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E NSINAMENTOS DE M EISHU -S AMA

MUNDO ESPIRITUAL E MUNDO MATERIAL

Se alguém se interessa por Religião e deseja compreendê-la a fundo, é-lhe indispensável,


antes de mais nada, conhecer a relação entre o Mundo Espiritual e o Mundo Material. Isso
porque o alvo da Fé é Deus, e Deus é Espírito, invisível aos olhos humanos; querer apre-
ender a Sua essência apenas teoricamente é tão inútil como procurar peixe numa árvore.
Deus existe; é impossível negá-lo. No entanto, assim como é difícil fazer com que aborígines
reconheçam a existência do ar, também é difícil fazer com que a maioria dos homens da era
contemporânea reconheça a existência do espírito.
Em primeiro lugar, tentarei explicar a estrutura do Mundo Espiritual, a vida de seus habi-
tantes e outros aspectos desse mundo.
O homem é formado por dois elementos: o corpo carnal e o corpo espiritual. Com a morte,
os dois se separam e o espírito imediatamente entra no Mundo Espiritual, onde começa a
viver. No momento da separação, o espírito das pessoas muito bondosas sai pela testa; o
espírito dos perversos, pela ponta dos dedos do pé, e o das pessoas de nível mediano, pela
região umbilical.
Os budistas referem-se à morte com a expressão “vir para nascer”. Analisando do Mundo
Espiritual, é realmente “vir para nascer”. Eles também dizem “antes de nascer”, ao invés
de “antes de morrer”. Pelas mesmas razões os xintoístas usam as expressões “voltar para o
Mundo Espiritual” ou “transmutação para voltar”.
Ao passar para o Mundo Espiritual, o espírito primeiramente atravessa um rio e, a seguir,
dirige-se para o Fórum. É um fato incontestável, pois coincide com o que ouvi de muitos
espíritos. Quando o espírito acaba de atravessar o rio, a cor de suas vestes se altera. As
vestes dos que têm menos máculas tornam-se brancas; as dos outros tomam cores diferen-
tes, de acordo com o peso das máculas: amarelo, vermelho, azul ou preto. Entre as divin-
dades, elas tomam a cor violeta.
O Fórum do Mundo Espiritual é semelhante ao do Mundo Material. Nele, o juiz e seus
auxiliares procedem ao julgamento do espírito, decidindo o prêmio e o castigo de cada um.
Nessa ocasião, os muito bondosos são conduzidos ao Plano Superior; os perversos caem
no Plano Inferior; os que se situam entre uns e outros, ficam no Plano Intermediário, que
no xintoísmo chamam de “encruzilhada de oito direções” e no budismo “esquina de seis
caminhos”. A grande maioria vai para este plano e aí faz um curso de aprimoramento,
cuja parte principal consta de ensinamentos transmitidos pelos sacerdotes da respectiva
religião. Esse aprimoramento dura mais ou menos trinta anos. Decorrido esse tempo, é
determinado o local a que o espírito será destinado. Aqueles que conseguem arrepender-se
vão para o Plano Superior; os demais, para o Plano Inferior.
O Mundo Espiritual é constituído de três planos, cada um dos quais também está subdivi-
dido em três níveis, formando, ao todo, nove níveis. O Plano Superior é o Céu; o do meio é
o Plano Intermediário; o Inferior é o Inferno. Como o Plano Intermediário corresponde ao
Mundo Material, no budismo ele é designado com a expressão “esquina de seis caminhos”,
pois se liga aos três níveis do Plano Superior e também aos três níveis do Plano Inferior.
No xintoísmo, além desses, acrescentam, acima do Plano Superior, o “Céu Superior”, e,
abaixo do Plano Inferior, o “Fundo do Abismo”. Daí designarem o Plano Intermediário
como “encruzilhada de oito direções”.
A seguir descreverei sucintamente o Céu e o Inferno.
Quanto mais próximo do ponto mais alto do Céu, mais intensa é a luz e o calor, e a maioria

* ENSINAMENTO EXTRAÍDO DA COLETÂNEA ALICERCE DO PARAÍSO DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRASIL E


EDITADO PELA FUNDAÇÃO MOKITI OKADA. PARA ADQUIRIR ACESSE: HTTP://WWW.FMO.ORG.BR
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dos espíritos vivem quase nus. Por isso, na maior parte das pinturas e esculturas budistas,
as divindades são representadas sem vestes. Ao contrário, quanto mais próximo do ponto
mais baixo do Inferno, mais fraca é a luz e o calor; o ponto extremo é completamente
escuro e gélido. Portanto, ao deparar com esses sofrimentos, mesmo os espíritos mais per-
versos são levados ao arrependimento.
Talvez as pessoas da atualidade achem que essa descrição, feita em termos genéricos, seja
produto da minha imaginação, mas em verdade trata-se de pontos coincidentes entre le-
vantamentos e estudos que fiz durante mais de vinte anos com inúmeros espíritos, através
de médiuns e de todos os meios possíveis. Por isso podem estar certos da veracidade do
que lhes estou transmitindo. O Céu e o Inferno pregados por Buda, e o Paraíso, Purgatório
e Inferno da “Divina Comédia” de Dante Alighieri (1265-1321), tenho certeza, não são
fantasias.
Pode-se mais ou menos deduzir para que plano vai o espírito observando-se a face do mor-
to. Os que não apresentam expressão de sofrimento e cuja pele permanece corada e fresca,
como se ainda estivessem vivos, vão para o Plano Superior; aqueles cuja expressão é triste e
sombria, e cuja pele se apresenta pálida, sem sangue, ou azul-amarelada, como ocorre com
a maioria, vão para o Plano Intermediário; os que ficam com uma expressão de profunda
agonia e com a pele escura ou preto-azulada, vão, logicamente, para o Plano Inferior.
Estas explanações têm por objetivo dar-lhes conhecimentos básicos sobre o Mundo Espiri-
tual, mas em outras oportunidades voltarei a falar sobre diversos fenômenos espirituais
constatados através de minha própria experiência.

25 de agosto de 1949

* ENSINAMENTO EXTRAÍDO DA COLETÂNEA ALICERCE DO PARAÍSO DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRASIL E


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