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50 Anos Da Bienal PDF
50 Anos Da Bienal PDF
Bien
internacional de so paulo
RICARDO
NASCIMENTO
FABBRINI professor do
Departamento de Filosofia
da Faculdade de
Comunicao e Filosofia
da PUC-SP e autor de O
Espao de Lygia Clark
(Atlas).
nal
RICARDO NASCIMENTO FABBRINI
48
Abaixo, Jackson
Pollock, IV
Bienal de So
Paulo, 1957
49
50
51
Robert
Rauschenberg,
Risco,
52
V Bienal de So
Paulo, 1959
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picas , sem lugar no imaginrio contemporneo. na arte moderna como efetuaes artsticas, e no como programa o
que no implica como veremos a renncia
aos poderes de negao da arte atual , que
esses artistas, brasileiros ou estrangeiros,
buscam modos de operar simbolizaes no
presente.
As Bienais, de 1951 a 1998, so megaexposies, pois exibem um excesso desconcertante de obras. Em 1951 foram
expostas 1.800 obras; em 1953, 1.500 obras,
s de artistas estrangeiros; em 1995, 1.992
obras, sendo 400 de artistas brasileiros; em
1965, 1.493 obras de 366 artistas brasileiros,
sendo 253 estreantes; e em 1998, s em
representaes nacionais um dos quatro
segmentos bsicos da XIV Bienal
expuseram 54 artistas indicados por 43
curadores. Por mais ciosas que sejam as
curadorias, reinam nessas megaexposies,
no apenas na Bienal de So Paulo, mas
tambm nas Bienais de Veneza, Porto
Alegre, Havana, Kassel ou Johannesburgo,
uma fria confuso entre as obras expostas,
entre vrios suportes, como o pigmento e o
pixel, o plexiglass e o bronze; mltiplas
linguagens, como pintura, escultura, objeto, instalao, gesto ou vdeo; diversos
cdigos artsticos, como o dadasmo e o
minimalismo, e suas dobras, como o
neominimalismo ou o neoneodadasmo.
Essas exposies so, para alguns,
inevitveis pot-pourris, casas de incoerncias, enquanto, para outros, so o
espao da arte contempornea: um espao
inclusivo, de coexistncia pacfica, no
apenas entre o artstico e o esttico, mas,
ainda, entre a arte dita sinttico-formal e
a arte dita semntico-pragmtica; entre a
representao figurativa e abstrata, entre a
arte construtiva e a arte pulsional. Essa no
, portanto, uma realidade nova, pois basta
lembrar que o pblico na VIII Bienal de
So Paulo, de 1965, para dar um s exemplo,
passava subitamente de uma pintura pura
de Barnett Newman, que anseia ao sublime,
a obras matricas de arte povera de Alberto
Burri; da engenharia gaiata de Jean
Tinguely, oriundo de dad, optical art,
puramente retiniana de Victor Vasarely; e
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