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Questões de vestibulares

1. (UFRS) O gênero dramático, en- IV. Nos textos do gênero, o nar-


tre outros aspectos, apresenta rador parece estar ausente da
como característica essencial: obra, ainda que, muitas vezes,
se revele nas rubricas ou nos
a) a presença de um narrador.
diálogos; neles impõe-se rigo-
b) a estrutura dialógica. roso encadeamento causal.

c) o extravasamento lírico. V. Espécie narrativa entre literatu-


ra e jornalismo, subjetiva, bre-
d) a musicalidade. ve e leve, na qual muitas vezes
e) o descritivismo. autor, narrador e protagonista se
identificam.
2. (UFU-MG) Relacione as espécies
( ) Poema lírico
literárias ao lado com suas res-
pectivas características dispos- ( ) Conto
tas abaixo e assinale a alternati-
( ) Crônica
va correta:
( ) Romance
I. Modalidade de texto literário que
oferece uma amostra da vida ( ) Texto teatral
através de um episódio, um fla-
a) II – I – V – III e IV.
grante ou instantâneo, um mo-
mento singular e representati- b) II – I – V – IV e III.
vo; possui economia de meios c) II – I – III – V e IV.
narrativos e densidade na cons-
trução das personagens. d) I – II – V – III e IV.
e) I – IV – II – V e III.
II. À intensidade expressiva des-
se tipo de texto literário, à sua
3. (UFMT) Sobre literatura, gênero
concentração e ao seu caráter
e estilos literários, pode-se di-
imediato, associa-se, como tra-
zer que:
ço estético importante, o uso do
ritmo e da musicalidade. a) tanto no verso quanto na prosa pode
haver poesia.
III. Essa modalidade de texto literá-
rio prende-se a uma vasta área b) todo momento histórico apresenta um
de vivência, faz-se geralmente conjunto de normas que caracteriza
de uma história longa e apresen- suas manifestações culturais, cons-
ta uma estrutura complexa. tituindo o estilo da época.
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c) o texto literário é aquele em que pre- c) apresentar as cantigas, nas festas


dominam a repetição da realidade, da corte, sempre com o acompanha-
a linguagem linear, a unidade de mento de um coro.
sentido.
d) reduzir todo o refrão a um dístico.
d) no gênero lírico os elementos do mun-
do exterior predominam sobre os do e) pressupor que há sempre dois ele-
mundo interior do eu poético. mentos paralelos que se digladiam
verbalmente.
4. (UFRS) Assinale a alternativa in-
correta com respeito ao Trova- 6. (UFMG) Interpretando historica-
dorismo em Portugal: mente a relação de vassalagem
entre homem amante/mulher
a) nas cantigas de amigo, o trovador es- amada, ou mulher amante/ho-
creve o poema do ponto de vista fe- mem amado, pode-se afirmar
minino.
que:
b) nas cantigas de amor, há o reflexo
a) o Trovadorismo corresponde ao Re-
do relacionamento entre senhor e
nascimento.
vassalo na sociedade feudal: distân-
cia e extrema submissão. b) o Trovadorismo corresponde ao mo-
vimento humanista.
c) a influência dos trovadores proven-
çais é nítida nas cantigas de amor c) o Trovadorismo corresponde ao Feu-
galego-portuguesas. dalismo.
d) o Trovadorismo e o Medievalismo só
d) durante o trovadorismo, ocorre a se-
poderiam ser provençais.
paração entre poesia e música.
e) tanto o Trovadorismo como Humanis-
e) muitas cantigas trovadorescas foram mo são expressões da decadência
reunidas em livros ou coletâneas que medieval.
receberam o nome de cancioneiros.
7. (UFMG) Nas mais importantes no-
5. (PUC-RS) O paralelismo, uma téc- velas de cavalaria que circularam
nica de construção literária nas na Europa medieval, principal-
cantigas trovadorescas, consis- mente como propaganda das
tiu em: Cruzadas, sobressaem-se:
a) unir duas ou mais cantigas com te- a) as namoradas sofredoras, que fa-
mas paralelos e recitá-las em simul- zem bailar para atrair o namorado au-
taneidade. sente.
b) um conjunto de estrofes ou um par b) os cavaleiros medievais, concebidos
de dísticos em que sempre se procu- segundo os padrões da Igreja Católi-
ra dizer a mesma idéia. ca (por quem lutam).
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c) as namorada castas, fiéis, dedicadas, e) é uma época caracterizada pela re-


dispostas a qualquer sacrifício para jeição dos valores religiosos da cul-
ir ao encontro do amado. tura medieval.
d) os namorados castos, fiéis, dedica- 10. (OSEC-SP) Relacionar:
dos que, entretanto, são traídos pe-
las namoradas sedutoras. (1) autor humanista
(2) autor clássico
e) os cavaleiros sarracenos, eslavos e
infiéis, inimigos da fé cristã.
( ) Erasmo de Rotherdan
8. (PUC-RS) As narrativas que des- ( ) Luís Vaz de Camões
crevem as lutas dos cruzados
( ) Gil Vicente
envolvem sempre um herói mui-
to engajado na luta pela cristan- ( ) Dante Alighieri
dade, podendo ser a um só tem- ( ) Sá de Miranda
po frágil e forte, decidido e ter-
( ) Giovanni Boccaccio
no, furioso e cortês. No entanto,
com relação à mulher amada, 11. (PUC-SP) O Auto da Barca do In-
esse herói é sempre: ferno pertence ao movimento li-
a) pouco dedicado. d) indelicado. terário do Humanismo, em Por-
tugal, porque Gil Vicente:
b) infiel. e) n.d.a.
c) devotado. a) critica a igreja pela venda indiscrimi-
nada de indulgências e pela vida des-
9. (OSEC-SP) Assinale a alternativa regrada dos padres.
incorreta:
b) preocupa-se somente com a salva-
O classicismo ção do homem após a morte, sem se
a) é o estilo dominante na literatura oci- voltar para os problemas sociais da
dental durante o século XVI ou Qui- época.
nhentismo. c) equilibra a concepção cristã da sal-
b) correponde à época do Renascimen- vação após a morte com a visão crí-
to em que se observa a recupera- tica do homem e da sociedade do seu
ção dos valores culturais gregos e tempo.
latinos. d) tem como única preocupação criticar
c) é o estilo que incorpora os valores o homem e as mazelas sociais do mo-
humanistas do Renascimento: antro- mento histórico em que está inserido.
pocentrismo, racionalismo, universa- e) critica a Igreja, ao defender com en-
lismo. tusiasmo os princípios reformistas
d) começa no Brasil em 1500, com a disseminados pela Reforma protes-
Carta, de Pero Vaz de Caminha. tante.
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12. (OSEC-SP) Relacionar autor e obra: d) analisa o homem em suas relações


com a nobreza, o clero e o povo, ten-
1. Gil Vicente do em vista a vida transitória da reli-
2. Luís Vaz de Camões gião e do mercado ascendente.

3. Giovanni Boccaccio e) critica a igreja, ao defender com en-


tusiasmo os princípios reformistas
4. Dante Alighieri
disseminados pela Reforma protes-
5. Erasmo de Rotherdan tante.
6. Ariosto 14. (UNIFAP-SP) As primeiras peças
teatrais portuguesas escritas
( ) Os Lusíadas com objetivo de serem levadas
( ) Decameron a público são de autoria de:
( ) Orlando Furioso a) Manuel Maria Barbosa du Bocage.
( ) O elogio da Loucura b) Paio Soares de Taveirós.
( ) Auto da Visitação c) D. Diniz.
( ) A Divina Comédia d) Camões.

13. (ENC-SP) Se o teatro vicentino é e) Gil Vicente.


acentuadamente religioso e me-
15. (UFU-MG) Na Farsa de Inês Pe-
dievalizante, como se explica
reira, Gil Vicente:
sua classificação nos limites do
Humanismo? a) retoma a análise do amor do velho
apaixonado, desenvolvida em O ve-
Se partir de O Auto da Barca do
lho da horta.
Inferno, responda mediante a alter-
nativa correta: b) mostra a humilhação da jovem que
não pode escolher seu marido, tema
a) analisa o homem em suas relações de várias peças desse autor.
sociais, nas busca do melhor cami-
nho para o encontro com Deus e a c) denuncia a revolta da jovem confina-
moralidade religiosa. da aos serviços domésticos, o que
confere atualidade à obra.
b) analisa o homem em suas relações com
Deus, na busca do melhor caminho para d) conta a história de uma jovem que
o encontro com o semelhante. assassina o marido para se livrar dos
maus tratos.
c) investiga o homem em suas relações
com a igreja, destacando a crítica aos e) aponta, quando Lianor narra as ações
padres que não se voltam para os va- do clérigo, uma solução religiosa para
lores humanos. a decadência moral de seu tempo.
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16. (UFSC) Marque a alternativa in- 17. (MACK-SP) Este soneto, um dos
correta a respeito do Huma- mais perfeitos que foram pro-
nismo: duzidos em Língua Portuguesa,
pertence ao estilo de época do
a) época de trasição entre a Idade Mé-
Renascimento, portanto criado
dia e o Renascimento.
no século:
b) o teocentrismo cede lugar ao antropo-
a) XV. c) XVII. e) XIX.
centrismo.
b) XVI. d) XVIII.
c) Fernão Lopes é o grande cronista da
época. 18. (MACK-SP) Indique o nome do
d) Garcia de Resende coletou as poe- autor desse soneto:
sias da época, publicadas em 1516
a) Bocage.
com o nome de Cancioneiro Geral.
b) Camilo Pessanha.
e) a Farsa de Inês Pereira é a obra de
Gil Vicente cujo assunto é religioso, c) Camões.
desprovido de critica social. d) Gil Vicente.
Este famoso soneto correspon- e) Manuel Bandeira.
de às questões 17 e 18:
19. (FUVEST) Assinale a(s) alterna-
Amor é fogo que arde sem se ver; tiva(s) incorreta(s) sobre Os Lu-
É ferida que dói e não se sente; síadas:
É um contentamento descontente; a) ( ) herói coletivo – o povo português;
É dor que desatina sem doer; herói individual – Vasco da Gama.
b) ( ) modelo: A Eneida de Virgílio; se-
É um não querer mais que guido das epopéias de Homero: A
[bem-querer; Ilíada e A Odisséia.
É andar solitário por entre a gente;
c) ( ) estrutura clássica, 5 partes, dez
É nunca contentar-se de contente; cantos, 1.102 estrofes, em oitava-
É cuidar que se ganha em se perder. rima (ABABABCC), versos decassí-
labos heróicos.
É querer estar preso por vontade;
d) ( ) concomitância do “maravilhoso”,
É servir a quem vence, o vencedor; pagão e cristão; da ideologia burgue-
É ter com quem nos mata lealdade. sa, expansionista e do espírito de cru-
zada medieval; do épico e do lírico;
Mas como causar pode seu favor do plano histórico e do mitológico.
Nos corações humanos amizade, e) ( ) a narrativa inicia-se já no meio da
Se tão contrário a si é o mesmo ação (viagem de Vasco da Gama às
[Amor? Índias).
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f ) ( ) na proposição o poeta privilegia: Texto correspondente às ques-


