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Bacteriologia   –  Prova   I 

 
 
 

Morfologia:   Estrutura   Fı́
sica   e  Quı́
mica   da   cé
lula   procarió
tica 
 
Apesar   de   sua   complexidade   e  variedade,   todas   as   células   vivas   podem   ser   classificadas 
em   dois   grupos,   procarióticas   e  eucarióticas: 
 
Célula   Procariótica  Célula   Eucariótica 
Parede   celular   com   peptídeoglicana  Pode   ou   não   ter   parede   celular   (mas   não 
com   peptídeoglicana) 
Cromossomo   circular   e  Plasmídeos   Núcleo   organizado 
Não   possuem   organelas   membranosas  Organelas   Membranosas 
Tamanho   menor   (a   maioria   das  Tamanho   maior 
bactérias   varia   de   0,2   a  2,0   μm   de 
diâmetro   e  de   2  a  8  μm   de   comprimento) 
DNA   não   associado   a  histonas  DNA   associado   a  histonas 
Reprodução   assexuada   (divisão   binária)  Reprodução   sexuada   e/ou   assexuada 
(varia   de   acordo   com   a  espécie) 
 

Tamanho,   forma,   e  arranjo   das   cé
lulas   bacterianas: 
­    Tais   características   ajudam   a  identificar   a  bactéria.  
 
1.Tamanho: 
As   bactérias   possuem   tamanhos   muito   variáveis   0,1μm   ­600μm   ou   mais.   As   bactérias 
possuem   um   tamanho   maior   do   que   os   vírus. 
 
2.Forma: 
Cocos­   forma   esférica 
Bacilo­   Forma   de   bastão 
Espirais­   com   uma   ou   mais   curvaturas 
 
3.Arranjo: 
As   bactérias   podem   apresentam   diversos   arranjos. 
­  Cocos:  Quando  os  cocos  de  dividem  as  células  podem  permanecer  unidas  umas  ás 
outras,   em   pares   (diplococos),   cadeias   (enterococos),   tétrades,   cubos   ou   cachos. 
­  Bacilos:  sozinhos  (bacilos  simples),  diplobacilos  (2),  spreptobacilos  (cadeia) 
,cocobacilos(   2  juntos   mais   abaulados),   entre   outras. 
­  Espirais:  Tem  em  3  tipos:  vibrião  (em  forma  de  bastão  curvado);  espirilo  (  forma 
helicoidal  rígida);  espiroqueta  (forma  helicoidal  flexível)­­>  Se  encontram  sempre 
sozinhos,   não   tem   arranjos.  
 
A  maior  parte  das  bactéricas  são  monofórmica(  tem  uma  única  forma  celular),  mas  o 
Rizhobium  é  um  exemplo  de  bactéria  pleomórfica,  ou  seja,  que  pode  ser  encontrado 
em   mais   de   uma   forma   celular. 
 
As  características  citadas  acima  ajudam  no  reconhecimento  de  uma  bactéria,  porém 
para   chegar   a  uma   resposta   conclusiva   é  necessário   que   se   realize   outros   teste. 
 
Cocos 
Quando   os   cocos   de   dividem   as   células   podem   permanecer   unidas   umas   ás   outras,   em 
pares   (diplococos),   cadeias   (enterococos),   tétrades,   cubos   ou   cachos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bacilos 
sozinhos,   diplobacilos   (2),   spreptobacilos   (cadeia)   ,cocobacilos(   2  juntos   mais 
abaulados),   entre   outras.

 
 
Espirais 
Existem   3  tipos:   vibrião   (em   forma   de   bastão   curvado);   espirilo   (  forma   de   helicoidal 
rígida);   espiroqueta   (forma   helicoidal   flexível)­­>   Se   encontram   sempre   sozinhos,   não 

tem   arranjos.     
 
A   maior   parte   das   bactéricas   são   monofórmicas(   tem   uma   única   forma   celular),   mas 
Rizhobium   é  um   exemplo   de   bactéria   pleomórfica   (mais   de   uma   forma   celular). 
 
As   características   citadas   acima   ajudam   no   reconhecimento   de   uma   bactéria,   porém 
para   chegar   a  uma   resposta   conclusiva   é  necessário   que   se   realize   outros   teste. 

Estrutura   da   cé
lula   procarió
tica 
A   seguir   serão   discutidas   estruturas   típicas   encontradas   nas   bactérias.   Algumas   destas 
estruturas   contribuem   para   a  virulência   da   bactéria   e  têm   um   papel   importante   na 
identificação   destas,   além   de   serem   alvos   de   agentes   antibacterianos. 
 
 
Glicocá
lice 
É  o  termo  geral  para  a  substância  que  circunda  a  célula  procariótca.  O  glicocálise  é 
composto  por  polissacarídeos,  polipeptídeos,  ou  ambos,  e  envolvem  a  célula 
bacteriana.   Ele   é  produzido   dentro   da   célula   e  é  secretado   para   a  superfície. 
 
Quando  o  glicocálice  está  firmemente  aderido  a  parede  e  a  camada  que  o  compõem 
está  organizada  é  chamado  de  cápsula ,  quando  não  é  chamado  de  camada  mucoide ­ 
camada   viscosa­   (biofilme). 
 
A  Cápsula  contribui  na  virulência  da  bactéria,  pois  impede  a  fagocitose  desta  por 
macrófagos  e  poliformonucleares.  Ex:  Streptococcus  pneumoniae  –  causa  pneumonia 
quando  suas  células  são  envoltas  por  uma  cápsula;  sem  cápsula,  são  rapidamente 
fagocitados. 
 
Um  glicocálice  que  auxilia  as  células  em  um  biofilme  a  se  fixarem  em  seu  alvo e umas 
as  outras  é  chamado  de  SUBSTÂNCIA  POLIMÉRICA  ESTRACELULAR  (SPE).  Está  é 
responsável  pela  proteção  das  células  dentro  do  glicocálice  ,  facilita  a  comunicação 
entre   as   células   e  permite   a  sobreivência   celular   pela   fixação   a  vários   ambiente. 
 
­ Bioᘀ賿ilme:  aderência  à  superfície  e  proteção  da  bactéria  (um  exemplo  é  a  placa 
dentária).  –  Dificulta muito a ação dos antibióticos. O biofilme atua na aderência pois é 
um  reservatório  de  água  e  nutrientes,  logo,  aumenta  a  capacidade  invasiva  de 
bactérias   patogênicas   e  aumentam   a  resistência   microbiana   a  biocidas. 
Ex de bactérias: streptococcus mutans – importante agente causador da cárie, adere­se 
à   superfície   dos   dentes   através   do   biofilme.  
Rizhobium ­  bactéria   fixadora   de   nitrogênio   liga­se   através   da   SPE   em   raízes.  
 
**   OBS:   O  biofilme   apresenta   um   grane   problema   na   área   da   saúde.  
 
Cá
psula 
Contribui   na   virulência   pois   impede   a  fagocitose   por   macrófagos   e  poliformonucleares. 
 
