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Guide to the Expression of Uncertainty in Measurement


First Edition English 1993 (corrected and reprinted, 1995)
ISBN 92-67-10188-9 (edição original)

International Organization for Standardization, 60, 1993

Ediqões no Idioma Português


Primeira Edição Brasileira: agosto/97
Segunda Edição Brasileira: agosto/98
Terceira Edição Brasileira: agosto/03
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Este Guia estabelece regras gerais, e aplicáveis, para a ava-


liação e expressão da incerteza em medições que se preten-
da aplicar a um largo espectro de medições. A base deste
Guia é a Recomendação 1 (CI-1981) do ‘‘Comitê Intemaci-
onai de Pesos e Medidas (CIPM)”, aceitando a Recomenda-
ção iNC-1 (1980) do “Grupo de Trabalho sobre a Declara-
ção de incertaas”,convocado pelo Bureau Intemacional de
Pesos e Medidas (BIPM), por solicitação do CIPM. A Re-
comendação do CIPM é a única recomendação mncemente
& expressão da incerteza em medição adotada por uma or-
g- intergovemamentai.
Este Guia foi preparado por um grupo de trabalho,
consistindo de peritos nomeados pelo BIPM, Comissão
Eletrotécnica Internacional (IEC), Organização Inter-
nacional de Normalização (ISO) e Organização Inter-
nacional de Metrologia Legal (OIML). As sete seguin-
tes organizações apoiaram o desenvolvimento deste
Guia, o qual é publicado em seus nomes:
BIPM Bureau Internacional de Pesos e Medidas
IEC Comissão Eletrotécnica Internacional
IFCC Federação Intemacional de Química
Clínica
ISO Organização Internacional de
Normalização
IUPAC União Internacional de Química Pura e
Aplicada
IUPAP União Internacional de Física Pura e
Aplicada
OIML Organização Internacional de
Metrologia Legal
Os usuários deste Guia estão convidados a enviar seus
camentários e pedidos de esclarecimento a quaisquer
das sete organizações.
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Guia Para a Expressão da Incerteza de Medição

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)


Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO)

Copyright 2003 by ABNT and INMETRO


(In Brazil, ISO is represented by ABNT and BIPM by INMETRO)

Todos os direitos em língua portuguesa reservados A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A duplicação ou reprodução desta obra, sob qualquer meio, só é permitida mediante autorização expressa da ABNT.

Autoria
BIPM, IEC, IFCC, ISO, IUPAC, IUPAP e OIML

Produção Editorial e impressão


SERiFA Comunicação

Capa
Ana Cláudia David de Andrade (Designer do Inmetro)

CIP-Brasil. Catalogação na fonte.


Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

Guia para a Expressão da Incerteza de Medição


G943 Terceira edição brasileira em língua portuguesa - Rio de Janeiro: ABNT,
INMETRO, 2003
120 p.: 2 il, (21x29,7) cm.

Título original: Guide to the Expression of Uncertainty in Measurement


Inclui anexos e bibliografia
ISBN 85-07-00251-X

1.Medição. 2.Incerteza de Medição. I.ABNT.11 INMETRO.

CDD-62 1.372

m
Diretoria de Metrologia Científica e Industrial (DIMCI)
do Instituto Nacional de Metrologia,Normalizaçãoe Qualidade Industrial (INMETRO)
Rua SantaAlexandrina,41615” andar, Rio Comprido
20261-232 Rio de Janeiro - RJ
Tel.: 21-2563-2905
F~x:21-22936559
e-mail: dimci0inmetro.gov.br
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GUIA PARA A EXPRESSA0 DA


INCERTEZA DE MEDIÇÃO

Terceira Edição Brasileira

BIPM Bureau Intemational des Poids et Mesures


Pavillon de Breteuil
F-92312 Sèvres Cedex
France
IEC Intemational Electrotechnical Commission
3, rue de Varembé
Case postale 131
CH-1211 Genève 20
Switzerland
IFCC Intemational Organization for Clinical Chemistry
Technical Secretariat
Centre du Mèdicament
Université de Nancy
30, rue Lionnois
F-54000 Nancy
France
ISO Intemational Organization for Standardization
i , rue de Varembé
Case postale 56
CH-1211 Genève 20
Switzerland
IUF'AC Intemational Union of Pure and Applied Chemistry
Bank Court Chambers
2-3 Pound Way
Templars Square, Cowley
Oxford 0x4 3YF
United Kingdom
IUPAP Intemational Union of Pure and Applied Physics
Secretariat
Vittens gata 11
S-421 65V. Fl6lunda
Sweden
OIML Intemational Organization of Legal Metrology
11, rue Turgot
F-75009 Paris
France

