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19/12/2015 Imprima

10 contos para você ler 
em menos de 20 minutos
Selecionamos textos imperdíveis da literatura brasileira. Confira o
início de cada conto e eleja a leitura para suas férias

Está sem tempo ou sem vontade de começar um romance? Talvez seja
hora de se aventurar pelo mundo dos contos! Entre suas principais
características, está a trama centrada em apenas um acontecimento. Então,
em poucos parágrafos, a história apresenta seu início, meio e fim.

Apesar desse atributo, os contos estão longe de ser menos complexos que os romances. Na
verdade, eles podem ainda ter uma vantagem, como o próprio Machado de Assis,
romancista e contista, escreveu uma vez: "há sempre uma qualidade nos contos, que os
torna superiores aos grandes romances, se uns e outros são medíocres: é serem curtos".

E como o tempo é curto, o autor precisa fisgar o leitor logo nos primeiros parágrafos. Nós
seguimos essa receita na nossa lista de 10 contos imperdíveis: você confere abaixo o
comecinho de cada um e clica para ler o que tiver vontade. Entre eles, estão textos de
escritores de destaque, como o próprio autor de Dom Casmurro, e outros de seus colegas
literatos, como Clarice Lispector e Pedro Bandeira.

Boa leitura ­ e conte pra gente, nos comentários, os inícios que mais chamaram a sua
atenção.

Bruxas não existem, de Moacyr Scliar
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Bruxas não existem, de Moacyr Scliar
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam
o tempo todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos também
acreditavam nisso. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma
solteirona que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa rua. Seu nome era
Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de "bruxa". (...)

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Um problema difícil, de Pedro Bandeira
Era um problema dos grandes. A turminha reuniu­se para discuti­lo e Xexéu
voltou para casa preocupado. Por mais que pensasse, não atinava com uma
solução. Afinal, o que poderia ele fazer para resolver aquilo? Era apenas um
menino!
Xexéu decidiu falar com o pai e explicar direitinho o que estava acontecendo. (...)

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Amplexo, de Marcelo Alencar
Mãe, me dá um amplexo?
A pergunta pega Cinira desprevenida. Antes que possa retrucar, ela nota o
dicionário na mão do filho, que completa o pedido: 
­ E um ósculo também. (...)

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Aprendizagem, de Flávio Carneiro
­ Mãe, cabelo demora quanto tempo pra crescer? 
­ Hã? 
­ Se eu cortar meu cabelo hoje, quando é que ele vai crescer de novo? 
­ Cabelo está sempre crescendo, Beatriz. É que nem unha. 
A comparação deixa a menina meio confusa. Ela não está preocupada com unhas. (...)

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Moinho de Sonhos, de João Anzanello
Carrascoza
A mulher e o menino iam montados no cavalo; o homem ia ao lado, a pé.
Andavam sem rumo havia semanas, até que deram numa aldeia à beira de um
rio, onde as oliveiras vicejavam. 
Fizeram uma pausa e, como a gente ali era hospitaleira e a oferta de serviço abundante,
resolveram ficar. (...)

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Pontos de vista, João Anzanello Carrascoza
Os sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de Português quando
estourou a discussão. 
­ Esta história já começou com um erro ­ disse a Vírgula. 
­ Ora, por quê? ­ perguntou o Ponto de Interrogação. 
­ Deveriam me colocar antes da palavra "quando" ­ respondeu a Vírgula. 
­ Concordo! ­ disse o Ponto de Exclamação. ­ O certo seria: "Os sinais de pontuação
estavam quietos dentro do livro de Português, quando estourou a discussão". (...)

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O caso do espelho, Ricardo Azevedo
Era um homem que não sabia quase nada. Morava longe, numa casinha de sapé
esquecida nos cafundós da mata. 
Um dia, precisando ir à cidade, passou em frente a uma loja e viu um espelho
pendurado do lado de fora. O homem abriu a boca. Apertou os olhos. Depois gritou, com o
espelho nas mãos: 
­ Mas o que é que o retrato de meu pai está fazendo aqui? (...)

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O primeiro beijo, de Clarice Lispector
Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara­se o
namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto:
ciúme.
­ Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a
verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples: 
­ Sim, já beijei antes uma mulher. 
­ Quem era ela? ­ perguntou com dor. 
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer. (...)

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Uma vela para Dario, de Dalton Trevisan
Dario vem apressado, guarda­chuva no braço esquerdo. Assim que dobra a
esquina, diminui o passo até parar, encosta­se a uma parede. Por ela escorrega,
senta­se na calçada, ainda úmida de chuva. Descansa na pedra o cachimbo. 
Dois ou três passantes à sua volta indagam se não está bem. Dario abre a boca, move os
lábios, não se ouve resposta. O senhor gordo, de branco, diz que deve sofrer de ataque. (...)

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A cartomante, de Machado de Assis
Hamlet observa a Horácio que há mais coisas no céu e na terra do que sonha a
nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo,
numa sexta­feira de novembro de 1869, quando este ria dela por ter ido na
véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por outras palavras.
­ Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela
adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas
começou a botar as cartas, disse­me: "A senhora gosta de uma pessoa..." Confessei que
sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou­as e no fim declarou­me que eu
tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade... (...)

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Se você quiser ler mais, acesse nosso Especial de Contos.

Dezembro de 2013

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