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06/03/2018

MATERIAIS UTILIZADOS NA
INDÚSTRIA DE ELECTRICIDADE

MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA DE


ELECTRICIDADE

Tópicos

 Introdução
 Classificação dos materiais eléctricos
 Propriedades
 Mecânicas
 Eléctricas
 Magneticas
 Termicas
 Fisico-Químicas

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06/03/2018

INTRODUÇÃO

SISTEMA ELÉCTRICO

Chama-se sistema eléctrico, um conjunto de subestações de produção,


transporte, distribuição e consumidores que estão electricamente ligados
entre eles .

Produção Transmissão Distribuição Consumo

COMPONENTES DUM SISTEMA ELÉCTRICO

 Subsistema de produção/ geração


 Geradores
 Transformadores elevadores
 Dispositivos/equipamentos de manobra e proteção, etc

 Subsistema de transporte/ transmissão


 Dispositivos de manobra e protecção
 Linhas aéreas
 Isoladores, etc

 Subsistema de distribuição
 Dispositivos de manobra e protecção
 Linhas aéreas
 Isoladores, etc

 Subsistema de consumo
Consumidores
 Maquinas electricas
 Electrodomésticos etc
 Conversores de energia
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NÍVEIS DE TENSÃO POR SUBSISTEMA


Geração: U ≤ 45 kV
Transporte: 66 kV ≤ U ≤ 750 kV
Distribuição: 6.6 kV ≤ U < 66 kV
Consumo: 110 V ≤ U ≤ 6.6 kV

SUBSISTEMA PRODUÇÃO/GERAÇÃO

Transformação de qualquer forma de energia em energia eléctrica.


A energia eléctrica pode ser obtida com ajuda das energias: hídrica,
térmica, eólica, solar, química, atómica, etc.

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SUBSISTEMA PRODUÇÃO/GERAÇÃO

Os centros de produção são chamados centrais que compreendem os


grupos de máquinas primárias/gerador diferenciando-se de acordo a energia
aproveitada e com a potência instalada. As tensões de geração variam de
6.6 kV a 45 kV.

Neste caso temos:

 Centrais Térmicas/Diesel (baixo investimento inicial, baixo


rendimento, alto custo de operação e manutenção)

 Centrais Hidroeléctricas (por se situarem longe dos consumidores


exigem linhas de transmissão, alto investimento inicial – construção
da barragem, baixo custo de operação e manutenção)

SUBSISTEMA PRODUÇÃO/GERAÇÃO

 Centrais Atómicas/Nucleares (utilizam reações nucleares no lugar


de queima de combustível, alto investimento inicial, bom rendimento,
energia gerada mais cara que da hidroeléctrica). Central nuclear é
um tipo central térmica.

 Centrais Eólicas (renovável, baixíssimo impacto ambiental)

 Maré-motrizes, etc.

As máquinas geradoras de corrente alternada recebem a designação


genérica de alternadores e são essencialmente máquinas do tipo síncrono.

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SUBSISTEMA PRODUÇÃO/GERAÇÃO

SUBSISTEMA PRODUÇÃO/GERAÇÃO

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SUBSISTEMA PRODUÇÃO/GERAÇÃO
Algumas Centrais de Geração de Electricidade em Moçambique

Central Capacidade (MW) Fonte


01 Cahora Bassa 2075 Hídrica
02 Corrumana 16.6 Hídrica
03 Mavuzi 52 Hídrica
04 GTG2 Maputo 36 Diesel
05 GTG3 Maputo 24 Diesel
06 CTRG 175 Gás Natural
07 Aggreko 1 e 2 232 Gás Natural
08 Xinavane 26 Biomassa
09 Mafambisse 12 Biomassa
10 Mavago 0.5 Solar
11 Macula 0.4 Solar

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SUBSISTEMA TRANSPORTE ou TRANSMISSÃO

Responsável pela transferência da energia eléctrica de um ponto para


outro, conservando as propriedades, isto é, com menos perdas de forma
que a energia da chegada seja igual à energia da partida.

