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1.

CRÉDITO CONSIGNADO

O crédito consignado tem contribuído para a expansão no crédito no Brasil nos


últimos anos, consiste numa operação de crédito onde as prestações são descontadas
diretamente na folha de pagamento do contratante e repassada pelo órgão vinculado do
contratante a instituição financeira onde foi realizada a operação de crédito.
Sobre a expansão do crédito possibilitada pelo crédito consignado Alexandre
(2007) enfatiza em seu estudo “que a medida implementada através da Lei
10.820/20031 diz respeito a crédito para pessoas físicas, possibilitando uma linha de
crédito com menor custo do que as disponíveis até este momento. No momento de
implementação da medida, a economia encontrava-se bastante desaquecida, o
percentual de crédito em relação ao PIB era baixo e o spread bancário para pessoas
físicas bastante elevado”.
O crédito consignado para aposentados e pensionistas tem facilitado o acesso ao
crédito dos beneficiários do INSS e desde o seu surgimento tem sido responsável por
entrada substancial de recursos na economia brasileira. De acordo com dados da
Previdência Social só em 2013 o crédito consignado para beneficiários do INSS injetou
na economia brasileira R$ 41.204.509,18 bilhões, o que é considerado um volume
bastante expressivo, considerando que nesse mesmo ano o PIB do Brasil foi de 4,84
trilhões.
Devido à segurança da operação do crédito consignado haja vista que as parcelas
mensais do empréstimo são repassadas diretamente pelo órgão aos bancos conveniados
tendo assim baixas taxas de inadimplência e também pela regulamentação existente as
taxas de juros são menores que em outras operações de crédito.
Em uma operação de crédito consignado para aposentados/pensionistas e
servidores públicos são necessários três agentes: o aposentado/pensionista/servidor –
que irá contratar este tipo de crédito; a instituição financeira – que disponibilizara os
recursos do empréstimo, e; o órgão averbador – responsável em repassar a instituição
financeira o valor da prestação.

FONTE: FURLAN, 2009

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Para solicitar esse tipo de crédito o aposentado/pensionista do INSS deve se
dirigir até um banco ou financeira conveniados com INSS e autorizar através de
contrato a retenção de parte dos seus ganhos, após solicitação do empréstimo o banco
conveniado irá enviar a informação a Empresa de Tecnologia e Informações da
Previdência Social (Dataprev) para que seja verificada a possibilidade da inclusão do
desconto. Uma peculiaridade desse tipo de crédito é que ele pode ser ofertado para
pessoas com restrição, ou seja, inscritos em cadastro restritivos como o Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC) e Centralização dos Serviços Bancários S/A (SERASA).

1.1 Regulamentação Legal

O mercado de crédito consignado apesar de ter tido maior ascensão nos últimos
anos já possui legislação no Brasil desde 1946 durante o governo de Eurico Gaspar
Dutra, regulamentado pela Lei nº 9.790, que permitia a consignação em folha para
pagamentos a Institutos e Caixas de Aposentadoria e Pensões.
Na década de 90 o então Presidente através do decreto 1502/95 estabeleceu que
funcionários públicos federais poderiam tomar empréstimos mediante a consignação em
folha de pagamento e em 2004 foi editado mais um decreto, o decreto 4.961 que
disciplinou as consignações em folha para os servidores públicos civis, aposentados e
pensionistas da administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo da
União.
O crédito consignado para os aposentados e pensionistas do Instituo Nacional de
Seguridade Social (INSS) teve sua regulamentação com a Lei nº 10.820 de dezembro de
2003 e foi regulamentado pelo decreto 4.961 de janeiro de 2004, de acordo com
Malucelli (2008) “este foi o texto legal responsável pela inclusão no mercado de
consumo de crédito consignado de uma população até então marginalizada nesse setor,
que são os aposentados e pensionistas do INSS”. Essa mesma lei também regulamentou
o crédito consignado para os empregados regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho.
De acordo com a Lei 10.820 uma operação de crédito consignado é uma operação
em caráter irrevogável e irretratável, ou seja, após o contrato firmado, teoricamente, não
é possível ser desfeito.
A regulamentação atual permite ao aposentado/pensionista do INSS comprometer
até 30% do valor do seu benefício, depois de deduzido descontos obrigatórios, podendo
ser 30% exclusivamente em empréstimos consignados ou para os que possuem cartão
de crédito consignado vinculado ao benefício a margem reservada para o empréstimo
consignado fica em 20% pode ser comprometido mais 10% com o cartão de crédito
consignado, totalizando 30%. Caso seja lançado um valor prestação onde seja
descontado mais de 30% do valor do beneficio do aposentado/pensionista o INSS
através da DATAPREV recusará o pedido da consignação.
No que se refere ao prazo permitido em uma operação de crédito consignado para
aposentado/pensionista do INSS a Portaria nº 1.177de 26/9/2014 estabelece 72 (setenta
e dois) meses como o prazo máximo por cada operação.
O INSS limita a taxa máxima de juros que podem ser cobradas pelos bancos
conveniados, de acordo com Diário Oficial da União de 23/Mai/2012 o INSS determina
que a taxa máxima que pode ser cobrada pelas 44 instituições financeiras que operam
com o consignado para o INSS é de 2,14% a.m. e para o cartão de crédito 3,06% a.m.;
vale salientar que essa taxa vem sendo reduzida no decorrer dos anos.

