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Apostila - Nassar PDF
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MÁQUINAS DE
ELEVAÇÃO E
TRANSPORTES
1
Classificação das Principais Máquinas de Elevação e Transporte
I. Veículos de Transporte
A) Talhas
- Polias
- Talhas helicoidais
- Talhas de engrenagem frontal
- Talhas elétricas
- Carros de ponte para talhas
B) Guinchos
- Guinchos de cremalheira
- Macaco de rosca
- Macaco hidráulico
- Guinchos manuais
- Guincho móvel manual
- Guinchos acionados por motor elétrico
C) Guindastes
- Guindastes de ponte (pontes rolantes)
- Guindastes móveis de paredes
- Guindastes de cavaletes (pórticos e semi-pórticos)
- Pontes de embarque
- Guindaste de cabo
A) Correias Transportadoras.
B) Transportadores Articulados: Esteira Articulada, Transportador de Canecas,
Transportador Circular, Transportador Raspador e Transportador de Correntes.
C) Hélices Transportadoras.
D) Transportadores Oscilantes.
E) Mesas de Rolos
F) Instalações Pneumáticas e Hidráulicas de Transporte.
2
2. VEÍCULOS DE TRANSPORTE
- Roda Maciça de Borracha com Mancais de Rolamento sobre Asfalto R = 0,012 a 0,014
- Roda Pneumática com Mancais de Rolamento sobre Asfalto R = 0,014 a 0,016
- Roda Pneumática com Mancais de Rolamento sobre Paralelepípedo R = 0,020 a 0,025
- Roda de Aço com Mancal de Rolamento sobre Trilho R ≈ 0,006
- Roda de Aço com Mancal de Deslizamento sobre Trilho R ≈ 0,020
3
No caso de rodas de aço sobre trilhos os cálculos detalhados podem ser obtidos nas referências
(Dubbel e Ernst Vol. I).
b) Resistência à Inclinação (Fi): Neste caso devem ser consideradas as forças devido a influência da
aceleração da gravidade no plano inclinado.
c) Resistência à Aceleração (Fa): Este valor é dividido em duas partes: massas de translação (Fat) e
massas de rotação (Far).
a) Potência do Motor para Velocidade Constante e Trecho Horizontal (Ph): Deve ser calculado na
expressão a seguir:
Fr × V
Ph = (W)
η
Onde:
Fr = Ft x R (Ft corresponde ao peso total sobre as rodas de apoio) – (Newtons)
b) Potência do Motor para Velocidade Constante com Inclinação (Pi): Neste caso devem ser
consideradas as forças conforme um plano inclinado. A expressão para o cálculo é obtida a seguir:
Fr × Cos(α ) × V Ft × Sen(α ) × V
Pi = + (W)
η η
Onde:
α = Inclinação da pista, (normalmente deve ser considerado valor mínimo de 5%)
Ft × V 2
Pat = (W)
g×ta × η
4
- Massas em Rotação: A aceleração das massas em rotação do motor de acionamento, das
engrenagens, acoplamentos, etc. requer, no raio da roda motriz uma força perimetral:
1⎛ ω ω ω ⎞ 1 a
Far = ⎜⎜ Θ1 × ε1 × 1 + Θ 2 × ε 2 × 2 + .......... + Θ n × ε n × n ⎟⎟ = × Θ red × ε Tr = Θ red × 2 (Newtons)
r⎝ ω Tr ω Tr ω Tr ⎠ r r
2 2 2
⎛ω ⎞ ⎛ω ⎞ ⎛ω ⎞
Θ red = Θ1 × ⎜⎜ 1 ⎟⎟ + Θ 2 × ⎜⎜ 2 ⎟⎟ + ............ + Θ n × ⎜⎜ n ⎟⎟
⎝ ω Tr ⎠ ⎝ ω Tr ⎠ ⎝ ω Tr ⎠
Onde:
Far = Resistência a Aceleração das Massas de Rotação – (Newtons)
a = Aceleração – (m/s2)
Tar × ω Tr
Par = (W)
η
Onde:
Tar = Torque de Aceleração das Massas Rotativas
Tar = Far × r (N × m)
V V
ω Tr = e a=
r ta
Θ red × V 2
Par = (W)
r 2 × ta × η
5
O cálculo da Potência de Aceleração Pa é obtido pela soma de Pat e Par.
Ft × V 2 Θ × V2
Pa = + 2 red (W)
g × ta × η r × ta × η
Ft × V 2
Pa = (1,1 até 1,2) x (W)
g × ta × η
A potência mínima requerida para o motor deve ser escolhida com as seguintes condições:
Pm = Ph ou Pm = Pi
(2) Quando Pa ≥ Ph ou Pa ≥ Pi
Para a especificação da rotação do motor deve ser definido o valor da redução para obter a
velocidade especificada para o veículo.
Após a definição da rotação deve ser escolhido o motor no catálogo dos fornecedores.
O freio do veículo é montado no eixo do motor da translação. A especificação do freio depende
do torque do motor especificado. Para o freio eletromagnético o torque mínimo de frenagem deve
corresponder a 50% do torque do motor.
Exemplo de Cálculo:
Solução:
Temos que:
6
a) Cálculo da potência para velocidade constante em superfície plana.
2600000 0,667 2
Pa = 1,2 × × = 46268 (W)
10 4 × 0,75
Considerando que o valor de Ph é superior ao valor de Pa, a potência mínima requerida para o
motor de translação deve ser de 57,81 (KW).
No caso específico deste equipamento outras condições da aplicação também são consideradas
para o dimensionamento do motor. Este carro foi dimensionado para rebocar um outro veículo
motorizado para situação de emergência. Neste caso a potência real do motor especificado foi de 75
(KW).
No cálculo do valor de Ph foi adotado um elevado valor para a resistência ao movimento (R),
correspondente a 0,025. Este valor refere-se às condições do local da aplicação que pode ter sujeira
sobre o trilhos, aumento a resistência ao movimento. O valor adotado corresponde ao maior valor
da tabela.
Para a especificação do tipo de motor também deve ser considerado o equipamento elétrico
utilizado para o controle da velocidade. Atualmente existem diversas alternativas para este controle,
para maiores esclarecimentos deste assunto devem ser consultadas as especificaçoes sobre o
acionamento das máquinas elétricas.
Dimensionamento da Estrutura:
Além dos fatores descritos acima, as características da geometria pode influenciar nos esforços
estruturais, principalmente no que se refere a concentração de tensões.
A escolha de uma geometria adequada também pode permitir a redução do peso da estrutura.
A figura 1 mostra duas formas construtivas para um veículo usado em uma mesma aplicação. A
figura 1.a mostra um tipo de construção onde o conjunto de acionamento esta aciplado a apenas
dois conjuntos de rodas. Na figura 1.b o veículo pode ter até 4 conjuntos de motorizações
independentes acoplados diretamente aos conjuntos de rodas. Esta condição garante uma maior
confiabilidade ao veículo 1.b, porém o custo do investimento é muito superior.
7
Figura 1.a: Carro com 1 Motorização e 2 Conjuntos de Rodas Motrizes
8
Estimativa do Peso. Condições de Carregamento. Tensões Admissíveis.
Exemplo de Cálculo:
Calcular a tensão máxima atuante na viga principal do carro de transferência de panela de aço,
representado na figura 1.a, considerando as especificações descritas na Tabela 1.
A viga principal coresponde à parte do veículo que distribui o peso do carro e da carga sobre as
rodas de apoio. Esta parte da estrutura deve ser dimensionada para suportar as cargas estáticas e
dinâmicas do equipamento e garantir a durabilidade prevista em função do ciclo de trabalho e das
condições ambientes.
De uma maneira geral o dimensionamento da estrutura principal deve considerar os seguintes
passos:
9
(1) Determinar os pontos de aplicação da carga;
(2) Calcular as reações de apoio;
(3) Calcular o momento máximo;
(4) Determinar as propriedades da secção de momento máximo;
(5) Calcular os níveis de tensões nos pontos críticos da secção;
(6) Comparar com a tensão admissível do material.
(1) Determinar os pontos de aplicação das cargas: Com base na figura 1.a são definidas as
cargas aplicadas à estrutura, conforme figura 2.
W4 W1
W3 W2
R1 R2
Na figura 2 temos:
(2) Cálculo das reações de apoio: Considerando a viga principal bi-apoiada no centro dos
conjuntos de roda do veículo, temos:
∑F = 0
∑MdireitaA = ∑MesquerdaA
10
R 1 + R 2 = W1 + W2 + W3 + W4
R 1 + R 2 = 2507000 (N)
Obs: O valor de 260 toneladas considera o peso dos 4 conjuntos de rodas que não estão
apoiados sobre a estrutura do carro.
Obs: Para o cálculo dos momentos as cargas distribuídas foram consideradas concentradas em
seus respectivos centros de gravidade. Foi considerado o momento na extremidade direita do
veículo considerando a figura 2.
R1 = 1272000 (N)
R2 = 1235000 (N)
3,9 2 × w q 1,5 × W1
M A = 2,9xR 2 − −
4 8
Obs: O valor wq corresponde à carga distribuída W2 na extensão de 9,4 metros da viga principal.
Portanto: wq = W2/9,4 = 39361,7 (N/m).
11
a
b c d
1
Ia = × 1190 × 25 2 + 25 × 1190 × 457,5 2 6228410417
12
1
Ib = × 19 × 890 3 1116200917
12
1
Ic = × 22 × 890 3 1292443167
12
1
Id = × 22 × 890 3 1292443167
12
1
Ie = × 1190 × 25 2 + 25 × 1190 × 457,5 2 6228410417
12
I 16157908090
I
ZA = (H = 940 mm)
( H / 2)
ZA = 34378528 (mm3)
12
(5) Calculo da tensão na secção crítica: Com o valor do momento e do módulo de resistência à
flexão é calculada a tensão de flexão máxima na secção crítica. Deve ser observado que o valor do
momento deve ser dividido entre as duas vigas principais, conforme equação abaixo:
MA 305683360
σA = = = 4,45 (kgf / mm 2 )
2 × Z A 2x 34378528
A tensão admissível conforme NBR 8400 para σescoamento/ σruptura = 0,625 < 0,7, será:
A tensão admissível com relação à fadiga é definida nos gráficos e tabelas do Anexo G da NBR
8400. Para o aço ASTM A36 obtemos que o valor de tensão admissível quanto a fadiga para
estrutura de construção soldada é da ordem de 16 (kgf/mm2).
Verificamos que os valores das tensões admissíveis são superiores ao valor da tensão de
trabalho.
13
2.3. Projeto do Sistema de Acionamento:
Engrenagens
Acoplamentos
Redutor
Motor
Freio
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2.3.2. Cálculo da Redução:
A redução do sistema de acionamento deve garantir que a velocidade do veículo esteja dentro
do valor estabelecido na especificação. Os fatores que influenciam no dimensionamento são:
rotação do motor e diâmetro da roda.
Considerando um veículo com velocidade de translação V, a rotação nr da roda de diâmetro dr
deverá ser:
V
nr =
π × dr
nm
it =
nr
π × dr × nm
it =
V
A redução pode ser feita em um único redutor (figura 1.b) ou em reduções consecutivas (figura
1.a e figura 4).
A translação do veículo é obtida pela transmissão do conjugado do motor (torque) até as rodas
motrizes através de um conjuntos de elementos mecânicos dimensionados para atender às condições
da aplicação.
Na construção da transmissão existem componentes que são selecionados nos catálogos dos
fabricantes e outros projetados para atender as condições específicas da aplicação. Para alguns casos
o conjunto de transmissão pode ser padronizado, sendo selecionado no catálogo do fabricante com
base nas condições de carga e adaptado à geometria do veículo (figura 5 aplicado no carro 1.b).
Determinadas aplicações exigem que alguns componentes, como eixos, engrenagens e às vezes o
próprio redutor, sejam projetados para as condições específicas (figura 4 aplicado no carro 1.a).
Todos os componentes do sistema de transmissão, especificados através de catálogos ou
projetados, devem atender aos requisitos da norma adotada para o dimensionamento do veículo.
Para este caso existem normas específicas deste tipo de equipamento (NBR 8400) e normas
aplicadas ao projeto de elementos mecânicos (AGMA, DIN e a própria NBR).
Na análise dos esforços da transmissão são definidas as tensões de trabalho, que devem levar em
consideração fatores como: tipo de aplicação, ciclo de operação e fator de segurança. Os elementos
mecânicos, com base nas caracterísiticas do projeto e material especificado, devem possuir tensões
admissíveis superiores às tensões de trabalho. O critério de dimensionamento aplicado pode
considerar a ruptura, fadiga ou o desgaste, dependendo do tipo de componente. Na determinação
das tensões admissíveis são considerados, além das propriedades do material, fatores como:
dimensões da peça, concentração de tensões, corrosão e acabamento superficial.
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Figura 5: Motorização aplicada no Veículo da Figura 1.b – Acionamento direto na roda
A seguir são apresentados os cálculos e especificações dos principais elementos deste sistema
de transmissão.
a) Especificação do Motor:
No item 2.1.3. foi calculada a potência mínima requerida para o motor elétrico, sendo obtido o
valor de 57,81 (KW). Para as condições reais da aplicação este veículo também deve ser utilizado
para algumas operações de emergência. Nestas situações este veículo será utilizado para rebocar
outro equipamento no mesmo caminho de rolamento (ver memorial de cálculo Kawasaki). Nesta
condição será necessária uma potência de 75 (KW), já considerando a disponibilidade de motores
padronizados.
A especificação da rotação do motor depende do diâmetro da roda e da redução total do sistema.
O valor do diâmetro da roda é definido em função do peso total do veículo e da carga, conforme
item e.1.4 este valor é de 800 mm. A taxa de redução é definida em conjunto com a rotação do
motor. A rotação do motor é definida pelo número de polos. Neste caso será adotado um motor de
900 rpm, 8 pólos. Para motores com rotação superior seria necessária uma taxa de redução muito
elevada para o espaço disponível. Com este motor a taxa de redução total será de 1/56,55, conforme
equação do item 2.3.2.
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Item Valor Observação
Potência 75 KW Dimernsionamento
Número de Polos 8 Define a rotação
Fator ED 40% Classe de Utilização
Rotação 900 rpm Definido pela velocidade
Carcaça Normalizada 315 M Ver catálogo fornecedor
Classe de Isolação F Característica da Aplicação
Voltagem 440 V Alimentação elétrica
Frequência 60 Hz Alimentação elétrica
GD2 24 kgxm2 Θ = GD2/4 (ver. unidades)
Corrente máxima do motor 130 Ampéres Especificação do motor
Torque máximo do motor 81 kgfxm x 150% Controle do Painel
Torque na partida 81 kgfxm x 100% Controle do Painel
A escolha do motor é feita nos catálogos dos fabricantes com base nas especificações da
tabela.
b) Especificação do Freio:
c) Redutor:
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ideal de pares de engrenamento com os respectivos número de dentes. Em seguida podem ser
verificadas as dimensões das engrenagens pela capacidade de carga requerida pelo equipamento.
Após a definição das dimensões das engrenagens, são calculados os eixos, rolamentos, chavetas
e demais componentes da carcaça do redutor. Este cálculo deve atender os critérios de
dimensionamento mencionados anteriormente.
A figura 6 apresenta os componentes rotativos do redutor do veiculo que serão dimensionados
em seguida:
Engrenagem de Saída
Eixo de Saída
Engrenagem Intermediária
Motor de Acionamento
Este redutor terá a redução total de 1/28,91, sendo a redução final realizada pela transmissão por
engrenagem das rodas.
Os critérios de cálculo seguem a Norma AGMA 420.04 (Practice for Enclosesd Speed Reducers
or Increasers Using Spur, Helical, Herringbone and Spiral Bevel Gears).
A tabela 6 a seguir apresenta as características geométricas básicas para a verificação do
dimensionamento das engrenagens.
O dimensionamento destas engreagens deve atender dois requisitos para garantir o desempenho
requerido:
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Especificação Dados Para Projeto
Potência Requerida de Projeto 75 KW (104 HP)
Rotação de Entrada 900 rpm
Rotação de Saída 31,14 rpm (3,26 rd/s)
Redução 1/28,9
Aplicação Translação de Carro de Transferência
N d × CosΨ
DPn = ; (m n = )
d × CosΨ N
3) O “Pitch Diameter” é o mesmo que o circulo primitivo. As engrenagens não sofreram correção
nos dentes.
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1) Resistência do dente à fadiga: refere-se à capacidade da engrenagem transmitir a potência
requerida sem que ocorra a ruptura do dente por fadiga:
np × d × K v F J S × KL
Paf = × × × af (AGMA 221.02)
126000 × K o K m K s × Pd K R × K T
J
P af = K 1 × K 2 × K 3 × (AGMA 420.04)
Pd
No caso do dimensionamento pela AGMA 420.04 a Potência de Serviço será obtida por:
Paf
Potência de Serviço =
CSF
Os valores referentes aos cálculos das engrenagens da figura 6 são mostrados na tabela 6.
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Substituindo os valores nas fórmulas tem-se:
Primeiro Par
AGMA 221.02. Capacidade de Potência pela Resistência do Dente - Fadiga
0,42
Paf = 0,025 × 3,7 × 49000 ×
4,115
- Pinhão:
Paf = 462,60 (HP)
0,58
Paf = 0,025 × 3,7 × 42800 ×
4,115
- Engrenagem
Paf = 558,00 (HP)
Todos os valores obtidos acima são superiores ao valor requerido de 104 HP.
No caso da AGMA 420.04 está previsto a utilização do fator CSF, cujo valor máximo neste
casoé 2. Neste caso o valor mínimo de potência será 231,3 HP (considerando o pinhão) que é
superior ao valor requerido de 104 HP.
No caso da AGMA 221.02 o fator Ko considerado com valor superior a 1, sendo o valor máximo
da tabela 3 igual a 2,25. Neste caso a potência admissível será de 165,22 HP (considerando o
pinhão), que ainda é superior ao valor requerido de 104 HP.
