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Industrial
Nuno
Alexandre
Pág. 2/ 113 Professor: Nuno Miguel Melo Alves Alexandre
Índice ......................................................................................................................................... 3
1 Comportamento organizacional........................................................................................... 9
1.1 Motivação e comunicação .................................................................................................... 9
1.2 Comunicação organizacional ............................................................................................... 10
1.3 Liderança ............................................................................................................................. 11
1.3.1 Estilos de Liderança ........................................................................................................... 12
2 Sociedade Comercial ......................................................................................................... 14
2.1 Conceito de empresa e tipos de sociedades comerciais..................................................... 14
2.1.1 Introdução ......................................................................................................................... 14
2.1.2 Conceito de empresa......................................................................................................... 14
2.1.3 Elemento pessoal .............................................................................................................. 15
2.1.4 Elemento patrimonial ........................................................................................................ 15
2.1.5 Elemento finalístico (fim imediato ou objetivo): a atividade social .................................. 16
2.1.6 Elemento teleológico: o fim lucrativo ............................................................................... 16
2.1.7 Objeto comercial ............................................................................................................... 17
2.1.8 Forma comercial ................................................................................................................ 17
2.1.9 Princípio da tipicidade ....................................................................................................... 17
2.1.10 Tipos de sociedades comerciais ........................................................................................ 18
2.1.11 A personalidade jurídica .................................................................................................... 18
2.1.12 Capacidade de direito........................................................................................................ 19
2.2 O contrato de sociedade ..................................................................................................... 19
2.2.1 Regras gerais de constituição ............................................................................................ 19
2.2.2 O contrato de sociedade ................................................................................................... 20
2.2.3 Capacidade ........................................................................................................................ 20
2.2.4 Legitimidade negocial........................................................................................................ 20
2.2.5 Consentimento .................................................................................................................. 21
2.2.6 Objeto ................................................................................................................................ 21
2.2.7 Causas ................................................................................................................................ 21
2.2.8 Forma................................................................................................................................. 22
2.2.9 O processo complexo de constituição............................................................................... 22
2.2.10 O ato constitutivo inicial.................................................................................................... 22
2.2.11 O registo do contrato de sociedade .................................................................................. 23
2.2.12 Publicação do contrato de sociedade ............................................................................... 24
2.2.13 Invalidades do contrato de sociedade .............................................................................. 24
2.2.14 Incapacidade...................................................................................................................... 25
2.2.15 Vícios relativos à causa ...................................................................................................... 26
2.3 Situação jurídica dos sócios ................................................................................................. 26
1.3 Liderança
A liderança e a motivação são aspetos essenciais no alcance do sucesso das organizações. Motivar
aumenta a capacidade de adaptação dos colaboradores à mudança e reduz a resistência à mesma,
orientando-os para comportamentos e para a direção desejada; contribui para criar um clima e uma
cultura que valoriza a aprendizagem, o reconhecimento e a equidade; e suscita nos colaboradores um
sentimento de autoeficiência e autoestima, reduzindo o sentimento de rotina e de desmoralização.
A motivação das equipas de colaboradores pressupõe uma liderança eficaz e eficiente no sentido de as
conduzir para o alcançar dos objetivos previamente definidos. Liderança, motivação e visão são
conceitos que se cruzam e se tornam condição essencial para mobilizar as pessoas nos processos de
mudança e criar nestas confiança e determinação na conquista de objetivos e metas específicas.
É preciso estabelecer desafios, metas e colocar a fasquia alta, de forma a estimular e motivar as
equipas.
Dado que o grau de motivação dos colaboradores influencia diretamente o seu desempenho, é
importante para as organizações conhecer quais os estilos de liderança e as características sócio-
demográficas dos colaboradores, que influenciam a motivação destes.
No contexto empresarial que se vive atualmente, considera-se que o sucesso das organizações
depende da qualidade dos seus recursos humanos e da sua correta gestão.
2.1.1 Introdução
As sociedades comerciais são a estrutura típica da empresas nas economias de mercado, embora a
empresa possa revestir outras formas jurídicas.
Nos termos do art. 1º CSC, as sociedades comerciais têm necessariamente por objeto a prática de atos de
comércio e as sociedades que tenham por objeto a prática de atos de comércio devem revestir um dos
tipos previstos no Código.
