Você está na página 1de 35

Capítulo 11: Trocadores de Calor

Ø  Trocadores de calor são classificados pelo arranjo de escoamento e


tipo de construção
§  Escoamento em
paralelo (correntes
opostas ou alinhadas)

1
§  Escoamento cruzado (misturado ou não misturado)

2
§  Tubo e carcaça

3
• Trocadores de calor compactos
(alta densidade de tubos aletados)

4
Taxa de Transferência de Calor q = UAΔTref

Ø  Coeficiente global de troca de calor


1 1 1 c – fluido frio (cold)
= =
UA U c Ac U h Ah h - fluido quente (hot)

1 1 R"f , c R"f , h 1
= + + Rw + +
UA (ηo hA)c (ηo A)c (ηo A) h (ηo hA) h

Rf - resistência térmica adicional devida a deposição de partículas


na parede ("fouling factor")
ηo - eficiência da superfície ou efetividade da temperatura

obs: em geral Rcond é desprezado pois usa-se paredes finas e


materiais com altos k 5
Desprezando Rf:

ηo - eficiência da superfície ou
q = η o hA(Tm − T∞ )
efetividade da temperatura
Af ηf - eficiência de uma aleta (Tabela 3.5)
ηo = 1− (1− η f )
A Af - área total da superfície das aletas
A - área total da superfície

obs: se Rf não é desprezível, deve-se utilizar


U=h/(1+hRf") ao invés de h na expressão para q

6
Resistência adicional Coeficiente global

- Para os trocadores sem aletas das figuras anteriores. o coeficiente


global de troca de calor é dado por:

1 1 1
= =
UA Ui Ai U o Ao
" "
1 R f ,i ln(Do / Di ) R f ,o 1
= + + + +
hi Ai Ai 2πkL Ao ho Ao
7
- Diferença média logaritmica de temperatura

q = m! h ( ih , i − ih , o )

q = m! c ( ic , i − ic , o )

⇒ q = m! h c p , h (Th , i − Th , o )

q = m! c c p , c (Tc , i − Tc , o )
ΔTm - diferença média característica
de temperatura
ΔT ≡ Th − Tc
q = UAΔTm
8
- Trocador de calor com correntes paralelas (CP)
Ø  ΔTm é determinado por um
balanço de calor num elemento
de fluido, para os fluidos
quente e frio
Ø  Hipóteses:
§  TC isolado;
§  condução axial
desprezível;
§  U, cp e cv ctes;
§  Ep e Ec desprezíveis
dq = −m! h c p,h dTh ≡ −C h dTh
dq = m! c c p,c dTc ≡ C c dTc
dq = UΔTdA Convenção: 1- entrada do trocador
2 - saída do trocador
C - capacitância térmica
ΔT = Th-Tc - diferença local de temperatura 9
⎛ 1 1 ⎞
d ( ΔT ) = dTh − dTc ⇒ d ( ΔT ) = − dq⎜⎜ + ⎟
⎟ dq = UΔTdA
⎝ C h Cc ⎠

2 d ( ΔT ) ⎛ 1 1 ⎞⎟ 2
⇒ ∫1 = −U ⎜
⎜ + ⎟ ∫1 dA
ΔT ⎝ Ch Cc ⎠
⎛ ΔT ⎛ ⎞ ⎛ T − Th , o Tc , o − Tc ,i ⎞
⎟ = −UA⎜ 1 + 1

Logo ln ⎜⎜ 2 ⎟ = −UA⎜ h ,i + ⎟
⎟ ⎜C ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ΔT1 ⎠ ⎝ h Cc ⎠ ⎝ q q ⎠

− UA
=
q
[( ) (
Th , i − Tc , i − Th , o − Tc , o )]

Para escoamento paralelo,

(
ΔT2 = Th , o − Tc , o ) ΔT2 − ΔT1
⇒ q = UA = UAΔTlm
ln( ΔT2 / ΔT1 )
(
ΔT1 = Th , i − Tc , i ) $!!#!!
"
= ΔTlm 10
- Trocador de calor com escoamento contra-corrente (CC)

Ø  As mesmas equações obtidas


para trocadores de correntes
paralelas devem ser utilizadas.
Porém, agora tem-se:

ΔT1 = (Th,1 − Tc,1) = (Th,i − Tc,o )


ΔT2 = (Th,2 − Tc,2 ) = (Th,o − Tc,i )

Ø  Para as mesmas temperaturas


na entrada e saída, ΔTlm,CC > ΔTlm,CP
⇒para um mesmo U, a área superficial
requerida para o trocador CC é menor
do que para o trocador CP 11
- Casos especiais:
dq=-ChdTh=CcdTc

12
Trocadores de calor com mais de um passe e
com escoamento cruzado
TC tubo e carcaça,1 passe na carcaça
- As equações obtidas podem ser e múltiplo de 2 passes nos tubos (2,4, 8, etc)
utilizadas com a seguinte
correção: ΔTlm= F ΔTlm,CC

