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Eliana Aparecida Costa

Elizandra Martins
O menino que vendia palavras
Menino] - Como o senhor conhece tantas
palavras?
[Pai] - Você não me vê sempre lendo? Assim vou
aprendendo as palavras.
[Menino]- É bom isso?
[Pai] - Quanto mais palavras você conhece e usa,
mais fácil fica a vida.
[Menino]- Por quê?
[Pai] - Vai saber conversar, explicar as coisas,
orientar os outros, conquistar as pessoas, fazer
melhor o trabalho, arranjar um aumento com o
chefe, progredir na vida, entender todas as
histórias que lê, convencer uma menina a te
namorar. (BRANDÃO,2007, sp)
[Menino]Podia conversar com ele
durante horas, menos quando estava
lendo. Chegava do trabalho as cinco e
meia da tarde, tomava banho e
sentava-se para ler. Era corajoso, lia
livros grossos e me trazia sempre um
livro novo, me deu todos do Monteiro
Lobato e a coleção inteira de Os Mais
Belos Contos de Fada do Mundo.
(BRANDÃO,2007, s/p, grifo do autor)
[Pai] – Ah! É assim? Vamos mudar a
coisa. Agora você trabalha.[...]Quando
precisar saber uma palavras, procure
nesses livros

Apontou para uma coleção, eram vinte


livros grossos, pesados.[...]

[Menino] – Os grandões, azuis, com


desenhos dourados? [Pai] – Esses
mesmos: É uma enciclopédia.
(BRANDÃO,2007, s/p, grifo do autor).
Sentimos muito bem que nossa sabedoria começa
onde a do autor termina, e gostaríamos que ele nos
desse respostas, quando tudo o que ele pode fazer é
dar-nos desejos. Esses desejos, ele não pode
despertar em nós senão fazendo-nos contemplar a
beleza suprema à qual o último esforço de sua arte
lhe permitiu chegar. Mas por uma lei singular e, aliás,
providencial da ótica dos espíritos (lei que talvez
signifique que não podemos receber a verdade de
ninguém e que devemos criá-la nós mesmos), o que é o
fim de sua sabedoria não nos aparece senão como
começo da nossa, de sorte que é no momento em que
eles nos disseram tudo o que podiam nos dizer que
fazem nascer em nós o sentimento de que ainda nada
nos disseram. (PROUST,1989, p.30)
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