1
Artigo 230º – Empresas comerciais
Haver-se-ão por comerciais as empresas, singulares ou coletivas, que se propuserem:
1º Transformar, por meio de fábricas ou manufaturas, matérias-primas, empregando para isso, ou só operários, ou
operários e máquinas;
2º Fornecer, em épocas diferentes, géneros, quer a particulares, quer ao Estado, mediante preço convencionado;
3º Agenciar negócios ou leilões por conta de outrem em escritório aberto ao público, e mediante salário estipulado;
4º Explorar quaisquer espetáculos públicos;
5º Editar, publicar ou vender obras científicas, literárias ou artísticas;
6º Edificar ou construir casas para outrem com materiais subministrados pelo empresário;
7º Transportar, regular e permanentemente, por água ou por terra, quaisquer pessoas, animais, alfaias ou mercadorias de
outrem.
Parágrafo 1º – Não se haverá como compreendido no n.º 1 o proprietário ou o explorador rural que apenas fabrica ou
manufatura os produtos do terreno que agriculta acessoriamente à sua exploração agrícola, nem o artista, industrial, mestre ou
oficial de ofício mecânico que exerce diretamente a sua arte, indústria ou ofício embora empregue para isso, ou só operários e
máquinas.
Parágrafo 2º – Não se haverá como compreendido no n.º 2 o proprietário ou explorador rural que fizer fornecimento de
produtos da respetiva propriedade.
Parágrafo 3º – Não se haverá como compreendido no n.º 5 o próprio autor que editar, publicar ou vender as suas obras.
2
Artigo 980º – Noção
Contrato de sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício em
comum de certa atividade económica, que não sejam de mera fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes dessa
atividade.
3
São sociedades comerciais aquelas que tenham por objeto a prática de atos de comércio e adotem o tipo de sociedade em nome
coletivo, de sociedade por quotas, de sociedade anónima, de sociedade em comandita simples ou de sociedade em comandita por
ações.
2.2.3 Capacidade
Como qualquer contrato, também o de sociedade resulta de um conjunto de declarações de vontade,
cuja validade depende de quem as emita, possua capacidade de gozo (art. 67º CC) e de exercício de
direitos (art. 123º CC).
Em regra, tais capacidades existem, e as incapacidades são exceções. Daí que o que interessa seja
saber quem está incapacitado de ser parte no contrato de sociedade, com a cominação de este ser
inválido, se nele participar o incapaz.
Em matéria de incapacidades, não há no Direito Comercial senão as previstas na lei civil (art. 7º CCom).
2.2.6 Objeto
Objeto jurídico do contrato de sociedade é o complexo dos efeitos jurídicos que o contrato visa
produzir, o seu conteúdo.
Tais efeitos são os queridos pelos sócios ou determinados pela lei em conformidade com a vontade
daqueles, e variam de caso para caso, manifestando-se através de regras pelas quais eles conformam o
ente social: os seus estatutos ou pacto social, que formam a lei interna da sociedade, na qual são
disciplinados e caracterizados, na medida entendida como necessária, os assuntos dos sócios, aos seus
órgãos e respetivo funcionamento, ao início, duração e termo da instituição social.
O Código das Sociedades Comerciais define aspetos que devem ser focados no contrato de sociedade
(art. 9º CSC):
a) Os nomes ou firmas de todos os sócios fundadores e outros dados de identificação destes;
b) O tipo da sociedade (art. 1º/2 CSC);
c) A firma da sociedade (devendo observar-se os requisitos dos arts. 10º, 177º, 200º, 275º, 467º
CSC);
d) O objeto da sociedade, entendido no sentido do escopo social, isto é, das “atividades que os
sócios propõem que a sociedade venha a exercer” (art. 11º CSC);
e) A sede da sociedade (art. 12º CSC);
f) O capital social, salvo nas sociedades em nome coletivo em que todos os sócios contribuem
apenas com indústria (art. 14º CSC);
g) A quota de capital e a natureza da entrada de cada sócio, bem como os pagamentos efetuados
por conta da quota;
h) Consistindo a entrada em bens diferentes de dinheiro, a descrição destes e especificação dos
respetivos valores.
A par do objeto jurídico, cabe destacar o objeto material do contrato, isto é, o bem ou bens sobre os
quais incidem as prestações das partes.
No caso do contrato de sociedade, tal objeto consiste nos bens com que os sócios entram para a
sociedade, isto é, com os quais eles dão cumprimento à obrigação de entrada.
2.2.7 Causas
Pode-se distinguir entre fim imediato ou causa-função, que define a função económico-social do
contrato e modela as suas estipulações; e o fim mediato ou causa-motivo, a finalidade ou motivação
última que move os contraentes.
