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CONSELHO EMPRESARIAL BRASILEIRO PARA O

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A.

O Meio Ambiente e a Sustentabilidade nas


Empresas LOCALIZADAS NOS Pólos de
Desenvolvimento Integrado do Nordeste

Fevereiro de 2003
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FICHA CATALOGRÁFICA

Banco do Nordeste do Brasil S.A.


Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável

O Meio Ambiente e a Sustentabilidade nas Empresas Localizadas nos Pólos de


Desenvolvimento Integrado do Nordeste

Fortaleza, 2003

110 p.; il.

1. Questão Ambiental 2. Pólos de Desenvolvimento 3. Legislação Ambiental


4

Equipe Técnica do BNB/CEBDS

Francisco Mavignier Cavalcante França


Beatriz de Bulhões Mossri
Tânia Maria Lacerda Maia
Rômulo Cordeiro Cabral

Equipe Técnica da Escala Pesquisa e Consultoria

Mardone Cavalcante França


Cleyber Nascimento de Medeiros

O Meio Ambiente e a Sustentabilidade nas Empresas


Localizadas nos Pólos de Desenvolvimento Integrado
do Nordeste

Fortaleza, 2003
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SUMÁRIO

1 – APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 08

2 – INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 09

3 - OBJETIVOS........................................................................................................................ 10

3.1 – Geral ................................................................................................................................ 10

3.2 – Específicos ....................................................................................................................... 10

4 – METODOLOGIA ............................................................................................................... 11

4.1 – Pesquisa ........................................................................................................................... 11

4.2 – Percepção das Lideranças Locais Quanto aos Aspectos Ambientais .................................. 14

5 – CARACTERIZAÇÃO BÁSICA DO PROJETO PÓLOS .................................................... 16

5.1 – Contextualização .............................................................................................................. 16

5.2 – Concepção........................................................................................................................ 17

5.3 – Processo de Construção .................................................................................................... 19

5.4 – Gestão dos Pólos .............................................................................................................. 20

6 – RESULTADOS................................................................................................................... 23

6.1 – Pesquisa ........................................................................................................................... 23

6.1.1 – Caracterização das Empresas ......................................................................................... 23

6.1.2 – As Empresas e o Desenvolvimento Sustentável: O que Sabem e o que Fazem?.............. 25

a) Licenciamento Ambiental ..................................................................................................... 25

b) Relacionamento com os Órgãos Ambientais ......................................................................... 29

c) Responsabilidade Social ........................................................................................................ 29

d) Certificação Ambiental ......................................................................................................... 32


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e) Recursos Humanos e Gestão Ambiental ................................................................................ 35

f) Agenda 21 ............................................................................................................................. 35

g) Parcerias com Organizações Não-Governamentais ................................................................ 38

h) Financiamento para Projetos Ambientais .............................................................................. 40

6.1.3 – Problemas e Dificuldades: Como Resolvê-los? .............................................................. 41

a) Dificuldades Encontradas ...................................................................................................... 41

b) Pricipais Problemas Ambientais ............................................................................................ 42

c) Responsabilidade pelas Questões Ambientais ........................................................................ 42

d) Projetos Ambientais Desenvolvidos pelas Empresas ............................................................. 43

e) Orientações sobre Questões Ambientais ................................................................................ 44

f) Soluções para os Problemas Ambientais ................................................................................ 45

g) Investimento Ambiental ........................................................................................................ 46

6.1.4 – Gestão Ambiental nas Empresas Industriais .................................................................. 46

6.1.5 – Questões Relacionadas com as Empresas Rurais............................................................ 47

a) Uso de Insumos e Técnicas Agrícolas ................................................................................... 47

b) Reserva Legal ....................................................................................................................... 48

c) Reflorestamento .................................................................................................................... 49

d) Técnicas de Limpeza do Terreno Agrícola ............................................................................ 49

6.2 – Percepção das Lideranças dos Pólos quanto aos Aspectos Ambientais .............................. 52

a) Pólo do Sul do Maranhão ...................................................................................................... 52

b) Pólo Uruçui - Gurguéia ......................................................................................................... 54

c) Pólo Baixo Jaguaribe ............................................................................................................ 56


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d) Pólo Cariri Cearense ............................................................................................................. 60

e) Pólo Assu - Mossoró ............................................................................................................. 62

f) Pólo Alto Piranhas ................................................................................................................. 64

g) Pólo Petrolina (PE) ............................................................................................................... 66

h) Pólo Bacia Leiteira de Alagoas ............................................................................................. 69

i) Pólo Sul de Sergipe................................................................................................................ 71

j) Pólo Juazeiro (BA) ................................................................................................................ 73

k) Pólo Oeste Baiano................................................................................................................. 76

l) Pólo Norte de Minas .............................................................................................................. 78

m) Pólo Noroeste do Espírito Santo........................................................................................... 80

7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 83

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 87

APÊNDICE 1: Descrição dos 13 Pólos de Desenvolvimento Integrado do Nordeste ................. 88

APÊNDICE 2: Questionário “O Meio Ambiente e a Sustentabilidade nas Empresas dos Pólos


de Desenvolvimento Integrado do Nordeste ............................................................................ 102
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1 – APRESENTAÇÃO

A missão do Banco do Nordeste consiste em promover o desenvolvimento da região


Nordeste calcado na sustentabilidade. Para cumprir essa missão, o Banco estabeleceu uma
parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável que vem
desenvolvendo várias ações voltadas para o empresariado nordestino e com o objetivo de
acordá-lo para a nova visão de desenvolvimento que integra as dimensões ambiental, social e
econômica.
Um fator fundamental para a transformação ou mudança é conhecer o que pensam, o
que sabem e o que fazem os setores produtivos acerca da temática meio ambiente,
desenvolvimento sustentável, responsabilidade social. Identificamos que a melhor forma de
saber é perguntando e assim foi realizada esta pesquisa que agora apresentamos.
A pesquisa “O Meio Ambiente e a Sustentabilidade nas Empresas dos Pólos de
Desenvolvimento Integrado do Nordeste” foi realizada no ano de 2002 nos 13 pólos
coordenados pelo Banco do Nordeste com o objetivo de conhecer, redirecionar, fortalecer e
aprimorar, caso necessário, algumas políticas e ações do Banco, conforme o grau de
conhecimento e de experimentação que as empresas detêm sobre a importância da
sustentabilidade para o sucesso de seus empreendimentos. A pesquisa compreende aspectos
quantitativos e qualitativos avaliados por meio da aplicação de questionários às empresas
rurais (agrícolas e agroindustriais) e industriais localizados nos pólos e por entrevistas a
líderes empresariais e comunitários.
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2 - INTRODUÇÃO

Com o intuito de investigar algumas questões atinentes à visão e ao relacionamento


das empresas industriais e rurais localizadas nos pólos de desenvolvimento integrado do
Nordeste, o Banco do Nordeste e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS), realizaram, em parceria, a pesquisa “O Meio Ambiente e a
Sustentabilidade nas Empresas dos Pólos de Desenvolvimento Integrado do Nordeste”,
cujos resultados são apresentados neste documento.
Espera-se que os resultados obtidos, nessa pesquisa, constituam informações e
conhecimentos relevantes sobre a realidade da questão ambiental na ótica dos agentes
econômicos que utilizam recursos naturais como solo, água, energia, flora, fauna, etc. As
informações quantitativas e qualitativas reveladas pela pesquisa terão papel fundamental para
subsidiar o processo de orientação e reorientação das estratégias e ações destinadas a
promover o convívio harmonioso entre o sistema produtivo dos pólos e o meio ambiente.
A partir dos dados básicos da pesquisa foi gerada uma série de indicadores que
revelam a forma como as empresas têm-se comportado em relação às questões de
sustentabilidade tais como: relacionamento com os órgãos ambientais, cumprimento da
legislação ambiental, conhecimento em relação a Agenda 21, responsabilidade social
corporativa, desenvolvimento sustentável, entre outros.
Este documento está estruturado de tal maneira que os resultados da pesquisa e
apresentam e analisam descritivamente em cinco itens, cada um abordando aspectos
específicos da temática geral.
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3 - OBJETIVOS

3.1. Geral

Realizar uma pesquisa nos 13 (treze) pólos de desenvolvimento integrado, com


empresas clientes do Banco do Nordeste, para conhecer o grau de conhecimento e consciência
sobre o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.
A pesquisa ambiental dos pólos de desenvolvimento integrado, tratada neste
documento, tem por objetivo obter a visão empresarial sobre as questões ambientais, colhendo
informações e conhecimentos, segundo a percepção dos agentes que se utilizam dos recursos
naturais das áreas onde se localizam os 13 pólos, coordenados pelo Banco do Nordeste.

3.2. Específicos

 Conhecer o nível de conhecimento dos empresários localizados nos pólos de


desenvolvimento sobre a questão ambiental e desenvolvimento sustentável.
 Redirecionar ações do Banco do Nordeste nos pólos de desenvolvimento visando
a alcançar a sustentabilidade econômica, social e ambiental.
 Conhecer o que lideranças comunitárias dos 13 pólos de desenvolvimento
pensam sobre a questão ambiental e o que propõem como solução para se
alcançar a sustentabilidade.
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4 - METODOLOGIA

4.1. Pesquisa

A metodologia do trabalho adotou a utilização de uma pesquisa por amostragem


aleatória, garantindo-se a representatividade do universo de empresas dos pólos.
A pesquisa objeto deste documento teve como tema central: O Meio ambiente e a
sustentabilidade nas empresas situadas nos pólos de desenvolvimento integrado que o
Banco do Nordeste coordena. Os aspectos abordados tratam, de uma maneira geral, da
dimensão ambiental e outras questões correlatas ao tema, na visão dos empresários.
A abrangência geográfica da pesquisa corresponde às áreas dos estados do Nordeste
onde se localizam os 13 pólos de desenvolvimento mostrados no quadro 1 e figura 1. O
instrumento de coleta utilizado foi um questionário estruturado (em anexo) com questões
sobre os objetivos da pesquisa quantitativa. Para efeito de estruturação, dos temas o
questionário foi dividido em cinco blocos temáticos:

 Bloco 1: Dados da Empresa


 Bloco 2: As Empresas e o Desenvolvimento Sustentável: O que Sabem e o que
Fazem?
 Bloco 3: Problemas e Dificuldades: Como resolvê-los?
 Bloco 4: Gestão Ambiental nas Empresas Industriais
 Bloco 5: Questões Relacionadas com as Empresas Rurais

Os questionários foram aplicados através de entrevistas diretas com os responsáveis


pela administração das empresas. As entrevistas foram realizadas no período que se estendeu
de janeiro a maio de 2002.
A pesquisa foi realizada por amostragem aleatória estratificada, considerando-se como
estratos os treze pólos. A distribuição das empresas por pólos foi feita de forma proporcional
considerando-se os setores de atividade das empresas e seus respectivos tamanhos, de tal sorte
que, na amostra selecionada, ficasse assegurada a representatividade do universo das
empresas.
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Para efeito da amostra, utilizou-se o universo de 1.392 empresas do cadastro de


empresas dos treze pólos de desenvolvimento, disponibilizado pelo Banco do Nordeste. Nesse
sentido o plano amostral foi elaborado obedecendo às seguintes etapas:

 Etapa I: Determinação do tamanho total da amostra de empresas a serem pesquisadas e o


número de empresas dentro de cada estrato (pólos).
 Etapa II: Determinação do número de empresas rurais e industriais que comporiam a
subamostra dentro de cada pólo, de acordo com seus respectivos tamanhos.
 Etapa III : Seleção das empresas de cada pólo, considerando-se os setores de atividade
e tamanhos.

Com relação às etapas I e II, para a determinação do tamanho da amostra total


utilizou-se a técnica da amostragem aleatória simples, chegando-se ao número de 484
empresas a serem pesquisadas, conforme a seguinte fórmula:

k2  P Q  N
n 2
K  P Q  E2  N

Onde :
N  Representa o universo de empresas (N=1.392).
P  Valor igual a 0,5 que fornece a variância máxima da distribuição binomial. Foi utilizado
por não se dispor de nenhuma informação a priori sobre o parâmetro em questão;
K  Escore da distribuição normal correspondente ao grau de confiança de 95% (k=2)
E  Erro de amostragem admitido na estimação da proporção P (E=0,0365)
Q  Complementar do parâmetro P (Q=0,5)

2 2  0,5  0,5  (1.392 )


n  484
2 2  0,5  0,5  (0,0365 ) 2  1.392

Em seguida estratificou-se proporcionalmente este número entre os treze pólos de


desenvolvimento. Por fim, dentro de cada pólo procedeu-se a uma nova distribuição dos
tamanhos da amostra ni levando em consideração os setores e tamanhos.
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Quanto a Etapa III, procedeu-se à seleção das empresas de cada pólo através do
método de amostragem aleatória simples.
Como uma forma de ilustrar a hierarquia presente no cadastro fornecido pelo Banco do
Nordeste para cada um dos treze pólos de desenvolvimento, o organograma abaixo ilustra a
forma de distribuição das empresas levando em consideração seus setores (rural ou industrial)
e tamanhos (média ou grande).

EMPRESAS

EMPRESAS EMPRESAS
INDUSTRIAIS RURAIS

MÉDIO GRANDE MÉDIO GRANDE

Definiram-se como empresa rural as empresas ligadas principalmente aos subsetores


da agricultura, agroindústria e pecuária. As empresas industriais compreenderam, na sua
maioria, as industrias de transformação e extrativas.
Para efeito de apresentação dos resultados, agruparam-se os pólos de desenvolvimento
de acordo com os seus eixos econômicos, resultando em quatro grupos mostrados a seguir:
 Pólos de Irrigação: Açu/Mossoró, Alto Piranhas, Cariri Cearense, Petrolina, Juazeiro,
Baixo Jaguaribe, Norte de Minas.
 Pólos de Grãos: Oeste Baiano, Sul do Maranhão, Uruçuí/Gurguéia, Noroeste do
Espírito Santo.
 Pólo de Pecuária Leiteira: Bacia Leiteira de Alagoas.
 Pólo Citrícola: Sul de Sergipe.

Na Tabela 1 apresenta-se a caracterização da amostra final por pólos e setores. A


apresentação dos resultados se deu através da confecção de tabelas, gráficos e texto analítico.
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Tabela 1: Caracterização do Número de Empresas Entrevistadas


por Pólos e Setores na Pesquisa Quantitativa

PÓLOS DE DESENVOLVIMENTO AMOSTRA INDUSTRIAL RURAL


Alto Piranhas (PB) 24 3 21
Assu-Mossoró (RN) 36 4 32
Bacia Leiteira de Alagoas (AL) 23 5 18
Baixo Jaguaribe (CE) 21 5 16
Cariri Cearense (CE) 30 17 13
Noroeste do Espírito Santo (ES) 15 3 12
Norte de Minas (MG) 78 2 76
Oeste Baiano (BA) 54 4 50
Juazeiro (BA) 25 1 24
Petrolina (PE) 36 5 31
Sul do Maranhão (MA) 39 3 36
Sul do Sergipe (SE) 43 7 36
Uruçuí/Gurguéia (PI) 60 0 60
Total 484 59 425

O número total de empresas amostradas atingiu 484: 86% das empresas foram
consideradas rurais e somente 14%, industriais. Isso se deve ao fato de que o projeto Pólos do
Banco do Nordeste, devido às vocações locais, é voltado para o estímulo de atividades
agrícolas. As atividades industriais existentes são, em geral, ligadas às atividades agrícolas.
As vocações e potencialidades locais e regionais determinam a escolha da localização dos
pólos.
A pesquisa abrangeu somente clientes do Banco do Nordeste, visto que o Banco
participa com 77% (Banco Central -SET/2002) de todos os financiamentos na Região.

4.2. Percepção das Lideranças Locais quanto aos Aspectos Ambientais

Para corroborar os resultados obtidos na pesquisa quantitativa, realizou-se uma


pesquisa qualitativa com lideranças empresariais dos treze pólos. A metodologia utilizada na
pesquisa qualitativa consistiu na aplicação de questionário às lideranças de diferentes
segmentos: governo, empresas e sociedade civil. Ao todo foram aplicados quarenta
questionários, três em média para cada pólo. O objetivo foi de ampliar o leque de informações
sobre a percepção e a conscientização da comunidade sobre as questões ambientais na área
geográfica dos pólos.
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Embora o foco da pesquisa sejam as empresas, percebeu-se a necessidade de ouvir


outras lideranças em cada pólo, ampliando-se, assim, o processo de consulta aos demais
grupos da sociedade. Nesta etapa foram envolvidos integrantes das equipes técnicas, de
articulação, representantes de entidades de classe, de universidades, de entidades
governamentais, das prefeituras e de bancos, com o objetivo de ampliar o leque de
informações sobre a percepção e a conscientização da comunidade sobre as ações do pólo na
área ambiental.
Essa etapa foi realizada por meio de um questionário com cinco perguntas sobre o
grau de entendimento das lideranças dos pólos sobre meio ambiente e desenvolvimento
sustentável, procurando, assim, enriquecer qualitativamente os dados colhidos na pesquisa.
As respostas apresentadas na íntegra, por meio da transcrição literal da opinião de cada
entrevistado, encontram-se no item 6.2, mais adiante.

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio profissional
com as questões ambientais, aqui na região do Pólo?

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da região
do Pólo?

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do pólo, que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir com
uma melhor qualidade de vida e com o desenvolvimento sustentável (pode ser atividades na
área social - responsabilidade social ou na área ambiental)?
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5 – CARACTERIZAÇÃO BÁSICA DO PROJETO PÓLOS

5.1 - Contextualização

As mudanças decorrentes do processo de globalização têm exigido uma nova postura


diante da competitividade e adição de inovações tecnológicas pelos países emergentes.
O Brasil, a exemplo de outros países emergentes, deverá inserir-se nesse novo
contexto de economia globalizada, capacitando-se para minimizar os efeitos negativos e
aproveitando as vantagens que ele possa trazer.
A solução dos problemas sociais e econômicos de uma região não dependem somente
do potencial de recursos naturais ou de seu estágio de desenvolvimento, mas do potencial de
recursos humanos, capazes de gerar e aplicar conhecimento para a produção de bens e
serviços que venham a reduzir o quadro de desigualdades econômicas e sociais.
Um novo modelo de desenvolvimento regional necessitará do fortalecimento do
empreendedorismo na economia “O desafio é, portanto, mudar a natureza e a direção do
modelo de desenvolvimento dominante no mundo, aproveitando de outra maneira
potencialidades humanas, sociais e científicas; é defender uma globalização solidária, baseada
em valores comuns e em objetivos partilhados de integração e expansão, incorporando os
países em desenvolvimento e os marginalizados que, de outra forma, estariam excluídos, de
antemão, da partilha das conquistas do todo da comunidade internacional”¹.
É nesse contexto de globalização, desenvolvimento da sociedade de informação e do
acelerado progresso da participação da sociedade que o Banco do Nordeste, a partir de suas
experiências com projetos focados no desenvolvimento econômico local e da experiência do
programa federal, Brasil em Ação, hoje denominado Avança Brasil, decidiu coordenar a
implantação dos pólos de desenvolvimento integrado.

¹ Agenda 21 Brasileira, pág. 11Globalização Solidária e Agenda 21


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5.2 - Concepção

O Projeto Pólos de Desenvolvimento Integrado faz parte de uma ação do Banco do


Nordeste, em parceria com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que busca
assegurar um ambiente favorável de cooperação e negociação estratégica entre os diversos
segmentos sociais em um espaço geográfico delimitado, com o objetivo de promover o
desenvolvimento sustentável, aumentando a eficiência das cadeias produtivas, conduzindo-as
ao aumento de competitividade, com o foco na interdependência das dimensões ambiental,
social, econômica, político-institucional e informação e conhecimento.
Os pólos são formados por municípios, distribuídos em todos os estados em que o
Banco do Nordeste atua, que apresentam dinamismo e potencialidades socioeconômicas
semelhantes, sejam decorrentes de fatores naturais, empresariais, tecnológicos ou de infra-
estrutura. Este Projeto foi desenvolvido a partir da estruturação de treze pólos (ver figura 1 e
apêndice), com eixos econômicos centrados na irrigação, produção de grãos, produção de
frutos cítricos, pecuária de leite e turismo rural, conforme a vocação econômica das áreas
selecionadas.
A gestão do Projeto Pólos é feita de forma integrada e compartilhada, com a
participação de representantes da base institucional, das lideranças empresariais e do poder
público local.
A atuação do Banco do Nordeste é a de coordenar, responsabilizando-se pelo
planejamento, acompanhamento e avaliação das ações programadas; para isso tem um
Gerente do Pólo. Além da atuação do Banco na coordenação, o projeto conta com o apoio de
uma Equipe de Articulação e de uma Equipe Técnica para o desenvolvimento das ações. A
primeira é formada por líderes que têm como papel discutir os problemas e viabilizar
soluções, encaminhando-as para as diversas esferas do poder público ou da iniciativa privada.
A segunda, formada por técnicos das instituições públicas e privadas, tem a função de realizar
estudos e dar suporte técnico às ações empreendidas em toda a área de atuação do Pólo. Essas
equipes passam por um processo de capacitação sobre desenvolvimento local, que objetiva
instrumentalizá-las para a execução das ações.
Para que o Programa alcance o êxito desejado, torna-se necessária a criação de um
ambiente que viabilize uma ampla e efetiva cooperação entre os diversos segmentos da
sociedade. Nesse sentido, a institucionalização do Fórum de Desenvolvimento Integrado do
Pólo, que é a instância maior de discussão e de decisão de temas específicos da região do
Pólo, caracteriza-se como o momento de consolidação do processo de desenvolvimento local.
18

O Fórum constitui um espaço de divulgação, negociação de propostas e prestação de


contas, em que parceiros potenciais, integrantes ou não do Pólo, mobilizam-se para solucionar
problemas que impedem a implementação das ações.