os navegadores (“as armas e os ba- tões 21 a 23:
rões”); os reis de Portugal (“e as me-
E vós, Tágides minhas, pois criado
mórias gloriosas daqueles Reis que
foram dilatando a fé”); e os heróis da Tendes em mim um novo engenho
pátria (“aqueles que se vão da lei da [ardente,
morte libertando”). Se sempre em verso humilde,
[celebrado
g) ( ) apesar de refletir a ideologia do
Renascimento há em alguns episódi- Foi de mim vosso rio alegremente,
os como Os Doze Pares da Ingla- Dai-me agora um som alto, e
terra e O Velho do Restelo forte [sublimado,
presença da mentalidade e gosto me-
dievais. Um estilo grandíloco e corrente,
Porque de vossas águas Febo
h) ( ) na Literatura Brasileira, obras
[ordene,
como: Prosopopéia (Bento Teixeira),
Vila Rica (Cláudio M. Da Costa), Que não tenha inveja às de
Caramuru (Santa Rita Durão), Ura- [Hipocrene.
guai (Basílio da Gama – de forma
não-sistemática), A Confederação 21. (UFU-MG) Os versos acima per-
dos Tamoios (Gonçalves de Maga- tencem aos Lusíadas. Pelo que
lhães) e até Invenção do Orfeu (do se lê, conclui-se que encerram:
modernista Jorge de Lima) – refle- a) a proposição da epopéia.
tem, em maior ou menor grau, a in-
fluência de Os Lusíadas. b) o epílogo de um trecho lírico.
c) uma invocação.
20. (FUVEST) Na Lírica de Camões:
d) uma dedicatória.
a) o metro usado para a composição dos
sonetos é a redondilha. e) a narração do poema.

b) a mulher é vista em seus aspectos 22. (UFU-MG) Repare nas rimas e


físicos, despojada de espiritualidade. assinale a alternativa que espe-
lha seu esquema rimático:
c) cantar a pátria é o centro das preo-
cupações. a) ab ab ab cc.
d) encontra-se fonte de inspiração de b) aaa bbb cc.
muitos poetas brasileiros do sécu-
c) abcd abcd.
lo XX.
d) aa bb aa bb.
e) encontram-se sonetos, odes, sátiras
e autos. e) abc abc dd.
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23. (UFU-MG) A Tágide e Febo apli- decassílabos com esquema de rima


cam-se os seguintes conteú- ab/ab/ab/cc).
dos semânticos:
d) o subjetivismo do texto fica no em-
a) filhas do amor e deus das águas. prego da 1ª pessoa (que caracteriza
a função emotiva da linguagem, típi-
b) filhas humildes e deus do sol. ca do Classicismo).
c) ninfas do rio Tejo e deus da poesia,
e) Netuno e Marte são figuras mitológi-
Apolo.
cas que indicam que o maravilhoso
d) inspirações e deus da lua. presente no texto é o maravilhoso
e) ninfas do rio Tejo e deus dos mares. pagão (mitologia greco-latina), índice
do Classicismo do trecho.
24. (OSEC-SP) Leia o texto com atenção:
25. (OSEC-SP) Assinale a alternati-
Cessem do sábio Grego e do va correta, em relação às carac-
[Troiano terísticas do classicismo:
As navegações grandes que
a) subjetivismo, função emotiva da lin-
[fizeram;
guagem, idealização, escapismo, mal
Cale-se de Alexandre e de Trajano do século e nacionalismo.
A fama das vitórias que tiveram. b) objetivismo, descritivismo, busca da
Que eu canto o peito ilustre lusitano forma perfeita, aproximação de poe-
sia e arte plásticas, não-envolvimento
A quem Netuno e Marte emocional, temas arqueológicos, es-
[obedeceram. tética de nomeação.
Cesse tudo que a antiga Musa canta c) objetividade, racionalismo, universa-
Que outro valor mais alto se lismo, antropocentrismo, retomada de
[alevanta! valores grego-latinos, referenciali-
(Camões, Os Lusíadas, Canto I, estrofe IV) dade, harmonia e equilíbrio.

Assinale a alternativa incorre- d) estética de sugestão, musicalidade,


ta acerca do texto acima: temas vagos e místicos, conotação,
sinestesia, não-separação de sujei-
a) a estrofe acima corresponde à 1ª to-objeto.
parte do poema (Proposição) e indi-
ca a matéria épica de Os Lusíadas. e) dualismo, fusionismo, uso do con-
traste, bifrontismo, metalinguagem,
b) o verso empregado na estrofe acima
excesso de figuras de linguagem.
é o decassílabo (ou verso de medida
nova), verso tipicamente clássico. 26. (OSEC-SP) Coloque V (para Ver-
c) a estrofe acima recebe o nome de oi- dadeiro) ou F (para Falso), com
tava rima ou oitava real (8 versos relação à estética Clássica:
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( ) os padrões estéticos clássicos deri- A poesia de Camões é comu-


vam de uma concepção de vida teo- mente classificada em “medida
cêntrica. velha” e “medida nova”. É correto
afirmar que o poema abaixo inse-
( ) ao Misticismo e Ascetismo Medievais
re-se na:
substitui o Paganismo, introduzindo
novamente a mitologia greco-latina a) “medida velha”, porque expressa um
nas artes. ideal de beleza mais concreto, por
meio da valorização dos dotes físi-
( ) as obras clássicas apresentam uma
cos da mulher do povo.
linguagem popular, sendo, por isso,
acessíveis a todos. b) “medida velha”, porque se prende às
convenções da poesia greco-latina,
( ) por bifrontismo da obra camoniana
entre elas, a do panteísmo.
se entende a participação do ideário
medieval e dos valores clássicos. c) “medida velha” porque é composto
em redondilha menor, tipo de verso
27. (ENC-SP) de origem popular.
Lioanor pela verdura; d) “medida nova”, porque se serve do
Vai fermosa, e não segura. idealismo neo-platônico, para expres-
sar a elevação espiritual da mulher
Leva na cabeça o pote,
do povo.
O testo nas mãos da prata,
e) “medida nova”, porque é composto
Cinta de fina escarlata, em redondilha maior, tipo de verso
Sainho de chamalote; introduzido em Portugal por Sá de Mi-
Traz a vasquinha de cote, randa

Mais branca que a neve pura; 28. (ENC-SP) Em Os Lusíadas, Camões:


Vai fermosa e não segura. a) homem do século XVI, abraçando o
Descobre a touca a garganta, Cristianismo e vivendo o pragmatismo
de seu tempo, despreza a mitologia
Cabelos de ouro entrançado,
greco-latina, que contraria sua fé e o
Fita de cor de encarnado, cientificismo da época.
Tão linda que o mundo espanta, b) como todo poeta do Renascimento,
Chove nela graça tanta, recebendo influência dos gregos e
Que dá graça à fermosura: romanos, concebe as divindades pa-
gãs como superiores à cristã.
Vai fermosa, e não segura.*
c) fiel a sua religião, faz que a divinda-
* testo = tampa de pote; chama- de cristã compareça de maneira físi-
lote = tecido de lã e seda; vasquinha = ca, intervindo e atuando ao longo do
espécie de saia; de cote = de uso co- poema, do mesmo modo que as di-
tidiano. vindades pagãs.
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d) recebendo influência direta de Ho- (...)


mero e Virgílio, elimina em sua epo- Que eu canto o peito ilustre
péia quaisquer vestígio da concep- [Lusitano
ção de mundo cristã. A quem Neptuno e Marte
e) sensível aos valores do mundo clás- [obedecerão;
sico, vale-se da mitologia greco-lati- Cesse tudo o que a Musa antiga
na como um recurso retórico, que en- [canta,
riquece e embeleza os elementos his- Que outro valor mais alto se
tóricos. [alevanta.
......................................................
29. (FMABC-SP) Aponte a alternati- E não menos certíssima
va correta: [Christandade,
a) Eça de Queirós é um dos maiores Vós, ó novo temor da Maura lança,
prosadores românticos de Portugal. Maravilha fatal da nossa idade,
Dada ao mundo por Deos, que
b) Camões, além de poeta épico, é no- [todo o mande
tável como lírico. (...)
c) toda a poesia de Bocage se enqua-
Encontramos neles aspectos
dra no Arcadismo.
que caracterizam o movimento mo-
d) Vieira representa o melhor da poesia dernista brasileiro e o classicismo
barroca. português, tais como:
a) miscigenação de supertições, provér-
e) Camilo Castelo Branco é lembrado
bios e anedotas — coexistência de
sobretudo pelo romance histórico.
entidades mitológicas com a tradição
monoteísta herdada da Idade Média.
30. (UFPR) Os trechos abaixo foram
retirados, respectivamente, das b) problematização social vista às aves-
obras de Mário de Andrade e de sas através do humor — coexistên-
Camões: cia de entidades mitológicas com a
tradição politeísta herdada da Idade
No outro dia o herói acordou muito Média.
constipado. Era porque apesar do calo-
c) ridicularização do homem através das
rão da noite ele dormira de roupa com
tradições históricas — exaltação do
medo da Caruviana que pega indivíduo homem por seus feitos históricos.
dormindo nu. Mas estava muito gangen-
to com o discurso da véspera. Esperou d) problematização social vista às aves-
impaciente os quinze dias da doença sas através do humor — exaltação
resolvido a contar mais casos pro povo. do homem por seus feitos históricos.
Porém quando se sentiu bom era ma- e) comparação do homem a seres fol-
nhãzinha e quem conta histórias de dia clóricos — comparação do homem a
cria rabo de cutia. seres mitológicos.
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31. (UFPA) Sobre a lírica camoniana, Se me pergunta alguém por que


