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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA


CATARINA
Curso superior de Engenharia Elétrica

Jonas Fortunato Honorato

Famílias Lógicas de Circuitos Integrados

Florianópolis
2013
Circuitos Integrados

Circuitos integrados são constituídos de varias portas logicas integradas a uma


mesma pastilha de silício, de maneira a obter-se vários circuitos em um pequeno
espaço, trazendo vantagens como: custo reduzido devido a produção em grande
escala, sistemas mais confiáveis, redução de potencia elétrica consumida. Possuem
também algumas limitações, pois estes não suportam correntes ou tensões elevadas.

Parametros de tensão e corrente

Apesar do grande número de fabricantes de circuitos integrados, grande parte


das nomenclaturas e terminologias nesta área é padronizada, estes são os termos
mais utilizados:

VIH: Tensao de entrada correspondente ao nível lógico alto. Qualquer nível


de tensão abaixo deste não será considerado nível lógico alto por um circuito digital.

VIL: Tensão de Entrada Correspondente ao Nível Lógico Baixo. Qualquer


tensão acima deste nível não será considerada nível lógico baixo por um circuito
digital.

VOH: Tensão de Saída Correspondente ao Nível Lógico Alto. Tal parâmetro


normalmente é especificado por seu valor mínimo.2

VOL: Tensão de Saída Correspondente ao Nível Lógico Baixo. Tal parâmetro


normalmente é especificado por seu valor máximo.

IIH: Corrente de Entrada Correspondente ao Nível Lógico Alto. Valor da


corrente que circula na entrada de um circuito digital, quando um nível lógico alto é
aplicado em tal entrada.

IIL: Corrente de Entrada Correspondente ao Nível Lógico Baixo. Valor da


corrente que circula na entrada de um circuito digital, quando um nível lógico baixo é
aplicado em tal entrada.

IOH: Corrente de Saída Correspondente ao Nível Lógico Alto. Valor da


corrente que circula na saída de um circuito digital, quando um nível lógico alto é
gerado em tal circuito, respeitadas as limitações para carregamento da saída.

IOL: Corrente de Saída Correspondente ao Nível Lógico Baixo. Valor da


corrente que circula na saída de um circuito digital, quando um nível lógico baixo é
gerado em tal circuito, respeitadas as limitações para carregamento da saída.

Fonte: (LIMA, 2011)


Fan-Out

Fan-out, também chamado de fator de carga, é o número de máximo de


entradas de circuitos lógicos que uma saída pode alimentar de maneira confiável. Se
este número for excedido os níveis de tensão na saída do circuito podem não respeitar
as especificações. Por exemplo, um circuito lógico com fan-out 5 pode alimentar até 5
entradas de circuitos lógicos.
O calculo do fan-out de um circuito logico é mostrado abaixo.
( )

( )

Acrescentando que, se o fan-out baixo for diferente do fan-out alto deve-se


usar o menor deles.

Fonte: (LIMA, 2011)

Atrasos de propagação

Um sinal logico sempre sofre atrasos na sua passagem por um circuito lógico.
Existem dois tempos de atraso de propagação, estes são definidos da seguinte forma:

TPLH: tempo de retardo correspondente à passagem do nível lógico 0 para o


nível lógico 1.
TPHL: tempo de retardo correspondente à passagem do nível lógico 1 para o
nível lógico 0.

Em geral ambos possuem valores diferentes. Estes valores são utilizados para
comparar a velocidade de operação de circuitos lógicos.

Fonte: (LIMA, 2011)

Imunidade ao ruído (margem de ruído)

Picos de corrente elétrica e campos magnéticos podem gerar tensões nas


conexões dos circuitos lógicos, estas tensões são chamadas de ruídos. A Imunidade
ao ruído é a capacidade de um circuito logico de tolerar essas tensões sem que se
altere seu funcionamento. O valor calculado para a imunidade ao ruído de um circuito
logico denomina-se margem de ruído, e é calculado da seguinte forma:
Margem de ruído para o nível alto: VNH = VOH - VIH
Margem de ruído para o nível baixo VNL = VIL - VOL

Fonte: (LIMA, 2011)

Escalas de integração

São a quantidade de dispositivos ativos dentro de um circuito integrado. As


escalas estão representadas na tabela a seguir.

Fonte e tabela: (WENDLING, 2010)

Família TTL (Transistor-Transistor Logic)

O TTL é uma designação para circuitos digitais que trabalham com 5V e


utilizam transistores bipolares. Esses transistores bipolares possuem vários emissores
e são chamados de multiemissores, que diminuem o numero de transistores
necessários para a construção de uma porta lógica.
Pode-se encontrar os circuitos TTL comercialmente em duas séries, uma delas
é a padrão, que se inicia com os números 74, e outra de uso militar, se inicia com os
números 54. A diferença desta ultima é que ela suporta uma ampla faixa de
temperaturas.