Flagelos   (nã
o   obrigató
rio) 
As   células   procarióticas   que   não   possem   flagelos   são   chamadas   de   atríqueas. 
Os  flagelos  têm  a  função  de  movimentação,  podendo  variar  a  velocidade e direção de 
rotação  do  flagelo.  Eles  possuem  várias  formas,  e  podem  ser  peritríquios  (por  toda  a 
superfície)  ou  polares  (em  um  ou  ambos  lados  da  célula),  os  polares  se  dividem  em: 
Monotríqueo (  1  flagelo  em  1  polo);  lofotríqueos  (um  tufo  de  flagelos  na extremidade 
da   célula);   anfitríquio   (flagelos   em   ambas   as   extremidades) 
 
O   flagelo   é  constituido   por   três   regiões:  f  ilamento,   gancho   e  corpo   basal . 
O  filamento  corresponde  a  longa  região  mais  externa,  é  composto  por  proteínas 
flagelina.  O  filamento  esta  aderido  a  um  gancho  e  a  terceira  porção,  o  corpo  basal, 
ancora   o  flagelo   à  parede   celular   e  à  membrana   plamática.  
­  O  filamento  pode  ser  reconhecido  por 
células   do   sistema   imune   (desvantagem). 
 
­  Bactérias  que  possuem  flagelo  são 
móveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fimbrias   e  Pili   (nã
o   obrigató
rio) 
São  estruturas  semelhantes  a  pelos,  porém  mais  curtos,  mais  finos  e  retos  do  que  os 
flagelos,   são   utilizadas   para   aderência   ou   fixação,   e  transferência   de   DNA. 
 
São   utilizadas   para   aderência   ou   fixação. 
­ FIMBRIAS:  pode  ocorrer  nos  pólos  das  células  bacterianas  ou  podem  estar 
homogeneamente  distribuídas  em  toda  a  superfície.  Têm  a  função  de  aderência 
(podem   se   aderir   umas   às   outras   –  formação   do   biofilme). 
 
­ PILI:  geralmente  são  mais  longas  que as fímbrias, e existem apenas 1 ou 2 por células, 
elas  interligam  2  bactérias  para a transferência de DNA de uma célula para outra →pili 
sexual.  Neste  processo  o  pilus  de  conjugação  de  uma  bactéria  chamada  célula  F+ 
conecta­se  ao  receptor  na  superfície  de  outra  bactéria  de  sua  própria  espécie  ou  de 
espécie  diferente.  As  duas  células  fazem  contato  físico,  e  o  DNA  da  célula  F+  é 
transferido  para  a outra célula. O DNA compartilhado pode adicionar uma nova função 
à  célula  receptor,  como  resistência  a  um  antibiótico ou a habilidade de degradar o seu 
meio   com   mais   eficiência. 
 
Parede   celular   (Obrigató
rio) 
A  parede  celular  de  uma  célula  bacteriana  é  uma  estrutura  complexa,  semirrígida, 
responsável  pela  forma  da  célula.  Sua  principal  função  é  previnir  a ruptura das células 
bacterianas  quando  a  pressão  da  água  dentro  da  célula  é  maior  do que fora. Ela serve 
também  como  ponto  de  ancoragem  para  os  flagelos.  Está  presente  em  todas  as 
bactérias,   com   exceção   da   mycobactérias. 
Muitos  antibióticos  atuam  na  parede  celular.  Porém  a  composição  da  parede  celular 
varia   entre   as   bactérias   –  (bactéria   gram   positiva   e  gram   negativa). 
 
Composição: 
A  parede  celular  bacteriana  é  composta  por  uma  rede  de  macromoléculas 
denominadas  peptídeoglicana,  que  pode  estar  presente  isoladamente  ou  em 
combinação  com  outras substâncias. A peptídeoglicana é formada por um dissacarídeo 
composto  por  N­acetilglicosamina  NAG  e  ácido  N­  acetilmurâmico  NAM  e  pode  estar 
associada   a  outros   polipeptídeos. 

 
NAG  e  NAM  são  ligadas  em  fileiras  de  10­65  açúcares  para  formar  o  esqueleto  do 
peptídeoglicano. 
Fileiras  adjacentes  são  ligadas  por  polipeptídeos  (cadeia  lateral  com  4  aminoácidos 
ligados   a  NAM).   As   cadeias   laterais   são   ligadas   por   uma   ponte   cruzada   peptídica. 

 
 
 
Paredes   celulares   de   Bacté
rias   GRAM‐POSITIVA   E  GRAM   NEGATIVA 
 
  GRAM  POSITIVA :  Apresentam  muitas  camadas  de  peptídeoglicanos  formando  uma 
estrutura  espessa  e  rígida.  Elas  contêm  adicionalmente  ácido  teicóico  que  ligam  e 
regulam  o  movimento  de  cátions  para  dentro  e  para  fora  da  célula;  também  atua  na 
especificidade   antigênica. 
*Os   antibióticos   que   atuam   na   peptídeoglicana   atuam   fortemente   nestas   bactérias.  

 
 
GRAM  NEGATIVA :  Estas  bactérias  possuem  poucas  camadas  de  peptídeoglicano  e 
uma   membrana   externa.  
A  membrana  externa  possui  lipoproteínas,  porinas,  lipopolisacarídeos  (LPS),  e 
fosfolipídeos.  
As  bactérias  com  parede  gram  negativa,  não contém ácido teióico e é mais susceptível 
à   quebra   mecânica   devido   a  baixa   quantidade   de   peptidioglicana. 
 
Devido  à  presença  de  LPS  (lipopolisacarídeo),  estas  basctérias  gram  negativas  tem 
maior  chance  de  causar  um  choque séptico em um indivíduo. Isso ocorre porque o LPS 
possui  um  endotoxina  em  sua estrutura que se liberada pode romper a parede celular, 
provocando   uma   resposta   imune   intensa   e  podendo   levar   ao   choque   séptico.  
 
 
Coloraçã
o   de   GRAM: 
 
1º  em  um  esfregaço  fixado  pelo  calor  é  recoberto  com  um  corante  básico  púrpura, 
geralmente   o  cristal   violeta   (penetram   em   peptídeoglicano).   –  coloração   primária. 
 
2º Utilizar mordente (solução de iodo – utilizamos lugol) que forma complexos maiores 
CV­I   (cristais   violeta   +  iodo)   emaranhados   na   peptideoglicana. 
 
3º  descoramos  com  álcool  ácidos  que  desestabiliza  a  membrana  externa  do  gram 
negativo  e  devido  as  poucas  camadas  de  peptídeoglicano  dessas,  consegue  retirar  os 
complexos  dela,  (  mas  não  retiram da gram +). Com isso os gram negativo voltam a ser 
incolor   enquanto   os   positivos   continuam   cor   violeta. 
4º  Utiliza­se  safranina  (ou  fuccina)­  contra  corante­  que  irá  corar  então  os  gram 
negativos   de   vermelho. 
 