Quanto à causa-função ela consiste, no contrato de sociedade, na constituição em si por disposição
legal, a causa-função do contrato constitutivo das sociedades comerciais apenas poderá diversificar-se
2.2.8 Forma
As sociedades civis não dependem de forma especial quanto à sua constituição (art. 981º CC). Mas as
sociedades comerciais estão sujeitas a apertadas regras formais que se reconduzem no Código das
Sociedades Comerciais a três:
1) A celebração do contrato por escritura pública (art. 7º/1 CSC; art. 89º-e CNot);
2) O registo do contrato (arts. 5º e 18º CSC; arts. 3º-a; 35º CRCom);
3) E a publicação do contrato de sociedade (art. 167º CSC; arts. 3º-a; 70º/1-a/2 e 72 CRCom).
2.2.14 Incapacidade
No caso de um dos participantes num contrato de sociedade padecer de incapacidade – menores,
interditos, inabilitados – a consequência em face do Direito Civil, será a anulabilidade da respetiva
participação na sociedade (arts. 125º/1; 126º; 148º a 150º; 156º e 257º CC).
Esta anulabilidade pode ser arguida nas condições temporais dispostas no art. 287º/1 e 2 CC e pelas
pessoas que o art. 287º/1 CC se refere.
2.3.1.1 Noção
O sócio entra para a sociedade com uma contribuição patrimonial em dinheiro ou em espécie
assumindo, em contrapartida o “status” de sócio.
A posição jurídica de sócio respeita, pois diretamente à sociedade e não se estabelece entre os sócios;
é uma consequência da personalidade jurídica daquela.
A participação social ou socialidade é o conjunto de direitos e obrigações atuais e potenciais do sócio.
O sócio tem desde logo direito a quinhoar nos lucros, a participar nas deliberações de sócios, a obter
informações sobre a vida da sociedade e a ser designado para os órgãos de administração e de
fiscalização a sociedade (art. 21º CSC). Por outro lado, os sócios são obrigados a realizar as suas
entradas e a quinhoar nas perdas (art. 20º CSC).
O sócio adquire, face à sociedade uma situação jurídica complexa, composta por posições ativas e
passivas, direitos e obrigações. A fonte desses direitos e obrigações é o micro-ordenamento resultante
da personalidade jurídica da sociedade a que o sócio aderiu mediante a subscrição ou aquisição da sua
participação.
A situação jurídica do sócio tem de se moldar às finalidades da sociedade como estrutura jurídica da
empresa e fica sujeita a três princípios:
1) Princípio do interesse social: corresponde ao interesse da empresa como entidade coletiva que
constitui o substrato da sociedade comercial;
2.4.2 A Assembleia-geral
2.4.2.1 Noção
A Assembleia-geral é o órgão supremo das sociedades, que tem poderes inclusive para modificar os
estatutos, verificados certos pressupostos. Todavia, é um órgão deliberativo, competindo as funções
executivas e de representação externa ao órgão da administração.
A Assembleia-geral deve reunir ordinariamente, todos os anos, para deliberar (art. 376º/1 CSC).
Pode ainda reunir extraordinariamente sempre que seja convocada por quem de direito para deliberar
sobre matérias da sua competência e que constem da respetiva convocatória.
2.4.3 A administração
Empresas
- em nome coletivo
- por quotas
Sociedades - em comandita
- anónimas
Mercadoria – bem adquirido pela empresa com destino à venda, não sendo objeto de qualquer
transformação de fundo.
Desperdícios,
Matéria Prima
resíduos e refugos
Matérias
Subprodutos
subsidiárias
Matéria-prima – bem que se destina a ser materialmente incorporado no produto final, após
transformação.
Matéria subsidiária – bem necessário à produção mas que não se incorpora materialmente no
produto final.
Empresas Públicas – são propriedade do Estado ou outros entes públicos sendo dirigidas por
intermédio de gestores por eles nomeados
Direcção Geral
Direcção
Direcção Geral
Gabinete de
estudos
Direcção Geral
4.3 Organigramas
Organigrama – gráfico estático, constituído por retângulos, quadrados ou círculos, ligados entre si por
linhas horizontais e/ou verticais, que permite ver rapidamente a posição de cada setor e/ou indivíduo
dentro da empresa.
Os organigramas devem explicitar claramente:
Os órgãos de gestão;
As ligações hierárquicas;
As ligações funcionais;
Os níveis ou escalões hierárquicos;
Os canais de comunicação formais;
Os responsáveis ou titulares (se se tratar de um organigrama nominativo).