21
Segundo Par
AGMA 221.02. Capacidade de Potência pela Resistência do Dente - Fadiga
0,40
Paf = 0,005 × 6,9 × 49000 ×
3,175
- Pinhão:
Paf = 212,98 (HP)
0,57
Paf = 0,005 × 6,9 × 42800 ×
3,175
- Engrenagem
Paf = 265,10 (HP)
np × F I × Cv ⎡ S × d CL × CH ⎤
Pac = × × ⎢ ac × ⎥ (AGMA 211.02)
126000 C s C m C f C o ⎢⎣ C p C T × C R ⎦⎥
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Ref. Nome 1.o Par 2.o Par Observação
np,ng Rotação pinhão/coroa (rpm) 900/161,79 161,79/31,14 Especificação Motor
F Largura Efetiva do Dente 4,724 10 ver desenho
I(1) Fator de Geometria 0,237 0,230 AGMA 211.02
Cv (
Fator Dinâmico 78 78 + V ) 0,72 0,85 AGMA 211.02 fig. 6
Cs Fator de Tamanho 1,0 1,0 AGMA 211.02 item 7
Cm Fator de Distribuição de Carga 1,50 1,50 AGMA 211.02 tab. 1
Cf Fator de Condição da Superfície 1,0 1,0 AGMA 211.02 item 8
Co Fator de Sobrecarga 1,00 1,00 AGMA 211.02 tab. 2
Saf Tensão Admissível de Contato 120000 120000 AGMA 211.02 tab. 5
d Diâmetro Primitivo Pinhão/Coroa (in) 3,8875 4,775 ver desenho
CP Coeficiente de Elasticidade 2300 2300 AGMA 211.02 tab. 6
CL Fator de Vida 1,0 1,0 AGMA 211.02 fig. 7
CH Fator de Relação de Dureza 1,01 1,01 AGMA 211.02 fig. 8
CT Fator de Temperatura 1,0 1,0 AGMA 211.02 item 13
CR Fator de Segurança 1,0 1,0 AGMA 211.02 tab. 2
C1 n p × d 2 × C v 126000 0,075 0,023 AGMA 420.04 fig. A8/A14
C2 F / Cm 3,5 7,4 AGMA 420.04 fig. A15
⎛ m G ⎞ ⎛ S ac ⎞
C3 0,225 × ⎜⎜ ⎟⎟ × ⎜ ⎟ 720 710 AGMA 420.04 fig. A18
m − 1 ⎜C ⎟
⎝ G ⎠ ⎝ p⎠
C4 (CL )2 1 1 AGMA 420.04 fig. A20
(1) O valor de I é obtido com precisão no Apêndice A da norma AGMA 211.02 de fev. 1969.
Tabela 8:Valores Referentes ao Cálculo de Resistência ao Desgaste
AGMA 420.04 e AGMA 211.02
Neste caso o pinhão do segundo par esta no limite de dimensionamento. O fator de sobrecarga
(AGMA 211.02) e o fator de serviço (AGMA 420.04) foram considerados iguais a 1.
23
c.2) Dimensionamento dos Eixos e Rolamentos:
W
Wr n
t
Wa
Wt
I II
Wt1
900 rpm
Wa
R2 R1
Φn = 20o e ψ = 13,54o.
P 75000 (W)
T1 = = = 795,8 (N × m)
ω1 94,25 (rd s)
T1 × 2 795,8 × 2 × 1000
Wt1 = = = 16119 (N)
d p1 3,8875 × 25,4
24
Força Radial: Wr1 = 6.034,6 (N)
Força Tangencial: Wt1 = 16.119 (N)
Força Normal: W1 = 17.644 (N)
Força Axial: Wa1 = 3.882 (N)
As forças serão divididas em dois planos: plano das forças radiais e forças tangenciais.
ΣF = 0
ΣM = 0
R 1r + R 2r = 6034,6
R 2r × 105 = R 1r × 375
R 1t + R 2 t = 16119
R 2 t × 105 = R 1t × 375
2 2
M If = M Ir + M It = 1176596,7 (Nxmm) (Momento de Flexão)
1 ⎛
× ⎜ M f + M f + M t ⎞⎟
2 2
Me =
2 ⎝ ⎠
Mf = 11994 (Kgfxcm)
Mt = 8112 (Kgfxcm)
M Ie =
1
2
( )
× 11994 + 11994 2 + 8112 2 = 13237 (Kgf × cm)
25
O valor da tensão equivalente na secção crítica, com diâmetro de 83 mm, será obtida na
equação:
M Ie M Ie × 32 13237 × 32
σ Ie = = = ∴ σ Ie = 236 (Kgf/cm 2 )
Z fI π × dI
3
π × 8, 3 3
σ Ie = 2,36 (Kgf/mm 2 )
K If = 2 × 1,65 × 1 × 1 = 3,30
σ Ifa 35,7
σ Iaf = = = 10,82 (Kgf/mm 2 ) (Este valor pela AGMA é de 14,64)
K If 3,30
Portanto:
σ Iaf > σ Ie = 2,36 (Kgf/mm 2 )
26
M It 8112 × 16
τ IIt = = = 0,81 (Kgf/mm 2 )
Z t1 π × 83
A Tensão Admissível de Fadiga, com relação ao cisalhamento, também pode ser obtida através
da NBR 8400, sendo o valor para este caso de τIIaf = 6,18 (Kgf/mm2).
Portanto, para a secção II a tensão admissível é superior ao valor da tensão aplicada.
Fe
T1 8112 8112
Fe = = = ∴ Fe = 2028 (Kgf)
d 2 8/ 2 4
2028
σ ec = ∴ σ ec = 2,54 (Kgf/mm 2 )
7 × 114
P = X × Fr + Y × Fa
27
Para a condição de melhor distribuição de carga o rolamento fixo, que recebe a carga axial, neste
caso deve ficar do lado de menor carga radial. A reação R1 é menor do que R2, portanto a carga
axial deve ser aplicada do lado de R1.
2 2
F1r = R 1r + R 1t ∴ F1r = 384 (Kgf)
Fa = Wa ∴ Fa = 396 (Kgf)
X = 0,67 e Y = Y2 = 4,40.
Aplicando a equação é calculada a vida para o rolamento fixo na posição 1 do eixo de entrada:
10 10
1.000.000 ⎛ C ⎞ 3
1.000.000 ⎛ 25790 ⎞ 3
L 10h1 = × ⎜⎜ ⎟⎟ = ×⎜ ⎟
60 × n ⎝ P1 ⎠ 60 × 900 ⎝ 2000 ⎠
No caso da posição 2, que somente recebe a carga radial (rolamento livre) tem-se:
10
1.000.000 ⎛ 25790 ⎞ 3
L10h2 = ×⎜ ⎟ ∴ L10h2 = 327.834 horas
60 × 900 ⎝ 1371 ⎠
28
Verificar neste caso o sentido dos ângulos de hélice das engrenagens, que garantem uma
compensação das cargas axiais no rolamento fixo (autocompensador 22220).
Para a construção dos planos de ação das forças radiais e tangenciais devem ser observadas as
condições do primeiro e segundo engrenamento.
As seccões críticas também estão apresentadas na figura 9.
III IV
Wr2
Wt2
161,80 rpm
16,94 rd/s
Wa1 Wa2
Wt1
Wr1
Esquema das
R4 R3
Forças de Engrenamento
Os cálculos referentes ao eixo de saída devem levar em consideração os dados da figura 10. O
rolamento utilizado é o autocompensador 23034. Para o dimensionamento devem ser efetuadas as
mesmas considerações dos eixos anteriores.
As forças radial, tangencial e axial correspondem aos mesmos valores do pinhão do eixo
intermediário.
Neste eixo o torque é transmitido nas duas pontas de eixo, devendo ser efetuada a verificação da
chaveta.
29
VI V VI
Wa2
Após o dimensionamento dos componentes principais, eixos e engrenagens, a carcaça deve ser
projetada e os demais componentes do redutor devem ser especificados. Estes componentes são:
tampas, elementos de junção (porca, parafusos, arruelas), elementos de vedação (retentores e
juntas), espaçadores, visor de nível de óleo e respiros.
Posteriormente deve ser analisado o sistema de lubrificação a ser utilizado. Normalmente o
método de lubrificação é o banho de óleo. Para condições mais severas pode ser necessária a
lubrificação circulatória, incluido o resfriamento do óleo. Esta condição pode ser avaliada através da
norma AGMA 420.04, considerando o cálculo da potência térmica do redutor.
Estes componentes são utilizados para transmitir o torque desde o motor, passando pelo redutor
até atingir o eixo de acionamento das rodas motrizes.
Os fatores que determinam o dimensionamento são: torque e rotação.
No caso dos acoplamentos devem ser utilizados componentes padronizados. Existem diversos
tipos e modelos de acoplamentos que podem ser aplicados nos equipamentos de movimentação de
carga. Atualmente existem modelos com elastômeros que ocupam espaço nas diversas partes da
transmissão, este tipo de acoplamento não necessitam a lubrificação.
Para os equipamentos de maior capacidade normalmente o acoplamento mais utilizado é o de
engrenagens. A especificação feita com utilização do catálogo do fabricante, considerando o torque
e a rotação no ponto da instalação, também deve considerar o fator de serviço para a aplicação.
Porém, na maioria das aplicações o fator determinante para a especificação destes acoplamentos é o
diâmetro do eixo no local da instalação. Estes componentes tem a limitação do furo máximo no
cubo, sendo em muitos casos necessário um acoplamento com capacidade de transmissão de torque
superior ao especificado em função da limitação do furo. Recomenda-se para maiores detalhes
utilizar o catálogo dos fabricantes.
30
Considerando como exemplo o acoplamento entre o motor e o redutor, o torque transmitido é de
8112 (Kgfxcm). Para um fator de serviço de dois, o torque para especificação é de 16224 (Kgfxcm).
Este torque pode ser transmitido por um acoplamento do tamanho 1015G, porém o furo máximo
neste caso é de 65 mm, sendo que o eixo do redutor tem 80 mm e o redutor 95 mm. Para atender
esta condição é especificado um acoplamento tamanho 1030G, que pode transmitir até 123343
(kgfxcm).
Estes dados foram obtidos do catálogo da PTI.
No caso dos eixos de transmissão deve ser verificada a tensão máxima de trabalho devido ao
torque em relação a tensão admissível do material. No dimensionamento do redutor foi descrito o
procedimento para esta análise. Além da verificação da tensão, estes eixos devem ser verificados
com relação ao ângulo de torção. Para algumas aplicações pode ser necessário eixo de comprimento
elevado, colocando em risco a estabilidade do eixo devido ao ângulo de torção acima do admissível.
Neste caso é necessário subdividir o eixo de transmissão de acordo com a necessidade do sistema de
acionamento.
e) Conjuntos de Rodas:
A figura 4 mostra o arranjo escolhido para o sistema de acionamento e conjuntos de rodas. Neste
modelo serão utilizados dois conjuntos de rodas motrizes e dois conjuntos de rodas movidos. A
seguir são apresentados os critérios para o dimensionamento destes componentes.
O carro possui dois conjuntos de rodas motrizes, conforme construção da figura 4. O torque de
saída do redutor é divido para os dois eixos de transmissão, 50% para cada lado.
Para calcular a tensão máxima de trabalho devem ser analisados os esforços aplicados ao eixo
pinhão de acionamento. Estes esforços são constituidos pelo torque transmitido pelo redutor e pelas
forças de engrenamento. O torque é definido pela seguinte expressão:
1 ⎛ P ⎞
T3 = ×⎜ ⎟⎟ × K c
2 ⎜⎝ ω 3 ⎠
A partir do valor do torque podem ser calculados os valores das forças de engrenamento. Em
seguida são obtidas as tensões de flexão, torção e a tensão combinada. Este valor é comparado com
a tensão admissível do material do eixo de transmissão.
31
Figura 11: Conjunto de Rodas Motriz
32
e.1.2) Engrenamento da Roda:
O pinhão aciona duas rodas simultaneamente, através de engrenagens de dentes retos acopladas
diretamente ao eixo das rodas motrizes.
Os dados dimensionais das engrenagens são definidos na tabela abaixo:
Para o cálculo das potências admissíveis quanto à fadiga e o desgaste devem ser utilizadas as
normas AGMA.
Para o cálculo dos rolamentos devem ser utilizadas as reações de apoio calculadas no
dimensionamento do eixo, item e.1.1. A vida útil recomendada quanto a fadiga deve ser superior a
40.000 horas.
e.1.4) Rodas:
As rodas recebem os esforços devido ao peso próprio do carro e o peso da carga, que totaliza
260 toneladas para este veículo. As rodas não recebem exatamente o mesmo valor da carga, pois o
centro de gravidade do conjunto não é simétrico. No item 2.2.3 foi calculada a reação dos apoios na
estrutura. Apesar da diferença entre R1 e R2, podemos verificar que os valores são próximos. Além
disso as rodas suportam o peso próprio do conjunto de rodas. A carga máxima aplicada em uma
roda motriz (que corresponde ao maior valor de carga) é de 325000 (N).
O dimensionamento da roda é feito com base na expressão básica descrita abaixo:
Pr
Kf =
D× B
Pressão de Contato Kf = 4,836 (N/mm2) Deve ser menor que a Pressão Limite (1)
Carga aplicada Pr = 325.000 (N) Calculada a partir da carga total.
Diâmetro da Roda D = 800 (mm) Dimensão da roda.
Largura de Contato com Trilho B = 84 (mm) Dimensão do trilho.
33
A Pressão de Contato define o material a ser especificado para a roda. Esta especificação deve
ser efetuada com referência nos catálogos dos fabricantes especializados, que estabelecem as
condições para a Pressão Limite (1).
A Norma NBR 8400 também estabelece o critério para determinação do material da roda com
base na Pressão Limite (1) (ver item 6.7.4 da Norma).
Considerando o critério da NBR 8400 temos:
K f ≤ Plim × c1 × c 2
Kf
Plim ≥
c1 × c 2
O que determina uma Plim ∃5,55 (N/mm2). A tensão de ruptura do material deverá ser superior a
600 (N/mm2) (NBR 8400 – Tabela 30).
Os eixos das rodas também devem ser calculados considerando como uma viga bi-apoiada. Os
valores das cargas e reações de apoio são obtidos a partir da carga aplicada à roda (Pr).
Normalmente são aplicados rolamentos autocompensadores de rolos. Para alguns casos também
são utilizados rolamentos de rolos cilindricos e rolamentos de rolos cônicos. No cálculo da carga
dinâmica equivalente deve ser considerada a carga radial devido ao esforço aplicado na roda e a
carga axial deve ser considerada em torno de 10% da carga radial, pois existem esforços devido ao
contato entre a aba da roda e o trilho. O esforço axial não pode ser determinado com precisão
através de cálculos, porém o valor de 10% da carga radial é normalmente utilizado para este tipo de
cálculo. A vida com relação a fadiga deve ser superior a 40.000 horas para esta aplicação.
Para este caso ocorre a mesma situação do dimensionamento dos rolamentos anteriores,
normalmente o diâmetro do eixo acaba sendo o fator determinante para a escolha do rolamento.
A trnsferência das cargas da estrutura principal do carro para as rodas é efetuada através da
estrutura do conjunto de rodas. No caso do conjunto motriz esta estrutura também suporta o sistema
de acionamento das rodas.
O projeto da estrutura do conjunto de rodas requer alguns cuidados especiais principalmente nas
regiões de apoio dos rolamentos e dos eixos das rodas, que devem ser reforçados para garantir
rigidez suficiente durante a translação do carro.
A seguir é apresentada a verificação da secção crítica. A figura 12 apresenta a aplicação das
cargas sobre a estrutura do conjunto de rodas.
A força F3 corresponde à reação R1 calculada no item 2.2.3, cálculo da estrutura principal. Nos
conjutos de rodas motrizes o peso é maior devido ao acionamento e a proteção.
Considerando que temos dois conjuntos de rodas motrizes a força F3 será:
34
F3
B R3 R3
F3
R3 R3
R 1 127200
F3 = = ∴ F3 = 63600 (Kgf)
2 2
63600
R3 = ∴ R 3 = 31800 (Kgf)
2
F3 × L 63600 × 900
MB = = ∴ M B = 14310000 (Kgf × mm)
4 4
S1 × d1 − S 2 × d 2 − S 3 × d 3 = 0
d1 + d 2 = 327,5
d 3 − d 2 = 152,5
d1 + d 2 = 175
35
1
LCG
Substituindo os valores:
d1 = 327,5 (mm)
d2 = 50 (mm)
d3 = 202,5 (mm)
b × h3
I= + S × d CG
12
70 × 70 3
I1 = + 70 × 70 × 1252 ∴ I 1 = 78563333 (mm 4 )
12
22 × 280 3
I2 = + 22 × 280 × 50 2 ∴ I 2 = 55645333 (mm 4 )
12
60 × 25 3
I3 = + 60 × 25 × 202,5 2 ∴ I 3 = 61587500 (mm 4 )
12
I = I 1 + I 2 + I 3 ∴ I = 195796166 (mm 4 )
36
Os módulos de resistência a flexão superior e inferior são obtidos em função da distância do CG,
conforme descrito abaixo:
I I
Z SB = e Z IB =
d SCG d ICG
MB 14310000
σ SB = = ∴ σ SB = 5,85 (Kgf/mm 2 )
2 × Z SB 2 × 1223726
MB 14310000
σ IB = = ∴ σ IB = 7,86 (Kgf/mm 2 )
2 × Z IB 2 × 910680
A tensão é dividida por 2 porque o conjunto de rodas possui duas vigas principais de
sustentação.
Neste caso observamos que a tensão de trabalho calculada é superior à tensão admissível quanto
à fadiga para o aço ASTM A36, que é de 16 (Kgf/mm2). A tensão calculada é inferior à tensão de
escoamento do material, 25,5 (Kgf/mm2), o que admite a aprovação das características geométricas
da estrutura do conjunto de rodas. Para uma condição mais segura do desempenho contínuo do
equipamento deve-se melhorar as características do conjunto de rodas para obter-se uma tensão
inferior a tensão admissível quanto a fadiga.
37
3. MÁQUINAS DE ELEVAÇÃO
A figura 14 apresenta uma vista geral das dimensões básicas do equipamento que devem ser
consideradas na fase do projeto. Nesta figura são apresentadas algumas limitações referentes ao
local da instalação.
O sistema de elevação da carga corresponde à parte construtiva que diferencia este equipamento
em relação aos demais utilizados na movimentação de cargas.
A construção do sistema de elevação das principais máquinas apresenta algumas características
comuns, as quais serão analisadas neste item.
38
L
T
G
Nível do Piso
Figura 15: Ponte Rolante Siderúrgica para Manuseio de Panela (Capacidade 300 Toneladas)
39
Elementos de Máquina para Transmissão por Cabos de Aço:
a) Cabo de Aço:
Os cabos de aço estão presentes na maioria dos equipamentos de elevação de carga. Outros
elementos de sustentação, como por exemplo: correntes de elos redondos, correntes articuladas e
cordas de cânhamo são utilizados em aplicações específicas, porém na construção dos
equipamentos o cabo de aço é o principal elemento utilizado.
As características que garantem ao cabo de aço esta grande utilização são: boa flexibilidade,
grande capacidade de carga, durabilidade e padronização.
O elemento de construção dos cabos é o arame de aço. Os arames utilizados na construção do
cabo possuem resistência à ruptura por tração que pode variar de 160 a 220 (Kgf/mm2). Para
garantir uma solicitação uniforme para todos os arames, o entrelaçamento utilizado para a formação
do cabo deve seguir uma orientação correta para evitar desgaste prematuro e sobrecarga em alguns
arames.
As principais características construtivas do cabo são:
- Número de pernas e número de arames (Seale, Filler e Warrington);
- Tipo de Alma (Aço ou Fibra);
- Sentido e Tipo de Torção (Direita/Esquerda e Regular/Lang);
- Passo;
- Lubrificação;
- Pré formação;
- Resistência do Cabo.
