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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO EF

Língua Portuguesa
 6o ano do Ensino Fundamental Turma _________________
  3o Bimestre de 2016 Data _____ / _____ / ______
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
  Escola __________________________________________________

  Aluno __________________________________________________

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Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno  –  6o ano do Ensino Fundamental 1

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Leia o texto e responda às questões 1, 2 e 3.

As pérolas
Carlos Drummond de Andrade

Dentro do pacote de açúcar, Renata encontrou uma pérola. A pérola


era evidentemente para Renata, que sempre desejou possuir um colar de
pérolas, mas sua profissão de doceira não dava para isto.

– Agora vou esperar que cheguem outras pérolas – disse Renata, con-
fiante. E ativou a fabricação de doces, para esvaziar mais pacotes de açúcar.

Os clientes queixavam-se que os doces de Renata estavam demasia-


do doces, e muitos devolviam as encomendas. Por que não aparecia outra
pérola? Renata deixou de ser uma doceira qualificada, e ultimamente só
fazia arroz-doce. Envelheceu.

A menina que provou o arroz doce, aquele dia, quase já ia quebrando


um dente, ao mastigar um pedaço encaroçado. O caroço era uma pérola. A
mãe não quis devolvê-la a Renata, e disse:

– Quem sabe se não aparecerão outras, e eu farei com elas um colar


de pérolas? Vou encomendar arroz-doce toda semana.

ANDRADE. Carlos Drummond de. As pérolas. In: Rick e a girafa. 1. ed. São Paulo: Ática, 2001. p.
70-71. Série: Para Gostar de Ler júnior.

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Questão 1
Renata passou a fazer apenas arroz-doce e como resultado, ela
(A) aumentou o número de encomendas.
(B) comprou um colar de pérolas.
(C) encontrou outras pérolas no açúcar.
(D) deixou de ser uma doceira qualificada.

Questão 2
A menina, ao provar o arroz-doce, quase quebrou o dente porque mastigou
(A) uma pérola.
(B) um torrão de açúcar.
(C) um grão de arroz.
(D) uma pedra.

Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno  –  6o ano do Ensino Fundamental 3

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Questão 3
Em “Renata deixou de ser uma doceira qualificada...”, a palavra destacada
tem a finalidade de indicar
(A) nome (substantivo).
(B) característica (adjetivo).
(C) ação (verbo).
(D) definição (artigo).

4 Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno  –  6o ano do Ensino Fundamental

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Leia o trecho do conto O mistério do coelho pensante e responda às
questões 4, 5 e 6.

Pois olhe, Paulo, você não pode imaginar o que aconteceu com aque-
le coelho.

Se você pensa que ele falava, está enganado. Nunca disse uma só pa-
lavra na vida. Se pensa que era diferente dos outros coelhos, está enganado.
Para dizer a verdade, não passava de um coelho. O máximo que se pode
dizer é que se tratava de um coelho muito branco.

Por isso tudo é que ninguém nunca imaginou que ele pudesse ter
algumas ideias. Veja bem: eu nem disse “muitas ideias”, só disse “algumas”.
Pois olhe, nem de algumas achavam ele capaz.

A coisa especial que acontecia com aquele coelho era também es-
pecial com todos os coelhos do mundo. É que ele pensava essas algumas
ideias com o nariz dele. O jeito de pensar as ideias dele era mexendo bem
depressa o nariz. Tanto franzia e desfranzia o nariz que o nariz vivia cor-de-
-rosa. Quem olhasse podia achar que pensava sem parar. Não é verdade. Só
o nariz dele é que era rápido, a cabeça não. E para conseguir cheirar uma só
ideia, precisava franzir quinze mil vezes o nariz.

Pois bem. Um dia o nariz de Joãozinho – era assim que se chamava


esse coelho - um dia o nariz de Joãozinho conseguiu farejar uma coisa tão
maravilhosa que ele ficou bobo. De pura alegria, seu coração bateu tão
depressa como se ele tivesse engolido muitas borboletas. Joãozinho disse
para ele mesmo:

– Puxa, eu não passo de um coelho branco, mas acabo de cheirar uma


ideia tão boa que até parece de menino!