Conselho de
Gestão
Secretário de
Direcção
5.2.4 Desvantagens
E as seguintes desvantagens:
Rigidez e inflexibilidade, que dificultam a adaptação a situações novas e às rápidas mudanças da
sociedade moderna
Possibilidade do comando único se tornar autoritário
O facto de os chefes ao acumularem o poder de decisão se tornarem generalistas e não se
especializarem em nada
As demoras e distorções a que as comunicações estão sujeitas, por terem de obedecer a escala
hierárquica
Para além dos órgãos de linha estão previstos outros órgãos que prestam serviço especializado ou de
assessoria, órgãos de staff. Estes órgãos que apoiam, aconselham, orientam, dentro da sua área de
especialização, os órgãos de linha, não possuem autoridade de comando.
Este tipo de organização procura reunir as vantagens e reduzir as desvantagens da estrutura linear e
funcional.
Apresenta como principal vantagem o facto de combinar a unidade de comando com a
especialização.
E o inconveniente de possibilitar a existência de conflitos entre os órgãos de staff e os outros órgãos,
quando os órgãos de staff interferem nas linhas de autoridade dos órgãos a que dão apoio.
Edifícios Trabalhadores
Máquinas Supervisores
Matérias-primas Administradores
As inteirações que se produzem no interior das organizações dão origem a uma organização humana
que é uma organização social.
Organização Organização
Técnica Social
1. Necessidade de auto-estima
2. Necessidade de estima
4. Necessidade de Segurança
5. Necessidades Fisiológicas
5.5.6.1 Teoria X
Os seus defensores encaram a administração como meio de dirigir os esforços e atividades das
pessoas, de modificar os seus comportamentos com o objetivo de satisfazer as necessidades da
empresa.
5.5.6.2 Teoria Y
A Teoria Y concebe um estilo de administração democrático, aberto, que encoraja as pessoas a
participa, e desenvolver as suas capacidades intelectuais no interior da organização. São as
oportunidades para participar que possibilitam o auto desenvolvimento e a autorrealização dos
operários.
Uma das prioridades do administrador devera ser compatibilizar os objetivos da organização com os
objetivos dos operários.
5.6.8 Conclusões
Podemos dizer que a noção de sistema aberto sociotécnico tem em conta simultaneamente o
ambiente da empresa, os elementos técnicos e sociais. Incide sobre o caráter relativo da situação da
organização, visto que uma evolução na tecnologia, no ambiente, ou nos valores sociais dos
empregados pode provocar alterações que impliquem processos de mudança e novas formas de
organização do trabalho.
6.1.1 Introdução
“Os trabalhadores portugueses sofrem de uma doença congénita designada por lusofagia territorialis.
Esta curiosa patologia ataca os portugueses que trabalham em Portugal e desaparece logo que
trabalham no estrangeiro (basta passar a fronteira). Noutros países, aos trabalhadores portugueses
são reconhecidas virtudes de capacidade de trabalho e de disciplina, enquanto no seu país são
madraços, irresponsáveis e indisciplinados.”
Este texto reflete a opinião de um determinado autor (julgo que não está sozinho) mas é facilmente
desmontável. E então os trabalhadores portugueses que trabalham cá dentro mas para empresas
multinacionais? Já não sofrem de lusofagia territorialis?
Sabemos que as multinacionais a operar em Portugal detêm altos índices de produtividade. Então
esses não são feitos da mesma matéria que os outros? Esta realidade leva-nos a concluir que a baixa
produtividade não deve ser só uma questão de pessoas.
Outros fatores haverá com certeza.
Processo
III Recursos Produtivo III Produtos
Se pretendermos aumentar o volume produzido, teremos que aumentar o consumo dos recursos
necessários para a sua execução. Da mesma forma, ao reduzirmos o volume de nossos
produtos/serviços, reduzimos também o consumo dos respetivos recursos. Portanto, existe uma
relação direta entre o volume produzido e os recursos necessários para a execução deste mesmo
volume.
A principal forma de avaliarmos o desempenho destes processos é através de uma análise da relação
entre o volume produzido e os recursos necessários a esta produção. Chamamos esta relação de
Produtividade. conceptualmente, Produtividade significa capacidade de produzir, característica do que
produz com abundância ou lucratividade. Em outras palavras, Produtividade é a obtenção da melhor
relação entre volume produzido e recursos consumidos. Portanto, se representarmos
matematicamente a Produtividade, teremos:
A
P rodutividade
B
onde (A) representa o volume produzido e (B) os respetivos recursos consumidos. Para conseguirmos
aumentar a Produtividade, devemos atuar no aumento de (A) e ao mesmo tempo manter (B)
constante, ou seja, aumentar o volume produzido sem aumentar o consumo dos recursos necessários
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Conforme a pontuação atribuída aos itens acima, identifique o quadrante (A, B, C ou D) que melhor
representa a sua realidade.