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É vedada pelo INSS qualquer cobrança de taxa de abertura de crédito aos
beneficiários desde maio de 2006.

1.2 Evolução do Crédito Consignado

A evolução do crédito consignado no Brasil se deu, sobretudo após o ano de 2003


com a regulamentação da Lei 10.820/03 e alguns fatores explicam a evolução recente do
crédito consignado, conforme Banco Central do Brasil (BCB):
A Lei 10.820/03 autorizou o desconto em folha de pagamento de parcelas
referentes a empréstimos e financiamentos concedidos por instituições financeiras. A
grande vantagem dessa modalidade de crédito é o menor risco de inadimplência, tendo
em vista que a liquidação do crédito é efetuada diretamente na folha de pagamento do
trabalhador. Consequentemente, a taxa de juros dessa modalidade contratual tende a ser
inferior à taxa cobrada nas modalidades com maior risco de crédito. Em função da
menor taxa de juros, que o torna bastante atrativo em relação às demais modalidades, o
crédito consignado vem apresentando taxas de crescimento bem superiores à média de
expansão do crédito pessoal.
Em 2004 crédito consignado correspondia a 0,6% do PIB brasileiro, sete anos
mais tarde em 2011 esse percentual já era de 3,8% do PIB.

FONTE: BCB

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FONTE: BCB

FONTE: BCB

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FONTE: BCB

1.3 As vantagens do crédito consignado

As modalidades de crédito – popularmente conhecidas como “empréstimos” –


oferecidas pelas instituições financeiras são responsáveis por movimentações
financeiras que passam da barreira dos trilhões de reais, todos os anos, no Brasil. É cada
vez maior o número de pessoas que recorrem ao crédito para poderem adquirir bens ou
realizar projetos dos mais variados tipos devido as vantagens do empréstimo
consignado.

Em meio a essas modalidades, que tradicionalmente envolvem uma taxa de juros alta
diante do alto risco de inadimplência, uma que vem ganhando bastante popularidade é
o Empréstimo Consignado, que possui características distintas e maiores benefícios
para o consumidor.

MODALIDADES DE CRÉDITO CONSIGNADO

Existem diversas modalidades de Empréstimo Consignado, geralmente voltadas para


classes específicas, como aposentados e pensionistas do INSS, empregados de empresas
privadas conveniadas com instituições financeiras específicas e servidores públicos.

Cada uma dessas modalidades tende a oferecer determinados benefícios e vantagens,


como taxas de juros menores. É importante ressaltar que os benefícios e taxas praticados
variam entre as instituições financeiras.

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Apenas a título de exemplo, o Banco Santander, pratica juros anuais de cerca de 21%
para empréstimos consignados a servidores públicos; para aposentados/pensionistas do
INSS, essa taxa sobe para 28%, enquanto para empregados de empresas privadas os
juros são de cerca de 27%.

