Você está na página 1de 8

Prova escrita de Português, 8.

º ano [EI] (Para)Textos

Prova escrita de Português


8.º ano

Duração do teste: 90 minutos Fevereiro de 2018

Esforça-te por:
– elaborar um discurso claro e organizado.
– utilizar uma linguagem correta e cuidada. Bom trabalho!

GRUPO I

Lê atentamente as questões que te são colocadas. Para responderes aos itens que
se seguem, irás ouvir duas vezes o texto “Milhares já passaram em Pêra pelo FIESA”.

1. Para cada item (1.1. a 1.3.), seleciona a opção que completa a frase, de acordo
com o sentido do texto ouvido. Escreve o número do item e a letra que identifica a
opção escolhida.

1.1. No FIESA, as esculturas de areia reproduzem e reinterpretam


A. apenas a banda musical Beatles e a célebre pintura Mona Lisa.
B. obras e figuras da música, da pintura, do cinema, entre outras artes.
C. a banda musical Beatles, a pintura Mona Lisa, o filme Guerra das
Estrelas e o jogo dos Minions.

1.2. Lisa Zeitvogel proporciona, ao longo da semana, atividades de artes plásticas


A. duas vezes por dia.
B. durante seis horas por dia.
C. das 11h00 às 17h00.

1.3. O espaço de areia destinado às crianças, o snack bar e o spa


A. são iluminados por jogos de luzes durante a noite.
B. podem ser usufruídos de modo gratuito.
C. são disponibilizados continuamente.

2. Seleciona todas as opções que correspondem a informações disponíveis no texto.


Escreve o número do item e as letras que identificam as opções escolhidas.
A. As atividades diárias do ateliê das artes.
B. Os nomes de vencedores de anos anteriores.
C. As atividades lúdicas disponibilizadas aos visitantes.
D. O horário de funcionamento do FIESA.
E. Os prémios atribuídos às melhores esculturas.

PT8 © Porto Editora Página 1 de 8


Prova escrita de Português, 8.º ano [EI] (Para)Textos

GRUPO II

Texto A

Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.

O direito de sonhar e o bicho da felicidade

16/5/2015 || Frederico Fezas Vital

[…] Quando era pequeno, ouvia os adultos a dizerem, à boca cheia, que os
sonhos eram a coisa mais bonita do mundo. Mas, ao mesmo tempo, diziam que o
Mundo não era para sonhadores diletantes1, que viviam na inércia2 dos bocados de
esperança que caíssem dos Céus. Não. O Mundo era dos espertos. Dos que não se
5 deixavam ir em histórias de contos de fadas e lidavam com a realidade. A realidade.
Essa espécie de monstro duro e frio, que não acalenta lugar à mudança. […]
Na adolescência, com toda a sabedoria do penar3 das idades de assimilação no
grupo, as vozes dispersavam. Grandes ideais surgiam no horizonte e tudo, mas tudo,
era possível. Mudar o Mundo, de repente, parecia algo ao alcance de todos, quando
10 todo o tempo era nosso. Confrontei, questionei e julguei. A mim e aos outros. Desfiz
mitos, aprendi algo mais da realidade (a minha – percebi que cada um tinha a sua) e
expus-me às dores e sacrifícios. […]
Cresci – não muito em altura, contra todas as expectativas de uma puberdade a
querer afirmar-se pelo comprimento do corpo – em densidade emocional, em
15 autoimagem e, com ela, em inseguranças. Sim, porque atrás de um conceito de nós
mesmos vêm sempre os limites que nos impomos. Como uma espécie de muro que
intuitivamente construímos contra todas as expectativas. As nossas e as dos outros.
E contra os sonhos demasiado ambiciosos. […]
Na idade adulta fui amadurecendo, como a fruta que se disponibiliza a ser
20 consumida. Uma maior dose de aceitação progressiva. Uma quase desistência de
resistir. Não porque seja especialmente apto a perceber as aprendizagens da vida,
mas muitas vezes pelo contrário. Por uma quase preguiça de continuar a lutar. Aceitei
que o Mundo é como é e as pessoas são como são. Seja lá o que isso significa. Mas,
dentro de mim, não havia paz. Qualquer coisa soava profundamente errado em
25 expressões como: “Eu sou assim. Eu não vou mudar”.
Só anos mais tarde, aos 34 anos, confrontado com uma decisão difícil, fui
obrigado, talvez pela primeira vez, a olhar para mim próprio de outra forma. Onde
antes via o bom aluno, cumpridor, arregaçado na sua ousadia mental, mas
conservador na sua ação (por medo), fui obrigado a ver o que realmente era – um ser
30 humano a quem faltava uma dimensão essencial de mim. O propósito. A missão. O
sentimento de pertença a um desígnio4 maior. […] Decidi, então, fazer a Terra dos
Sonhos. Um lugar, sem fronteiras nem limites, onde a palavra impossível não é
permitida. Minto. Onde ela nem sequer consta do dicionário. Falei com a voz do
menino que ouvia os adultos dizerem que o Sonho é a coisa mais bonita do mundo.
35 E dei-lhe a embalagem dos anos, transformando-o em algo real. […]

