 a.C a 1500
a.C.), na Índia, o algodão já era fiado e tecido
por volta de 3000 a.C., Na China, a seda era
tecida pelo menos 1000 a.C. Os processos
fundamentais de tecelagem ainda são os
mesmos, embora métodos e equipamentos
tenham sido alterados.
TECIDOS DE ALGODÃO

Heródoto falava em
árvores contendo lã e, segundo
suas palavras, o algodão veio da
Índia. Até hoje se encontram
plantas perenes de algodão, de
grande porte, cujas fibras
superam as de lã de carneiro
tanto em qualidade como em
beleza. Pondo em questão as
palavras de Heródoto, restos de
tecido de algodão datando de
5800 a.C. foram encontrados
perto de Tehuacan, no México.
TECIDOS DE LINHO

Com uma longa história, iniciada no


Egito, às margens do Nilo, e na Criméia, há
cerca de 8 mil anos. Também sendo
encontrados vestígios na região que viria a
ser Portugal datando 2500 a.C., e
considerada uma das mais importantes
fibras têxteis em certas regiões da Grécia
TECIDOS DE LÃ

Os mais antigos fragmentos pertencentes ao Período


Neolítico (10000 a.C. a 4000 a.C.) foram encontrados em
escavações na Mesopotâmia. O uso têxtil da lã data de no mínimo
6000 anos, quando o homem começou a domesticar o carneiro
selvagem. Na época pré-colombiana, nos Andes, os ameríndios já
utilizavam a lã na tecelagem.
TECIDOS DE SEDA

Surgiram na China, na época do


Imperador Amarelo (cerca de 2697). Os
chineses foram os primeiros a cultivar o bicho-
da-seda. Os brocados chineses, tão
comentados por Marco Pólo, alcançaram seu
apogeu no século XIV, sob a dinastia Ming.
Entretanto, o segredo da obtenção do fio
natural da seda permaneceu guardado até o
século XVIII, quando a técnica foi introduzida
na Europa graças ao contrabando praticado
por padres jesuítas.
EUROPA: DO ARTESANATO À INDÚSTRIA

Antes da indústria, eram raras as inovações têxteis. Os tecelões


procuraram utilizar fibras têxteis de natureza e grossura diferentes,
modificando a trama, e buscaram tinturas mais intensas e resistentes.
Até o fim da idade média, a Inglaterra se preocupava com a produção
de lã, enquanto a região de Flandres (Bélgica) e Toscana (Itália)
transformavam essa fibra em produto acabado.
Durante o Renascimento (séculos XV e XVI), a tecelagem
continuava uma atividade artesanal. Até o fim do século XVIII era
exercida em empresas familiares constituídas por fiandeiras e
tecelões qualificados. Já nessa época, a Bretanha tinha larga produção
de cânhamo, necessário à navegação. Na Espanha, a seda chegou e
rapidamente ganhou a Europa, se firmando em centros italianos,
franceses e ingleses.
Em 1733, John Kay inventou a lançadeira volante, que liberou a
mão do tecelão. No fim do século XVIII, Joseph-Marie Jacquard
fabricou uma máquina que permite a realização de motivos em cores
na trama dos tecidos.
INDÚSTRIA TÊXTIL: DIFICULDADES INICIAIS
O maior problema do início da era industrial era o fato dos industriais priorizarem os
lucros, descuidando dos empregados. Conflitos entre patrões e funcionários eram
freqüentes no século XIX, e a insatisfação gerava manifestações que se traduziam na
destruição de novas máquinas. Mesmo a tecelagem artesanal mostrava descontentamento,
sempre ameaçada pela forte concorrência. Com o nascimento do sindicalismo o direito a
greve foi regulamentado, e as atividades de produção têxtil se normalizaram.
A variedade de tecidos é numerosa. Seus nomes correspondem, em princípio, à sua
natureza (lã, seda, viscose, poliéster) e ao tipo de tecelagem, ou seja, o tipo de ligamento
(sistema de entrelaçamento dos fios do urdume e da trama), que pode ser dividido em três
tipos diferentes: tafetá, sarja e cetim. Quanto ao aspecto, existem quatro variedades de
tecido: liso, maquinado, jacquard e estampado.
BENEFICIAMENTO TÊXTIL

ETAPA INICIAL
Limpeza - separar a fibra de substâncias
indesejáveis, os fios destinados ao urdume
recebem um banho à base de amido, resinas
sintéticas ou produtos gordurosos que os
protegerão da fricção durante a tecelagem.