 Para o transporte da energia eléctrica, os sistemas de corrente alternada


apresentam uma grande vantagem, permitindo fazer as alterações dos
valores das respectivas tensões e intensidades. Isto ocorre com ajuda do
transformador. Não existe uma máquina correspondente em CC.

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SUBSISTEMA TRANSPORTE ou TRANSMISSÃO

 A energia eléctrica pode ser transportada por linhas aéreas ou por cabos
subterrâneos. Um e outro sistema têm as suas vantagens e
inconvenientes.

 A linha eléctrica é composta de: condutores, isoladores e suportes. As


tensões num subsistema de transporte podem chegar aos 750 kV em
CA.

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SUBSISTEMA TRANSPORTE ou TRANSMISSÃO


Transmissão em corrente alternada

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SUBSISTEMA TRANSPORTE ou TRANSMISSÃO


Transmissão em corrente continua

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SUBSISTEMA TRANSPORTE ou TRANSMISSÃO

 Em CA
Constituído por subestações de elevação de tensão, linhas de transmissão,
subestações seccionadoras e subestações transformadoras abaixadoras.

Em Moçambique temos linhas de transmissão de 66 kV, 110 kV, 220 kV


(região centro e norte), 275 kV (ESCOM) e 400 kV (MOTRACO) no sul.

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SUBSISTEMA TRANSPORTE ou TRANSMISSÃO

 Em CC
A transmissão CC difere na presença das subestações conversoras CA/CC
junto a subestação elevadora (para retificação da corrente) e junto à
subestação abaixadora (inversão da corrente) e ausência de subestações
intermediárias abaixadoras ou de seccionamento.
Transmissão em CC é mais barata;
Substações conversoras possuem custo elevado;
Vantagem em sistemas com frequências diferentes ou grandes distâncias.

• Em Moçambique existe duas linhas de transmissão em CC de 525 kV


partindo de Songo ate a Subestação de Apolo na RAS.

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SUBSISTEMA DISTRIBUIÇÃO

Distribuição da energia é a transferência de energia de um ponto para onde


foi transportada ou onde é distribuída para um conjunto de pontos de
consumo.

A distribuição de energia pode ser feita por qualquer dos seguintes sistemas:
 Corrente contínua (requer grupos de conversão)
 Corrente alternada monofásica – à dois condutores (1 fase e 1
neutro)
 Corrente alternada bifásica – à três condutores (2 fases e 1 neutro)
 Corrente alternada trifásica – à três ou quatro condutores (3 fases ou
3 fases e 1 neutro)

A energia eléctrica pode ser distribuída por linhas aéreas ou por cabos
subterrâneos.

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SUBSISTEMA DISTRIBUIÇÃO

A rede de distribuição de energia eléctrica é composta por:

 Redes eléctricas primárias - redes de distribuição de média tensão.


 Redes secundárias - redes de distribuição de baixa tensão (400/230 V), cuja
construção, manutenção e operação é da responsabilidade das companhias
distribuidoras de electricidade.

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SUBSISTEMA DISTRIBUIÇÃO

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SUBSISTEMA CONSUMO

 Consumo industrial – Media Tensão ou Baixa Tensão


 Vários conversores electromecânicos – motores para os diversos
accionamentos (Elevadores, tapetes rolantes)
 Conversores térmicos (Fornos etc.)

 Consumo doméstico – 230/400 V


 Vários electrodomésticos. Essencialmente equipamentos de pequena
potência.
 Escolas.
 Hospitais.
 Iluminacao publica.

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CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS


Chamamos de materiais electrotécnicos aos materiais especiais
utilizados para o fabrico de:
 Máquinas Eléctricas
 Aparelhos eléctricos
 Instrumentos
 Outros elementos de equipamentos e instalações eléctricas

Na escolha dos materiais electrotécnicos é fundamental o conhecimento


das suas propriedades e da variação das suas características especificas
em função da tensão eléctrica, da temperatura, etc.

