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Pedro Malasartes e a Sopa de Pedras

PRÓLOGO:
(REPENTE)
NARRADOR 1: Cantador tome cuidado, cantador tome cuidado, vamo ver se tu é bom no desafio
malcriado.
NARRADOR 2: Cantador tome cuidado, cantador tome cuidado, vamo ver se tu é bom no desafio
malcriado.
NARRADOR 1: Quero ver contar historia de malandro inteligente, quero ver contar historia que
alegra muita gente
NARRADOR 2: Eu vou cantar eu vou cantar, então pode se preparar, eu sou bom no desafio, uma
historia vou contar
NARRADOR 1: Mas que demora que demora que historia vai contar
NARRADOR 2: E do Pedro Malasartes e agora vai começar.
NARRADOR 2: (FALANDO) Pedro Malasartes, um caipira danado de esperto, estava morto de
fome e sem dinheiro algum. Precisava arranjar alguma ocupação que lhe desse o dinheiro suficiente
para conseguir comprar comida.
NARRADOR 1: Cansado de perambular decidiu parar e descansar na porta de um pequeno
armazém. Pegou sua viola e começou a cantar uma moda, na esperança de que alguém lhe desse
alguns trocados.
NARRADOR 2: Canta uma musica com viola (Canta MAL !)

(Musica: voce partiu meu coração)

MALASARTES CANTANDO: NO DIA QUE SAI DE CASA (parodia)

CENA 1
Dois caipiras

CAIPIRA 2: Canta mal esse Pedro!


CAIPIRA 1: Ihhh , lasqueira, se Dona Agromesilda visse esse ai cantando ia da-lhe um raspão na
zorelha.
CAIPIRA 2: Eita veia unha de fome
CAIPIRA 1: Unha de fome é pouco! Aquela veia é capaz de não comer banana só pra não ter que
jogar a casca fora.
CAIPIRA 2: Aquela velha é tão “pão dura” que nem comida para os coitados dos cachorros ela dá.
CAIPIRA 1: Tá para nascer o homem que consegue tirar alguma coisa daquela veia. Duvido que
alguém consiga esta proeza.

NARRADOR 2: E esse Pedro Malasartes decidiu que era hora de agir, se quisesse comer e ganhar
algum dinheiro.
NARRADOR 1: E Pedro falou: Aposto com vocês que a velha vai me dar alguma coisa de bom
grado. E mais ainda: Ela mesma é quem vem aqui contar que me encheu de presentes.
CAIPIRA 2: Ishi duvido! Eu to duvidando! E duvido pela minha goiabeira! Aquela velha, além de
não dar nada para ninguém, também anda armada com uma baita de uma espingarda.

MALASARTES (SARAH): Não se preocupe com isso que é problema meu e eu sei como resolver,
Enganar é comigo
CAIPIRA 2: Se você conseguir esta proeza te dou todo o dinheiro e dou até minhas goiabas!
Preciosa aquelas goiabas Oshi!

NARRADOR 1: e Pedro Malasartes, muito esperto, inteligente, mal acostumado, safado, sem
vergonha,
NARRADOR 2: Calma aí, vamos continuar que tem muita historia pra contar.
NARRADOR 1: Tudo isso e mais um pouco... Pedro tratou de arranjar um panelão fundo, uma
sacola, mais algumas coisinhas e partiu para a casa da velha a toda velocidade. Chegando perto da
porteira da casa da velha, que morava numa enorme fazenda, Pedro fez um bom fogo, encheu o
panelão com a água do riacho, e juntando muitas pedras do chão, jogou-as na água. Depois ficou de
olho no movimento da casa de Dona Agromelsilda.

MALASARTES (Leticia): é hoje que eu engano aquela velha e conquisto tudo o que sempre quis.
Vou fazer uma sopa de pedra!