Durante a especificação do cabo de aço para uma aplicação em um equipamento de elevação os
fatores a serem analisados são:
A utilização dos cabos de aço nos equipamentos de elevação requer a utilização de dispositivos
e acessórios que devem ser especificados no projeto dos equipamentos, os principais são: sapatas,
manilhas, grampos, soquetes e terminais.
Para maiores detalhes referentes ao projeto e especificação referentes aos cabos de aço
recomenda-se consultar as normas específicas (ex. NBR 13541 e 6327) e os catálogos dos
principais fabricantes (ex. CIMAF).
b) Polias:
As polias são os componentes que guiam e sustentam o cabo de aço. Na construção do sistema
de elevação as polias podem ser móveis (passagem) ou compensadoras (equalizadoras). As polias
móveis apresentam rotação que acompanha a velocidade de movimento do cabo enquanto as polias
compensadoras apenas ajustam o movimento do cabo.
A combinação de polias permite que a capacidade de um sistema de elevação seja multiplicada,
reduzindo a velocidade de elevação. Este sistema é conhecido como moitão. Um fator importante a
ser observado nestas construções é o rendimento da transmissão (ver exemplo de cálculo item
3.1.6).
A especificação da polia esta diretamente relacionada com o diâmetro do cabo de aço a ser
utilizado, seguindo as recomendações normalizadas para a aplicação. A NBR 8400, item 6.7.3,
apresenta as recomendações para a determinação do diâmetro mínimo de enrolamento para as
40
polias. A norma AISE 6 e CMAA também apresentam as recomendações a serem obedecidas na
especificação de polias aplicadas em pontes rolantes.
As demais dimensões de polias também são normalizadas, visando atender as capacidades
requeridas para os respectivos cabos de aço. O projeto da ranhura de passagem do cabo é muito
importante para garantir desgaste reduzido do cabo e da polia. Para a especificação completa das
polias, incluindo materiais e processo de fabricação, recomenda-se consultar os manuais dos
fabricantes (ex. Miguel Abad), normas de dimensões (ex. DIN 15061, 15062 e AISE 6) e
referências indicadas.
Na construção do sistema de polias outros componentes também devem ser especificados. O
eixo deve ser calculado para suportar a carga de trabalho e os rolamentos devem ser especificados
para a vida útil requerida. Os principais tipos de rolamentos utilizados nestas construções são:
cargas leves rolamentos de esferas; cargas elevadas rolamentos de rolos cilíndricos ou rolamentos
de rolos cônicos.
c) Tambor (Dromo):
O Tambor é o elemento do sistema de elevação que tem a função de acomodar o cabo de aço
entre os cursos mínimo e máximo. Esta condição, juntamente com o diâmetro especificado para o
cabo, determina as características dimensionais para o tambor (ver exemplo item 3.1.6).
O dimensionamento do tambor deve levar em consideração três condições de carregamento:
Os detalhes de cálculo do tambor são apresentados no exemplo do item 3.1.6. Os tambores são
formados basicamente pelo corpo, onde são executadas as ranhuras, as paredes laterais e o eixo de
apoio. A transmissão do movimento de rotação para o tambor pode ser feita diretamente pelo eixo
de saída do redutor ou através de uma engrenagem acoplado a uma das paredes laterais
(principalmente em guinchos). Na construção de acionamento direto, normalmente o mancal do
lado acoplado é o próprio mancal de saída do redutor. O mancal do lado oposto ao acionamento é
montado sobre um pedestal fixo a estrutura do equipamento.
Na condição máxima de desenrolamento do cabo devem ser previstas pelo menos duas espiras
ainda enroladas sobre o tambor, desta forma a fixação do cabo fica isenta da força de tração. A
extremidade do cabo é fixa no corpo do tambor através de grampos parafusados.
Para muitos tambores de guincho, com grande extensão de cabo, o enrolamento ocorre em mais
de uma camada de cabos. Neste caso ocorre o enrolamento de cabo sobre cabo.
Figura 16: Mastro Telescópico de Ponte Rolante para Manuseio de Bobinas de Alumínio
42
O projeto dos dispositivos de manuseio de carga envolve considerações especiais para cada caso
em estudo. O Manual do Engenheiro Mecânico Dubbel e Aparatos de Elevacion y Transport,
apresentam algumas considerações para o projeto destes dispositivos. Entre as empresas
especializadas para o projeto e construção destes dispositivos pode ser mencionada a Tongs.
Guinchos:
Os guinchos utilizados como meio de elevação de carga são conjuntos fixos ou móveis
constituídos por um tambor para o enrolamento do cabo e um sistema de transmissão para o
acionamento do tambor. O acionamento do sistema pode ser manual ou motorizado.
Os guinchos manuais têm capacidade entre 50 Kgf e 6000 Kgf. O projeto do sistema de
acionamento deve garantir que a força de acionamento não seja superior a 25 Kgf. Este
equipamento normalmente é aplicado em obras de construção civil. As referências mencionadas no
item anterior apresentam detalhes para o cálculo e projeto destes dispositivos.
Os guinchos motorizados podem ser acionados por motor elétrico, hidráulico ou pneumático. O
tipo de acionamento depende das características de aplicação do equipamento. Para guinchos
móveis sobre veículos normalmente é utilizado o acionamento hidráulico ou pneumático. Na
maioria das aplicações industriais o acionamento elétrico. O projeto do guincho motorizado segue
as mesmas condições do projeto de um sistema de elevação de uma ponte rolante, sendo um
exemplo detalhado apresentado no item 3.1.6.
Os guinchos são equipamentos utilizados para a elevação de carga principalmente em locais de
difícil acesso, durante os períodos de construção ou reforma de instalações. Para algumas aplicações
os guinchos podem substituir o uso de máquinas com lança, em função do custo do aluguel da
máquina.
hp =
(K s × K v × WL × VL )
33.000 × E c
Esta equação atende as aplicações de equipamento com motores elétricos com corrente
alternada. Para corrente contínua a AISE 6 também apresenta a equação para o cálculo. Aplicações
com outros tipos de motores devem ser analisadas de acordo com a aplicação.
43
Seleção e Dimensionamento dos Componentes Mecânicos da Elevação:
O sistema de elevação possui os componentes específicos analisados no item 3.1.1 (cabo de aço,
polias e tambores) e no item 3.1.2 (dispositivo para manuseio de carga). Os demais componentes do
mecanismo de elevação são semelhantes aos utilizados no veículo do item 2.
Estes componentes mecânicos são: redutor, eixos, rolamentos, acoplamentos e chavetas. A
metodologia de cálculo e seleção segue o mesmo procedimento do projeto do veículo, porém neste
caso, o critério de dimensionamento pode ter algumas diferenças. As normas de equipamentos de
elevação (NBR 8400, AISE 6 e CMAA) estabelecem os critérios de dimensionamento para estes
componentes, que dependendo da aplicação exigem fatores de segurança mais rigorosos.
Exemplo de Cálculo:
a) Diâmetro requerido para o cabo de aço considerando ponte rolante siderúrgica para
movimento de carga líquida.
b) Diâmetro das polias de passagem (polias móveis).
c) Diâmetro das polias de compensação (polias equalizadoras com pequenos movimentos).
d) Diâmetro mínimo do tambor do levantamento.
e) Especificar a potência e rotação do motor; taxa de redução do redutor e diâmetro final do
tambor.
f) Comprimento mínimo do tambor para uma altura de elevação de 14500 mm.
g) Características principais do tambor: dimensões das ranhuras, espessura do corpo, diâmetro
das pontas de eixo e demais características construtivas.
h) Calcular a vida em horas do rolamento do mancal do tambor do lado oposto do redutor
considerando uma força vertical total de 6750 kgf (incluindo o peso do tambor). Considerar o
uso do rolamento autocompensador
i) Calcular a vida em horas do rolamento das polias considerando a pior situação de carga.
Considerar o uso do rolamento de duas carreiras de rolos cilíndricos 5030.
44
Rosca Rosca
Desce Esquerda Sobe
Direita
Rosca Rosca
Esquerda Direita
Sobe Desce
Lado do Tambor
Redutor Grampos Montado no Carro
Polia Equalizadora
Cabo Carro Polia Superior
Carro
Barra de Carga
Polia Inferior
Sobe Barra
Desce
a) Diâmetro requerido para o cabo de aço considerando ponte rolante siderúrgica para movimento
de carga líquida.
1. Determinação do esforço atuante no cabo de aço: este valor é definido pelas condições de
aplicação no equipamento, sendo conhecido como carga de trabalho. Depende da carga total do
levantamento e da forma construtiva do sistema de levantamento. Este sistema é composto por
tambores de enrolamento, roldanas de passagem, roldanas equalizadoras e dispositivo de içamento
(ex. barra de carga).
A Figura 18 apresenta um sistema de levantamento utilizado em pontes rolantes para a
movimentação de panelas de aço líquido. O sistema é constituído por dois tambores independentes
com dois enrolamentos de cabo em cada tambor. O número total de cabos de sustentação é de 16,
sendo que cada enrolamento possui 4 cabos de sustentação.
2. Determinação do Fator de Segurança: o cálculo do diâmetro requerido do cabo de aço é feito com
base na tensão de ruptura. Devido às características de aplicação deste componente não pode ser
admitida uma ruptura em serviço. Portanto, um dimensionamento com base em critérios de fadiga
não pode ser utilizado. O Fator de Segurança para o cálculo estabelece uma condição que leva em
consideração as características da aplicação, objetivando a segurança e durabilidade.
3. Especificação do cabo de aço: a determinação do diâmetro do cabo esta relacionada com a classe
e tipo de construção utilizada. No caso de cabos de aço para pontes rolantes a classe normalmente
recomendada é a 6x37 (6 pernas e 37 arames por perna), podendo ser utilizada a classe 6x19. A
classe 6x37 possui maior flexibilidade. Dentro da classe 6x37 existem diversos tipos de construção,
que variam o número de arames por perna de 27 a 49.
45
Além dos fatores que influenciam na determinação do diâmetro, descritos acima, outros
fatores são muito importantes para a correta especificação do cabo de aço. Para maiores detalhes
recomenda-se utilizar um catálogo de fornecedor com certificação de qualidade.
WL = 67000 Kgf (capacidade da ponte de 60000 Kgf + dispositivo de levantamento 7000 Kgf).
N = 16 (número de cabos de sustentação – ver Figura 18).
Ep = 0,99m (eficiência mecânica das polias, sendo m o número de polias por tambor. m = 3).
WL 67000
Pc = = = 4317 ∴ P = 4317 (Kgf)
N × Ep 16 × 0,970 c
Para a especificação do cabo devemos consultar o catálogo do fabricante. Para isto será
utilizado o catálogo de novembro de 2002 da CIMAF página 66. No caso de ponte rolante é
recomendado o cabo na construção 6x41 Warrington-Seale. Para temperaturas elevadas recomenda-
se alma de aço (ver catálogo CIMAF pág. 83).
Obs.: IPS, EIPS e EEIPS são classificações de resistência do arame utilizado na fabricação do cabo
de aço, para maiores detalhes consultar o catálogo dos fabricantes.
Considerando que o cabo de 1” atende a aplicação para todos os materiais de arame, será
selecionado o cabo de 1”. O valor de S será de 9,05 para o cabo de 1” com arame IPS.
Deve ser ressaltado que o diâmetro do cabo de aço influencia no dimensionamento de
componentes como polias e tambores.
46
b) Diâmetro das polias de passagem (polias móveis). (roldanas = polias)
As polias de passagem ou polias móveis referem-se àquelas que executam giro completo
durante a passagem do cabo de aço em movimento.
Conforme AISE 6/91 o diâmetro da polia de passagem deve ser pelo menos 30 vezes maior
do que o diâmetro do cabo, para as pontes Classes III e IV (pág. 44). Esta ponte esta classificada
como Classe III (pág. 1 e Apêndice A pág. 92).
d pp = 30 × d c = 30 × 25,4 = 762 ∴ d pp = 762 (mm)
Para a escolha do diâmetro do tambor a AISE 6/91 faz a seguinte recomendação para cabo
da Classe 6x37 (inclui o tipo 6x41 especificado).
Obs.: Este valor corresponde ao diâmetro mínimo. Neste caso a NBR8400/1984 recomenda
diâmetro mínimo de 22,4x1x25,4, que resulta em 569 mm.
________________________________________________________________________________
47
e) Especificar a potência e rotação do motor; taxa de redução do redutor e diâmetro final do tambor.
A potência do motor é determinada pela Equação 73 , página 68 da AISE 6/91, modificada
para potência em KW.
K s × K v × WL × VL
Pm =
6,12 × Ec
Onde:
Ks = 1,1 (pág. 69 – Tabela 18) – Fator de Serviço para Motores de Corrente Alternada
Kv = 1,0 (pág. 68 – Tabela 16) – Fator de Correção de Voltagem para Motores de Corrente Alternada
WL = 67000 (Kgf) – Carga Total do Levantamento
VL = 10 (m/min) – Velocidade do Levantamento Principal
Ec = 0,97n.0,99m – Eficiência Mecânica do Levantamento (n – engrenamentos, m – roldanas)
1,1 × 1,0 × 67 × 10
Pm = = 140,2 ∴ Pm = 140,2 (KW)
6,12 × 0,97 4 × 0,99 3
Deve ser escolhido um motor padronizado que atende a especificação. A potência escolhida
é de 160 (KW) e o fator ED 40%.
A rotação do motor, taxa de redução e diâmetro do tambor são valores que devem ser
definidos em conjunto.
Em primeiro lugar devemos determinar a velocidade do cabo do levantamento (Vc), que irá
influenciar no cálculo do diâmetro e rotação do tambor. Considerando a Figura 18, podemos definir
a velocidade do cabo na expressão: (Ne corresponde ao número de enrolamentos).
N × VL 16 × 10
Vc = = = 40 ∴ Vc = 40 (m/min)
Ne 4
A rotação do tambor (nt) é definida na expressão (este valor corresponde à rotação de saida
do redutor):
Vc
Vc = π × d t × n t ∴ n t =
π × dt
nm
i=
nt
48
Para diferentes diâmetros do tambor, podemos definir valores da taxa de redução na tabela
abaixo, mantendo a velocidade de levantamento em 10 m/min. A rotação do motor segue os valores
padronizados.
Analisando os valores desta tabela podemos definir inicialmente que somente os motores de
900 e 720 rpm poderão atender a aplicação. Os demais motores exigem reduções muito elevadas,
difíceis de serem obtidas com um número de engrenamentos previsto para três pares de redução. A
taxa de redução considerada viável para esta aplicação deve ser de até 64.
Para verificação final do sistema de levantamento deve ser verificado o torque necessário
para o levantamento da carga (Tn) em relação ao torque na saida do redutor (Ts).
O torque necessário no eixo do tambor é calculado da seguinte forma:
Transformando para Nxm, tem-se: (o valor do diâmetro do tambor deve ser utilizado em
mm).
Tn = 84,70 × d t (N × m)
Pm × Er
Ts =
ωm × i
Vm = π × dm × nm = ωm × dm 2 ∴ ωm = 2 × π × n m
49
Analisando o torque necessário (Tn) para os diversos diâmetros de tambores e o torque de
saída (Ts) para os motores de 720 e 900 rpm, verificamos os cálculos do sistema de levantamento.
Em todos os casos Ts > Tn.
Existem algumas alternativas para a escolha da rotação do motor, diâmetro do tambor e taxa
de redução. Os valores em destaque na tabela podem ser escolhidos. A escolha de um diâmetro
maior para o tambor irá melhorar o desempenho do cabo de aço, garantir um tambor com maior
capacidade de enrolamento de cabo e aumentar a resistência mecânica do tambor. Considerando que
a taxa de redução esta dentro de um valor compatível, serão escolhidos os seguintes valores:
Rotação do motor 720 rpm
Diâmetro do tambor 1100 mm
Taxa de redução 1:62,22
Rotação do tambor 11,57 rpm
Com estes valores obteremos um torque na saída do redutor de 116889,6 (Nxm) para um
torque necessário de 96965 (Nxm). O fator de 1,205 entre os valores de torque deve-se ao motor
adotado de maior potência e o fator de correção de voltagem.
A AISE 6/91 página 42 recomenda pelo menos mais 2 voltas completas adicionais, após a
fixação na extremidade do tambor. Neste caso serão adotadas 20 ranhuras de cabo de aço de cada
lado de cada tambor.
N ranh = 20
Conforme recomendação AISE 6/91, devemos ter o seguinte perfil para as ranhuras:
50
dt = 1100 (mm) - diâmetro do enrolamento do cabo no tambor (centro do cabo de aço)
a1 = 11,11 (mm) - (7/16 x 25,4) - profundidade da ranhura
rg = 13,10 (mm) - (1/32 x 12,7 + 12,7) - raio do fundo da ranhura
P = 30,50 (mm) - (1,2 x 25,4) - passo entre ranhuras
Lranh = 20 x 30,50 = 610 mm - comprimento total das ranhuras de cada lado do tambor
de = dt – (dc – 2 x a1) = 1096,8 mm
g) Características principais do tambor: dimensões das ranhuras, espessura do corpo, diâmetro das
pontas de eixo e demais características construtivas.
O cálculo das tensões no tambor será desenvolvido conforme livro Aparatos de Elevacion y
Transporte, autor Hellmut Ernst e Manual do Engenheiro Mecânico Dubbel.
51
A tensão admissível, considerando aço ASTM A36, será de 0,2 x Tensão de Ruptura, sendo
portanto: σadm = 800 (Kgf/cm2). (Conforme recomendação AISE 6/91, cálculo vida finita, item
3.1.2).
A superfície do tambor é submetida a três condições de carregamento, que devem ser
consideradas com o cabo em duas posições distintas, que são o início e o fim do enrolamento. A
seguir são definidas para cada posição de enrolamento as condições de carregamento e os
respectivos valores de tensão. O tambor será verificado para um valor de h = 19,7 mm.
Estas tensões foram estudadas por Ernst e os valores podem ser obtidos conforme descrito
abaixo (para detalhes ver referência).
Nesta posição a flexão local devido ao cabo de aço será igual a zero, pois o cabo enrolado
sobre o tambor evita esta condição de carregamento. A tensão negativa refere-se ao esforço de
compressão.
Este valor de tensão é calculado considerando o tambor como um eixo bi-apoiado. A tensão
de flexão ocorre devido à força no cabo que varia de posição com o movimento da carga e o peso
próprio do tambor.