O ISO. 1995
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GUIA PARA A EXPRESSÃO DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO


Terceira Edição Brasileira do
“Guide to the Expression of Uncertainty in Measurement”
Concepção do Documento Original
Bureau International des Poids et Mesures (BIPM)
International Electrotechnical Comission (IEC)
International Federation of Clinical Chemistry (IFCC)
International Organization for Standardization (ISO)
International Union for Pure and Applied Chemistry (IUPAC)
International Union for Pure and Applied Physics (IUPAP)
International Organization of Legal Metrology (OIML)

Comissão de Revisão da Terceira JMiçáo


Celso Pinto Saraiva, CPqDKampinas
Clotilde Moreira de Pina, Colaborador/Inmetro
Giorgio Moscati, Inmetro
Gregory Amara1 Kyriazis, Inmetro
Ibrahim de Cerqueira Abud, INTíRJ
José Eustáquio da Silva, CETECMG
José Guilherme Pereira Peixoto, IRDICNEN
José Henrique Vuolo, IF/USP
José Joaquim Vinge, Inmetro
Luís Gonzaga Mezzalira, Consultor Independente.
Marcelo Oliveira Gaspar de Carvalho. SENAVRJ
Paulo Roberto Guimarães Couto, Inmetro
Renato Nunes Teixeira, Inmetro
Ricardo José de Carvalho, Observatório NacionalíRJ
Thomas Hans Müller, Colaboradorhmetro
Valter Yoshihiko Aibe, Inmetro
Victor Manuel Loaysa Mendoza, Inmetro

Coordenação Geral: Diretoria de Metrologia Científicae Industrial/ Inmetro


João Alziro Herz da Jornada
José Joaquim Vinge
Clotilde Moreira de Pina

Apoio Institucionai
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO)
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
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Expressão da Incerteza de Medição Prefácio da TerceiraEdição Brasileira

Prefácio da Terceira Edição Brasileira


“O conhecimento amplo e satisfatório sobre um processo oufenômeno somente
existirá quandofor possível medí-lo e expressá-lo por meio de números”. (Sir
William Thomson,Lord Kelvin)

O Inmetro, órgão executor das políticas de metrologia no ção e Qualidade Industrial (Inmetro), em parceria com a
País, lançou, em agosto de 1997, a la edição brasileira do Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), vem
Guia para a Expressão da Incerteza de Medição (Guide to disponibilizar este Guia para a Expressão da Incerteza de
Expression of Uncertainty Measurement), com o objetivo Medição para uma ampla gama de usuários tais como: in-
de estabelecer critérios e regras gerais, bem como harmo- dústria, Redes de Laboratórios Credenciados de Calibra-
nizar métodos e procedimentos relacionados 2 expressão ção e de Ensaios, Rede Brasileira de Metrologia Legal e
de incertezas associadas aos processos de medição. Qualidade, Redes Metrológicas Estaduais, Universidades,
Centros de Pesquisa e demais interessados.
Este Guia é um documento de fácil implementação e com-
preensão, baseado nas recomendações do GTíBIPM sobre Esta terceira edição, assim como a segunda, de agosto de
a Declaração de Incertezas, que envolve as principais or- 1998, surgiu pela necessidade de imprimir nova tiragem e
ganizações técnicas e científicas ligadas a Metrologia. de incorporar algumas correções identificadas e sugeridas
por especialistas em metrologia.
Trata-se de um documento de ampla aceitação intemacio-
na1 que vem ao encontro das necessidades da indústria, ci- Para a reedição deste documento foi criado um grupo de
ência, engenharia, áreas de saúde e segurança, comércio e trabalho, por Portaria do Inmetro, procurando-se manter os
regulamentação. integrantes do GT3/ RBC, grupo responsável pelas revi-
sões anteriores, face a experiência já adquirida nesse tipo
A combinação dos componentes individuais da incerteza de tarefa, resultando em ganho de tempo e garan- tindo a
im uma única incerteza quantificável, conceito apresenta- boa qualidade do documento.
do neste Guia, permite caracterizar a qualidade do resulta-
do de uma medição por meio de uma indicação quantitati- Como pontos principais da metodologia de trabalho de re-
va, fundamental para avaliar e assegurar a sua confiabili- visão foram adotados os seguintes procedimentos:
dade.
(i) os capítulos foram discutidos e consensados por três ou
Os procedimentos aqui estabelecidos podem ser aplicados mais integrantes do grupo, de acordo com as áreas de es-
em calibrações de padrões e instrumentos, ensaios, proje- pecialização ou de interesse;
tos conceituais, análise teórica de experimentos de medi-
ção, componentes e sistemas complexos. Além disso, (ii) quando não houve consenso, quanto aos termos ou ex-
como método uniforme, serve de base para comparação pressões metrológicas traduzidas, foram mantidos os do
internacional de resultados de medição. texto da segunda edição, desde que coerentes com o origi-
nal em inglês;
Tendo em vista a importância e a crescente demanda por
esta obra, o Instituto Nacional de Metrologia, Normaliza-
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Prefácio da Terceira Edição Brasileira Expressão da Incerteza de Medição