**As  bactérias  gram  positivas  tem  uma  camada  mais  espessa  de  peptídeoglicana  do 
que   as   de   gram   negativas,   o  que   dificulta   a  retirada   do   complexo   CV­I   pelo   álcool.  

 
 
Explicação   passo   a  passo: 
O cristal violeta, o corante primário, cora as células gram­positivas e gram­negativas de 
púrpura,  pois,  penetra  no  citoplasma  de  ambos  os  tipos  celulares.  Quando  o  lugol, 
solução  iodo­iodetada  (o  mordente)  é  aplicado,  forma  cristais  com  o  corante  que  são 
muito  grandes  para  escapar  pela  parede  celular.  A  aplicação  de  álcool  desidrata  a 
peptídeoglicana  das  células  gram­positivas  para  torná­la  mais  impermeável  ao  cristal 
violeta­iodo.  O  efeito  nas  células  gram­negativas  é  bem  diferente;  o  álcool  dissolve  a 
membrana  externa  das  células  gram­negativas,  deixando  também  pequenos  buracos 
na  fina  camada  de  peptídeoglicana,  pelos  quais o cristal violeta­iodo se difunde. Como 
as  bactérias  gram­negativas  ficam  incolores  após  a  lavagem  com  álcool,  a  adição  de 
safranina  (contracorante)  torna  as  células  cor­de­rosa.  A  safranina  fornece  cor 
contrastante  à  coloração  primaria  (cristal­violeta).  Embora  as  células  gram­positivas  e 
gram­negativas  absorvam  a  safranina,  a  coloração  rosa  da  safranina  é mascarada pelo 
corante   roxo­escuro   previamente   absorvido   pelas   células   gram­positivas. 
 
Membrana   Plastá
tica   (  Obrigató
rio): 
A  membrana  plasmática  é  uma  estrutura  fina  situada  no  interior  da  parede  celular, 
revestindo  o  citoplasma  da  célula.  Ela  é  composta  de  fosfolipídeos  e  proteínas.  É  a 
membrana   que   separa   o  meio   interno   do   externo. 
­  As  proteínas  podem  estar  arranjadas  na  membrana  de  diversas  maneiras.  As 
proteínas  periféricas  ficam  na  superfície  mais  interna  ou  mais externa da membrana e 
podem   servir   como   enzimas   que   catalizam   reações   químicas.  
­  As  proteínas  integrais,  no  entanto  penetram  completamente na membrana e podem 
formar   canais   de   entrada   e  saída   de   substância.  
A  membrana  apresenta  um  modelo  de  mosaico  fluido  –  devido  à  movimentação  dos 
fosfolipídeos  e  da  proteínas.  Uma  diferença  entre  as células eucariotas e procariotas é 
que  as  primeiras  contem  na  membrana  plasmática  carboidratos  e  esteróis,  que  estão 
ausentes   nas   segundas.  
 
­  Função:  permeabilidade  seletiva,  e  sítios  de  enzimas  capazes  de  catalisar  reações 
químicas  que  degradam  nutrientes  e  produzem  ATP,  sítios  e  diversas  enzimas  e 
proteínas   de   transporte   e  sítio   de   receptores   celulares   e  de   sistemas   sensoriais.. 
 
­   O  transporte   através   das   membranas   pode   ser   ativo   ou   passivo . 
 
Transporte   passivo :  NÃO   há   gasto   de   energia   (ATP) 
­ difusão  simples:  moléculas  ou  íons  passam  de  uma  área  de  alta  concentração  para 
uma   de   baixa   concentração.  
­ difusão   facilitada:   molécula   passa   com   o  auxilio   de   uma   proteína   carregadora.  
­Osmose:  movimento  de  solvente  de  uma  área  de  baixa  concentração  para  outra  de 
alta   concentração.   Isso   ocorre   através   de   uma   membrana   semi­permeável.  
 
Processos   Ativos:  H  á   gasto   de   energia   (ATP). 
­transporte  ativo:  molécula  ou  íon  passa  com  ajuda  de uma proteína carregadora com 
gasto   de   ATP. 
­translocação  de  grupo:  exclusiva  de  bactérias,  a  substância  é  quimicamente  alterada 
para   passar   pela   membrana. 
 
Citoplasma:   (obrigató
rio) 
É  composto  de  +  80%  de  água,  e  contém  também  proteínas  (enzimas),  carboidratos, 
lipídeos   e  íons   inorgânicos.  
 
A�鼀
rea   Nuclear   ou   nucleó
ide:   (obrigató
rio) 
O  nucleóide  normalmente  contém  uma  única  molécula  longa  e  contínua  de  DNA  de 
dupla  fita  arranjado  de  forma  circular,  denominado  cromossomo  bacteriano.  O 
nucleoide  não  é  circundado  por  carioteca  (envelope  nuclear),  logo,  fica  disperso  pelo 
citoplasma. 
 
Plasmı́
deo:   (Obrigató
rio) 
Além  do  cromossomo  bacteriano,  as  bactérias  frequentemente  contêm  pequenas 
moléculas   de   DNA   de   fita   dupla,   circulares,   denominadas   plasmídeos. 
Essas  moléculas  são  elementos  genéticos  estracromossômicos;  isto  é,  els  não  estão 
conectadas  ao cromossomo bacteriano principal e se replicam independentemente do 
DNA   cromossômico   (  eles    contem   de   5  a  100   genes).  
Pode   conter   genes   de   resistência   a  antibióticos,   e  genes   de   produção   de   toxinas. 
Muito   utilizado   na   biotecnologia. 
Podem   ser   transferidos   de   uma   bactéria   para   outra.  
 
Ribossomo:   (Obrigató
rio) 
Responsável   pela   síntese   de   proteínas.  
 
Inclusõ
es:   (Nã
o   é
  obrigató
rio) 
Grânulos  e  outras  inclusões  funcionam  como  depósito  de  reservas  no  citoplasma  de 
células   procarióticas   (pode   ser   de   enxofre   polissacarídeos,   fosfato   inorgânico).  
 
Endosporo:   (Nã
o   Obrigató
rio) 
Quando  os  nutrientes  essenciais  se  esgotam,  certas  bactérias  forma  células 
especializadas   de   “repouso”   denominadas   endósporos. 
Presente   em   poucas   bactérias   ,  apenas   gram+ 
São  células  altamente  duráveis,  desidratados,  resistentes  ao  calor,  com  paredes 
espessas.  
São   formados   por   um   processo   conhecido   como   esporulação.  
A   maior   parte   do   citoplasma   é  eliminada   quando   se   completa   a  esporogênese.  
­NÃO   É  PROCESSO   DE   REPRODUÇÃO.  
É   a  célula   bacteriana   em   uma   forma   capaz   de   resistir   a  condições   adversas.  
É  resistente  a  falta  de  água,  calor  extremo,  radiação,  exposição  a  muitos  produtos 
químicos.   Eles   germinam   quando   reaquecidos   e  colocados   em   um   meio   nutriente. 
É  resistente  a  falta  de  água,  calor  extremo,  radiação,  exposição  a  muitos  produtos 
químicos.  
 