Primeiramente são calculadas as reações de apoio:
1⎡ L⎤
V1 = ⎢ Pc × (L1 + L ranh ) + Pc × (L1 + L ranh + L 3 ) + Pt × ⎥
L⎣ 2⎦
V2 = 2 ×P c + Pt − V1
Os valores que ainda não estão definidos devem ser estimadas, portanto podemos admitir os
seguintes valores:
L1 = 150 (mm)
L2 = 250 (mm)
L3 = 122 (mm)
L = 1742 (mm)
Pt = 2500 (Kgf) – (estimado com base nas dimensões consideradas)
1 ⎡ 1742 ⎤
V1 = ⎢ 4317 × (150 + 610) + 4317 × (150 + 610 + 122 ) + 2500 × ∴ V1 = 5319 (Kgf)
1742 ⎣ 2 ⎥⎦
52
V2 = 2 × 4317 + 2500 − 5319 ∴ V2 = 5815 (Kgf)
Para o cálculo da tensão de flexão deve ser calculado o módulo de resistência a flexão do
tambor, que é definido por:
Wf =
[
π × (d i + 2 × h ) − d i
4 4
] = π × [(1035,2 + 2 × 19,7)
4
− 1035,2 4 ]
∴ Wf = 16907678,6 (mm 3 )
32 × (d i + 2 × h ) 32 × (1035,2 + 2 × 19,7 )
Mf 4574340
σf = = ∴ σ f = 0,27 (Kgf/mm 2 )
W f 16907678,6
Normalmente este esforço é muito pequeno e não precisa ser calculado. Este valor é o
mesmo para as duas condições de carga (condição I e II) e pode ser obtido da seguinte forma:
Inicialmente é determinado o momento torsor devido ao conjugado transmitido pelo
enrolamento do cabo.
Mt 4748700
τt = = ∴ τ t = 0,14 (Kgf/mm 2 )
Wt 33815397 ,2
A tensão combinada pode ser calculada pela equação 45 da AISE 6. Para este caso a
equação será: (Obs: deve ser considerado o sinal da tensão conforme calculado).
2 2 2
σ comb = σ c .e + σ f − σ c .e × σ f + τ t
53
Posição II - Tambor com Cabo Completamente Desenrolado
( 2
) ( )
σ f .d = 0,95 × Pc × 4 1 d t × h 6 = 0,95 × 4317 × 4 1 1100 2 × 19,7 6 = 1,41 (Kgf/mm 2 )
Tambor no início do enrolamento: nesta condição a tensão de flexão será ainda menor.
Os valores das reações serão:
1⎡ L⎤
V1 = ⎢ Pc × L1 + Pc × (L1 + 2 × Lranh + L 3 ) + Pt × ⎥
L⎣ 2⎦
V2 = 2 ×P c + Pt − V1
Mf 1329750
σf = = ∴ σ f = 0,08 (Kgf/mm 2 )
W f 16907678,6
Mt 4748700
τt = = ∴ τ t = 0,14 (Kgf/mm 2 )
Wt 33815397 ,2
No cálculo da espessura do corpo do tambor podemos concluir que o principal esforço deve-
se à compressão do cabo sobre a superfície.
54
A ponta de eixo será verificada com base na figura 21.
σBA = 632,8 (Kgf/cm2) – Tensão Admissível à Flexão (AISE 6/91 – pág. 34, Fig. 18)
σNA = 808,5 (Kgf/cm2) – Tensão Admissível à Compressão (AISE 6/91 – pág. 35, Fig. 19)
τA = 386,7 (Kgf/cm2) – Tensão Admissível ao Cisalhamento (AISE 6/91 – pág. 37, Fig. 20)
τTA = 474,6 (Kgf/cm2) – Tensão Admissível a Torsão (AISE 6/91 – pág. 37, Fig. 20)
55
Os esforços solicitantes na secção A são:
Para a relação db/da = 1,09 e r/da = 0,02: (AISE 6/91, pág. 39, 40 e 41).
M fa 12233,7
σB = × K SB × K NB = × 1,00 × 1,25 = 117,00
Wfa 130,7
N
σN = × K SN × K NN ∴ σ N = 0
A
- Tensão de Cisalhamento:
4 P 5319
τS = × × K SS × K NS = 1,33 × × 1 × 1,30 = 96,81
3 A 95
56
- Tensão de Cisalhamento devido ao Momento Torsor:
Mt
τT = × K ST × K NT ∴ τ T = 0
Wta
σ BA
σ EBN = σ B + × σ N = 117,00 + 0 = 117,00
σ NA
⎛ 2 d ⎞ H
σ flange = 1,44 × ⎜⎜ 1 − × k ⎟⎟ × 2
⎝ 3 dt ⎠ e
Onde:
O valor de “e” considerado é de 25,4 (mm) (valor mínimo recomendado pela AISE 6, item
3.3).
________________________________________________________________________________
57
h) Calcular a vida em horas do rolamento do mancal do tambor do lado oposto do redutor
considerando uma força vertical já calculada. Considerar o uso do rolamento autocompensador.
(Figuras 1.2 e 1.3)
A força vertical no rolamento foi determinada no item anterior e corresponde ao valor V1.
Fv = 5319 (Kgf)
2 2
Fr = Fv + Fh = 5319 2 + 531,9 2 = 5345,5 ∴ Fr = 5345,5
Considerando o eixo de 110 (mm), será verificado o rolamento 23022. A vida quanto a
fadiga para esta aplicação deve ser superior a 40000 horas.
Fa F 1063,8
= 0,024 ⇒ e = 0,23 ⇒ a = = 0,20 < e
Co Fr 5345,5
Co 44868
so = = = 5,39 ∴ s o > 3
Po 8324,14
Carga dinâmica equivalente: (A AISE 6/91 recomenda que o valor da carga dinâmica
equivalente para rolamento do sistema de levantamento seja multiplicada por um coeficiente K =
0,75 para representar a carga média de trabalho).
58
P = K × (X × Fr + Y × Fa ) = 0,75 × 5345,5 + 2,175 × 1063,8 ∴ P = 6322,89 (Kgf)
10 10
1.000.000 ⎛ C ⎞ 3
1.000.000 ⎛ 27226 ⎞ 3
L 10h = ×⎜ ⎟ = ×⎜ ⎟ = 187101 ∴ L 10h = 187101 horas
60 × n t ⎝P⎠ 60 × 11,57 ⎝ 6322,89 ⎠
Portanto o rolamento atende a aplicação. Mesmo com o fator K = 1 a vida será superior a
40000 horas (71715 horas).
i) Calcular a vida em horas do rolamento das polias considerando a pior situação de carga.
Considerar o uso do rolamento de duas carreiras de rolos cilíndricos 5030.
Considerando as condições de trabalho das polias a carga horizontal e a carga radial podem
ser consideradas iguais a zero.
Portanto, a carga dinâmica equivalente será definida por (o fator K = 0,75 é definido pela
AISE 6/91 página 50 para o cálculo da carga média). A carga estática equivalente Po terá o mesmo
valor da carga vertical.
Vc 40
np = = = 16,71 ∴ n p = 16,71 (rpm)
π × d p π × 0,762
C o 131498
so = = = 15,23 ∴ s o > 3
Po 8634
59
10 10
1.000.000 ⎛ C ⎞ 3
1.000.000 ⎛ 131498 ⎞ 3
L 10h = ×⎜ ⎟ = ×⎜ ⎟ = 22787242∴ L 10h = 22787242 horas
60 × n r ⎝P⎠ 60 × 16,71 ⎝ 6475,5 ⎠
O rolamento esta com a vida útil quanto à fadiga muito superior ao requerido. Outros fatores
devem ser considerados no dimensionamento do rolamento da polia, os principais são: diâmetro
requerido do eixo e carga de compressão na superfície do cubo da roldana.
________________________________________________________________________________
Redutor
Freio
Motor
Freio
60
3.2. Mecanismo de Translação:
Onde:
Ka = Fator de Aceleração (função do fator de atrito “f”e da aceleração – fig. 35 e 36)
Ks = Fator de Serviço (Tabela 17 ou 18)
V = Velocidade Máxima do Conjunto após 10 segundos. (pés por minuto – fpm)
Wt = Peso Total sobre as Rodas, ponte ou carro. (Peso Próprio e Carga). (short ton)
* As tabelas e figuras estão anexadas no final do capítulo.
O fator Ka inclue os efeitos do atrito no processo de aceleração do carro ou da ponte. Os
detalhes do calculo deste fator pode ser obtido na secção 4.12.3 da AISE 6. O fator de atrito “f”será
definido no item a seguir.
- Potência de Velocidade Constante: Este valor deve ser considerado para efeito de
dimensionamento do sistema de transmissão, sendo obtido na expressão:
⎛ f × Wt × V ⎞
hp = ⎜ ⎟
⎝ 33.000 ⎠
61
O valor de “f” é definido em lb/short ton pois os cálculos e tabelas da AISE 6 estão definidos
em unidades do sistema americano. Nestes cálculos o valor da tonelada métrica deverá ser
multiplicado por 1,102311 para transformar em tonelada americana (short ton). (Maiores detalhes
de transformação de unidades ver Dubbel – Manual do Engenheiro Mecânico).
A tabela 20 da AISE 6 apresenta alguns valores típicos de “f” para diferentes diâmetros de rodas
com mancais de rolamento. No caso de rodas de mancal de deslizamento, o fator de atrito deve ser
considerado f = 26 lb/short ton.
Detalhes sobre o cálculo da potência são apresentados no item 3.2.4 utilizando os dados da
especificação da tabela 9.
No caso das pontes rolantes o arranjo do mecanismo de translação possui construções típicas,
padronizadas em normas de dimensionamento e projeto. No caso da AISE 6 a figura 27 (ver anexo)
apresenta os principais tipos de arranjos de acionamento das pontes.
Apesar destes mecanismos apresentarem procedimento de dimensionamento semelhante ao do
item 2, considerando apenas os critérios da norma específica, alguns detalhes devem ser observados
em função das características dos eixos de transmissão, que neste caso podem apresentar
comprimentos maiores.
A deflexão e a vibração torsional do eixo devem ser analisadas, pois os níveis de vibração
poderão ser amplificados caso as frequências naturais sejam baixas e as deflexões elevadas.
O espaçamento entre os mancais dos eixos flutuantes é dimensionado considerando o diâmetro e
a rotação. Para rotações superiores a 400 rpm deve ser verificado o nível de vibração a ser gerado.
As recomendações sobre o diâmetro e espaçamento são mencionados na AISE 6, secção 3.9.2.2.
O ângulo de deflexão do eixo de transmissão também deve ser verificado. Para um torque de 2
vezes o torque total do motor, o eixo não poderá apresentar um ângulo de torção superior a 0,3
graus/metro de comprimento.
O mecanismo de translação é fixado na estrutura do carro ou da ponte. A técnica de fixação é
muito importante para garantir a estabilidade, alinhamento e facilidades de manutenção para este
conjunto.
O exemplo de cálculo é apresentado no item 3.2.4.
As rodas e trilhos de pontes rolantes seguem uma padronização especial em função das
características de carga e ciclo de utilização destes equipamentos. A maioria das máquinas de
elevação e transporte sobre trilhos também podem utilizar as mesmas especificações das pontes
rolantes. A normalização destes trilhos segue diversos padrões (americano, DIN, JIS). A
propriedade mais importante para estes componentes é a dureza das pistas, que esta diretamente
relacionada com a capacidade de carga.
A norma AISE 6 apresenta as características dimensionais e de capacidade das rodas e trilhos
que utilizam o padrão ASCE e Bethlehem. Os detalhes para o projeto dos equipamentos podem ser
obtidos nos catálogos de fabricantes.
A especificação da roda esta diretamente relacionada com o trilho, como pode ser observado nas
tabelas 9 e 10 da AISE 6 (ver anexos no final do capítulo). A definição da carga máxima da roda
deve seguir o critério:
62
Onde:
O número de rodas do mecanismo de translação será escolhido em função da carga aplicada nas
rodas escolhidas, caso necessário devem ser utilizadas rodas de maior diâmetro. O material da roda
também influencia na capacidade de carga, devendo sempre ser analisado em conjunto com o trilho
utilizado. A quantidade de rodas escolhidas influencia no projeto da estrutura do conjunto de rodas
e na fixação deste conjunto às vigas do carro e da ponte.
Para a especificação do motor será utilizado o critério da AISE 6, que determina a verificação
das potências de aceleração e velocidade constante.
hp = K s × K a × Wt × V
63
Figura 23: Arranjo do Mecanismo de Acionamento da Translação da Ponte
64
O primeiro item a ser determinado é o fator de atrito “f”. Para definição do fator de atrito
conforme a tabela 20 é necessário conhecer o diâmetro da roda, que esta definido no item c) e
corresponde a 24 “. Neste caso a tabela 20 determina um fator f = 12 (lb/ton).
Na figura 36, que corresponde a pontes rolantes com alimentação em corrente alternada e
motores com controle em corrente contínua, obtem-se o fator Ka = 0,0011.
O valor de Wt corresponde a soma dos seguintes valores: peso da ponte, peso do carro principal,
peso do carro auxiliar, peso da barra de carga, peso do gancho auxiliar e peso da carga no
levantamento principal. O cálculo dos valores relativos ao peso das estruturas serão definidos no
item 3.4. Considerando a tabela 9, especificações básicas da ponte rolante, tem-se:
⎛ f × Wt × V ⎞
hp = ⎜ ⎟
⎝ 33.000 ⎠
12 × 247,4 × 262,4
hp = = 23,6 HP
33000
Obs.: o valor de 1200 rpm corresponde aos valores de taxa de redução e diâmetro de roda
escolhidos nos itens seguintes.
65
b) Especificação dos freios da translação da ponte:
P 22000
T = = = 178 (N × m)
ω 123,57
Para permitir o ajuste do sistema de freios para o sistema de translação da ponte é recomendado
um fator de serviço de 1,5. Portanto o torque a ser especificado para os freios é de:
O freio do sistema de translação pode ser a disco com pastilhas ou de tambor com sapatas. Na
especificação deve ser avaliada a capacidade térmica do freio que está relacionada com o número de
ciclos de atuação. Os materiais de fabricação são muito importantes para garantir o bom
desempenho.
Os freios devem ser ajustados para que a parada total da ponte ocorra em um percurso máximo
de 10% da velocidade para a condição máxima de solicitação (valores em pés e pés/minuto).
A carga de trabalho da roda é obtida dividindo o peso máximo de trabalho (224,4 toneladas
métricas) pelo número de rodas (8). A carga de trabalho é de 28,05 (toneladas métricas) que
corresponde a 28,05 x 2,2046 = 61860 libras.
A carga admissível da roda deve atender as condições previstas no item 3.2.3. Utilizando as
tabelas 11 e 12 são determinados os fatores de velocidade e de serviço respectivamente:
Fator de Velocidade = 1,03 (262,4 ft/min. prevendo roda de 24” com base na carga por roda)
Conforme a tabela 9 da AISE 6 para roda de 24” pode ser utilizado o trilho a partir do tamanho
CR 135 lb. Para este equipamento foi especificado o trilho CR 175 lb.
66
d) Cálculo da taxa de redução para o redutor:
Vt 80
nt = = = 41,77 (rpm)
π × d rt π × 0,6096
n m 1180
i= = = 28,25
n t 41,77
Esta taxa de redução é bastante comum para redutores de 3 eixos paralelos. Conforme figura 24
pode-se observar que foi definido um redutor de eixos paralelos. Os fatores a serem observados na
seleção do redutor são: taxa de redução, potência mecânica, fator de serviço, potência térmica e
dimensões para montagem no equipamento.
O eixo flutuante deve ser verificado conforme as condições estabelecidas pela AISE 6. O
comprimento entre as extremidades do eixo flutuante é de 932 mm, sendo utilizado acoplamento
semi-flexivel. Para o diâmetro de 120 mm o comprimento de 932 mm esta bem abaixo do valor
admissível (4876 mm).
O ângulo de deflexão com relação à transmissão do torque deve ser verificado. O valor deve ser
inferior a 0,3 graus/metro.
2 × Tef
Θ=
G×J
Onde:
Substituindo valores obtem-se = 0,006 o/m, que é inferior ao valor admissível de 0,3 o/m.
67
Tabelas e Figuras AISE 6
68
69
70
71
72
3.3. Estrutura Metálica das Máquinas de Levantamento:
- Vigas Fechadas: também conhecidas como viga em caixa, ou simplesmente viga caixão, são
utilizadas principalmente em equipamentos de grande porte e capacidade de carga elevada. Nas
construções atuais é muito utilizada em pontes rolantes e pórticos.
- Treliças: são estruturas que utilizam a combinação de perfis soldados ou parafusados, obtendo
vigas com elevada capacidade de carga. Os elementos construtivos podem ser cantoneiras, tubos,
73
perfil “I”, perfil “U”, etc. Este tipo de construção é utilizada atualmente em lanças de guindastes
móveis, guindastes de construção civil e máquinas de pátio de minério.
Figura 27: Construção da Barragem de Itaipú (1982) com Pórtico a Frente e Guindastes com
Lanças Treliçadas ao Fundo.
Esta seção é aplicada ao projeto de estruturas de vigas soldadas de pontes, estrutura do carro,
elementos de junção, barras equalizadoras, conjuntos de rodas, plataformas e outros elementos
necessários à resistência e rigidez do equipamento de levantamento e componentes auxiliares das
pontes rolantes.
Os materiais aplicados na construção das estruturas das máquinas de levantamento estão de
acordo com as especificações ASTM A36 ou A572 Grau 50. Outros aços podem ser utilizados,
devendo atender os requisitos necessários de propriedades mecânicas, soldabilidade, processos de
alívio de tensões e outros fatores acordados entre o fabricante e comprador.
74
3.3.2. Cargas e Forças:
A seguir são definidas as cargas verticais aplicadas à estrutura principal da ponte rolante.
a) Forças de Inércia: Todas as pontes rolantes devem ser projetadas para suportar as forças
horizontais longitudinais devido à aceleração e desaceleração durante o movimento da ponte sobre
o caminho de rolamento. Estas forças são constituídas por:
- Carga uniformemente distribuída de 20% do peso total da ponte (com exceção de todas as
estruturas e mecanismos distribuídos no plano vertical do caminho de rolamento como
por exemplo: conjuntos de rodas, vigas equalizadoras e vigas cabeceiras).
- Carga concentrada de 20% do peso do motor, cabines e outros componentes não incluídos
nas cargas distribuídas.
- Carga concentrada de 20% do peso do carro e do máximo valor de levantamento, aplicada
no contato da roda com o trilho do carro do levantamento. Esta carga concentrada deve ser
posicionada para produzir a máxima tensão devido ao momento ou cisalhamento nas
vigas.
Todas as forças longitudinais de inércia devem ser multiplicadas pela relação:
Número de Rodas Movidas da Ponte
Número Total de Rodas da ponte
b) Forças de Impulso Horizontal: As pontes rolantes com mecanismo de guia vertical da carga
devem ser projetadas para suportar as forças do impulso provocado na parte inferior da viga. As
forças são descritas a seguir:
- Forças na direção da translação da ponte:
Número de Rodas Movidas da Ponte
(1) 0 ,2 × (W A + WT + WBE ) ×
Número Total de Rodas da Ponte
(2) Força horizontal que provoca a rotação do carro na direção da translação da ponte quando o
comprimento da posição de aplicação da força estiver na posição mínima.
A menor força calculada em (1) e (2) deve ser considerada como a força aplicada na direção da
translação da ponte.
75
- Forças na direção da translação do carro:
(2) Força horizontal que provoca a rotação do carro na direção da translação do carro quando o
comprimento da posição de aplicação da força estiver na posição mínima.