- Deve-se utilizar os mesmos


ΔT1 e ΔT2 do CC

- F pode ser obtido por gráficos

-  T e t podem corresponder a
qualquer fluido (quente ou frio)
- Se a variação de temperatura de
algum fluido for desprezível, P ou R =0 e F=1
⇒comportamento do TC é independente da configuração
13
TC tubo e carcaça, 2 passes na carcaça e qualquer
múltiplo de 4 passes nos tubos (4, 8, etc)

14
TC 1 passe, escoamento cruzado, fluidos não misturados

15
TC 1 passe, escoamento cruzado, 1 fluido misturado

16
Exemplo:

Um trocador de calor bitubular (tubos concêntricos) com


configuração contra-corrente é utilizado para resfriar o óleo
lubrificante para um grande motor de turbina a gás industrial. A
vazão em massa da água de resfriamento através do tubo interno
(Di=25 mm) é de 0,2 kg/s, enquanto que a vazão do óleo através da
região anular (De=45 mm) é 0,1 kg/s. O óleo e a água entram a
temperaturas de 100 e 30oC, respectivamente. Qual deve ser o
comprimento do trocador, para obter uma temperatura de saída do
óleo a 60oC?

17
Exemplo:

Um trocador tubo e carcaça deve ser projetado para aquecer 2,5 kg/s
de água de 15 0C a 85 0C. O aquecimento deve ser obtido com a
passagem de óleo motor, disponível a 160 0C, do lado da carcaça.
No escoamento do óleo, o coeficiente de troca de calor externo aos
tubos é conhecido e igual a ho=400 W/m2K. A água escoa
através de dez tubos. Cada tubo tem paredes finas e diâmetro
igual a 25 mm, e faz 8 passes na carcaça. Se o óleo deixa o trocador
a 100 0C, qual é a sua vazão mássica? Qual deve ser o comprimento
dos tubos para o aquecimento desejado?

18
q = m! c c p , c (Tc , i − Tc, o ) = 2,5 × 4181 × (85 − 15) = 7.317 × 105 W

m! h = q /[c p , h (Th, i − Th, o )] = 731700 /[2350 × (160 − 100)] = 5.19 kg / s

ΔT2 − ΔT1
q = UA = UAΔTlm
ln( ΔT2 / ΔT1 )
$!!#!!
"
= ΔTlm

ΔTlm= F ΔTlm,CC

Para escoamento cruzado,

( )
ΔT1 = Th , i − Tc , o = 160 − 85 = 75
ΔT2 − ΔT1
ΔTlmCC = = 85 − 75 = 79,9
ln( ΔT2 / ΔT1 ) ln(85 / 75)
( )
ΔT2 = Th , o − Tc , i = 100 − 15 = 85
19
R=(160-100)/(85-15)=0,857
⇒ F=0.98
P=(85-15)/(160-15)=0,482

ΔTlm= F ΔTlm,CC=56,2

q = UN t πDL ΔTlm L = q /[UN t π D ΔTlm ]

1
U =
1 / hi + 1 / ho

Nu i = 0,023 Re i4 / 5 Pr 0, 4
ρ u m D 4m! / N t 4 × 2,5 / 10
Re i = = = = 23234
µ π Dµ π 0,025 0,548

Pr = 3,56

4 / 5 0 , 4 Nu i k 119 × 0,643 W
Nu i = 0,023 Re i Pr = 119 ⇒ hi = = = 3061
D 0,025 m2 K

1 W
U = = 354
1 / hi + 1 / ho m2 K

q 731700
L= =
[UN t π D ΔTlm ] 354 × 10 × π × 0,025 × 79,9
L 37 ,9
L = 37,9 m Lcarcaca = = = 4,7 m
Np 8
21
- Análise de trocadores de calor: método NTU da efetividade

- O método da DMLT só é bom ser utilizado quando conhecemos


as temperaturas na entrada e saída do TC. Quando as temperaturas
não são conhecidas, o processo é iterativo.
- Nestes casos, pode-se utilizar uma análise alternativa: o método
NTU da efetividade
q
- Efetividade do TC: ε =
qm ax
-  q - troca de calor real
-  qmax - máxima troca de calor possível

22
- qmax : TC com L→∞

- Exemplo: TC é CC, Cc < Ch (⇒ ⏐dTc⏐>⏐dTh⏐) e Tc,o=Th,i


Observa-se que quando Cc < Ch: qmax=Cc(Th,i-Tc,i)
Ch < Cc: qmax=Ch(Th,i-Tc,i)

⇒ qmax=Cmin(Th,i-Tc,i)

Ch (Th,i − Th,o )
Logo, ε =
Cmin (Th,i − Tc,i )
Cc (Tc ,o − Tc,i )
ou ε =
Cmin (Th,i − Tc ,i )
0 ≤ε ≤1
23
- Se ε, Th,i e Tc,i são conhecidos, pode-se

determinar q: q=εCmin(Th,i-Tc,i)

- Para qualquer TC, mostra-se que:


⎛ Cmin ⎞
ε = f ⎜⎜ NTU , ⎟⎟
⎝ Cmax ⎠
UA
NTU ≡
Cmin
- NTU: número de unidades de transferência