é incorreto afirmar que: [assi ando,

a) boa parte de sua realização se en- respondo que não sei; porém o
contra na poesia de inspiração clás- [suspeito
sica. que só porque vos vi, minha
[Senhora.
b) sua temática é variada, encontran-
do-se desde temas abstratos até tra- O soneto acima transcrito é de
dicionais. Luís Camões. Nele se acha uma ca-
racterística da poesia clássica re-
c) no aspecto formal, é toda construída
nascentista. Assinale essa caracte-
em versos decassílabos em oitava rística, em uma das alternativas:
rima.
a) a suspeita de amor que o poeta de-
d) sonda o sombrio mundo do “eu” da
clara na conclusão.
mulher, da Pátria e de Deus.
b) o jogo de contradições e perplexida-
e) muitas vezes, o poeta procura con-
des que atormentam o poeta.
ceituar o Amor, lançando mão de an-
títeses e paradoxos. c) o fato de todos perguntarem ao poe-
ta por que assim anda.
32. (VUNESP)
d) o fato de o poeta não saber respon-
Tanto de meu estado me acho der a quem o interroga.
[incerto,
e) a utilização de um soneto para relato
que em vivo ardor tremendo estou
das suas amarguras.
[de frio;
sem causa, juntamente choro e rio, 33. (FUVEST) Indique a idéia que não
o mundo todo abarco e nada aperto. está no texto:

Por isso, ó vós que as famas estimais,


É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Se quiserdes no mundo ser tamanhos,
da alma um fogo me sai, da vista
[um rio; Despertais já do sono do ócio ignaro,
agora espero, agora desconfio, Que o ânimo de livre faz escravo.

agora desvario, agora acerto. E ponde na cobiça um freio duro,


E na ambição também, que
Estando em terra chego ao céu [indignamente
[voando, Tomais mil vezes, e no torpe e escuro
num’hora acho mil anos, e é de jeito Vício da tirania infame e urgente;
que em mil, anos não posso achar Porque essas honras vãs, esse ouro
um’hora. [puro
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Verdadeiro valor não dão à gente; onde esperança falta, lá me


[esconde
Melhor é merecê-lo sem os ter,
Amor um mal, que mata e não se vê;
Que possuí-los sem os merecer.
(Camões) que dias há que na alma me tem
[pôsto
a) a ambição é um vício torpe que leva à
um não sei quê, que nasce não sei
tirania. [onde,
b) as falsas honras e a riqueza não dão vem não sei como e dói não sei
valor às pessoas. [por quê.
c) os que aspiram à glória devem fugir
34. (PUC-RS) Neste poema é possí-
ao ócio.
vel reconhecer que uma dialé-
d) é preciso refrear a excessiva ambi- tica amorosa trabalha a oposi-
ção e o pendor para tirania. ção entre:
e) é preferível merecer honras e rique- a) o bem e o mal.
zas não conseguidas a obtê-las sem b) a proximidade e a distância.
merecimento.
c) o desejo e a idealização.
As questões 34 e 35 referem- d) a razão e sentimento.
se ao texto abaixo:
e) o mistério e a realidade.
Busque Amor novas artes, nôvo
[engenho, 35. (PUC-RS) Uma imagem de forte
expressividade deixa implícita
para matar-me, e novas
uma comparação com o arris-
[esquivanças;
cado jogo do amor. Assinalar a
que não pode tirar-me esperanças, alternativa que contém essa
que mal me tirará o que eu não imagem:
[tenho. a) o engenho do amor.
b) o perigo da segurança.
Olhai de que esperanças me
[mantenho! c) naufrágio em bravo mar.
vêde que perigosas seguranças: d) mar tempestuoso.
que não temo contrastes nem e) um não sei quê.
[mudanças,
36. (CESGRANRIO-RJ) Apontam-se a
andando em bravo mar perdido o seguir algumas características
[lenho. atribuídas pela crítica à epopéia
de Luís Vaz de Camões, Os Lu-
Mas, conquanto não pode haver síadas. Uma dessas característi-
[desgôsto cas está incorreta. Trata-se de:
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a) concepção da história nacional como Destemperada e a voz


seqüência de proezas de heróis aris- [enrouquecida,
tocráticos e militares. E não do canto, mas de ver que
b) apologia dos poderes humanos, real- [venho
çando o orgulho humanista de auto- Cantar a gente surda e endurecida.
determinação e do avanço no domí- O favor com que mais se acende
nio sobre a natureza. [o engenho
c) efabulação mitológica. Não no dá a pátria, não, que está
[metida
d) contraposição da experiência e da
observação direta à ciência livresca No gosto da cobiça e na rudeza
da Antigüidade. De uma austera, apagada e vil
[tristeza.
e) eliminação do pan-erotismo, existen-
te em parte da lírica, em favor de uma Os versos acima pertencem a
ênfase mais objetiva na narração dos que parte dos Lusíadas?
feitos lusitanos. a) proposição.
37. (CESGRANRIO-RJ) Sobre Os Lu- b) invocação.
síadas, é incorreto afirmar que: c) dedicatória.
d) narração.
a) quando a ação do poema começa,
as naus portuguesas estão navegan- e) epílogo.
do em pleno Oceano Índico, portanto
39. (UNIJUÍ-RS) O digno represen-
a meio da viagem. tante do povo português, herói
b) na invocação, o poeta se dirige às de Os Lusíadas, foi:
Tágides, musas do Rio Tejo. a) Alexandre, o Grande.
c) na Ilha dos Amores, após o banque- b) Trajano.
te, Tethys conduz o capitão ao ponto c) Vasco da Gama.
mais alto da ilha, onde lhe desvenda
d) Ulisses.
“a máquina do mundo”.
e) Virgílio.
d) tem como núcleo narrativo a viagem
de Vasco da Gama a fim de estabele- 40. (UNIJUÍ-RS)
cer contato marítimo com as Índias. Os bons vi sempre passar
e) é composto em sonetos decassíla- No mundo graves tormentos
bos, mantendo, em 1102 estrofes, o E, para mais me espantar,
mesmo esquema de rima. Os maus vi sempre nadar
38. (FUVEST) Em mar de contentamentos.

Não mais, Musa, não mais, que a Cuidando alcançar assim


[Lira tenho O bem tão mal ordenado,
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Fui mal. Mas fui castigado. c) a exaltação do heróico e do épico, por


Assim que só para mim meio das metáforas grandiloqüentes
Anda o mundo concentrado. da epopéia.
d) lirismo trovadoresco, caracterizado
O texto anterior: por figuras de estilo passionais e mís-
a) é parte de um auto de Gil Vicente. ticas.
b) é um soneto camoniano. e) conceptismo, caracterizado pela utili-
zação constante dos recursos da dia-
c) é composto de redondilhas, que se
lética.
encaixam na obra lírica de Camões.
d) pode ser encaixado em Os Lusíadas, 42. (FUVEST) A respeito do Pe. Antô-
devido à estrutura das estrofes. nio Vieira, pode-se afirmar que:
e) é uma cantiga de amigo. a) embora vivesse no Brasil, por sua
formação lusitana, não se ocupou de
41. (FUVEST) problemas locais.
Entre os semeadores do Evangelho b) procura adequar os textos bíblicos
há uns que saem a semear, há outros às realidades de que tratava.
que semeiam sem sair. Os que saem a
semear são os que vão pregar à Índia, à c) dada sua espiritualidade, demonstrava
China, ao Japão; os que semeiam sem desinteresse por assuntos mundanos.
sair são os que se contentam com pre- d) em função de seu zelo para com Deus,
gar na pátria. Todos terão sua razão, mas utilizava-o para justificar todos os acon-
tudo tem sua conta. Aos que têm a seara tecimentos políticos e sociais.
em casa, pagar-lhes-ão a semeadura:
e) mostrou-se tímido diante dos interes-
aos que vão buscar a seara tão longe,
ses dos poderosos.
hão-lhes medir a semeadura, e hão-lhes
de contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah! 43. (FUVEST) O Barroco é, na verda-
pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com de, dois estilos: o Cultismo e o
mais paço; os de lá, com mais passos... Conceptismo. O Cultismo:
A passagem acima é represen- a) caracteriza-se pelo agudo jogo de
tativa de uma das tendências esté- conceitos e idéias, que desenvolve
ticas da prosa seiscentista a saber: apoiando-se no raciocínio silogístico.
a) o sebastianismo, isto é, a celebração b) é o estilo que busca a aproximação
do mito da volta de D. Sebastião, rei entre poesia e música, valorizando fi-
de Portugal, morto na batalha de Al- guras sonoras e os efeitos musicais
cácer-Quibir. do ritmo.
b) a busca do egotismo e da aventura c) corresponde a uma estética de no-
ultramarina, presentes nas crônicas meação, em que predomina a poesia
e narrativas de viagem. descritiva e de traço arqueológico.
— 136 —

d) caracteriza-se pela linguagem meta- d) Manuel de Sousa Coutinho (Frei Luís de


fórica, pelo uso excessivo de figu- Sousa) – História de São Domingos.
ras, sobretudo antíteses e hipérboles,
e) Sóror Mariana D’Alcoforado – Cartas.
pela visão de mundo dualista, con-
traditória e sensorial. f ) Fênix Renascido e Postilhão de Apolo
– Coletâneas de Poesias seiscen-
e) n.d.a.
tistas portugueses.
44. (OBJETIVO-SP) Assinale a(s) g) Pe. Vieira – Poemas à Virgem Maria.
afirmação(ões) incorreta(s) ou
não relacionada(s) ao período 46. (ENC-SP) O pregador há de ser co-
Barroco em Portugal: mo quem semeia, e não como quem
ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas
a) ( ) Contra-reforma – Inquisição.
como as estrelas. Todas as estrelas
b) ( ) Decadência política e econômica. estão por sua ordem; mas é ordem
que faz influência, não é ordem que
c) ( ) Domínio espanhol. faça lavor. Não fez Deus o céu em
d) ( ) Mito sebastianista. xadrez de estrelas, como os prega-
dores fazem o sermão em xadrez
e) ( ) Predomínio da prosa sobre a poesia. de palavras. Se de uma parte está
branco, de outra há de estar negro;
f ) ( ) Sermonística, prosa didática e mo-
se de uma parte está dia, de outra
ralizante.
há de estar noite; se de uma parte
g) ( ) Elitização, frivolidade da produção dizem luz, da outra hão de dizer som-
acadêmica. bra; se de uma parte dizem desceu,
da outra hão de dizer subiu.
h) ( ) Academias dos Generosos e dos
Singulares. No fragmento acima, pertencen-
i) ( ) Academias dos Esquecidos e dos te ao Sermão da Sexagésima, o pa-
Renascidos. dre Antônio Vieira mostra uma ten-
dência muito comum em sua obra:
45. (OBJETIVO-SP) Assinale a alter- I. Uso das antíteses com o propósi-
nativa que encerre uma associa- to deliberado de equilibrar os an-
ção incorreta, acerca do Barro- seios espiritualistas e teocêntri-
co em Portugal: cos da Idade Média com os mate-
rialistas e antropocêntricos do
a) Pe. Manuel Bernardes – Nova Floresta.
Renascimento.
b) Pe. Francisco Manuel de Melo – Car-
ta de Guia aos Casados. II. Critica os exageros formais dos
pregadores cultistas, que usavam
c) Antônio José da Silva (O Judeu) – e abusavam das antíteses, tornan-
Guerras do Alecrim e da Manjerona. do o estilo obscuro.
— 137 —