Essas variações ocorrem devido a segurança que os bancos tem de receber de cada
órgão e quanto maior o risco de inadimplência maiores costumam ser as taxas. Apesar
que essas mesmo quando mais altas ainda sim, são mais baratas que em outras
modalidades de crédito.

VANTAGENS DO EMPRÉSTIMO CONSIGNADO

Como explicamos acima, o empréstimo consignado é bom para quem pega o dinheiro
emprestado e para quem empresta. Como a maioria das modalidades de empréstimo
consignado são voltadas para classes específicas (aposentados ou pensionistas do INSS,
servidores públicos, oficiais das Forças Armadas, etc.) que possuem relativa
estabilidade financeira, com vencimentos garantidos, as empresas que emprestam o
dinheiro podem oferecer condições mais atrativas, pois terão a certeza de que serão
pagas.

Abaixo listamos algumas das principais vantagens do empréstimo consignado:

 Parcelas mensais com valores fixos


 Parcelamento em até 60 meses (cinco anos!)
 Juros menores do que as taxas de outros tipos de crédito
 Desnecessidade de consulta a órgãos protetores de crédito (como SPC e Serasa)
 Dispensa de fiador e avalista
Além dos benefícios financeiros, como as parcelas fixas, em valores compatíveis com o
seu orçamento e sem juros exorbitantes, o Empréstimo Consignado é debitado
diretamente no seu contracheque. Logo, você não precisa se preocupar em encaixar a
parcela no seu orçamento mensal, correndo o risco de ficar inadimplente e se envolver
em um emaranhado de dívidas.

Outro ponto positivo é que ele possui um percentual máximo que pode comprometer o
pagamento desse funcionário. Assim, o crédito consignado não pode ter parcelas
superiores a 30% da renda da pessoa. Porém, se esse percentual for menor, nada impede
da pessoa ter mais de um empréstimo, desde que a soma de ambos não ultrapassem esse
mesmo limite.

No entanto, é fundamental que o cliente analise com cuidado os termos do contrato e o


impacto das parcelas no seu orçamento, de modo a não ficar “sufocado” com as
prestações do Empréstimo Consignado. Isso é muito importante porque querendo ou
não ele vai deixar de receber parte do pagamento para quitar o valor da parcela e isso
pode desequilibrar as finanças.

2. ATUAÇÃO DOS CORRESPONDENTES BANCÁRIOS

Atualmente as principais atividades do correspondente bancário é atuar como


agente intermediário entre os bancos e instituições financeiras autorizadas pelo BC

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(Banco Central) e clientes interessados em empréstimos, financiamentos e crédito
pessoal e serviços bancários.
A lei que regulamenta essa atividade é a Resoluções Bacen nºs 3110 e 3156, ambas
de 2003, ela estabelece que correspondentes bancários poderão exercer alguns
serviços específicos para bancos e instituições financeiras autorizadas pelo Banco
Central do Brasil:
– encaminhamento de propostas de abertura de contas de depósitos à vista, a prazo
ou poupança;
– podem receber e pagar de contas, aplicação e resgates em fundos de
investimentos;
– efetuar ordens de pagamentos;
– fazer pedidos de empréstimos e financiamentos;
– fazer analise de crédito e cadastro;
– terceirizar serviços de cobranças;
– enviar pedidos de cartões de créditos;
– e atuar no processamento de dados.

Em contratos formalizados entre para prestação de serviços de correspondente


bancário, o banco ou instituição financeira celebra um contrato com a empresa
interessada nesta atividade e nele constam no mínimo, as seguintes cláusulas:

– garantia total de responsabilidade da instituição autorizada pelo Banco Central


pelos serviços prestados pelo correspondente bancário ou não bancário;
– que garantam o total acesso do Banco Central do Brasil a todas as informações,
dados e documentos relativos à empresa contratada e à suas operações;
– subestabelecimento do contrato a terceiros, ou seja, a empresa não poderá
repassar o contrato à outra prestadora de serviços que precise da autorização
expressa do banco ou da instituição financeira contratada.
O correspondente bancário ou não bancário está proibido de:

– adiantar recursos a serem liberados pelo banco ou instituição financeira;


– emitir carnês ou títulos a seu favor referentes aos serviços que este preste;
– cobrar de qualquer taxa, tarifa ou comissão, por sua conta, pelos serviços de
intermediação prestados aos clientes;
– garantir nas operações prestadas como executadas, ou seja, quem aprova, faz a
liberação é o banco ou instituição.