Fonte: Balanço Social dos Pólos – 1998 - 2001

Figura 1: Distribuição Espacial dos 13 Pólos de Desenvolvimento Integrado


19

5.3 - Processo de Construção

O Projeto Pólos de Desenvolvimento Integrado é uma ampla experiência de


planejamento participativo em que os diversos atores da comunidade se mobilizam para a
execução de programas e projetos de desenvolvimento sustentável. Essa estratégia tem por
base um conjunto articulado de atividades com o objetivo de promover o processo de
desenvolvimento econômico e social, construído e apoiado em um ambiente de parceria e
cooperação entre a sociedade e o Estado.
O resultado desse processo participativo é um planejamento pautado em metas mais
realistas, consolidado pelo envolvimento da sociedade que compartilha com os governos as
responsabilidades pelas decisões, permitindo maior integração e um aumento nas
possibilidades de concretização em torno de um projeto de desenvolvimento.
Nesse processo, os princípios da Agenda 21 são incorporados aos projetos dos planos
de ação dos pólos que adotam uma abordagem integrada e sistêmica de todas as dimensões
que compõem o desenvolvimento sustentável, buscando, dessa forma, a eficiência econômica,
a eqüidade social e melhor qualidade ambiental.
Entendendo o planejamento integrado como um processo dinâmico para o alcance do
desenvolvimento sustentável, o Banco elaborou para os pólos um plano de trabalho que
abrange sete fases:
 Conhecimento da realidade do pólo, levantamentos preliminares de dados e
estudos técnicos sobre a região; identificação de suas potencialidades naturais e
econômicas e de sua infra-estrutura, bem como dos virtuais obstáculos a
potencialização das atividades da cadeia agroalimentar;
 Construção da visão de futuro de cada pólo e identificação de projetos
estruturantes para o seu desenvolvimento.
 Discussão de estudos técnicos por meio da realização de workshops com
lideranças locais;
 Consolidação e sistematização dos dados e informações coletados.
 Realização de eventos de mobilização e levantamento de demandas na
comunidade.
 Negociação de projetos com os parceiros envolvidos na sua implementação.
 Gerenciamento dos projetos e ações desenvolvidas nos pólos.
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Dessa maneira, espera-se que a sociedade local atinja melhores índices de


qualidade de vida, com renda elevada e bem estar social, por meio do efeito multiplicador dos
investimentos sobre a renda e o emprego, melhoria na área social, na capacitação do homem,
no treinamento, no desenvolvimento da pesquisa e na introdução de novas formas de
gerenciamento.

5.4. - Gestão dos Pólos

A gestão do Projeto Pólos é feita de forma integrada e compartilhada, com a


participação de representantes da base institucional, das lideranças empresariais e do poder
público local.

A atuação do Banco do Nordeste é a de coordenar, responsabilizando-se pelo


planejamento, acompanhamento e avaliação das ações programadas, para isso tem um
Gerente do Pólo. Além da atuação do Banco na coordenação, o projeto conta com o apoio de
uma Equipe de Articulação e de uma Equipe Técnica para o desenvolvimento das ações. A
primeira é formada por líderes que têm como papel discutir os problemas e viabilizar
soluções, encaminhando-as para as diversas esferas do poder público ou da iniciativa privada.
A segunda, formada por técnicos das instituições públicas e privadas, tem a função de realizar
estudos e dar suporte técnico às ações empreendidas em toda a área de atuação do Pólo. Essas
equipes passam por um processo de capacitação sobre desenvolvimento local, que objetiva
instrumentalizá-las para a execução das ações.

Para o êxito do Programa, torna-se necessária a criação de um ambiente que viabilize


uma ampla e efetiva cooperação entre os diversos segmentos da sociedade. Nesse sentido, a
institucionalização do Fórum de Desenvolvimento Integrado do Pólo, que é a instância maior
de discussão e de decisão de temas específicos da região do Pólo, caracteriza-se como o
momento de consolidação do processo de desenvolvimento local. O Fórum constitui um
espaço de divulgação, negociação de propostas e prestação de contas, em que parceiros
potenciais, integrantes ou não do Pólo, mobilizam-se para solucionar problemas que impedem
a implementação das ações.

Nessa abordagem, o setor privado tem relevante papel no processo de desenvolvimento


local, devendo participar efetivamente de todas as ações inerentes ao Programa, desde o
planejamento, a integração dos segmentos das cadeias produtivas, a execução, o
21

acompanhamento da execução, a avaliação dos resultados, o apoio logístico e a negociação de


financiamentos.

O Programa, desde sua implantação em 1997, já mobilizou/capacitou 565.414 pessoas e


possibilitou a aplicação de R$ 883.413 milhões, pelo Banco do Nordeste, em projetos
produtivos nas áreas dos Pólos, com a geração de 182.879 empregos. Na tabela 02, abaixo,
podemos visualizar os dados dessas ações, relativos ao desempenho do Programa em cada
estado, consolidados até dezembro de 2002:

Tabela 2: Pólos de Desenvolvimento Integrado do Nordeste

Projetos em
População Financiamentos do Empregos
execução/
Mobilizada Banco (R$ mil) Gerados
PÓLO negociação
Até Até Até Até
Até 2002 Até 1999 Até 2002 Até 2002
1999 1999 2002 1999
Alto Piranhas 28.300 41507 36 69 14.880 37.680 4.819 8.855
Assu-Mossoró 38.840 48.490 58 92 26.545 70.777 8.725 18.9593
Bacia Leiteira Alagoas 35.832 42.790 42 68 27.017 58.303 5.992 9.486
Baixo Jaguaribe 24.330 29.458 20 56 31.368 60.906 9.312 16.116
Cariri Cearense 4.321 14.188 - 23 - 73.764 - 18.559
Juazeiro 72.000 82.326 33 55 42.973 83.342 15.133 26.290
Noroeste do Espírito
- 3.576 - 21 - 29.612 - 4.211
Santo*
Norte de Minas 62.400 71.798 46 76 27.864 71.519 7.595 13.446
Oeste Baiano 35.700 67.500 39 84 24.275 72.382 5.155 12.421
Petrolina 65.250 94.688 39 75 38.000 82.929 13.381 20.829
Sul de Sergipe 32.000 37.240 35 48 36.174 91.569 6.971 15.164
Sul do Maranhão 8.023 13.337 - 45 27.532 60.951 5.725 8.874
Uruçuí-Gurguéia 8.109 18.516 34 43 49.197 89.679 7.024 10.035
TOTAL 415.105 565.414 382 755 345.825 883.413 89.832 182.879
* Dados de financiamento fornecido pelo Ambiente de Monitoração e Controle do Banco do Nordeste
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6 - RESULTADOS

6.1. Pesquisa

A apresentação dos resultados está dividida em cinco partes: Caracterização das


Empresas; As Empresas e o Desenvolvimento Sustentável: O que sabem e o que fazem?;
Problemas e Dificuldades: Como resolvê-los?; Gestão Ambiental nas Empresas Industriais e
Questões Relacionadas às Empresas Rurais.
Esta pesquisa visa analisar o grau de conhecimento das empresas localizadas nos Pólos
de Desenvolvimento Integrado do Nordeste sobre meio ambiente e sustentabilidade,
responsabilidade social, legislação ambiental, instrumentos de gestão ambiental,
financiamentos e investimentos ambientais, parcerias institucionais.

6.1.1. – Caracterização das Empresas

Considerando um total de 484 empresas pesquisadas, representando 35% do universo


das empresas dos pólos de desenvolvimento, verificou-se que 98% são empresas nacionais e
2% multinacionais. Quanto ao tempo de funcionamento no local, observa-se no gráfico 1 que
80,7% das empresas funcionam há mais de 5 anos no mesmo local, enquanto apenas 2,1%
funcionam há menos de 1 ano.

Gráfico 01
Tempo de Funcionamento no Local

Mais de 5 anos
80,7%

Menos de 1 ano
2,1%

Mais de 1 a 3 anos
6,0%

Mais de 3 a 5 anos
11,2%
24

Apesar de ter sido utilizado como marco referencial para seleção da amostra o cadastro
de empresas fornecido pelo Banco do Nordeste que classifica as empresas quanto ao seu porte
em grandes e médias, os resultados apresentados seguem os critérios de classificação adotado
pela CNI – Confederação Nacional das Industrias: microempresas (até 19 empregados),
pequenas (de 20 a 99), médias (de 100 a 499) e grandes empresas (acima de 500 empregados).
Com base nesses critérios pode-se constatar que 27% das empresas industriais dos
pólos são microempresas, 37% são pequenas, sendo de 34% e 2% os respectivos percentuais
de médias e grandes empresas. Em relação às empresas rurais, adotaram-se as normas do FNE
– Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – para definição dos seus portes,
levando em consideração se a empresa é do tipo pessoa física ou jurídica. Nas tabelas 03 e 04
são apresentadas as distribuições das empresas rurais quanto aos seus portes.

Tabela 3: Porte das Empresas Tabela 4: Porte das Empresas


Rurais - Pessoa Física Rurais - Pessoa Jurídica

% Total % Total
Opção Opção
(col.) (col.)
Miniprodutor - Apresenta renda bruta Microempresa - Apresenta renda bruta
23,5 30,2
anual de até R$ 40.000,00 anual de até R$ 900.000,00
Pequeno produtor - Apresenta renda bruta Pequena empresa- Apresenta renda bruta
27,5 20,8
anual de R$ 40.000,01 a R$ 80.000,00 anual de R$ 900.000,01 a R$ 7.875.000,00
Médio produtor - Apresenta renda bruta Média empresa - Apresenta renda bruta
33,4 32,1
anual de R$ 80.000,01 a R$ 500.000,00 anual de R$ 7.875.000,01 a R$ 45 milhões
Grande produtor - Apresenta renda bruta Grande empresa - Apresenta renda bruta
15,6 16,9
anual superior a R$ 500.000,00 anual superior a R$ 45 milhões
Total 371 Total 54

Avaliou-se também a distribuição de pessoal ocupado na empresa no pico da


produção, ou seja, na época de maior trabalho. Na tabela 5 verifica-se que 74,5% das
empresas dos pólos possuem menos de 50 empregados no pico da produção, sendo este
percentual de 78,5% e 45,8% para as empresas rurais e industriais, respectivamente.
25

O número médio de pessoal ocupado foi 61, sendo o mediano igual a 15. Este valor
significa que 50% das empresas dos pólos possuem menos de 15 pessoas trabalhando no pico
da produção. Para as empresas rurais, os valores médio e mediano foram, respectivamente, 54
e 14, enquanto nas empresas industriais atingiram 116 e 60, respectivamente. Diante desses
dados, concluí-se que as empresas industriais necessitam de mais pessoas que as rurais
quando estão no pico de produção.

Tabela 5: Distribuição de Pessoal Ocupado


na Empresa - (no pico de produção)
Segundo Setor de Atividade da Empresa

%
Pessoal ocupado Rural Industrial
Total (col.)
Menos de 50 74,5 78,5 45,8
De 50 a 100 11,2 9,9 20,3
De 101 a 150 5,0 5,0 5,1
De 151 a 200 2,9 2,4 6,8
De 201 a 250 1,4 1,2 3,4
De 250 a 300 1,2 0,7 5,1
Mais de 300 3,7 2,4 13,6
Número médio 61 54 116
Número mediano 15 14 60
Total 484 425 59

6.1.2. – As Empresas e o Desenvolvimento Sustentável: O que Sabem e o


que Fazem?

a) Licenciamento Ambiental

Inicialmente, avaliou-se a situação da regularização das empresas, quanto ao


licenciamento, junto aos órgãos ambientais municipais/estaduais/federais. Verifica-se, na
tabela 6, que 83,1% das empresas dos pólos estão devidamente regularizadas, sendo de 82,6%
e 86,4% os respectivos percentuais para as empresas dos setores rural e industrial. Na tabela 7
tem-se a situação da regularização de acordo com os portes das empresas. As mícros e
pequenas empresas rurais do tipo pessoa física apresentaram um percentual (19%)
considerável de não-regularização quanto ao licenciamento junto aos órgãos ambientais e as
empresas rurais tipo pessoa jurídica apresentaram um percentual de 15,4 %. Observa-se
também o pequeno percentual (9,1%) de empresas que não estão regularizadas quanto ao
26

licenciamento, principalmente as do setor industrial com apenas 1,7% de empresas que não
possuem regularização.

Tabela 6: Regularização das Empresas (Quanto ao Licenciamento)


junto aos Órgãos Ambientais Municipais/Estaduais/Federais,
segundo Setor de Atividade da Empresa

%
Opção Rural Industrial
Total (col.)
Sim 83,1 82,6 86,4
Não 9,1 10,1 1,7
Em parte 6,6 6,1 10,2
Não respondeu 1,2 1,2 1,7

Esse resultado se deve principalmente à rigidez da legislação ambiental e à exigência


dos bancos oficiais de que para obter financiamento as empresas devem estar em
conformidade com a legislação ambiental e, na maioria dos casos, a legislação exige o
licenciamento de atividades potencialmente poluidoras.
A resposta “em parte” significa que essas empresas estão em processo de
licenciamento e já possui alguma das licenças exigidas. Do total das empresas pesquisadas,
6,6% responderam “em parte”. A maior parte das que deram essa resposta foram as médias e
grandes empresas. A obtenção do licenciamento ambiental é longa, complexa e cara, devido à
necessidade de realizar diversos estudos ambientais e socioeconômicos.

Tabela 7: Regularização das Empresas (Quanto ao Licenciamento) junto aos Órgãos Ambientais
Municipais/Estaduais/Federais segundo o Porte das Empresas.

Rurais Rurais
Industriais
% Total (Pessoa Física) (Pessoa Jurídica)
Opção
(col.) Micro/ Média/ Micro/ Média/ Micro/ Média/
Pequena Grande Pequena Grande Pequena Grande
Sim 83,1 89,5 81,0 74,6 89,6 88,9 80,8
Não 9,1 2,6 0,0 19,0 2,7 11,1 3,8
Em parte 6,6 5,3 19,0 4,2 7,1 0,0 15,4
Não respondeu 1,2 2,6 0,0 2,1 0,5 0,0 0,0
Total 484 38 21 189 182 28 26
27

Legislação Ambiental: Licenciamento

O licenciamento ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente,


instituída pela Lei nº 6.938/81.
O objetivo da Política abrange a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade
ambiental visando assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
Para execução dos objetivos da Política foi criado o Sistema Nacional do Meio Ambiente
(Sisnama) constituído por órgãos e entidades da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios. O Ministério do Meio Ambiente é o órgão central e o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) é o órgão executor. Os órgãos estaduais são os órgãos
seccionais e os municipais são os órgãos locais.
O órgão consultivo e deliberativo do Sisnama é o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama) que tem como uma de suas atribuições estabelecer normas e critérios para o licenciamento
de atividade efetiva ou potencialmente poluidora.
Na maioria dos casos, são os estados, com supervisão do Ibama, que concedem as licenças
ambientais. No caso de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou
regional, o licenciamento é realizado pelo próprio Ibama.
O licenciamento ambiental é exigido para toda construção, instalação, ampliação e
funcionamento de estabelecimentos e atividades que utilizem recursos ambientais, consideradas
efetivas e potencialmente poluidoras, ou ainda capazes de causar degradação ambiental. O
licenciamento tem caráter preventivo e seu objetivo é avaliar e controlar os impactos ambientais
causados pelo empreendimento por meio de acompanhamento sistemático de todas as etapas,
procurando-se assegurar o desenvolvimento socioeconômico e a proteção de todas as formas de vida.
As resoluções do Conama bem como outros instrumentos jurídicos federais, estaduais e
municipais regulamentaram a Política Nacional do Meio Ambiente. Das resoluções do Conama a mais
importante relacionada ao licenciamento ambiental é a 237/97.
A Resolução Conama 237/97 estabeleceu os tipos de empreendimentos que devem ser
submetidos ao licenciamento, revisou e aperfeiçoou os procedimentos, critérios utilizados e prazos
adotados durante o licenciamento, a periodicidade da renovação das licenças ambientais e as instâncias
responsáveis pelo licenciamento dentro do Sistema Nacional do Meio Ambiente de forma a efetivar a
utilização do sistema de licenciamento como instrumento de gestão ambiental, visando o
desenvolvimento sustentável e a melhoria contínua.
O processo de licenciamento se desenvolve desde as etapas iniciais do planejamento da
atividade, compreendendo a emissão de três licenças distintas: Licença Prévia - LP, Licença de
Instalação - LI e Licença de Operação - LO.
28

A licença prévia é solicitada pelo empreendedor e concedida pelo órgão ambiental na fase
preliminar do planejamento da atividade. Essa primeira licença aprova a localização e concepção do
empreendimento, atesta a viabilidade ambiental e estabelece os requisitos básicos e condicionantes que
devem ser atendidos nas próximas fases de sua implementação.
A licença de instalação é a segunda etapa, ou seja, depois que a LP tenha sido emitida o
empreendedor a solicita antes da implantação do empreendimento. Nesta etapa, devem ser
apresentados ao órgão ambiental os projetos físico e operacional da obra. A terceira e última etapa do
licenciamento ambiental é a obtenção da licença de operação. Depois que o empreendimento estiver
pronto, antes de entrar em operação, o empreendedor solicita ao órgão ambiental a licença de
operação; esse, por sua vez, irá fazer nova vistoria para constatar se todas as exigências das licenças
anteriores foram cumpridas.
Em alguns tipos de atividades, definidas pelo Conama, o órgão ambiental pode solicitar
estudos ambientais, tais como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto sobre o
Meio Ambiente (RIMA).
O EIA é um diagnóstico detalhado das condições ambientais da área de influência do projeto
antes de sua implantação. Deve considerar as variáveis físicas, biológicas e socioeconômicas, os
impactos positivos e negativos, as medidas mitigadoras e suas formas de acompanhamento e
monitoramento. O RIMA é um resumo do EIA. Deve conter as conclusões do estudo, demonstrando
em linguagem acessível a toda comunidade as vantagens e desvantagens ambientais, sociais e
econômicas do projeto. Para facilitar a compreensão do relatório, deve-se utilizar quadros, tabelas,
audiovisuais e simulações. Estes relatórios devem ficar à disposição das pessoas interessadas no órgão
ambiental que forneceu a licença. Em muitos casos, realiza-se audiência pública destinada à
apresentação dos resultados do relatório para a sociedade.
29

b) Relacionamento com Órgãos Ambientais


Questionados se estabeleceram algum tipo de relacionamento com órgãos ambientais
nos últimos seis meses, 36% das empresas afirmaram que sim, enquanto 60% responderam
não e 4% não souberam responder. Por eixos econômicos dos pólos foram obtidos os
seguintes percentuais de respostas afirmativas: pólos de irrigação (32,4%), pólos de grãos
(46,7%), pólo de pecuária leiteira (13%) e pólo citricola (26,2%).

c) Responsabilidade Social
Quanto ao conhecimento do conceito de responsabilidade social corporativa, 26,9%
das empresas entrevistadas disseram nunca ter ouvido falar, 34,7% afirmaram já ter ouvido
falar, mas não sabem do que se trata e 35,5% declararam que conhecem o conceito.

Gráfico 02
O(a) Sr(a) tem Conhecimento do Conceito de
Responsabilidade Social Corporativa?

26,9%
34,7%
2,9%

35,5%

Nunca ouviu falar Já ouviu falar, mas não sabe do que se trata
Conhece o conceito Não respondeu

Sobre o maior retorno que as empresas têm ao adotar práticas de responsabilidade


social corporativa, 46,7% afirmaram ser a melhoria de imagem da empresa junto à sociedade
e 22% não souberam responder. Para as empresas que declararam conhecer anteriormente o
conceito de responsabilidade social corporativa, 62,6% disseram que o maior retorno seria a
melhoria de imagem junto à sociedade, seguida da melhoria de imagem da empresa junto aos
clientes (21,6%).
30

Tabela 8: Retorno com Adoção de Práticas de Responsabilidade


Social Corporativa segundo Conhecimento do Conceito (*)

% Total Nunca ouviu Já ouviu falar, mas não Conhece o Não


Opção
(col.) falar sabe do que se trata conceito respondeu
Lucro financeiro imediato 3,1 4,7 1,8 3,5 0,0
Melhoria de imagem junto
16,2 14,0 13,7 21,6 0,0
aos clientes
Melhoria de imagem junto à
46,7 27,1 47,0 62,6 28,6
sociedade
Os custos são maiores que os
3,9 3,1 5,4 3,5 0,0
benefícios
Não sabe 22,0 37,2 26,8 5,8 21,4
Não respondeu 8,1 14,0 5,4 2,9 50,0
Total 484 129 168 172 15
(*) No questionário aplicado consta o conceito de Responsabilidade Social Corporativa.

Em relação aos tipos de contribuição para a adoção de práticas de responsabilidade


social corporativa, 25,9% das empresas afirmaram não ter condições técnicas nem financeiras
de contribuir, 23,7% disseram poder dar apoio técnico aos capacitadores e beneficiários de
responsabilidade social corporativa, 10,4% declararam ter condições de prestar apoio
financeiro a práticas e ações da responsabilidade social e 40,0% não souberam/quiseram
responder. Para as empresas que conhecem o conceito da responsabilidade social corporativa,
39,8% responderam ter condições de prestar apoio técnico aos capacitadores e beneficiários
de responsabilidade social corporativa.

Tabela 9: Contribuições para Adoção de Práticas de Responsabilidade Social Corporativa


segundo Conhecimento do Conceito

% Total Nunca ouviu Já ouviu falar, mas não Conhece o Não


Opção
(col.) falar sabe do que se trata conceito respondeu
Não tem condições técnicas nem financeiras de
25,9 24,8 29,2 24,0 21,4
contribuir
Apoio financeiro a práticas e ações da
10,4 10,1 6,0 15,8 0,0
responsabilidade social
Apoio técnico aos capacitadores e beneficiários
23,7 12,4 17,9 39,8 0,0
de responsabilidade social corporativa
Não sabe 25,1 34,9 32,7 9,9 28,6
Não respondeu 14,9 17,8 14,3 10,5 50,0
Total 484 129 168 172 15
31

Responsabilidade Social Corporativa

Responsabilidade Social Corporativa é o comprometimento da classe empresarial em adotar


um comportamento ético com a sociedade e contribuir para o desenvolvimento econômico,
melhorando, simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da
comunidade local e da sociedade como um todo, ao assumir uma estratégia que inclua eficazes ações
sociais, culturais e ambientais, de forma a efetivar o compromisso da empresa com o desenvolvimento
sustentável.
O empresariado, ao adotar a Responsabilidade Social Corporativa, estará investindo em
valores essenciais como: direitos humanos, direitos dos empregados, proteção ambiental,
envolvimento comunitário, relação com fornecedores, monitoramento e avaliação de desempenho, que
resultarão em um investimento contra o impacto das acusações de injustiça social e ambiental e gastos
extras com passivo ambiental.
A adoção de uma visão global mais ampla permite ao empresariado monitorar mudanças
diante das expectativas sociais, controlar eventuais riscos e identificar oportunidades de negócio,
contribuindo para alinhar valores sociais e corporativos, elevando sua reputação e suscitando o apoio
público.
Investir em Responsabilidade Social Corporativa é uma atitude empresarial que deve ser parte
efetiva de um planejamento estratégico da empresa. Suas ações sociais, culturais e ambientais devem
ser realizadas de forma coordenada, visando atingir o maior efeito institucional possível.
O tema responsabilidade social é mal compreendido pela maioria das empresas, sejam elas grandes,
médias ou pequenas. Uma empresa socialmente responsável não é aquela que apresenta boas políticas
de recursos humanos nem aquelas que investem milhões por ano em ações comunitárias, nem são
aquelas que têm preocupação com o uso sustentável e a preservação ambiental. Negócios socialmente
responsáveis conseguem ter um bom desempenho e buscam progresso em todos esses aspectos,
simultaneamente. “A gestão dos negócios pela responsabilidade social extrapola os limites da
filantropia. Não é um fim por si mesmo, mas um instrumento de transformação da sociedade cada vez
mais necessário diante dos desafios sociais e ambientais colocados”. Responsabilidade social é uma
forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e co-responsável pelo
desenvolvimento social. A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir
os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores,
consumidores, comunidade, governo e meio ambiente) e conseguir incorporá-los no planejamento de
suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários.
Segundo pesquisa realizada pelo IPEA em 2000, 55% das empresas nordestinas realizam algum tipo
de ação social para a comunidade, 78% desenvolvem ações sociais, não-obrigatórias, para seus
funcionários e familiares e apenas 19% não executam nenhuma espécie de ação social.
32

d) Certificação Ambiental
A situação das empresas, em termos de certificação ambiental, é apresentada na tabela
10, na qual se pode verificar que 17,2% têm certificação ambiental e 17,2% não têm um
sistema de gerenciamento ambiental mas está interessado em obter certificação. A certificação
ambiental tem caráter voluntário; não é exigido de nenhuma empresa. No entanto, há um
entendimento errado sobre a sua exigência pelos órgãos ambientais. Por exemplo: 29,7%
responderam que não tinham certificação porque não era exigida.
Na tabela 10 também é apresentada a situação das empresas em termos de certificação
ambiental, segundo eixos econômicos dos pólos, onde se constata que 20,8% dos pólos de
grãos possuem certificação ambiental e que para 32,1% das empresas dos pólos de irrigação
não têm a certificação ambiental porque não é exigida.