[...]

LISPECTOR, Clarice. O mistério do coelho pensante. In: O mistério do coelho pensante e outros
contos. Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores, 2010. p. 69-70.

Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno  –  6o ano do Ensino Fundamental 5

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Questão 4
Indique qual é a personagem que cheira ideias:
(A) Paulo.
(B) Borboleta.
(C) Menino.
(D) Joãozinho.

Questão 5
O travessão usado em “Um dia o nariz de Joãozinho – era assim que se cha-
mava esse coelho – um dia o nariz de Joãozinho conseguiu farejar uma coi-
sa tão maravilhosa que ele ficou bobo” indica
(A um novo diálogo.
(B) uma explicação.
(C) um pensamento.
(D) uma enumeração.

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Questão 6
O coelho franzia e desfranzia tanto o nariz que o nariz
(A) encontrava ideias.
(B) farejava borboletas.
(C) vivia cor-de-rosa.
(D) pensava sem parar.

Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno  –  6o ano do Ensino Fundamental 7

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Leia o texto e responda às questões 7, 8 e 9.

Qual é a diferença entre o trabalho do palhaço e o da palhaça?


DE SÃO PAULO
30/11/2013 00h01

“Olha, mãe, o palhaço é mulher!” Essa foi a reação de um menino ao


ver Guadalupe, criação de Tereza Gontijo, passar pelos corredores de um
hospital em dia de apresentação.

Segundo Tereza, tal surpresa não é incomum - em outro episódio,


uma criança perguntou a ela: “Você é homem ou mulher?”.

“Quando pensam em palhaços, as pessoas lembram da figura mascu-


lina”, diz Tereza. Mas o cenário está mudando.

Guadalupe é uma das personagens femininas que estarão na Palhaça-


ria Paulistana, que presta, pela primeira vez, homenagem às palhaças. Elas
serão “mestres de cerimônia” de espetáculos, que acontecerão entre 7 e 10
de dezembro, no vale do Anhangabaú, em São Paulo. No último dia, elas
irão se reunir para apresentações só com mulheres. Os ingressos começam
a ser distribuídos uma hora antes.

Disponível em: <http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/20993-sampalhacas#foto-


340580>. Acesso em: 19 de maio de 2016.

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Veteranas
Val de Carvalho, que interpreta a palhaça Xaveco Fritza, estudou em
escola de circo e foi uma das primeiras palhaças do país.

Na época, só existiam duplas de palhaços homens. “Antes, mesmo


quando as mulheres trabalhavam com isso, elas se vestiam de homens.
Agora existem as palhaças, com figurino feminino.”

Lu Lopes, que dá vida à palhaça Rubra, diz que não existem desvanta-
gens em vestir o nariz vermelho sendo mulher. E completa: “A palhaça é tão
esperta que a desvantagem acaba virando a favor dela”.

Para Val, apesar das dificuldades, o trabalho é gratificante. “Você pode


ser o que quiser. Faz com que o outro veja a simplicidade.”

Editoria de Arte/Folhapress

Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2013/11/1378535-palhacas-mulheres-con-


tam-como-e-trabalhar-em-um-universo-dominado-por-homens.shtml>. Acesso em: 19 de maio de
2016. (adaptado)

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Questão 7
As aspas utilizadas em “’Quando pensam em palhaços, as pessoas lembram
da figura masculina’” (3º parágrafo) indicam uma
(A) fala.
(B) explicação.
(C) enumeração.
(D) ideia.

Questão 8
De acordo com o texto, as palhaças costumam falar de
(A) perucas e chapéus.
(B) futebol e namoro.
(C) vestidos e calçolas.
(D) maternidade e TPM.

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Questão 9
Ao perceber que se trata de uma mulher fazendo o papel de palhaço, as
pessoas
(A) reagem mal.
(B) acham graça.
(C) ficam espantadas.
(D) permanecem indiferentes.

Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno  –  6o ano do Ensino Fundamental 11

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Leia o texto e responda às questões 10, 11 e 12.

