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FICHA DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS

8.º ano de Escolaridade - Turma B

Duração da prova: 100 minutos | 23 maio 2019

Nome: _____________________________________________________________________ N.º: _____

 Utiliza apenas caneta de tinta indelével, azul ou preta.


 Não é permitido o uso de corretor.
 Identifica o grupo e o item de cada resposta na folha de respostas.
 Para cada item, apresenta apenas uma resposta. Se escreveres mais do que uma resposta a um mesmo item,
apenas é classificada a resposta apresentada em primeiro lugar.
 Para responderes aos itens de escolha múltipla, escreve, na folha de respostas:
- o número do item;
- a letra que identifica a opção escolhida.

Grupo I – Compreensão Oral

Para responderes aos itens que se seguem, vais ouvir um excerto de um programa radiofónico sobre a
vida a bordo das caravelas que se faziam aos mares na época dos Descobrimentos.
link: http://ensina.rtp.pt/artigo/descobrimentos-maritimos-a-vida-a-bordo-das-embarcacoes/
(primeiros 4 minutos).

1. Para cada item (1.1. a 1.4.), seleciona a opção que completa a frase, de acordo com o sentido do
texto. (Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.)

1.1. Viver numa embarcação (caravela, nau ou galeão) era difícil porque
(A) o espaço era pequeno para a quantidade de tripulantes.
(B) o quarto do capitão, do mestre e do piloto (designado castelo) era pequeno.
(C) a mercadoria não cabia no convés.

1.2. As dificuldades da vida a bordo estavam ainda relacionadas com


(A) a ausência de mapas e de instrumentos de navegação.
(B) a falta de tripulantes que soubessem nadar.
(C) as condições atmosféricas e com a qualidade da alimentação.

1.3. A tripulação era constituída, na sua maioria, por


(A) gente muito experiente.
(B) gente jovem e inexperiente.
(C) gente muito destemida.

1.4. As doenças que mais se faziam sentir eram


(A) o tifo, a disenteria e o escorbuto.
(B) a malária, o tifo e o escorbuto.
(C) a febre amarela, o escorbuto e os problemas nas gengivas.

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Grupo II - Leitura

Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

O DIREITO DE SONHAR E O BICHO DA FELICIDADE


16/5/2015 || Frederico Fezas Vital
[…] Quando era pequeno, ouvia os adultos a dizerem, à boca cheia, que os sonhos eram a
coisa mais bonita do mundo. Mas, ao mesmo tempo, diziam que o Mundo não era para sonhadores
diletantes1, que viviam na inércia2 dos bocados de esperança que caíssem dos Céus. Não. O
Mundo era dos espertos. Dos que não se deixavam ir em histórias de contos de fadas e lidavam
5 com a realidade. A realidade. Essa espécie de monstro duro e frio, que não acalenta lugar à
mudança. […]
Na adolescência, com toda a sabedoria do penar 3 das idades de assimilação no grupo, as
vozes dispersavam. Grandes ideais surgiam no horizonte e tudo, mas tudo, era possível. Mudar o
Mundo, de repente, parecia algo ao alcance de todos, quando todo o tempo era nosso. Confrontei,
10 questionei e julguei. A mim e aos outros. Desfiz mitos, aprendi algo mais da realidade (a minha –
percebi que cada um tinha a sua) e expus-me às dores e sacrifícios. […]
Cresci – não muito em altura, contra todas as expectativas de uma puberdade a querer
afirmar-se pelo comprimento do corpo – em densidade emocional, em autoimagem e, com ela, em
inseguranças. Sim, porque atrás de um conceito de nós mesmos vêm sempre os limites que nos
15 impomos. Como uma espécie de muro que intuitivamente construímos contra todas as
expectativas. As nossas e as dos outros. E contra os sonhos demasiado ambiciosos. […]
Na idade adulta fui amadurecendo, como a fruta que se disponibiliza a ser consumida. Uma
maior dose de aceitação progressiva. Uma quase desistência de resistir. Não porque seja
especialmente apto a perceber as aprendizagens da vida, mas muitas vezes pelo contrário. Por
20 uma quase preguiça de continuar a lutar. Aceitei que o Mundo é como é e as pessoas são como
são. Seja lá o que isso significa. Mas, dentro de mim, não havia paz. Qualquer coisa soava
profundamente errado em expressões como: “Eu sou assim. Eu não vou mudar”.
Só anos mais tarde, aos 34 anos, confrontado com uma decisão difícil, fui obrigado, talvez
pela primeira vez, a olhar para mim próprio de outra forma. Onde antes via o bom aluno, cumpridor,
25 arregaçado na sua ousadia mental, mas conservador na sua ação (por medo), fui obrigado a ver o
que realmente era – um ser humano a quem faltava uma dimensão essencial de mim. O propósito.
A missão. O sentimento de pertença a um desígnio 4 maior. […] Decidi, então, fazer a Terra dos
Sonhos. Um lugar, sem fronteiras nem limites, onde a palavra impossível não é permitida. Minto.
Onde ela nem sequer consta do dicionário. Falei com a voz do menino que ouvia os adultos
30 dizerem que o Sonho é a coisa mais bonita do mundo. E dei-lhe a embalagem dos anos,
transformando-o em algo real. […]
Hoje, a Terra dos Sonhos está a tentar criar um Dia Nacional dos Sonhos na Assembleia da
República. Contra todos os adultos que se esqueceram que já foram e são crianças. A petição 5 foi
aceite. Aguardamos veredicto6. Sei que vai acontecer. Não porque seja um infantil sonhador. Mas
35 porque sei, como criança instruída e esbatida já por alguns arrebatos do tempo, que somos nós, na
ação, no dia a dia, que geramos os movimentos para eles acontecerem.
in Observador, disponível em https://observador.pt/opiniao/o-direito-de-sonhar-e-o-bicho-da-felicidade/
[consultado em 10-05-2019, adaptado e com supressões]
NOTAS
1. diletantes: aqueles que procuram o prazer, sem levar nada a sério. 2. inércia: preguiça. 3. penar: sofrimento.
4. desígnio: vontade, fim. 5. petição: requerimento, pedido. 6. veredicto: decisão.