O Sistema de Gestão de Processos é uma das ferramentas para melhorar a produtividade. Esta
ferramenta conceptual representa uma metodologia que permite o alinhamento dos esforços de todos
os envolvidos no processo e seus gestores para a obtenção dos melhores resultados para a empresa, e
compõe-se por quatro etapas: planeamento, controlo, relatório e avaliação. Para o pleno
funcionamento deste sistema, são necessárias reuniões periódicas dos envolvidos para avaliar os
resultados obtidos, as ações tomadas para resolução de problemas encontrados e para reavaliar o
planeamento e os indicadores de desempenho.
6.1.5.1.1 Planeamento
Uma das definições adotadas para o conceito de planeamento consiste em adequar, através de
padrões, a utilização dos recursos para se atingir um objetivo dentro de um determinado prazo.
Portanto, nesta fase do sistema, é feita a identificação dos trabalhos, procedimentos, tempos (horas
estimadas), recursos humanos e materiais, local físico e objetivos de uma determinada área. Uma
atenção especial deve ser dada ao conhecimento das metas da empresa e àquilo que se espera
alcançar com determinado processo.
É também importante conhecer em detalhes as atividades a serem desenvolvidas. Sendo assim,
sempre que temos uma tarefa a realizar, surgem algumas dúvidas:
O que vamos fazer?
Como vamos fazer?
Quanto devemos fazer?
Quando deve ficar pronto?
Temos capacidade?
Dispomos de pessoas/equipamentos?
Temos material?
Ao respondermos a estas perguntas, podemos definir o nosso plano-mestre, que é uma ferramenta
que relaciona os volumes desejados com os padrões de operação e as necessidades de recursos de
mão-de-obra, materiais e equipamentos. Concluímos então a fase de planeamento com este
documento e verificamos que o plano-mestre apresenta a melhor utilização possível dos nossos
recursos.
6.1.5.2 Avaliação
A avaliação consiste na análise e acompanhamento dos resultados registados nos relatórios. Quando
comparámos plano vs. realidade, ficámos em condições de quantificar os resultados no que diz
respeito ao volume de atividades, perdas de tempo e qualidade. Sendo assim, o próximo passo será o
de avaliar os resultados através dos seguintes indicadores:
Produtividade;
Utilização;
Eficiência;
Etc..
Para avaliarmos o nosso desempenho, precisamos de comparar os resultados obtidos com três
parâmetros fundamentais:
O que foi planeado?
O que foi realizado?
Como era o nosso desempenho anterior?
Podemos obter uma melhoria do desempenho, mesmo não alcançando o que foi planeado. Neste
caso, devemos intensificar as nossas ações no sentido de diminuir o efeito das variações em relação ao
plano.
Se obtivermos uma melhoria do desempenho e alcançarmos as metas estabelecidas, ótimo! Vamos
então estabelecer novas metas e partir para novos desafios. No caso de não alcançarmos as metas e o
nosso desempenho piorar, devemos dirigir a nossa atuação para a correção das causas das variações
em relação ao plano. É preciso verificar se houve falhas no planeamento ou na execução das tarefas e,
se assim for, eliminá-las. Dessa forma, o que se deseja é que haja um retorno de informações para se
poder efetuar a retro-alimentação do sistema (replaneamento).
É importante salientar que, dentro de qualquer sistema, uma etapa deve levar à seguinte. Saltar
etapas pode impedir o correto funcionamento do sistema. Quem ocupa um cargo de liderança, deve
reforçar, corrigir, mudar, melhorar, enfim, tomar todas as medidas necessárias no sentido de melhorar
os indicadores de desempenho.
Como é visível, Kaplan e Norton advogam que as empresas deverão estabelecer índices nas áreas do
Cliente, dos Processos internos de negócio e no Crescimento e aprendizagem.
Como dissemos atrás, hoje, não é possível caminhar no sentido da excelência empresarial se não
forem estabelecidas metas nas restantes áreas apresentadas. Porquê?
Será possível ser excelente aquele que não põe o cliente no topo das suas prioridades?
Será possível ser excelente aquele que não gere eficaz e eficientemente os seus processos
internos?
Rendimento do capital
Rendimento do processo
Melhoria dos processos
Nº de horas de paragem do equipamento
internos
Absentismo
Excelência
operacional
Criatividade
Aprendizagem e
Nº de horas de formação
desenvolvimento
Satisfação dos colaboradores
Qualidade do produto
Os índices apresentados representam meros exemplos. Cada empresa deve definir quais os índices
apropriados à sua realidade.