PT8 © Porto Editora Página 2 de 8


Prova escrita de Português, 8.º ano [EI] (Para)Textos

Hoje, a Terra dos Sonhos está a tentar criar um Dia Nacional dos Sonhos na
Assembleia da República. Contra todos os adultos que se esqueceram que já foram
40 e são crianças. A petição5 foi aceite. Aguardamos veredicto6. Sei que vai acontecer.
Não porque seja um infantil sonhador. Mas porque sei, como criança instruída e
esbatida já por alguns arrebatos do tempo, que somos nós, na ação, no dia a dia, que
geramos os movimentos para eles acontecerem.

in Observador, disponível em https://observador.pt/opiniao/o-direito-de-sonhar-e-o-bicho-da-felicidade/


[consult. em 02-02-2019, adaptado e com supressões]

NOTAS
1. diletantes: aqueles que procuram o prazer, sem levar nada a sério. 2. inércia: preguiça. 3. penar: sofrimento.
4. desígnio: vontade, fim. 5. petição: requerimento, pedido. 6. veredicto: decisão.

1. Para cada item (1.1. a 1.4.), seleciona a opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto. Escreve o número do item e a letra que identifica a
opção escolhida.

1.1. Quando o autor era pequeno, os mais velhos sublinhavam a importância dos
sonhos,
A. embora pensassem que os B. embora pensassem que
sonhadores não sabiam lidar alguns sonhadores eram
com a realidade. resistentes à mudança.

1.2. No contexto em que surge, a expressão “à boca cheia” (linha 1) significa


A. com muitas palavras. B. para que todos ouvissem.

1.3. A adolescência foi, para o autor, um tempo de


A. grandes ideais, vontade de B. grandes ideais, vontade de
mudar o mundo e desistência. mudar o mundo, inseguranças
e expectativas.

1.4. A comparação “como a fruta que se disponibiliza a ser consumida” (linhas 19-
20) evidencia o facto de, em adulto, Frederico Vital se sentir
A. mais sensato e conformado. B. mais sensato e impaciente.

2. As frases a seguir apresentadas de A. a E. contêm informações presentes nos dois


últimos parágrafos do texto. Escreve a sequência de letras que corresponde à
ordem pela qual essas informações surgem no texto.
A. Fernando Vital percebeu que não tinha uma missão na sua vida.
B. Há uma tentativa para instituir o Dia Nacional dos Sonhos.
C. É criada a Terra dos Sonhos.
D. As mudanças acontecem se as pessoas decidirem agir.
E. Após três décadas de vida, o autor conclui que não se conhece verdadeiramente.

PT8 © Porto Editora Página 3 de 8


Prova escrita de Português, 8.º ano [EI] (Para)Textos

Texto B

Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.

Na praia lá da Boa Nova1, um dia,


Edifiquei (foi esse o grande mal)
Alto Castelo, o que é a fantasia,
Todo de lápis-lazúli2 e coral!

5 Naquelas redondezas, não havia


Quem se gabasse dum domínio igual:
Oh Castelo tão alto! parecia.
O território dum Senhor feudal!

Um dia (não sei quando, nem sei d’onde)


10 Um vento seco de mau sestro3 e spleen4
Deitou por terra, ao pó que tudo esconde,

O meu condado, o meu condado, sim!


Porque eu já fui um poderoso Conde,
Naquela idade em que se é conde assim...

António Nobre, Só. Col. Educação Literária, Porto Editora, 2015

NOTAS
1. Boa Nova: praia de Leça da Palmeira, a norte do Porto. 2. lápis-lazúli: mineral de cor azul. 3. mau sestro: má
sorte. 4. spleen: tristeza, melancolia.

3. Na primeira estrofe, o sujeito poético conta que edificou um “Alto Castelo” numa praia.
3.1. Apresenta as características desse castelo. Completa o texto com as palavras
adequadas:

marinhos – senhor – magnífico – orgulho – sujeito poético – imponente

O castelo era feito com materiais ____a.____, como o “lápis-lazúli e coral”, era ____b.____ e
____c.____, só podendo ser comparado com o de um ____d.____ poderoso e rico, de tal forma
que era o ____e.____ do ____f.____.

4. Seleciona a opção que completa a frase, de acordo com o sentido do texto.


4.1. O sujeito poético afirma que a construção do castelo foi um “grande mal”. Ele pensa
dessa forma, visto que essa construção foi
A. fruto da sua ilusão e, com a B. fruto da sua dedicação e, com a
passagem do tempo, acabou por passagem do tempo, acabou por
ser destruída. ser reconstruída.

PT8 © Porto Editora Página 4 de 8


Teste de avaliação de Português, 8.º ano (Para)Textos

4.2. O castelo foi destruído por um “vento seco de mau sestro” e pela melancolia. Assim,
aquilo que, na verdade, deitou por terra a sua construção foi
A. a passagem do tempo, a B. a falta de tempo, durante a sua
passagem para a idade adulta. infância.