Metabolismo   Bacteriano: 
(conjunto   de   reações   anabólicas   e  catabólicas   que   ajudam   a  bactéria   a  “montar”   sua   célula) 
 
­Fisiologia   →  Assimilação   →  reações   anabólicas  
­Bioquímica   →  Degradação   →  reações   catabólicas 

Fisiologia 
­Padrão   nutricional:  
 
Classiᘀ賿icaçã

*fonte   de   energia  fotofróficos  
Quimiotróficos 
 
*fonte   de   carbono         autotróficos/litotróficos   e  
heterotróficos/organotróficos 
 
 
Para  as  bactérias  autotróficas  a  única  fonte  de carbono é o CO 2 ou o íon bicarbonato a 
partir  dos  quais conseguem sintetizar todos os compostos orgânicos que necessitam. A 
maioria  das  bactérias  é  Heterotrófica  exigindo  fontes  orgânicas  de  carbono,  sendo  as 
fontes   mais   comuns:   carboidratos,   aminoácidos,   lipídios,   alcoóis,   etc. 
 
Capacidade   de   sı́
ntese 
 
(Utilizam   luz   como       FOTO autotrófica   (fonte   de   C:   CO 2 ) 
fonte   de   energia)  Heterotrofica   (fonte   de   C:   compostos   orgânicos) 
 
(Utilizam   substâncias 
Químicas   como   fonte      QUIMIO Autotrófico   (fonte   de   C:   CO 2 ) 
De   energia.) Heterotrófico   (f onte   de   carbono:   compostos   orgânicos) 
 
*As   substância   químicas   ditas   acima   podem   ser   compostos   orgânicos   ou   inorgânicos.  
 
Químioheterotrófico:   aceptor   final   de   elétrons:   O 2   e  sem   O 2. 
Fotoautotófico:   podem   ou   não   utilizar   H 2 O   para   reduzir   CO 2 . 
 
Nutriçã
o  
Além  de  carbono  e  nitrogênio,  as bactérias exigem uma série de outros elementos sob 
a  forma  de compostos inorgânicos. Alguns são necessários em quantidades apreciáveis 
(macronutrientes),   enquanto   outros,   bastam   traços   (micronutrientes). 
 

 
1.Macronutrientes  
(C,H,O,N,S,P)  –  (P)  importante  no  metabolismo  energético  e  na  síntese  de  ácidos 
nucléicos;  (S)  necessário  por fazer parte de aminoácidos como cistina e cisteína, e para 
síntese   de   vitaminas. 
 
 
­   Carbono:   50%   do   peso   seco   ;  adquirido   por   composto   orgânico   ou   CO 2 . 
­Nitrogênio:  15%  do  peso  seco;  adquirido  de  proteínas;  íons  de  amônia­  usados  para 
sintetizar   aminoácidos.  
 
­Enxofre:   4%   do   peso   seco;   utilizado   para   sintetizar   proteínas   com   S. 
Fontes:   íons   sulfato,   aminoácios   com   S,   sultifo   de   H.  
 
­Fósforo:   4%   do   peso   seco;  
Utilizado   na   síntese   de   ácido   nucléico,   ATP   e  fosfolipideos   de   membrana. 
Fontes:   íons   fosfato 
 
­Oxigênio:   Essencial   para   o  metabolismo   de   bactérias   aeróbicas.  
É   letal   para   bactérias   anaeróbicas. 
 
2.Micronutrientes  (K,  Ca,  Mg)  –  são  cofatores  para  enzimas. – (K) ativador de enzimas 
e  regulador  da  pressão  osmótica;  ( Mg)  ativador  de  enzimas  extracelulares  e  fator 
importante   na   síntese   e  união   das   frações   ribossômicas. 
 
3.Elementos   traço   (Cu,   Zn,   Fe)­   são   importantes   para   o  funcionamento   enzimático 
 
4.Fatores  de  crecimento  –  compostos  orgânicos  indispensáveis  a  um  determinado 
microorganismo,  mas  que  ele  não  consegue  sintetizar.  Tais  fatores  portanto,  devem 
estar   presentes   no   meio   para   que   o  microorganismo   se   desenvolva. 
Quando  um  microorganismo  exige  um  determinado  fator,  seu  crecimento  será 
limitado   pela   quandidade   do   fator   presente   no   meio. 
 
 
5.meios   de   cultura 
Nas  condições  artificiais,  o  crescimento  de bactérias é conseguido pela semeadura das 
mesmas  em  meios  de  cultura.  Como  as  bactérias  crescem  em  meios  diferentes,  é 
importante  conhecer  a  fisiologia  da bactéria e escolher o melhor meio para cultiva ­ lá. 
Os  meios  de cultura são divididos em 2 grupos, meios sintéticos (sabe­se exatamente a 
composição   do   meio)   e  meios   complexos. 
 
­Consistência:   líquido,   sólido   (1   ­2%   Agar)   ou   semi­sólido   (0,5%   Agar). 
­Composição   dos   meios:  
mínimo   (pobre/definido)   →  Sabe­se   a  exata   composição   química   do   meio  
Rico   (complexo)→   Não   se   sabe   a  exata   composição   do   meio   (  tem   fator   de   crecimento) 
Enriquecedor   →  Se   é  líquido   é  enriquecedor 
Seletivo  →  indicador,  diferencial,  indicador  diferencial,  e  seletivo  enriquecedor.  É  o 
meio   que   permite   o  desenvolvimento   de   alguns   microorganismos   e i nibe   de   outros.  
 
*indicador:   com   indicador   de   pH 
*diferencial:   diferencia   as   colônias  
 
Atualmente quase todo meio indicador é diferencial, mas nem todo diferencial é usado 
como   indicador   de   pH   (  pode   haver   outros   parâmetros   para   diferenciar   as   colônias).  
 
Crescimento   das   bacté
rias:   Fatores   que   interferem 
 
Temperatura 
Cada  bactéria  tem  um  ótimo  de  temperatura  para  a  absorção  de  nutrientes  que  está 
intimamente   relacionado   ao   crescimento   e  desenvolvimento   das   culturas.  
Mesófilas:  temperatura  ótima  em  37⁰  C  (temperatura  corporal)  –  trabalharemos  mais 
com   esta. 
Temperatura   Ótima  Bactéria 
4⁰C  Psicrófilos 
15⁰C  Psicotróficos 
37⁰C  Mesófilos 
60⁰C  Termófilos 
90⁰C  Termófilos   Extremos 
 
PH 
Os   valores   de   pH   em   torno   de   7.0   são   os   mais   adequados   para   absorção   dos 
nutrientes,   embora   algumas   bactérias   adaptadas   vivam   melhores   em   outros   meios. 
 