A gestão deve, depois de definidos os índices, estabelecer os objetivos. Por exemplo, considerem-se os
seguintes índices aos quais poderão corresponder os objetivos para o ano de 2010:
Com os processos definidos, deve-se estabelecer formas de acompanhar a execução destas tarefas,
identificar as necessidades de formação da equipa, identificar habilidades específicas para a execução
de determinadas atividades.
6.2.1 Conceitos
Medir produtividade não é assunto meramente técnico e económico, pois a produtividade não pode
ser definida dentro dos limites da tecnologia e da economia. Isto é, o técnico e o economista só podem
avaliar a eficiência e a produtividade em função de objetivos sociais implícitos ou explícitos.
Uma sociedade humana civilizada digna deste nome deve definir os seus objetivos sociais de forma
democrática e consciente, e conscientemente definir objetivos técnicos e económicos que nada mais
são que meios para atingir objetivos sociais. Ou a sociedade molda os seus conceitos de eficiência e
produtividade de acordo com aquilo em que ela deseja transformar-se ou acabará por ser moldada de
acordo com eles. Todo o conceito de eficiência ou produtividade traz em si um projeto de sociedade.
Poucos termos se prestam a uma variedade tão grande de interpretações diferentes e mesmo
antagónicas quanto a produtividade.
Para um engenheiro de produção taylorista, produtividade é simplesmente a quantidade produzida
por unidade de tempo. Para um economista neoclássico, é a relação entre a quantidade de produção e
a quantidade de um dos fatores de produção utilizados.
Para um administrador de empresas, produtividade é a relação entre o lucro bruto e o investimento
total. Para um ecologista, o controlo da poluição é produtivo e a fabricação de armas improdutiva;
para o proprietário da indústria de armas, pode ser exatamente o contrário. Para o trabalhador, o seu
trabalho é produtivo se lhe proporciona satisfação e um rendimento suficiente para usufruir duma
vida plena; para o patrão, o trabalho é produtivo se cada empregado obtiver um máximo de produto
com um mínimo de salário.
Esta diversidade de conceitos não significa que um destes conceitos esteja correto e os demais
errados: ela exprime a diversidade de objetivos perseguidos pelos diferentes agentes sociais, conforme
a sua classe social, a relação com o processo produtivo ou mesmo conforme as suas ambições
individuais. Por outras palavras, a produtividade só se define em relação a um objetivo.
6.2.3.1 Taylorizar
Existem várias formas de aumentar o desempenho do trabalhador. A mais conhecida é o taylorismo,
que se caracteriza pelo planeamento minucioso dos métodos de trabalho por especialistas
(engenheiros de produção), que visa aumentar a produtividade pela minimização do tempo de
6.2.3.2 Socializar
Outras das formas de aumentar o desempenho do trabalhador baseia-se num princípio muito
diferente: é o caso do movimento de “relações humanas”, cuja prática poderia ser descrita como a de
procurar minimizar os antagonismos entre os objetivos do capitalista, ou do capital, e os do
trabalhador individual. Raciocina-se que o trabalhador terá um desempenho muito superior se as
mesmas ações que levarem ao cumprimento dos objetivos sociais e económicos da empresa levarem
ao cumprimento dos objetivos sociais e económicos do trabalhador (ou seja, se os objetivos técnicos
da empresa e do trabalhador coincidirem plenamente). Levado às últimas consequências, este método
acaba por se opor ao próprio princípio básico do taylorismo – separação do planeamento e da
execução – ao reconhecer a necessidade de uma motivação intrínseca ao trabalho que só pode ser
dada deixando-se os trabalhadores organizarem o próprio trabalho em alguma medida (autonomia). O
mais comum, no entanto, é que o método se limite a condicionar o cumprimento dos objetivos sociais
e económicos do trabalhador individual (ascensão social, promoção, aumento salarial ou outros) ao
cumprimento dos objetivos técnicos propostos pela empresa.
Enquanto o taylorismo se propõe a anular o trabalhador como agente consciente da produção, o
movimento de relações humanas procura remodelar as relações sociais e a consciência do trabalhador
para harmonizá-las com os objetivos da empresa. Isto requer um conhecimento psicológico e
sociológico eficaz, pois exige que o trabalhador assuma como seus objetivos sociais e económicos
compatíveis com os da empresa e acredite na possibilidade de atingi-los melhorando o seu
desempenho.