5. Para responderes aos itens de 5.1. a 5.4., escreve o número do item e a letra que
identifica a opção escolhida.

5.1. O primeiro verso da terceira estrofe pode ser interpretado como sinónimo
A. da falta de memória do sujeito. B. da passagem do tempo.

5.2. No verso 14, utiliza-se um recurso expressivo para associar a infância ao tempo em
que se sonha, imagina e cria tudo o que se quer. Esse recurso expressivo é uma
A. antítese. B. metáfora.

5.3. Podemos classificar a rima do poema como


A. interpolada nas quadras e B. cruzada nas quadras e nos
cruzada nos tercetos. tercetos.

5.4. É possível identificar como principais características do sujeito poético


A. a imaginação, a fantasia e a B. a imaginação, a ignorância e a
ilusão. ilusão.

6. Lê a afirmação.
Neste poema, o sujeito poético é alguém que recorda a infância como um tempo
que se opõe à idade adulta.

Explica por que razão esta afirmação é verdadeira, de acordo com o sentido global
do poema (por exemplo: o sujeito poético recorda a sua infância como um tempo de
felicidade, a passagem dos anos acabou por deitar por terra os seus sonhos e as suas
ilusões…).

PT8 © Porto Editora Página 5 de 8


Teste de avaliação de Português, 8.º ano (Para)Textos

GRUPO III

1. Para responderes aos itens de 1.1. a 1.4., escreve o número do item e a letra que
identifica a opção escolhida.
Observa as orações sublinhadas nas frases seguintes.
(A) O Pedro nunca teve um sonho que quisesse realizar.
(B) Os sonhos são tão importantes que nunca os devemos ignorar.
(C) É bom sermos crianças, visto que todas as ilusões são possíveis.
(D) Eu acredito que alguns sonhos se tornam reais.
De entre as orações sublinhadas, identifica aquela que
1.1. é iniciada por um pronome.
1.2. desempenha a função sintática de complemento direto.
1.3. é iniciada por uma locução conjuncional equivalente a “porque”.
1.4. introduz uma ideia de consequência.

2. Classifica as orações sublinhadas nos excertos seguintes, selecionando a opção


correta.
2.1. As pessoas dizem que o mundo não é para sonhadores.
(A) Oração subordinada adverbial (B) Oração subordinada substantiva
concessiva. completiva.

2.2. Embora não se apercebam, por vezes os adultos desvalorizam a capacidade de


sonhar.
(A) Oração coordenada copulativa. (B) Oração subordinada adverbial
concessiva.

2.3. A adolescência é tão complicada, que nos leva a questionar a importância da


fantasia.
(A) Oração subordinada adjetiva (B) Oração subordinada adverbial
relativa restritiva. consecutiva.

3. Completa cada uma das frases seguintes, selecionando a forma adequada do verbo
entre parênteses.
A. Espero que ele _____________ (saiba / soubesse) que tem uma imaginação
prodigiosa.
B. Se o Pedro não ___________ (tenha / tivesse) este sonho desde pequeno, não faria
tantos sacrifícios.
C. Ainda que _____________ (houver / haja) pessoas que pensem o contrário, devemos
seguir os nossos sonhos.

PT8 © Porto Editora Página 6 de 8


Teste de avaliação de Português, 8.º ano (Para)Textos

GRUPO IV
Lê os seguintes versos:

“Eles não sabem, nem sonham,


que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.”

António Gedeão, Obra Completa (2.ª ed.). Lisboa: Relógio D’ Água, 2007 [pp. 104-105, excerto]

Escreve um comentário, com um mínimo de 80 e um máximo de 140 palavras, aos


versos apresentados.
O teu comentário deve apresentar a seguinte estrutura:
– uma introdução, na qual explicites o sentido dos versos (por exemplo: o sonho
comanda a vida das pessoas, o mundo só avança, só evolui, quando alguém
sonha…);
– um desenvolvimento, no qual apresentes o teu ponto de vista sobre os versos e
dois argumentos que o fundamentem (por exemplo: a mensagem é verdadeira,
a capacidade de sonhar permite que o mundo se torne num lugar melhor…);
– uma conclusão, na qual reforces o teu ponto de vista (por exemplo: quando
sonhamos com algo que acreditamos ser possível de realizar e quando sabemos
que o nosso sonho poderá ter impacto na vida dos outros, não devemos
desistir…).

Não assines o teu texto.

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (exemplo: /2019/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:


– um desvio dos limites de extensão implica uma desvalorização parcial de até dois pontos;
– um texto com extensão inferior a 45 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.

FIM

PT8 © Porto Editora Página 7 de 8


Teste de avaliação de Português, 8.º ano (Para)Textos

COTAÇÕES

Item
Grupo
Cotações (em pontos)
1.1. 1.2. 1.3. 2.
I 12
3 3 3 3
1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 2.
15
3 3 3 3 3
II
3.1. 4.1. 4.2. 5.1. 5.2. 5.3. 5.4. 6.
28
6 3 3 3 3 3 3 4
1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 2.1. 2.2. 2.3. 3.
III 20
2 2 2 2 2 2 2 6
IV Item único 25

TOTAL 100

PT8 © Porto Editora Página 8 de 8

Você também pode gostar