Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Esforça-te por:
– elaborar um discurso claro e organizado.
– utilizar uma linguagem correta e cuidada. Bom trabalho!
GRUPO I
Lê atentamente as questões que te são colocadas. Para responderes aos itens que
se seguem, irás ouvir duas vezes o texto “Milhares já passaram em Pêra pelo FIESA”.
1. Para cada item (1.1. a 1.3.), seleciona a opção que completa a frase, de acordo
com o sentido do texto ouvido. Escreve o número do item e a letra que identifica a
opção escolhida.
GRUPO II
Texto A
[…] Quando era pequeno, ouvia os adultos a dizerem, à boca cheia, que os
sonhos eram a coisa mais bonita do mundo. Mas, ao mesmo tempo, diziam que o
Mundo não era para sonhadores diletantes1, que viviam na inércia2 dos bocados de
esperança que caíssem dos Céus. Não. O Mundo era dos espertos. Dos que não se
5 deixavam ir em histórias de contos de fadas e lidavam com a realidade. A realidade.
Essa espécie de monstro duro e frio, que não acalenta lugar à mudança. […]
Na adolescência, com toda a sabedoria do penar3 das idades de assimilação no
grupo, as vozes dispersavam. Grandes ideais surgiam no horizonte e tudo, mas tudo,
era possível. Mudar o Mundo, de repente, parecia algo ao alcance de todos, quando
10 todo o tempo era nosso. Confrontei, questionei e julguei. A mim e aos outros. Desfiz
mitos, aprendi algo mais da realidade (a minha – percebi que cada um tinha a sua) e
expus-me às dores e sacrifícios. […]
Cresci – não muito em altura, contra todas as expectativas de uma puberdade a
querer afirmar-se pelo comprimento do corpo – em densidade emocional, em
15 autoimagem e, com ela, em inseguranças. Sim, porque atrás de um conceito de nós
mesmos vêm sempre os limites que nos impomos. Como uma espécie de muro que
intuitivamente construímos contra todas as expectativas. As nossas e as dos outros.
E contra os sonhos demasiado ambiciosos. […]
Na idade adulta fui amadurecendo, como a fruta que se disponibiliza a ser
20 consumida. Uma maior dose de aceitação progressiva. Uma quase desistência de
resistir. Não porque seja especialmente apto a perceber as aprendizagens da vida,
mas muitas vezes pelo contrário. Por uma quase preguiça de continuar a lutar. Aceitei
que o Mundo é como é e as pessoas são como são. Seja lá o que isso significa. Mas,
dentro de mim, não havia paz. Qualquer coisa soava profundamente errado em
25 expressões como: “Eu sou assim. Eu não vou mudar”.
Só anos mais tarde, aos 34 anos, confrontado com uma decisão difícil, fui
obrigado, talvez pela primeira vez, a olhar para mim próprio de outra forma. Onde
antes via o bom aluno, cumpridor, arregaçado na sua ousadia mental, mas
conservador na sua ação (por medo), fui obrigado a ver o que realmente era – um ser
30 humano a quem faltava uma dimensão essencial de mim. O propósito. A missão. O
sentimento de pertença a um desígnio4 maior. […] Decidi, então, fazer a Terra dos
Sonhos. Um lugar, sem fronteiras nem limites, onde a palavra impossível não é
permitida. Minto. Onde ela nem sequer consta do dicionário. Falei com a voz do
menino que ouvia os adultos dizerem que o Sonho é a coisa mais bonita do mundo.
35 E dei-lhe a embalagem dos anos, transformando-o em algo real. […]
Hoje, a Terra dos Sonhos está a tentar criar um Dia Nacional dos Sonhos na
Assembleia da República. Contra todos os adultos que se esqueceram que já foram
40 e são crianças. A petição5 foi aceite. Aguardamos veredicto6. Sei que vai acontecer.
Não porque seja um infantil sonhador. Mas porque sei, como criança instruída e
esbatida já por alguns arrebatos do tempo, que somos nós, na ação, no dia a dia, que
geramos os movimentos para eles acontecerem.
NOTAS
1. diletantes: aqueles que procuram o prazer, sem levar nada a sério. 2. inércia: preguiça. 3. penar: sofrimento.
4. desígnio: vontade, fim. 5. petição: requerimento, pedido. 6. veredicto: decisão.