Tabela 10: Situação Atual da Empresa em Termos de Certificação Ambiental


Segundo Eixos Econômicos dos Pólos

% Pólos de Pólos de Pólo de Pecuária Pólo


Opção
Total (col.) Irrigação Grãos Leiteira Citricola
Tem certificação ambiental 17,2 16,5 20,8 13,0 9,5
Está em processo de certificação 5,2 4,8 5,4 0,0 9,5
Tem um sistema de gerenciamento ambiental e
3,9 2,8 6,0 4,3 2,4
está interessado em obter certificação
Tem um sistema de gerenciamento ambiental e
2,9 1,6 3,0 17,4 2,4
não está interessado em obter certificação
Não tem um sistema de gerenciamento ambiental
17,2 20,5 16,7 8,7 4,8
e está interessado em obter certificação
Não tem um sistema de gerenciamento ambiental
4,8 7,2 2,4 4,3 0,0
e não está interessado em obter certificação
Não é exigido 29,7 32,1 19,0 39,1 52,4
Não sabe 12,4 10,4 16,1 4,3 14,3
Não respondeu 6,6 4,0 10,7 8,7 4,8
Total 484 250 169 23 42

Na pesquisa CNI/SEBRAE/BNDES cerca de 17% das médias e grandes empresas


pesquisadas adotam a certificação ambiental, enquanto outros 11% estão em processo de
adoção. As empresas nacionais de estabelecimento único indicam, no seu universo, maiores
percentuais de certificação, seguida das empresas de grupos internacionais e das empresas
nacionais de grupos empresariais. Nas empresas de grupos internacionais, é maior o interesse
em adotar a certificação quando já existe um sistema de gestão em funcionamento
33

GESTÃO AMBIENTAL E CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL

A crescente preocupação dos vários setores da sociedade com a preservação da qualidade ambiental é
um dos fatores que vem impulsionando as empresas e demais organizações a tomarem posturas mais
corretas em relação aos aspectos ambientais. As organizações estão cada vez mais preocupadas em
atingir e demonstrar um desempenho ambiental positivo através do controle do impacto causado pelas
suas atividades, produtos ou serviços no ambiente.

Ao longo do tempo foram surgindo instrumentos que pudessem frear os impactos sobre o meio
ambiente e garantir a melhoria da qualidade de vida dos seres humanos através da redução dos
resíduos e emissões gerados e do controle dos aspectos ambientais significativos das empresas
potencialmente poluidoras. Os sistemas de gestão ambiental, as auditorias ambientais, a certificação
ambiental e uma legislação mais rígida são exemplos disso. A ordem agora era de aumentar a
eficiência no processo produtivo, produzindo mais e com melhor qualidade utilizando menos recursos
naturais.

A certificação é parte final de um processo de implementação de condutas e normas ambientalmente


corretas nas atividades produtivas. O primeiro passo é adequar o processo produtivo às normas
ambientais e implantar um sistema de gestão ambiental ou de manejo sustentável, no caso do selo
florestal e selo agrícola. Depois, uma empresa credenciada ao órgão que oferece o selo procede à
auditoria ambiental para verificar se está de acordo com as normas e condutas ditadas. E, por último, a
empresa recebe o certificado ambiental.

A certificação ambiental tem crescido no Brasil mas ainda é pouco expressivo o número de empresas
que a possuem. A certificação é de caráter voluntário e a priori garante que a empresa certificada
mantém em funcionamento um sistema de garantia da qualidade ambiental. Atualmente, empresas que
exportam são as que mais buscam a certificação ambiental, pois, dependendo do mercado, são vistas
como vantagem competitiva. Algumas vezes, no entanto, são utilizadas como barreiras não tarifárias
ao comércio, prejudicando a credibilidade no mercado internacional.

Existem certificações ambientais para todos os setores da economia. Alguns sistemas de certificação
são mais amplos como a ISO 14.000 e alguns mais específicos voltados para determinados setores
como o florestal, a pesca, a agricultura e para o turismo.

As vantagens da certificação ambiental são várias. A certificação evidencia a qualidade dos


processos organizacionais e tecnológicos do ponto de vista da sua conformidade com requisitos de
proteção ambiental e de prevenção da poluição; credibiliza interna e externamente a qualidade dos
produtos ou serviços do ponto de vista ambiental, assegurando aos agentes econômicos o cumprimento
das normas; assegura às diversas partes interessadas (clientes e fornecedores entre outros) que a
organização implementou um sistema de gestão ambiental adequado e cria a dinâmica interna da
34

definição e melhoria do sistema.

Além disso, existem vantagens econômicas para aqueles que implementam a certificação ambiental,
com a redução de custos gerada pela maior eficiência do processo produtivo porque consomem menos
matéria-prima e insumos, geram menos sobras e lixo, reutilizam, reciclam ou vendem resíduos e
gastam menos com o controle da poluição e recuperação ambiental. O marketing ambiental dessas
empresas também tem assumido grande importância no sucesso comercial das empresas, pois a
escolha dos consumidores individuais e institucionais se baseia hoje não só no preço e na qualidade do
produto como também na relação que a empresa tem com o meio ambiente. Quanto mais o
consumidor identificar que um produto está relacionado com o respeito ao meio ambiente mais aceito
ele será no mercado. Assim, uma empresa que implemente este sistema estará numa situação de
vantagem competitiva quando tiver clientes ambientalmente sensíveis.

A certificação ambiental mais conhecida é a série de normas ISO 14000. A International Organization
for Standardization (ISO), é uma organização não-governamental, sediada em Genebra, Suíça. Desde
1974, é responsável pela criação de normas técnicas e padronização de medidas e particularidades de
produtos, de modo que adquiram uniformidade em suas características, independente de sua origem.
As normas mais importantes e conhecidas criadas pela ISO se referem às normas e padrões de
qualidade dentro da empresa, série ISO 9000, e à questão ambiental, série ISO 14000.

A série ISO 14000 reúne normas internacionais que definem regras para que as empresas possam
implantar Sistemas de Gestão Ambiental, com a finalidade de reduzir desperdícios, em relação à
matéria-prima, água, energia e resíduos gerados durante o processo de produção. Dessa forma,
pretende minimizar os impactos ambientais e facilitar a aplicação de adequada legislação ambiental. É
uma norma direcionada e aplicável a qualquer empresa, independentemente de seu tamanho, porte ou
segmento de atividade, seja ele industrial, comercial ou de serviços.
35

e) Recursos Humanos e Gestão Ambiental


Quanto ao número de pessoas envolvidas na estrutura organizacional da gestão
ambiental, considerando-se o total das empresas pesquisadas, consta no gráfico 03 que 62,2%
das empresas não adotam procedimentos de gestão ambiental. Das 37,8% de empresas que
possuem procedimentos, 54,8% têm apenas uma pessoa envolvida na estrutura
organizacional.

GRÁFICO 03

GESTÃO AMBIENTAL PESSOAS


NA EMPRESA ENVOLVIDAS

10,6% + 6 pessoas
20,4% 3 a 5 pessoas

14,3% 2 pessoas
Não Sim
62,2% 37,8%
54,7% 1 pessoa

Segundo a pesquisa CNI/SEBRAE/BNDES, é na direção geral das empresas que os


procedimentos gerenciais, associados à gestão ambiental, são geralmente formulados,
particularmente nas regiões Sul e Sudeste. Por outro lado, as empresas nacionais também se
utilizam da gerência de produção e, as pertencentes a grupos internacionais, de uma unidade
própria para a gestão ambiental.
É importante ressaltar que, além de a direção estar envolvida é fundamental que os
funcionários das empresas sejam capacitados para implementar as ações de gestão ambiental
para que efetivamente possa ocorrer alguma mudança de práticas e condutas da empresa.

f) Agenda 21
Em termos de conhecimento da Agenda 21, verifica-se na tabela 11 que 35,3%
afirmaram que não conhecem nem ouviram falar, 36,8% ouviram falar apenas por meio de
veículos de comunicação e 26,8% leram material sobre o assunto ou participaram do evento
Agenda 21. As empresas dos pólos de irrigação foram as mais desinformadas com relação à
36

Agenda 21, enquanto as dos pólos de grãos foram as que mais participaram do evento. Os
resultados, segundo o porte das empresas, são mostrados na tabela 12.

Tabela 11: Conhecimento do Evento Agenda 21


Segundo Eixos Econômicos dos Pólos

% Pólos de Pólos de Pólo de Pecuária Pólo


Opção
Total (col.) Irrigação Grãos Leiteira Citrícola
Não conhece nem ouviu falar 35,3 44,8 22,0 30,4 35,7
Ouviu falar apenas por meio
36,8 32,3 38,1 56,5 47,6
de veículos de comunicação
Leu material sobre o assunto 13,7 12,9 17,9 0,0 9,5
Participou do evento sobre
13,1 9,3 20,8 8,7 7,1
Agenda 21
Não respondeu 1,0 0,8 1,2 4,3 0,0
Total 484 250 169 23 42

Tabela 12: Conhecimento do Evento Agenda 21 Segundo Porte das Empresas.

Rurais Rurais
Industriais
% Total (Pessoa Física) (Pessoa Jurídica)
Opção
(col.) Micro/ Média/ Micro/ Média/ Micro/ Média/
Pequena Grande Pequena Grande Pequena Grande
Não conhece nem ouviu
35,3 36,5 36,0 45,1 26,5 35,7 19,2
falar
Ouviu falar apenas por
meio de veículos de 36,8 40,4 40,0 31,6 44,9 35,7 30,8
comunicação
Leu material sobre o
13,7 15,4 12,0 8,8 16,8 17,9 19,2
assunto
Participou do evento sobre
13,1 5,8 8,0 13,5 11,9 10,7 26,9
Agenda 21
Não respondeu 1,0 1,9 4,0 1,0 0,0 0,0 3,8
Total 484 38 21 189 182 28 26
37

Agenda 21

A Agenda 21 Global é um documento que contém o compromisso para a mudança do padrão


de desenvolvimento no século 21, firmado por 179 países durante a Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992.
A partir do compromisso firmado na Conferência do Rio foi criada, em 1997, pelo Presidente
da República, a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 Nacional
(CPDS), presidida pelo Ministério do Meio Ambiente e composta por dez membros da sociedade civil
e do governo, para elaborar o documento que traria um modelo de desenvolvimento sustentável a ser
incorporado às ações do governo. O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável tem assento na Comissão e representa o setor produtivo.
Em julho de 2002, a Comissão finaliza sua tarefa e entrega à sociedade a Agenda 21
Brasileira, que passará a orientar toda a estratégia nacional para o desenvolvimento.
Agenda 21 Brasileira é um documento que propõe ações prioritárias para os próximos dez
anos, realizada com o envolvimento de todos os setores da sociedade brasileira, trazendo propostas,
ações e recomendações para reorganizar o processo de desenvolvimento, em direção à denominada
sustentabilidade ampliada, por meio do equilíbrio entre crescimento econômico, eqüidade social e
preservação ambiental.
A noção de sustentabilidade firma-se como o novo paradigma de desenvolvimento humano. O
conceito de desenvolvimento sustentável, que abrange diferentes interpretações, está definido no
Relatório Bruntland, de 1987, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas e presidida pela então Primeira-Ministra da Noruega,
Gro-Bruntland, como sendo “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.
A metodologia utilizada pelo Programa Pólos do Desenvolvimento Integrado está
estreitamente relacionado aos princípios da Agenda 21, que tem por objetivo “instituir um modelo de
desenvolvimento sustentável a partir da avaliação das potencialidades e vulnerabilidades de uma
região, determinando estratégias e linhas de ação cooperadas ou partilhadas entre a sociedade civil e o
setor Público”². Nessa visão, os pólos desenvolvem um modelo de planejamento estratégico que visa
atingir o desenvolvimento sustentável, por meio de um processo participativo, multissetorial, em que a
comunidade, junto com o poder público, vai concretizando as metas estabelecidas, plenamente de
acordo com os preceitos inovadores da Agenda 21.

²Agenda 21, Perguntas e respostas, pág.21


38

g) Parcerias com Organizações Não Governamentais


Mais de 77% das empresas dos pólos não desenvolvem nenhum tipo de trabalho com
Organizações Não-Governamentais, enquanto das 15,6% que desenvolvem, 73,1% atuam na
área social/educacional, 10,9% na ambiental e 16,0% nas duas áreas, ou seja, ambiental e
social/educacional.

GRÁFICO 04

TRABALHA COM TRABALHO QUE


ORGANIZAÇÕES NÃO DESENVOLVE
GOVERNAMENTAIS

16,0% Ambiental e (S-E)


10,9% Ambiental
Não
77,3% Sim
15,6%
73,1% Social/Educacional
(S-E)
Não respondeu
7,1%
39

Parcerias Institucionais
Para alcançar o desenvolvimento sustentável, três requisitos são básicos: participação, parceria e busca
de consenso. É o que prega a Agenda 21, acordo internacional assinado por 175 países, inclusive o
Brasil. As parcerias podem trazer mais eficiência às transformações, socializam conhecimentos,
experiências, aprendizados e recursos, e têm conseqüências mais satisfatórias do que obteriam com
atuações isoladas. As empresas, mais do que nunca, são consideradas parceiras essenciais para a
construção de uma sociedade mais justa, pois além do poder econômico, influenciam grande
quantidade de pessoas. Diferentes da filantropia, as parcerias estabelecem vínculos entre a empresa e
seus beneficiários, agregando para ambos sustentabilidade às suas atividades.
A interlocução com os diversos públicos possibilita aos parceiros delinear criteriosamente as
demandas e levar em conta os diferentes interesses. Ao estabelecer espaços de diálogos e de
negociação, supera-se a noção tradicional de que cabe ao autor da prática social determinar as
necessidades na elaboração das atividades implementadas. A parceria possibilita trabalhar em escala e
mudar uma realidade. A união de esforços em prol de uma causa comum. A parceria é o caminho mais
viável para obter retornos por seus investimentos sociais. Uma pesquisa realizada, em 2001, com 423
empresas, pelo CEATS (Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor) da
Fundação Instituto de Administração (FIA) da USP revela que cerca de 85% das corporações
executam seus projetos ou programas sociais por meio de alianças. As razões pelas quais a parceria é
fundamental são o ganho em escala e dar garantia de maior eficiência às suas ações sociais. Para as
empresas, as alianças também representam a possibilidade de ter uma política social sem que seja
preciso desenvolver um conhecimento que não tem nenhuma relação direta com o negócio. Iniciativas
bem-sucedidas nascem de parcerias com entidades competentes naquilo que fazem. A parceria talvez
seja o modelo mais eficaz de atuação social porque promove a sinergia entre as competências
essenciais de cada organização envolvida. As empresas podem ajudar as organizações do terceiro setor
a gerenciar melhor seus recursos, organizar suas informações de maneira inteligente e cortar custos. A
parceria ainda tem outro benefício que é evitar duplicidade de recursos e esforços investidos numa
mesma causa. No entanto, ainda é difícil estabelecer parcerias, devido muitas vezes às diferenças de
visões de mundo. A parceria para ação social tem de ser mais que uma parceria comercial. É preciso
conciliar histórias, culturas e expectativas diferentes. As empresas são focadas em resultados e na
eficiência; as ONGs, por sua vez, apresentam dificuldades gerenciais e os governos são conhecidos
como lentos e burocráticos na tomada de decisões. Cada uma tem maneira peculiar de atuar que causa
estranhamento à outra. Parceria tem de ter confiança, e uma boa comunicação é essencial para
construir tal confiança. Outro pré-requisito para a parceria dar certo é o envolvimento pessoal e
emocional entre os membros parceiros, estreitar relacionamentos com os parceiros. É importante
lembrar que os valores e objetivos que fundamentaram a criação de uma parceria podem parecer ao
longo do tempo. Restaurá-los para que os benefícios da cooperação também não enfraqueçam é um
desafio constante.
40

h) Financiamento para Projetos Ambientais


Quando necessitam de recursos para solucionar problemas ambientais, ou para
investimentos na melhoria ambiental, normalmente as empresas dos pólos recorrem ao
orçamento da empresa (39,9%) ou a bancos de desenvolvimento (20,6%). Dificilmente as
empresas procuram fundos ambientais (3,3%) ou organismos internacionais (0,4%). Na tabela
13 e 14 detalha-se essa questão por setores de atividade e porte das empresas,
respectivamente.

Tabela 13: Onde Procuram Recursos para Solução de Problemas Ambientais


Segundo Setor de Atividade da Empresa

%
Opção Rural Industrial
Total (col.)
Bancos de desenvolvimento 20,6 21,8 11,9
Fundos ambientais 3,3 3,1 5,1
Organismos internacionais 0,4 0,5 0,0
Orçamento da empresa 39,9 39,3 44,1
Outros 2,7 2,8 1,7
Nenhum 21,6 21,8 20,3
Não sabe 6,0 5,5 10,2
Não respondeu 5,4 5,2 6,8
Total 484 425 59

Tabela 14: Onde Procuram Recursos para Solução de Problemas Ambientais segundo Porte das Empresas.

Rurais Rurais
Industriais
% Total (Pessoa Física) (Pessoa Jurídica)
Opção
(col.) Micro/ Média/ Micro/ Média/ Micro/ Média/
Pequena Grande Pequena Grande Pequena Grande
Bancos de
20,6 13,5 0,0 29,4 15,2 14,3 11,5
desenvolvimento
Fundos ambientais 3,3 3,8 0,0 0,5 5,4 7,1 3,8
Organismos
0,4 0,0 0,0 0,0 1,1 0,0 0,0
internacionais
Orçamento da empresa 39,9 32,7 64,0 26,8 48,4 32,1 61,5
Outros 2,7 5,8 4,0 2,6 2,7 7,1 0,0
Nenhum 21,6 26,9 16,0 29,9 14,7 25,0 7,7
Não sabe 6,0 9,6 12,0 4,1 8,7 10,7 7,7
Não respondeu 5,4 7,7 4,0 6,7 3,8 3,6 7,7
Total 484 38 21 189 182 28 26
41

Das 484 empresas, 21,6% , ou aproximadamente 104 empresas, não procuram nenhum
tipo de financiamento para resolver problemas ambientais, principalmente as mícros e
pequenas empresas. Esse fato pode estar relacionado com as taxas de juros operadas bem
como as garantias exigidas pelas instituições de crédito. A pouca procura pelos fundos
ambientais, que muitas vezes tem a característica de ser “a fundo perdido”, é devida ao
desconhecimento da existência, do caminho para obtê-lo e as condições exigidas pelos tais
fundos.
Das que recorrem aos bancos de desenvolvimento, as mícros e pequenas empresas
rurais, tipo pessoa física, representam 29,4 % do total das empresas entrevistadas.

6.1.3 – Problemas e Dificuldades: Como Resolvê-los?

a) Dificuldades encontradas
A dificuldade mais forte enfrentada pelas empresas dos Pólos é a demora nos
processos de licenciamento junto aos órgãos ambientais (24,6%), seguida do
desconhecimento da legislação ambiental (15,9%). Cerca de 19% das empresas dos pólos
declararam que nunca precisaram recorrer aos órgãos ambientais. Por setor de atividade, a
demora nos processos de licenciamento junto aos órgãos ambientais é a dificuldade mais forte
enfrentada. Aproximadamente 24% das empresas industriais nunca precisaram recorrer aos
órgãos ambientais, embora 86,4% delas estejam regularizadas junto aos referidos órgãos. Isto
se deve, provavelmente, ao fato de que, uma vez obtida a regularização inicial, as empresas
não mais precisaram recorrer aos órgãos ambientais.

Tabela 15: Dificuldade das Empresas com a Legislação Ambiental


Segundo Setor de Atividade da Empresa

%
Opção Rural Industrial
Total (col.)
Desconhecimento da legislação ambiental 15,9 16,2 13,6
Demora nos processos de licenciamento junto aos
24,6 24,9 22,0
órgãos ambientais
Falta de técnicos especialistas em assuntos ambientais 8,7 8,9 6,8
Custos elevados para preparação de estudos e projetos
13,4 12,7 18,6
(EIA/RIMA) exigidos pelos órgãos ambientais
Exigências ambientais dos agentes financiadores na
11,2 12,0 5,1
hora de conceder empréstimo
Nunca precisou recorrer aos órgãos ambientais 18,8 18,1 23,7
Outros 1,7 1,6 1,7
Não respondeu 5,8 5,4 8,5
Total 484 425 59
42

b) Principais Problemas Ambientais


Em relação aos problemas mais graves enfrentados na região, 60,7% das empresas
citaram as alterações ambientais no solo, 15,6% a poluição hídrica e 10,2% a salinização. Por
eixos econômicos dos pólos, verifica-se, na tabela 16, que as alterações ambientais no solo
são o principal problema hoje enfrentado por todos os eixos econômicos.Os itens que se
destacaram no percentual de Outros foram a perda de diversidade, os longos períodos de
estiagem e a falta de educação ambiental.

Tabela 16: Problemas Ambientais mais Graves Apontados nas Respectivas Regiões dos Pólos segundo Eixos
Econômicos dos Pólos

% Pólos de Pólos de Pólo de Pecuária Pólo


Opção
Total (col.) Irrigação Grãos Leiteira Citricola
Alterações ambientais (*) 60,7 46,8 75,0 69,6 78,6
Salinização 10,2 18,8 0,0 17,4 0,0
Poluição urbana 5,6 8,4 3,6 0,0 0,0
Poluição hídrica 15,6 16,8 16,0 8,7 9,5
Outros 7,9 9,2 5,4 4,3 11,9
Total 484 250 169 23 42
(*) Desertificação do solo, compactação do solo em área rural, desmatamento, erosão.