6.2.4 Conclusão
Todo o objetivo técnico ou económico se subordina a um objetivo social. O técnico ou economista que
nega isto ou ignora como se insere no mundo ou pretende ocultar os fatos. A sociedade que ignora
isto corre o risco de deixar os seus sistemas funcionarem sem objetivo e ignorando os seus próprios
interesses. Um exemplo interessante do que pode acontecer neste caso foi-nos dado pela União
Soviética: até 1965, a produtividade foi medida em função do valor bruto da produção e os gerentes
de empresas recebiam incentivos para maximizar essa produtividade, daí resultando, frequentemente,
uma produção desnecessariamente cara (para elevar o valor bruto) e de qualidade insuficiente (para
facilitar a maximização da quantidade), ou seja, a falta de uma consciência precisa da necessidade de
relacionar os objetivos técnicos aos sociais resultou num crescimento económico extremamente
rápido, mas que não atendeu aos objetivos da população.
Factos ainda mais dramáticos ocorreram em países de economia capitalista cujos governos
procuraram promover o crescimento económico a qualquer custo, sem atentar na medida em que
esse crescimento atendia aos objetivos sociais da maioria da população. Nos países já desenvolvidos, a
aceitação do objetivo do lucro como objetivo social leva a que os recursos sejam desperdiçados
irracionalmente na produção de bens de durabilidade reduzida, que parte não desprezível dos
recursos seja empregada para convencer o consumidor a comprar o que não precisa e que o trabalho
seja realizado em condições desnecessariamente desagradáveis e insalubres.
4
José Dias Lopes, artigo publicado na Internet.
5
Por exemplo: [CHARNEY: 1984] num estudo sobre a aplicação dos círculos da qualidade na banca – melhoria da produtividade em
30%; e também [QUINN e BHATTY: 1985] num estudo acerca da redução dos custos de qualidade, também na banca –
Manufacturers Hanover Trust Company, aumento da produtividade dos funcionários em 12%.
Mito #2 Verdade #2
Mito #3 Verdade #3
Mito #4 Verdade #4
Só se pode ter pensamentos criativos quando se Pode-se estar envolvido numa atividade frenética
está sozinho e tranquilo. e ter pensamentos criativos.
6.4.1 Exemplo 1
Considere uma empresa industrial que fabrica calçado e da qual conhece a seguinte informação:
Organograma
Administação
Recursos
Produção Qualidade Logística Finanças Comercial
Humanos
RH 2 4 000 € 17.391
Vendas/ano 17.000.000
Output Input
etc. etc.
Nº de sapatos
Total de salários 850 000 : 2 000 000 = 0,43
vendidos
Nº de sapatos
Total de pessoas 850 000 : 230 = 3.695,65
vendidos
Total de horas
Total de vendas 17 000 000 : 460 000 = 36,96
trabalhadas
Total de sapatos
Total de salários 1 000 000 : 2 000 000 = 0,5
fabricados
Total de sapatos
Total de pessoas 1 000 000 : 230 = 4.347,83
fabricados
Nota: Como se depreende dos dados, estes valores de produtividade são anuais.
80 000
60 000
40 000
20 000
0
2005 2006 2007 2008 2009 2010
Entretanto, o gestor responsável pelo cálculo da produtividade sofreu uma enorme pressão para obter
melhorias em 2003; assim, decide alterar o critério e retirando cinco pessoas às 230, com o argumento
que as cinco pessoas são os diretores de departamento que não devem entrar nos cálculos de
produtividade. E recalcula o gráfico.
75 000
74 800
74 600
74 400
74 200
74 000
73 800
73 600
73 400
73 200
2005 2006 2007 2008 2009 2010
6.4.2 Exemplo 2
Numa empresa industrial que fabrica parafusos torneados verificam-se os seguintes dados:
Nº de horas de trabalho mensais 160
Taxa de absentismo 10%
Nº de parafusos fabricados por mês 10 000
Nº de tornos disponíveis 20
Rácio (nº de máquinas por operador) 1
Capacidade teórica por máquina/hora 5 peças
Paragens por avarias 15%
1 encarregado geral + 3 chefes de linha 4 pessoas
Calcule:
a) Produtividade direta;
b) Produtividade total.
Por uma questão de precaução, vamos arredondar este número para cima, o que dá 15 máquinas.
6.4.3 Exemplo 3
Considere que uma empresa de produção de esquentadores de água tem a seguinte configuração:
1. Calcule o número de máquinas por setor de fabrico e o total de pessoas necessárias para concluir
uma encomenda de 80.000 unidades/mês.
2. Calcule a produtividade da empresa, considerando que esta é definida como o total produzido a
dividir pelo total das pessoas necessárias a essa produção.
3. Calcule a taxa de utilização do equipamento.
4. Os seus lucros na alínea 1 revelam-se marginais. É preciso desenvolver um programa de aumento
de pelo menos 10% de produtividade com os seguintes constrangimentos:
a) O volume mantém-se;
b) A capacidade teórica dos equipamentos mantém-se.