O anão violinista e seu cachecol


Jorge Miguel Marinho

Enquanto os sinos badalavam no pequeno Reino, muito longe dali


um anão violinista partia definitivamente da sua cidade natal.

Ele se chamava Nícolas, tinha uma idade indefinível e andava sempre


com um enorme cachecol. Para ele não importava se chovia, se fazia sol ou
se aquele lugar distante ficava coberto de sol. O anão jamais saía de casa
sem arrastar pelo chão as pontas de seu cachecol.

Uma única vez ele foi fazer um concerto num pequeno teatro da cida-
de e esqueceu o agasalho amarelo. Nesse dia não houve espetáculo porque
o músico não conseguia lembrar os acordes mais simples de um prelúdio
sem o seu compridíssimo cachecol.

As pessoas estranhavam aquela mania de Nícolas, mas todos adora-


vam ouvi-lo na praça tocando o Bolero de Ravel1.

Bastava ele subir no coreto e todo mundo sentia um arrebatamento


no peito, um calor agradável na fronte, uma vontade incontrolável de can-
tar. Os homens largavam o trabalho, as crianças pulavam o muro da escola
e as mulheres deixavam a comida queimar.

A cidade parava e muita gente dizia que a vida começava a flutuar.

O músico abraçava tanto o instrumento que era difícil perceber onde


aparecia o violino e onde surgia o anão.

[...] Quando se entregava a uma serenata de Mozart2, ficava mais loiro,


com a pele quase transparente e os olhos cheios de luz. As mãos pareciam
enormes e, dependendo da tonalidade do tempo, muitos imaginavam que
elas tocavam o céu.

Todos se encantavam.

1
Maurice Ravel foi um compositor francês e pianista francês. Nasceu em 1875, morreu em 1937. Sua
composição mais famosa foi Bolero que estreou em 1928.
2
Wolfagang Amadeus Mozart, compositor austríaco. Nasceu em Salzburgo em 1756, morreu em
Viena em 1791. Suas principais obras: óperas, sonetos, concertos, composições para piano, sonatas
e outras composições musicais.

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Os inimigos se olhavam nos olhos, os marreteiros3 silenciavam e os es-
tranhos que passavam pela cidade trocavam objetos pessoais e apertavam
fortemente as mãos.

Mas era só o violino parar e o lugar voltava ao normal.

Os comerciantes se irritavam com a pausa [...], as mulheres atiravam as


panelas no quintal. Alguns permaneciam mais tempo diante do coreto, mas
logo lembravam os seus nomes e começavam a caminhar.

Por isso, quase todos concordavam que, em nome da segurança do


trabalho, da tranquilidade das famílias e do repúdio às incontroláveis emo-
ções, Nícolas deveria partir.

[...]

MARINHO, Jorge Miguel. O anão violinista e seu enorme cachecol. In: A visitação do amor. 1. ed.
São Paulo: Biruta, 2008. p. 10-11.

Marreteiro:1.  Bras.  Quem trabalha demolindo paredes ou perfurando pedras com marreta.
3

2. SP Pop. Vendedor ambulante; CAMELÔ. Disponível em: <http://www.aulete.com.br/marreteiro>.


Acesso em: 29 de junho de 2016.

Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno  –  6o ano do Ensino Fundamental 13

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Questão 10
Em “Nesse dia não houve espetáculo porque o músico não conseguia lem-
brar os acordes mais simples de um prelúdio sem o seu compridíssimo ca-
checol”, o substantivo em destaque se refere a
(A) Ravel com seu Bolero.
(B) Mozart com sua Sonata.
(C) Nícolas, o violinista anão.
(D) Prelúdio, o espetáculo.

Questão 11
No texto, o local da cidade em que as ações acontecem é
(A) no teatro.
(B) no coreto.
(C) na escola.
(D) na calçada.

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Questão 12
A música que Nícolas tocava,
(A) deixava as pessoas mais solidárias.
(B) fazia surgir a raiva nas pessoas.
(C) levava as pessoas ao desespero.
(D) estimulava a desordem na cidade.

Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno  –  6o ano do Ensino Fundamental 15

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Anotações do professor

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