(iii) o novo texto não contemplou mudanças nos termos As definições de vários termos metrológicos gerais e rele-
das expressões ou fórmulas matemáticas, mas somente vantes para este Guia foram extraídas do Vocabulário In-
correções de erros de digitação; ternacional de Metrologia (VIM) e os termos estatísticos
da ISO 3534-1: 1993, Statistics - Vocabulary and Symbols
(iv) devido a algumas dificuldades, tais como: escasso pra- - Part 1: Probability and General Statistical Terms, Inter-

zo para a conclusão do trabalho de revisão e pouca dispo- national Organization for Standardization.
nibilidade de tempo dos especialistas, foram deixadas para
futuras revisões deste documento a análise, a discussão e Esta edição apresenta uma maior clareza de linguagem,
incorporação de sugestões de modificações que não obti- correções ortográficas e emprego de termos técnicos mais
veram consenso no grupo e, por serem mais polêmicas, precisos. No entanto, apesar de mais um processo de revi-
deveriam ser analisadas em outro contexto de trabalho, são, pode ainda conter erros de digitação ou mesmo de
sem prejuízo de comprometer a aplicabilidade do atual tradução, face h grande quantidade e complexidade de
Guia. símbolos e formulações matemáticas empregadas. Serão,
portanto, bem-vindos todos comentários dos usuários, en-
Dentre as expressões ou termos traduzidos e adotados na viados ao Inmetro ou h ABNT, visando ao seu constante
primeira edição que ainda permanecem nesta terceira edi- aprimoramento.
ção, podem ser citadas as expressões: “standard uncer-
tainty” traduzida por “incerteza padrão”, “confidence le-
vei” por “nível de confiança” e “leve1 of confidence” por
“nível da confiança”. Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2003.

Armando Mariante Pedro Buzatto Costa Prof. João Alziro Herz da Jornada
Presidente do Inmetro Presidente do Conselho Diretor de Metrologia Científica e
Deliberativo da ABNT Industrial do Inmetro

vi
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Expressão da Incerteza de Medição Sumário

Sumário
Prefácio .............................................................................. ix 6.3 Escolhendo um fator de abrangência...............24

O Introdução ................................................................... xi 7 Relatando a incerteza.................................................. 25

7.1 Orientação Geral .............................................. 25


1 Finalidade ..................................................................... 1
7.2 Orientação específica....................................... 25
2 Definições .................................................................... 2
8 Resumo do procedimento para avaliação e
2.1 Termos metrológicos gerais............................... 2 expressão da incerteza ................................................ 28
2.2 O termo “incerteza” ........................................... 2
2.3 Termos específicos para este Guia .................... 3 Anexos

3 Conceitos básicos ......................................................... 4 A Recomendações do grupo de


trabalho e da CIPM ..................................................... 29
3.1 Medição.............................................................. 4
A.l Recomendação INC (1980) ............................. 29
3.2 Erros. efeitos e correções ................................... 5
A.2 Recomendação 1 (CI-1981)............................. 30
3.3 Incerteza ............................................................. 5
A.3 Recomendação 1 (CI-1986)............................. 30
3.4 Considerações práticas....................................... 7
B Termos metrológicos gerais ....................................... 31
4 Avaliando a incerteza padrão........................................ 9
B.1 Fonte das definições ........................................ 31
4.1 Modelando a medição ........................................ 9
B.2 Definições ........................................................ 31
4.2 Avaliação da incerteza padrão do Tipo A .......10
4.3 Avaliação da incerteza padrão do Tipo B .......11 C Termos e conceitos estatísticos básicos ...................... 36
4.4 Ilustração gráfica da avaliação da incerteza C.l Fonte das definições ........................................ 36
padrão ............................................................... 14
C.2 Definições ........................................................ 36

5 Determinando a incerteza padrão combinada ............. 19 C.3 Elaboração de termos e conceitos.................... 39

5*1 Grandezas de entrada não ...I9 D Valor “verdadeiro”. erro e incerteza ........................... 42
5.2 Grandezas de entrada correlacionadas............. 21
D.l O mensurando .................................................. 42

6 Determinando a incerteza expandida.......................... 23 D.2 A grandeza realizada........................................ 42

6.1 Introdução ........................................................ 23 D.3 O valor “verdadeiro” e o valor corrigido ........42