VELHA (SARAH): Mas oque será que aquele doido esta fazendo na entrada das minhas terras?
Vou lá ver. (PARA MALASARTES) Será que dá para o senhor explicar o que esta pensando em
fazer com todo este fogo na frente da porteira de minha fazenda?
MALASARTES: (MUITO EDUCADO) Boa tarde minha Vó? Tudo bom com a senhora? Estou
preparando uma deliciosa sopa de pedras.
VELHA (SARAH): Sopa de pedras?
MALASARTES: Isso mesmo. Uma deliciosa sopa de pedras, receita de minha finada mãe.
VELHA: E fica boa?
MALASARTES: Boa? Fica muito boa!
VELHA: Meu filho, quando terminar você dá um pouco para eu experimentar?
MALASARTES: Claro minha Vó. (Assim, Pedro tratou de jogar mais lenha na fogueira e deixou as
pedras cozinharem)
VELHA: O meu filho: Essa sopa sai ou não sai?
MALASARTES: Claro que sai minha Vó. Daqui a pouco esta prontinha. É que leva um tempo para
cozinhar direitinhas as pedras. Mas se a senhora tivesse uns legumes para colocar na sopa ela ficava
melhor ainda. Umas cenouras, umas batatas, umas mandioquinhas, umas abobrinhas, umas
beterrabas...
VELHA: Hum eu vou buscar!
MALASARTES: Ela caiu direitinho.
VELHA (VOLTANDO): Pronto meu filho. Este tanto dá?
MALASARTES: Dá minha Vó. (COLOCA UM POUCO NA SACOLA E UM POUCO NA SOPA)
VELHA: Mas meu filho, esta sopa sai ou não sai?
MALASARTES: Tá saindo minha Vó. Tá saindo. Mas a sopa ficaria tão boa se tivesse uma linguiça
defumada, um paio e uma carninha seca para colocar.
VELHA: (A velha ansiosa disse) Eu tenho tudo isso em casa. Vou lá buscar.
MALASARTES: Ela caiu direitinho.
VELHA (MORRENDO DE FOME): Menino! Esta sopa não fica pronta nunca?

MALASARTES: Tá quase minha Vó. Se a senhora tivesse uns temperos ficaria melhor ainda. Um
pouco de sal, pimenta do reino, alho, azeite, açafrão, coloral, cheiro verde, cebolinha...
VELHA (IRRITADA): Eu to indo, to indo...

(MALASARTES CONTINUA COZINHANDO)

VELHA: Meu filho, se esta sopa não sair agora eu desmaio de fome!
MALASARTES: Tá prontinha minha vó. A senhora tem uns pratos para poder servir?
(A velha saiu como um raio para dentro da casa e mais rápido ainda voltou com os pratos e
colheres).
(Pedro pegou o prato da velha e encheu de pedras)
VELHA: Mas como tu come essas coisas meu filho, eu não consigo morder!
MALASARTES: Comer pedra minha Vó? Tá doida é? Se eu comer estas pedras vou acabar
quebrando os dentes. Eu fui! Tchau! Eita velha burra!
VELHA: (DA UM CHILIQUE)

NARRADOR 1: Ao dizer isto Pedro pegou sua sacola, com as coisas dadas pela velha, fugiu sem
olhar para traz. Quando chegou ao armazém, os dois amigos da aposta não acreditaram na história
de Pedro.
NARRADOR 2: Só tiveram a confirmação de tudo que o Pedro dissera, quando a velha chegou ao
armazém contando que dera para Pedro uma porção de coisas para fazer uma sopa de pedras!
NARRADOR 1: Assim que a velha saiu, Pedro cobrou a aposta e tratou de se mandar.
NARRADOR 2: Dizem que esta andando pelo mundo até hoje, aprontando e dando golpes nos que
tentam enganá-lo.

CAIPIRA: Ihhhh Perdi todas as minhas goiabas...

NARRADOR 1: Cantador tome cuidado, cantador tome cuidado, vamo ver se tu é bom no desafio
malcriado.
NARRADOR 2: Cantador tome cuidado, cantador tome cuidado, vamo ver se tu é bom no desafio
malcriado.
NARRADOR 1: Contamos a historia de um malandro sem vergonha, bem safado, malcriado, bem
esperto e arretado, inteligente...

NARRADOR 2: E tu de volta com essas coisas! To cansado!

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