Desengomagem - retirar as substâncias postas na


limpeza.
Alvejamentos - branqueamento químico para eliminar a
coloração amarela ou marrom das fibras celulósicas.
Branqueamento óptico - mesmo após o alvejamento,
ainda há reflexo de coloração amarela. O branqueamento
óptico adiciona um produto com propriedade de refletir
raios azulados, violáceos, que inibem o tom amarelado.
Navalhagem - retira, por corte, pontas de fibras salientes
na superfície do tecido
Flambagem - elimina, por queima (placas aquecidas ou
chama), pontas de fibra salientes na superfície do tecido.
Prefixação - para evitar distorções, encolhimento ou
alongamento, causado por banhos aquecidos.
ETAPA SECUNDÁRIA

Tintura - proporcionar cor


aos tecidos mediante
utilização de corantes
Estampagem - imprime
desenho decorativo a um
tecido.
ETAPA FINAL

Acabamento crackant - à base de ácido orgânico (tartárico ou cítrico), confere


toque rangente aos tecidos de seda, acetato ou triacetato.
Acabamento wash and wear - permite que tecidos de algodão ou algodão e
poliéster não amarrotem por tempo indeterminado, fazendo desnecessário o
alisamento por ferro de passar.
Antifogo - impede que o tecido seja queimado, fundamental para tecidos
empregados em locais de grande concentração humana.
Antimanchas - confere ao tecido a propriedade de repelir sujeira e impedir a
fixação de manchas.
Antimicrorganismo - evita o desenvolvimento de fungos.
Antiparasitas - contra ataque de numerosos microorganismos.
Anti-ruga - evita que o tecido amarrote
Amaciantes - dá suavidade ao toque
Encorpantes - aumenta a rigidez dos tecidos
Calandragem - confere aspecto lustroso aos tecidos, quando passa entre dois
cilindros, estando um deles aquecido.
Carregamento - feito por meio da aplicação de agentes de carga, torna o tecido
mais pesado
Escovagem - dá ao tecido superfície fibrosa, melhorando o toque e isolamento
térmico
ETAPA FINAL

Flanelagem - confere ao tecido uma base felpuda, através do repuxo dos fios por
guarnições de aço.
Golfragem - criar efeitos de relevo na superfície dos tecidos.
Hidrofugação - repelência à água, sem prejudicar sua ventilação.
Impermeabilização - repelência à líquidos, obstruindo a ventilação.
Lixagem - confere superfície fibrosa de menor altura que a flanelagem
Matificação - retirar o brilho dos tecidos como acetato e poliamida
TINTURA

De forma muito simples, pode-se


dizer que o tingimento é um processo no
qual a fibra ou o tecido são mergulhados
numa solução onde foi fervido uma
seleção de matérias-primas colorantes.
Essas matérias colorantes podem ser de
origem animal (como caracóis marinhos,
produtores da púrpura do gênero
Murex), vegetais (cascas de cebola para o
amarelo) ou minerais (óxido de ferro
para o vermelho)
DIVERSIDADE DE TINTURAS

Corantes diretos - proporcionam cores inalteráveis e duradouras


sem o auxílio de produtos químicos.
Corantes a mordente - o mordente é um reagente no qual o tecido
é banhado antes de entrar em contato com a tinta para que esta se
fixe melhor no tecido, visto que a maioria dos corantes naturais não
se fixa satisfatoriamente nos tecidos naturalmente.
Corante de cuba - o têxtil é mergulhado num banho contendo o
derivado do corante, que é incolor, e em seguida exposto ao ar para
que a oxidação dê surgimento à cor.
Corantes a cobre - o têxtil é banhado em sulfato de cobre. O
processo resulta em tinturas resistentes à luz e lavagens.
Corantes ácidos - tingem lã e seda num banho ácido
Corantes na massa - a tintura é adicionada à massa líquida ou
pastosa antes que ela venha a ser transformada em fios. Geralmente
as cores obtidas são firmes e inalteráveis.
ESTAMPAGEM