III. Defende o apuro formal dos pre- a) o medo de ser infeliz; uma intensa
gadores gongoristas, vendo nele angústia em face da vida, a que não
uma forma mais adequada de consegue dar sentido; a desilusão
convencer e converter o fiel. diante da falência de valores terre-
Interpreta corretamente o que nos e divinos.
se afirma apenas em: b) a consciência de que o mundo terre-
a) I. c) III. e) I e III. no é efêmero e vão; o sentimento de
nulidade diante do poder divino.
b) II. d) I e II.
c) a percepção de que há saídas para o
47. (UFRJ) Aponte, nas questões homem; a certeza de que o aguardam
seguintes, o que é falso (F) e o o inferno e a desgraça espiritual.
que é verdadeiro (V).
d) a necessidade de ser piedoso e cari-
a) ( ) Vieira defende a idéia de que o tativo, paralela à vontade de fruir até
pregador não deve usar a palavra pela as últimas consequências o lado ma-
palavra só para satisfazer o gosto terial da vida.
pelos malabarismos estéticos – na
verdade, condena o estilo cultista. e) a revolta contra os aspectos fatais
que os deuses imprimem a seu desti-
b) ( ) Vieira acusa diretamente o estilo no e à vida na terra.
gongórico como o responsável pelo
afastamento dos fiéis. 49. (CESESP-PE) Numere os parên-
teses, obedecendo à seguinte
c) ( ) o grande pregador conceptista en-
convenção:
fatiza que a importância da lingua-
gem preciosa é decisiva para que o 1. Barroco.
ouvinte fique impressionado. 2. Arcadismo.
d) ( ) a linguagem de Vieira é evidente- 3. Romantismo.
mente uma defesa ao cultismo, daí ter
conseguido persuadir o seu público. ( ) exacerbação do sentimento, envol-
to numa visão de amor idealista.
48. (UEL-PR)
( ) visão dualista do universo, refleti-
Que és terra, homem, e em terra da numa linguagem essencialmente
[hás de tornar antitética.
Te lembra hoje Deus por sua Igreja;
( ) expressão constante e quase mo-
De pó te fez espelho, em que se
nótona da fugacidade da vida.
[veja
A vil matéria, de que quis ( ) ênfase na incorrespondência amo-
[formar-te. rosa das tiranas donzelas.
Conforme surgere o excerto ( ) sobre exaltação da beleza femini-
acima, o poeta barroco não raro ex- na, superior aos elementos da na-
pressa: tureza.
— 138 —

De cima para baixo, a resposta c) Parnasianismo.


correta é: d) Barroco.
a) 3, 1, 1, 2, 1.
52. (FAC. MED. TRIÂNGULO MINEIRO)
b) 2, 1, 1, 3, 2. A busca da simplicidade da lin-
c) 1, 3, 2, 1, 2. guagem e a descoberta da feli-
cidade pela integração do ho-
d) 3, 1, 2, 2, 1.
mem na natureza, em oposição
e) 2, 1, 2, 3, 1. ao artificialismo formal e à an-
gústia dos conflitos entre o Bem
50. (OBJETIVO-SP) Ele é considerado e o Mal, são algumas das carac-
um dos três maiores sonetistas terísticas que contrapõem o ......
da língua portuguesa, ao lado de ........................ ao ......................... .
Camões e de Antero de Quental.
Sua poesia lírica, extremamente a) barroco – classicismo.
pessoal, é marcada por um re-
b) arcadismo – barroco.
belde libertarismo emocional. Às
vezes violento, às vezes calmo. c) romantismo – arcadismo.
Sua vasta obra poética apresenta
d) parnasianismo – romantismo.
dois aspectos fundamentais: o
satírico e o lírico; mas é no lírico e) simbolismo – parnasianismo.
que o poeta se realiza plenamen-
te e fica famoso. Foi, sem dúvida, 53. (CFET-PR) Assinale a alternati-
o maior poeta português do sé- va que melhor indica os valo-
culo XVIII. Seu pseudônimo arcá- res da estética árcade:
dio é Elmano Sadino. Trata-se de:
a) natureza, simplicidade, pastoralismo.
a) Cruz e Silva.
b) equilíbrio, natureza, filosofia.
b) Domingo Caldas Barbosa.
c) pastoralismo, sonoridade, natureza.
c) Filinto Elísio.
d) bucolismo, pastoralismo, ilogismo.
d) Almeida Garret.
e) Bocage. e) pastoralismo, ilogismo, subjetivismo.

51. (FAC. OSWALDO CRUZ-SP) A “áu- 54. (FUVEST) De Bocage, pode-se


rea mediocridade”, a fuga à vida dizer que:
citadina, o bucolismo definem-
a) passou a maior parte de sua vida no
se como tendências do:
Brasil.
a) Romantismo.
b) é o expoente máximo da poesia por-
b) Arcadismo. tuguesa do século XVIII.
— 139 —

c) foi grande cultor do soneto barroco. orientavam a criação poética do Arca-


dismo.
d) escreveu contos eróticos.
b) o texto demonstra que Bocage, ape-
e) representa a poesia parnasiana em
sar de pertencer à Arcádia Lusitana,
Portugal.
ultrapassa os limites do Arcadismo e
antecipa características da inspira-
55. (ENC-SP) Leia com atenção o
ção poética do Romantismo.
texto de Manuel Maria Barbosa
du Bocage, a seguir: c) o poeta se identifica com os bem-
aventurados e solicita a piedade do
Chorosos versos meus desentoados, leitor para com os seus versos.
Sem arte, sem beleza e sem
[brandura, d) a emoção interfere na elaboração ar-
tística.
Urdidos pela mão da Desventura,
Pela baça Tristeza envenenados: e) sabe-se que Bocage foi um árcade
rebelde; pertenceu à Nova Arcádia,
Vêde a luz, não busqueis, mas foi expulso dela. O soneto em
[desesperados, questão apresenta características
No mudo esquecimento a formais neo-clássicas e, quanto ao
[sepultura; conteúdo, antecipa o sentimentalis-
Se os ditosos vos lerem sem mo romântico.
[ternura,
56. (OBJETIVO-SP) Assinale, com
Ler-vos-ão com ternura os relação ao Arcadismo (V) ver-
[desgraçados: dadeiro ou (F) falso:
Não vos inspire, ó versos, cobardia, a) ( ) desenvolveu-se na segunda me-
Da sátira mordaz o furor louco, tade do século XVIII, refletindo os
De maldizente voz a tirania: ideais iluministas. Coincide no Bra-
sil com o ciclo da mineração e com
Desculpa tendes, se valeis tão as rebeliões nativistas.
[pouco; b) ( ) é um regresso aos ideais do clas-
Que não pode cantar com melodia sicismo greco-romano e renas-
Um peito, de gemer cansado e centistas (clareza, simplicidade,
[rouco. busca do belo, bem, verdade e per-
feição).
Sobre esse soneto, é correto
c) ( ) os temas predominantes são o pas-
afirmar:
toralismo e o bucolismo. A natureza
a) o amor é apresentado de maneira é o cenário suave e convencional
controlada, de acordo com os princí- onde “pastores” e “musas” vivem
pios do racionalismo e equilíbrio que amenos idílios campestres.
— 140 —

d) ( ) o estilo é contido, há poucas figu- 59. (UFMG) Aponte a alternativa cujo


ras (em comparação ao Barroco) conteúdo não se aplica ao Arca-
e predomina a ordem direta. dismo:
e) ( ) não há conflitos, a expressão é a) desenvolvimento do gênero épico, re-
serena e apóia-se na mitologia gre- gistrando o início da corrente indianis-
co-romana, no convencionalismo ta na poesia brasileira.
amoroso.
b) presença da mitologia grega na poe-
f ) ( ) a arte volta-se para o natural e o sia de alguns poetas desse período.
verdadeiro e tem finalidade didá-
tica e moralizante. A imaginação c) propagação do gênero lírico em que
é contida. os poetas assumem a postura de pas-
tores e transformam a realidade num
g) ( ) segue os ideais clássicos da “fu-
quadro idealizado.
gere urbem”, da “carpe diem”, da
“aurea mediocritas” e tem como d) circulação de manuscritos anônimos
lema “Inutilia Truncat”. de teor satírico e conteúdo político.
57. (OBJETIVO-SP) Assinale a(s) al- e) penetração de tendência mística e re-
ternativa(s) não relacionadas ao ligiosa, vinculada à expressão de ter
Arcadismo em Portugal: ou não fé.
a) ( ) Regime Pombalino – despotismo
60. (CENTEC-BA) Quando o poeta
esclarecido.
neoclássico pinta uma paisa-
b) ( ) Influência espanhola. gem como um “estado de al-
c) ( ) Influência francesa e italiana. ma”, podemos dizer que esta-
mos diante de uma paisagem:
d) ( ) Iluminismo, racionalismo.
a) tipicamente neoclássica.
e) ( ) Arcádia Lusitana e Nova Arcádia.
b) sugestivamente simbólica.
58. (OBJETIVO-SP) Assinale o que
c) rebuscadamente barroca.
não se referir a Bocage:
a) Idílio Marítimo e Rimas, razão X sen- d) prenunciadora do parnasianismo.
timentos. e) antecipadamente romântica.
b) Pré-Romantismo – confessionalismo,
presença da morte, poesia noturnal. 61. (UEL-PR) Assinale a alternativa
em que aparece uma caracte-
c) poesia lírica e satírica. rística imprópria do Arcadismo:
d) autor das Espístolas e Marília. a) bucolismo.
e) o bucolismo e o pastoralismo são os
b) presença de entidades mitológicas.
temas dominantes em seus melhores
sonetos. c) exaltação da natureza.
— 141 —

d) tranqüilidade no relacionamento amo- Tendo por base o texto crítico


roso. abaixo e, sobretudo, a leitura de
Frei Luís de Sousa e Eurico, o Pres-
e) evasão da morte. bítero, é correto afirmar que:

62. (FEI-SP) São características co- a) o “português aberto à ordem clássi-


muns aos movimentos român- ca” difere do “português de cerne”,
tico e modernista: porque se deixa levar mais profun-
damente pela emoção, devido às in-
a) sentimento trágico da vida; desilusão fluências da tragédia clássica.
e sofrimento.
b) o problema do celibato, no drama de
b) visão da natureza como refúgio aco- Garrett, serve para criar intenso con-
lhedor; atração por ambiente noturnos. flito entre as personagens, que ado-
tam o hábito forçadas pela situação;
c) projeção na natureza do estado de já, em Eurico, o Presbítero, supera-
espírito do poeta; religiosidade cristã. se a idéia do pecado, porque a per-
sonagem veste o hábito movida pela
d) nacionalismo; liberdade; desejo de re-
autêntica fé cristã e pelo desejo de
formas sociais.
combater os infiéis.
e) idealização da mulher; morte encara-
c) Frei Luís de Sousa insere-se na linha
da como libertação. da rigorosa construção clássica, que
supõe a recuperação de típicos ex-
63. (ENC-SP) As dua obras-primas do pedientes dramáticos da tragédia, en-
romantismo português – Frei Luís quanto que a construção mais livre,
de Sousa e Eurico, o Presbítero – em Eurico, o Presbítero, implica a atua-
gêmeas no tempo e nos motivos, lização em grande escala de expe-
separam-se tanto quanto Garrett se dientes comuns ao Romantismo, como
afasta e diverge de Herculano. Um o da expansão sentimental.
é a constante pessoal do portugu-
d) há influência clássica tanto em Frei
ês aberto à ordem clássica, o por-
Luís de Sousa quanto em Eurico, o
tuguês lúcido e sensível da sauda- Presbítero, presente na construção
de e do pecado de delícia numa equa- rigorosa das duas obras, que obe-
ção de tragédia, com sentimentos decem aos cânones da estética seis-
de Bernardim em formas de Camões; centista da tragédia.
outro, o do português de cerne, que
peca sobriamente e supera com du- e) o sentimento da emoção, muito mais
presente em Herculano do que em
reza o seu pecado, sentindo a Sá
Garrett, é autenticamente português,
de Miranda e falando com ásperos
enquanto que a construção trágica
soluços. Ambos bem nossos.
não passa de influência estranha a
(Vitorino Nemísio) Portugal.
— 142 —

64. (ENC-SP) Amor de perdição é c) despreocupação formal.


uma obra tipicamente românti-
d) análise psicopatológica.
ca porque nela Camilo Castelo
Branco valoriza: e) aproveitamento da mitologia clássica.
a) o sentimento nativista, presentes na II. O autor do texto é:
recusa de Simão e Teresa em fugi-
rem de Portugal, apesar de persegui- a) Eça de Queirós.
dos pela justiça. b) Camilo Castelo Branco.
b) as natureza, como fonte de vida e c) Padre Antônio Vieira.
inspiração, em que Simão se refugia,
no final da obra, quando não pode d) Fernando Namora.
mais ter acesso a Teresa. e) Alexandre Herculano.
c) os valores espirituais do Cristianis-
mo, a que Simão se apega quando é 66. (UNIVERSITÁRIO-SP) Leia com
condenado ao degredo. atenção o trecho abaixo, ex-
traido do último capítulo de
d) o mundo das paixões, o excesso de Amor de Perdição, de Camilo
sentimentos, evidentes no modo vio- Castelo Branco.
lento como Simão assassina Baltazar
Coutinho. Viram-na um momento, bracejar,
não para resistir à morte mas para abra-
65. (FUVEST) Leia o texto abaixo: çar-se ao cadáver de Simão, que uma
onda lhe atirou aos braços. O coman-
O pacto feito por ele com os ára-
dante olhou para o sítio donde Mariana
bes não tardou a ser por mil modos vio- atirara, e viu, enleado no cordame, o
lado, e o ilustre guerreiro teve de se avental, e à flor da água, um rolo de
arrepender, mas já debalde, por haver papéis, que os marujos recolheram na
deposto a espada aos pés dos infiéis, lancha.
em vez de pelejar até à morte pela liber-
dade. Fora isto o que Pelágio preferira, a) Que relação há, em Amor de Per-
e a vitória coroou o seu confiar no es- dição, entre as personagens Si-
forço dos verdadeiros Godos e na pie- mão e Mariana?
dade de Deus. b) No trecho citado, o narrador men-
ciona um “rolo de papéis”. Que
Agora, responda as questões:
papéis são esses?
I. Qual das características abaixo c) Considerando as respostas da-
está presente no texto? das aos itens a e b, analise a fun-
ção desempenhada pela perso-
a) retomada dos valores medievais.
nagem Mariana na estrutura do
b) denúncia de males sociais. romance.
— 143 —

67. (METODISTA-PIRACABA-SP) Na 69. (OSEC-SP)


primeira metade do século XIX, a
discordância entre a literatura e a Do tamarindo a flor faz
modernização presentifica-se de [entreaberta,
maneira nítida e profunda. Pelas Já solta o bogari mais doce aroma,
obras literárias percebe-se uma Também meu coração, como estas
cosmovisão marcada pelo choque [flores,
com o cotidiano imediato e as evi-
dências de um mal-estar, que pas- Melhor perfume ao pé da noite
sou a ser conhecido como o mal [exala!
do século. Os textos revelam uma
ânsia de evasão deste presente É possível reconhecer, na es-
circunstancial e descolorido. Na trofe acima, um exemplo da cor-
busca de compreensão, o artista rente:
valoriza a imaginação criadora: a
a) barroca, pela imagem que evoca a
arte se converte em manifestação
natureza como símbolo da transito-
da alma... e assim tem-se o:
ridade da vida.
a) Simbolismo.
b) arcádica, pois o poeta revela seu amor
b) Parnasianismo. a uma natureza idealizada.

c) Romantismo. c) romântica, pela identificação dos sen-


timentos humanos com aspectos da
d) Barroco.
natureza.
e) Pré-Modernismo.
d) parnasiana, pela apresentação da na-
tureza com imagem da perfeição.
68. (FCMSC-SP) A renovação das
formas, a liberdade de expres- e) simbolista, pois a natureza é apenas
são e a tentativa de incorporar um recurso que o poeta transcende,
à literatura nossas coisas mais atingindo um nível de espirituaidade
típicas – como particularidades plena.
regionais e termos indígenas –
são marcas freqüentes do: 70. (UFPR) Alguns dos maiores
expoente da estética român-
a) Barroco. tica em Portugal no século XIX
b) Arcadismo. foram:

c) Romantismo. a) Castro Alves, Almeida Garret e Ale-


xandre Herculano.
d) Realismo.
b) Cesário Verde, Álvares de Azevedo
e) Pré-modernismo. e Castro Alves.
— 144 —

c) Eça de Queirós, Camilo Castelo Bran- do dos bacamartes era atroador, e os


co e Vitor Hugo sinos da freguesia repicaram desde que
saímos do templo até ao anoitecer des-
d) Stendhal, Antero de Quental e Fagun-
se dia.
des Varela.
e) Almeida Garret, Alexandre Hercula- Meia hora depois que chegamos,
no e Camilo Castelo Branco. entrei no quarto de minha mulher, e en-
contrei-a de joelhos diante duma ima-
71. (OBJETIVO-SP) Assinale a carac- gem de S. João dos Bem Casados.
terística não-aplicável à poesia Ergue-se ela, benzendo-se, e es-
romântica: perou que eu a beijasse pela segunda
a) o artista goza de liberdade na metri- vez. Penso que o público me releva a
ficação e na distribuição rítmica. confissão de que, ao dar-lhe este se-
gundo beijo, encontrei os lábios. Era o
b) o importante é o culto da forma, a instinto das sensações agradáveis, mas
arte pela arte. honestas, que ensinou a minha mulher o
c) a poesia é primordialmente pessoal, segredo do máximo prazer de um beijo.
intimista e amorosa.
Estava o almoço na mesa.
d) enfatiza-se a auto-expressão, o sub-
O texto que você acabou de ler
jetivismo, o individualismo.
pertence a uma novela de Camilo
e) a linguagem do poeta é a mesma do Castelo Branco que é considerada
povo: simples, espontânea. como um bom exemplo da sátira
camiliana. A leitura atenta do texto
72. (FUVEST) O autor de Lendas e permitirá identificar o título da no-
narrativas pertenceu ao movi- vela, em uma das alternativas abai-
mento romântico. xo indicadas:
a) Quem foi? a) Coração, cabeça e estômago.
b) Em que época se passam as Len- b) O romance dum homem rico.
das e narrativas?
c) A mulher fatal.
73. (FUVEST) Qual o autor conside- d) Amor de salvação.
rado o mestre da novela passio-
nal portuguesa? Indique o sé- e) A queda dum anjo.
culo e o movimento literário em
75. (PUC-RS) Marque a alternativa
que se situa sua obra.
correta sobre a obra Amor de
74. (UNESP) Perdição, de Camilo Castelo
Branco:
Desde que saímos da igreja até a
entrada de casa, caminhamos sempre a) trata-se de uma narrativa centrada
debaixo de nuvens de flores. O estron- na opressão da liberdade individual,
— 145 —

opressão esta promovida por uma d) formalismo – temas greco-latinos e


sociedade provinciana ligada a ve- patrióticos – preferência pelas for-
lhos preconceitos. mas fixas e versos alexandrinos –
impassibilidade – denotação – descri-
b) estabelece-se, na narrativa, o confli- tivismo.
to entre o meio social, com a conse-
qüente vitória do indivíduo através da e) musicalidade – sinestesia – suges-
realização de seus objetivos. tão – não-separação de sujeito e ob-
jeto – metaforização – fusão de con-
c) nota-se que o sentimento amoroso, a creto + abstrato.
imaginação e a sensibilidade são va-
lores que realçam a liberdade indivi- 77. (FUVEST) Assinale o que não é
dual e abrem, a expectativa de ma- correto sobre a poesia român-
nutenção das normas sociais institu- tica:
cionalizadas.
a) de modo geral, a mensagem focaliza a
d) percebe-se que o sentimento do amor pessoa do emissor (“eu”), predomi-
romântico entra em relação de equilí- nando a função emotiva da línguagem.
brio com a razão, para manter a liber-
dade do indivíduo e o seu contato b) a poesia romântica marca uma ruptu-
harmônico com o meio social provin- ra com a poética clássica, quando
ciano. abandona os esquemas métricos re-
gulares e deprecia o soneto.
e) observa-se a pouca importância atri-
buída ao sentimento amoroso, que é c) a poesia romântica retoma os temas
superado pela razão equilibrada de do Neoclassicismo, apenas inovan-
uma sociedade provinciana e estável. do a seleção vocabular, que se torna
pessoal.
76. (FUVEST) Assinale a alternativa
d) de maneira geral, acentua-se na poe-
que só contém características
sia romântica o seu caráter intimista,
românticas:
uma vez que a poesia é pensada co-
a) fusionismo – dualismo – sentido dile- mo “voz do coração” ou expressão
mático da vida – oposições, parado- de um pensamento divino.
xos e antítese – metaforização. e) dos dois procedimentos básicos de
b) simplicidade – bucolismo – pastora- operação com a língua, a metáfora e
lismo – relacionalismo – “poesia de a metonímia, os românticos tomam
gramática”. partido da metáfora: do que decorre
a idealização de seus poemas.
c) sentimentalismo – valorização da na-
tureza – religiosidade – egocentrismo 78. (UNI-TAUBATÉ-SP) Das caracte-
– miscigenação dos gêneros literá- rísticas abaixo, assinale a que
rios – metaforização. não se refere ao Romantismo:
— 146 —

a) poesia encarada como expressão 80. (FUVEST)


dos estados da alma.
a) Dentre as obras – Camões; Eurico,
b) valorização da natureza. o Presbítero, Flores sem Frutos –
c) estabelecimento de rígidas leis artís- qual a iniciadora do movimento
ticas. romântico em Portugal?