A menor força calculada em (1) e (2) deve ser considerada como a força aplicada na direção da
translação do carro.
A carga axial é definida como sendo o esforço lateral atuando em ambas as direções
perpendiculares ao trilho da ponte, aplicada no contato dos flanges das rodas.
Considerando a rigidez da estrutura de sustentação dos trilhos, a carga axial deve ser
considerada como sendo 60% da carga total, aplicada em cada lado, exceto para outras
considerações da instalação.
A carga axial total recomendada deve ser a maior entre as duas categorias descritas a seguir:
2. 20% da carga máxima no conjunto de rodas do acionamento (para qualquer tipo de ponte).
As vigas principais e as vigas cabeceiras da ponte podem ser consideradas como um quadro
contínuo no plano horizontal. O procedimento para avaliação da distorção do quadro é apresentado
no anexo da AISE 6. A análise da estrutura de vigas em quadro deve ser utilizada para determinar
os momentos máximos e forças de cisalhamento nos pontos críticos da estrutura devido às forças
horizontais de inércia e as forças de distorção.
Os cálculos deste item não são aplicados para pontes com conexões pinadas , como por exemplo
em pórticos e semi-pórticos.
As cargas de vento ocorrem nos equipamentos que operam em locais abertos e devem ser
calculadas considerando as condições climáticas locais, altura acima do piso e a forma dos
componentes individuais que formam a estrutura. O cálculo das cargas de vento podem ser
efetuadas conforme informações da ASCE 7-95, ABNT NBR 8400/1984 item 5.5.4 ou Ernst
Capítulo XII item B. Para determinação das combinações de carga, a carga de vento em serviço
deve ser considerada como sendo 25% da carga total do vento.
76
3.3.2.6. Efeitos de Colisão:
A estrutura da ponte rolante deve ser calculada para suportar as forças de colisão
determinadas no projeto dos batentes e dos pára-choque, cujos critérios de projeto são descritos na
parte de mecânica da AISE 6/91.A ABNT NBR 8400/1984 também apresenta as considerações
básicas para a determinação dos esforços de colisão. Os cálculos detalhados devem considerar o
tipo de pára-choque e batente especificado, bem como as demais proteções do equipamento.
3.3.2.7. Impacto:
Cargas verticais devido ao impacto também devem ser adicionadas às cargas de levantamento
pela aplicação de fatores de impacto conforme descrito abaixo:
A estrutura dos conjuntos de rodas da ponte e do carro do levantamento devem ser projetados
para um fator de impacto de 25% da carga da roda, aplicado em cada roda separadamente.
Para a aplicação das cargas verticais a viga da ponte deve ser considerada como sendo uma viga
simples com vão igual à distância entre os centros dos trilhos da translação da ponte.
Nas vigas com menos de dois eixos de simetria, o centro de cisalhamento pode ser determinado
para distribuir o cisalhamento devido à carga vertical ou lateral, ou ambas, bem como para
determinar os momentos torsionais. Quando a assimetria é pequena o centro de cisalhamento pode
ser considerado como sendo o centróide da seção reta.
77
(1) Partidas e paradas do motor de translação da ponte. O momento na base do redutor é a
diferença entre os torques de entrada e saída. Considerar que o torque do motor na partida é de
200% do nominal.
(2) Cargas apoiadas na lateral das vigas, tais como: passarelas, acionamento da ponte, barras
coletoras, cabines e controles. Estes momentos devem ser calculados com as respectivas forças
devido ao peso multiplicado pela distância horizontal entre os respectivos centro de gravidade (ou
linha de atuação da força) e o centro de cisalhamento da seção da viga.
O momento total é a soma algébrica do momento resultante para cada carga. Cargas torsionais
secundárias, causadas por excentricidades resultantes de deflexão das cargas podem ser
desprezadas.
A tensão máxima de cisalhamento na alma da viga caixão é a soma das máximas tensões devido
às forças resultantes de cisalhamento somada às tensões devido ao momento de torção.
f v (max) = f vb + f vt
Para a viga caixão em torno do eixo vertical, com espessura tw em cada alma, a tensão de
cisalhamento na chapa da alma, devido à força vertical de cisalhamento resultante V, deve ser
determinada pela seguinte equação:
V×Q
f vb =
(2 × I x × t w )
Para vigas assimétricas a tensão de cisalhamento pode ser determinada pela análise do fluxo de
cisalhamento.
A tensão de cisalhamento devido ao momento torsional na viga caixão pode ser obtida pela
seguinte equação:
Mt
f vt =
(2 × A × t w )
V = Força de Cisalhamento
Q = Momento Estático de Área
Ix = Momento de Inércia em relação ao eixo x-x
tw = Espessura da Alma
Mt = Momento de Torção
A = Área Total da secção reta da viga caixão
78
3.3.3. Considerações Básicas para as Tensões Admissíveis:
As tensões admissíveis para os aços ASTM A36 e A572 Grau 50 estão relacionadas na tabela
10. Estes são os principais materiais utilizados na construção de todas as estruturas das pontes
rolantes. Outros materiais certificados pela ASTM podem ser utilizados. Os dados referentes ao
dimensionamento pela fadiga são apresentados no item 3.3.3.8 O uso de materiais de resistência
elevada não altera os valores de tensão admissível quanto à fadiga.
Tabela 10: Tensões Admissíveis para Aço ASTM A36 e ASTM A572 Grau 50 – (ksi)
1 kgf/cm2 = 14,223 lb/pol2 (psi)
A tabela 11 apresenta as combinações de carga para o projeto da estrutura das pontes rolantes.
79
Combinação de Carga Fator de Tensão *
Peso Próprio (WB)
Carga Móvel (WL+WT)
Impacto Vertical (0,2WL) 1,0 x tensão admissível com
(1) Carga de Vento em Serviço referência à tabela 10, sem
Forças de Inércia redução para cargas repetitivas
Carga Axial
Forças de Distorção
Peso Próprio (WB)
Carga Axial 1,0 x tensão admissível quanto à
(2)
Impacto Vertical (0,2WL) fadiga
Forças de Inércia
Peso Próprio (WB)
(3) Impacto Vertical (0,2WL) 1,50 x tensão admissível
Forças de Colisão
(4) Peso Próprio (WB)
1,50 x tensão admissível
200% da Carga de Levantamento **
(5) Peso Próprio (WB)
Carro do Levantamento sem Carga na Extremidade 1,50 x tensão admissível
Carga de Vento Máxima
(6) Peso Próprio (WB)
Carga Móvel, sem a Carga de Levantamento (WT)
Carga de Vento em Serviço
1,50 x tensão admissível
Forças de Inércia
Rotações
Forças de Distorção
(1) Juntas de Penetração Total: As tensões admissíveis são as mesmas do metal de base. Todas as
soldas da mesa da viga devem ser de penetração total e devem receber acabamento fino na direção
das tensões. Estas soldas devem ser inspecionadas por radiografia e devem ser aceitas ou rejeitadas
com base em código de inspeção, AWS Structural Welding Code D1.1 1996 Seção 6.12.2.
(2) Solda Filetada: A tensão efetiva na garganta do filete é considerada como sendo a tensão de
cisalhamento, independente da direção de aplicação. As tensões admissíveis do material da solda
são as seguintes:
80
Tensão de Cisalhamento do Aço A36 = 0,4(36) = 14,4 ksi
Aço A575, Grau 50 = 0,4(50) = 20,0 ksi
As soldas temporárias devem ter os mesmos procedimentos das soldas definitivas. Estas soldas
devem ser removidas, a menos que sejam permitidas pelo responsável pelo projeto. Durante a
remoção o acabamento final da superfície deve ficar igual ao original.
Nenhuma solda suplementar é admissível sem a aprovação do engenheiro responsável pelo
projeto. Soldas suplementares que não foram removidas ou que foram incorporadas ao equipamento
devem ser registradas na revisão dos desenhos do equipamento.
3.3.3.6.1. Tensões Básicas: A tabela 12 apresenta as tensões admissíveis nos parafusos conforme
especificação ASTM. No dimensionamento das junções deve ser considerado o diâmetro nominal
do parafuso. A área efetiva de contato do parafuso com o furo deve ser o diâmetro multiplicado pela
espessura da chapa de junção.
As uniões sujeitas ao cisalhamento entre as partes conectadas devem ser dimensionadas
considerando o efeito de deslizamento de contato. O controle deste efeito é realizado pela tensão de
aperto dos parafusos. As junções submetidas a variações de tensão ou quando o deslizamento é
indesejável, devem ter controle de aperto para garantir a correta fixação dos elementos.
Os furos do parafuso devem ser mandrilhados ou usinados. As superfícies de contato das juntas
que não podem deslizar em serviço devem ser isentas de óleo, tinta, sujeira ou revestimentos
superficiais que reduzem o coeficiente de atrito abaixo de 0,33.
81
3.3.3.6.2. Tração Pura e Tração e Cisalhamento Combinados: Os parafusos de alta resistência
devem ser utilizados nas uniões sujeitas a tensões combinadas.
Os parafusos submetidos à tração direta devem ser dimensionados com referência a sua área
nominal, de tal forma que a tensão não ultrapasse o valor da tabela 12. A carga aplicada deve ser a
soma da carga externa e a tração resultante pela ação de arrancamento.
A tração devido à ação de arrancamento deve ser considerada de acordo com o método de
aperto utilizado, que pode ser obtido nos manuais da AISC.
Para as tensões combinadas de tração e cisalhamento utilizando parafusos de alta resistência as
tensões admissíveis da tabela 12 devem ser modificadas conforme os manuais da AISC.
3.3.3.6.3. Fadiga: Os parafusos de alta resistência submetidos aos efeitos combinados de cargas
externas e arranchamento com fadiga devem ser projetados de acordo com os procedimentos da
AISC.
3.3.3.7.1. Colunas: A tensão média admissível de compressão na seção reta de uma coluna ou
suporte carregado axialmente, Fa; quando Kl/r, a maior razão efetiva de esbeltez de algum segmento
sem apoio, é menor do que Cc, será:
⎡ ⎛ K × L ⎞2 ⎤
⎢ ⎜ ⎟ ⎥
⎢1 − ⎝ r ⎠ ⎥ × F
⎢ 2 × Cc ⎥
2 y
⎢ ⎥
⎢ ⎥⎦
Fa = ⎣
N
3
⎛K×L⎞ ⎛K×L⎞
3×⎜ ⎟ ⎜ ⎟
5 ⎝ r ⎠ ⎝ r ⎠
N= + −
3 8 × Cc 8 × Cc
3
2 × π2 × E
Cc =
Fy
A tensão média admissível de compressão na seção reta de uma coluna ou suporte carregado
axialmente, quando Kl/r for superior a Cc, será:
12 × π 2 × E
Fa = 2
⎛ K×l ⎞
23 × ⎜ ⎟
⎝ r ⎠
(1) Secção Aberta: Para as construções com perfis (I, U, L), ou para secções com alma simples e
mesas simétricas em torno do eixo vertical, a tensão admissível de compressão deve ser o maior
valor obtido nas equações definidas na AISE 6/91 Seção 2.2.13.2 (1), porém não superior a 0,60Fy.
82
(2) Secção Fechada: A tensão de compressão normal permissível devido ao momento de flexão em
torno do eixo horizontal, Fbx, deve ser inferior a tensão admissível básica devido à falta de apoio
lateral juntamente com a torção lateral, ou quando a relação entre a largura e espessura da mesa de
compressão for superior ao valor admissível sem nenhuma redução de tensão.
A tensão permissível, Fbx para uma viga caixão sem suporte lateral pode ser determinada pela
utilização da equação que define Fa, conforme item 3.3.3.7.1, considerando o valor de K igual a 1,
sem o coeficiente de esbeltez definido na equação abaixo:
⎛l⎞ 5,1 × L × S x
⎜ ⎟=
⎝r⎠ J × Iy
A relação l/r para a seção da viga caixão em torno do eixo neutro vertical não pode ser superior
ao valores da tabela 13.
Quando a relação não suportada entre a largura e espessura, w/t, de uma secção tipo caixa de um
flange (mesa) de compressão, b, superar o limite, wc/t, relacionado na tabela 13, o projeto será
aceito se a tensão média for menor do que a tensão básica admissível multiplicada pela relação
w/wc sendo w a largura sem suporte existente e o valor wc definido na tabela 13.
2×π2 × E b 95 wc 238
Fy, ksi 0,60Fy, ksi Cc = = Secção Aberta ∗ = Secção Aberta
Fy t Fy t Fy
36 22 126,1 15,8 39,7
60 30 107,0 13,4 33,7
f bx f by
+ ≤1
Fbx Fby
No caso de secções abertas, fby deve ser calculada com referência ao módulo da secção do
flange de compressão isoladamente, incluindo 1/6 da área da alma, em torno do eixo vertical (y-y).
Para secções tipo caixão com diafragmas ou secção adequada à aplicação, fby deve ser calculada
utilizando o módulo da secção completa em torno do eixo vertical (y-y). Fbx é a tensão admissível
reduzida apenas para cargas verticais, sendo igual à Fa para a relação de esbeltez equivalente. O
valor de Fby = -0,60Fy.
Os valores de fbx e fby referemÀse as tensões de flexão calculadas com relação às cargas
verticais (3.3.2.1) e horizontais (3.3.2.2), que geram os momentos em torno do eixo x-x e y-y. Os
valores Fbx e Fby, referem-se às tensões admissíveis de tração e compressão que estão definidas na
tabela 10.
83
3.3.3.7.4. Enrijecedores da Viga e da Alma:
O espaçamento requerido não deve ser superior ao valor de h, profundidade não suportada da
chapa da alma, independente do valor calculado nas expressões acima.
Caso a tensão máxima de cisalhamento em ksi devido à flexão e torção combinada seja inferior
ao valor calculado na expressão abaixo, o espaçamento dos diafragmas cheios deve ser determinado
apenas pelos requisitos de torção, isto é, para manter a forma da secção reta e distribuir as forças
concentradas excentricamente ao centro de cisalhamento.
57.600
2
⎛h⎞
⎜⎜ ⎟⎟
⎝ tw ⎠
O momento de inércia de um par de enrijecedores intermediários, ou um enrijecedor
intermediário simples, com referência ao eixo no plano da alma, não deve ser inferior ao valor
abaixo.
4
⎛h ⎞
I=⎜ ⎟
⎝ 50 ⎠
Os enrijecedores intermediários não devem ser soldados na mesa de tração. As soldas de fixação
dos enrijecedores intermediários com a alma devem ser terminadas com mais 4 e menos de 6 vezes
a espessura da lama com relação à junção da mesa com a alma.
760 1000
ou
fb Fy
1520 2000
ou
fb Fy
84
A linha de centro do enrijecedor horizontal tipo barra ou a linha de contato do enrijecedor
angular, deve ser posicionada a h/5 da superfície interna da mesa (flange) de compressão.
O momento de inércia mínimo enrijecedor horizontal deve ser obtido com a expressão:
⎛ a2 ⎞
I o = h × t w × ⎜⎜ 2,4 × 2 − 0,13 ⎟⎟
3
⎝ h ⎠
3.3.3.7.4.3. Suportes da Alma “Crippling”: As cargas concentradas não suportadas por enrijedores
não podem gerar um tensão de compressão na base do filete de solda da alma superior a 0,75Fy.;
neste caso, suportes enrijecedores serão necessários. As fórmulas que determinam a utilização são
as seguintes:
R
≤ 0,75 × Fy
t w ×(N + 2 × k )
R
≤ 0,75 × Fy
t w ×(N + k )
Onde:
⎡ ⎛a⎞ ⎛a⎞
2
⎛ A × a ⎞⎤
I o = ⎢0,6 × ⎜ ⎟ + 0,2 × ⎜ ⎟ + 3,0 × ⎜ 2s ⎟⎥ × b × t
3
⎢⎣ b
⎝ ⎠ b
⎝ ⎠ ⎝ b × t ⎠ ⎥⎦
Onde:
O momento de inércia não precisa ser superior ao valor abaixo, para qualquer caso:
⎧ ⎛ A ⎞ ⎡ ⎛ A ⎞⎤ ⎫
I o = ⎨2,2 + 10,3 × ⎜ s ⎟ × ⎢1 + ⎜ s ⎟ ⎥ ⎬ × b × t 3
⎩ ⎝ b × t ⎠ ⎣ ⎝ b × t ⎠⎦ ⎭
85
- Para dois enrijecedores, dividindo a mesa inferior em três partes, o momento de inércia é
obtido na expressão:
⎡ ⎛a⎞ ⎛a⎞
2
⎛ A × a ⎞⎤
I o = ⎢0,4 × ⎜ ⎟ + 0,8 × ⎜ ⎟ + 8,0 × ⎜ 2s ⎟⎥ × b × t
3
⎣⎢ ⎝b⎠ ⎝b⎠ ⎝ b × t ⎠ ⎦⎥
O momento de inércia não precisa ser superior ao valor abaixo, para qualquer caso:
⎡ ⎛ A ⎞ ⎛ A ⎞ ⎤
2
I o = ⎢9 + 56 × ⎜ s ⎟ + 90 × ⎜ s ⎟ ⎥ × b × t 3
⎢⎣ ⎝ b×t ⎠ ⎝ b × t ⎠ ⎥⎦
- Para três enrijecedores equidistantes, limitado pela relação a/b menor do que três, o momento
de inércia é obtido na expressão:
⎡ ⎛a⎞ ⎛a⎞
2
⎛ A × a ⎞⎤
I o = ⎢0,35 × ⎜ ⎟ + 1,10 × ⎜ ⎟ + 12,0 × ⎜ 2s ⎟⎥ × b × t
3
⎣⎢ ⎝b⎠ ⎝b⎠ ⎝ b × t ⎠ ⎦⎥
3.3.3.8. Fadiga:
O ciclo equivalente de amplitude constante pode ser determinado pelo ciclo de trabalho da ponte
utilizando a seguinte equação:
K3
⎛ S ⎞
N eq = ∑ ⎜⎜ Ri ⎟⎟ × ni
⎝ S Rref ⎠
Onde:
86
Ciclos Equivalentes
Classe de Serviço
de Amplitude Constante
Menos de 100.000 1
100.000 a 500.000 2
500.000 a 2.000.000 3
Mais de 2.000.000 4
Os componentes submetidos a cargas variáveis devem ser projetados para a máxima tensão de
acordo com a Seção 3.3.3. e para os valores máximos de tensão da tabela 14. Para os detalhes dos
níveis de tensão deve ser utilizada a AISE 6/91, tabela 4.
Para os cálculos pertinentes às cargas repetidas, conforme Categoria F da tabela 14, aplicado ao
filete de solda, o termo tensão de cisalhamento refere-se a tensão resultante de todos os
componentes de tensão atuando na garganta da área da solda.
As soldas intermitentes não são permitidas na conexão da alma com a mesa e na fixação da
chapa de desgaste com a mesa. As soldas intermitentes aplicadas em outros locais devem ser
dimensionadas considerando as limitações dos critérios de fadiga.