As empresas pesquisadas apontaram a desertificação do solo, a compactação do solo


em área rural, o desmatamento e a erosão os problemas ambientais mais graves para a região
onde estão inseridos.

c) Responsabilidade pelas Questões Ambientais


Para a maioria das empresas (50,4%), a questão ambiental é de responsabilidade do
Governo Federal. O cidadão (35,3%), na opinião das empresas entrevistadas, também deve
possuir responsabilidade com a questão ambiental.
43

Gráfico 05
De quem é a Responsabilidade com a Questão Ambiental

50,4
Governo Federal
2,8
Governo Estadual
4,2
Governo Municipal
0
ONGs
5,2
Empresas
35,3
Cidadão
0,2
Cientistas
1,8
Outros

0 10 20 30 40 50 60
%

O Governo Federal é apontado como o principal responsável pela solução de


problemas ambientais (50,4%), seguido do cidadão (35,3%), das empresas (5,2%), do governo
municipal (4,2%), do governo estadual (2,8%). As ONGs e os cientistas foram poupados
dessa responsabilidade, pois nenhuma empresa acredita que as ONGs devam ter
responsabilidade e somente 0,2 % das empresas responsabiliza os cientistas pela busca de
soluções para problemas ambientais.

d) Projetos Ambientais Desenvolvidos pelas Empresas


Quanto aos programas de iniciativa de proteção ambiental que as empresas
desenvolvem em parceria com a comunidade, 70,6% das empresas afirmaram não
desenvolver nenhum tipo de programa, 23% disseram que desenvolvem e 6,4% não
souberam/quiseram responder. Das empresas que desenvolvem programas em parceria com a
comunidade, 47% desenvolvem programas de educação ambiental, 2,6% financiam
equipamentos comunitários, 24,3% fornecem mudas de árvores para plantio e 26,1% são
outros tipos de programas. Dado que as empresas consideram o cidadão como tendo
significativa responsabilidade na questão ambiental, era de se esperar que elas
44

desenvolvessem mais programas de iniciativa com a comunidade, fato este que não está
acontecendo atualmente.

GRÁFICO 06

DESENVOLVE PROGRAMAS PROGRAMAS


DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDOS
COM A COMUNIDADE

26,1% Código 04

Não Sim
47,0% Código 03
70,6 23

2,6% Código 02
24,3% Código 01

Código 01:Fornecimento de mudas de árv ores para plantio


Código 02:Financiamento de equipamentos comunitários
Código 03:Programa de educação ambiental
Código 04:Outros

e) Orientações sobre Questões Ambientais


Normalmente, quando surgem dúvidas ou quando necessitam de orientação sobre
questões ambientais, as empresas procuram os órgãos ambientais (30,8%) ou órgãos de
assistência técnica (28,1%). Verifica-se também, no gráfico 07, que os órgãos patronais são os
menos procurados (0,6%) e a pesquisa na Internet ainda é pouco utilizada (6,9%).
45

Gráfico 07
Normalmente a Quem a Empresa Recorre Quando Surge
Dúvidas Sobre Questões Ambientais

6,9
Pesquisa na Internet
20,2
Consultoria técnica
30,8
Órgãos ambientais
0,6
Órgãos patronais
28,1
Órgãos de assistência técnica
2,5
Outros
7,5
Nenhum
3,4
Não sabe/respondeu

0 5 10 15 20 25 30 35
%

f) Soluções para os problemas ambientais


Na opinião de 35,5% das empresas dos pólos, campanhas educativas e informativas
são a forma mais eficaz para solucionar ou minimizar problemas ambientais, seguida de uma
fiscalização mais freqüente e eficiente (19,6%) e dos incentivos fiscais para adoção de
posturas e/ou tecnologias amigáveis ao meio ambiente (14,9%).

Tabela 17: Medidas que as Empresas Consideram Eficazes para Solucionar


ou Minimizar Problemas Ambientais - segundo Setor de Atividade da Empresa

%
Opção Rural Industrial
Total (col.)
Leis mais severas 13,8 13,9 13,6
Fiscalização mais freqüente e eficiente 19,6 20,2 15,3
Elaboração do zoneamento econômico-ecológico 3,5 3,5 3,4
Fortalecer parcerias com a sociedade/governo 11,4 9,6 23,7
Incentivos fiscais para adoção de posturas e/ou
14,9 14,4 18,6
tecnologias amigáveis ao meio ambiente
Campanhas educativas e informativas 33,5 34,6 25,4
Outros 3,3 3,8 0,0
Total 484 425 59
46

g) Investimento Ambiental
Na questão do investimento de medidas que a empresa estaria disposta a investir para
minimizar os impactos ao meio ambiente, 37,8% disseram estar dispostas a investir em
medidas preventivas para evitar poluição através de mudanças de tecnologia, planos de gestão
ambiental, 24,5% em programas educativos voltados para o trabalhador e para a população do
entorno da empresa. Na tabela 18 apresentam-se os resultados por setor de atividade.

Tabela 18: Medidas que as Empresas Estariam Dispostas a Investir para Minimizar
os Impactos ao Meio Ambiente - Segundo Setor de Atividade da Empresa

%
Opção Rural Industrial
Total (col.)
Medidas preventivas para evitar poluição (mudanças
37,8 38,4 33,9
de tecnologia, planos de gestão ambiental)
Programas educativos voltados para o trabalhador e
24,5 24,9 22,0
para a população do entorno da empresa
Medidas de controle ambiental (compra de
2,3 1,7 6,8
equipamentos de fim-de-tubo)
Desenvolver projetos em parceira com a comunidade
10,4 10,2 11,9
do entorno
Destinar recursos para prevenção do meio ambiente 3,7 3,3 6,8
Outros 3,1 3,4 0,0
Nenhum 7,1 7,1 5,1
Não sabe 6,0 6,0 5,1
Não respondeu 5,0 5,0 8,5
Total 484 425 59

6.1.4 – Gestão Ambiental nas Empresas Industriais

Aqui a gestão ambiental nas empresas industriais é realçada. No gráfico 8 pode-se


verificar que mais de 80% das empresas realizam algum tipo de procedimento. Normalmente
é mais praticada (21,1%) a reciclagem de resíduos, seguida do controle de resíduos e
vibrações (12,3%). Observa-se também que 12,3% das empresas industrias não realizam
nenhum procedimento de monitoramento/gestão ambiental.
47

Gráfico 08
Procedimentos gerenciais normalmente adotados na Empresa para
evitar problemas ambientais:

21,1
10,5
12,3
7
5,3
7
8,8
7
12,3
5,3
3,6

0 5 10 15 20 25
%
Reciclagem de resíduos
Disposição de resíduos
Controle de resíduos e v ibrações
Redução do uso de matérias-primas
Conserv ação de energia
Controle, recuperação ou reciclagem das descargas líquidas
Pref erência por f ornecedores e distribuidores com boa imagem ambiental
Conserv ação da água
Nenhum/Não realiza qualquer procedimento
Outros
Não sabe/Não respondeu

6.1.5 – Questões Relacionadas às Empresas Rurais

a) Uso de insumos e técnicas agrícolas


Na parte 4.5 são apresentadas questões relacionadas às empresas rurais dos pólos.
Mostram-se, na tabela 19, os insumos e técnicas normalmente utilizados nos dois últimos anos
pelas empresas para desenvolver suas atividades produtivas. Com base na análise da tabela,
verifica-se que o insumo mais utilizado é o agrotóxico (pesticidas/herbicidas), destacando-se
também a prática de conservação de solo, a irrigação e o uso combinado de fertilizante
químico com adubação orgânica. Na mesma tabela também é apresentada a distribuição dos
insumos por eixos econômicos dos pólos.
48

Tabela 19: Insumos Normalmente Utilizados pelas Empresas nos dois Últimos Anos
Segundo Eixos Econômicos dos Pólos (Múltipla Escolha)*

% Pólos de Pólos de Pólo de Pecuária


Opção Pólo Citricola
Total (col.) Irrigação Grãos Leiteira
Somente fertilizante químico 25,6 8,5 54,1 0,0 14,3
Fertilizante químico e adubação orgânica 50,6 67,6 28,9 27,8 57,1
Somente adubação orgânica 11,3 10,8 10,1 27,8 11,4
Agrotóxico (pesticidas/herbicidas) 61,4 59,2 74,8 33,3 28,6
Pratica conservação de solo 55,8 54,5 66,0 33,3 28,6
Irrigação 51,5 74,6 29,6 11,1 31,4
Outros 15,3 20,2 10,6 11,1 8,8
Nenhum 1,4 0,5 0,6 5,5 8,8
Não sabe 0,7 0,5 0,0 11,1 0,0
Não respondeu 2,6 0,9 2,5 11,1 8,8
Total 425 213 159 18 35
* O percentual da coluna é superior a 100% por se tratar de uma questão de múltipla escolha.

b) Reserva Legal
No gráfico 9 constata-se que mais de 81% das empresas estão com a reserva legal
conforme a legislação; 8,3% das empresas informaram não estarem com a reserva legal
conforme a legislação e 10% não souberam/quiseram responder.

Gráfico 09
Distribuição Percentual das Empresas que Estão com
Reserva Legal conforme a Legislação

Sim
81,7%

Não sabe/respondeu
10,0%

Não
8,3%
49

c) Reflorestamento
Quanto ao desenvolvimento de algum projeto de reflorestamento comercial, 89,8% das
empresas afirmaram não possuir nenhum, sendo de apenas 3,5% o percentual de empresas que
disseram ter algum tipo de projeto.

Gráfico 10
Situação das Empresas quanto à Existência
de Projetos de Reflorestamento

Não Sim
89,8% 3,5%
Não sabe/respondeu
6,7%

d) Técnica d Limpeza do Terreno Agrícola


A prática de desmatamento e limpeza do solo mais utilizada é o uso de máquinas
seguido do desmatamento manual. Nos pólos de grãos, o emprego de máquinas apresenta-se
mais intensificado. Observa-se também o baixo uso das práticas de queimadas e de herbicidas
nas atividades dos pólos. Além disso, observou-se que um considerável percentual (13,9%)
das empresas não recorrem ao desmatamento para limpeza de suas áreas. Estes dados
apontam para um processo de conscientização ambiental no âmbito das empresas dos pólos de
desenvolvimento. Os resultados são mostrados em detalhes na tabela 20.
50

Tabela 20: Prática de Desmatamento e Limpeza do Solo que a Empresa Normalmente Utiliza segundo Eixos
Econômicos dos Pólos

% Pólos de Pólos de Pólo de Pecuária


Opção Pólo Citricola
Total (col.) Irrigação Grãos Leiteira
Máquinas (tratores, etc.) 52,2 42,7 69,4 11,1 54,3
Queimadas
1,7 1,4 0,6 5,6 5,7
(uso do fogo controlado)
Não faz desmatamentos 13,9 19,7 6,4 27,8 5,7
Desmatamento manual
21,7 27,7 14,0 50,0 5,7
(uso de foice, machado, etc.)
Uso de herbicidas 1,9 1,4 3,2 0,0 0,0
Outros 8,6 7,1 6,3 5,6 28,6
Total 425 213 159 18 35

Tabela 21: Prática de Desmatamento e Limpeza do Solo que a Empresa Normalmente Utiliza segundo Porte das
Empresas.

Rurais Rurais
(Pessoa Física) (Pessoa Jurídica)
% Total
Opção
(col.) Micro/ Média/ Micro/ Média/
Pequena Grande Pequena Grande
Máquinas (tratores, etc.) 52,2 45,5 59,5 44,4 61,5
Queimadas
1,7 2,1 1,6 0,0 0,0
(uso do fogo controlado)
Não faz desmatamentos 13,9 9,4 18,4 14,8 11,5
Desmatamento manual
21,7 33,5 9,7 25,9 0,0
(uso de foice, machado, etc.)
Uso de herbicidas 1,9 1,0 3,2 0,0 3,8
Outros 8,6 8,4 7,6 14,8 23,1
Total 425 189 182 28 26

Analisando a prática de desmatamento e limpeza do solo por porte das empresas,


observa-se novamente que o uso de máquinas é a prática normalmente utilizada, tendo
destaque também o desmatamento manual para as mícros e pequenas empresas rurais.
51
52

6.2 - PERCEPÇÃO DAS LIDERANÇAS DOS PÓLOS QUANTO AOS


ASPECTOS AMBIENTAIS

Foram aplicados, em média, três questionários por pólo, perfazendo um total de 40


questionários, escolhendo-se, para cada um dos 13 pólos, diferentes lideranças dos setores
governamental, produtivo e da sociedade civil.
As respostas das lideranças estão transcritas abaixo. Convencionou-se que:
G  Governo
Sc  Sociedade civil
Sp  Setor produtivo

a) Pólo do Sul do Maranhão

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais, na região do Pólo?

G: “A conscientização existe. A prática é dificultada devido à burocracia dos órgãos


ambientais”.

Sc: “A maioria dos empresários rurais está consciente da preservação do ambiente, para os
que adotam tecnologias de produção agrícola compatíveis com a necessidade de não agressão
ao meio ambiente”.

Sp: “Relativamente baixo, pois há necessidade de se estabelecer em campanhas de


informação para à população da necessidade de preservação”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo?

G: “O desmatamento nas margens dos rios”.

Sc: “As queimadas não controladas pelos órgãos de defesa ambiental”.

Sp: “O descaso do poder executivo municipal com a questão do lixo”.


53

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?
G: “Educação, a partir do nível básico; interiorização dos órgãos competentes; transparência
dos processos de licença ambiental”.

Sc: “Fazer ressurgir a Comissão Municipal de Meio Ambiente, dando-lhe poderes e


atribuições para proceder ao controle sustentável do meio ambiente local.”

Sp: “Uma política ambiental no âmbito estadual/municipal de conscientização da necessidade


de preservação, principalmente dos mananciais hídricos”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do Pólo, que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

G: “Em teoria, sim. Na prática, apenas ações isoladas de profissionais comprometidos com a
questão ambiental”.

Sc: “1 – Criação de uma entidade a “CARB” (Clube de Amigos do Rio Balsas) que visa a
preservação do rio Balsas da degradação e poluição. 2 – Fundação da Central de Recebimento
de Embalagens de Defensivos Agrícolas para reciclagem pelo SINDIBALSAS (Sindicato dos
Produtores Rurais de Balsas)”.

Sp: “A criação da Agenda 21 em alguns municípios criou a percepção junto à comunidade da


real necessidade da preservação”.

5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir para
uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável? (Podem ser atividades
na área social responsabilidade social ou na área ambiental)

G: “Trabalhos de conscientização quanto à importância da conservação do solo”.

Sc: “Presto serviços de consultoria e assistência técnica aos produtores e empresários rurais,
levando conhecimentos ambientais para a conscientização da preservação de todos os
componentes da natureza na realização de atividades agrícolas, mediante aplicação de
tecnologias compatíveis com o desenvolvimento sustentável”.
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Sp: “Procuro promover a reciclagem do lixo, recolhendo-o em veículo particular para evitar
o que não haja acúmulo nas vias públicas”.

b) Pólo Uruçuí-Gurguéia

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais na região do Pólo?

G: “O grau de conscientização da minha comunidade está muito aquém da expectativa”.

Sc: “Diante de trabalhos iniciados no ano passado (2001), algo já tem mudado, mas
reconheço que o trabalho e os resultados têm sido lentos. O que mais dificulta o trabalho de
conscientização é o baixo nível de escolaridade da grande maioria, em especial a área rural”.

Sc: “Apesar de ainda se observam muitas queimadas, é possível perceber que houve
diminuição de depredação do meio ambiente, como: matar pássaros, cortar árvores, desmatar
as cabeceiras das nascentes de água e evitar a sua poluição”.

Sp: “Há uma grande conscientização, em função de essas pessoas terem experiência em
agricultura em outras regiões, antes de se estabelecerem no Piauí e lá ocorreram muitos
problemas de degradação e erosão do solo e de água e que podem ser evitados nessa região do
Piauí. Há também intensa divulgação dos problemas de erosão/desertificação que ocorrem em
Gilbués, e todos tomam conhecimento disso”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental na
região do Pólo ?

G: “A questão da desertificação que atinge toda a região do sul do Estado”.

Sc: “A erosão, além da falta de conservação dos mananciais de água, em Gilbués, o brejo, e
em São Gonçalo, o rio Gurguéia”.

Sc: “Sem dúvida são as queimadas, o uso de agrotóxicos, o desmatamento das nascentes de
água e o desmatamento sem reflorestamento. Agora, com certeza, o maior problema de quase
todas as cidades aqui do sul é o lixo exposto nas margens das estradas federais (BRs)”.
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Sp: “Na exploração de solos de cerrados com agricultura intensiva pode haver sérios
problemas, apesar de a topografia ser muito favorável. Outro problema que vejo está em torno
da região de Gilbués, envolvendo parte de Barreiras e Monte Alegre, onde um trabalho
intensivo deveria ser feito, pois a degradação continua. As nascentes do Parnaíba também
deveriam merecer atenção”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?

G: “Municipalizar a fiscalização ambiental, fazer parceria Prefeitura/Banco do Nordeste e


intensificar a questão da conscientização”.

Sc: “Ações fiscalizadoras e iniciativas políticas com projetos que sejam específicos, nada
muito amplo, específico mesmo”.

Sc: “Apesar de o nosso povo não gostar de palestras/reuniões que o conscientizem, é o único
caminho capaz de reverter o quadro. Só fazendo palestras, reuniões e seminário (como o
Banco do Nordeste faz), é possível diminuir ou erradicar a degradação do meio ambiente”.

Sp: “Na agricultura de cerrados, incentivar o plantio direto na região em redor de Gilbués;
medidas drásticas deveriam ser tomadas, como a interdição de áreas críticas, para evitar o
aumento da degradação e verificar se há alguma restituição da vegetação. Nas nascentes do
Parnaíba, onde há pequena degradação, dever-se-a aumentar a fiscalização para evitar
aumento de exploração”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do Pólo, que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

G: “A criação do Instituto Desert em Gilbués, e da ONG SOS Gilbués”.

Sc: “Não, até o momento, apesar das diversas discussões, seminários e encontros. De ação
mesmo, não tenho conhecimento”.

Sc: “Tenho conhecimento só das palestras promovidas pelo Banco do Nordeste e pela ONG
de Gilbués-PI”.

Sp: “No Cerrado de Santa Filomena, onde existem alguns pontos com início de erosão,
houve, por iniciativa da Prefeitura, visita de técnicos do Ministério da Agricultura para
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viabilizar a implantação de projetos de microbacia na Serra do Riachão e nas Guaribas. Não


sei se progrediu. Em Gilbués, várias palestras de conscientização, inclusive patrocinadas pelo
Banco do Nordeste”.

5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir para
uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável. (Podem ser atividades
na área social - responsabilidade social ou na área ambiental)

G: “Eu procuro, na medida do possível, proteger o meio ambiente, preservar a natureza,


comportando-me além do recomendado pelos órgãos responsáveis por esta tarefa”.

Sc: “Temos um trabalho de apenas 1 ano e 7 meses mas já estamos no II Seminário que trata
de questões ambientais e qualidade de vida. Atendemos nossos sócios numa sede que dispõe
de computadores e uma biblioteca”.

Sc: “No caso da prefeitura, dar apoio às ações dos governos federal e estadual, bem como dar
aval aos financiamentos (PRONAF, CREDIAMIGO,...)”

Sp: “Participei de reuniões promovidas pelo Banco do Nordeste em Gilbués bem como em
Santa Filomena. Acompanhei técnicos do Ministério da Agricultura em áreas críticas. Na
minha atividade agrícola procuro utilizar, na medida do possível, práticas de conservação do
solo. Falta-me adotar o plantio direto”.

c) Pólo Baixo Jaguaribe

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais, na região do Pólo?

G: “Pouco. Precisamos aumentar o grau de conscientização dos profissionais, principalmente


os multiplicadores de informações”.

G: “O nível de conscientização das pessoas é muito bom; no entanto, ainda existe uma
carência de conhecimentos relativos às questões ambientais, especialmente no tocante às
questões de natureza técnica e/ou científica”.
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Sc: “As questões relacionadas ao meio ambiente estão sendo muito focalizadas nos meios de
comunicação, escolas, cultos religiosos, seminários, etc. e estas informações vão construindo
o conhecimento das pessoas e as fazendo observar com mais atenção as agressões feitas
contra a natureza. Desta forma, podemos dizer que existe uma certa compreensão do que pode
ocorrer se não cuidarmos, de maneira adequada, das nossas reservas naturais, sejam elas:
água, vegetação, fauna, recursos minerais, enfim o meio ambiente. Notamos, no nosso
município, discussões, às vezes bem calorosas, relativas à preservação ambiental embora
possamos dizer que a política partidária também está muito envolvida. Isto prejudica muito,
pois torna-se difícil chegar ao denominador comum que seria um desenvolvimento
sustentável”.

Sp: “No meu convívio profissional, acho que as pessoas estão mais conscientes da
conseqüência que as agressões ao meio ambiente podem causar à qualidade de vida das
gerações presentes e futuras. Hoje as pessoas já conhecem práticas de manejo de cultivos
responsáveis que, conduzidas com as especificações requeridas, podem evitar ou minimizar os
impactos ambientais”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?

G: “A degradação da vegetação, cobertura vegetal das áreas marginais dos rios do vale,
principalmente a retirada de carnaúbas e a coleta desordenada do lixo”.

G: “Como fator de degradação ímpar, o lançamento de esgotos domésticos e hospitalares, em


todas as cidades marginais do rio Jaguaribe; isso também ocorre em Aracati e o resultado, e a
poluição microbiológica (coliformes fecais altíssimos) e orgânica (incremento da
concentração de matéria orgânica, etc.)”

Sc: “É muito difícil dizer o que é mais ou menos grave quando se fala em destruição do meio
ambiente. Mas podemos citar algumas agressões que o homem faz à natureza na nossa região:
a) uma grande quantidade de resíduos, sólidos, ou não, são jogados ou até depositados, sem
nenhum controle, em locais inapropriados para este fim; b) restos de cultivos de camarão, de
arroz, esgotos e de todas as origens são canalizados para os rios, lagoas, açudes e riachos,
causando prejuízo imediato a todos pela contaminação da água tão necessária para o consumo
humano; c) a destruição da mata ciliar e a queimada da mata das serras, sem controle, para a
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extração de areia e pedra. Esta última é usada, principalmente, para proteger as paredes dos
viveiros de camarão”.

Sp: “As pessoas podem de alguma forma, contribuir para a melhoria da qualidade de vida,
seja desenvolvendo hábitos saudáveis e responsáveis, evitando queimadas, plantando árvores
e evitando poluir os rios etc”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?

G: “Reflorestar as margens dos rios e riachos, com uma largura mínima de 50m. Executar
projetos de reciclagem de lixo e coleta seletiva”.