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CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS


Os materiais electrotécnicos classificam-se em:
DO PONTO DE VISTA ELÉCTRICO [ρ]
 Condutores
 De elevada condutibilidade ( Cu, Al, Ag, etc)
 De elevada resistividade (W, Manganina, etc)

 Isoladores eléctricos (dieléctricos)


 mica, papel, madeira, cerâmica, etc

 Semicondutores
 Si, Ge, Se, etc

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CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

DO PONTO DE VISTA MAGNÉTICO [μ]

 Materiais magnéticos
 Dia magnéticos (μ≤ 1: Cu, Zn, Au, Hg, etc)
 Para magnéticos (≥ 1: Al, Cr, Sn, Mg, W, etc)
 Para magnéticos ( μ ≥ 1)
 Ferromagnéticos (μ ˃˃1: Fe, Ni, Co e suas Ligas )

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CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS


Para avaliar as propriedades dos materiais são utilizadas grandezas
denominadas parâmetros técnicos.

Estes parâmetros são:


 Macânicos
 Eléctricos
 Térmicos e
 Fisico-quimicos.

Quando se tratam de materiais magnéticos também é necessário conhecer


os parâmetros magnéticos que permitem avaliar as suas características
magnéticas.
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PROPRIEDADES MECÂNICAS

 Referem-se a forma como os materiais reagem a esforços externos


apresentado deformação ou roptura.

As características mecânicas fundamentais dos materiais são dadas pelos


seguintes parâmetros:

 Limite de resistência a tracção;


 Limite de resistência a compressão;
 Limite de resistência a flexão;
 Resiliência.

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PROPRIEDADES MECÂNICAS
Limite de resistência a tracção – submete-se o material a um esforço que
tende a alonga-lo até a roptura.
O limite de resistência a tracção e dado em [N/m2]
Dado pela formula:

F
t 
S

Onde
F – carga de roptura em [N]
S – é a secção transversal da amostra medida antes do teste, em [m2].

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PROPRIEDADES MECÂNICAS

Limite de resistência a compressão

Utilizam-se amostras de forma cilíndrica ou cúbica.

O limite de resistência a compressão, expresso em [N/m2] é dado pela


formula:

Fc
c 
S

Onde
Fc – carga de roptura por compressão em [N]
S – secção transversal da amostra medida antes do teste, em [m2]

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PROPRIEDADES MECÂNICAS
Limite de resistência a flexão

O limite de resistência a flexão é expresso em [N/m2] é dada pela formula:

Ff L
 c  1.5
bh 2

Onde
Ff – carga de roptura por flexão em
[N]
L – distância entre os apoios em
[m]
b – largura da amostra em [m]
h – espessura da amostra em [m]

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PROPRIEDADES MECÂNICAS
Resiliência – é a capacidade do material de absorver energia quando este
é deformado elasticamente.

A resiliência ou resistência expressa em J/m2 é avaliada calculando a razão


entre o trabalho produzido pelo pendulo de aço até ao instante em que se
verifica a roptura da amostra, é a superfície S da sua secção transversal
inicial.

W
a
S

Quanto menor for a resiliência maior é a fragilidade do material.


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PROPRIEDADES ELÉCTRICAS
As características eléctricas fundamentais dos materiais são:

 Resitividade eléctrica.
 Coeficiente térmico de resistividade.
 Permitividade dieléctrica.
 Tangente do ângulo de perdas dieléctricas.
 Resistência dieléctrica.

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PROPRIEDADES ELÉCTRICAS
Resistividade eléctrica – todo o material electrotécnico, seja condutor,
semicondutor ou mesmo dieléctrico é capaz de deixar passar a corrente
eléctrica.
A condutibilidade eléctrica do material avalia-se pela sua resistividade
eléctrica em [Ω/m]

RS

l

Onde:
R – resistência do material [Ω]
S – secção transversal atravessada pela corrente eléctrica [m2]
L – comprimento do trajecto que a corrente eléctrica percorre [m]

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PROPRIEDADES ELÉCTRICAS
Resistividade eléctrica
Resistividade eléctrica de alguns materiais

A resistividade
eléctrica depende
consideravelmente
da temperatura.