Os parafusos de alta resistência devem ser espaçados com o valor máximo de 12 vezes a
espessura da chapa mais fina nos elementos de compressão.
87
As juntas soldadas na alma ou mesa da viga devem ser de penetração total.
As juntas parafusadas devem ser dimensionadas pela média entre a tensão calculada à tensão
admissível dos elementos da união mas não deve ser menor do que 75% da tensão admissível dos
elementos da união.
A relação entre o vão e a profundidade, l/d, deve ser menor do que 18. A relação entre o vão e a
largura, l/b, deve ser menor do que 60, e deve atender a relação:
A deflexão vertical total da viga para a carga móvel (WL+ WT + WA) e não considerando a carga
e o peso próprio da viga não deve ser maior do que 0,001 mm/mm do vão. A viga deve ter uma
flecha positiva de fabricação correspondente a deflexão causada pelo peso próprio somada a metade
da deflexão causada pela carga móvel (WL+ WT + WA). As tolerâncias da deflexão devem estar de
acordo com a AWS D1.1.
Diafragmas cheios são requeridos na viga nos locais de sustentação dos suportes das passarelas,
suportes do acionamento da ponte e pedestais dos mancais dos eixos de acionamento. Enrijecedores
externos suplementares adjacentes aos diafragmas podem ser necessários para transmitir as forças
locais ao fundo da mesa. Enrijecedores verticais ou diafragmas cheios podem ser intercalados
quando requeridos pela Seção 3.3.3.7.4.
Além dos diafragmas cheios, diafragmas curtos podem ser utilizados quando necessário
transmitir a carga da roda do carro incluindo o impacto para a chapa da alma e limitar a tensão
máxima do trilho do carro em 20 ksi, conforme expressão:
88
A espessura e espaçamento dos diafragmas devem ser suficientes para suportar as cargas da
roda do carro do levantamento.
As pontes rolantes devem ter chapa de desgaste ao longo de todo o apoio do trilho sobre a viga.
Esta chapa deve ter pelo menos 3/8 in de espessura, com largura pelo menos igual à base do trilho,
sendo soldada diretamente na mesa da viga. Esta chapa não é considerada nos cálculos das
propriedades da secção da viga.
O projeto da viga da ponte deve considerar detalhes para eliminação do acúmulo de água, óleo e
outros líquidos. Caso seja especificado, devem ser previstos furos para permitir a expansão e
contração do ar acumulado na viga devido às variações de temperatura. Cuidados especiais devem
ser tomados com as pontes rolantes que trabalham em locais abertos, pois o acúmulo de água pode
provocar a corrosão da estrutura.
Deve ser previsto um número adequado de parafusos, com furos calibrados, para permitir o
alinhamento na conexão entre as vigas e as cabeceiras e garantir o perfeito alinhamento dos
conjuntos de rodas.
As conexões devem ser identificadas para facilitar a montagem.
A extremidade de conexão da viga deve ser dimensionada pelas combinações de carga (1) e (2).
O detalhe do encaixe deve considerar as limitações da tensão de fadiga conforme item 3.3.3.8.
A figura 28 apresenta detalhes da viga principal de uma ponte rolante durante a fase de
fabricação.
A tensão local no diafragma que suporta o trilho deve ser considerada distribuída
transversalmente por uma distância igual à largura da base do trilho somada com duas vezes a
espessura da chapa da mesa e chapa de desgaste.
Para as aplicações onde o trilho é centrado em relação a uma das almas, a tensão de flexão local
na mesa é calculada,. fbw, deve ser obtida na expressão:
P × tf h
f bw = × 4 2 × (I R + I F )
8 × (I R + I F ) tw
Onde:
h = Profundidade da alma
IF = Momento de Inércia da Porção Efetiva da Mesa Superior
IR = Momento de Inércia do Trilho
P = Carga máxima local da roda
tw = Espessura da chapa da alma
tf = Espessura da chapa do flange
A distância das rodas extremas de apoio da ponte não deve ser menor do que 1/6 do vão. Para
pontes rolantes com 8 ou mais rodas, deve ser considerada a distância entre centros das duas rodas
externas.
Na estrutura inferior do elemento de sustentação da roda, com uma distância máxima de 1 in
acima do trilho, devem ser previstos batentes reforçados para prevenir um excessivo impacto no
caso de quebra da roda, eixo ou suporte da roda.
89
Os elementos de sustentação das rodas devem ser projetados de tal forma a facilitar a troca deste
componente.
Sapatas de apoio devem ser previstas para a instalação de macacos para a troca das rodas.
Os limpa trilho devem ser montados nas quatro extremidades da ponte, sobre o trilho, para
evitar a entrada de material entre a roda e o trilho.
O projeto das estruturas destes componentes deve ser de acordo com as combinações de carga
(1) e (2). Detalhes da estrutura são dimensionados considerando as limitações das tensões de fadiga
3.3.3.8. O impacto é considerado conforme 3.3.3.7. e a carga axial de acordo com o item 3.3.3.3. As
partes das estruturas composta por secções abertas devem considerar os efeitos torsionais da carga
axial.
3.3.4.4. Cabeceiras:
Deve ser dimensionada conforme combinações de carga (1) e (2). Os detalhes da estrutura
devem considerar as limitações de fadiga conforme item 3.3.3.8.A conexão parafusada com a viga
deve ser dimensionada pelo momento torsional na extremidade da viga bem como o movimento
lateral devido à inércia. O momento devido à inércia provoca uma reversão completa das tensões.
Os detalhes referentes à Categoria E são os mais prováveis, particularmente na solda de junção com
a viga. Soldas com penetração parcial e soldas tipo filete Categoria F ocorrem no cisalhamento.
O carro do levantamento é constituído por uma construção de aço soldado. Todos os requisitos
aplicados no dimensionamento da estrutura e conjunto de rodas da ponte também são aplicados ao
carro do levantamento.
Todos os suportes do dromo devem ser parte integral da estrutura do carro. As superfícies de
apoio dos equipamentos devem ser todas usinadas. O uso de calços (“shims”) somente é permitido
na base dos freios, motores e pedestal do mancal da extremidade do dromo.
O piso do carro deve ser todo revestido, sem aberturas, com exceção das passagens para os
cabos do levantamento e do eletroímã. A chapa do piso deve ter a espessura mínima de ¼ in e deve
possuir guarda corpo em todo o contorno aberto ou bordas do carro.
O dimensionamento da estrutura do carro deve ser de acordo com as combinações de carga (1) e
(2). Os detalhes da estrutura devem ser verificados conforme os critérios de fadiga do item 3.3.3.8.
Os valores de impacto devem ser considerados conforme o item 3.3.2.7 e as forças horizontais
de acordo com o item 3.3.2.2. Com relação à verificação quanto à fadiga das juntas soldadas a
Categoria E é a mais provável para este tipo de estrutura. Para o cisalhamento deve prevalecer a
Categoria F nas soldas de penetração parcial com chanfro e soldas de filete.
90
Figura 29: Montagem do Carro do Levantamento Principal
3.3.4.6. Passarelas:
O nível do piso das passarelas deve ser construído com chapa anti-derrapante ou chapa
expandida. Deve ser construída passarela do lado externo ao longo de toda a extensão da viga no
lado do acionamento da translação da ponte. Para o lado livre a extensão da passarela deve ser o
dobro do comprimento do carro de levantamento, a não ser que seja especificado passarela ao longo
de toda a extensão da viga.
As passarelas devem possuir em ambos os lados chapa com altura de 6 in. nas laterais inferiores
e alinhadas com o guarda corpo. As passarelas devem ter largura suficiente para garantir uma
passagem livre de pelo menos 18 in. em todos os pontos, com exceção entre o guarda corpo e o
acionamento da ponte onde a passagem pode ser de pelo menos 15 in. A folga entre o guarda corpo
da passarela da viga da ponte e a parte extrema do carro não deve ser inferior a 18 in. A passarela
da viga da ponte deve ter uma distância mínima vertical de 7 ft. em relação às estruturas do prédio.
As passarelas do carro do levantamento, caso existam, devem ter largura mínima de 15 in.
O guarda corpo deve ser construído de aço, com altura de 42 in e um membro intermediário
com 21 in. de altura em relação ao próprio piso. A chapa lateral inferior, em contato com a
passarela, deve ter 6 in. de altura.
O guarda corpo deve ser instalado nas passarelas da viga, extremidades da ponte, carro de
levantamento, plataformas de acesso à cabine e escadas. A distância com relação aos trilhos deve
ser maior do que 24 in.
As escadas devem instaladas para permitir o acesso às passarelas e cabine da ponte, conforme
especificações de projeto do equipamento.
A localização das escadas deve evitar prejuízos a operação do equipamento, principalmente com
relação à visibilidade do operador da ponte.
A escada deve ser de material ante-derrapante e deve ter uma largura superior a 21 in. As
escadas podem ser construídas na forma de rampa, sem degraus, sendo fixadas a estrutura pela parte
inferior.
91
A inclinação máxima admissível é de um ângulo de 50o com a horizontal.
As escadas de marinheiro deve ser construídas de aço com degraus soldados no guarda corpo
para prevenir acidentes. O guarda corpo deve se extender 42 in. acima do piso de saída da escada
para permitir o acesso seguro.
Todas as passarelas, guarda corpo, escadas e escadas de marinheiro devem ser projetadas de tal
forma a não interferir com as atividades de manutenção do equipamento.
A figura 30 mostra detalhes da construção de passarela, guarda corpo, escada e escada de
marinheiro na região de acesso da viga principal da ponte. Esta ponte rolante tem capacidade de 60
toneladas no levantamento principal e 10 toneladas no auxiliar.
A cabine do operador deve ser construída de aço e materiais resistentes ao fogo, com uma altura
livre mínima de 7 ft. com o equipamento instalado. A fixação da cabine na estrutura da ponte deve
ser feita de tal forma a prevenir oscilações ou vibrações; as fixações da cabine não devem interferir
com o acesso e com a visibilidade do operador. Todos os parafusos utilizados na fixação da cabine
devem trabalhar com duplo cisalhamento.
As cabines fechadas devem ter o teto impermeável o qual deve ter inclinação para trás
permitindo o deslizamento, janelas basculantes dos três lados frontais e uma porta de acesso devem
ser instaladas na cabine. Todas as janelas devem possuir vidros de segurança com boa transparência
e montados em caixilhos. Especificações especiais podem ser utilizadas em função das
características da aplicação do equipamento. A figura 31 apresenta alguns detalhes construtivos de
uma cabine de ponte rolante de manutenção com capacidade de to toneladas no levantamento
principal e 10 toneladas no auxiliar.
Cabines abertas devem ter a parte traseira fechada com chapa de aço. Os outros três lados devem
ter guarda corpo padrão de 42 in, com o espaço entre o piso e o membro intermediário fechado com
92
Figura 31: Detalhes de Projeto de Uma Cabine Fechada
chapa de aço. Caso a visibilidade do operador seja prejudicada por este tipo de construção podem
ser feitas modificações sem prejuízo da segurança.
O piso da cabine, que deve ser de chapa de aço, deve se extender como plataforma sendo
instalados corrimãos, semelhantes às dimensões do guarda corpo, para permitir o deslocamento
seguro. O piso da cabine pode ser especificado com isolamento térmico, caso necessário.
As pontes rolante sujeitas à incidência de calor pela parte inferior devem receber um escudo
térmico colocado 6 in abaixo do nível do piso a ser isolado.
As cabines devem ter um sistema de alarme para a segurança durante o trânsito de pessoal no
interior do equipamento e nas vigas de rolamento do prédio. Este sistema tem como objetivo a
proteção do pessoal de manutenção e durante a troca de operadores da ponte.
As cabines devem ser projetadas para a máxima visibilidade do operador. Durante o projeto do
equipamento deve ser elaborado um diagrama de visibilidade da cabine.
93
(8) Plataformas de acesso para as rodas e mancais das pontes com vigas de equalização
(balancins) o conjunto de rodas.
(9) Aspectos ergonômicos que afetam o operador da ponte:
(a) Campo de visão.
(b) Posição do assento.
(c) Localização e tipo de alavancas de comando, controles e instrumentos.
(d) Nivel de ruido.
(e) Temperatura, ventilação e qualidade do ar.
(f) Redução da vibração transmitida para a estrutura da cabine.
(g) Sistema de limpeza das janelas.
(h) Vidros especiais da cabine com isolamento térmico, proteção contra radiação infra
vermelho, respingo de aço líquido e resistência ao impacto.
(10) Tubos de proteção para a estrutura e cabos em locais sujeitos a roçamentos. Os critérios de
instalação devem estar de acordo com os procedimentos de cálculo do item 3.3.3.8.
(11) Suportes para os macacos devem ser previstos na estrutura dos carros do levantamento e
nas vigas, para facilitar o levantamento da ponte. Os procedimentos de cálculo devem
considerar os critérios do item 3.3.3.8.
(12) Deve ser previsto um ponto de acesso para suportar equipamentos que devem ser
movimentados na ponte rolante.
(13) Montagem do trilho do carro do levantamento com calços de elastômeros devem ser
compatíveis com os elementos de fixação do trilho.
(14) Os trilhos devem ser com extremidades soldadas.
(15) Caso seja utilizada, a chapa de desgaste deve ter largura suficiente para permitir a
montagem dos elementos de fixação dos trilhos.
Figura 32: Detalhes da Construção da Estrutura do Carro Principal com Correntes nas Aberturas de
Passagem do Corrimão
94
3.3.5. Exemplo de Dimensionamento da Viga Principal da Ponte Rolante:
1. Especificações Gerais:
Considerações Básicas:
Dados da Ponte:
Conforme informações no item 1.2, o peso próprio referente às cargas atuantes na viga da ponte,
também conhecido como peso morto, esta estimado em 39 toneladas.
Esta carga é definida na AISE 6/91 pela simbologia WB. Neste valor estão incluídos o peso
próprio da estrutura da viga, equipamentos mecânicos, equipamentos elétricos e estruturas
auxiliares (escadas, passarelas, etc). Os equipamentos elétricos referem-se aos painéis, motores,
fiação e instrumentos que são fixados na viga da ponte. Os equipamentos mecânicos correspondem
aos eixos, acoplamentos, redutores e elementos de fixação.
O cálculo exato deste peso somente é possível após o projeto de todos estes equipamentos. A
estimativa de 39 toneladas para uma viga de 16,5 metros de vão e capacidade de ponte de 60
toneladas, envolve o conhecimento de equipamentos similares ou especificações preliminares dos
diversos componentes. Após concluído o projeto deve ser efetuada a verificação dos valores
considerados.
Na avaliação do peso próprio devem ser consideradas futuras instalações no equipamento que
possam ser previstas na fase do projeto.
Para o cálculo do momento do peso próprio o valor de WB pode ser considerado como carga
distribuída na extensão do vão da ponte (L).
WB × L 39 × 1650
MB = =
8 8
A carga móvel (WL + WT) conforme definição da AISE 6/91 pág. 3 é referente ao peso total do
carro do levantamento, carga de trabalho, dispositivos de levantamento da carga e outros acessórios
utilizados no serviço.
Neste caso o valor desta caga é 100,3 toneladas, correspondendo a 60 toneladas da capacidade
da ponte, 33,3 toneladas do carro e 7 toneladas da barra de carga.
A carga móvel também deve levar em consideração a carga de impacto, conforme critério AISE
6/91 pág. 3 este valor deve ser de 0,2xWL que corresponde a 13,4 toneladas.
Para o cálculo do momento máximo deve-se definir a posição crítica do carro. Conforme
exemplo AISE 6/91 pág. 24, o momento máximo na secção A da viga ocorre quando a roda estiver
a um quarto do centro (ver figura seguinte). Neste caso estão sendo consideradas cargas iguais em
todas as rodas (centro de gravidade simétrico). Para o caso geral ver Dubbel Capítulo de Mecânica,
Estática dos Corpos Rígidos.
A carga em cada roda, definida por P, é de 25,1 toneladas. Neste caso não está incluído a carga
de impacto que será calculada separadamente.
Para o cálculo do momento da carga móvel é necessário definir as dimensões principais do carro
do levantamento, como por exemplo à distância entre as rodas no mesmo trilho. Neste caso o valor
considerado é de 4 metros como pode ser observado na figura a seguir:
96
Para as condições de equilíbrio tem-se:
∑ M em 2 = 0
R 1 × L − P × ( L 2 + b 4) − P × ( L 2 − 3 × b 4) = 0
Simplificando obtem-se:
P ⎛ b⎞
R1 = ×⎜L − ⎟
L ⎝ 2⎠
⎛L b⎞
M L = R1 × ⎜ − ⎟
⎝ 2 4⎠
2
P ⎛ b⎞
ML = ×⎜L − ⎟
2× L ⎝ 2⎠
97
2
25,1 ⎛ 400 ⎞
ML = × ⎜ 1650 − ⎟
2 × 1650 ⎝ 2 ⎠
13,4
M I = 15992 ×
100,4
Apesar dos momentos máximos calculados em cada caso não coincidirem para a mesma seção
da viga, será considerado para o dimensionamento o momento máximo atuando no centro da viga,
somando os valores máximos de cada caso.
Para o cálculo detalhado deve ser traçado o diagrama de esforços cortante e momento fletor,
efetuando-se a soma ponto a ponto para ser obtido o valor exato. A consideração acima esta a favor
da segurança, pois o valor do momento será superior ao calculado de forma detalhada.
De acordo com a AISE 6/91 pág. 3 as pontes rolantes devem ser dimensionadas para suportar
forças horizontais produzidas pela aceleração e desaceleração durante o movimento sobre os
caminhos de rolamento.
Obs.: neste caso as forças concentradas na viga foram incluídas no valor de WB.
98
O cálculo das forças horizontais é feito com base no fator ff (AISE 6/91, pág. 3 e 4).
⎛ 4 rodas movidas ⎞
f f = 0,2 × ⎜ ⎟ ∴ f f = 0,1
⎝ 8 rodas totais ⎠
- Cargas Distribuídas:
- Cargas Concentradas:
A seguir é apresentado um método para o cálculo dos momentos na viga da ponte rolante,
considerada como um quadro conforme a figura abaixo. As cargas são consideradas concentradas
no centro da viga.
99
Em seguida calcula-se o momento da carga simplesmente apoiada.
I viga
Wviga 2×
= L
Wcabeceira I cabeceira
6×
H
Neste caso os valores do momento de inércia I da viga e da cabeceira são iguais (Iviga = Icabeceira).
O valor de H corresponde a 9,11 metros e L vale 16,5 metros. Simplificando e substituindo os
valores temos:
Wviga 2 × 9110
= = 0,184
Wcabeceira 6 × 16500
0,184
= 0,1554 (para a viga).
1 + 0,184
A AISE 6/91 página 26 apresenta apenas o diagrama de momentos e não apresenta um método
de cálculo detalhado para os momentos horizontais.
Como sugestão de estudo recomenda-se o melhor detalhamento do método descrito acima e
verificação dos cálculos apresentados no exemplo da AISE 6/91.