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1. Seleciona, para responderes a cada item (1.1 a 1.5), a opção que permite obter a afirmação adequada
ao sentido do texto. (Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.)

1.1 Quando o autor era pequeno, os mais velhos sublinhavam a importância dos sonhos,
(A) e acreditavam que só os sonhadores conseguiam reconhecer a esperança.
(B) e acreditavam que só os mais espertos eram sonhadores.
(C) embora pensassem que os sonhadores não sabiam lidar com a realidade.
(D) embora pensassem que alguns sonhadores eram resistentes à mudança.

1.2 No contexto em que surge, a expressão “à boca cheia” (linha 1) significa


(A) com muitas palavras.
(B) para que todos ouvissem.
(C) com muito orgulho.
(D) de forma exagerada.

1.3 A adolescência foi, para o autor, um tempo de


(A) grandes ideais, vontade de mudar o mundo e desistência.
(B) grandes ideais, vontade de mudar o mundo, inseguranças e expectativas.
(C) grandes ideais, vontade de mudar o mundo, inseguranças e preguiça.
(D) grandes ideais, vontade de mudar o mundo, expectativas e desistência.

1.4 A comparação “como a fruta que se disponibiliza a ser consumida” (linha 17) evidencia o facto de, em
adulto, Frederico Vital se sentir
(A) mais sensato e conformado.
(B) mais sensato e impaciente.
(C) mais experiente e perfecionista.
(D) mais experiente e amargurado.

2. As frases a seguir apresentadas de A. a E. contêm informações presentes nos dois últimos parágrafos do
texto. Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informações surgem no texto.

(A) Fernando Vital percebeu que não tinha uma missão na sua vida.
(B) Há uma tentativa para instituir o Dia Nacional dos Sonhos.
(C) É criada a Terra dos Sonhos.
(D) As mudanças acontecem se as pessoas decidirem agir.
(E) Após três décadas de vida, o autor conclui que não se conhece verdadeiramente.

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Grupo III - Educação Literária

Lê atentamente o texto que se segue.

Cena 5

Noite de tempestade.
O vento uiva furiosamente, batendo as velas e as vergas.
As vagas sacodem com violência o barco e desfazem-se pesadamente na
coberta e no convés.
5 Relâmpagos e trovões.
A nau balança de um lado para o outro, atirando com as lanternas em todas as
direções; tombam objetos no convés.
Turbilhões de espuma por todo o lado.

Mal se vê.
10 Os marinheiros correm em todas as direções.
Ouve-se, no meio da confusão, a voz do CAPITÃO gritando ordens.
Na coberta, tenuemente iluminados, estão MANUEL, sentado na enxerga, e MESTRE JOÃO,
ambos embrulhados em mantas.

VOZ DO CAPITÃO (Gritando) – Apanhar panos! Vamos à deriva, largar ferros! Vira tudo de bordo,
15 piloto!
MANUEL (Assustado) – Valha-nos Deus Nosso Senhor, ainda de manhã o mar estava no chão...
MESTRE JOÃO – Se queres mentir fala do tempo que há de vir... (Abanando a cabeça!) Mais a mais
aqui, ao Cabo, onde se misturam os mares quentes e os frios! No ano passado, à vinda, o
tufão foi tão súbito por diante que só o percebemos quando todas as velas ficaram cruzadas
20 nos mastros!
MANUEL (Sacudindo a cabeça) – Eu bem sei...
VOZ DE MARINHEIRO (OFF) – Sessenta nós!
VOZ DO CAPITÃO (OFF) – Orçar tudo, orçar tudo!

Enquanto dura a tempestade, MANUEL e MESTRE JOÃO conversam, calando-se frequentemente,


25 expectantes e assustados, a cada batida violenta do mar e do vento.