No quesito operacional da atividade, os acertos financeiros (comissões, premiações


etc.) entre o correspondente e a respectiva instituição financeira devem ocorrer de
acordo com o proposto em contrato (diariamente, de dois em dois dias, semanal,
quinzenal ou mensal no máximo), outro detalhe que não se pode esquecer é fato
do correspondente bancário ser um simples prestador de serviços ao banco ou
instituição financeira contratantes.

A correspondência bancária em empréstimos consignados, empréstimo pessoal e


financiamentos imobiliários tem se mostrado uma excelente fonte para geração de
receita com comissões atraentes por contrato concedido.
A má noticia é que os critérios para credenciamento de novas empresas estão muito
mais rígidos, fora que vez ou outra as instituições financeiras pagam comissões

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excelentes devido à concorrência na ofertas de crédito e taxas em determinados
períodos, mas de uma hora para outra se juntam e derrubam as comissões a níveis
insustentáveis.

Ser correspondente de bancos, financeira ou instituições de crédito devidamente


credenciadas pelo BC ainda é uma ótima oportunidade de ganhar dinheiro
trabalhando.

2.1 A evolução da regulamentação dos correspondentes

Em 5 de marco de 2001, foi realizada em Brasília a reunião da Quinta Rodada de


Interlocução Política do Conselho da Comunidade Solidária (gestão 2001-2002) sobre o
tema “A Expansão do Microcrédito no Brasil”. Essa reunião foi o ponto de um processo
desencadeado desde 1997 e que já havia gerado em 1999 a proclamação de
algumas medidas que foram tomadas pelo Governo Federal para regulamentar as
atividades de microcrédito no País, entre as quais se destacam a regulamentação
das Oscips e das SCMs. Participaram desta Rodada de Interlocução Política e/ou
foram consultadas diversas personalidade nacionais e internacionais, entre as quais
se pode destacar os nomes de Armínino Fraga (presidente do Banco Central na
época), Celso Lafer (Ministro das Relações Exteriores), Francisco Gros (presidente
do BNDES), Raul Jungmann (Ministro do Desenvolvimento Agrário), Ruth
Cardoso (Comunidade Solidária) e Muhammad Yunus (Grameen Bank), entre
muitos outros nomes de expressão.

A partir desta reunião foi produzido um documento (Comunidade Solidária,


2001) que expressava as preocupações do governo na época com relação à expansão do
microcrédito no Brasil que, mesmo com a estabilização da economia e as
regulamentações de 1999, não progredia a contento. Neste documento são feitas
duas menções importantes aos correspondentes bancários, que já tinham iniciado seu
processo de crescimento vertiginoso propiciado pelas regulamentações de
2000, ambas na Comissão de Marco Legal, uma das quatro criadas para agilizar
a discussão sobre a expansão do Microcrédito no país. Na primeira menção, para a
proposta de permitir que as SCMs pudessem se tornar correspondentes bancários, se
optou pelo encaminhamento de não se permitir tal arranjo. Na segunda menção, foi
proposto que os correspondentes fossem utilizados para no repasse de recursos de
uma agência ou órgão central de microcrédito, o que também não foi aceito pelo
Comitê Executivo desta comissão.
Enquanto isso, o correspondente bancário já havia sido identificado como sendo
a solução tecnológica necessária para a implementação de programas assistenciais,
como o Bolsa Escola, criado em 2001 com objetivo de fornecer ajuda financeira
a famílias pobres que mantivessem seus filhos na escola. Sem a infra-estrutura
tecnológica dos correspondentes não haveria como atingir as regiões mais pobres
do país, as quais não tinham acesso a serviços financeiros (Stal, 2002). Em
paralelo, crescia o interesse dos bancos comerciais na figura do correspondente,
pressionados para criar alternativas de expansão do mercado e também
interessados em aliviar o movimento não clientes nas agências, que avolumavam