O homem provavelmente usou a


mão como matriz para estampar os
primeiros tecidos, em seguida, pedaços
de madeira. Não tardou para que pêlos
de animais fossem atados à gravetos,
criando pincéis r udimentares,
habilitando-o a fazer linhas onduladas
mais facilmente. O homem criou
então, depois, carimbos de argila,
madeira e metal. Nos séculos V. a.C. e
IV a.C. os egípcios já dominavam as
técnicas, utilizando substâncias ácidas
e corantes naturais. No fim do século
XV, Vasco da Gama trouxe da Índia
para a Europa tecidos estampados de
algodão, finos e transparentes. Logo os
têxteis estampados eram exclusivos das
altas classes sociais. No século XVIII, a
invenção do cilindro para estampar
iniciou um novo período na área têxtil,
popularizando a estamparia.
MÉTODOS DE ESTAMPARIA

Batik - do sânscrito batikken, “desenho ou pintura com cera”, se


mantém inalterado até hoje. Cera quente ou parafina é aplicada
sobre o tecido, com o intuito de isolar as áreas que o tingimento
não deve agir. Após a tintura, a cera é dissolvida em água quente.
Pode ser repetido várias vezes, conforme o número de cores,
Bloco de madeira - Usado desde o século V, utiliza madeiras
duras como carimbos. No início, era usada somente a madeira
esculpida em baixo-relevo, mas posteriormente foi aperfeiçoada
com fitas de bronze no contorno dos desenhos, dando maior
definição.
Rolo de madeira - Criado no século XVIII como substituto do
bloco, e a partir de sua invenção a impressão passou a ser
mecanizada. Os rolos são alimentados com o produto corante
por outro rolo fornecedor. Uma lâmina de aço elimina o excesso
de colorante. O tecido a ser estampado passa pressionado entre
os rolos gravados e cilindros impressores.
Cilindro - a patente foi feita em 1783 por Thomas Bell, e
método também é conhecido por estampagem rouleaux.
Consiste basicamente em transferir para o tecido, sob pressão, o
desenho gravado em rolos de cobre ou de ferro recoberto por
cobre. Multiplicou por 25 o rendimento da impressão
comparada aos blocos, com maior nitidez, simplicidade nos
ajustes e maior desenvolvimento na produção.
Quadro - usado no oriente desde o século VIII, foi
popularizada também a partir do século XX na
publicidade. Na área têxtil, é usada para estampar motivos
trabalhosos sobre grandes áreas: uma moldura em forma
de quadro mantém um tecido muito fino esticado e ele é
recoberto com uma espécie de verniz na área que a tinta
não deve atingir o tecido. A seguir, passa-se a pasta da cor,
que atravessa somente as microperfurações livres.
Cilindro rotativo - Processo recente (1962),
combinando o sistema de rolos e quadros: o tecido é
estendido sobre a esteira rolante. Ordens são transmitidas
por computador às máquinas que alimentam com jatos de
tinta os cilindros, com extrema rapidez. A rotação dos
cilindros apoiados sobre o tecido é sincronizada com a
velocidade da esteira rolante, de modo contínuo.
Transfer - conhecido também como termoimpressão, o
processo utiliza a alta temperatura na transferência de
corantes. Um papel previamente impresso é colocado
sobre o tecido. Os dois passam juntos entre os cilindros
quentes de uma calandra, e o corante do papel migra para
o tecido. É um processo caro, mas permite grande nitidez.
CRIAÇÃO DE ESTAMPAS

Arquivos de séculos passados são constantemente


consultados por desenhistas em busca de inspiração para a
criação de estampas. Um mesmo tema permite inúmeras
versões. Desenhos de plantas que há dezenas de séculos
fizeram a beleza de tecidos principalmente indianos ainda
são produzidos com múltiplas interpretações.
Hoje, as reprises têm grande peso nas coleções,
muitas vezes alimentadas pela tradição. Criações sem
vestígios do passado são raridades. Uma função que ganha
força com o passar dos anos é a do estilista que elabora as
tendências. Ele direciona as criações às exigências do
mercado. Tradição e criação então se mesclam para
satisfazer uma tendência baseada em pesquisas, e dessa
MOTIVOS E PADRÕES

Os lisos mostram uma única cor, diferenciando-se pelo tipo de


fio, trama ou acabamento. Os tipo fantasia, com duas ou mais
cores, compreendem os que mostram padrões clássicos e os
que possuem motivos variados.

