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Que poderão representar as cores da capa?

a) O azul do mar e o preto do medo, do Certo


desconhecido, do que não se vê.

b) O azul do céu e o preto da noite.

c) O azul das ondas que são mais intensas na


noite escura.
Que te sugere a capa desta obra?

a) Uma viagem tranquila da caravela no oceano.

b) A pequenez da caravela face à imensidão do certo


oceano e às adversidades a ele associadas.

c) A calma, a tranquilidade e serenidade da cor azul


associadas ao mar.
Que época histórica poderá estar
retratada no título?
A época dos Descobrimentos (sec.
XVI).
O título apresenta duas alternativas
expressas na conjunção "ou". Quais?
A aceitação do que vemos como
realidade “Aquilo que os olhos
veem”, por oposição à irrealidade do
Adamastor, “a Avantesma” .
O Adamastor é descrito
pelos autores como
alguém:
 assustador
 medonho
 robusto Utilização
da
 imponente hipérbole
 poderoso
 enorme
• Ao longo do texto, o Adamastor
também é chamado “Avantesma”,
“Demónio”, “monstro”,
“Mostrengo” (uma clara alusão à
Mensagem de Fernando Pessoa).

O Adamastor representa

 Geograficamente, o Cabo das


Tormentas (posteriormente,
chamado da Boa Esperança);

 Simbolicamente, os perigos
que os portugueses tiveram de
enfrentar nas suas viagens; o
terror; o medo; a coragem
dos portugueses e as forças
da natureza.
Trata-se de uma história relatada por uma
personagem histórica Mestre João, físico e cirurgião
de D. Manuel e que, após longos anos no Oriente,
regressa a Portugal.
A ação passa-se no mar, em 1501, no interior de uma
nau de frota de Pedro Álvares Cabral, que o mesmo
Mestre João acompanhara na sua viagem, primeiro ao
Brasil e depois, pela rota de Vasco da Gama, à Índia.
Na viagem de regresso da Índia, a tripulação recolhera
na Angra de S. Brás, perto do Cabo da Boa Esperança,
onde faziam aguada, um náufrago (Manuel),
personagem ficcional, que contou uma história
fantástica e terrível...
• Quem conta a história?
 Mestre João, um físico e astrólogo.
• Em que século decorre a ação?
 No século XVI.
• Por onde tinha andado Mestre João?
 Por terras de Oriente.
• Onde decorre a ação?
 Na frota de Pedro Álvares Cabral.
• O que sucedeu na viagem de regresso?
 Recolheram um náufrago, “Manuel”, junto ao Cabo das Tormentas.
• Quem era Manuel?
 Um rapaz que vivia perto do Porto.
• Qual era a profissão do pai de Manuel?
 Marinheiro.
• Manuel é uma personagem histórica ou ficcional?
 Ficcional.
• As personagens da narrativa são-nos
apresentadas no início da obra e são
referidas seis personagens :
 Mestre João, Capitão,
 marinheiros Pêro e Diogo,
 Manuel, Pais
 e irmã de Manuel.

P.S. não esquecer A“Avantesma” ou o


“Demónio Adamastor”
• Mestre João (1º narrador) e

• Manuel (2º narrador)