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as transações nos caixas com serviços de menor valor agregado, como pagamentos
de contas.
Ainda em 2002, relatório do PDI, Programa de Desenvolvimento
Institucional (Nichter et al, 2002), criado para cooperação técnica entre o BNDES
e o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID – com o objetivo de
fortalecer o segmento microfinanceiro no Brasil, apontava entre as estratégias
sugeridas para as IMFs no sentido de expandir o microcrédito no Brasil, a
utilização de canais alternativos de distribuição. Embora não haja menção ao
papel dos correspondentes bancários, neste relatório se enfatiza a necessidade de
buscar canais alternativos que tenham maior alcance, possibilidades ampliadas de
produtos, custos reduzidos de operação e maior conveniência para os clientes. O
relatório ainda aponta explicitamente exemplos de canais alternativos: lojas,
fornecedores, postos de combustível, empresas de telefones celulares, e até bancas
de jornal. Ao comentar a entrada de instituições financeiras tradicionais, como os
bancos comercias, no mercado de microfinanças, é citado que eles iriam
aproveitar a sua infra-estrutura existente e, possivelmente, partiriam para procurar
parcerias com redes de distribuição alternativas.

Já em abril de 2003, num documento (Ministério da


Fazenda, 2003) que apresenta as suas prioridades da agenda econômica para o ano, o
Ministério da Fazenda explícita que, para ampliar o mercado de crédito e o acesso
a serviços financeiros à população de baixa renda seria preciso fortalecer
mecanismos como o dos correspondentes bancários. O documento termina
com a constatação de que os correspondentes já representavam um impacto
imediato para “40 milhões de pessoas que vivem nas periferias das grandes cidades e
até então não tinham acesso a serviços financeiros”. Em julho do mesmo ano, é
promulgada a Resolução 3.110, que flexibiliza a entrada de outras instituições
financeiras autorizadas pelo Banco Central, inclusive as SCMs, anteriormente
impedidas de operarem como correspondentes, e a ampliação do leque de serviços
oferecidos nos correspondentes, abrindo formalmente o canal para que microcrédito e
correspondentes pudessem andar juntos. Pode-se dizer que as políticas governamentais
de incentivo ao microcrédito e ao crescimento dos correspondentes bancários são
dois lados da mesma estratégia regulatória: de um lado, passa-se a requerer dos
bancos uma maior atenção aos segmentos mais pobres da sociedade; de outro dá-
se a eles condições de atingir essa população a custos relativamente baixos, pelo uso
de correspondentes.

3. FORMAÇÃO DO SPRED BANCÁRIO

O spread bancário é medido pela diferença entre o custo de um empréstimo e a


remuneração paga ao poupador. Há inúmeros fatores que definem o spread cobrado

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pelo banco, destacando-se principalmente a liquidez, risco da operação e garantias
oferecidas e maturidade.” (Assaf Neto, 2014, p.141)1

Inadimplência – 29%

A inadimplência nada mais é do que uma estimativa de perdas em função do não


pagamento dos empréstimos por parte dos clientes. A partir do cálculo de risco do
crédito, as instituições bancárias reservam uma fração de seu patrimônio para não sofrer
prejuízo, caso não recebam o pagamento dos clientes.

Compulsório – 4%

Este item representa os gastos envolvidos no direcionamento obrigatório de recursos


pelos bancos. Por exemplo, o BC (Banco Central) exige que as instituições bancárias
façam depósitos compulsórios de mais de 40% de suas captações de recursos à vista.

Impostos diretos – 22%

Os impostos diretos é a soma das despesas dos bancos junto ao IR (Imposto de Renda) e
a contribuição social sobre o lucro líquido.

Agora, dois componentes que são passíveis de negociação:

Margem líquida – 33%

Inclui a margem de lucro dos bancos e também possíveis erros e omissões das
estimativas e dados mensurados.

Custo administrativo – 12%

Representa as despesas do banco em geral. Inclui, por exemplo, o pagamento de salários


e benefícios, manutenção de agências, caixas eletrônicos e escritórios, investimentos em
tecnologia, publicidade e propaganda, entre outros.