d) liberdade de expressão e forma. b) Qual o seu autor?


e) temática nacionalista.
81. (PUC-RJ) Das alternativas abai-
79. (SANTA CASA-SP) Afrânio Cou- xo, assinale aquela que não cor-
tinho aponta as seguintes qua- responde às características do
lidades que caracterizam o es- Romantismo:
pírito romântico:
a) ocorre a superação das normas lite-
I – Individualismo e subjetivismo rárias construtoras e negação da con-
II – Escapismo cepção tradicional de poesia.
III – Exagero b) movimento que dá origem a políticas
conservadoras, bem como ao socia-
E explica:
lismo.
A – Na sua busca de perfeição, o ro-
c) o homem manipula e domina a natu-
mântico cria o mundo em que coloca
reza, não mais a obedece.
o que imagina de bom, bravo, belo,
amoroso, puro, um mundo de per- d) desvaloriza a expressividade da al-
feição e sonho. ma, ocorrendo a primazia da obra
B – O romantismo é o primado exuberan- (objeto) sobre o indivíduo (criador).
te da emoção, imaginação, paixão, e) insere-se no momento histórico em
intuição, libertade pessoal e interior. que o homem adquire a idéia de liber-
C – Nem fatos nem tradições despertam dade.
o respeito do romântico. Pela liber-
dade, revolta, fé e natureza, cons- 82. (VUNESP)
trói o mundo novo à base do sonho.
Simão, meu esposo. Sei tudo... Está
A melhor associação de quali- conosco a morte. Olha que te escrevo
dade e explicações é: sem lágrimas. A minha agonia come-
çou há sete meses. Deus é bom, que
a) I – B; II – C; III – A.
me poupou ao crime. Ouvi a notícia da
b) I – C; II – A; III – B. tua próxima morte, e então compreendi
c) I – A; II – B; III – C. por que estou morrendo hora a hora.
Aqui está o nosso fim, Simão!... Olha as
d) I – C; II – B; III – A. nossas esperanças! Quando tu me di-
e) I – B; II – A; III – C. zias os teus sonhos de felicidade, e eu
— 147 —

te dizia os meus!... Por que não mere- mismo, morte, ruínas, mal-do-
cemos nós o que tanta gente tem!... As- século – spleen, irracionalismo,
sim acabaria tudo, Simão? Não posso cemitérios, cadáveres e senti-
crê-lo! A eternidade apresenta-se-me mentos lúgubres:
tenebrosa, porque a esperança era a
a) João de Deus.
luz que me guiava de ti para a fé. Mas
não pode findar assim o nosso destino. b) Camilo Castelo Branco.
Vê se podes segurar o último fio da tua c) Soares de Passos.
vida a uma esperança qualquer. Ver-
d) Castilho.
nos-emos num outro mundo, Simão?
Terei eu merecido a Deus contemplar- e) Álvares de Azevedo.
te? Eu rezo, suplico, mas desfaleço na
84. (UFV-MG) Assinale a alternativa
fé, quando me lembram as últimas ago-
falsa:
nias do teu martírio.
O texto acima transcrito perten- a) o Romantismo, como estilo, não é mo-
ce a uma carta que Teresa de Albu- delado pela individualidade do autor;
querque escreve a Simão Botelho, a forma predomina sempre sobre o
numa novela considerada o melhor conteúdo.
exemplo da novelística romântica b) o Romantismo é um movimento de ex-
em Portugal. O texto é, portanto, ca- pressão universal, inspirado por mo-
racterístico do estilo romântico e delos medievais e unificado pela
evidencia elementos que permitem prevalência de características comuns
identificar a novela a que pertence e a todos os escritores da época.
o nome do seu autor.
c) o Romantismo, como estilo de época,
Assim sendo, responda às se-
constitui, basicamente, um fenôme-
guintes questões:
no estético-literário, desenvolvido em
I. Qual o nome do autor e qual o oposição ao intelectualismo e à tra-
título da novela a que o texto per- dição racionalista e clássica do sé-
tence? culo XVIII.
II. Indique alguns segmentos (fra- d) o Romantismo, ou melhor, o espírito
ses ou palavras) que, no texto, romântico, pode ser sintetizado numa
são característicos da escola ro- única qualidade: a imaginação. Pode-
mântica. se creditar à imaginação a capacida-
III. Que outros romancistas e poe- de extraordinária dos românticos de
tas românticos você conhece na criarem mundos imaginários.
literatura portuguesa?
e) o Romantismo possui características
83. (VUNESP) A poesia deste autor como o subjetivismo, o ilogismo, o
é representativa do ultra-ro- senso de mistério, o exagero, o culto
mantismo português: pessi- da natureza e o escapismo.
— 148 —

85. (UFV-MG) Quanto à diferença de a) um cenário cientificamente estudado


conceitos da relação homem/ pelo homem; a natureza é mais im-
mundo, expresso pela arte e portante que o elemento humano.
pela literatura, pode-se afirmar:
b) um cenário estático, indiferente; só o
I. No Barroco, essa relação se homem se projeta em busca de sua
mostra emocional; pode-se di- realização.
zer dramática.
c) um cenário sem importância nenhu-
II. No Romantismo, essa relação ma; é apenas pano de fundo para as
se mostra pessimista, procu- emoções humanas.
rando na natureza um lugar de
d) confidente do poeta, que compartilha
refúgio idealizado.
seus sentimentos com a paisagem; a
III. No Barroco, essa relação mos- natureza se modifica de acordo com
tra-se equilibrada, liberta de for- o estado emocional do poeta.
ças contrárias.
e) um cenário idealizado onde todos são
IV. No Neoclassicismo e no Arca- felizes e os poetas são pastores.
dismo, essa relação se mostra
orientada por critérios racio- 87. (UFPA) Os versos abaixo são de
nais e intelectuais. Soares de Passos.
V. No Romantismo, essa relação Vai alta a lua! na mansão da morte
se mostra mediada pela visão Já meia-noite com vagar soou.
e interpretação científica da rea-
Que paz tranqüila; dos vaivéns da
lidade.
[sorte
Assinale a opção correta: Só tem descanso quem ali baixou.
a) todas as alternativas estão corretas.
Que paz tranqüila!... mas eis longe,
b) apenas as alternativas I, II e III estão
[ao longe
corretas.
Funérea campa com fragor rangeu;
c) apenas as alternativas I, IV e V estão
corretas. Branco fantasma semelhante a um
[monge,
d) apenas as alternativas I, II, e IV estão
Dentre os sepulcros a cabeça
corretas.
[ergueu.
e) apenas as alternativas II, III e IV estão
corretas. Caracterizam o ultra-romantis-
mo devido:
86. (UFU-MG) O homem de todas as
épocas se preocupa com a na- a) à introspecção subjetiva.
tureza. Cada período a vê de
b) à predestinação para a grandeza.
modo particular. No Romantis-
mo, a natureza aparece como: c) à beleza estética.
— 149 —

d) ao gosto pelo fúnebre e ao tom melo- IV. O Realismo é uma obra de ataque
dramático. à mentalidade burguesa, à ordem
social, clerical e monárquica.
e) à relação entre Deus e o homem.
A seqüência que contém so-
88. (FUVEST) Ao criticar O Primo Ba- mente afirmativas corretas é:
sílio, Machado de Assis afirmou:
“(...) a Luísa é um caráter negati- a) I e II estão corretas.
vo, e no meio da ação ideada pelo b) somente IV está correta.
autor, é antes um títere que uma
c) II, III e IV estão corretas.
pessoa moral”.
d) todas estão corretas.
Títere é um boneco mecânico,
acionado por cordéis controlados e) n.d.a.
por um manipulador. Nesse sentido,
90. (USF-SP) Pode-se entender o
as personagens que, principalmen-
Naturalismo como uma particu-
te, manipulam Luísa, determinando-
larização do Realismo que:
lhe o modo de agir, são:
a) se volta para a Natureza a fim de ana-
a) Basílio e Juliana.
lisar-lhes os processos cíclicos de
b) Jorge e Justina. renovação.
c) Jorge, Conselheiro Acácio e Juliana. b) pretende expressar com naturalida-
d) Basílio, Conselheiro Acácio e Leopol- de a vida simples dos homens rústi-
dina. cos nas comunidades primitivas.
e) Jorge e Leopoldina. c) defende a arte pela arte, isto é, desvin-
culada de compromissos com a rea-
89. (UFOP-MG) Observe as afirma- lidade social.
ções abaixo e assinale as alter-
nativas corretas: d) analisa as perversões sexuais, conde-
nando-as em nome da moral religiosa.
I. O Realismo teve sua origem na
e) estabelece um nó de causa e efeito
França e foi apenas uma reno-
entre alguns fatores sociológicos e bio-
vação no campo literário.
lógicos e a conduta dos personagens.
II. O escritor realista deve estudar
o interior dos indivíduos, inter- 91. (FEI-SP) Uma literatura se preo-
rogá-los, analisar o meio e de- cupa com os aspectos sociológi-
pois trascrever suas observa- cos da obra e faz um romance de
tese documental, e outra se pre-
ções procurando ser, rigorosa-
ocupa com os aspectos patoló-
mente, impessoal.
gicos da obra e faz um romance
III. Para o escritor realista o que im- de tese experimental. Aponte
porta é o que está fora de nós, o respectivamente, o nome des-
objeto captado pelos sentidos. sas estéticas (escolas literárias).
— 150 —