24
- Relações para o cálculo da efetividade
- Para o TC correntes paralelas com Cmin=Ch:
Th , i − Th , o
ε =
Th , i − Tc , i
(
q = m! h c p , h Th , i − Th , o ) Cmin m! h c p , h Tc , o − Tc , i
= =
Cmax m! c c p , c Th , i − Th , o
(
q = m! c c p , c Tc , o − Tc , i )
Cmin Th , i − Th , o Tc , o − Tc , i Th , o − Tc , o
ε +ε = + == 1 −
Cmax Th , i − Tc , i Th , i − Tc , i Th , i − Tc , i

⎛ Th , o − Tc , o ⎞
⎟ = 1 − ε ⎜1 + Cmin ⎟
Usando as equações acima, ⎛ ⎞

chega-se a ⎜ Th , i − Tc , i ⎟ ⎜ C ⎟
⎝ ⎠ ⎝ max ⎠

obs: o mesmo resultado é obtido quando Cmin=Cc 25


- Relações para o cálculo da efetividade
- Para o TC correntes paralelas com Cmin=Ch:

do balanço de energia :

⎛ Th , o − Tc , o ⎞ C ⎛ Th , o − Tc , o ⎞
⎟ = exp⎢ − NTU ⎜1 + Cmin ⎟ ⎥
⎡ ⎞⎤
⎟ = − UA
⎛ ⎞ ⎛
ln⎜ ⎜1 + min ⎟ ⇒ ⎜
⎜ Th , i − Tc , i ⎟ Cmin ⎜ Cmax ⎟⎠ ⎜ Th , i − Tc , i ⎟ ⎜ C ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎝ ⎠ ⎢
⎣ ⎝ max ⎠ ⎥⎦

⎛ Th , o − Tc , o ⎞
⎟ = 1 − ε ⎜1 + Cmin ⎟
⎛ ⎞

⎜ Th , i − Tc , i ⎟ ⎜ C ⎟
⎝ ⎠ ⎝ max ⎠

Substituin do esta eq. na anterior :

1 - exp{- NTU [1 + (Cmin / Cmax )]}


ε =
1 + (Cmin / Cmax )
26
obs: o mesmo resultado é obtido quando Cmin=Cc
Cr=Cmin/Cmax

NTU=n(NTU)1
ε1 é calculado da
eq. anterior, com (NTU)1

eq. exata p/ Cr=1 e


boa aproximação p/
0<Cr<=1

27
28
- Relações na forma gráfica

TC contra
TC correntes
corrente
paralelas
TC tubo e carcaça TC tubo e carcaça
1 passe carcaça e 2 passes carcaça e
2,4,… passes no tubo 2,4,… passes no tubo
TC correntes
TC correntes
cruzadas, 1
cruzadas, 2
fluido não misturado
Fluidos não misturados

31
- Metodologia para o cálculo de Trocadores de Calor

- Projeto de trocadores de calor: em geral as temperaturas são


conhecidas e deseja-se determinar a configuração, área
de troca que fornecem a temperatura desejada na saída
⇒ calcula-se q e uma das temperaturas de saída pelo
balanço de energia e pode-se utilizar o método da LMTD
para determinar o tipo e tamanho do TC

- Quando conhecemos o tipo e o tamanho do TC, e desejamos


determinar as temperaturas na saída pode-se utilizar o
método da LMTD, através de um processo iterativo, ou
o método NTU (menos caro)

Exemplo
32
Exemplo: Trocador de calor de correntes cruzadas, ambos os fluidos
não misturados. Coeficiente global de troca de calor 100 W/m2K e
área de troca 40 m2. 1kg/s de água entra a 35 0C. O fluxo de massa de
gás vale 1,5 kg/s e a temperatura na entrada é de 250 0C. Quais são as
temperaturas de saída do gás e da água?

250 C
Ah=40m2
Uh=100 W/m2K
=1.5kg/s

33
- Trocadores de calor compactos
§  Usados quando se deseja uma grande área de troca de calor e
quando pelo menos um dos fluidos é um gás
§  Resultados são expressos em termos do fator j de Colburn
jH=StPr2/3 ; St=h /G cp e
G= ρVmax= ρ V Afr/Aff = ρ V / σ σ = Aff/Afr
§  onde Aff é a área mínima de passagem (onde V é max) e Afr é a
área frontal do TC
§  No cálculo de TC compactos, deve-se determinar h pelas
correlações empíricas, e depois utilizar o método LMTD ou NTU
34
- Trocadores de calor compactos
§  A queda de pressão no escoamento através de
conjunto de tubos aletados pode ser estimado por:

⎡ ⎤
⎢ ⎥
⎢ ⎥
G 2 vi ⎢ ⎛ v ⎞ A v ⎥
Δp =
2 ⎢
( )
⎢ 1 + σ 2 ⎜ o − 1⎟ + f
⎜v ⎟
m ⎥
A ff vi ⎥
⎝ i ⎠
⎢ $!! !#!!! " $!#!" ⎥
⎢ perdas na aceleração e perdas por atrito ⎥
desaceleração na entrada e no núcleo do TC ⎥
⎢saída
⎣ do TC ⎦

v − volume específico vm = 1/ 2( vi + vo )
v = 1/ρ 35

Você também pode gostar