A resistividade dos materiais condutores: 10-8 – 10-6 Ω/m


A resistividade dos materiais semicondutores: 10-4 – 108 Ω/m
A resistividade dos materiais dieléctricos: 108 – 1018 Ω/m

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PROPRIEDADES ELÉCTRICAS
Coeficiente térmico de resistividade – permite avaliar a variação da
resistividade do material em função da temperatura.

O calculo do coeficiente térmico de resistividade faz-se com o auxilio da


formula:

 2  1
CT   
1 t 2  t1 

Nos condutores metálicos CTρ>0 → a Resistencia eléctrica cresce com o


aumento da temperatura. Nos semicondutores e dieléctricos acontece o
contrario.

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PROPRIEDADES ELÉCTRICAS
Permitividade dieléctrica – avalia a susceptibilidade de um dado
dieléctrico de possuir capacidade eléctrica.

A
C   0
d
A capacidade é directamente proporcional a permitividade dieléctrica.

Onde:
0 - constante dieléctrica [8.85x1012 F/m].
 - permitividade dieléctrica do material.
d – espessura do dieléctrico.
A – superfície de cada armadura metálica.
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PROPRIEDADES ELÉCTRICAS
Tangente do ângulo de perdas dieléctricas – potência activa [W] que se
perde no seio de um dado dieléctrico.

Quando o dielétrico esta sugeito a corrente continua, cálcula-se pela formula:

P  VI
A potencia activa que se perde quando o dielétrico esta sob corrente
alternada calcula-se pela formula:

 P  V 2 2fCtg 

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PROPRIEDADES ELÉCTRICAS

Tangente do angulo de perdas dieléctricas

As perdas nos dieléctricos dependem do tangente de ângulo de perdas;


Nos dieléctricos gasosos: 10-6 – 10-5 (óptimo dieléctrico utilizado em
condensadores).

Nos dieléctricos líquidos e sólidos de qualidade superior: (2-6)x10-4.

Portanto, o tangente do ângulo de perdas é que determina as perdas num


dieléctrico.

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PROPRIEDADES ELÉCTRICAS

Resistência dielétrica - Valor da tensão capas de provocar a desrupção do


dieléctrico, isto é, uma deformação que deixa aberto no dieléctrico um furo
atravessado com elevada condutibilidade eléctrica. A resistência dieléctrica é
dada em V/m, ou seja:

Vd
Rdie 
d

Uma vez que a desrupção do dieléctrico se dá a grandes tensões, na ordem


dos milhares. Por essa razão, a resistência dieléctrica é expressa em [MV/m].

A resistência dieléctrica diminui com o aumento da espessura do dieléctrico e


com a subida da temperatura.
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PROPRIEDADES ELÉCTRICAS
Resistência dieléctrica de alguns materiais.

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PROPRIEDADES TÉRMICAS

 Temperatura de fusão.
 Temperatura de amolecimento.
 Resistência ao aquecimento.
 Classe de resistência ao aquecimento.
Y(≤90°C), A(≤ 105°C), E(≤ 120°C), B(≤ 130°C),
F(≤ 155°C), H(≤ 180°C), C(>180°C).
 Resistencia ao frio.

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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
 Viscosidade
 Higroscopicidade
 Resistência às condições do clima tropical
 Humidade do ar elevada (90 – 95%)
 temperatura do ar elevada (45° a 55°)
 grande variação da temperatura de dia para a noite.

 Corrosão
 Química – quando um material é sugeito a produtos químicos (acido
sulfúrico por exemplo)
 Electroquímica – ocorre geralmente em metais na presença de agua
(cobre e alumínio por exemplo)

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FIM

MUITO OBRIGADO!

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