Manuel é um adolescente de “14/15 anos e vive
com a mãe no povoado de Massarelos (…) ”
Familiarizado com a vida no mar, já que sente a
ausência do seu pai por este ter partido na frota de
Bartolomeu Dias, tem um sonho revelador e
premonitório em que o pai é atacado pelo
Adamastor. Manuel enfrenta o monstro na
tentativa de salvar o seu pai daquela ameaça e
vence o monstro Adamastor: “ (…) eu salvei o meu
pai! Bati-me no mar com a Avantesma e venci-a!
Dei-lhe tantas pancadas e tantas facadas que
afugentei o Demónio (…) ”.
Esta obra é composta 14 cenas.
Quanto à sua estrutura interna,
desenvolve –se em três momentos
fundamentais:
exposição,
conflito e
desenlace.
• Na Cena 1, apresenta-se o narrador
da ação, Mestre João, que “convida”
o leitor para as suas deambulações e
lembra que o seu “coração está cheio
de memórias e melancolias”.
• De entre essas memórias, surge uma:
o momento da passagem do Cabo da
Boa Esperança: “a lembrança daquele
náufrago”…
• Na cena 2- “Tempo do perfeito”-, o
leitor acede às memórias de
Mestre João que relata a história
de um náufrago, Manuel, que a
tripulação do barco em que viajava
resgata, sendo ele o único
sobrevivente das “naus perdidas no
Cabo das Tormentas”.
• Na cena 4, retorna-se ao tempo
presente, o tempo da narração, e aí
Mestre João “acorda lentamente das
suas lembranças” e questiona a
veracidade dos acontecimentos que
recordara. Sendo ele um homem das
ciências, como poderia crer na
história fantástica que Manuel
relatara?
• Na cena 5, tendo Manuel já recuperado
algumas forças, revela o que lhe sucedeu,
fala do naufrágio que a caravela do
“Senhor Bartolomeu Dias” sofrera e conta:
“Fomos todos atirados pelo mar como
bocados de papel”. Refere o “Demónio
Adamastor”, “A Avantesma” que
provocara esse naufrágio com o objectivo
último de o atingir.
• E é na cena 6 que acedemos à memória
de Manuel – “ Tempo do mais-que-
perfeito”- e outra narrativa surge
encaixada. Manuel conta que seguiu as
pisadas do seu pai, que integrara a frota
de Bartolomeu Dias aquando da
passagem do Cabo da Boa Esperança e
de como a concretização de um sonho
premonitório o arrasta para a situação em
que agora se encontra.
Cena 6
a.ban.tes.ma
• nome masculino ou feminino
• 1. fantasma; espetro; avejão
• 2. figurado pessoa ou objeto que
assusta por ser muito grande ou
disforme
• Do grego phántasma, pelo latim
phantasma, «idem»
• O sonho de Manuel acaba por
concretizar-se meses depois, segundo as
palavras do pai e após uma tempestade
ao largo do Cabo das Tormentas: “ Por
pouco morria eu ali! (…) Salvou-me o
meu Anjo da Guarda…” .
• Manuel, ao ouvir o relato do pai, lembra-
se do seu sonho e revela: “ Assim
aconteceu, o sonho que tive foi um sonho
verdadeiro”.
Cena 12
Passagem de tempo.
Manuel e Mestre João conversam no convés.

MANUEL – Se não acreditais que morri, Mestre, e que o Demónio me fez tornar à vida para que
outra vez morresse, dizei-me então por que atravessei eu o Purgatório e vivi no Inferno durante
todos aqueles dias depois do naufrágio da minha caravela, e até que fui encontrado pelos desta
nau? [...]

MANUEL (Sem se deter) – E a Avantesma? Será também ela deste mundo? Não a pudeste também
vós já ver à roda da nau, tão grande e tão temerosa que sobre nós se abriram mar e céu?

MESTRE JOÃO – Eu creio no que vejo e vi inteiramente o que tu viste e também temi por mim e por
todos nós. Mas tudo o que no mundo existe é criação de Deus, filho. E existindo a Avantesma, há de
também ela ser decerto criatura natural de Deus e da sua vontade, pois só à vontade de Deus, e não
à do Demónio, estamos todos entregues.

MANUEL – Bem rezais vós... Pois se vos digo que ela me procura ainda, e de novo, para me matar,
há de assim ser tão cruel a vontade de Deus?

PINA, Manuel António – Aquilo que os olhos veem ou O Adamastor. 3.ª edição. Vila Nova de
Famalicão: Aviãozinho, 2012. 978-972-8827-86-1. p. 49-52 [com supressões]
• Qual é o tema deste excerto?
• É a origem da Avantesma.
• Manuel tinha uma ideia muito própria sobre os objetivos da
Avantesma. Qual?
• Que o Demónio o teria trazido de novo à vida só para o poder
matar de novo.
• Mestre João também partilhava dessa opinião?
• Não, Mestre João não acreditava em Manuel.
• Para Mestre João, por quem foi criada a Avantesma?
• Por Deus.
• Neste texto, aparecem sentidos contrastes, oposições. Quais?
• A vida e a morte; Demónio e Deus.
• Manuel antecipa um desenlace para este episódio. Qual?
• A sua morte, por vontade da Avantesma.
• Manuel mentaliza-se que a Avantesma se
vingará dele por este a ter vencido e embarca
na frota de Pedro Álvares Cabral, na caravela
comandada por Bartolomeu Dias.
• Esta armada sofre um naufrágio ao largo do
Cabo das Tormentas e Manuel está certo que
era o Adamastor à sua procura.
• Manuel debate-se com a fúria do mar e “ desta
vez porém, o Adamastor vence, e Manuel
morre. Pelo menos Manuel julga que morre. E
o Adamastor julga que o matou”.
• Mas Manuel sobrevive e torna-se
involuntariamente herói, sendo ele o
único sobrevivente desse naufrágio.
• A morte acontece àquele que
supostamente maior competência
teria para vencer a Avantesma,
Bartolomeu Dias, marinheiro famoso.
• A viagem que Manuel efectua além
- mar é também uma viagem além
de si. Nessa viagem, enfrenta todos
os seus medos e terrores,
embarcando na experiência da
idade adulta.

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