92. (FUVEST) A minha ambição seria e) a beatitude do Padre Amaro levou


pintar a sociedade portuguesa, e Amélia até as últimas conseqüências.
mostrar-lhe, como num espelho, que
triste país eles formam – eles e elas. 94. (ENC-SP)
É o meu fim nas Cenas portugue-
Tormento do ideal
sas. (trecho da carta de Eça de
Queirós a Teófilo Braga, com Conheci a Beleza que não morre
data de 12/3/1878). Quais os ro-
E fiquei triste. Como quem da serra
mances que foram as Cenas
Portuguesas? Que aspectos e Mais alta que haja, olhando aos pés
camadas da sociedade eles ana- [a terra
lisam, respectivamente? E o mar, vê tudo, a maior nau ou
93. (ENC-SP) O crime do padre Ama- [tôrre,
ro pertence à fase dita realista
de seu autor, Eça de Queirós. É Minguar, fundir-se, sob a luz que
reconhecido, também, como um [jorre:
romance de tese – tipo de narra- Assim eu vi o Mundo e o que êle
tiva em que se demonstra uma [encerra
idéia em geral com intenção crí-
Perder a côr, bem como a nuvem
tica e reformadora. Tendo em
[que erra
vista essas determinações ge-
rais, é correto afirmar que, nes- Ao pôr do Sol e sobre o mar
se romance: [discorre.

a) o foco expressivo se concentra na Pedindo a forma, em vão, a idéia


interioridade subjetiva das persona- [pura,
gens, que se dão a conhecer por
suas idéias e sentidos e não por suas Tropeço em sombras na matéria
falas ou ações. [dura,
E encontro a imperfeição de
b) as personagens se afastam de ca-
[quanto existe.
racterizações típicas, tornando-se
psicologicamente mais complexas e Recebi o batismo dos poetas,
individualizadas.
E, assentado entre as formas
c) o interesse pelas relações entre o [incompletas,
homem e o meio amplia o espaço e
as funções das descrições, torna- Para sempre fiquei pálido e triste.
das mais minuciosas e significativas.
Esse soneto é de Antero de
d) a personagem Padre Amaro incorpo- Quental. As afirmações abaixo re-
ra a tese da herança psicossomá- fere-se ao verso “Recebi o batis-
tica. mo dos poetas” que exprime:
— 151 —

I. Evidente postura religiosa as- Ou entre a rama dos papéis


sumida por Antero de Quental, [pintados,
que lhe permite ver a Beleza Reluzem, num almôço, as porcelanas.
como se fosse uma autêntica Como é saudável ter o seu
alegria de Deus. [conchêgo,
II. A convicção de que o poeta é E sua vida fácil! Eu descia,
fadado a contemplar a Beleza, o Sem muita pressa, para o meu
que tem como conseqüência a [emprêgo,
sensação de imperfeição do Aonde agora quase sempre chego
mundo e o sentimento de me- Com as tonturas duma apoplexia.
lancolia.
(...)
III. A idéia de que a contemplação
da Beleza depende exclusiva- A leitura dessas estrofes de
mente de sua vontade e de sua Cesário Verde permite a seguinte
razão, conforme ditavam os prin- análise:
cípios do realismo oitocentista.
a) a postura aí assumida é eminente-
É correto o que se afirma em: mente expressionista, na medida em
que esse poeta deforma o real, se-
a) III, apenas. d) I e II, apenas.
guindo os pressupostos do ideário
b) II, apenas. e) II e III, apenas. naturalista.

c) I, II e III. b) a subjetividade do “eu lírico” é per-


meada por profunda emoção – um
95. (ENC-SP) resquício da estética romântica que
entra em contradição com o ideário
Num bairro moderno realista que o poeta abraçou.
Dez horas da manhã; os c) na abordagem do real, o “eu lírico”
[transparentes comporta-se como um observador
Matizam uma casa apalaçada; frio e impessoal das pessoas e das
Pelos jardins estancam-se os coisas, conforme determinavam os
[nascentes, postulados do Realismo.
E fere a vista, com brancuras d) a subjetividade desse poeta emana
[quentes, diretamente da observação do real,
A larga rua macadamizada. que lhe ativa as sensações, levan-
Rez-de-chaussée repousam do-o a promover juízos de valor.
[sossegados, e) a objetividade desse poeta é fotográ-
Abriram-se, nalguns, as persianas, fica, por isso mesmo altamente com-
E dum ou doutro, em quartos prometida com o ideário positivista em
[estucados, voga no tempo.
— 152 —

96. (UFMT) Sobre a nudez forte da b) influenciado pelas teorias do Natura-


verdade - o manto diáfano da lismo, Eça procura demonstrar que
fantasia, epígrafe do romance os antecedentes de raça e as taras
A relíquia, de Eça de Queirós, sexuais é que determinam o compor-
explicita uma crítica: tamento de Amaro e Amélia.
a) à hipocrisia religiosa e ao falseamen- c) adotando os pressupostos da estéti-
to dos princípios do Cristianismo, per- ca realista, o autor critica os efeitos
cebidos por Teodorico Raposo na pe- nocivos da arte romântica sobre o
regrinação que empreende até a Ter- caráter de Amélia.
ra Santa.
d) tendo por base uma consciência crí-
b) à hipocrisia religiosa, com a menção tica, tipicamente realista, o escritor
da venda de relíquias, sobretudo a defende a idéia de que a moral cató-
coroa de espinho de Cristo, que Teo- lica, fundada somente em dogmas,
dorico Raposo encontra na Terra San- opõe-se em tudo à moral natural.
ta e com que presenteia sua tia beata.
e) tendo por base uma orientação tipi-
c) aos preconceitos religiosos, através camente realista, o escritor critica o
dos pressupostos do Naturalismo, domínio que os padres, por meio de
expostos pelo sábio Topsius à perso- sacramentos como a confissão,
nagem principal, Teodorico Raposo. exercem sobre os fiéis.
d) aos princípios estéticos do Roman-
98. (UNIVERSITÁRIO-SP) Leia aten-
tismo que, ao valorizarem a idéia de
tamente o seguinte trecho, ex-
fuga da realidade, levavam o homem
traído de O Primo Basílio, de
às alienação.
Eça de Queirós:
e) à hipocrisia religiosa, presente na
Nessa semana, uma manhã, Jorge
sociedade oitocentista portuguesa,
que não se recordava que era dia de
por meio da incursão pelo mundo dos
gala, encontrou fechada e voltou para
sonhos, que simbolicamente aconte-
casa ao meio-dia (...) chegando des-
ce durante a peregrinação do Teodo-
percebido ao quarto, surpreendeu Julia-
rico Raposo pela Terra Santa.
na comodamente deitada na chaise
97. (UFPA) Com referência ao ro- longue*, lendo tranqüilamente o jornal.
mance O crime do padre Amaro, (...) Jorge não encontrou Luísa na sala
de Eça de Queirós, a única afir- de jantar, foi dar com ela no quarto dos
mação INCORRETA é: engomados, despenteada, em roupão
de manhã, passando roupa, muito apli-
a) infuenciado pelas teorias do Natura- cada e muito desconsolada.
lismo, o autor procura demonstrar que
o meio social e a educação religiosa — Tu estás a engomar? – exclamou.
é que determinam o comportamento (...) A sua voz era tão áspera, que
do indivíduo. Luísa fez-se pálida, e murmurou:
— 153 —

— Que queres tu dizer? 103. (UFPE) Qual o primeiro roman-


ce realista português? E seu
— Quero dizer que te venho en-
autor?
contrar a ti a engomar, e que a encon-
trei a ela embaixo muito repimpada na
104. (UFPE) “É nos Sonetos que en-
tua cadeira, a ler o jornal.
contramos o melhor conjunto
* chaise-longue: cadeira de encos- da obra poética amadurecida
to reclinável e com lugar para estender de ...................................... . O po-
as pernas. eta via na série completa dos
sonetos, muitos deles desen-
a) no trecho citado são menciona- tranhados de outras coleções
das três personagens: Jorge, Ju- já publicadas, uma série de
liana e Luísa. Que relação há en- marcos da sua própria autobi-
tre elas? ografia espiritual.”
b) considerando o trecho citado aci- O texto refere-se a:
ma e a resposta dada ao item a,
explique por que Jorge conside- a) Ramalho Ortigão.
ra inadequado o comportamento b) Cesário Verde.
das duas mulheres.
c) Antero de Quental.
c) analise a trajetória de Luísa e Ju- d) Eça de Queirós.
liana no romance, de modo a ex-
plicar a situação em que se en- e) Almeida Garrett.
contram no trecho citado.
105. (FCCHAGAS-BA) Assinale a al-
99. (FUVEST) Cite um folheto a favor ternativa onde estão indica-
dos jovens realistas e um a fa- dos os textos que analisam
vor dos românticos, e seus au- corretamente alguns aspec-
tores, durante a famosa Ques- tos do romance realista.
tão Coimbrã. I. As personagens independem
100. (UFPE) Cite uma característi- do julgamento do narrador, re-
ca da fase realista de Eça de agindo cada uma de acordo com
Queirós. sua própria vontade e tempe-
ramento.
101. (UFPE) Cite um romance e uma
II. A linguagem é poeticamente
característica da fase pós-re-
alista de Eça de Queirós. elaborada nos diálogos, mas
procura alcançar um tom colo-
102. (UFPE) Qual o primeiro roman- quial, com traços de oralidade,
ce realista da literatura univer- nas partes narrativas e descri-
sal? E seu autor? tivas.
— 154 —