MOTIVOS VARIADOS

Floral - O motivo preferido da Índia foi o motivo


predominante na estamparia até o fim do século XVIII. Nos
últimos anos do século XIX ganhou novo impulso por conta
do movimento artístico art nouveau, marcado pelo design
rebuscado, mais elegante, com folhas onduladas, caules
alongados e cores esmaecidas.
Geométrico - Dividia com o floral ( e o figurativo) a
preferência do consumidor europeu nos séculos XVII e
XVIII, tendo grande valorização no início do século XX,
impulsionados pelo movimento art decó, que sucedeu o art
nouveau, sem o uma antítese deste. Tem um estilo limpo, puro
e geométrico. Possuem um poder especial de se manterem na
moda. Além dos clássicos (o xadrez, o listrado e os poás), é
infinita a possibilidade de criação de desenhos geométricos
para serem reproduzidos.
Animal - Do mundo animal saíram as estampas imitando pele
animal, que há anos aparecem em peças de vestuário e tecidos
para decoração, impulsinado pelo movimento ecológico e
de preservação das espécies. Embora tenham altos e
baixos, motivos animais continuam inspirando
criadores, e são marcados por incessantes
retornos.
Abstrato - Fim do século XIX e início do
séxulo XX surgiram os abstratos,
imagens sem forma definida: podem
sugerir manchas, pinceladas,
borrões, respingos, rabiscos,
etc. Os estilistas, com suas
escolhas e idéias,
determinam a
ligação entre
tradição e
criação.
Figurativo - Quando há
re produção de figuras,
influindo a humana, o motivo
é classificado como figurativo.
Um dos mais famosos
produtos figurativos é o Toile
de Jouy, que mostrava cenas
pastorais e campestres nos
tecidos. Feitas de algodão, as
toiles de Jouy eram destinadas
exclusivamente à decoração.
Diferenças de tons da mesma
cor e representações de luz e
sombra criavam a perspectiva
exigida pelos motivos.
PADRÕES CLÁSSICOS

Listras - Esse padrão é visto de modo


democrático, vestindo todas as classes sociais,
mas por séculos era denotado como marca de
exclusão ou infâmia. No ocidente, as listras
serviam para assinalar os bandidos, os loucos, os
doentes contagiosos, os condenados, carrascos,
prostitutas e até músicas e malabaristas. Foi
durante o Renascimento, nos séculos XV e XVI
que essa perspectiva começou a mudar, levando-
as ao ambiente doméstico, onde passou a ser
usado em pijamas e roupas de banho. Nos anos
1920, era muito usado por banhistas, de ambos
os sexos e de todas as idades. Na década de 1930
Chanel abriu, definitivamente, as portas da
elegância para as listras.

