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1. Introdução
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Exposição oral do no XIII Seminário de Iniciação Científica da UESC e publicação nos anais do evento.
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Leiner, da Revista Marie Claire (2007) se constitui em “um elo forte nessa corrente difícil
de romper do turismo sexual” (p.77)
Ainda seguindo essa acepção, o turismo sexual, embora esteja disseminado como
prática cada vez mais visível nas sociedades contemporâneas, não poderia ser considerado
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Na reportagem de Leiner - Marie Claire (2007), ela contempla uma coluna para falar
desse profissional significativo nessa cadeia:
Além desses aspectos, outros pontos da reportagem irão salientar que no mercado
informal um taxista, por vezes, transportando o passageiro estrangeiro que se interessa por
garotas brasileiras, relata os biótipos das “amigas” e cobram em torno de R$ 100,00 reais
pra levá-los até elas. Segundo um dos entrevistados em Ilhéus, o motorista de táxi é um dos
primeiros contatos feitos pelo turista no destino escolhido, e quando esse possui a intenção
de busca por luxúria, o chofer é uma fonte constantemente procurada, como foi dito:
“sempre acontece de pessoas que vem trabalhar e pergunta sobre as meninas” (Entrevista
07).
Um outro motorista explica sem ressalvas numa corrida feita no centro da cidade
que dentre essas garotas que estão “na vida” algumas são menores de dezoito anos e
estudantes pois muitas vezes aparecem pelo centro de farda. Que geralmente fazem ponto
em um bar na cidade e que alguns hotéis do centro facilitam a entrada das mesmas com os
gringos.
Das informações colhidas com os taxistas é possível distinguir três linhas de
pensamento em relação ao tema estudado. O fim propedêutico do presente trabalho
coaduna com as várias hipóteses tiradas da pesquisa de campo na medida em que estas
servem para demonstrar quão variado pode ser o entendimento de um fato. Vamos a elas:
Quanto ao conceito de Turismo Sexual depuramos as seguintes conclusões:
Conceito 1: O turismo sexual não existe
Conceito 2: Há Turismo sexual quando uma pessoa mantém relação sexual com uma
garota de programa no lugar de destino, independente do motivo do deslocamento do
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lugar de origem.
Conceito 3: Há Turismo sexual quando uma pessoa mantém relação sexual com uma
garota de programa no lugar de destino, tendo até aí se deslocado única e exclusivamente
para isso – sendo o sexo elemento predominante.
Os que defendem o conceito 1 não associam a atividade turística com a relação
sexual. Como pontua o entrevistado de número 6 “turismo é uma coisa, sexo é outra”. É
compreensível tal entendimento. A atividade turística é tida como um ramo sério, a
prostituição não.
Após o fim da monocultura cacaueira, a cidade de Ilhéus adotou tal ramo de
atividade – turismo - como uma das novas opções na sua economia, assim como várias
outras cidades da região. O termo “Turismo Sexual”, nesse aspecto, ameaça a integridade
desse tão importante ramo ao colocá-lo lado a lado com o sexo. Não é difícil, analisando o
termo à primeira vista, pensar em algo não muito sério. Turismo sexual remete a
exploração, descompromisso, desleixo da esfera pública, o “Turismo Sexual” não existe.
Existe algo que é erroneamente chamado de Turismo Sexual.
Fora dessa esfera há aqueles que não vêem problema de denominar e descrever tal
prática. É a procura do sexo pelo turista (entrevista 2). Mas por qual turista? Percebe-se que
há dois tipos de turista nessa situação: um que quer ter uma relação sexual na cidade de
destino, e outro que escolheu a cidade de destino exatamente para ter a relação sexual. É
uma questão de finalidade. O primeiro turista trata o sexo como necessidade natural. Tanto
faz para ele arrumar uma parceira ali quanto em qualquer outra cidade que ele for. O
segundo veio à cidade com o fim de realizar o sexo ali.
No caso do turismo de negócios, por exemplo, especialmente os que tem a região de
Origem, nas cidades vizinhas à Ilhéus, informa os taxistas que é constante a procura por
acompanhantes. O turista, nesse caso, está ali a trabalho, mas nem por isso deixa de
procurar a garota de programa.
Entre os que reafirmam a existência do fenômeno a maioria deu sinais de concordar
que este é composto pelas “pessoas que vêm de fora inteiramente para diversão sexual”
(entrevista 14). Houve quem afirmasse que a prática era voltada para a exploração de
menores, ou ainda que ocorria quando um terceiro oferecia ao turista as garotas para que ele
tivesse relações. Tais variáveis, por hora, não são relevantes, vez que queremos estabelecer
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o que não muda em todas as situações: o turismo sexual ocorre quando a motivação para a
pessoa em realizar o deslocamento do seu lugar de origem foi a de obter a relação sexual no
seu lugar de destino. Só assim o tema é relevante. Do contrário, toda a relação sexual do
indivíduo fora do seu lugar de origem estaria abarcado pelo turismo sexual, e o seu objeto
seria difuso.
4. Conclusão
5. Referências
BEM, Arim Soares do. A Dialética do turismo sexual. Campinas: Papirus, 2005.
FORTES, Lore. Et ali. O turismo sexual infanto juvenil: uma análise da participação da
polícia militar do Rio Grande do Norte In. X Encontro nacional de Turismo em base local,
2007 Paraíba.
IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do turismo. 2 ed. São Paulo: Pioneira, 3003
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LAGE, Beatriz Helena Gelas; MILONE, Paulo César (organizadores). Turismo: teoria e
prática. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.
BEM, Arim Soares do. A Dialética do turismo sexual. São Paulo : Papirus, 2005
LEINER, Carla. Turismo Sexual In. Revista Marie Claire. Rio de Janeiro: Globo, 2007.
VAZ, Gil Nuno. Marketing Turístico: receptivo e emissor – um roteiro estratégico para
projetos mercadológicos públicos e privados. São Paulo: Pioneira, 2001.