 

Acidófilos  pH<6 
Neutrófilos  pH   6  a  8 
Alcalófilos  pH>8 
 

Pressã o   Osmó tica 


Mudança   na   pressão   osmótica   pode   levar   a  plasmólise,   mas   existem   bactérias 
resistentes,   são   as   chamadas   Halófilas. 
Portanto,   ↑  a  [  ]  do   meio   é  um   modo   de   fazer   com   que   só   as   bactérias   halófilas 
sobrevivam   naquele   meio.  
 
Tensã o   de   Oxigê nio 
 
As   bactérias   têm   comportamentos   diferentes   na   presença   de   O2     livre,   podem   se 
comportar   de   5  formas: 
A­ Aeróbicos   estritos:   somente   crescimento   aeróbico,   necessidade   de   oxigênio.   –  ( 
em   um   tubo   as   colônias   de   bactérias   crescem   na   região   da   superfície   devido   ao 

contato   com   o  ar).     
 
 
B­ Anaeróbicos   Facultativos:   crescimento   aeróbico   e  anaeróbico;   aumento   do 
crescimento   na   presença   de   oxigênio.   –  (  cresce   mais   na   superfície,   porem 
encontra­se   colônias   por   todo   o  tubo) 

 
C­ Anaeróbicos   estritos:   somente   crescimento   anaeróbico;   não   há   crescimento   na 
presença   de   oxigênio. 

 
D­ Anaeróbicos   Aerotolerantes:   Somente   crescimento   anaeróbico;   o  crescimento 
continua   na   presença   de   oxigênio. 

         
E­ Microaerófilos:   somente   crecimento   aeróbico;   necessidade   de   oxigênio   em 
baixas   concentrações   (também   precisa   de   CO 2 ). 

 
 
 
Formas   tóxicas   do   Oxigênio:  
 
­   Oxigênio   Singlet 
É   muito   reativo;   está   presente   em   células   fagocitárias.  
 
­Superoxido   de   oxigênio:   (O 2 ­ ) 
Enzima   superóxido   redutase. 
 
­Ânion   Peróxido:   (O 2 2­ ) 
Enzimas:   catalase:   2H 2 O 2   →  2H 2 O   +  O 2 
Peroxidase:   H 2 O 2  + 
    2H    →  2H 2 O 

 
­   Radical   hidroxila 
 
Reproduçã
o   das   Bacterias: 
 

Assexuada:   fissão   binária/   cissiparidade  
Sexuada:   conjugação   (pili) 
 
Curva   de   crescimento   bacteriano 

Métodos   de   quantificação   do   crescimento   bacteriano: 
 
DIRETO:   ­  determinação   do   nº   de   UFC/mL   (unidade   formadora   de   colônia) 
● Diluição   decimal   seriada   (  vê   o  número   de   depois   corrige   com   a  diluição) 
Neste  método  a  cultura  é  diluída  até  um  ponto  em  que  a  amostra  da diluição quando 
semeada  em  meio  apropriado,  não  apresenta  crescimento.  Logo,  a  densidade 
populacional   original   será   estimada   pela   aplicação   da   teoria   das   propabilidades. 
● Espalhamento   em   placa  
Adição  no  inoculo  em  meio  sólido;  espalhamento  do  inócuo  em  toda  a  superfície; 
crescimento   das   colônias   somente   na   superfície   do   meio. 
● Pour   plate 
Adição  do  ióculo  em  placa  sem  meio  (1mL);  adição  de  Agar  nutriente  fluido  (19  mL); 
misturar  com  agitação  suave  –homogeinizar;  o  crescimento  das  colônias  pode  se  dar 
na   superfície   como   também   dentro   do   Agar   (dependendo   do   tipo   de   bactéria). 
● Filtração  
● Número   mais   provável  
● Contagem   microscópica   direta 
 
INDIRETO: 
● Turbidimetria   (+turvo   ,  +bactéria)   –  método   de   espectometria. 
● Atividade   metabólica   (  quanto   mais   material   consumido   +  bactéria) 

● Peso   seco  

Bioquı́
mica   (metabolismo   bacteriano) 
As   bactérias   necessitam   de   energia   para:  
­   biossíntese   das   partes   estruturais   das   células 
­   síntese   se   enzimas,   ácidos   nucléicos,   polissacarídeos   e  fosfolipídeos. 
­   armazenamento   de   nutrientes.  
­   motilidade.  
 
Todas  estas  etapas  acima,  são  importantes  para  a  identificação,  diagnostico, 
prognóstico   virulência   e  terapêutica.  
 
 
Fermentaçã

Decomposição   de   carboidratos   por   microorganismos   para   obter   energia. 
 
­Por   qualquer   via,   sempre   forma   o  ácido   pirúvico   como   intermediário.  
­  Via  Embdem:  É  a  via  mais  comum  para  bactérias  anaeróbicas  (forma  ácido  lático  ou 
ácido   mistos). 
­  Via  Entner:  Mais  comum  para  bactérias  aeróbicas  (forma  H 2 O  pois  o  oxigênio  é 
aceptor   final   de   elétrons).  
­Via  de  Exoses­  monofosfato:  É  uma  via  alternativa  (hibrida)  e  forma  H 2  pelo  ciclo  de 
Krebs   ou   ácidos   mistos. 
 
→As  Bactérias  se  diferem  quanto  aos  tipos  de  carboidratos que podem utilizar e tipos 
e   quantidades   de   ácidos   mistos   que   produzem.  
 
Essas  diferenças  de  atividade  enzimática  são  importantes  para  a  identificação  das 
diferentes   espécies   bacterianas.  
 
GLICOSE                 desmolases                 Á cido   Pirúvico 
 
 
Ciclo   de   Krebs Fermentação   lática  
(respiração) simples   ou   mista  
 
 
Tipos   de   Fermentaçã

 
Simples   (homolática):   só   ácido   lático.  
Fermentação 
Lática Mista   (heterolática):   Produz   outros   ácidos   também. 
A   fermentação   mista   é  subdividida   em   5  tipos. 
 
 
 
 
Tipo   1  Ácido   Láctico,   Acético   e  Fórmico 
Tipo   2  Ácido   Láctico,   Acético   e  Fórmico;   enzima 
formease   (forma   CO 2 )   ­>   Infecção   com 
dor 
Tipo   3  Ácido   Láctico,   Acético   e  Fórmico;   enzima 
formease;   enzima   de   condensação 
(forma   acetoína   ­   2  Ácidos   Pirúvicos 
condensados   +  CO 2 ) 
Tipo   4  Ácido   Láctico,   Acético,   Fórmico   e 
Propiônico 
Tipo   5  Ácido   Láctico,   Acético,   Fórmico   e  Butírico 
 
Evidenciaçã o   da   produçã o   de   enzimas   bacterianas 
Pesquisa   de   subprodutos 
A INESPECÍFICOS  
B ESPECÍFICOS 
 
A­   INESPECÍFICOS 
­Produção   de   ácido:   Utilizamos   indicadores   de   pH   (vermelho   de   fenol,   azul   de 
bromotimol,   vermelho   neutro).  
­Produção   de   Gás:    Tubo   de   Durhan   (  mostra   se   tem   bolha),   ou   VASPAR   (solidifica­   se 
descolar   mostra   que   produziu   gás). 
 