III. Observa-se o predomínio da ra- d) temática bucólica; hermetismo; valo-


zão e da observação sobre o rização do branco e da transparên-
sentimento e a imaginação. cia; espiritualidade; antítese.
a) I, II, III. c) II e III. e) II. e) temática bucólica; ocultismo; valori-
b) I e II. d) I e III. zação das tonalidades verdes; ma-
terialismo; sinestesia.
106. (UnB-DF) A chamada época do
Realismo caracterizou-se, na 108. (MACK-SP) Nomear um objeto é
literatura portuguesa: suprimir três quartos do poema, que
é feito da felicidade em advinhar
a) pelo culto da literatura de caráter na- pouco a pouco; sugeri-lo, eis o so-
cionalista e individualista. nho ... deve haver enigma em poe-
b) pelo culto de uma literatura empenha- sia, e é o objetivo da Literatura – e
da numa revolução política, social, mo- não há outro – evocar os objetos.
ral e mental que superasse a deca- O trecho acima resume parte da
dência em que se precipitara Portugal. ideologia de importante movimento
c) pelo gosto da literatura inspirada no literário. Assinale a alternativa em
pitoresco da paisagem e dos portu- que se encontra o nome do mesmo.
gueses. a) Simbolismo.
d) pelo culto de uma literatura empenha- b) Romantismo.
da na defesa dos ideais que fizeram
c) Barroco.
a revolução de 1820.
d) Parnasianismo.
e) pelo culto de uma literatura que idea-
lizasse a sociedade portuguesa, en- e) Modernismo.
tregue a profunda religiosidade e na-
109. (PUC-RS)
cionalismo.
Noiva de Satanás, Arte maldita,
107. (UEL-PR) Assinale a alternativa
que contém apenas caracterís- Mago Fruto letal e proibido,
ticas da estética simbolista. Sonâmbulo do além, do Indefinido
a) temática social; hermetismo; valoriza-
Das profundas paixões, Dor Infinita.
ção dos tons fortes; materialismo; an-
títese. A linguagem do poema situa-o no:
b) temática intimista; ocultismo; valoriza- a) Romantismo.
ção dos tons fortes; espiritualidade;
sinestesia. b) Parnasinismo.
c) Impressionismo.
c) temática intimista; hermetismo; valo-
rização do branco e da transparên- d) Simbolismo.
cia; espiritualidade; sinestesia. e) Modernismo.
— 155 —

110. (ENC-SP) II. O sentimento de dor, metafori-


zado pela madrugada, ainda en-
Caminho quanto sofrimento, é essencial
ao coração humano.
Tenho sonhos cruéis; n’alma doente
Sinto um vago receio prematuro. III. A dor, metaforizada pelo sol, é
rejeitada pelo poeta porque fal-
Vou a mêdo na aresta do futuro,
ta a ela um pouco de harmonia.
Embebido em saudades do
[presente... IV. O poeta experimenta um senti-
mento ambivalente em relação
Saudades desta dor que em vão à dor.
[procuro
Interpreta corretamente o so-
Do peito afugentar bem rudemente, neto o que se afirma apenas em:
Devendo, ao desmaiar sôbre o
a) I. c) I e IV. e) II e IV.
[poente,
Cobrir-me o coração dum véu b) II. d) II e III.
[escuro!...
111. (CESESP) “O ...........................
Porque a dor, esta falta d’harmonia, está para o Parnasianismo, as-
Tôda a luz desgrenhada que alumia sim como a ..................................
está para Simbolismo.”
As almas doidamente, o céu
[d’agora, A alternativa que não preenche
as lacunas é:
Sem ela, o coração é quase nada:
a) verso de ouro – dimensão mística.
Um sol onde expirasse a
[madrugada, b) artesanato da palavra – liturgia.
Porque é só madrugada quando c) culto da forma – musicalidade.
[chora.
d) lirismo exacerbado – realidade chã.
(...)
e) perfeccionismo métrico – flexibilidade.
Camilo Pessanha, no contexto 112. (ENC-SP)
geral de sua obra, trata do sentimen-
to de dor. Com base nisso, consi- Procuro despir-me do que aprendi,
dere as seguintes afirmações a res- Procuro esquecer-me do modo de
peito do soneto acima: [lembrar que me ensinaram,

I. O sentimento de dor, metafori- E raspar a tinta com que me


zado pelo sol, é rejeitado pelo [pintaram os sentidos,
poeta porque lhe provoca sonos Desencaixotar as minhas emoções
cruéis. [verdadeiras,
— 156 —

Desembrulhar-me e ser eu, não ... a) para as folhas há cores mais atuais
Mas um animal humano que a e outras mais antiquadas.
[natureza produziu. b) não chegaremos vivos até a prima-
vera.
No trecho acima, de auto-expli-
c) cada verão, marcando o início do ano,
cação de um poeta cuja marca é o
marca também a esperança de uma
desejo de libertação da carga civili-
nova vida para nós.
zatória, procurando consciente-
mente a espontaneidade através do d) não há como impedir o fatal ciclo so-
contato direto com a natureza (for- lar das estações.
ma de “redescobrir o mundo”), dei- e) só a vivência de cada momento pre-
xamos um lacuna no verso 5. sente merece lembrança futura.
Ela deve ser preenchida por:
114. (ENC-SP)
a) Fernando Pessoa. Não a ti, Cristo, odeio ou te não
b) Ricardo Reis. [quero.
Em ti como nos outros creio
c) Alberto Caeiro. [deuses mais velhos.
d) Álvaro de Campos. Só te tenho por não mais e nem
[menos
e) Mário de Sá-Carneiro.
Do que eles, mas mais novo
113. (ENC-SP) [apenas.
Quando, Lídia, vier o nosso outono Odeio-os sim, e a esses com calma
[aborreço,
Com o inverno que há nele,
[reservarmos Que te querem acima dos outros
[teus iguais deuses.
Um pensamento, não para a futura
Quero-te onde tu ‘stás, nem mais
Primavera, que é de outrem,
[alto
Nem para o estilo, de quem somos
Nem mais baixo que eles, tu
[mortos,
[apenas.
Senão para o que fica do que
Deus triste, preciso talvez por que
[passa,
[nenhum havia
O amarelo atual que as folhas
Como tu, um a mais no Panteão e
[vivem
[no culto,
E as torna diferente.
Nada mais, nem mais alto nem mais
(Ricardo Reis) [puro
Assinale a alternativa correta Porque para tudo havia deuses,
sobre o texto acima: [menos tu.
— 157 —

Cura tu, idólatra exclusivo de Doido anseio dos meus braços a


[Cristo, que a vida [abraçar-te,
É múltipla e todos os dias são Olhos buscando os teus por todas
[diferentes dos outros, [a parte,
E só sendo múltiplos como eles Sede de beijos, amargos de fel,
‘Staremos com verdade e sós. Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a
Essa postura de Ricardo Reis [farte!
frente à imagem de Cristo sugere
que o poeta:
Considere as afirmações a
a) aceita Cristo como um deus a mais, respeito das quadras de Florbela
porque, apesar de pagão, conside- Espanca:
ra-o uma divindade superior às da
I. O recorrente apelo sensual na
antigüidade greco-latina.
poesia de Florbela Espanca in-
b) aceita Cristo apenas como um deus dicia seu flagrante modernis-
a mais, em nome de uma visão múl- mo, pelo fato de desafiar as
tipla da realidade, própria da men- convenções morais da socieda-
talidade pagã. de da época.
c) rejeita o Cristianismo, porque abra-
ça os ideais do Paganismo, que su- II. O principal traço da moderni-
punham a negação da existência de dade em Florbela Espanca mos-
uma divindade triste. tra-se na audaciosa ruptura das
convenções literárias, o que se
d) divide-se entre os princípios pa- verifica na revolução sintática e
gãos sensualistas e os princípios na reinvenção da metáfora.
cristãos espiritualistas, criando com
isso uma tensão em sua poesia. III. A confissão amorosa de Florbe-
e) se sente impelido a aceitar os prin- la Espanca, bastante explícita,
cípios cristãos, ainda que isto lhe lembra o erotismo das cantigas
custe a renúncia aos valores do de amigo, pelo fato de a mulher
paganismo. expor abertamente os sentimen-
tos ao amante.
115. (ENC-SP)
Está correto o que se afirma em:
Frêmito de meu corpo a procurar-te,
a) II e III, apenas. d) I e II, apenas.
Febre das minhas mãos na tua pele
b) III, apenas. e) I e III, apenas.
Que cheira a âmbar, a baunilha e a
[mel, c) I, II e III.
— 158 —

Respostas
1. b 52. b
2. a 53 a
3. a 54. b
4. d 55. b
5. b 56. V, V, V, V, V, V, V
6. c 57. b
7. b 58. e
8. c 59. a
9. e 60. e
10. 1,2,1,1,2,1 61. e
11. c 62. c
12. 2,3,6,5,1,4 63. c
13. a 64. d
14. e 65. I. a; II. e
15. c 66. a) Mariana alimenta um amor resignado e subserviente
16. e a Simão. E Simão dedica à Mariana apenas um sen-
17. b timento de gratidão.
18. c b) Os papéis são as cartas trocadas entre Simão e
19. g Teresa.
20. e c) Mariana serve de apoio a Simão nas adversidades
21. a que ele enfrenta. Além disso, Mariana é o elo de liga-
22. a ção entre Teresa e Simão.
23. c 67. c
24. d 68. c
25. c 69. c
26. e 70. e
27. a 71. b
28. e 72. a) Alexandre Herculano.
29. b b) Fim da Idade Média.
30. d 73. Camilo Castelo Branco. Sua obra situa-se no século
31. a XIX e pertence ao Romantismo.
32. b 74. d
33. c 75. a
34. c 76. c
35. c 77. c
36. e 78. c
37. e 79. e
38. e 80. a) Camões.
39. c b) Almeida Garret.
40. c 81. d
41. e 82. I. Camilo Castelo Branco - Amor de Perdição.
42. b II. “Está conosco a morte.”
43. e “Olha que te escrevo sem lágrimas”
44. g, h, i “Deus é bom (...).”
45. f “Eu rezo, suplico, mas desfaleço na fé (...).”
46. b III. Almeida Garret, Soares de Passos, Alexandre Her-
47. V, V, F, F culano, Antônio Castilho, João de Lemos.
48. b 83. c
49. d 84. a
50. e 85. d
51. b 86. d
— 159 —

87. d tagens de Juliana, Luísa se submete aos afazeres do-


88. a mésticos no lugar da serviçal.
89. b 99. Teocracias Literárias, de Teófilo Braga, a favor dos
90. e realistas. Camilo Castelo Branco é autor de Vaidades
91. Realismo e Naturalismo. irritadas e irritantes, defendendo os românticos.
92. O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, Os Maias. 100. Retrata a sociedade portuguesa oitocentista.
Analisam a pequena e média burguesia de Lisboa, 101. A Cidade e as Serras – em defesa da vida no campo,
bem como as influências do clero. em contato com a natureza.
93. d 102. Madame Bovary, de Gustave Flaubert.
94. b 103. O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós.
95. a
104. c
96. e
105. b
97. b
106. b
98. a) Jorge e Luísa formam um típico casal burguês.
107. c
Juliana é a serviçal.
b) Porque há inversão de papéis sociais: é a dama 108. a
quem passa a servir a doméstica, e esta goza dos 109. d
privilégios de senhora. 110. e
c) Luísa, na ausência de Jorge, comete adultério com 111. c
seu primo, Basílio. Juliana, ressentida pela sua condi- 112. c
ção social inferior, inicia uma onda de chantagens ao 113. c
descobrir uma carta que poderia denunciar os aman- 114. b
tes. Sem mais meios financeiros para atender às chan- 115. d

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