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ANAIS ELETRÔNICOS
II Encontro de História – Historiografia Brasileira: Problemas, Debates e Perspectivas
25 a 27 de Outubro de 2010
ISSN 2176-784X
existem muitos documentos, que são verdadeiras relíquias que nos servem de alicerces para
que possamos produzir cada vez mais, enriquecendo a produção historiográfica alagoana.
A cidade de Porto Calvo foi escolhida por sua origem e imensa importância
na história Alagoana, e também pelos personagens muito conhecidos de nossa história, e pela
forte e marcante presença negra na região, um dos Eventos mais marcantes do qual a cidade
foi palco, foi à execução de Calabar uma figura que está muito presente na história da cidade,
sua execução se deu após o mesmo ter sido considerado traidor. Nesse período Alagoas
pertencia à Capitania de Pernambuco que era uma Capitania economicamente forte o que
agregou o desejo de exploração dos Holandeses que em 1630 chegaram ao litoral
Pernambucano com uma esquadra de 56 navios da companhia das Índias Ocidentais, seus
homens ocupam cidades de Olinda e Recife. A resistência da população, organizada pelo
governador da Capitania, Matias de Albuquerque, em torno do Arraial do Bom Jesus e de
Porto Calvo (Alagoas), dificulta a consolidação do controle holandês. A partir de 1632, com a
ajuda de Domingos Fernandes Calabar, os estrangeiros avançam contra as Fortalezas do
Litoral e os principais redutos de resistência brasileira no interior, Calabar no começo
combatia os invasores, mas em 1933 alia-se aos Holandeses colaborando para a consolidação
do poder holandês, com isso Matias de Albuquerque que sem receber os reforços prometidos
por Portugal e Espanha, retira-se para a Bahia em 1935. Nesse momento a luta nativa limita-
se à guerrilha em alguns pontos de Pernambuco e Capitanias vizinhas. Em investida contra
Porto Calvo Matias de Albuquerque prende e executa Calabar rotulando-o de traidor, o
lecento aconteceu na cidade de Porto Calvo em um local atualmente conhecido como “alto da
força” notamos a grande importância da cidade para a construção da nossa história,
atualmente encontramos poucos registros dessa época, encontramos analises de historiadores
alagoanos que tratam da invasão holandesa, mas em relação à documentação os registros mais
antigos estão localizados na Igreja e no fórum de Porto Calvo, no fórum existe documentação
que tem mais de 100 anos sendo uma contribuição de valor inenarrável para historiadores
contemporâneos.
Dentre as instituições catalogadas encontramos a prefeitura municipal, a
igreja: Paróquia Nossa Senhora da Apresentação que foi construída em 1601 sendo uma das
mais, se não for a mais antiga de Alagoas, o Fórum da justiça de Porto Calvo. A Câmara de
Vereadores, os cartórios e também o sindicato dos trabalhadores (a) Rurais de Porto Calvo.
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do segundo ofício, que guardam uma quantidade imensa e valiosa de uma documentação
carregada de importância, para quem deseja aprofundar-se na questão da história alagoana.
Uma outra fonte importantíssima que guardam documentos são os cartórios,
de registro civil e cartório de imóveis, nos auxiliando nas informações necessárias para o
encremento da compreensão da sociedade Alagoana, da cidade de Porto calvo.
Sabemos que para quem opta pelo campo da pesquisa e da produção
historiográfica alagoana, é importante saber o que se tem em termos de documentos, de
artefatos de bibliografias que tratem a questão alagoana, para que se possa contar e recontar
os fatos que marcaram o desenvolvimento de uma sociedade que tinha como principal fonte
de renda a economia açucareira, e a exploração da mão-de-obra escrava. Características muito
comuns no nordeste brasileiro, a principal importância da produção historiográfica é a
responsabilidade de estudar atentamente a formação da sociedade, para que possamos
produzir uma obra que não venha desfavorecer as minorias exploradas, alimentando os
interesses das elites dominantes e contribuindo para a destruição da minoria daqueles que
foram as peças mais importantes para a construção desse estado, que se desenvolveu a custa
da exploração e sofrimento dos explorados.
O historiador tem a responsabilidade de pesquisar atentamente os fatos
esgotando todas as fontes, de que ele tiver a sua disposição, para que o mesmo não venha a
oferecer aos leitores uma história que seja voltada para atender aos interesses dos grupos
dominantes, pois o historiador contribuiu de forma muito significativa para a formação da
consciência social dos indivíduos, e o mesmo deve reconhecer o seu papel de formador de
consciência solando que cabe a ele não faltar com a verdade, de forma que venha a influenciar
de forma negativa aos indivíduos. Os fatos têm que chegar ao conhecimento do leitor de
forma que reconte os acontecimentos como foram de fato, dando aos indivíduos a
oportunidade de construírem seus próprios conceitos tendo como base uma historiografia
comprometida com a verdade, e voltada para o esclarecimento, e formação de indivíduos com
capacidade de analisar e criticar os fatos. E sabendo dessa responsabilidade é que procuramos
realizar um trabalho informativo mostrando onde estão as fontes para que os futuros
pesquisados e historiadores possam encontrar nos documentos informações que os auxilio em
suas produções, de forma que os mesmos possam ver fontes o suficiente para construírem a
crítica, e enriquecer o nosso quadro de produção no campo da história.
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do projeto se preocupam com o frequente descaso das fontes históricas que muitas vezes vão
para o lixo como se não tivesse importância alguma, causando uma deficiência e esgotamento
das riquezas historiográficas alagoanas. Ao realizarmos um projeto como esse nos deparamos
com a leitura de um leque de oportunidades de pesquisa que nos enche de idéias e
expectativas, para produzirmos história. Uma situação preocupante é o caso já mencionado
dos processos do fórum que se demorar vamos acabar perdendo uma grande parcela da nossa
história, espero que esse trabalho desperte a atenção, de pessoas que possam contribuir para a
salvação da nossa história, pois os documentos estão adoecendo e pedindo socorro, eles são
responsabilidade nossa, é responsabilidade de todos que de alguma forma se interessam pela
história este trabalho é para mim não apenas uma catalogação, mas sim um “grito” de alerta,
para que não deixamos nossa história morrer, pelo esgotamento das fontes. Mas acredito que
quando se tem vontade compromisso, e seriedade profissional, muito se pode ser feito para
não deixar que o descaso afete de forma irreversível as fontes de trabalho que ainda restam
aos historiadores.