B­ESPECÍFICO 
­   Produção   de   acetoína   →  cultiva   em   tampão   forte.   Se   em   7  dias   o  meio   ficar   básico­ 
amarelo­   (  observamos   através   do   vermelho   de   metila  V   M ),   significa   que   tem   acetoína.  

 
Outro  m  étodo   é  utlizando(   Voges   Proskauer)   VP→   misturar   o  meio   após   7  dias 
adicionar    KOH   e  α­naftol   (catalizador),   agita   por   5  minutos   para   aerar   e  observa   a  cor   ( 
se   houver   acetoína   ficará   rosa). 
 
*Se   VM   der   negativo   (­)   e  VP   positivo   (+)   é  porque   há   acetoína   no   meio.  
 
Pesquisa   de   integridade   do   substrato 
Substrato   de   amido; 
Após   incubar   com   a  bactéria   joga­se   lugol;   Se   ficar   roxo   é  porque   há   Amido   integro;   se 
formar   um   Halo   sem   cor   em   volta   da   colônia   →  bactéria   produz   amilase   que   degradou 
o   amido,   logo,   tem­se   atividade   bacteriana.  

 
Pesquisa   da   enzima   propriamente   dita 
 
 
Putrefaçã
o   (degradaçã
o   de   proteı́
nas) 
­   Forma   aminas   tóxicas. 
 
Lisina                 lisina   descarboxilase                        C
  adaverina                                        Fí stulas 
(amina   tóxica) 
 
Ornitina          ornitina   descarboxilase                         P
  utrescina                                        Si ntomas   Agudos
 
Detecçã o   da   produçã o   de   enzimas   descarboxilases 
 
A   detecção   será   feita   utilizando   o  meio   com   púrpura   de   bromocresol.  
Se   o  meio   estiver  N   eutro   ou   alcalino :  a  cor   ficará   púrpura 
Se   o  meio   estiver  á   cido:   a  cor   ficará  a   marela 
 
Se   formar   aminas   tóxicas   ficará   púrpura   (  e  o  controle   sem   aa   ficará   amarelo) 
 
**   o  controle   ficara   amarelo,   pois   a  pequena   concentração   de   glicose   presente   é 
consumida   e  forma   ácido. 
**   a  presença   de   aminas   tóxicas   torna   o  meio   púrpuro,   pois   a  síntese   de   tais   amina 
deixa   o  meio   básico   e  supera   a  quantidade   de   ácido   que   é  formado   pelo   consumo   de 
glicose   existente.  
 

 
 
 
Produçã o   de   enzimas   desaminases 
 
Fenilalanina         fenilalanina   desaminase        F  e  nil   pirúvico   +  NH 3 
 
(fenil   pirúvido   +  4  ou   5  gotas   de   cloreto   férrico   →  verde) 
 
 
Triptofano            triptofano   desaminase               I   ndol   pirúvico        descarboxilase        I   ndol   Acético
 
    Descaboxilase 
 
    Metil   Indol 
(escatol) 
OU 
 
Triptofano  t riptofanase               I   ndol   (tóxico   e  volátil).  
 
*OBS:    a  presença   de   indol   deixa   a  fita   Rosa. 
 
­   Produção   de    gases   H2   S: 
 
Cisteína            sulfidrases            A
  l anina   +  H 2 S  
 
*OBS:   H2   S   deixa   a  fita   de   identificação   preta.   A  fita   contém   como   indicador   acetato   de 
chumbo,   que   ao   entrar   em   contato   com   o  H2   S   forma   um   precipitado   preto.  
**OBS:   a  sulfidrase   pode   utilizar   como   substrato   cisteína,   cistina   e  metionina. 
 
Açã o   sobre   outros   Composto 
 
Ureia   =  Se   tem   uréase   produz   amônia   (  alcalino   –  altera   o  pH,   tóxco   para   o  organismo), 
o   meio   inicial   deve   ser   ácido. 
 
Nitrato    (NO 3 ­2 )=   Se   tem   nitratase   produz   nitrito   (NO 2 )­   tóxico,   depolimeriza   o  DNA;    o 
NO 2   pode   ser   degradado   a  N 2   pela   nitritase. 
A   degradação   do   nitrato   acontece   através   da   ação   da   enzima   nitratase,   que   leva   à 
formação   de   nitrito,   o  qual   é  tóxico   e  pode   levar   a  alterações   no   DNA.   Indentificação 
através   da   adição   de   reativos   que,   se   levarem   ao   aparecimento   de   uma   coloração 
vermelha,   mostram   que   há   nitrito   (presença   de   nitratase).   Se   ficar   bege,   ou   não   tem 
nitratase   (nitrato   íntegro)   ou   o  nitrito   foi   degradado   pela   nitritase,   gerando   N2.   Para 
confirmar,   é  adicionado   óxido   de   zinco.   Se   ficar   vermelho,   significa   que   o  nitrato   está 
íntegro   (sem   nitratase),   se   continuar   bege,   quer   dizer   que   o  nitrato   foi   digerido. 
 
 
 
 

 
 
 
Citrato   e  malonato   (  ácidos   carboxílicos)=   Se   tem   malase   ou   citratase   forma   como 
subproduto   NaOH   (  usar   como   indicador   o  azul   de   bromotimol).   Se   formar   NaOH    o 
meio   ficará   azul   (antes   era   verde).  
 
 
Importancia   da   detecçã
o   da   produçã
o   de   enzimas   bacterianas 
­Identificação 
­   Virulência   –  Ao   conhecer   as   enzimas   bacterianas   pode­se   prever   a  virulência   e  a 
sobrevivência   delas. 
­   Diagnóstico 
­   Terapêutica   –  A  identificação   nos   permite   interferir   da   melhor   maneira   no 
mecanismo   de   sobrevivência   da   bactéria. 
 
Fatores   de   Virulê
ncia   bacteriana 
A   porta   de   entrada   para   as   bactérias   são:   membranas   das   mucosas,   pele,   via 
parenteral. 
 