100
4. Momentos Torsionais:
WB
R 1B = ∴ R 1B = 19,5 toneladas
2
1250
R 1L = P + P × ∴ R 1L = 44,1 toneladas
1650
1250
R 1I = PI + PI × ∴ R 1I = 5,9 toneladas
1650
101
neste caso o efeito é muito inferior ao da carga móvel. Para detalhes do cálculo do momento
torsional de outras cargas recomenda-se o exemplo da AISE 6/91 pág. 28 e 29.
102
No caso do exemplo em estudo as características da viga são descritas a seguir:
Propriedades da Secção
Ix (cm4) Iy (cm4) Wx (cm3) Wy (cm3) J (cm3) Ar (cm2) At (cm2) rx (cm) ry (cm)
6480650 2485430 51450 33820 5405850 674,30 35331,25 98,04 60,71
Observação: Os valores calculados na tabela acima podem ser obtidos no Dubbel no capítulo
referente à resistência dos materiais. Ar é utilizada no cálculo dos raios de giração (rx e ry) e At no
cálculo do cisalhamento com torção.
As dimensões da secção principal devem atender as seguintes condições: (ver item 2.3.1, AISE
6/91):
L
< 60 (item 2.3.1, AISE 6)
b
L
< 18 (item 2.3.1, AISE 6)
d
wc
< 39,7 (Tabela 5, AISE 6)
tf
K ×L
< 126,1 (Tabela 5, AISE 6)
ry
103
Os valores das expressões acima são:
wc ⎛ wc * ⎞
= 147,36 > 39,7 não atende ⎜⎜ = 36,84 < 39,7 ⎟⎟ OK (com três enrijecedores)
tf ⎝ tf ⎠
K×L
= 27,18 < 126,1 OK
ry
A Tabela 1 da página 5 da AISE 6/91 possui as condições para a definição das tensões
admissíveis a serem adotadas. O material da ponte é o ASTM A36.
O valor da tensão admissível para os componentes da viga submetidos à compressão deve ser
obtido na secção 2.2.13 da AISE 6/91.
No caso de viga caixão, com referência à equação 13, página 11 AISE 6/91.
Inicialmente é calculado o valor do coeficiente de esbeltez equivalente:
⎡K × L⎤
⎢ r ⎥ = 10,86
⎣ ⎦ eq .
O valor da tensão admissível a flexão Fbx será obtido na equação 6 (AISE 6/91), considerando o
uso dos enrijecedores longitudinais.
104
⎡ ⎛ K × L ⎞2 ⎤
⎢ ⎜ ⎟ ⎥
⎢1 − ⎝ r ⎠ ⎥ × F
⎢ 2 × Cc ⎥
2 y
⎢ ⎥
⎢⎣ ⎥⎦
Fbx = Fa =
N
Fy = 36 (ver Tabela 1)
3
⎛K×L⎞ ⎛K×L⎞
3×⎜ ⎟ ⎜ ⎟
5 ⎝ r ⎠ ⎝ r ⎠
N= + − (Equação 7 AISE 6)
3 8 × Cc 8 × Cc
3
5 3 × 10,86 10,86 3
N= + − = 1,7
3 8 × 126,1 8 × 126,1 3
⎡ 10,86 2 ⎤
⎢1 − 2 × 126,12 ⎥ × 36
Fbx = ⎣ ⎦
1,7
6.2.1. Tensões Verticais: é composto pelos momentos do peso próprio (MB), carga móvel (ML) e
impacto (MI), considerados os valores máximos no centro da viga.
MB 8044
σ VB = = ∴ σ VB = 0,156 ton/cm 2
Wx 51450
M L 15992
σ VL = = ∴ σ VL = 0,311 ton/cm 2
Wx 51450
MI 2134
σ VI = = ∴ σ VL = 0,041 ton/cm 2
Wx 51450
105
Somando os valores acima obtem-se:
f bx = 0,508 ton/cm 2
MH 1547
f by = =
Wy 33820
f by = 0,046 ton/cm 2
f bx f by
+ ≤1
Fbx Fby
Sendo:
0,508 0,046
+ = 0,373 < 1 OK – atende condição
1,483 1,518
Devemos calcular as duas condições definidas para cisalhamento máximo (AISE 6/91 Item
2.2.6).
V×Q
f vb = (condição de cisalhamento máximo)
2 × Ix × t
Sendo:
V = 69,5 ton
O momento estático de área (Q) é obtido na expressão (ver literatura Resistência dos Materiais):
Q=
a
2
( 2
)t × h2
× h × tf + tf + w
4
106
Q = 29866 cm 3
69,5 × 29866
f vb =
2 × 6480650 × 0,79
f vb = 0,2027 ton/cm 2
MT
f vt =
2× A × tw
4133
f vt =
2 × 35331,25 × 0,79
f vt = 0,074 ton/cm 2
f v = f vb + f vt = 0,2027 + 0,074
L fbx L
× >
d f by b
107
Verificação da Condição de Carga II:
O carro do levantamento é posicionado para a máxima carga vertical, conforme figura do item
2.2. Nesta condição é analisada a solicitação por fadiga nas junções soldadas, que constitue os
pontos críticos.
Verificação da Máxima Tração na Solda da Alma/Mesa:
Tensão Admissível = 16 Ksi = 1,1248 ton/cm2 (Ver tabela 3, Categoria B, Classe de Serviço 4).
Variação da Tensão (Impacto+Carga Móvel) = 0,311 + 0,041 = 0,352 < 1,1248
Variação da Tensão (Carga Móvel + Horizontal) = 0,311 + 0,046 = 0,357 < 1,1248
Outras junções podem ser analisadas conforme especificações de solda e cálculo de tensão no
local.
De acordo com o item 2.2.13.4.1 da AISE 6/91 temos que verificar as seguintes condições:
- Necessidade de Diafragmas:
h 240
>
tw fv
h 250
= = 316,45
t w 0,79
240 240
= = 120,61
fv 3,94
O espaçamento dos diafragmas não deve ser maior do que o valor definido por:
320 × t w 320 × (0,79 2,54 )
= = 50,14 in
fv 3,94
Este valor corresponde a 1274 mm, que foi calculado para a extremidade da viga (utilizado
700mm sobre a cabeceira e 1350 mm para o primeiro na seção principal da viga).
Em direção ao centro da viga o valor de fv (tensão de cisalhamento) diminui, podendo ser
aumentado o espaçamento entre diafragmas (neste caso o valor no centro pode chegar a 1650 mm).
O momento de inércia dos enrijecedores verticais (diafragmas vazados), deve ser no mínimo:
108
4
⎛ h⎞
I diaf > ⎜ ⎟ (AISE 6/91, Eq. 17)
⎝ 50 ⎠
Obs.:
h 250
= = 316,5
t w 0,79
760 760
= = 270
fb 7,88
⎛ a
2
⎞
I o = h × t w × ⎜ 2,4 × d2 − 0,13 ⎟
⎜ h ⎟
⎝ ⎠
Sendo:
h = 250 cm
tw = 0,79 cm
ad = 165 cm (distância para diafragmas verticais na parte central da viga – inferior ao valor de h)
Neste caso serão utilizados perfis L3”x3”x5/16”. (ver dados de tabela para IL, AL e d):
109
- Enrijecedores na Mesa Superior:
Serão necessários três enrijecedores longitudinais na mesa superior, conforme definido no item
5.
⎡ ⎛a ⎞ ⎛a ⎞
2
⎛ A ×a ⎞⎤
I o = ⎢0,35 × ⎜⎜ d ⎟⎟ + 1,10 × ⎜⎜ d ⎟⎟ + 12,0 × ⎜ s2 d ⎟⎥ × w c × t f 3
⎜w ×t ⎟⎥
⎢⎣ ⎝ wc ⎠ ⎝ wc ⎠ ⎝ c f ⎠⎦
⎡ ⎛ 165 ⎞ ⎛ 165 ⎞
2
⎛ 11,48 × 165 ⎞ ⎤
I o = ⎢0,35 × ⎜ ⎟ + 1,10 × ⎜ ⎟ + 12,0 × ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ × 140 × 0,95 3
⎢⎣ ⎝ 140 ⎠ ⎝ 140 ⎠ ⎝ 140 2
× 0,95 ⎠ ⎥⎦
I o = 378 cm 4
O valor do Momento de Inércia do perfil escolhido é (ver dados de tabela para IL, AL e d):
1 / 4 × 1400 = 350 mm
8. Deflexão da Viga:
A AISE 6/91 estabelece uma deflexão vertical máxima de 1/1000 do vão para a carga móvel,
formada pelo carro do levantamento (WT) e carga de trabalho (WL).
A equação da flecha máxima para a condição de carga crítica é obtida na expressão, ver figura
do item 2.2:
DL =
P
48 × E × I x
[
× (L − b )× L2 + (L + b )
2
]
Substituindo valores temos:
110
DL =
25,1
48 × 2,1 × 10 × 6480650
3
[
× (1650 − 400)× 1650 2 + (1650 + 400)
2
]
DL = 0,333 cm
1650
Dfadm = ∴ Dfadm = 1,65 cm
1000
9. Contra-Flecha:
A contra-flecha da viga deve ser igual a soma da flecha do peso próprio (WB) com a metade da
flecha da carga móvel (WL + WT).
A deflexão do peso próprio é:
5 × WB × L3
DB =
384 × E × I x
5 × 39 × 1650 3
DB = ∴ DB = 0,168 cm
384 × 2,1 × 10 3 × 6480650
DL 0,333
Cf = D B + = 0,168 +
2 2
Cf = 0,335 cm
A seguir são apresentados detalhes da seção da viga e uma vista geral com a distribuição e
espaçamento dos diafragmas verticais.
Observar que foram acrescentados perfis longitudinais, além dos calculados, na região inferior
da seção interna da viga. Estes detalhes são definidos a partir do cálculo de tensões localizadas
devido à instalação de outros componentes na estrutura da ponte. O “Corte A” também apresenta o
posicionamento das passarelas da viga principal.. A passarela superior permite o acesso ao carro
principal e parte superior da viga a passarela inferior permite acesso ao sistema de translação
principal da ponte.
A região de apoio do trilho também esta reforçada com um trecho de chapa de maior espessura
(12,5 mm) e enrijecedores curtos na lateral externa da viga. Estes detalhes também são definidos no
cálculo das tensões localizadas produzidas pela passagem das rodas do carro, incluindo o
dimensionamento quanto à fadiga.
A figura mostra também as indicações de solda para a viga principal, que são fatores
extremamente importantes para a garantia de desempenho do equipamento.
111
112
4. TRANSPORTADORES CONTÍNUOS
113
especificações podem ser obtidas nas Tabelas 1-01 e 1-02 do Manual de Transportadores
Contínuos.
A característica do material transportada tem influencia na especificação de praticamente todos
os demais componentes do transportador. Portanto, é extremamente importante conhecer as
especificações corretas para evitar problemas no desempenho futuro do equipamento. Como pode
ser observado na descrição anterior, inúmeros parâmetros influenciam a especificação completa das
características do material.
114
Figura 34: Transportar de Minério de Ferro
115
4.1.1.3. Capacidade Desejada:
Algumas aplicações exigem que o transportador atenda determinadas condições especiais. Para
isto são efetuadas algumas modificações do projeto típico. Alguns exemplos desta situação são:
correia reversível, “tripper”, “cabeça móvel” e transportador móvel.
A correia reversível é utilizada em locais onde é necessário o descarregamento do material em
dois pontos alternados utilizando um único ponto de carregamento.
O “tripper” é um conjunto móvel montado ao longo do transportador, normalmente sobre
trilhos, permitindo a descarga do material em vários pontos intermediários. O “tripper” é muito
utilizado em empilhadeiras de pátios de estocagem de materiais.
A “cabeça móvel” permite o movimento do tambor da extremidade do transportador,
possibilitando a variação do ponto de carga e descarga. Pode ser utilizado em locais que necessitam
uma distribuição da carga.
O transportador móvel é muito utilizado no abastecimento de silos em linha. Com este sistema,
normalmente o transportador é carregado em um ponto fixo, o ponto de descarga pode ser variado
com o movimento de translação do transportador sobre trilhos. Para o deslocamento de translação
do transportador é montado uma motorização independente que a aciona as rodas da translação. O
acionamento do transportador desloca-se juntamente com os demais componentes do equipamento.
Alguns equipamentos podem combinar as características especiais descritas acima, dependendo
dos requisitos da instalação.
116
4.1.2. Características Básicas da Correia e dos Roletes:
Com base nas informações iniciais o primeiro passo para o projeto do transportador é a escolha
da largura da correia e consequente definição dos roletes.
A figura 36 representa as condições para esta especificação:
Q = C× γ
d p = 0,055 × B + 0,9
C = Ct × V × K
117
Para o cálculo da capacidade volumétrica (C) é necessário inicialmente a definição dos
seguintes especificações: Velocidade do Transportador, Largura da Correia e Tipo de Roletes.
A tabela 15 apresenta a relação entre a inclinação λ o fator de correção K.
λ 0 o 2 o 4 o 6 o 8 o 10 o 12 o 14 o 16 o 18 o 20 o 21 o 22 o 23 o 24 o
K 1,00 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,93 0,91 0,89 0,85 0,81 0,78 0,76 0,73 0,71
Tabela 16: Capacidade Volumétrica (m3/h) para V = 1,0 (m/s) – Roletes com β = 35 o
118
A combinação dos valores descritos nas tabelas com as expressões do cálculo de capacidade da
correia determinam as especificações da velocidade do transportador, largura da correia e tipo de
roletes. Para situações especiais deve ser consultado o Manual de Transportadores Contínuos que
possui tabelas complementares para a seleção das especificações descritas neste item.
A especificação final da correia depende do cálculo da tensão máxima atuante no transportador.
Esta especificação será concluída no item 4.1.4.
A especificação completa dos roletes normalmente é feita com referência aos catálogos dos
fabricantes. A Tabela 1-14 do Manual de Transportadores Contínuos apresenta uma classificação
dos roletes conforme a CEMA que serve como orientação para a seleção destes componentes.
Atualmente existem inúmeras variações de tipos de roletes. Para a escolha são necessárias
verificações da sua construção. Os roletes representam um dos itens mais críticos da manutenção
do transportador. O uso de materiais de baixo desempenho representam elevados custos de
manutenção e riscos de danos para a correia.
O espaçamento entre os roletes de carga e de retorno podem ser obtidos através da tabela 18. a
especificação final do espaçamento dos roletes de carga deverá ser verificado em função da flecha
recomendada na tabela 19 e pelo valor calculado na expressão a seguir.
119
O espaçamento da tabela 18 deverá estar limitado às condições da flecha calculada na expressão a seguir
atendendo as condições previstas na tabela 19.
f=
(Wm + Wb )× a 2
8 × To
Sendo:
T0 = Tensão para garantir uma Flecha Mínima da Correia entre Roletes (kgf)
Wm = Peso do Material Transportado (kgf/m)
Wb = Peso da Correia (kgf/m)
a = Espaçamento dos Roletes de Carga (m)
f = Flecha da Correia (m) (normalmente entre 2% e 3% - ver tabela 19)
Este método é aplicado para o cálculo de transportadores simples, com comprimento máximo de
100 metros e de pequena capacidade.
A potência efetiva necessária para o transporte do material é calculada pela fórmula.
N e = V × (N v + N g ) +
Q
× (N1 + N h )
100
Sendo:
120
As tabelas 20, 21, 22 e 23 apresentam os dados para a determinação dos valores de Nv, N1, Nh e
Ng.
Guia (m) 5 10 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Ng 0,60 1,26 2,52 3,18 3,84 4,56 5,28 6,00 6,72 7,38 8,10 8,88 9,60
Tabela 23: Potência Ng (HP) de Atrito com Guias Laterais para V = 1,0 m/s
Para valores não encontrados nas tabelas deve ser utilizado o Manual de Transportadores
Contínuos, que possui gráficos com dados mais completos.
Após calcular a potência efetiva deve ser determinada a potência do motor, que leva em
consideração a eficiência da transmissão (Nm = Ne/η).
Com a potência efetiva pode-se obter a tensão efetiva (Te), que é a força tangencial que
movimenta a correia.
75 × N e
Te =
V
Sendo:
Os demais cálculos das tensões podem ser obtidos no item 4.1.4. Para detalhes sobre o cálculo
dos valores de potência das tabelas 20, 21, 22 e 23 recomenda-se o Dubbel.
121
4.1.3.2. Método CEMA:
Este método é aplicado para o cálculo de transportadores de vários lances, curtos e longos.
Neste caso inicialmente é determinada a Tensão Efetiva (Te), pela seguinte expressão:
[ ]
Te = L × K x + K y × (Wm + Wb ) + 0,015 × Wb ± H × Wm + Ta
Sendo:
Te = Tensão Efetiva em (kgf).
L = Comprimento do Transportador Medido ao Longo da Correia (m)
H = Altura de Elevação ou Descida do Material na Correia (m)
Wm = Peso do Material na Correia (kgf/m)
Wb = Peso da Correia (kgf/m) - Tab. 1-27
Kx = Resistência à Rotação dos Roletes e Deslizamento da Correia (kgf/m)
Ky = Resistência à Flexão da Correia e do Material sobre os Roletes
Ta = Tensão de Atrito dos Acessórios e Aceleração do Material (kgf)
Após o cálculo da tensão efetiva Te (kgf) determina-se a potência efetiva em HP, necessária
para o transporte do material, pela equação: (V em m/s)
T ×V
Ne = e
75
A tensão Ta para vencer o atrito dos acessórios e acelerar o material é a soma das parcelas
indicadas abaixo:
Ta = Fg + Ft + Ftc + Ftm + Fd + Fl + Fa
Fg = 0.1488 ⋅ Cs ⋅ L g ⋅ B 2 + 8,92 ⋅ L g
Onde:
Fg = Força (kgf)
Lg = Comprimento das Guias Laterais (m)
B = Largura da Correia (pol)
Cs = Fator de Atrito do Material – Tabela 1-21 (Manual).
Esta força ocorre em função do dobramento da correia sobre a superfície dos tambores.
Posição do Tambor Ângulo de Abraçamento Valor de Ft por Tambor (kgf)
Lado Tenso 150 o – 240 o 90,72
Lado Frouxo 150 o – 240 o 67,79
Outros Tambores 45,36
Tabela 24: Força de Dobramento da Correia
Observação: Tabela conforme ABNT NBR 8205 (Tabela 4 do anexo) que inclui dados referentes ao
dobramento da correia e da carga, bem como atrito dos mancais do tambor.
122
3) Força para movimentar trippers acionados pela própria correia (Ftc).
Largura da
Correia
16” 20” 24” 26” 30” 36” 42” 48” 54” 60” 72” 84”
Ftc (kgf) 22,7 37,7 49,8 63,4 673,4 67,9 72,5 77,0 81,5 86,1 95,3 104,5
Tabela 25: Força para Movimentar Tripper Acionado pela Correia
x
K x = 0,00068 × (Wm + Wb ) +
a
O valor do coeficiente “x” depende dos roletes e é definido na tabela 1-25 do Manual dos
Transportadores Contínuos. O valor de “a” corresponde ao espaçamento entre os roletes (m).