G: “Implantar estações de tratamento de efluentes em todas as cidades marginais ao rio


Jaguaribe (tratamento terciário). Estimular a adoção da prática da agricultura isenta de
pesticidas, principalmente de fungicidas e inseticidas, nas áreas de entorno da bacia do
Jaguaribe. Minimizar os processos erosivos mediante o reflorestamento nas áreas de
preservação permanente, marginais ao Jaguaribe”.

Sc: “É também uma pergunta difícil de responder, mas podemos começar sabendo que ações
radicais e isoladas não resultariam em nada. Não adianta, por exemplo, simplesmente punir os
culpados ou impedir que se faça qualquer tipo de novo investimento. É preciso, pois, realizar
estudos detalhados sobre cada atividade e ver o que é preciso e se é possível implantar
atividades de forma a causar o menor impacto ao meio ambiente. No momento, essas ações
são de responsabilidade dos órgãos ambientais. Para que esta responsabilidade envolva a
população é preciso mudar a cultura de toda uma sociedade e esta é uma ação difícil que só se
concretizará através da educação que em um processo longo, mas o único capaz de resolver
definitivamente o problema”.

Sp: “Fazendo com que a legislação, que ainda muitos desconhecem, seja cumprida, não com
leis rigorosas sem fundamentos técnicos, mas elaborando leis que possam ser cumpridas, e
mostrando como as pessoas podem usar racionalmente o ambiente”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do Pólo que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?
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G: “Não eficiente. Algumas capacitações e seminários na área da educação”.

G: “Sim. A instalação dos viveiros de cultivo de camarão por mícros, pequenos, médios e
grandes produtores que funcionam como lagoas de estabilização, onde, pelo amplo espelho de
água, os microorganismos patogênicos, abundantes na água, forçados pela aeração artificial,
são expostos aos raios solares, sendo praticamente erradicados. Dessa forma, águas de
drenagem são menos danosas”.

Sc: “Temos conhecimento de algumas tentativas de solucionar o problema do lixo através da


implantação de usinas de reciclagem e de aterros sanitários. Essas tentativas se frustraram.
Parece que são inviáveis financeiramente para pequenos municípios e, além disso, faltou a
participação da população para selecionar os resíduos e dar-lhes um destino final”.

Sp: “Sim. As próprias reuniões do Pólo abordam assuntos que conscientizam as pessoas sobre
a proteção do meio ambiente. O programa de rádio de capacitação a distância, veiculado em
emissoras, poderá também incentivar os produtores a adotarem, por exemplo, práticas de
conservação do meio ambiente. O Centro Vocacional Tecnológico (CVT) e outras instituições
como o IBAMA já realizaram debates com produtores de camarão para discutirem sobre
legislação”.

5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática a fim de contribuir
para uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável. (Podem ser
atividades na área social - responsabilidade social ou na área ambiental)?

G: “Capacitação em parceria com a SEMACE para qualificar professores, agentes de saúde,


alunos, empresários como multiplicadores de proteção ambiental. Inserir a educação
ambiental no currículo escolar e realizar projetos educacionais na área de saneamento”.

G: “A geração de 850 empregos diretos; assistência médica a 850 famílias; investimento na


reestruturação do patrimônio histórico de Aracati (igreja matriz); formação de mão-de-obra na
aqüicultura e seu emprego, aliviando a pressão sobre os estoques pesqueiros naturais;
aplicação de um programa de reutilização de água para carcinicultura e incrementação das
áreas de mangue de entorno à fazenda de criação de camarões”.

Sc: “A prefeitura tem procurado a orientação dos órgãos competentes para ajudar a solucionar
essas questões ambientais. Temos feito levantamentos censitários das atividades mais
polêmicas para levar ao conhecimento da população todas as informações. Temos denunciado
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as atividades clandestinas de agressão à natureza e participado de reuniões com órgãos


ambientais e a sociedade em geral”.

Sp: “Como técnica na área da piscicultura e carcinicultura, tento conscientizar os produtores


sobre as conseqüências do uso inadequado dos mananciais. Informo também sobre o emprego
excessivo de ração e de produtos químicos no cultivo e sobre o descumprimento da legislação
o qual pode acarretar-lhes sérios problemas ”.

d) Pólo Cariri Cearense

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais, na região do Pólo?

G: “A grande maioria das pessoas não tem uma consciência ecológica completa. Estamos
vivenciando um modismo ecológico induzido pela mídia; não se sabe qual o verdadeiro
objetivo. Os profissionais do nosso convívio ainda não puseram os pés no chão para as
questões ambientais; apenas introduziram a palavra sustentabilidade ao seu vocabulário para
tornarem mais eloqüentes”.

Sc: “A diversidade e a complexidade de aspectos envolvidos na problemática ambiental na


região do Cariri Cearense exigem uma profunda e criteriosa revisão das injunções político-
econômicas, sócio-culturais e às vezes científicos. Infelizmente a nossa população não está
conscientizada e educada nesse início do terceiro milênio e, com certeza, vai-se deparar com
desafios de várias ordens de grandeza e a questão ecológica-ambiental é uma delas (impactos
ambientais)”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?

G: “A orientação institucionalizada do uso de agroquímicos na agricultura, o receituário


agronômico, não impede a contaminação dos aqüíferos da fauna e flora. Quando um técnico
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receita um CIDA, qualquer que seja, em forma de veneno ao adubo de alta solubilidade,
transparece que estes produtos não são tão danosos a vida global”.

Sc: “1. A disposição inadequada dos resíduos sólidos (lixões); 2. a poluição dos recursos
hídricos de uma maneira geral; 3. o desequilíbrio ambiental (desmatamento na Chapada do
Araripe e implantação de indústrias poluentes); 4. uso indiscriminado de agrotóxicos; 5.
práticas agrícolas erradas e ultrapassadas”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?

G: “Na minha maneira realista de ver, o que nos resta é educar a população para uma
consciência ecológica, entenda o metabolismo do macroorganismo Mãe Terra. Este é o
primeiro critério para o planejamento e realizações a todas as nossas futuras intervenções, as
nossas atividades, enfim, terão, como objetivos fundamentais o aumento da vida e o
favorecimento dos processos sucessórios.

Sc: “Desenvolver novas formas de vida social, conscientizar o povo (educação ambiental) e
as autoridades; amadurecer as questões ecológicas, e desenvolver tecnologias ‘limpas’,
modernas e sustentáveis; manter a saúde dos sistemas biológicos; conceder financiamento de
que contemplem projetos sérios, consistentes, e que não poluam o meio ambiente”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do Pólo que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

G: “A região do parque nacional da Chapada do Araripe. Trabalhos realizados por algumas


Ongs, ainda bastante acanhados como agroflorestas, agricultura orgânica e capacitação de
produtores sobre o meio ambiente”.

Sc: “De tanto batermos na tecla dos resíduos sólidos (lixões), os prefeitos buscam construir
projetos de aterro sanitário (Barbalha, Juazeiro do Norte, Crato, Brejo Santo, etc.) Com a
agricultura irrigada é mais fácil controlar a erosão e a degradação do solo, protegendo o meio
ambiente. Os técnicos do BNB, os agentes de desenvolvimento e o gerente do Pólo podem
realizar essa tarefa”.
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5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir para
uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável? (Podem ser atividades
na área social -responsabilidade social ou na área ambiental)

G: “Apesar das dificuldades, já realizamos cursos de capacitação ambiental e seminários


sobre o meio ambiente e transgênicos. Semanalmente promovemos uma feira de produtos
orgânicos, Nossos grupos de produtores recebem assistência técnica adequada.
Particularmente realizamos há três anos, um trabalho com agroflorestas e outro com
agricultura orgânica (fruticultura), totalmente com recursos próprios. Participamos também de
eventos interestaduais, nacionais e internacionais”.

Sc: “Contribuímos com projetos e situações na melhoria do desenvolvimento humano,


equilíbrio e gestão ambiental: Escola de Educação Ambiental, Parque Ecológico das
Timbaúbas, arborização da cidade, construção de aterro sanitário, recuperação do frigorífico
industrial e fiscalização de indústrias poluentes, etc”.

e) Pólo Assu-Mossoró

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais na região do Pólo?

G: “Embora a questão ambiental seja um fator relevante dentro do processo de


desenvolvimento e que nos últimos anos tenha sido um assunto bastante discutido, acredito
que é necessária uma ação mais concreta dos segmentos sociais neste aspecto, assumindo
compromissos e tomando atitudes, passando do discurso para uma prática social e
ecologicamente correta”.

Sc: “Bom do ponto de vista do conhecimento, embora a prática deixa um pouco a desejar”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?
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G: “Vejo com bastante preocupação a questão do uso abusivo e inadequado dos recursos
hídricos da região, visto ser a água elemento primordial à vida e essencial no processo
produtivo regional e cujo desperdício e/ou poluição hoje poderá trazer sérios prejuízos no
amanhã”.

Sc: “Devastação da carnaubeira, da caatinga e erosão do solo, além da poluição do ar causada


pelas queimadas e uso demasiado de agrotóxicos nas empresas de irrigação do vale que
utilizam pulverização aérea. Lixões a céu aberto, etc”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?

G: “É necessária uma ação voltada para a educação ambiental o que acarretaria uma mudança
de comportamento através da conscientização da importância da participação de todos na
preservação do meio ambiente e na busca da melhoria da qualidade de vida e o real exercício
da cidadania”.

Sc: “Replanejar as ações do Pólo ceramista, das empresas que exploram as atividades
causadoras de danos ao meio ambiente para que as mesmas sejam realizadas de modo
sustentável como por exemplo: uso do gás natural, manejo da agricultura orgânica para evitar
contaminação das águas e do solo”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do Pólo que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

G: “Sim. Destaco a luta pela revitalização da lagoa do Piató no município de Assu-RN”.

Sc: “Conscientização das equipes técnicas, apoio ao Projeto Piató, elaboração da proposta da
Agenda 21 Local, programa Rádio Nordeste”.

5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir para
uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável. Podem ser atividades
na área social -responsabilidade social ou na área ambiental?
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G: “Na minha vida particular e profissional tenho procurado agir dentro de uma postura
ambiental e politicamente correta, assumindo atitudes, formando parcerias em projetos de
desenvolvimento sustentável, participação e/ou efetuando eventos voltados para a questão
ambiental, principalmente porque tenho o respaldo do compromisso social da instituição na
qual trabalho (DNOCS) que é a busca do desenvolvimento sustentável e conseqüente
melhoria da qualidade de vida dos homens e mulheres da região Nordeste”.

Sc: “Assessoria, capacitação a organização, empresas e comunidades urbanas e rurais”.

f) Pólo Alto Piranhas

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais na região do Pólo?

G: “Tenho motivos para acreditar que o nível de conscientização das pessoas do meu
convívio profissional em relação às questões ambientais deixa muito a desejar. Fica mais
relacionado ao campo teórico/acadêmico. Na realidade, a efetivação de medidas saneadoras,
naturalmente não acontecem com facilidade. É preciso investir mais e melhor nas campanhas
de conscientização da população”.

Sc: “Ao nível de conhecimento de alta detenção sem muita prática”.

Sp: “As pessoas do meu convívio, e aquelas com quem trabalho, já passam a se preocupar
com as questões ambientais. Principalmente em nossa região, a questão ambiental é fator
primordial na formação de uma sociedade consciente”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?

G: “A questão da utilização indiscriminada de agrotóxicos por parte dos produtores é um dos


mais sérios problemas existentes na região do Pólo Alto Piranhas como também não podemos
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esquecer os graves problemas do desmatamento, queimadas, desertificação do solo,


salinização das áreas de irrigação, o lixo urbano, etc”.

Sc: “O consumismo, a devastação das matas, principalmente as ciliares e os lixões nas


periferias das cidades”.

Sp: “Principalmente na região do Alto Piranhas a degradação dos rios Piranhas e do Peixe
tem agravado silenciosamente a nossa qualidade de vida”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?

G: “Para evitar e diminuir os danos causados ao meio ambiente, necessário se faz, e com
urgência, a realização de trabalho contínuo de educação ambiental em todas as cidades que
compõem o Pólo Alto Piranhas e também fazer um melhor controle da utilização dos recursos
naturais. É preciso fazer bom uso e aplicabilidade das leis existentes”.

Sc: “Educar a população e fazer com que pratiquem os meios eficazes de proteção
ambiental”.

Sp: “Um trabalho intensivo de capacitação dos atores sociais e maior investimento
governamental para os programas e projetos que viabilizam o desenvolvimento sustentável”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do Pólo que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

G: “Sim. O Pólo de Desenvolvimento Integrado do Alto Piranhas têm realizado várias


palestras e seminários relacionados com o tema meio ambiente em muitas comunidades das
áreas urbanas e rurais, tanto nas escolas como nas associações e empresas”.

Sc: “Estudos ambientais na Bacia do Alto Piranhas e especificamente no leito do rio do


Peixe”.

Sp: “O trabalho do Pólo Alto Piranhas tem realizado as tarefas mais difíceis e complexas que
é reunir os atores sociais em torno das problemáticas ambientais e das soluções para um
desenvolvimento sustentável. Essa já foi a maior ação realizada na região”.
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5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir para
uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável? (Podem ser atividades
na área social - responsabilidade social ou na área ambiental)

G: “O órgão que represento (prefeitura) e a Embrapa vem ao longo do tempo dando mais
atenção e ao mesmo tempo viabilizando ações de apoio ao meio ambiente local com
campanhas de divulgação de práticas agro-ecológicas, produção de mudas, realização de
cursos de capacitação, seminários, palestras, debates e participação efetiva em todos os
eventos ocorridos na região”.

Sc: “Em particular, evito o consumismo, reutilizo os materiais não biodegradáveis e faço
conscientização de classes minoritárias no que se refere a educação ambiental”.

Sp:“Nós trabalhamos com um cronograma de reflorestamento da mata ciliar do rio Peixe -


“Clube da Semente” - que visa repor nossa mata nativa. Estamos contribuindo para que nossa
região tenha num futuro bem próximo um projeto de gerenciamento interado dos resíduos
sólidos orgânicos e inorgânicos”.

g) Pólo Petrolina (PE)

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais na região do Pólo?

G: “Bom”.

Sc: “No geral todos já ouviram falar da Agenda 21, CONAMA, MMA, IBAMA, CPRH.
Contudo, precisamos cristalizar melhor os conceitos ambientais com projetos, campanhas,
cursos, etc”.

Sc: “O nível de conscientização é baixo nas esferas da agricultura e construção civil


principalmente. Algumas instituições de educação e pesquisa se destacam em ações de
conscientização, bem como a criação da Séc. Mun. Meio Ambiente podem desenvolver um
trabalho de educação ambiental e ‘gestão ambiental’, para que a questão saia do âmbito
acadêmico e passe para o âmbito da sociedade”.
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Sc: “Identificamos o início do processo de conscientização que independe do grau de


instrução”.

Sc: “Há necessidade de um maior aprofundamento do tema junto à comunidade”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?

G: “A questão do lixo urbano; falta de uma política ambiental para o rio São Francisco; falta
de uma política de urbanização para as AGROVILAS”.

Sc: “A falta de um plano gestor do município, falta de políticas públicas específicas e falta de
articulação dos projetos existentes na área de educação ambiental”.

Sc: “Uso indiscriminado de agrotóxicos; desmatamento da mata ciliar pelo crescimento


urbano/empresarial e suas conseqüências (impactos) negativas ao rio São Francisco
(assoreamento, morte de peixes, poluição da água, etc) e falta de preservação da caatinga”.

Sc: “Preservação ou plantio da mata ciliar; desmatamentos da caatinga; manejo agrícola


adequado (salinização e resíduo de agrotóxico nas frutas e no solo)”.

Sc: “Degradação do Rio São Francisco”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?

G: “Implementação de uma política de educação ambiental em todos os âmbitos da


sociedade”.

Sc: “Implementar todos os projetos ambientais das instituições que fazem parte do Fórum da
Agenda 21 de Petrolina e Implantar um grande programa de educação ambiental e geração de
renda para o desenvolvimento sustentável do município”.

Sc: “Desenvolver para o Pólo um plano de “gestão ambiental” onde a educação ambiental
seria um dos instrumentos fortes, pois a sociedade precisa se informar para tomar consciência
da relação entre atividade produtiva – impacto ambiental – qualidade de vida –
desenvolvimento sustentável”.
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Sc: “Investimento em educação ambiental em todos os níveis de formação; programa de


revitalização/reflorestamento das margens dos rios que compõem a bacia do São Francisco e
da caatinga”.

Sc: “Conscientização e injeção de recursos financeiros em projetos pilotos”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do pólo que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

G: “Já foram realizados alguns cursos e seminários na região. Falta apenas conferir o aspecto
de sua continuidade “.

Sc: “Projeto Mata Ciliar, Implantação do fórum da Agenda 21 de Petrolina, Implantação dos
Parâmetros Curriculares Nacional do Meio Ambiente e Implementação da Agenda Comum de
Educação Ambiental de Petrolina”.

Sc: “Projeto Mata Ciliar – PMP; Saneamento básico – PMP; Arborização – PMP; Projeto de
educação ambiental como instrumento de revitalização do Rio São Francisco – MMA –
SECTMA – CPRH; Ativação da EMBRAPA semi-árido na região; Agenda 21 (a médio ou
longo prazo sentiremos os benefícios deste plano que está sendo elaborado)”.

Sc: “Projeto Mata Ciliar da Pref. de Petrolina; Projeto Educação Ambiental – CPRH /
SECTMA / Governo de Pernambuco; Projeto de Saneamento Básico – Pref. de Petrolina”.

Sc: “Até o momento não foram realizados atividades de impacto no meio ambiente”.

5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir para
uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável? (Pode ser atividades
na área social -responsabilidade social ou na área ambiental)

G: “Participa da maioria dos eventos relacionados com a preservação do meio ambiente. É


uma das parcerias da agenda 21 dos municípios. Propõe emendas às leis municipais
objetivando adequá-las ao desenvolvimento sustentável; está pleiteando uma vaga no comitê
de gestão da bacia do Rio São Francisco, como entidade civil”.

Sc: “Participa ativamente na implantação e implementação das Agendas 21 estadual e


municipal, Em parceria com o CEFET-PE, desenvolveu o primeiro Projeto da UNISOL na
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região na área de desenvolvimento sustentável comunitário. Faz parte do Farol do


Desenvolvimento Integrado do Banco do NE no GT; convivência com o semi-árido”.

Sc: “Atuo como professora do 1º e 2º grau no CEFET nas disciplinas de educação ambiental,
legislação ambiental para cursos técnicos diversos; Desenvolvo pesquisas na área; Profiro
palestras, capacitações diversas para públicos diferenciados na região; Coordeno atividades de
meio ambiente na Séc. Meio Ambiente municipal entre JAN/2001 e MAIO/2002-10-07;
Membro da Agenda 21 e Coordenadora do Projeto Educação Ambiental / Parceria CPRH -
/CEFET”.

Sc: “Coordenamos o projeto “Desenvolvimento Sustentável Comunitário – Aspectos De


Higiene e Fabricação de Produtos de Limpeza” que foi executado no Bairro João de Deus;
Áreas de atuação: Saúde, alimentos, educação ambiental e fabricação de Detergentes. Projeto
financiado pelo MEC/Universidade Solidária juntamente com a Assoc. de Moradores. Foi
elaborado e executado por uma equipe do CEFET Petrolina”.

Sc: “Já utilizamos o processo de extensão rural junto às comunidades”.

h) Pólo Bacia Leiteira de Alagoas

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais, aqui na região do Pólo?

G: “É bom voltar a questão do pólo para as pessoas participarem de encontros importantes e


fazer algo melhor para a natureza, pois o meio ambiente está precisando de socorro e
principalmente, conscientizar os governantes municipais para um melhor envolvimento”.

Sc: “Precisa melhorar apesar do esforço que os agentes fazem com relação ao assunto. Acho
que só o Banco do Nordeste luta para melhorar a informação”.

Sc: “Estamos numa instituição que se preocupa e desenvolve ações práticas no meio ambiente
no sentido de preservação e capacitação na agricultura orgânica”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?
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G: “O desrespeito com a natureza é preocupante. A comunidade em si não tem a menor


coragem de fazer nada para mudar o quadro (desmatamento, lançamento de lixo nos rios ).

Sc: “Acabaram com as matas, destruíram a beira dos rios, e depositaram lixo nesses locais”.

Sc: “A preservação, a conservação e o reflorestamento das matas ciliares devem constituir


prática constante da população e poluição das águas e as queimadas”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?

G: “Não só o Banco do Nordeste deve-se preocupar com o meio ambiente, mas sim todos os
órgãos governamentais, federal, estadual e municipal”.

Sc: “Que os outros órgãos do Governo fizessem o mesmo que o Banco do Nordeste”.

Sc: “Mobilização da comunidade; parceria com instituições ambientais; envolvimento dos


órgãos nas três esferas: municipal, estadual e federal”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do Pólo que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

G: “Conscientização por parte dos agentes”.

Sc: “As reuniões que são feitas pelo Banco do Nordeste”.

Sc: “Desenvolvimento da agricultura orgânica”.

5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir para
uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável? (Podem ser
atividades na área social - responsabilidade social ou na área ambiental)

G: “Em algumas reuniões peço que se evitem queimadas, que não joguem lixo no campo, ao
ar livre, etc”.

Sc: “Em reuniões de que participo, peço ao povo que preserve os rios e as matas”.
71

Sc: “Trabalhamos com agricultura orgânica que, na prática, implica o manejo adequado do
solo, capacitações, preservação ambiental e desenvolvimento sustentável”.

i) Pólo Sul de Sergipe

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais na região do Pólo?

G: “De ótimo a razoável, pelo menos as com que convivo com mais proximidade. Já com as
que desempenham atividades ligadas ao meio rural, como: alguns funcionários de empresas
públicas e grande maioria dos comerciantes, agricultores, pecuaristas, entre outros,
apresentam-se abaixo do razoável. Entretanto, a mídia vem focando mais as questões
ambientais e venho sentindo uma progressiva, embora lenta, conscientização”.
Sc: “Bom, embora seja necessário um trabalho de conscientização constante”.
Sp: “O nível de conscientização é regular. Não há um compromisso mais de perto com as
questões ambientais”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?

G: “Falta de um gerenciamento de resíduos sólidos; diminuição drástica das matas ciliares,


acarretando assoreamento nas hidrobacias; falta de monitoramento da qualidade da água para
o consumo humano”.

Sc: “Desmatamento desordenado; disposição imprópria dos resíduos sólidos; barramento


irregular de rios públicos; destruição da mata ciliar do Piaiutinga”.

Sp: “Ocorrência de algumas manchas de desertificação. Pesca predatória”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?
72

G: “Uma política ambiental adequada, visto que, para a maioria dos políticos, meio ambiente
ainda é paradigma. Há uma visão estreita em relação ao desenvolvimento sócioambiental,
pois ainda prevalece a visão conservadora de que crescimento econômico está ligado somente
ao superávit, sem levar em conta a distribuição de renda e a qualidade de vida da população”.