Temos assim que 62% do Spread é passível de ser negociado, o que é bastante
interessante, principalmente frente aos altos spreads brasileiros.

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FONTE: BCB

FONTE: BCB

Composição do spread varia de acordo com funding, diz BC.

Por Eduardo Campos, Fabio Graner e Cristiane Bonfanti. 8/02/2017. 05h00

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O lucro dos bancos responde por mais da metade do spread em grande parte das
operações de crédito feitas pelas pessoas físicas. Isso é o que aponta dados apresentados
pelo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, em painel de discussão sobre a
diferença entra a taxa de captação e o custo do dinheiro para o tomador final do crédito,
o spread bancário.
O BC não fazia essa decomposição publicamente desde 2015, quando avaliou
dados de 2014. Os números contrariam, ao menos em parte, a tese de que o custo do
dinheiro é alto especialmente porque a inadimplência é elevada. O custo mostra maior
relação com o tipo de funding, se direcionado ou livre.
Na decomposição do "crédito livre com taxas prefixadas", que abarca a imensa
maioria das operações feitas pelas pessoas físicas, o spread médio no período foi de
35,2 pontos, sendo 18,5 pontos - ou 53% do total - referente ao lucro das instituições
financeiras. Os impostos diretos (CSLL e Imposto de Renda) respondem por 7 pontos,
ou cerca de 20%.
A inadimplência aparece em terceiro lugar respondendo por outros 6,5 pontos,
ou 18,5% do total. O restante do spread é dividido entre custos administrativos, com 2,2
pontos, e compulsórios, encargos fiscais e Fundo Garantidor de Crédito (FGC) com 1,2
ponto.

Inadimplência passa a ter maior peso no spread bancário, diz BC.


Por Marcela Ayres, da Reuters. 9/03/2017, 16h02.

O Banco Central apontou nesta quinta-feira a inadimplência, no lugar do lucro


dos bancos, como o componente de maior peso para o spread em grande parte das
operações de crédito feitas pelas pessoas físicas.
O spread bancário –diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa
efetivamente cobrada ao consumidor final – entre os anos de 2011 a 2016 para a
modalidade de crédito livre com taxas prefixadas, que responde pela maior parte dos
financiamentos contratados por famílias, ficou praticamente inalterado em 35,0 pontos,
contra 35,2 pontos em apresentação divulgada no mês passado.
Mas o lucro dos bancos, que antes aparecia com maior representatividade, caiu a
11,9 pontos, contra 18,5 pontos.
Já a inadimplência, que antes respondia pelo terceiro componente de maior peso
no spread, assumiu a dianteira no cálculo, subindo a 13 pontos, ante 6,5 pontos.
Impostos diretos (CSLL e Imposto de Renda) tiveram seu peso elevado, mas em
menor dose, passando de 7,0 para 7,9 pontos.
Por sua vez, custos administrativos caíram de 2,2 a 1,1 ponto. Já a parcela
referente ao compulsório e a encargos fiscais ficou em 1,1 ponto, contra 1,2 ponto antes.

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Em nota, o BC afirmou que os números mudaram “em função da atualização e
revisão da base de dados”. Questionado por mais detalhes sobre a alteração, a
autoridade monetária não respondeu imediatamente.
Desde o fim do ano passado, o BC tem divulgado ações no sentido de promover
a redução estrutural do custo do crédito, em meio ao cenário de forte recessão da
economia, que elevou o desemprego e acertou em cheio a renda das famílias.

BIBLIOGRAFIA

http://exame.abril.com.br/economia/inadimplencia-passa-a-ter-maior-peso-no-spread-
bancario-diz-bc/

http://www.valor.com.br/financas/4862016/composicao-do-spread-varia-de-acordo-
com-funding-diz-bc

http://www.emprestimoconsignado.org/vantagens-do-emprestimo-consignado

https://cmsportal.febraban.org.br/Arquivos/documentos/PDF/Panorama%20de%20Cr%C3%A
9dito_DEZEMBRO_2017.pdf

http://www.bcb.gov.br

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