Cashmere - Nasceu nos altos vales da Caxemira, tem


como principal característica a “palheta cashmere”
forma estilizada da folha de palmeira. Uma das
possíveis versões deste padrão de baseia no fato que
os habitantes da Caxemira utilizavam a lateral da mão
fechada para carimbar as caixas de especiaria.
XADREZ
Madras - Tecido originário da cidade de Madras,
na Índia, muito leve, em puro algodão, tem uma
padronagem com grande variedade de cores e
desenhos.
Príncipe-de-gales - tomou notoriedade graças à
elegância de Eduardo VII quando era príncipe de
Gales, mas a trama dos fios de lã nos teares já
existia há tempo.
Pied-de-poule - Literalmente “pé-de-galinha”, é
um xadrez miúdo, que resulta do entrelaçamento
dos fios da trama com os do urdume. Seu nome
vem da semelhança das pegadas de uma galinha.
Se for maior, é chamado de pied-de-coq (“pé de
galo”), e as cores mais tradicionais são bege e
marrom.
Vichy - Conhecido como “xadrez piquenique”, mostra um quadriculado
pequeno, mas não miúdo, formado por brando e uma segunda cor, sempre
em tom pastel. Tornou-se famoso no fim da década de 1950, quando Brigitte
Bardot utilizou um vestido com essa padronagem em seu casamento com
Jacques Charrier.
Tartan - Há quase 300 anos, para cada família de estirpe nobre do norte das
Ilhas Britânicas era criado um padrão de listras verticais e horizontais
formando quadrados. Os habitantes das montanhas da Escócia
desenvolveram sofisticado código relativo ao vestuário, à cor e aos padrões
dos tecidos, com o objetivo de identificar e fortalecer a união de seus clãs.
Após guerras, os ingleses haviam proibido os escoceses de utilizarem kilts,
mas quando a rainha Vitória e o príncipe Albert compraram o castelo de
Balmoral como residência de verão na Escócia, decidiram redecorá-lo
utilizando o seu próprio tartan, o “balmoral”. Atualmente, a família real
inglesa também possui seu próprio tartan, o “Tartan Real Stewart”.
Tweed - feito com fio de lã tweed, de espessura áspera e efeito
boutonné colorido (bolinhas produzidos pelo processo de fiação ou
retorção.
Olho-de-perdiz - Um tipo de tweed, mais macio e fino, que forma um
pequeno desenho geométrico semelhante ao olho de uma perdiz.
Geralmente mostra tons de cinza, do mais claro até o grafite e preto.
Risca-de-giz - Listras brancas bem fininhas, no sentido vertical, com
dois centímetros de distância uma das outras, sobre fundo escuro.
Amplamente divulgado pelo cinema, vestindo gangsteres nova-
iorquinos, acabou fazendo a moda mudar o rumo das listras.
Espinha de peixe - Obtido na
tecelagem por meio de um tipo de
armação derivada da sarja. Criam um
efeito de várias letra V, formando um
ziguezague semelhante á espinhas de
peixe.
Poás - Os tecidos com poás, ou
bolinhas, podem mostrar desenho base
em vários tamanhos, disposições ou
colorações.
OUTROS TECIDOS

Feltro - chamado de não-tecido, é uma mistura prensada


de fibras de animais.
Malha - advém do entrelaçamento de um ou mais fios. A
malha não nasce e uma armação trama-urdume; pode ser
feita com um só fio, que corre em forma de espiral
horizontalmente (malharia de trama) ou de vários fios
longitudinais, um por agulha (malharia de urdume). Essas
laçadas assumem aspecto de fios em forma curva que se
sustentam entre si e são livres para de mover quando
submetidas a alguma tensão.
Renda - tecidos cujos fios da trama e do urdume de
entrelaçamento mesmo tempo e em todas as direções. Os
principais tipos são dois: renda de agulha, vista como
evolução do bordado, e renda de bilro, evolução da
passamanaria. Na moda, o uso da renda enfrenta anos
bons e anos maus que se sucedem sem razões aparentes
Veludo - do latim, vellus, que significa “pêlo” ou “pêlo
em tufos” trata-se de um tecido que apresenta no lado
direito aspecto peludo, macio e brilhante, com pelos
curtos, densos, de pé, que resultam da trama cortada.
Freqüentemente a superfície do tecido é flambada para
se eliminarem fiapos que a ultrapassam. Pelo avesso,
dois tipos de armação: tafetá ou sarja.
Denim (jeans) - A palavra é originada de Genes,
nome francês para Gênova, onde os marinheiros
usavam resistentes calças de trabalho confeccionadas
com o tecido denim. É, basicamente, um tecido de
algodão com trama de sarja. Em 1847, Levi Strauss,
vendo a necessidade de calças mais resistentes aos
trabalhadores da mineração, utilizou a lona que
comercializava na confecção da primeira calça de
trabalho, que logo de multiplicou. Em 1860, as calças
índigo blue começaram a substituir as de lona, e em
1877 também para maior resistência, ganharam rebites
nos bolsos (o clássico jeans Levi's 501). Na década de
1940, começou a ser utilizado como moda para uso
diário, e em 1950 o rock e cinema exerceram influência
decisiva para que os jovens adotassem o jeans. A partir
de 1980 o jeans começou a fazer parte das coleções
prêt-à-porter de estilistas europeus e americanos.
PESQUISA DE MODA