Sc: “Realizar obras de saneamento básico. Recompor flora nativa, principalmente nas
encostas. Intensificar a fiscalização pelo órgão ambiental do Estado”.

Sp: “Educação ambiental. É necessário parcerias dos governos municipais com órgãos como
IBAMA, CONDER e CRA”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do Pólo, que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

G: “Capacitação de educadores ambientais; Projetos de “Revegetação das Matas Ciliares do


Riachão do Machado e Zoneamento Ecológico Florestal na Região Semi-árida da Bacia do
Rio Piauí”, inconclusos por falta de parcerias. Através do FNE Verde do BNB, venho
tentando implantar um sistema revolucionário de minhocultura em minha propriedade (Faz.
Bom Futuro)”.

Sc: “A presença constante dos fiscais do órgão estadual – ADEMA”.

Sp: “A Prefeitura de rio Real mantém convênio de cooperação técnica com o IBAMA, CRA e
CONDER”.

5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir para
com uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável? (Podem ser
atividades na área social -responsabilidade social ou na área ambiental)

G: “Iniciativa própria. Faço a distribuição constante e seletiva de informativos ecológicos,


ex.: Mata Atlântica, reciclagem e conclusões de pesquisas científicas; arquivo literatura e
gravo documentários e reportagens de relevância para ocasiões propícias e para futuros
trabalhos de educação ambiental. Em parceria com a ONG realizamos bate-papos e doações
73

de árvores nativas a algumas comunidades rurais, ressaltando sempre que é possível produzir
sem destruir”.

Sc: “Seguro de vida para os empregados. Assistência médica ocasional (ambulatorial, sempre
que necessário, e fornecimento de medicamentos). Fornecimento de 3 refeições diárias;
Manutenção de carteira de empréstimos para os colaboradores. Respeito e cumprimento das
orientações do órgão ambiental”.

Sp: “Doação de mudas de plantas nativas para recomposição de matas ciliares; Promoção da
primeira semana do meio ambiente (junho/2001). Patrocínio aos órgãos IBAMA e CONDER
para realização de exposição sobre disposição de resíduos sólidos. Convênio com ADAB para
a realização de campanha sobre utilização de agrotóxicos”.

j) Pólo Juazeiro (BA)

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais na região do Pólo?

G: “Acho que as pessoas estão melhorando o seu grau de conscientização a cada dia que
passa, principalmente depois de campanhas realizadas na região”.
G: “O convívio profissional tanto aqui na secretaria como com ONG’s e demais entidades
transparece uma ótima conscientização dos problemas ambientais e suas conseqüências.
Porém as causas se tornam um pouco obscuras. Torna-se complicado avaliar a questão prática
de meio ambiente já que nem todos trabalham diretamente com ela”.
Sp: “A questão ambiental é atualmente uma grande preocupação no Pólo de Juazeiro.
Estamos trabalhando para criar dentro do Pólo uma Cooperativa de produtores orgânicos,
totalmente inseridos na visão da agricultura auto-sustentável, linha temática da Agenda 21. Já
existem 800 hectares orgânicos e uma aplicação de recursos da ordem de R$ 1.500.000,00.
Atualmente estamos com 20 produtores, orgânicos já certificados e 17 em processo de
conversão. Há uma consciência da necessidade de produção de alimentos limpos. Em face do
alto risco que os defensivos agrícolas pode provocar na saúde humana”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?
74

G: “O uso de agrotóxicos”.
G: “Os vetores de degradação ambiental são vários. Entre eles podemos citar: ausência de
saneamento básico, lixão, desmatamento da mata ciliar, plano diretor satisfatório, caça e pesca
ilegais, desmatamento da caatinga. Junte-se a isso a ineficiência da fiscalização, interesses
políticos e falta de informação adequada à população que temos uma bomba na mão”.
Sp: “Aplicação indiscriminada de defensivos agrícolas, contaminando lençóis, rios, animais e
o homem. Impacto ambiental na utilização de sistemas de irrigação superficial, ocasionando
depredação nos mananciais e erosão laminar nos solos. Desmatamento das matas ciliares que
beiram as margens dos rios”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?
G: “A preservação da nossa fauna e dos recursos hídricos, sem esquecer que fundamental
seria a extinção dos agrotóxicos”.
G: “Políticas públicas sérias e responsáveis, onde se priorize à educação ambiental, o apoio a
conselhos municipais de meio ambiente, as fiscalizações descomprometidas com interesses
que não sejam afins e implantação com urgência da Agenda 21”.
Sp: “Adoção da Agenda 21 por todos os municípios que compõem o Pólo, dando grande
ênfase à agricultura auto-sustentável à agricultura orgânica, de produção limpa”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do Pólo que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

G: “As campanhas realizadas em prol da preservação e recuperação do rio São Francisco”.


G: “Em Petrolina, o Projeto Mata Ciliar, pioneiro na região, já mostra seus frutos. Em
Juazeiro demos encaminhamentos que justamente nos ajudaram, ou seja a criação do
Conselho Municipal e do Meio Ambiente e o Fundo Municipal do Meio Ambiente. Essas
ações farão a municipalização do meio ambiente”.
Sp: “Sim. Implantamos um núcleo de agricultora orgânica, fruto de maciça capacitação dos
segmentos envolvidos na cadeia produtiva. Hoje temos 800 hectares orgânicos, com alguns
produtores certificados pelo IBD, Mokiti Okada, Ecocert. Também reforçamos a idéia, hoje
75

uma realidade, de lojas de insumos essencialmente orgânicos para consolidar e dar apoio ao
sistema de exploração em agricultura orgânica”.

5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir para
uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável? (Pode ser atividades
na área social -responsabilidade social ou na área ambiental)

G: “Pratico agricultura orgânica. Estou fazendo, em parceria um trabalho. Além de


recuperação de algumas áreas nativas, reflorestando-as e irrigando-as”.
G: “Apenas uso Ecokit, um kit que analisa parâmetros de qualidade da água. Através deste
temos como conscientizar e exigir providências dos órgãos responsáveis pela água. É claro,
nas reuniões do Conselho Municipal de Meio Ambiente”.
Sp: “Temos realizado vários seminários em agricultura orgânica nos municípios de jurisdição
do Pólo e fora dele, com o objetivo de criar uma consciência de que é possível produzir sem
afetar o meio ambiente. A instituição criou programas específicos, a exemplo do FNE verde,
para atender a demanda nesta linha de trabalho”.

k) Pólo Oeste Baiano

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais na região do Pólo?

G: “Melhorou muito nos últimos três anos, com práticas realizadas numa visão de
sustentabilidade dos recursos naturais”.

Sc: “A avaliação é positiva com ganhos expressivos na conscientização e comprometimento


dos agentes produtivos, ante a mobilização dos parceiros do Pólo”.

Sc: “A entrega de embalagens tríplices lavadas, na unidade campo limpo do oeste baiano (500
mil unidades em 2002), traz à luz o melhoramento na consciência ecológica dos agricultores
dos cerrados baianos”.
76

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?

G: “Exploração agrícola nos cerrados, desmatamento das matas ciliares e nascentes e a


captação irregular de pivôs, nos cerrados”.

Sc: “O modelo tradicional de ocupação dos cerrados baianos (desmatamentos de grandes


áreas contínuas)”.

Sc: “Queimadas nos cerradas. Desmatamento de grandes áreas contínuas. A erosão,


especialmente a laminar”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?

G: “Conscientizar os agentes produtivos. Ampliar a fiscalização das captações dos pivôs.


Estudo mais profundo dos projetos a serem financiados pelos bancos, no que tange à
legislação ambiental”.

Sc: “Manter regularidade nas ações institucionais de meio ambiente, no Pólo”.

Sc: “Instrumentalizar as instituições de fiscalização do meio ambiente para que possam atuar
de fato sem o caráter meramente punitivo. Conceder incentivos fiscais, ou outros, para os
produtores que tenham atividades agropecuárias sustentáveis (plantio direto, etc)”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do pólo, que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

G: “O Pólo Oeste Baiano através do Farol do Desenvolvimento vem contribuindo na


conscientização ambiental, nas mais longínquas localidades da região. O projeto Campo
Limpo da AIBA, que recolhe embalagens de agrotóxico”.

Sc: “Projeto Campo Limpo; Projeto Microbacias nos Cerrados; Gerenciamento Ambiental do
Pólo Oeste Baiano (parceiros)”.
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Sc: “O incentivo e ampliação do plantio direto no Oeste Baiano. O sucesso da central campo
limpo de recolhimento de embalagens de agrotóxicos, cuja divulgação tem sido feita pela
imprensa, AIBA, EBDA, Farol do Desenvolvimento, secretarias municipais, SEAGRI etc”.

5. O que o(a) Sr.(a) (para o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir
para uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável? (Podem ser
atividades na área social -responsabilidade social ou na área ambiental)

G: “A AMINA faz palestras nas escolas, promove atos cívicos na área ambiental urbana,
encaminha processos de denúncias de problemas ambientais ao ministério público estadual e
federal e divulga as agressões ambientais na região”.

Sc: “Trabalhos na construção de propostas que apresentem sustentabilidade nos projetos


econômicos para a região. Animação nos projetos de eventos de meio ambiente para a região,
com fins de conscientização e compromisso dos produtores e empresários do Oeste Baiano.
Através do DDF, promoção de ações de gerenciamento ambiental”.

Sc: “Busca de parcerias para o gerenciamento do Bioma Cerrados. Instalação de viveiro


central de mudas nativas para reflorestamento de áreas degradadas nos cerrados”.

l) Pólo Norte de Minas

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais na região do Pólo?

G: “A maioria das pessoas do meu relacionamento na região não estão despertados para as
questões ambientais; uma outra pequena parte das pessoas, com alguma cultura formal, tem
conhecimento, falam sobre o assunto, demonstram interesse. Ma no dia a dia, na hora de agir,
demonstram que não incorporam os conhecimentos adquiridos”.
Sc: “Consideramos baixo o grau de conscientização das pessoas, pois as discussões têm
avançado muito, projetos bons e coerentes têm sido elaborados, porém são poucas as ações no
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sentido de atacar e minimizar as questões ambientais, principalmente quando se trata da


recuperação do meio ambiente”.
Sp: “Como trabalho na área de educação, avalio que a maioria dos profissionais tem um alto
nível de conscientização, haja vista que muitos fazem parte da nossa ONG”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?

G: “ Devastação florestal desordenada, chegando ao ponto de acabar com todas as matas.


Poucas reservas florestais e falta de projetos e recursos para cuidar delas. Devastação das
vegetações ciliares e das nascentes dos rios”.
Sc: “Desmatamentos, queimadas, areeiras e não conservação das nascentes e margens dos
rios”.
Sp: “O altíssimo índice de poluição do sub-solo pelo uso indiscriminado de agrotóxico que
polui, além do lençol freático, os rios da região (Verde Grande, Gorutuba, São Francisco)”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?

G: “ Projetos e recursos para preservação dos rios da região. Vários barramentos nos rios
Mosquito, Gorutuba, Verde Grande, etc. Rede de esgoto nas cidades da região e o devido
tratamento sanitário das águas para que retornem aos lençóis devidamente potáveis. Instalação
de usinas para tratamento e aproveitamento de todo o lixo das cidades da região”.
Sc: “Maior conscientização, principalmente dos estudantes, para fazer cumprir as leis
ambientais, reposição das matas ciliares e conservação das nascentes”.
Sp: “ Uma grande mobilização dos produtores rurais e potenciais poluidores, como: oficinas,
lavajatos, postos de combustíveis e indústrias. Aplicação de multas após o trabalho de
conscientização. Parcerias entre escolas, empresários e ONGS para recuperar a área
prejudicada pela poluição”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do pólo que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?
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G: “Reunião do Pólo e do Farol do Desenvolvimento para concluir a Agenda 21. Trabalho do


Pólo para controle e destinação dos vasilhames de defensivos agrícolas. Campanha nas
escolas, em parceria com as prefeituras, para a limpeza dos rios nos perímetros urbanos e o
plantio de mudas nas suas margens para recuperação da vegetação cilia. Trabalho preventivo
do Instituto Estadual de Florestas, com o objetivo e fiscalização de conscientizar a população
para evitar as queimadas na região”.
Sc: “Sim. Ações educativas e trabalhos de preservação realizados pela Agência Nacional das
Águas em parceria com outros órgãos estaduais, municipais e ONGS”.
Sp: “ Trabalho constante das escolas estaduais e municipais sobre as questões ambientais.
Trabalho de limpeza dos rios, pelo menos duas vezes por ano, pela comunidade. Expedições
pelos leitos dos rios, como o realizado pela Agência Nacional das Águas no Rio Verde
Grande”.

5. O que o(a) Sr.(a) (o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir para
uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável? (Podem ser atividades
na área social - responsabilidade social ou na área ambiental.

G: “ Participo do CODEMA, do município de Jaíba e todos os municípios do Pólo e da


cidade em prol do meio ambiente e da melhoria da qualidade de vida. Recentemente participei
da criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, em Montes Claros, quando foi
eleito o grupo gestor, tendo como dirigente eleito o Dr. Antônio Carlos Landi, do Distrito de
Irrigação do Projeto Jaíba. Faço parte da Brigada Voluntária contra incêndio do Projeto Jaíba
– Área C2, com o objetivo de proteger a reserva florestal do Projeto Jaíba”.
Sc: “Trabalhos de conscientização de preservação e cuidados com o meio ambiente, como:
palestras, oficinas, debates e demonstrações técnicas junto a outros órgãos sobre a reposição
das matas ciliares, conservação e preservação das nascentes e margens dos rios”.
Sp: “Como presidente da ONG Amigos do Rio Verde Grande, participamos sempre da
limpeza do rio, dos movimentos de proteção do meio ambiente. Somos integrantes do
CODEMA de Jaíba. Além disso, foi mapeado o rio Verde para análises da água em diversos
pontos”.
80

m) Pólo Noroeste do Espírito Santo

1. Como o(a) Sr(a) avalia o grau de conscientização das pessoas do seu convívio
profissional com as questões ambientais na região do Pólo?

G: “Os colegas do Incaper estão bastante sensíveis com a questão ambiental dos municípios
que fazem parte do Pólo, haja vista que o foco principal desta instituição governamental é o
desenvolvimento rural sustentável”.
Sc: “A questão ambiental é uma “questão” de sobrevivência da humanidade, devendo ser
tratada em todas as categorias de profissionais. Muitos já estão conscientes desta situação.
Entretanto mas um pequeno número ainda não se manifestou”.
Sp: “Na realidade, quando o assunto é ventilado, muitas pessoas se mostram consternadas. Na
prática, porém não vemos ações dessas pessoas para evitar a degradação do meio ambiente
nem tão pouco para recuperar o que já foi destruído”.

2. Pela sua percepção, o que considera mais grave, em termos de degradação ambiental, na
região do Pólo ?

G: “O uso abusivo e indiscriminado dos agrotóxicos; A erosão dos solos capixabas. O uso
abusivo e indiscriminado da água doce, nos projetos de irrigação, das culturas econômicas. O
desmatamento marginal, isto é, aquele que é feito nas margens de córregos e rios”.
Sc: “O desmatamento, seguido da monocultura, da péssima pastagem. O uso inadequado do
solo e a indiscriminada aplicação de agrotóxico na cultura do café na zona rural. Na zona
urbana, a deposição incorreta do lixo urbano, bem como o despejo dos esgotos domésticos, in-
natura, nos córregos e rios”.
Sp: “Especificamente nas regiões de exploração de granitos vemos a exploração
indiscriminada sem nenhum respeito à natureza, tanto na área de exploração quanto na área
de processamento”.

3. Na sua opinião, o que seria necessário fazer para evitar danos ao meio ambiente da
região do Pólo?

G: “Políticas públicas, focadas nas questões ambientais”.


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Sc: “Desenvolver um amplo programa de Educação ambiental capaz de sensibilizar e


envolver a comunidade da necessidade de preservar um ambiente limpo e saudável para as
presentes e futuras gerações”.
Sp: “Além da fiscalização, feita timidamente, deve-se promover a conscientização da
população”.

4. O(a) Sr(a) tem conhecimento de alguma ação realizada na região do Pólo, que tenha
ajudado a proteger o meio ambiente?

G: “A agenda 21 e o Farol do Desenvolvimento, ambos promovidos pelo Banco do Nordeste


do Brasil, em parceria com as entidades e instituições locais”.
Sc: “Sim. O Programa de Desenvolvimento Sustentável do Farol do Desenvolvimento, bem
como o incentivo à realização das ‘Agendas 21’ locais dos Municípios da área de abrangência
do Banco do Nordeste”.

5. O que o(a) Sr.(a) (para o entrevistado ou sua instituição) faz na prática para contribuir
para uma melhor qualidade de vida e para o desenvolvimento sustentável? Podem ser
atividades na área social -responsabilidade social ou na área ambiental

G: “Com foi dito, o foco principal do Incaper é o desenvolvimento rural sustentável, dos
municípios que compõem o Pólo”.
Sc: “Para a instalação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, o Movimento Pró Rio
Doce, em parceria com a Associação Colatinense de Defesa Ecológica(ACODE) está
promovendo mobilização e educação ambiental para envolver a comunidade no processo de
formação. A ACODE, em parceria com várias entidades e empresas de Colatina, promoveu
uma exposição etnográfica que objetivou, além da mostra fotográfica, promover a
organização dos trabalhadores do rio doce. Daí surgiram várias organizações de
trabalhadores”.
Sp: “Na área ambiental não fazemos “queimadas” em nosso sítio desde que o adquirimos há
15 anos. Construímos barragens, recuperamos parte da mata ciliar, devidamente orientados
por técnicos na área. Onde está sendo edificada a fábrica de tintas Antares (projeto em
parceria com o Banco do Nordeste) construímos um lago com 15.000 m2, plantamos, em
82

2001, mais de 100 árvores e estamos nos preparando para em 2002/2003, plantarmos pelo
menos mais 1.000. Temos o compromisso pessoal e público de construir uma fábrica
realmente em sintonia com a natureza”.
83

7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Há pouco tempo, a questão ambiental era vista pelas empresas como um empecilho à
competitividade de suas atividades produtivas. A poluição gerada por essas atividades era
entendida como inerente ao processo produtivo. O importante era obedecer à legislação
ambiental vigente que focava o controle ambiental, dissociava as atividades poluidoras do
processo de produção e adicionava custos para despoluir. As ações eram impulsionadas pelo
comando e controle. Hoje, a abordagem mudou. Deu lugar à compreensão de que as questões
ambientais estão relacionadas diretamente com o processo produtivo, que a poluição dos
recursos naturais, através da geração de resíduos e emissões, representa desperdício de
insumos e matéria-prima.

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada


no Rio de Janeiro, em 1992 – ECO-92 foi o marco dessa mudança de paradigma. Nela se
consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável e foi decisiva para a criação de normas
e padrões de controle de qualidade que garantissem a preservação ambiental. A participação
da sociedade e suas reivindicações para que as empresas gerenciassem melhor suas
responsabilidades ambientais foram decisivas também.
Instrumentos gerenciais apareceram para contribuir com a gestão ambiental nas
empresas. As empresas começaram a enxergar o meio ambiente como oportunidade de
negócios e não mais como um estorvo para suas atividades. Entenderam que, para a
consolidação de sua atuação empresarial, deveriam adotar estratégias que aumentassem suas
eficiências produtivas, produzindo mais e melhor com menos recursos naturais e, com isso,
gerar menos impactos ambientais.
Segundo a pesquisa Gestão Ambiental na Indústria Brasileira, realizada pela CNI,
SEBRAE e BNDES, 85% das empresas adotam algum tipo de procedimento associado às
questões ambientais das suas atividades, tais como controle de emissões, efluentes e de
ruídos, redução de uso de matéria-prima por produto, reciclagem, reaproveitamento,
tratamento de efluentes, disposição adequada de resíduos sólidos, coleta seletiva de lixo, entre
outros. Porém, a razão mais forte para adoção desses procedimentos ainda são as exigências
de licenciamento e a legislação ambiental. Pode-se ainda citar razões como a política social e
ambiental das empresas, a competitividade das exportações e o atendimento ao consumidor
com preocupações ambientais.
84