DI 50% =   dose   infecciosa   para   50%   da   população 
DL 50% =   dose   letal   para   50%   da   população 
 
1.Adesã o 
Moléculas   de   superfície   no   patógeno   que   se   unem   especificamente   a  receptores   de 
superfície   no   hospedeiro. 
Glicocálice 
Fímbria/   Fimbrila   (glicoproteína)   –  ligação   mecânica 
 
2.   Evasão 
(“fuga”   para   não   ser   pego   pelo   sistema   imune   do   hospedeiro   que   busca   sempre   uma 
homeostase) 
Cápsula   –   mecanismo   de   proteção   contra   fagócito 
Hidrólise   de   Ig 
 
3.   Invasão 
invasão   do   epitélio   do   hospedeiro   para   o  interior   da   célula. 
Flagelo   –  motilidade  
Enzimas   –  para   digerir   barreiras   biológicas   (ex:   colagenase;   healuronidase,   coagulase,   e 
outras) 
Subprodutos   –  tóxicos   que   degradam   barreiras   (ex:   aminas:   cadaverina   ,  putrescina   e 
tiramina;   H2   S;   indol;   escatol,   entre   outros. 
Invasinas:   mecanismo   de   fagocitose   induzida   pela   bactéria 
 
4.   Toxı́
geno 
Exotoxina   (  gram   +  e  gram   ­  )  –  são   secretadas.   São   solúveis   no   líquido   corporal;   levam 
a   produção   de   antitoxinas,   são   de   natureza   protéica.   Se   subdividem   em   3  grupos: 
 
Grupo1 =  superantígenos   (levam   a  uma   resposta   exacerbada   do   sistema   imune, 
podendo   levar   a  um   choque   séptico). 
Grupo2 =  causa   lesão   na   membrana   citoplasmática 
Grupo3 =  tem   uma   estrutura   A­B   com   diferentes   funções.   Ex:   toxina   diftérica,   toxina 
botulínica,   etc. 
 
Endotoxina   (  parede   celular   de   gram   ­  )  //   Endotoxina   →  LPS   (lipopolisacarideo) 
A   endotoxina   é  um   constituinte   da   bactéria. 
 
Ex:   macrófagos   ingerem   uma   bactéria   gram   negativa,   a  bactéria   é  degradada   em   um 
vacúolo,   liberando   endotoxinas   que   induzem   o  macrófago   a  produzir   IL­1,   que   cai   na 
corrente   sanguínea   até   o  hipotálamo   no   cérebro,   onde   induz   a  produção   de 
prostaglandina   que   reajusta   o  termostato   corporal   produzindo   febre. 
 
Mecanismos   de   evasão: 
­cápsula 
­ componentes   da   parede   celular:   Proteína   M  (auxilia   na   infecção)   –  homóloga   com 
algumas   proteínas   do   nosso   próprio   corpo. 
­variação   antigênica:   Bactérias   tem   várias   seqüência   de   proteínas   muito   similares   (mas 
não   idênticas)   que   dificulta   o  reconhecimento   pelo   sistema   imune   caso   seja   a  2º 
infecção   daquele   tipo   de   bactéria   no   hospedeiro. 
­Enzimas:   Coagulases,   quinases   (degradam   a  fibrina)­   usados   como   medicamentos 
anticoagulantes­   ,  hialudonidases   (  hidrolizam   o  ác.hialurônico)­   usado   na   pesquisa   de 
novas   formulações   para   facilitar   o  acesso   dos   medicamentos­   ,  colagenases. 
­   Penetração   no   citoesqueleto   do   hospedeiro. 
 
 
 

Gené
tica   Bacteriana 
O  Genoma  Bacteriano  possui  um  único  cromossomo,  e  apresenta  também  unidades 
genéticas   acessórias   como   plasmídeos.  
 
Estrutura  de  um  gene  de  procarioto:  a  organização  dos  genes  em  procariotos  é  em 
operons. 
OPERON :  é  a  junção de vários genes controlados por um mesmo promotor (que pode 
ser   forte   ou   fraco). 

  
Expressã
o  Gê
nica  –  o  termo  expressão  gênica  refere­se  ao  processo  em  que  a 
informação   codificada   por   um   determinado   gene   é  decodificado   em   uma   proteína. 
 
Objetivos  da  regulaçã o  da  expressã o  Gê nica :  Nas  bactérias  o  controle  da 
expressão  gênica  serve  principalmente  para  permitir  que  as  células  se  ajustem  às 
mudanças  nutricionais  no  ambiente,  de  forma  que  o  seu  crescimento  e  divisão  sejam 
otimizados  (  ou  seja,  controla  a  transcrição  e  a  tradução  de  proteínas  para  que  seja 
produzido   somente   o  que   a  bactéria   precisa   no   momento). 
 
Como   uma   células   pode   controlar   as   proteínas   que   ela   faz?  
­   controlando   quando   e  como   um   determinado   gene   é  transcrito 
­   selecionando   quis   mRNAs   são   traduzidos 
­Ativando   ou   inativando   seletivamente   as   proteínas   depois   da   sua   síntese. 
 
Diferença   na   iniciação   da   transcrição   em   eucariotos   e  bactérias: 
Enquanto  as  bactérias  contêm  um único tipo de RNA­polimeras, as células eucarióticas 
apresentam   três:   RNA­polimerase   I,   RNA­polimerase   II   e  RNA­polimerase   III.  
 
A  RNA­polimerase  bacteriana  é  capaz  de  iniciar  a  transcrição  sem  o  auxílio  de 
proteínas  adicionais.  As  RNA­polimerase  eucarióticas  requerem  a  ajuda  de  um grande 
conjunto   de   proteínas   chamadas   fatores   gerais   de   transcrição.  
 
Mecanismos   bá
sicos   da   regulaçã
o   da   expressã
o   gê
nica   em   procariotos 
­indutíveis  (+):  controlados  positivamente  pelo  substrato  da  via  metabólica  a  que 
pertencem. 
­  repressíveis  (­):  controlados  negativamente  pelo  produto  final  da  via  biossíntética  a 
que  pertencem.  (Ex:  se  uma  proteína  repressora  se  liga  na  região  do  operador,  não 
haverá   transcrição,   pois   a  RNA   polimerase   não   conseguirá   se   ligar).  
 
Exemplos   de   Operon: 
 
● Operon   Lac 
O   operon   Lac   é  ativado   na   ausência   de   glicose   e  presença   de   lactose. 
As   proteínas   codificadas   neste   mesmo   operon   participam   de   uma   mesma   via.  
O  operon  lac  é  formado  por  uma  região  promotora,  região  operadora  e  os  genes 
estruturais   Z  (β­galactosidase),   Y  (permease),   A  (transacetilase). 
 
­   Repressão   do   operon   lac   pela   glicose: 
1­  Quando  a  glicose  está  ausente,  tem­se  uma  alta  concentração  de  AMP c  e  tem­se  a 
ativação  da  CAP,  que  se  liga  na  extremidade  5’  do  promotor  e  inicia­se  a  transcrição 
daquele   operon. 
Ação  da  lactose:  a  lactose  presente  no  meio,  faz  com  que  a  proteína  repressora  se 
desligue   do   operon   lac. 
 
2­   Glicose   presente   (↓   AMP c )   e  lactose   ausente   –  não   há   transcrição.  
3­   glicose   presente   (↓   AMP c )   e  lactose   presente   –  há   baixa   transcrição. 
 
● Operon   do   triptofano 
­  Muitos  operons  envolvidos  na  biossintese  de  aminoácidos  são  regulados  por 
atenuação   da   transcrição.   Ex:   operon   do   triptofano 
 
Quando  os  níveis  de  triptofano  estão  altos,  o  repressor  se  liga ao operador e bloqueia 
o  promotor,  impedindo  a  síntese  de  enzimas  que  participam  da  biossíntese  do 
triptofano. 
 
