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Processo n. 2007.82.00.006980-6
Ação penal pública
Autor: MPF
Réu: Reginaldo Marcelino Pereira
S E N T E N Ç A1
RELATÓRIO
Oitiva das testemunhas indicadas pelo MPF: Robert Jubert (f. 53-4) e
Maria do Céu da Silva (f. 55-6).
Em alegações finais:
dificuldades financeiras por ele alegadas e que o teriam impedido de cumprir suas
obrigações perante o INSS. Pediu, assim, a procedência do pedido.
É o breve relatório.
DECIDO.
FUNDAMENTAÇÃO
Em arrimo a tais afirmações, sua defesa juntou aos presentes autos (f.
155-79) documentos que, a meu juízo, comprovam satisfatoriamente a realização
dos contratos, bem como o respectivo recebimento das obras construídas pela
CONSTRUTORA BRISA LTDA.
dela e de sua irmã. A empresa existiu de 2000 a 2004, vindo a fechar suas portas
nesse ano por motivo de falência. Por vezes, recebia um prolabore da empresa, o
que não ocorria quando a empresa não tinha dinheiro em caixa. Destaca que o
motivo da falência foi o fato de construírem obras para o governo do Estado que não
foram pagas, tendo conhecimento de que os débitos da empresa perante o INSS
não foram pagos por problemas financeiros. Destacou que não tinha bens para
alienar e tentar salvar a empresa; que, com exceção do prolabore, não tinha
qualquer outra fonte de rendimentos; e, finalmente, tudo que a empresa tinha era
destinada a pagar os funcionários.
Em razão de tudo isso, não tenho como concordar com o MPF quando
afirma nas alegações finais que o réu não conseguiu comprovar sua tese de defesa,
baseada na impossibilidade de fazer o aludido repasse dos valores aos INSS em
razão de problemas financeiros enfrentados pela empresa. A empresa simplesmente
fechou suas portas, cessando suas atividades e, muito embora ainda esteja
registrada perante a Receita Federal como ativa (que pode ser motivado pela
existência de débitos tributários pendentes), a verdade é que ela simplesmente não
tem receita ou lucro.
Além disso, não posso crer que tenha o réu protegido seu patrimônio e
sua qualidade de vida enquanto a empresa definhava. A meu juízo, ficou
completamente demonstrado que ele retirava um prolabore não excessivo (quantia
inferior a dois mil reais em valores brutos para o sustento de pelo menos quatro
pessoas), que consistia sua única fonte de renda.
DISPOSITIVO
Custas ex lege.