A questão ambiental é incorporada na cultura empresarial e no planejamento


estratégico de suas atividades produtivas, internalizando o conceito na empresa e assumindo
que esse item de qualidade pode ser diferenciador em termos de competitividade.
Toda atividade econômica gera impacto ambiental que pode ser minimizado adotando-
se estratégias voltadas à sustentabilidade ambiental, econômica e social.
Ainda há muito o que fazer. A maioria das empresas continua assumindo postura
reativa, respondendo apenas quando há fortes pressões externas dos governos, das
comunidades locais ou da população consumidora de seus produtos e/ou serviços.
A presente pesquisa mostrou que muito já se avançou mas muito ainda está por fazer.
Conceitos mal compreendidos, reatividade, falta de informações, pessoal insuficiente para
implementar mudanças internas nas empresas, parcerias insólitas ou inexistentes.
Das 484 empresas nordestinas pesquisadas, 83,1% estão devidamente licenciadas
conforme a legislação exige, e somente 9,1% não estão. Podemos supor que as razões
principais para este fato são: as pressões da sociedade para que as empresas cumpram a
legislação ambiental; mudanças na legislação ambiental que torna crime as infrações
ambientais e as pressões dos consumidores.
Grande parte das empresas (60%) declarou não ter nenhum tipo de relacionamento
com os órgãos ambientais. Muitas vezes só ocorrerá um contato quando o órgão ambiental,
no exercício de sua função fiscalizadora, fizer uma vistoria na empresa. Apesar dessa
declaração, 30,8% das empresas entrevistadas procuram orientações para seus problemas
ambientais nos órgãos competentes. Algumas (28,1%) procuram os órgãos de assistência
técnica, outras poucas (6,9%) utilizam a internet e somente 0,6% procuram os órgãos
patronais. Na verdade, as empresas só buscam apoio quando o problema já se instalou e
precisa ser resolvido.
A responsabilidade pelas questões ambientais é entendida como do governo Federal
(50,4%), do cidadão comum (35,3%), das empresas (5,2%), e só depois, do governo
municipal (4,2%) e do governo estadual (2,8%). O interessante é que as empresas não acham
que as organizações não-governamentais tenham algum tipo de responsabilidade e somente
0,2% das empresas acredita que os cientistas também devem ter responsabilidade sobre as
questões ambientais.
As principais soluções apontadas para evitar, resolver ou minimizar problemas
ambientais foram as campanhas educativas e informativas (33,5%), a fiscalização mais
eficiente e mais freqüente (19,6%), os incentivos fiscais para estimular empresas a adotarem
novas condutas e/ou tecnologias mais limpas (14,9%), leis mais severas (13,8%), o
85

fortalecimento de parcerias com outros setores da sociedade (11,4%) e a elaboração de


zoneamento econômico-ecológico (3,5%).
Em relação a conceitos como Agenda 21 e Responsabilidade Social, parcela razoável
das empresas entrevistadas não conhece (35,3% e 26,9% respectivamente). Muitas já ouviram
falar mas não sabem o que é (36,8% e 34,7%). Ações como intensificar a divulgação pela
mídia e programas voltados às empresas sobre desenvolvimento sustentável podem ajudar a
melhorar essa realidade. A linguagem deve ser adequada, mais compreensível possível. A
participação das empresas em eventos como seminários, fóruns de discussão, workshops deve
ser estimulada. A participação em conselhos e comissões existentes no âmbito do município
também deve ser estimulada. Só assim as empresas poderão assumir o papel que lhes cabe na
sociedade local e contribuírem para uma vida melhor.
As parcerias também não são muito praticadas, ao contrário do que era de se esperar.
Somente 15,6% das empresas desenvolvem parcerias com ONGs, a maioria na área social. No
entanto, 23% das empresas, sozinhas, desenvolvem projetos ambientais, de educação
ambiental, compra de equipamentos comunitários, plantio de árvores. Pretendem ainda
realizar investimentos nas áreas de prevenção em poluição (37,8%) e programas educativos
voltados para o trabalhador e para a população do entorno (24,5%). Como intenção, 10,4%
das empresas pretendem desenvolver, no futuro, projetos em parceria com comunidades do
entorno. E somente 7,1% não pretendem realizar nenhum tipo de investimento ambiental.
Para esses investimentos, 39,9% das empresas pretendem utilizar recursos próprios, 20,6%
tensionam buscar financiamento nos bancos de desenvolvimento oficiais, 3,3% disseram
recorrer aos fundos ambientais e 0,4% aos organismos internacionais. A falta de informações
e de conhecimento para identificar esses fundos ambientais e organismos internacionais faz
com que as empresas simplesmente ignorem essa opção de financiamento. É necessário
organizar as informações sobre fontes de financiamento, seus critérios, seus prazos, o
montante que financiam e como apresentar proposta para financiamento e disponibilizá-la
para os possíveis interessados.
Algumas barreiras podem dificultar a adoção de práticas ambientalmente corretas
pelas empresas. As principais são: a demora no processo de licenciamento (24,6%),
desconhecimento da legislação (15,9%), custos altos para realizar estudos de impacto
Ambiental exigidos pelo órgão ambiental (13,4%), exigências ambientais dos agentes
financeiros para a concessão do crédito (11,2%). Muitas vezes as empresas preferem assumir
o risco de não cumprir com a legislação ambiental confiando na ineficiência dos órgãos
ambientais. Reclamam também que agentes financeiros inviabilizam seus empreendimentos
por não fornecerem crédito para cumprir as exigências ambientais, pois contratar equipe
86

multidisciplinar para elaboração dos estudos ambientais exige fartos recursos, que as
empresas alegam não possuir. Com relação à dificuldade de acesso ao crédito é necessário
enfatizar que ele está condicionado às exigências da legislação (ambiental entre outras),
normas do Banco Central, o que pode, dependendo da situação, inviabilizar o acesso
creditício. O Banco, como agente de Governo, é cumpridor das normas vigentes.
Vantagens competitivas, acesso a mercados internacionais, melhoria da imagem
perante aos clientes e comunidades do entorno fazem com que algumas empresas se animem
em buscar novas práticas mais sustentáveis. Das empresas entrevistadas, 17,2% possuem
certificação ambiental e 17,2% pretendem tê-la. Acreditam que seus produtos e serviços
apresentem um diferencial no mercado competitivo e se consolidem na preferência dos
consumidores. Começa a fazer parte dos hábitos de consumidores a análise e avaliação do
comportamento das empresas em relação a assuntos ambientais e sociais. Os consumidores do
futuro querem muito mais que qualidade, preço competitivo, bons serviços e marca forte.
Querem também que os produtos que compram estejam associados a valores éticos, que
respeitem seus funcionários e dêem oportunidades iguais para todos. Querem que as empresas
protejam o meio ambiente e se comprometam com o bem-estar das comunidades locais e da
humanidade e que assumam suas responsabilidades para obtenção de um mundo melhor para
todos.
Concluímos que ações de capacitação dirigidas aos empresários locais sobre
desenvolvimento sustentável são prioritárias e devem ser reforçadas visando esclarecer sobre
os benefícios, no presente e no futuro, de um crescimento sustentável de suas atividades
empresariais.
87

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGENDA 21 BRASILEIRA – Ações Prioritárias. Comissão de Políticas de


Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional.

AGENDA 21 BRASILEIRA – Resultado da Consulta Nacional. Comissão de Políticas de


Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional.

ALMEIDA, F. O Bom Negócio da Sustentabilidade. Ed. Nova Fronteira. Rio de Janeiro-RJ,


2002.

BANCO DO NORDESTE DO BRASIL. Balanço Social do Projeto Pólos de


Desenvolvimento Integrado 1998-2001. Fortaleza-CE. 2002.

BEZERRA, M.C.L. (Coordenadora). AGENDA 21 – Perguntas e respostas. MMA/Banco


do Nordeste. Fortaleza-CE. 2000.

COCHRAN, W.G., Sampling Techniques, 3ª Ed., New York: John Wiley e Sons, 1977.

D´AVIGNON, A. Normas Ambientais ISO 14000: Como podem influenciar sua empresa,
2ª Ed., Rio de Janeiro-RJ, 1996.
EXAME, Edição Especial, Dez 2002. Guia de Boa Cidadania Corporativa, 2002. Ed. Abril,
São Paulo, SP. 210 p.

HOLME, R.; WATTS, P. Responsabilidade Social Corporativa (RSC): bom senso aliado
a bons negócios. 2001. Fortaleza-CE.

Home page do Projeto Pólos de Desenvolvimento Integrado:


www.banconordeste.gov.br/polos
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2000. Coord. Anna Maria T. Medeiros
Peliano. “Ação Social das Empresas do Nordeste: Quem são e Onde estão”

SEBRAE, A questão Ambiental e as Empresas, 3ª Ed., Brasília, 1998.

THOMPSON, S.K., Sampling, New York: John Wiley e Sons, 1992.


88

APÊNCICE 01

DESCRIÇÃO DOS 13 PÓLOS DE


DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO NORDESTE
89

PÓLO SUL DO MARANHÃO

CARACTERIZAÇÃO
O Pólo Sul do Maranhão tem área de 48.696km² e população de 150.616 habitantes, e está situado numa região de
clima privilegiado para a produção de grãos em sequeiro – soja, feijão, arroz, milho e milheto –, onde se expande uma
agricultura intensiva de alta produtividade. Além da fronteira agrícola, este Pólo tem forte potencial para atividades de
bovinocultura, vislumbrando-se com a industrialização da soja a exploração da avicultura e da suinocultura. É formado
pelos municípios de Alto Parnaíba, Balsas, Feira Nova do Maranhão, Fortaleza dos Nogueiras, Loreto, Nova Colinas,
Riachão, Sambaíba, São Raimundo das Mangabeiras e Tasso Fragoso. Conta com sistema portuário de grande calado,
infra-estrutura essencial para o transporte de cargas de grãos para os mercados da Europa, Estados Unidos e Ásia. Tem
custos competitivos e transporte rodoferroviário integrado, ligando áreas de produção a São Luís, com previsão de
ampliação da ferrovia Norte/Sul, a partir de Estreito. As demais vantagens competitivas incluem:
 grandes áreas para produção de grãos;
 baixo custo da terra;
 elevado nível empresarial;
 altas taxas de crescimento.

LOCALIZAÇÃO

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 7.100 5. Pessoal capacitado: 14.814
2. Eventos de capacitação realizados: 371 6. Volume de financiamento: R$ 43,1 milhões
3. Membros da equipe técnica: 48 7. Membros da equipe de articulação: 21
4. Projetos priorizados: 22 (2 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 46
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
90

PÓLO URUÇUÍ-GURGUÉIA
CARACTERIZAÇÃO
O Pólo Uruçuí-Gurguéia, com uma área de 66.117,4 km² e uma população de 158.834 habitantes, está localizado na região
dos Cerrados Piauienses, abrangendo 5,5 milhões de hectares cultiváveis. Desta área, somente 2% está atualmente cultivados.
Situado entre as bacias hidrográficas dos rios Gurguéia, Parnaíba e Uruçuí Preto, possui o segundo maior lençol de águas
subterrâneas do mundo. É formado por 23 municípios: Alvorada do Gurguéia, Antônio Almeida, Baixa Grande do Ribeiro,
Bertolínia, Bom Jesus, Colônia do Gurguéia, Cristino Castro, Currais, Elizeu Martins, Gilbués, Manoel Emídio, Monte
Alegre do Piauí, Palmeira do Piauí, Redenção do Gurguéia, Ribeiro Gonçalves, Santa Filomena, Santa Luz, Sebastião Leal,
Uruçuí, Corrente, Barreira do Piauí, São Gonçalo do Gurguéia e Cristalândia. O Pólo está situado numa das mais promissoras
áreas do desenvolvimento sustentável do Brasil e pode ser considerado a última fronteira agrícola em processo de exploração.
Aqui se expande a agricultura intensiva, de alta produtividade. Seu mercado interno compreende as regiões nordestinas,
principalmente Fortaleza, Recife e Salvador; e o externo abrange a Europa e os Estados Unidos, viabilizado pelo porto de
Itaqui, em São Luís, Maranhão. Cresce a exportação de soja para o exterior e a fruticultura – manga, laranja, limão, melancia
e coco-da-baía, propiciada pelas condições edafoclimáticas favoráveis, terra de baixo custo e mão-de-obra abundante. São
vantagens competitivas deste Pólo:

 área para cultivo de grãos;


 área para agricultura irrigada;
 baixo custo da terra;
 topografia e clima favoráveis;
 área de fronteira agrícola.

LOCALIZAÇÃO

Pólo Uruçuí-
Gurguéia
Região
Nordeste
Piauí

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 8.936 5. Pessoal capacitado: 5.440
2. Eventos de capacitação realizados: 136 6. Volume de financiamento: R$ 70,3 milhões
3. Membros da equipe: 123 7. Membros da equipe de articulação: 71
4. Projetos priorizados: 31 (2 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 42
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
91

PÓLO BAIXO JAGUARIBE

CARACTERIZAÇÃO
O Pólo Baixo Jaguaribe está localizado na zona semi-árida do Estado do Ceará. Abrange os municípios de
Limoeiro do Norte, Morada Nova, Russas, Jaguaruana, Quixeré, São João do Jaguaribe, Itaiçaba, Aracati,
Icapuí, Palhano e Tabuleiro do Norte. Possui área de 9.989,60 km² e população de 345.669 habitantes. Está
próximo aos grandes centros consumidores da região, bem como aos portos do Mucuripe e Pecém (Ceará),
Natal (Rio Grande do Norte) e Suape (Pernambuco). Apesar de não possuir ferrovias, a região é bem servida
pela BR 116.
Além do relevo variado e dos seus abundantes recursos naturais, o Pólo tem outras vantagens competitivas:
mão-de-obra qualificada, centros de treinamento, proximidade dos mercados europeu e americano e infra-
estrutura implantada ou em implantação, a saber:
- projeto Jaguaribe/Apodi – com cultura de algodão, feijão, milho, tomate, melancia, mamão, banana e
manga;
- projeto Morada Nova – centrado na produção de arroz;
- projeto Tabuleiro de Russas – destinado à fruticultura e olericultura, para consumo interno e
exportação;
- outros projetos da iniciativa privada – para o cultivo de banana, melão, coco, manga, acerola, uva,
graviola e melão;
- instalação de pequenas agroindústrias processadoras de polpas de frutas e produtos lácteos.

Os principais eixos econômicos do Pólo são a fruticultura irrigada e a ovinocaprinocultura, priorizados em


função da disponibilidade de abundantes recursos apropriados para a exploração dessas atividades.

LOCALIZAÇÃO

Pólo Baixo
Jaguaribe
Região
Nordeste
Ceará

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 15.040 5. Pessoal capacitado: 16.657
2. Eventos de capacitação realizados: 314 6. Volume de financiamento: R$ 50,8 milhões
3. Membros da equipe técnica: 149 7. Membros da equipe de articulação: 111
4. Projetos priorizados: 67 (8 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 53
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
92

PÓLO CARIRI CEARENSE

CARACTERIZAÇÃO
O Pólo Cariri Cearense fica situado no Vale do Cariri, no sul do Ceará, numa área de 6.369,2 km2, com população
de 519.081 habitantes. É uma exceção ecológica dentro do semi-árido nordestino, por apresentar grande área
sedimentar, com solos profundos, vegetação de porte elevado e grandes reservas dágua no solo. Essa região tem
despontado como área de expansão da agricultura irrigada, especialmente a fruticultura. Conta com poços de vazão
acima de 50 m³/hora e estima-se que seu potencial irrigável seja superior a 10 mil hectares.
Além da agricultura irrigada, outro eixo econômico em expansão e que se apresenta como grande opção para
investimentos é o turismo religioso e ecológico, baseado nas romarias do Padre Cícero e nas grandes atrações
turísticas naturais (fontes, florestas, fósseis etc.).
Compõem o Pólo os municípios de Santana do Cariri, Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, Abaiara,
Brejo Santo, Milagres, Mauriti, Jardim e Porteiras. Sua privilegiada situação geográfica, eqüidistante das principais
capitais nordestinas, lhe confere excelente vantagem competitiva.

LOCALIZAÇÃO

Pólo Cariri
Cearense

Região
Nordeste

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 16. 523 5. Pessoal capacitado: 3.150
2. Eventos de capacitação realizados: 83 6. Volume de financiamento: R$ 48,7 milhões
3. Membros da equipe técnica: 45 7. Membros da equipe de articulação: 22
4. Projetos priorizados: 38 (4 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 26
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
93

PÓLO ASSU-MOSSORÓ

CARACTERIZAÇÃO
O Pólo Assu-Mossoró se localiza no Estado do Rio Grande do Norte e abrange área de 8.074,4 km² e população
de 339.935 habitantes. Tem como eixo econômico a fruticultura e a olericultura irrigadas.
Dispõe de grande potencial hídrico e de solos, com oferta de 2,4 bilhões de metros cúbicos de água acumulada
na barragem Armando Ribeiro Gonçalves, no rio Piranhas, que garante perenidade no fornecimento aos projetos
de irrigação. Além dessa enorme vantagem competitiva, o Pólo, formado pelos municípios de Afonso Bezerra,
Alto do Rodrigues, Assu, Baraúnas, Carnaubais, Ipanguaçu, Itajá, Mossoró, Pendências, Serra do Mel e
Upanema, está inserido numa região considerada maior produtora de melão do Brasil, situada numa zona livre
da mosca-da-fruta.
Também contribui para o dinamismo do Pólo a proximidade com os centros consumidores de Fortaleza, Natal,
João Pessoa e Recife, e com os portos de Natal (Rio Grande do Norte), Mucuripe e Pecém (Ceará) e Suape
(Pernambuco).
A região possui oferta abundante de energia elétrica, gás natural, estradas pavimentadas, telefonia e grandes
empresas produtoras, que asseguram elevadas taxas de crescimento com competitividade. Sua topografia é
plana. Existe mão-de-obra, associações e cooperativas organizadas e possibilidade de emprego de alta
tecnologia, a exemplo do que já acontece na produção de frutas, com acesso garantido ao mercado nacional e
internacional.

LOCALIZAÇÃO

Pólo Assu
Mossoró
Região
Nordeste Rio Grande
do Norte

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 16.859 5. Pessoal capacitado: 33.860
2. Eventos de capacitação realizados: 780 6. Volume de financiamento: R$ 56,5milhões
3. Membros da equipe técnica: 315 especialistas 7. Membros da equipe de articulação: 21 líderes
4. Projetos priorizados: 91 (21 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 44

Fonte: Balanço Social, 1998-2001


94

PÓLO ALTO PIRANHAS

CARACTERIZAÇÃO
O Pólo Alto Piranhas abrange área de 4.063,7 km² e população de 192.753 habitantes. É formado pelos municípios
de Aparecida, Cajazeiras, Cajazeirinhas, Condado, Marizópolis, Pombal, São Bentinho, São Francisco, São João do
Rio do Peixe, Sousa e Vieirópolis, no oeste da Paraíba. O Pólo possui numerosas vantagens competitivas. A região é
entrecortada pelos rios Peixe, Piancó e Piranhas, e servida por infra-estrutura hídrica destinada a levar água do açude
Coremas/Mãe d’Água por 57 quilômetros, possibilitando a irrigação de 5 mil hectares. Essa transposição está
tornando o Pólo Alto Piranhas grande produtor de frutas e olerícolas, tanto para abastecimento interno quanto para
exportação.
O Pólo tem como eixo econômico a agricultura irrigada e a ovinocaprinocultura. Grande produtora nacional de coco,
a região tem ainda outras vocações: pecuária, agricultura de sequeiro e produção de queijos.
Destaca-se, também, o potencial turístico local. Na região do Pólo estão localizadas as mais bem conservadas
pegadas de dinossauros de todo o mundo.
O escoamento da produção é feito por estradas pavimentadas e por via férrea, que interligam Paraíba, Pernambuco e
Rio Grande do Norte. A proximidade dos mercados nacional e internacional potencializa as vantagens do Pólo Alto
Piranhas. Este dispõe, ainda, de:
 terras a serem exploradas;
 mão-de-obra;
 clima favorável;
 topografia plana, possibilitando o uso de tecnologias avançadas para a produção de frutas e hortaliças;
 associações e cooperativas organizadas;
 investimentos públicos e privados.

LOCALIZAÇÃO

Pólo Alto
Piranhas
Região
Nordeste Paraíba

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 8.162 5. Pessoal capacitado: 4.930
2. Eventos de capacitação realizados: 254 6. Volume de financiamento: R$ 33,1 milhões
3. Membros da equipe técnica: 46 7. Membros da equipe de articulação: 37
4. Projetos priorizados: 41 (5 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 47
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
95

PÓLO PETROLINA (PE)


OBJETIVO GERAL
Promover e potencializar o desenvolvimento econômico local, com base na cooperação entre os diversos agentes
econômicos, institucionais e sociais, que se responsabilizarão pela harmonia, otimização e gerenciamento das ações e
projetos (econômicos, sociais, ambientais e informação/conhecimento) em um espaço regional definido.

CARACTERIZAÇÃO
Forma, juntamente com Juazeiro (BA), o maior pólo de fruticultura irrigada do Brasil. Possui área de 10.128 km 2 e
população de 285.019 habitantes, abrangendo os municípios pernambucanos de Lagoa Grande, Orocó, Petrolina e Santa
Maria da Boa Vista. A partir da integração entre governos, iniciativa privada e comunidades, apoiada no gerenciamento
em rede, o Pólo cumpre com sucesso suas funções econômicas básicas: fruticultura e olericultura irrigadas, com
produção de frutas exportáveis em larga escala; pecuária (ovina e caprina) e agroindústria processadora de frutas e
produtos pecuários. São mais de 100 mil hectares irrigados, com potencial para 200 mil.
Dispõe de terra e água em abundância e de boa qualidade, mão-de-obra, infra-estrutura de irrigação em expansão, ciclo
produtivo precoce, altos níveis de produtividade e proximidade dos mercados interno e externo. O Pólo Petrolina
fortalece a infra-estrutura econômica e social da região, com a melhoria no sistema de transporte, redução do
analfabetismo e aumento de renda da população.

LOCALIZAÇÃO

Pólo Petrolina
Região
Nordeste Pernambuco

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001

1. Empregos gerados: 19.828 5. Pessoal capacitado: 22.550

2. Eventos de capacitação realizados: 475 6. Volume de financiamento: R$ 62,7 milhões


3. Membros da equipe técnica: 45 7. Membros da equipe de articulação: 22
4. Projetos priorizados: 77 (13 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 26
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
96

PÓLO BACIA LEITEIRA DE ALAGOAS


OBJETIVO GERAL
Promover e potencializar o desenvolvimento econômico local, com base na cooperação entre os diversos agentes
econômicos, institucionais e sociais, que se responsabilizarão pela harmonia, otimização e gerenciamento das ações e
projetos (econômicos, sociais, ambientais e informação/conhecimento) em um espaço regional definido.

CARACTERIZAÇÃO
O Pólo Bacia Leiteira de Alagoas tem área de 4.412,3 km² e população de 279.818 habitantes. É formado pelos
municípios de Batalha, Belo Monte, Cacimbinhas, Dois Riachos, Estrela de Alagoas, Igaci, Jacaré dos Homens,
Jaramataia, Major Isidoro, Minador do Negrão, Monteirópolis, Olho dágua das Flores, Olivença, Palmeira dos Índios,
Santana do Ipanema, São José da Tapera e Pão de Açúcar.
O elevado nível de produção da pecuária leiteira, a alta produtividade e o uso de técnicas avançadas de produção
fazem deste Pólo a maior bacia leiteira do Nordeste. Embora situado na região do semi-árido, teve as condições
naturais desfavoráveis superadas graças ao uso da tecnologia. Esta adaptação permitiu um bom manejo e alimentação
para o gado, a exemplo do cultivo da palma forrageira, excelente alimento complementar para os rebanhos.
Tudo isso garante ao Pólo de Alagoas a posição de maior produtor nordestino de leite in natura. São 2.500
proprietários rurais gerando 100 mil empregos diretos e indiretos. A capacidade de produção regional é de 450 mil
litros de leite/dia, com produtividade média de 7 litros/vaca/dia, bem acima da média nacional, de 3 litros/vaca/dia.
Possui, ainda, outras vantagens competitivas:
 ambiente favorável à produção leiteira de alto nível;
 técnicas agronômicas e zootécnicas adequadas;
 plantel bovino de ascendência genética predominantemente holandesa de alta linhagem.

LOCALIZAÇÃO

Pólo Bacia Leiteira


de Alagoas
Região
Nordeste

17
Alagoas

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 8.726 5. Pessoal capacitado: 14.285
2. Eventos de capacitação realizados: 292 6. Volume de financiamento: R$ 52,2 milhões
3. Membros da equipe técnica: 60 7. Membros da equipe de articulação: 73
4. Projetos priorizados: 50 (6 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 35
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
97

PÓLO SUL DE SERGIPE


OBJETIVO GERAL
Promover e potencializar o desenvolvimento econômico local, com base na cooperação entre os diversos agentes
econômicos, institucionais e sociais, que se responsabilizarão pela harmonia, otimização e gerenciamento das ações e
projetos (econômicos, sociais, ambientais e informação/conhecimento) em um espaço regional definido.