4.1. Atue nos parâmetros “absentismo” e “paragens por avarias” Simule um plano de ação (W3)
com as medidas que sugere tomar. Justifique o seu impacto.
4.2. Atue nos parâmetros “paragens por avarias” e “rácio”.
Por uma questão de precaução, vamos arredondar este número para cima, o que dá 45 máquinas.
Nº máquinas
Nº de pessoas rácio
1 Taxa de absentismo
45
Nº de pessoas 1 50
1 0,1
Nº de máquinas usadas 45
Utilização 100%
Nº de máquinas disponívei s 45
Secção A 45 50 100%
Secção B 34 19 97,1%
Secção C 12 7 80%
Secção D 21 24 95,5%
TOTAL 100
Como o exercício pede que se atue no absentismo e paragens por avarias, então:
Impacto individual na
Itens onde se intervém Atual Futuro
produtividade
Estes valores estão corretos se se tomarem estas medidas independentemente umas das outras, isto
é, se se atuar só no absentismo ter-se-á uma melhoria de 33,3. Se se atuar só nas paragens por avarias,
a melhoria é de 51,1, mas se se atuar no absentismo e depois nas paragens por avarias, o resultado
final não é a soma dos dois mas um valor superior (ver tabela seguinte).
Nº máquinas
Nº de pessoas rácio
1 Taxa de absentismo
42
Nº de pessoas 1 44,21 Arredondar para 45 pessoas
1 0,5
Se fizer os cálculos para as restantes secções, irei obter um total de pessoas requeridas de 88.
Se calcular agora a produtividade, vem:
equipamento
Reforçar a formação dos operadores na
GR 30 julho
operação do equipamento
Qualificar (certificar) os operadores de
TO 30 julho
produção na operação do equipamento
Responsabilizar o departamento técnico e
impor um limite de tempo de paragem do MR 30 março
equipamento
Criar reuniões diárias para análise das causas
VC 1 março
das paragens do dia anterior
Identificar a necessidade de adquirir melhores
VC 15 abril
ferramentas para a reparação do equipamento
PRODUTO
PESSOAL
OBJETIVOS
PLANEAMENTO E CONTROLE
REGIMES DE FABRICO
DIRETO INDIRETO
FORMA DE CÁLCULO
DIRETO INDIRETO
PERÍODO DE CÁLCULO
DIRETO INDIRETO
Vantagens:
Desvantagens:
Fluxos complexos – a implantação das máquinas, nem sempre respeita a ordem do fluxo de
produção dos produtos, o que por vezes provoca inversões no sentido de movimentação
dos produtos e consequente perda de tempos
Volume considerável de produtos em curso – ao termos fluxos complexos, vamos ter stock
de produtos em curso de fabrico
Este tipo de implantação está associado a processos contínuos, onde as máquinas são colocadas
em linha, segundo o fluxo produtivo do produto a fabricar.
Vantagens:
Desvantagens:
flexibilidade limitada
Trata-se de uma mistura entre a implantação em secções homogéneas e as linhas de fabrico. São
pequenas oficinas especializadas no fabrico integral de um conjunto de peças, também designadas
por “ilhas de produção”.
Vantagens:
Por vezes é necessário criar tarefas fictícias X de duração nula, tal como mostra o exemplo (D)
Para fazer a gestão das prioridades num Gantt, existem diferentes possibilidades de definir as ligações
entre as diferentes tarefas:
Prioridade à fabricação do produto com a data de entrega mais cedo;
Primeira encomenda confirmada, primeira encomenda executada;
Prioridade à operação/ tarefa cuja duração é a mais curta;
Prioridade à tarefa que tem a folga mais pequena (folga = o tempo que resta até à entrega /
tempo total de finalização do projeto).
Prioridade à tarefa que tem o rácio critico mais fraco (rácio critico = tempo que resta até à
entrega/somatório dos tempos das operações que falta realizar)
O diagrama de Gantt, permite visualizar a evolução de um projeto e determinar a sua duração global.
Podemos evidenciar as folgas existentes em determinadas tarefas, sendo estas, os elementos de
flexibilidade que permitem à empresa perder algum tempo sem consequências. O diagrama de Gantt
clássico consiste em representar as operações iniciando-as o mais cedo possível – escalonamento de
datas mais cedo. Com as preocupações do just-in-time, cada vez mais a tendência é para iniciar as
operações o mais tarde possível, respeitando o definido pelo cliente, e procedendo-se desta forma a
um escalonamento de datas mais tarde. Outra alternativa para encurtar prazos, é a técnica da