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Fichas de trabalho Domnio Educao Literria

Alberto Caeiro
L com ateno o poema de Alberto Caeiro.

XXXVI
E h poetas que so artistas
E trabalham nos seus versos
Como um carpinteiro nas tbuas!

Que triste no saber florir!


5 Ter que pr verso sobre verso, como quem construi um muro
E ver se est bem, e tirar se no est!

Quando a nica casa certa1 a Terra toda


Que varia e est sempre boa e sempre a mesma.

Penso nisto, no como quem pensa, mas como quem no pensa.


10 E olho para as flores e sorrio
No sei se elas me compreendem
Nem se eu as compreendo a elas,
Mas sei que a verdade est nelas e em mim
E na nossa comum divindade
15 De nos deixarmos ir e viver pela Terra
E levar ao colo pelas Estaces contentes
E deixar que o vento cante para adormecermos
E no termos sonhos2 no nosso sono.

PESSOA, Fernando, 2010. Poesia dos Outros Eus. 2.a ed. Lisboa: Assrio & Alvim (p. 65)

1. casa certa: na primeira verso do poema casa artstica; 2. Variante do verso: Afrouxando, e sem sonhos.

Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas ao questionrio.

1. Explica de que modo as comparaes dos versos 3 e 5 contribuem para realar os


sentimentos do sujeito potico, expressos na primeira e segunda estrofes, face aos poetas que
so artistas (v. 1).

2. Explicita a contradio presente no verso Penso nisto, no como quem pensa, mas como
quem no pensa. (v. 9).

3. Interpreta a recusa dos sonhos (v. 18), no contexto da concluso do poema.

OEXP12DPPorto Editora

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