CARACTERIZAÇÃO
Segundo produtor de laranja do Brasil e maior do Nordeste, o Pólo Sul de Sergipe destina 50% de sua produção para
o consumo in natura e 50% para a produção de suco concentrado. O Pólo está inserido na zona da mata e zona
agreste nordestina, possui área de 8.378 km2 e população de 390.573 habitantes. Compreende os municípios
sergipanos de Arauá, Boquim, Cristinápolis, Estância, Indiaroba, Itabaianinha, Itaporanga d’Ajuda, Lagarto,
Pedrinhas, Riachão do Dantas, Salgado, Santa Luzia do Itanhi, Tomar do Geru e Umbaúba, e os municípios baianos
de Itapicuru, Jandaíra e Rio Real. Além de grande produtor de citrus em sequeiro, o Pólo tem potencialidade para a
diversificação. Possui mão-de-obra abundante, capacidade empreendedora dos produtores, associações comunitárias
organizadas e fartos recursos naturais, que potencializam a cadeia produtiva de citrus. Outras vantagens competitivas
também asseguram o desenvolvimento, gerando emprego e renda. São elas:
 área de pecuária integrada às áreas de citrus;
 planta industrial processadora de frutas;
 surgimento da agricultura irrigada.

LOCALIZAÇÃO

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 12.707 4. Pessoal capacitado: 6.870
2. Eventos de capacitação realizados: 185 5. Volume de financiamento: R$ 73,8 milhões
3. Membros da equipe técnica: 45 6. Membros da equipe de articulação: 25
4. Projetos priorizados: 33 (3 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 39
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
98

PÓLO JUAZEIRO (BA)


OBJETIVO GERAL
Promover e potencializar o desenvolvimento econômico local, com base na cooperação entre os diversos agentes
econômicos, institucionais e sociais, que se responsabilizarão pela harmonia, otimização e gerenciamento das ações e
projetos (econômicos, sociais, ambientais e informação/conhecimento) em um espaço regional definido.

CARACTERIZAÇÃO
Forma, juntamente com Petrolina, o maior pólo de fruticultura irrigada do Brasil. Possui área de 22.167 km² e
população de 280.336 habitantes. É formado pelos municípios baianos de Casa Nova, Curaçá, Juazeiro e Sobradinho.
A partir da integração entre governos, iniciativa privada e comunidades, apoiada no gerenciamento em rede, cumpre
com sucesso suas funções econômicas básicas: fruticultura e olericultura irrigadas, com produção de frutas exportáveis
em larga escala; pecuária (ovina e caprina) e agroindústria processadora de frutas e produtos pecuários. São mais de
100 mil hectares irrigados, com potencial para 200 mil.
Dispõe de terra e água em abundância e de boa qualidade, mão-de-obra, infra-estrutura de irrigação em expansão, ciclo
produtivo precoce, altos níveis de produtividade e proximidade dos mercados interno e externo. O Pólo Juazeiro
fortalece a infra-estrutura econômica e social da região, com a melhoria no sistema de transporte, redução do
analfabetismo e aumento de renda da população.

LOCALIZAÇÃO

Pólo Juazeiro
Região
Nordeste
Bahia

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 19.828 5. Pessoal capacitado: 20.922
2. Eventos de capacitação realizados: 344 6. Volume de financiamento: R$ 72,2 milhões
3. Membros da equipe técnica: 45 7. Membros da equipe de articulação: 22
4. Projetos priorizados: 57 (6 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 31
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
99

PÓLO OESTE BAIANO


OBJETIVO GERAL
Promover e potencializar o desenvolvimento econômico local, a partir da cooperação entre os diversos agentes
econômicos, institucionais e sociais, que se responsabilizarão pela harmonia, otimização e gerenciamento das ações
e projetos (econômicos, sociais, ambientais e informação/conhecimento) em um espaço regional definido.

CARACTERIZAÇÃO
O oeste Baiano representa hoje um dos grandes pólos de desenvolvimento do complexo agroindustrial nas áreas de
cerrados. Nesse cenário, destacam-se a sojicultura, cotonicultura, fruticultura, cafeicultura irrigada e pecuária.
Graças aos seus recursos naturais e vantagens competitivas que dinamizam toda a sua área de influência, o Pólo
Oeste Baiano, com uma área de 46.255 km² e uma população de 255.438 habitantes, é formado pelos municípios
de Barreiras, Correntina, Riachão das Neves, São Desidério, Luís Eduardo Magalhães e Santa Maria da Vitória.
Dispõe de outras potencialidades que atraem crescentes investimentos de governos e investidores privados,
internos e externos. São elas:
 expansão da irrigação e do complexo agroindustrial já instalado;
 terras agricultáveis de boa qualidade e de baixo custo, para produção de arroz, milho, algodão, café e soja;
 oferta de grãos e carnes para consumo humano e industrial;
 complexo industrial processador de matéria-prima (soja, algodão e carnes);
 proximidade dos mercados americano e europeu;
 tecnologias avançadas para exploração de grãos;
 mão-de-obra disponível e produtores rurais organizados;
 grande bacia hidrográfica, com 32 rios perenes, afluentes do Rio Grande.

LOCALIZAÇÃO

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 10.205 5. Pessoal capacitado: 37.895
2. Eventos de capacitação realizados: 650 6. Volume de financiamento: R$ 44,7 milhões
3. Membros da equipe técnica: 112 7. Membros da equipe de articulação: 92
4. Projetos priorizados: 62 (14 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 41
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
100

PÓLO NORTE DE MINAS


OBJETIVO GERAL
Promover e potencializar o desenvolvimento econômico local, com base na cooperação entre os diversos agentes
econômicos, institucionais e sociais, que se responsabilizarão pela harmonia, otimização e gerenciamento das ações e
projetos (econômicos, sociais, ambientais e informação/conhecimento) em um espaço regional definido.

CARACTERIZAÇÃO
O Pólo Norte de Minas possui área de 12.253 km2 e população de 160.132 habitantes. Abrange os municípios de
Jaíba, Janaúba, Manga, Matias Cardoso, Nova Porteirinha, Verdelândia e Porteirinha.
O cultivo da banana representa, para o semi-árido mineiro, a principal atividade produtiva da região. Cerca de 90% da
área ocupada pela fruticultura estão destinados ao cultivo dessa fruta. Mas a diversificação está em andamento.
Mamão, goiaba, uva, limão taiti, maracujá, manga, coco, cebola e tomate já são produzidos com estímulo do Pólo de
Desenvolvimento Integrado Norte de Minas, além da carne, do leite e de seus derivados.
Condições naturais favoráveis e existência de uma moderna e eficiente agricultura irrigada, aliadas à implantação de
um complexo industrial e à proximidade dos grandes centros consumidores do País e do Mercosul, estão fortalecendo
a cadeia produtiva da agroindústria na região. Para os investidores atraídos por tão rico potencial econômico, a região
ainda oferece água em abundância, terras irrigadas, inserção em áreas contempladas pelo Fundo de Desenvolvimento
do Nordeste e Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), além de tecnologia de exploração de frutas
e hortaliças. O Pólo possui topografia plana, mão-de-obra disponível, ciclo produtivo e outras vantagens competitivas
importantes. Destaca-se, ainda, o Projeto Jaíba, de concepção inovadora, com área irrigável de 100 mil hectares, entre
os rios São Francisco e Verde Grande.

LOCALIZAÇÃO

Pólo Norte
de Minas
Região
Nordeste Norte de
Minas Gerais

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 12.516 5. Pessoal capacitado: 9.350
2. Eventos de capacitação realizados: 292 6. Volume de financiamento: R$ 64,2 milhões
3. Membros da equipe técnica: 72 7. Membros da equipe de articulação: 38
4. Projetos priorizados: 22 (2 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 29
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
101

PÓLO NOROESTE DO ESPÍRITO SANTO


OBJETIVO GERAL
Promover e potencializar o desenvolvimento econômico local, a partir da cooperação entre os diversos agentes
econômicos, institucionais e sociais, que se responsabilizarão pela harmonia, otimização e gerenciamento das
ações e projetos (econômicos, sociais, ambientais e informação/conhecimento) em um espaço regional definido.

CARACTERIZAÇÃO
O Pólo Noroeste do Espírito Santo é constituído pelos municípios de Água Doce do Norte, Águia Branca, Alto
Rio Novo, Baixo Guandu, Barra do São Francisco, Colatina, Mantenópolis, Marilândia, Nova Venécia, Pancas,
Rio Bananal, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha, Vila Pavão, Sooretama, Governador Lindberb e
Vila Valério. Possui área de 10.585 km2 e uma população de 365.747 habitantes. Apresenta como eixo
econômico a cafeicultura. Ocupa 23% do território capixaba e abriga 32% da população do norte do Estado.
Contando com condições naturais excepcionais para a exploração cafeeira, o Pólo ainda apresenta outras
vantagens competitivas como domínio da tecnologia de produção de café, variedades adaptadas à região,
proximidade de centros consumidores, logística de transporte e disponibilidade de mão-de-obra. Além do café, o
Pólo se destaca como grande produtor e exportador de granito.

LOCALIZAÇÃO

RESULTADOS ATÉ DEZ/2001


1. Empregos gerados: 3.309 5. Pessoal capacitado: 2.200
2. Eventos de capacitação realizados: 41 6. Volume de financiamento: R$ 15,6 milhões
3. Membros da equipe técnica: 35 7. Membros da equipe de articulação: 20
4. Projetos priorizados: 13 (3 ambientais) 8. Parcerias permanentes: 32
Fonte: Balanço Social, 1998-2001
102

APÊNDICE 02

QUESTIONÁRIO
103

CONSELHO EMPRESARIAL BRASILEIRO PARA O


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (CEBDS)

O Meio Ambiente e a Sustentabilidade nas


Empresas dos Pólos de Desenvolvimento Integrado
do Nordeste

ESTUDO PATROCINADO PELO


BANCO DO NORDESTE
104

BLOCO 01 - DADOS DA EMPRESA

Nome do Entrevistador: ____________________________________________________________

Nome da Empresa/Estabelecimento: _________________________________________________

Endereço: ________________________________________________________________________

Nome e cargo do Informante: ________________________________________________________

[ ] Q1. Localização da Empresa/Estabelecimento:

1. Pólos de desenvolvimento
2. Região das capitais/entorno

[ ] Q2. Classificação da Empresa/Estabelecimento:

1. Nacional 2. Multinacional

[ ] Q3. Tempo de funcionamento no Local:

1. Menos de 1 ano 2. Mais de 1 a 3 anos


3. Mais de 3 a 5 anos 4. Mais de 5 anos

[ ] Q4. Número de Pessoal ocupado na Empresa (no pico de produção): ________

[ ] Q5. Setor de Atividade da Empresa:

1. Rural dos pólos 2. Industrial dos pólos


3. Pesca 4. Industria extrativa
5. Construção Civil 6. Fabricação de produtos alimentícios e bebidas
7. Fabricação de produtos têxteis e similares
8. Fabricação de produtos de madeira e similares
9. Fabricação de produtos químicos
10. Metalurgia básica e fabricação de máquinas
96. Outro ______________________________________

[ ] Q5.1. Identificação dos pólos:

1. Alto Piranhas (PB) 2. Assu/Mossoró (RN)


3. Bacia Leiteira de Alagoas (AL) 4. Baixo Jaguaribe (CE)
5. Cariri Cearense (CE) 6. Noroeste do Espírito Santo (ES)
7. Norte de Minas Gerais (MG) 8. Oeste Baiano (BA)
9. Petrolina/Juazeiro (Juazeiro-BA) 10. Petrolina/Juazeiro (Petrolina-PE)
11. Sul do Maranhão (MA) 12. Sul do Sergipe (SE)
13. Uruçuí/Gurguéia (PI)
14. Não se aplica

[ ] Q6. Porte das Empresas Industriais (Pessoal ocupado na Empresa):

1. Menos de 29 – Micro 2. De 30 a 99 - Pequena


3. De 100 a 499 – Média 4. Acima de 500 – Grande
5. Não se aplica
105

[ ] Q6.1. Porte das Empresas Rurais (Pessoa Física):

1. Miniprodutor -Apresenta renda brutal anual de até R$ 40.000,00


2. Pequeno produtor - Apresenta renda brutal anual de R$ 40.000,01 a R$ 80.000,00
3. Médio produtor - Apresenta renda brutal anual de R$ 80.000,01 a R$ 500.000,00
4. Grande produtor -Apresenta renda brutal anual superior a R$ 500.000,00
5. Não se aplica

[ ] Q6.2. Porte das Empresas Rurais (Pessoa Jurídica):

1. Microempresa - Apresenta renda brutal anual de até R$ 900.000,00


2. Pequena empresa - Apresenta renda brutal anual de R$ 900.000,01 a R$ 7.875.000,00
3. Média empresa - Apresenta renda brutal anual de R$ 8.875.000,01 a R$ 45 milhões
4. Grande empresa - Apresenta renda brutal anual superior a R$ 45 milhões
5. Não se aplica

BLOCO 02 – DIAGNÓSTICO DA EMPRESA

[ ] Q7. Sua Empresa/Estabelecimento está devidamente regularizada (Quanto ao licenciamento)


junto aos órgãos ambientais Municipais/Estaduais/Federais?

1. Sim 2.Não 3. Em parte 99. Não Respondeu

[ ] Q8. Nos últimos 6 meses a Emp./Est. estabeleceu algum tipo de relacionamento com
órgãos ambientais?

1. Sim 2. Não 98. Não sabe 99. Não Respondeu

[ ] Q9. O (a) Sr(a) tem conhecimento do conceito de responsabilidade social corporativa?

1. Nunca ouviu falar


2. Já ouviu falar, mas não sabe do que se trata
3. Conhece o conceito
99. Não Respondeu

[ ] Q10. Na sua opinião, o maior retorno que as Emp./Est. tem ao adotar práticas de
responsabilidade social corporativa é:

1. Lucro financeiro imediato


2. Melhoria de imagem junto aos clientes
3. Melhoria de imagem junto à sociedade
4. Os custos são maiores que os benefícios
98. Não sabe
99. Não respondeu

[ ] Q11. Dentre estes tipos de contribuição, qual sua Emp./Est. pode oferecer para adoção de práticas
de responsabilidade social corporativa?

1. Não tem condições técnicas nem financeiras de contribuir


106
2. Apoio financeiro a práticas e ações da responsabilidade social
3. Apoio técnico aos capacitadores e beneficiários de responsabilidade social corporativa
98. Não sabe
99. Não respondeu

[ ] Q12. Qual a situação atual da Emp./Est. em termos de certificação ambiental?

1. Tem certificação ambiental


2. Está em processo de certificação
3. Tem um sistema de gerenciamento ambiental e está interessado em obter certificação
4. Tem um sistema de gerenciamento ambiental e não está interessado em obter certificação
5. Não tem um sistema de gerenciamento ambiental e está interessado em obter certificação
6. Não tem um sistema de gerenciamento ambiental e não está interessado em obter
certificação
7. Não é exigido
98. Não sabe
99. Não respondeu

[ ] Q13. Quantas pessoas estão envolvidas na estrutura organizacional da gestão ambiental


da Emp./Est.?

1. Não adota procedimentos de gestão ambiental


2. Uma pessoa
3. Duas pessoas
4. De três a cinco pessoas
5. De seis a dez pessoas
6. Mais de dez pessoas

[ ] Q14. O(a) Sr(a) conhece ou já ouviu falar da Agenda 21?

1. Não conhece nem ouviu falar


2. Ouviu falar apenas por meio de veículos de comunicação
3. Leu material sobre o assunto
4. Participou de evento sobre Agenda 21
99. Não respondeu

[ ] Q15. Que tipo de trabalho sua empresa desenvolve com Organizações Não Governamentais?

1. Não desenvolve
2. Social/Educacional
3. Ambiental
4. Ambiental e Social/Educacional
99. Não respondeu

Q16. Quando necessita de recursos para solucionar problemas ambientais, ou para


investimentos na melhoria ambiental, a quem o(a) Sr(a) recorre:

Q16.1 - Em primeiro lugar [ ] Q16.2 - Em segundo lugar [ ] Q16.3 - Em terceiro lugar [ ]

1. Bancos de Desenvolvimento
2. Fundos ambientais
3. Organismos internacionais
4. Orçamento da empresa
96. Outros
97. Nenhum
98. Não sabe
99. Não respondeu
107

BLOCO 03 – PROBLEMAS E DIFICULDADES AMBIENTAIS

[ ] Q17. Que dificuldade mais forte a Emp./Est. Enfrenta em relação à legislação ambiental?

1. Desconhecimento da legislação ambiental


2. Demora nos processos de licenciamento junto aos órgãos ambientais
3. Falta de técnicos especialistas em assuntos ambientais
4. Custos elevados para preparação de estudos e projetos (EIA/RIMA) exigidos pelos órgãos
ambientais
5. Exigências ambientais dos agentes financiadores na hora de conceder empréstimo
6. Nunca precisou recorrer aos órgãos ambientais
96. Outros
99. Não respondeu

Q18. Quais problemas físicos de natureza ambiental a Emp./Est. enfrenta?

Q18.1 - Em primeiro lugar [ ] Q18.2 - Em segundo lugar [ ] Q18.3 - Em terceiro lugar [ ]

1. Ruídos
2. Resíduos sólidos
3. Lançamento de dejetos
4. Poluentes
96. Outros
97. Nenhum
98. Não sabe
99. Não respondeu

Q19. Na sua opinião, quais são atualmente os problemas ambientais mais graves na sua
região:

Q19.1 - Em primeiro lugar [ ] Q19.2 - Em segundo lugar [ ] Q19.3 - Em terceiro lugar [ ]

1. Desertificação do solo
2. Salinização
3. Poluição urbana
4. Poluição hídrica
5. Compactação do solo em área rural
6. Desmatamento
7. Erosão
96. Outros
97. Nenhum
98. Não sabe
99. Não respondeu

Q20. Na sua opinião, a questão ambiental é de responsabilidade:

Q20.1 - Em primeiro lugar [ ] Q20.2 - Em segundo lugar [ ] Q20.3 - Em terceiro lugar [ ]

1. Governo Federal 6. Cidadão


2. Governo Estadual 7. Cientistas
3. Governo Municipal 96. Outros
4 ONGs 97. Nenhum
5. Empresas 98. Não sabe
99. Não respondeu
108

Q21. Que programas de iniciativa de proteção ambiental a Emp./Est. adota em parceria com a
comunidade?

Q21.1 - Em primeiro lugar [ ] Q21.2 - Em segundo lugar [ ] Q21.3 - Em terceiro lugar [ ]

1. Programa de educação ambiental


2. Financiamento de equipamentos comunitários
3. Fornecimento de mudas de árvores para plantio
96. Outros
97. Nenhum
98. Não sabe
99. Não respondeu

Q22. Quando o(a) Sr(a) tem dúvidas ou necessita de orientação sobre questões ambientais, a
quem normalmente recorre:

Q22.1 - Em primeiro lugar [ ] Q22.2 - Em segundo lugar [ ] Q22.3 - Em terceiro lugar [ ]

1. Pesquisa na internet
2. Consultoria técnica
3. Órgãos ambientais
4. Órgãos patronais
5. Órgãos de assistência técnica
96. Outros
97. Nenhum
98. Não sabe
99. Não respondeu

Q23. Na sua opinião, quais dessas medidas o(a) Sr(a) considera mais eficaz(es) para
solucionar ou minimizar problemas ambientais:

Q23.1 - Em primeiro lugar [ ] Q23.2 - Em segundo lugar [ ] Q23.3 - Em terceiro lugar [ ]

1. Leis mais severas


2. Fiscalização mais freqüente e eficiente
3. Elaboração do Zoneamento Econômico-Ecológico
4. Fortalecer parcerias entre Sociedade/Governo
5. Incentivos fiscais para adoção de posturas e/ou tecnologias amigáveis ao meio ambiente
6. Campanhas educativas e informativas
96. Outros
97. Nenhum
98. Não sabe
99. Não respondeu

Q24. Em quais destas medidas a sua empresa estaria disposta a investir para minimizar os
impactos ao meio ambiente:

Q24.1 - Em primeiro lugar [ ] Q24.2 - Em segundo lugar [ ] Q24.3 - Em terceiro lugar [ ]

1. Medidas preventivas para evitar poluição (mudanças de tecnologia, planos de gestão


ambiental)
2. Programas educativos voltados para o trabalhador e para a população do entorno da
empresa
3. Medidas de Controle ambiental (compra de equipamentos de fim-de-tubo)
4. Desenvolver projetos em parceria com a comunidade do entorno
5. Destinar recursos para preservação do meio ambiente
96. Outros
97. Nenhum
98. Não sabe
99. Não respondeu
109

BLOCO 04 - GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS INDUSTRIAIS

Q25. Que procedimentos gerenciais são adotados na Emp./Est. Para evitar problemas
ambientais:

Q25.1 - Em primeiro lugar [ ] Q25.2 - Em segundo lugar [ ] Q25.3 - Em terceiro lugar [ ]

1. Reciclagem de resíduos
2. Disposição de resíduos
3. Controle de resíduos e vibrações
4. Redução do uso de matérias-primas
5. Conservação de energia
6. Controle, recuperação ou reciclagem das descargas líquidas
7. Preferência por fornecedores e distribuidores com boa imagem ambiental
8. Conservação da água
9. Não realiza qualquer procedimento
96. Outros
97. Nenhum
98. Não sabe
99. Não respondeu

BLOCO 05 - BLOCO DESTINADO APENAS AS


EMPRESAS RURAIS DOS PÓLOS

Q26. Nos dois últimos anos que insumos sua Emp./Est. utilizou normalmente para desenvolver
suas atividades produtivas? (Marcar mais de uma opção se necessário)

1. Somente fertilizante químico Q26.1 [ ]


2. Fertilizante químico e adubação orgânica Q26.2 [ ]
3. Somente adubação orgânica Q26.3 [ ]
4. Agrotóxico (pesticidas/herbicidas) Q26.4 [ ]
5. Pratica conservação de solo Q26.5 [ ]
6. Irrigação Q26.6[ ]
96. Outros Q26.7[ ]
97. Nenhum Q26.8 [ ]
98. Não sabe Q26.9 [ ]
99. Não respondeu Q26.10 [ ]

[ ] Q27. A reserva legal da Emp./Est.está conforme a legislação?

1. Sim 2. Não 98. Não sabe 99. Não Respondeu


110

[ ] Q28. Na atividade agropecuária de sua Emp./Est. qual modalidade de manejo animal o(a)
Sr(a) mais adota? (caso esta atividade tenha expressão econômica)

1. Intensiva
2. Extensiva
3. Confinada
4. Leiteira
5. Não se aplica

[ ] Q29. A Emp./Est. desenvolve no momento algum projeto de reflorestamento comercial?

1. Sim 2. Não 98. Não sabe 99. Não Respondeu

[ ] Q30. Que prática de desmatamento e limpeza do solo a Emp./Est. normalmente utiliza?

1. Máquinas (tratores, etc.)


2. Queimadas (uso do fogo controlado)
3. Não faz desmatamentos
4. Queimadas (uso sem critério)
5. Desmatamento manual (Uso de foice, machado, etc.)
6. Uso de Herbicidas
96. Outros
98. Não sabe
99. Não Respondeu

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