Características gerais:

Alimentação (Vcc): 5V.


Fan-out: 10
Potencia dissipada: 10mW
Atraso de propagação tPHL– 11ns (Low to High)
tPLH – 7ns (High to Low)

Fonte: (WENDLING, 2010)


Família CMOS

È uma família de cujos circuitos são constituídos por transistores do tipo


MOSFET complementares do tipo canal N e canal P. Suas configurações básicas
permitem um alto fan-out, alta imunidade ao ruído e baixo consumo.
A família CMOS é encontrada em duas séries comerciais, sendo elas a 4000 e
a 74C, sendo esta ultima semelhante a família TTL com relação à pinagem

Características gerais:
Alimentação(Vdd) : para a série 4000 de 4V a 15V;para a versão HC de 2V a
6V; para a versão HCT de 4,5V a 5,5V.
Atraso de propagação: para a série 4000 de 90ns, para as versões HC/HCT,
8ns.
Potencia dissipada: para a série 4000 aproximadamente 1nW, para a versão
74HC, 2,5nW.
Fan-out: Geralmente 50

Fonte: (WENDLING, 2010)

Encapsulamento de CIs

Estes são os encapsulamentos mais comuns para CIs:

São eles: (a) DIP (dual-in-line package) de 24 pinos; (b) envoltório de cerâmica
flexível de 14 pinos; (c) envoltório montado sobre a superfície (surface-mount).
O envoltório é uma embalagem hermeticamente fechada feita de cerâmica
flexível não condutora, fazendo do chip totalmente imune aos efeitos da umidade.
Fonte e imagem: (LIMA, 2011)
Interfaceamentos com TTL e CMOS

“O resistor de 3.3 kohm minimiza a imcompatibilidade gerada por voh = 2.4V na


saída de uma porta TTL e o Vih = 3.5V necessário na entrada de uma porta
CMOS.(...) Para reduzir ao máximo o tempo de computação da porta CMOS (função
do processo de carga-descarga do capracitor em sua entrada) o resistor pode ser
reduzido até 330ohm.” (CASTRO, 2002).

“Devido a baixa capacidade de corrente de CIs CMOS, a maneira mais segura


de acionar uma ou mais portas TTL através de uma porta CMOS é utilizar um buffer
CMOS, como o 74C902, o CD4049A (porta NOT bufferizada), o CD4050A, etc. Um
buffer é um CI que é projetado com uma capacidade de corrente de saída maior que
os CIs padrão.” (CASTRO, 2002).

Fonte e imagens: (CASTRO, 2002)

Tristate para TTL

São conhecidos como tristate os componentes TTL que operam em três


estados: nível alto, baixo e alta impedância. Quando a saída de um dispositivo esta em
alta impedância, ele não emite nem absorve corrente, pois fica com esta saída
desconectada, o que pode permitir a ligação de vários dispositivos em uma única linha
de dados
Fonte: (WENDLING, 2010)
Exemplos de CIs com suas respectivas configurações internas

A B S

0 0 1

0 1 1

1 0 1

1 1 0

CI 7400 NAND 2 entradas.

A B S

0 0 1

0 1 0

1 0 0

1 1 0

CI 7402 NOR 2 entradas.


CI 7408 AND 2 entradas.
A B S

0 0 0

0 1 0

1 0 0

1 1 1

A B S

0 0 0

0 1 1

1 0 1

1 1 1

CI 7432 OR 2 entradas.
A S

0 1

1 0

CI 7404 NOT.
Bibliografia

LIMA, José Antônio de. Circuitos Integrados e Famílias Lógicas. Universidade


Federal da Paraíba, Departamento de Informática. 2011. Disponível em:<
http://www.di.ufpb.br/jose/familias.pdf>. Acesso em 11/12/13.

WENDLING, Marcelo. Famílias Lógicas I-II. Universidade estadual paulista Júlio de


Mesquita Filho, colégio técnico. 2010. Disponível em:
<http://www2.feg.unesp.br/Home/PaginasPessoais/ProfMarceloWendling/6---familias-
logicas-i---ii.pdf>. Acesso em 11/12/13.

CASTRO, Fernando César Comparsi de. Eletrônica digital capítulo IV – Famílias


Logicas. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, departamento de
engenharia elétrica. 2002. Disponível em
<http://www.feng.pucrs.br/~decastro/pdf/ED_C4.pdf>. Acesso em 11/12/13.

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