MANUEL – Foi assim que morremos todos na caravela do Senhor Bartolomeu Dias...
MESTRE JOÃO – Todos não, ao menos tu!
MANUEL – Disso não estou eu certo, senhor...
MESTRE JOÃO (Incrédulo) – Não estás certo de estares vivo?
30 MANUEL – Não... (Pausa. Recordando: ) Fomos todos atirados pelo mar como bocados de papel. E
também o barco. Rasgou-se ao meio como papel!
MESTRE JOÃO – E tu... (Pausa:) De verdade que o viste?
MANUEL – À Avantesma? Pois se foi por mim que veio!
MESTRE JOÃO – Veio por ti?!... O Demónio Adamastor?!
35 MANUEL (Hesitante) – Não repetireis nunca a ninguém o que eu vos disser?
MESTRE JOÃO – Por minha fé, rapaz. Mas que tens tu para dizer?
MANUEL – É coisa muito antiga...Sabei que eu...O meu pai... O meu pai partiu na primeira navegação
do Senhor Bartolomeu Dias que passou este mesmo Cabo das Tormentas... Eu...

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GRITO DE MARINHEIRO (OFF) – Homem ao mar, homem ao mar!
40 MANUEL E MESTRE JOÃO detêm-se, alarmados, à escuta.
MARINHEIRO (OFF) – Homem ao mar à ré, homem ao mar!
MESTRE JOÃO – Pobre de Cristo, ninguém lhe pode valer!

A tempestade não dá tréguas à nau. Ondas alterosas continuam a abater-se furiosamente no convés.

Manuel António Pina, Aquilo que os olhos veem ou O Adamastor, 2.ª ed., Ed. Campo das Letras, 2008

Apresenta, de forma completa e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. O texto tem início com uma didascália.


1.1. Explica a sua função.

2. Localiza a ação no espaço, justificando a tua respostas com elementos textuais.

3. Tendo em conta o conhecimento que tens da obra, indica o tempo (Presente, Perfeito ou Mais-que-
-Perfeito) a que se reporta este excerto. Justifica a tua escolha.

4. Manuel revela ter uma ligação especial àquele local.


4.1. Explicita-a.
4.2. Indica os sentimentos manifestados por Manuel quando recorda essa ligação.

5. Manuel, ao recordar o horror do sucedido no passado, utiliza uma comparação.


5.1. Indica-a e explica o seu valor expressivo.

6. O Demónio Adamastor surge referido pelas personagens.


6.1. Na tua opinião, o que simbolizará esta figura?

Grupo IV - Gramática

1. Reescreve no discurso indireto:


MANUEL – Foi assim que morremos todos na caravela do Senhor Bartolomeu Dias...
MESTRE JOÃO – Todos não (...)
MANUEL – Disso não estou eu certo, senhor...

2. Classifica as orações destacadas nas seguintes frases.


a) Creio que vi a Avantesma.
b) A tempestade era de tal modo violenta que os mastros da nau partiram.
c) As dificuldades que sentiste foram imensas.
d) O Demónio Adamastor, que era horrendo, amedrontava os marinheiros.
e) Se queres mentir fala do tempo que há de vir...

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3. Identifica a função sintática dos constituintes destacados nas frases que se seguem.
a) Reconhecerás que os marinheiros correram perigos.
b) Disso não estou eu certo, senhor...
c) Mestre João e Manuel dirigiram-se para os seus aposentos.
d) Na noite de tempestade, entraram duas naus no nosso cais.
e) Alguém viu o Demónio Adamastor nas águas?
f) Suplicamos a Deus ajuda.

4. Reescreve as frases, substituindo as expressões destacadas por pronomes.


a) Continuaremos a nossa conversa, amanhã.
b) Dizeis vós, Mestre, que não vi o Inferno?!...
c) Manuel pensava no que diria ao Adamastor.

Grupo V - Escrita

1. No passado, as viagens eram lentas e implicavam muitos riscos. Atualmente, são bastante mais
simples, rápidas e acessíveis. Assim, há mais pessoas a viajar e algumas preferem viajar sozinhas.
Escreve um texto no qual expresses a tua opinião sobre as vantagens e desvantagens de viajar
sozinho.
O texto deve ter entre 180 e 240 palavras.

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma
única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2019/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – 180 e 240 palavras –, há que atender ao
seguinte:
– um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até dois pontos);
– um texto com extensão inferior a 60 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.

COTAÇÕES
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1.1 1.2 1.3 1.4
I 12
3 3 3 3
1.1 1.2 1.3 1.4 2
II 13
2 2 2 2 5
1.1 2 3 4.1 4.2 5.1 6.1
III 25
4 4 3 3 3 4 4
1 2 3 4
IV 25
8 5 6 6
V Item único 25
TOTAL 100

Bom trabalho!
A professora,
Liliana Sampaio

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