Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Geossintetico Cap7 PDF
Geossintetico Cap7 PDF
1. Generalidades
As geogrelhas são usadas como elemento de reforço em obras geotécnicas e de proteção
ambiental. A característica principal das geogrelhas é que a abertura da sua malha é
grande o suficiente para permitir o entrosamento das partículas do solo ou do material
granular em contato com a mesma, proporcionando uma boa interação do conjunto. Para
que isto ocorra, tanto os fios, que formam os elementos transversais e longitudinais da
geogrelha, como os nós (cruzamento destes dois elementos), deverão ter a rigidez e a
resistência à tração adequada para haver o mecanismo de interação. Este mecanismo se
dá através do intertravamento entre o material de contato, que penetra no interior da
malha, tracionando os elementos transversais, os quais transmitem a carga para os
elementos longitudinais, através dos nós.
A abertura da malha permite também a drenagem vertical da camada de solo integrante
do sistema de reforço.
2. Histórico
O desenvolvimento de materiais poliméricos de alto módulo de rigidez, quando
submetidos à tração, possibilitaram a utilização destes como reforço em vários materiais
de construção, inclusive o solo.
As primeiras geogrelhas foram desenvolvidas na Inglaterra em 1980 e trazidas para os
Estados Unidos, via Canadá em 1982, Koerner, 1999.
3. Tipos de Geogrelha
Os fios, que formam os elementos longitudinais e transversais da malha da geogrelha,
podem ser fabricados a partir de diversas resinas e a forma como se interceptam varia,
conforme o tipo da geogrelha.
4. Geogrelha Engefort®
A geogrelha Engefort® possui alta resistência à tração e alto módulo de rigidez à tração, é
fabricada com polímeros que possuem baixa sensibilidade ao creep, poliéster de alta
tenacidade ou fibra de vidro, e tem abertura de malha entre 20 e 30 mm. Suas
propriedades estão apresentadas no item 9.
Geogrelha Engefort®
®
5. Aplicações da Geogrelha – Engefort
Engefort® pode ser utilizada como reforço em vários tipos de obras geotécnicas e de
proteção ambiental:
• Bases de estradas rodoviárias e ferroviárias
• Recuperação de pavimentos
• Base de aterros reforçados construídos sobre solo mole
• Taludes reforçados
• Taludes de barragens de terra
• Recomposição de taludes que romperam
• Substituição de encostas convencionais por taludes de inclinação acentuada
• Base de aterro de capeamento de estacas de fundação
• Diques de expansão de aterros sanitários
• Reforço de fundação, visando melhorar a capacidade de carga sob sapatas
• Muros de solo reforçado
• Taludes de aterros sanitários
• Coberturas de valas de resíduos e de aterros sanitários
®
6. Exemplos de Aplicação da Geogrelha Engefort
6.1. Aterros ou Diques reforçados
O uso de geogrelha como reforço permite transformar taludes com inclinação suave em:
Taludes íngremes
7. Especificação de Geogrelhas
A escolha e a especificação de geogrelhas é feita em função do tipo e das condições
geotécnicas da obra e da resistência à tração requerida para o caso em análise.
Na escolha da geogrelha deve-se levar em conta o tipo de polímero, o processo de
fabricação e no mínimo algumas propriedades, com os respectivos métodos de ensaio
através dos quais estas são obtidas, como por exemplo:
• Propriedades físicas:
- abertura da malha
- massa por unidade de área ou gramatura (gr/m2) – ABNT NBR 12568 ou
ASTM D 5261
• Propriedades mecânicas:
- resistência à tração (kN/m) – ASTM D 6637 ou ASTM D 4595, onde são importantes
as informações sobre:
a) resistência à tração para 5% de deformação
b) resistência à tração na ruptura com o respectivo alongamento
c) módulo de rigidez à tração
- resistência à fluência (kN/m) – ASTM D 5262 para 10.000 horas (1 ano e 2 meses) ou
ASTM D 6992
• Propriedades de desempenho:
- resistência de inteface: arrancamento e cisalhamento direto – ISO 13427 e
ASTM D 5321
- danos de instalação – ASTM D 5818
Alguns destes fatores de redução devem ser 1,0 ou pouco acima de 1,0 e podem não ter
importância em alguns tipos de obra. Entretanto, outros fatores de redução, que levem
em conta condições relevantes para determinadas situações na obra, podem ser incluídos
na determinação da resistência à tração de projeto. Por exemplo, fatores de redução que
levam em conta: degradação por raios UV, penetração de agregados de maior
granulometria, podem ser incluídos em condições especifícas.
A tabela abaixo, GG4(b) - 1991, fornece os fatores de redução recomendados para alguns
tipos de obras. No entanto, é importante analisar cada fator individualmente, em relação
às condições de solicitação e local de utilização da geogrelha.
Os fatores de redução apresentados, na tabela a seguir, são para geogrelhas flexíveis, ou
seja, aquelas que exibem uma rigidez à tração menor do que 1000 g/cm no ensaio ASTM
D 1388, segundo a GG4(b).
Vale lembrar também, que são fatores parciais, que foram quantificados por pesquisas no
GSI, e levam em conta condições de longa duração, que não são normalmente
consideradas nos ensaios de laboratório.
Fatores de redução parciais recomendados pela GG4(b) - 1991, para Geogrelhas Flexíveis
(termos definidos abaixo da equação de Tadm)
®
9. Propriedades da Geogrelha Engefort
Sugestões de Aplicação
Aterros, Taludes, Muros de Contenção* (4<pHsolo<9)
RTLD(2)
Direção Longitudinal GRI GG4 KN/m 9,5 17 22,7 22,7 26,5 32,2 49,2 49,2 59,5 79,5
Direção Transversal 4,9 8,7 22,7 13,2 26,5 13,2 11,4 49,2 11,4 11,4
Melhora da Capacidade de Carga, Reforço de Base de Aterros** (4<pHsolo<9)
RTLD(2)
Direção Longitudinal GRI GG4 KN/m 6,9 12,5 16,7 16,7 19,4 23,6 36,1 36,1 43,6 58,3
Direção Transversal 3,6 6,4 16,7 9,7 19,4 9,7 8,3 36,1 8,3 8,3
(1) L = Direção longitudinal ou direção de fabricação
T = Direção transversal
(2) RTLD = Resistência à Tração de Longa Duração = Tult / (FRCR x FRID x FRSD)