É, na figura de seu profissional, o Pesquisador de


Tendências (geralmente terceirizado, um prestador de
serviços autônomo) o elo entre:
Estilista (o criador)
Confecção (o executor)
Lojista (o abastecedor)
VERÃO 2008/2009

TRIBOS & SAVANAS


"O espírito jovem e cosmopolita surge com uma nova onda étnica,
inspirada na produção cultural dos povos maias, incas, astecas e dos índios
navajos", explica Tatiana Putti, coordenadora de moda do Senac.
Para ela uma referência forte vem do colonialismo trazendo à tona
uniformes militares com bolsos chapados e fechados por lapelas, cores
neutras, primárias e terrosas, motivos geométricos primitivos reinventados,
listras, efeitos de tingimentos, aplicações, franjas e bordados.
GLAMOUR & PODER
"Maximalismo é a palavra-chave", afirma Tatiana. "O excesso e a diversão dos
anos 80 com formas esvoaçantes e estamparia extravagante traduzem esse tema".
Mangas e ombros valorizados realçam a impressão o poder. O smoking
masculinho ganha desenho discreto e sofisticado com toque erótico para as
mulheres.
POESIA & NOSTALGIA
O resgate dos momentos poéticos dos anos 20 e 30 são outra tendência forte do
verão 2009, resgatando babados, rendas, aplicações de flores, drapeados e nervuras
em tops e vestidos leves e transparentes.
A nostalgia dos anos 50 e as formas clássicas voltam trazendo uma feminilidade
marcada por saias e vestidos com grandes volumes de Dior, foco na cintura e grandes
decotes nos ombros, costas e busto.
WEB & BRECHÓ
Jovialidade e atitude traduzem este tema, marcado por visual romântico e delicado
remetendo às roupas de boneca misturados a um visual rockabilly. Esses jovens são
apegados a valores estéticos do passado e estão conectados continuamente à tecnologia
e web. Estrelas, listras e desenhos pop servem de estampas corridas ou localizadas.
ARTE & DESIGN
"Abstracionismo, cores e formas criadas livremente e pinceladas artísticas
representam esta corrente. As roupas são obras-de-arte ambulantes", explica a
palestrante. A moda quer reinventar o desenho do corpo por meio de tecidos
performáticos com viés esportivo. Os volumes se deslocam e o corpo fica em
evidência. As formas são arredondadas, futuristas e tubulares anti-anatômicas com
volumes e dobraduras imprevisíveis compondo o "arquitecnocouture".
INVERNO 2009 (WGSN)

Perturbado
A proposta é abrir as portas para o
pesadelo, para as imagens obscuras,
bizarras e horripilantes. Fique de olho
nos filmes de David Lynch, no
Labirinto do Fauno de Guillermo del
Toro e no som do Hierate Mich. Nas
artes gráficas a atenção vai para as
dissecações dos personagens de HQ,
feito por Michael Paulus.

Elusivo
A segunda macrotendência pede a
experimentação que as estações do
ano, as mudanças que a luz e o vento
podem causar no ambiente. O som é
da banda escandinava Adjágas e a arte é
de Vik Muniz que trabalha com
alimentos e materiais inusitados.
Curadoria
As pessoas não se satisfazem mais pelas
compras, elas têm escolhas responsáveis e se
preocupam com a sustentabilidade. A arte gráfica
de Alan Fletcher e o trabalho do joalheiro filipino
Federico De Vera são os pontos altos desta
tendência. Ouça Arcade Fire e assista Henry V
com Laurence Olivier.

Novas Fronteiras
Björk é a peça-chave deste tema. O seu
pioneirismo musical e o novo cd Volta são o tom
de arte experimental das novas fronteiras. Turismo
no espaço, vegetais plantados no jardim de casa e o
Second Life dividem espaço na nova vida do idoso,
que faz academia, se veste como jovem e mantém
uma vida sofisticada.

Para o verão 2008, Catriona aposta nas cores


fortes do coletivo Astro Vivid Focus, nas silhuetas
oversize do hip hop, nas estampas de lenços, nas
parcerias de grandes marcas com modelos (como
Kate Moss para Top Shop) e na moda de luxo para
crianças.

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