1. Para cada item (1.1. a 1.4.), seleciona a opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto. Escreve o número do item e a letra que identifica a
opção escolhida.
1.1. Quando o autor era pequeno, os mais velhos sublinhavam a importância dos
sonhos,
A. embora pensassem que os B. embora pensassem que
sonhadores não sabiam lidar alguns sonhadores eram
com a realidade. resistentes à mudança.
1.4. A comparação “como a fruta que se disponibiliza a ser consumida” (linhas 19-
20) evidencia o facto de, em adulto, Frederico Vital se sentir
A. mais sensato e conformado. B. mais sensato e impaciente.
Texto B
NOTAS
1. Boa Nova: praia de Leça da Palmeira, a norte do Porto. 2. lápis-lazúli: mineral de cor azul. 3. mau sestro: má
sorte. 4. spleen: tristeza, melancolia.
3. Na primeira estrofe, o sujeito poético conta que edificou um “Alto Castelo” numa praia.
3.1. Apresenta as características desse castelo. Completa o texto com as palavras
adequadas:
O castelo era feito com materiais ____a.____, como o “lápis-lazúli e coral”, era ____b.____ e
____c.____, só podendo ser comparado com o de um ____d.____ poderoso e rico, de tal forma
que era o ____e.____ do ____f.____.
4.2. O castelo foi destruído por um “vento seco de mau sestro” e pela melancolia. Assim,
aquilo que, na verdade, deitou por terra a sua construção foi
A. a passagem do tempo, a B. a falta de tempo, durante a sua
passagem para a idade adulta. infância.
5. Para responderes aos itens de 5.1. a 5.4., escreve o número do item e a letra que
identifica a opção escolhida.
5.1. O primeiro verso da terceira estrofe pode ser interpretado como sinónimo
A. da falta de memória do sujeito. B. da passagem do tempo.
5.2. No verso 14, utiliza-se um recurso expressivo para associar a infância ao tempo em
que se sonha, imagina e cria tudo o que se quer. Esse recurso expressivo é uma
A. antítese. B. metáfora.
6. Lê a afirmação.
Neste poema, o sujeito poético é alguém que recorda a infância como um tempo
que se opõe à idade adulta.
Explica por que razão esta afirmação é verdadeira, de acordo com o sentido global
do poema (por exemplo: o sujeito poético recorda a sua infância como um tempo de
felicidade, a passagem dos anos acabou por deitar por terra os seus sonhos e as suas
ilusões…).
GRUPO III
1. Para responderes aos itens de 1.1. a 1.4., escreve o número do item e a letra que
identifica a opção escolhida.
Observa as orações sublinhadas nas frases seguintes.
(A) O Pedro nunca teve um sonho que quisesse realizar.
(B) Os sonhos são tão importantes que nunca os devemos ignorar.
(C) É bom sermos crianças, visto que todas as ilusões são possíveis.
(D) Eu acredito que alguns sonhos se tornam reais.
De entre as orações sublinhadas, identifica aquela que
1.1. é iniciada por um pronome.
1.2. desempenha a função sintática de complemento direto.
1.3. é iniciada por uma locução conjuncional equivalente a “porque”.
1.4. introduz uma ideia de consequência.
3. Completa cada uma das frases seguintes, selecionando a forma adequada do verbo
entre parênteses.
A. Espero que ele _____________ (saiba / soubesse) que tem uma imaginação
prodigiosa.
B. Se o Pedro não ___________ (tenha / tivesse) este sonho desde pequeno, não faria
tantos sacrifícios.
C. Ainda que _____________ (houver / haja) pessoas que pensem o contrário, devemos
seguir os nossos sonhos.
GRUPO IV
Lê os seguintes versos:
António Gedeão, Obra Completa (2.ª ed.). Lisboa: Relógio D’ Água, 2007 [pp. 104-105, excerto]
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (exemplo: /2019/).
FIM
COTAÇÕES
Item
Grupo
Cotações (em pontos)
1.1. 1.2. 1.3. 2.
I 12
3 3 3 3
1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 2.
15
3 3 3 3 3
II
3.1. 4.1. 4.2. 5.1. 5.2. 5.3. 5.4. 6.
28
6 3 3 3 3 3 3 4
1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 2.1. 2.2. 2.3. 3.
III 20
2 2 2 2 2 2 2 6
IV Item único 25
TOTAL 100