 
Elementos   Gené
ticos   Mó
veis: 
 
dios :  Molécula   de   DNA   circular   (fita   dupla),   extracromossomal. 
1.Plasmı́
fagos :  Vírus   de   bactérias. 
2.Bacterió
3.Tranpossons   e  Integrons 
 
Mecanismos   de   transferência: 
● Conjugação 
● Transdução 
● Transformação 
Plasmídio  de  catabolismo:  codifica  as  enzimas  necessárias  no  catabolismo  de  algumas 
substâncias  (não  está  no  cromossomo,  pois  provavelmente  não  vai  precisar  dessa 
maquinaria  sempre,  só  quando  não  tiver  muito  dessa  substância  no  meio).  Ex: 
biorremediação. 
 
1.Plasmídios:  
Plasmídio  conjugativo  →  Região  TRA  presente;  Quanto  menor  o  plasmídio,  maior  é  o 
número   de   cópias. 
 
Funções   codificadas   por   plasmídios: 
­   toxinas 
­adesinas 
­   bacteriocinas   (podem   ser   isoladas   para   usar   como   antibiótico) 
­resistência   a  antibióticos 
­metabólicos 
 
Grupos  de  incompatibilidade:  São  incompatíveis  se  tem  o  mesmo  sistema  de 
regulação  e  não  podem  ser  passados  os  dois  para  cada  célula  filha.  Cada  célula  filha 
fica   com   um   deles. 
 
Conjugação:  (  bactéria   precisa   ter   a  região   TRA   para   ser   doadora   (F+) 
É  a  expressão  do  pillus  (levada pela região TRA) que irá se conectar com outra bactéria 
(que  pode  ou  não  ter  TRA, mas nesse caso estará se comportando como receptora (F­) 
e  passa  seus  plasmídios  pelo  mecanismo  círculo  rolante  passando  uma  fita  simples 
apenas,   que   depois   se   duplica   na   doadora   e  receptora   para   voltar   a  ser   dupla   fita. 
**Região   TRA   é  a  ultima   a  atravessar. 
 
Sempre:         DOADORA   ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­>   RECEPTORA 
                           (F+)                                                     (F­) 
 

 
 
2.   Bacteriófagos  –    vírus   que   infectam   bactérias.  
 
Transdução:  Mecanismo  de  transferência  de  genes  de  uma  célula  bacteriana  para 
outra   mediada   por   um   bacteriófago. 
 
Transdução  generalizada:  ciclo  lítico  –  lisa  a  bactéria  e  quando  forma  um  novo  fago 
pode  ser  formado  com  DNA  bacteriano.  Neste  caso,  qualquer  DNA  pode  ser 
transferido   para   outra   célula. 
 
Transdução  especializada:  ciclo  lisogênico  –  DNA  do  fago  incorpora  alguns  genes 
bacterianos  (genes  laterais  à  inserção  do  DNA  do  fago). Os fagos se formam dentro da 
célula  bacteriana  e  saem  por  excisão.  Neste  caso  somente  o  fragmento  de  DNA 
adjacente   ao    plasmídio   é  transferido   para   outra   célula. 
 
3.   Transpossons  –    nenhum   mecanismo   associado 
Segmentos  de  DNA  capazes  de  mudar  de  posição  dentro  do  genoma.  Podem  causar 
mutação  e  ↓  ou  ↑  a  quantidade  de  DNA  no  genoma.  A  transferência  ocorre  pela 
transposase. 
 
 
Integrons   – (  nenhum   mecanismo   associado   aqui   também) 
Unidades  genéticas  contendo  elementos  de  um  sistema  de  recombinação  sítio 
específica.  São  capazes  de  capturar  e  mibilizar  genes  contidos  em  elementos  móveis 
chamados  cassetes  gênicos.  Também  tem  um  promotor  para  a  expressão  dos  genes 
dos   cassetes. 
 
Componentes :  gene  intI,  sítio  adjacente  attI,  promotor  orientado  para  expresão  do 
gene   cassete. 
 
Transformação: 
As  bactérias  devem  estar  em  um  estado  competente  para  receber  o  DNA  de  outra 
bactéria   (raro   na   natureza). 
A  Bactéria  tem  que  ser  tratada  pois  a  membrana  e  o  DNA tem carga residual negativa 
(devido  aos  fosfatos),  portanto,  tem  que  neutralizar  a  membrana  (com  CaCl  por  ex.) 
para  que  eles não sofram repulsão e o DNA possa entrar por poros da membrana. Para 
facilitar  a  entrada  do  DNA  pela  membrana,  basta  dar  um  choque  térmico  para “abrir” 
os   poros. 
 
 

Interaçã
o   Microorganismo   x  hospedeiro 
1. Conceitos 
2. Microbiota   do   corpo   humano 
3. Processo   infeccioso 
4. Fatores   de   virulência   bacteriana 
 
Microbiota  normal  do  corpo  humano  ­  definição:  população  de  microorganismos 
que  habitam  os  tecidos  de pessoas saudáveis. O corpo humano/animal é um ambiente 
favorável  para  o  crescimento  de  muitos  microrganismos,  pois  é  rico  em  nutrientes 
orgânicos  e  fatores  de  crescimento,  além  de  fornecer  condições  de  pH,  pressão 
osmótica  e  temperatura  constante.  Normalmente  a  microbiota  normal  é  encontrada 
em   regiões   do   corpo   mais   expostas   ao   ambiente   (ex:   pele,   TGI,   TGU,   cavidade   oral). 
 
A  presença  da  microbiota  normal  em  determinadas  regiões  depende  dos  seguintes 
fatores:  temperatura,  umidade  corporal,  pH,  fatores  que  impedem  a  ocupação  ou 
controla   o  número   de   microrganismos. 
 
Além  disso,  os  microorganismos  podem  ter  uma  colonização  permanente  (nossa 
microbiota  normal­  composta  por  tipos  fixos  de  microorganismos  encontrados 
regularmente  em  determinadas  áreas  e  em  determinada  idade);  uma  colonização 
transitória  (contato  com  o  microorganismo  não  patogênico  ou  potencialmente 
patogênico   que   podem   habitar   a  pele   e  mucosas   por   horas,   dias,   ou   semanas.  
 
A  microbiota  normal do corpo humano (MNCH) pode ser responsável por uma série de 
doenças   chamadas  i nfecções   endógenas.  
 
MNCH   tem   diversas   importâncias   benéficas: 
­produção   de   vitaminas 
­proteção  dos  intestinos,  pele  e  mucosas  :  a  colonização  da  superfície  das  células 
epiteliais  por  bactérias  da  microbiota  normal  impede  a  colonização  por  outras  mais 
virulentas. 
­estímulo   ao   desenvolvimento   das   defesas   imunlógicas. 

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