9) O Fator Ky representa a resistência à flexão da carga ou da correia quando estes passam pelos
roletes. Este fator é obtido em tabelas e gráficos e depende do peso do material, da correia e do
comprimento do transportador. O valor preliminar em função do espaçamento entre roletes
definidos nas tabelas anteriores e (Wm + Wb) é fornecido na tabela 1-26. Para o cálculo preciso
devem ser utilizados os gráficos de 1-08 a 1-012 em função da Tensão Efetiva calculada. Para o
retorno pode-se admitir Ky = 0,015. Os gráficos e tabelas mencionados estão no Manual dos
Transportadores Contínuos.
123
4.1.4. Cálculo das Tensões na Correia:
O fator principal para a determinação das tensões na correia é a tensão efetiva que já foi
determinado no item anterior. Os demais fatores que influenciam neste cálculo serão descritos a
seguir e posteriormente será apresentado o procedimento de cálculo das tensões principais de
acordo com as características do transportador.
1) Peso do Material (Wm): O valor do peso do material distribuído sobre a correia Wm (kg/m)
depende da capacidade do transportador Q (ton/h) e da velocidade V (m/s), sendo obtido em:
Q
Wm = 0,277 ×
V
2) Peso da Correia (Wb): O peso da correia deve ser obtido no catálogo do fabricante de acordo
com a especificação do projeto (Good Year, Gates, Mercúrio). Como referência preliminar pode ser
adotada as informações da tabela abaixo.
Largura da
16 20 24 30 36 42 48 54 60 72 84
Correia
Tipo Plylon 5,2 6,5 7,7 11,9 14,3 17,7 20,2 26,8 29,8 35,7 41,6
HDRN 6,4 8,0 9,6 13,5 16,2 21,0 24,0 37,6 41,8 50,1 58,4
3) Tensão para garantir uma flecha mínima na correia entre os roletes – To: O valor calculado
corresponde à tensão mínima admissível para a correia.
1
K = ×Θ ×μ
e 0 , 0174
− 1
Onde:
e = base dos logaritmos neperianos – 2,71828
μ = coeficiente de atrito – conforme tabela 27
Θ = Arco de abraçamento no tambor de acionamento. (o)
K = Fator de abraçamento
124
O coeficiente de atrito do tambor é obtido na tabela μ.
Condições da Superfície do
Tambor de Aço Tambor com Borracha
Tambor
Sujo e molhado 0,10 0,20
Úmido 0,10 - 0,20 0,20 - 0,30
Seco 0,30 0,35
A seguir são apresentados dois exemplos dos valores das tensões principais do transportador.
Para outras situações deve ser utilizado o Manual do Transportador Contínuo, que possui outros
tipos de situações.
⎧(1 + K )× Te
⎪
T1 = ⎨
⎪T + T + H × W − F
⎩ e o b r
⎧K × Te
T2 = ⎨
⎩To + H × Wb − Fr
⎧K × Te + Fr − H × Wb
T3 = ⎨
⎩To
125
2) Transportador horizontal em aclive com acionamento no tambor de retorno ou próximo
⎧(1 + K ) × Te
⎪
T1 = ⎨
⎪T + T
⎩ e o
⎧K × Te
T2 = ⎨
⎩To
⎧(1 + K ) × Te + H × Wb − Fr
T3 = ⎨
⎩Te + To + H × Wb − Fr
Para outras configurações de transportadores e para duplo acionamento consultar o Manual dos
Transportadores Contínuos.
A carcaça das correias pode ser confeccionada de fibras de tecido sintético (nylon, rayon,
poliéster) ou cabos de aço e borracha. A escolha da carcaça adequada envolve uma série de
considerações referentes às condições da aplicação. Os principais fabricantes de correias (Good
Year, Gates, Mercúrio) possuem produtos adequados às diversas aplicações dos transportadores.
Portanto para a seleção da correia adequada é recomendada a consulta ao manual do fabricante.
Os catálogos dos fabricantes apresentam outras características importantes que devem ser
utilizadas nas especificações de outros componentes do transportador.
Os dados mais importantes para o dimensionamento do transportador são: recomendações para
o diâmetro do tambor de acionamento, largura máxima da correia em função do ângulo dos roletes e
peso da carcaça. Após a definição da carcaça da correia deve ser efetuada uma verificação final do
memorial de cálculo.
126
A carcaça é a parte da correia que garante a resistência durante a transmissão do movimento. O
valor da Tensão Unitária Admissível, característica de cada tipo de correia, e com o número de
lonas (n1) selecionado, determina-se a tensão máxima admissível (Tad) da correia pela fórmula:
Tad = Tu × B × n1
O valor da Tensão Admissível da Correia (Tad) deve ser superior ao valor da Tensão Máxima no
Tambor de Acionamento (T1).
O cálculo dos tambores envolve o dimensionamento do eixo, cubos, disco, corpo e mancais. As
dimensões básicas do tambor já foram definidas em função da especificação da correia. O diâmetro
mínimo é definido em função da especificação da correia e aplicação do tambor. O comprimento
segue a seguinte regra: Largura da Correia + 4” (até 42”) e Largura da Correia + 6” (acima de 42”).
A distância entre os mancais deve ser definida em função das folgas mínimas necessárias para a
fixação do tambor na estrutura do transportador e pelas dimensões dos próprios mancais.
127
Figura 38: Dimensões Principais do Tambor
A distância entre os discos depende do comprimento do tambor e da largura do cubo. Caso seja
necessário podem ser utilizados discos internos para reforçar o tambor..
A seguir é apresentado o procedimento de cálculo do Manual dos Transportadores Contínuos,
que garante tambores de alto desempenho para aplicações críticas.
σ admissível (kgf/cm2)
Material
Eixo com Chaveta Eixo sem Chaveta
SAE 1020 420 560
SAE 1040 560 750
SAE 4340 700 930
Tabela 28: Tensões Admissíveis para Materiais do Eixo do Tambor
128
Obtidas as tensões na correia e estimado um peso para o tambor, consideramos a resultante
radial (P) atuando sobre o eixo e, no calcula-se os momentos de acordo com o tipo de tambor.
- Eixos Motrizes:
P×a
Mf =
2
N × 38 × D
Mt =
V
Onde:
Mi = (K f × M f )2 + (K t × M t )2
Sendo:
Mi π × d3
σ admissível < e Wi =
Wi 16
Temos:
16 × M i
d>3
π × σ adm
Sendo:
129
- Eixos Movidos:
Neste caso, o momento torsor inexiste, havendo apenas uma flexão pura no eixo. Assim
teremos:
P×a
Mf =
2
Mf π × d3
σ admissível < e Wf =
Wf 32
32 × M f
d>3
π × σ adm
2 P × K s × (L − C)
f=
3
×
π× E×d 4
(
× 2 × L2 + 2 × L × C − C 2 )
Onde:
L
f= para largura de correia de até 54”
1500
L
f= para largura de correia acima de 54”
2000
Para o cálculo do disco lateral, podemos assumir os seguintes esforços atuantes: flexão,
compressão e cisalhamento.
O cisalhamento ocorre apenas em tambores motrizes.
De acordo com o esquema abaixo, passamos a definir os esforços.
130
Figura 39: Características Geométricas do Tambor
P
MO = × (L − C))
4
MO
Md =
2× K1 × I
1+
C× t3
Onde:
K1
δ= × Md
E× t3
131
A tensão no disco é obtida na expressão:
2 × L1
σ1 = × Md
D× t2
2
σ2=
2 × D1 × t
σ t = σ1 + σ 2
No caso de tambores motrizes deve ser somada a parcela devido ao cisalhamento atuante no
disco:
Fc 2 × Mt D × (T1 − T2 )
τ= = 2
= 2
A π × D2 × t π × D2 × t
σ= (σ1 + σ 2 )2 + 4 × τ 2
Estas tensões resultantes devem ser menores do que a Tensão Admissível, sendo:
σadm = 420 kgf/cm2 – para o SAE 1020 ou A-36
σadm = 560 kgf/cm2 – para ASTM A-285
K c × (3 × T × D)
e=
σc
Sendo:
132
Ângulo de
Kc
Abraçamento
0o 0,0000
20 o 0,0685
40 o 0,1097
60 o 0,1270
80 o 0,1249
100 o 0,1092
120 o 0,1006
140 o 0,0810
160 o 0,0551
180 o 0,0292
200 o 0,0551
240 o 0,1006
D2/D 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,60 0,70 0,80
K1 0,596 0,438 0,321 0,232 0,167 0,119 0,081 0,035 0,013 0,003
L1 4,408 3,370 2,658 2,130 1,729 1,403 1,146 0,749 0,471 0,262
Os discos internos são utilizados quando o valor de Y calculado na expressão abaixo for inferior
ao valor de C.
1
⎛ E× B× R ×e ⎞ 4
Y=⎜ ⎟
⎝ T ⎠
Onde:
A espessura dos discos internos deve ser igual a espessura do corpo do tambor.
133
4.1.7. Esticador do Transportador:
O esticador tem como finalidade manter a tensão necessária para a operação do transportador. A
falta de tensão adequada pode causar o deslizamento do tambor de acionamento, danificando a
correia e impedindo o funcionamento do transportador.
Os transportadores pequenos utilizam o esticador por parafuso. Os transportadores maiores
necessitam de um esticador por contrapeso. O Manual dos Transportadores Contínuos apresenta um
critério para escolha do esticador. A equação para o cálculo do contra peso é a seguinte:
Sendo:
G = Valor do Contrapeso ou Força Necessária do Esticador (kgf)
T = Tensão da Correia no Ponto onde está Localizado o Esticador (kgf)
Pc = Peso do Tambor Esticador e do seu Carrinho ou Quadro Guia (kgf)
λ = Inclinação do Transportador (Graus)
Os freios são usados para evitar a continuação da descarga do material após o transportador ter
sido desligado em condições normais, em paradas de emergência, ou para controle de aceleração
durante a partida.
O dimensionamento do freio utiliza os parâmetros já definidos nos cálculos anteriores e o
cálculo das forças de inércia das massas rotativas. Este procedimento é detalhado no Manual dos
Transportadores Contínuos.
O Contra-Recuo é utilizado principalmente em transportadores onde existe a possibilidade de
retorno da carga após a parada. O Manual dos Transportadores Contínuos apresenta o critério para o
dimensionamento.
134
4.2. Outros Transportadores Contínuos:
Além dos Transportadores de Correia diversos equipamentos também são utilizados com estas
mesmas características de utilização. Os principais equipamentos existentes nas instalações
industriais atuais são:
- Transportadores Articulados;
- Transportadores Helicoidais;
- Transportadores Oscilantes;
- Mesas de Rolos;
- Instalações Pneumáticas e Hidráulicas de Transporte.
1) Informações Iniciais:
1.2) Perfil do Transportador: Semelhante à figura 33, com dimensões descritas abaixo. A
inclinação do transportador é de 12,54 0.
135
1.3) Capacidade Desejada: O transportador deve atender a capacidade especificada de vazão
correspondente a 460 ton/hora de material.
1.5) Características Especiais: O acionamento deve ser duplo, um de cada lado do tambor
motriz. Controle de partida e de velocidade por inversor de frequência. A estrutura deverá ser do
tipo galeria com tapamento lateral. O material da estrutura deve ser de aço de baixa liga resistente a
corrosão.
Q 460000
C= = ∴ C = 707,7 m 3 / hora
γ 650
Para roletes de 35 0 temos os seguintes valores de Ctabela para velocidade de 1,0 m/s:
Ângulo
Ângulo Rolete Largura da Correia em Polegadas
Acomodação
β α 24 30 36
35 0 23 0 142 232,4 344
Portanto, a correia de 36 polegadas com roletes de 35 graus atende a condição para o menor
valor requerido de Ctabela. Como o valor atende para 3,0 m/s, será utilizada esta velocidade para o
regime normal de funcionamento do transportador (344 > 256,27 – OK).
O espaçamento dos roletes de carga pode ser considerado 1,0 m e retorno 3,0 m (tabela 18). A
escolha e especificação final dos diversos roletes do transportador deve ser feita no catálogo dos
fabricantes com auxílio do Manual dos Transportadores Contínuos.
O valor da flecha será verificado no final dos cálculos.
Será utilizado o Método CEMA. Neste método inicialmente é calculada a tensão efetiva:
[ ]
Te = L × K x + K y × (Wm + Wb ) + 0,015 × Wb ± H × Wm + Ta
136
Os valores da equação são os seguintes:
Te = 2743 (kgf)
Te × V 2743 × 3
Ne = =
75 75
N e = 109,7 (HP)
T2 = K × Te = 1,15 × 2743
T2 = 3155 (kgf )
137
4.2) Força Máxima no Tambor de Acionamento:
T1 = (1 + K ) × Te = (1 + 1,15) × 2743
T1 = 5897,45 (kgf)
T3 = 2566,84 (kgf)
Inicialmente deve ser calculada a força no ponto de instalação do contra-peso. Neste caso o
contra-peso é instalado no lado do retorno, conforme equação abaixo (ABNT NBR 8205):
Trx = T3 − K xr × L x + Wb × H x
Os valores são:
f=
(Wm + Wb )× a 2
8 × To
Substituindo valores obtem-se 0,28% que supera os valores requeridos (menor que 1%).
138
5) Especificação da Correia:
A especificação completa da correia é efetuada com base nos catálogos dos fabricantes.
Consultando o site da Good Year na internet.
A correia indicada para esta aplicação é do tipo lonas de nylon, referência Plylon da Good Year.
Para atender a tensão máxima de trabalho calculada no item 4, T1 = 5897,45 (kgf), é selecionada a
correia com 3 lonas. Neste caso a menor tensão admissível, para emenda mecânica, é de 64 kN/m
(ver tabela abaixo). Para correia de 36” a tensão máxima admissível é de Tadm = 5965,5 (kgf), que
atende a condição para o valor de T1 (Tadm > T1).
PLYLON - 330
Nº DE LONAS
3
CAPACIDADE DE TENSÃO
EMENDA ESPESSURA DA CARCAÇA (mm)
EMENDA MECÂNICA
VULCANIZADA
4,6
KN/m LBF/POL. LBF/POL.
KN/m LARGURA PESO APROXIMADO DA
LARGURA LARGURA LARGURA
CARCAÇA (kg/m²)
72 405 64 360
6,8
OBS.: Para emendas mecânicas recomendamos os grampos apropriados para o
serviço mencionado, conforme a especificação do fabricante.
LARGURA MÍNIMA DA
LARGURA MÁXIMA DA CORREIA CORREIA PARA
ACAMAMENTO SOBRE
PESO DO lb/pés³ 0-45 45-105 105-165 165-200
ROLETES
MATERIAL kg/m³ 0-730 730-1690 1690-2650 2650-3300
ÂNGULO DOS ROLETES
ângulo dos roletes 20° 35° 45° 20° 35° 45° 20° 35° 45° 20° 35° 45°
20° 35° 45°
mm. 1850 1850 1500 1850 1500 1350 1500 1350 1200 900 750 600
mm 600 600 750
pol. 72 72 60 72 60 54 60 54 48 54 48 42
pol. 24 24 30
139
A cobertura selecionada é do tipo “Stacker”, ver especificações nas informações do catálogo
Good Year abaixo. As espessuras escolhidas são: 1/8” para o lado da carga e 1/16” para o lado do
tambor. Estes valores são definidos em função da experiência de durabilidade de correias em
aplicações similares. Os valores de peso são definidos nas tabelas abaixo.
A especificação final da correia é: Correia Plylon 330 – 3 lonas. Largura de 36”. Cobertura
Stacker, 1/8” lado de carga e 1/16” lado dos tambores. Peso de 11,12 (kgf/m)
Diâmetro Mínimo Tambor de Acionamento = 500 mm Utilizado 830 mm
Diâmetro Mínimo do Tambor de Retorno = 350 mm Utilizado 534 mm
Diâmetro Mínimo dos Tambores de Desvio = 350 mm Utilizado 483 mm
Obs.: o peso adotado no cálculo (16,2) é superior ao especificado (11,12).
140
Este assunto foi detalhado na terceira série de exercícios no item 2. A Tensão Efetiva
considerada no cálculo é de 28000 N, que corresponde ao arredondamento do valor calculado no
item 3, 2743 (kgf). Este valor não altera os resultados obtidos.
7) Esticador do Transportador:
Estimando o valor de Pc, peso do tambor esticador e carro guia, em 300 kgf, temos:
G = 2 × 2575,29 + (Cos12,54 × 0,10 × 300 ) − (300 × Sen12,54 )
G = 5114,73 (kgf)
Motor Assíncrono de Indução Trifásico, 6 pólos, 1185 rpm, 150 HP, carcaça 315 S/M, Tensão
440 V, 60 Hz, Isolamento Classe B, Categoria N, Conjugado Nominal de 90,6 kgf.m, IP(W) 55
Marca WEG ou similar.
141
9.1) Especificação do Freio:
O Freio será utilizado para que o material descarregado durante a parada do transportador seja
no máximo de qf = 0,25 toneladas.
2000 ×q f
tf =
Wm × V
Ff = 974,15 (kgf )
Z f = Ff × R tambor
Freio Eletro-Hidráulico Tipo FNN 2530, Torque Máximo 6330 (N.m), Torque Mínimo 2820
(N.m). Polia de 630 (mm), EMH ou similar.
H × Wm ≥
L
2
[
× K x + K y × (Wm + Wb ) + 0,015 × Wb ]
Temos que: 1661,4 > 251,25, portanto é necessário o contra recuo.
⎧ L
[ ⎫
Z c = R tambor × ⎨H × Wm − × K x + K y × (Wm + Wb ) + 0,015 × Wb ⎬
2
]
⎩ ⎭
Freio contra-recuo tipo HD-4A, Eixo 150 mm, 70 rpm, torque de serviço 585 (kgf.m), da marca
FAÇO Stephens Adamson ou Similar.
142
A seguir são apresentados alguns detalhes do projeto da estrutura do transportador.
A figura abaixo mostra um detalhe da estrutura do transportador em forma de galeria. Pode ser
observada as duas passarelas laterais, os roletes de carga, roletes de retorno e a seção da estrutura
com cobertura total.
Figura 40: Seção do Transportador. Vista das Passarelas e dos Roletes de Carga e Retorno
143
Figura 42: Detalhe de Um Lance da Estrutura em Forma de Galeria
144
Figura 44: Vista Geral do Transportador
Figura 45: Detalhe do Conjunto de Acionamento. Acoplamento Hidráulico entre Motor e Redutor
145
BIBLIOGRAFIA
5- NBR 8400. Cálculo de Equipamentos para Elevação e Movimentação de Carga. ABNT, 1984.
6- AISE Technical Report No. 6. Specification for Eletric Overhead Travelling Cranes for Steel Mill
Service. American Iron and Steel Engineers, 2001.
8- CEMA. Belt Conveyors for Bulk Materials. Published by the Conveyor Equipment Manufacturer
Association.