6.2 Incerteza expandida ......................................... 23 D.4 Erro................................................................... 43


D.5 Incerteza ........................................................... 43

vii
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Sumário Expressão da Incerteza de Medição

D.6 Representação gráfica ...................................... 44 6 . 3 A distribuição-t e os graus de liberdade ..........63


G.4 Graus de liberdade efetivos ............................. 64
E Motivação e base para a Recomendação
G.5 Outras considerações ....................................... 65
INC-1 (1980) .............................................................. 47
6 . 6 Resumo e conclusões ........................... 1........... 66
E.1 “Seguro”. “aleatório” e “sistemático” .............47
E.2 Justificativa para avaliações realistas H Exemplos .................................................................... 69
da incerteza ...................................................... 47
H.l Calibração de bloco padrão ............................. 69
E.3 Justificativa para tratar todos os componentes
H.2 Medição simultânea de resistência e reatância74
da incerteza identicamente............................... 48
Desvios padrão como medidas de incertezas ..50
H.3 Calibração de um termômetro ......................... 78
E.4
H.4 Medição de atividade ....................................... 81
E.5 Uma comparação de duas abordagens
da incerteza ...................................................... 51 H.5 Análise de variância ......................................... 85
H.6 Medições numa escala de referência: dureza ..90
F Guia prático para avaliação de
componentes de incerteza........................................... 53 J Glossário dos principais símbolos .............................. 94
F.l Componentes avaliados a partir de observações
repetidas: avaliação do Tipo A da K Bibliografia ................................................................ 97
incerteza padrão ............................................... 53
Índice alfabético bilíngüe
F.2 Componentes avaliados por outros meios:
Inglês . Português ........................................................... 99
avaliação do Tipo B da incerteza padrão .........55
Índice alfabético bilíngüe
G Graus de liberdade e níveis da confiança .................... 61
Português . Inglês ........................................................ ,110
G.l Introdução ........................................................ 61
6 . 2 Teorema do Limite Central ............................. 62

...
v111
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Exoressão da Incerteza de Medição Prefácio

Prefácio
Em 1977, reconhecendo a falta de consenso internacional A responsabilidade foi conferida a ISO Technical Advi-
sobre a expressão da incerteza e m medição, a maior auto- sory Group on Metrology (TAG 4), uma vez que uma de
ridade mundial em metrologia, o Comité International des suas atribuições é coordenar o desenvolvimento de diretri-
Poids e Mesures (CIPM), solicitou ao Bureau International zes nos tópicos de medição que são de interesse comum 2
des Poids et Mesures (BIPM) que tratasse o problema em ISO e às seis organizações que participam com a ISO no
conjunto com os laboratórios nacionais de metrologia e trabalho do TAG 4: International Electrotechnical
que fizesse uma recomendação. Commission (IEC), a parceira da ISO na normalização
mundial; o CIPM e a International Organization of Legal
O BIPM preparou um questionário detalhado, abrangendo Metrology (OIML), as duas organizações mundiais de me-
os assuntos envolvidos, distribuindo-o a 32 laboratórios trologia; a International Union of Pure and Applied Che-
nacionais de metrologia que, sabidamente, tinham interes- mistry (IUPAC) e a International Union of Pure and
se no assunto (e, para informação, para cinco organizações Applied Physics (IUPAP), as duas uniões internacionais
internacionais). Até o início de 1979, foram recebidas res- que representam a química e a física; a International Fede-
postas de 21 laboratórios [ I ] I . Quase todos acreditavam ration of Clinical Chemistry (IFCC).
que era importante chegar a um procedimento internacio-
nalmente aceito para expressar a incerteza de medição e O TAG 4, por sua vez, estabeleceu o Grupo de Trabalho 3
para combinar os componentes individuais da incerteza (ISOíTAG 4/WG 3), composto de especialistas designados
em uma única incerteza total. Entretanto, não se evidenci- pelo BIPM, IEC, ISO e OIML, referendados pelo Presi-
ou um consenso quanto ao método a ser usado. O BIPM, dente do TAG 4. Foram estabelecidos os seguintes termos
então, convocou uma reunião com o propósito de chegar a de referência:
um procedimento uniforme e de aceitação geral para a es-
pecificação da incerteza; ela foi assistida por especialistas Desenvolver um documento-guia baseado na recomen-
de 1 I laboratórios nacionais de metrologia. Este Grupo de dação do Grupo de Trabalho do BIPM sobre a Declara-
Trabalho sobre a Declaração de Incertezas desenvolveu a ção de Incertezas que forneça regras sobre a expressão
Recomendação INC- 1 ( I980), Expressão de Incertezas da incerteza de medição para utilização em normaliza-
Experimentais [ 2 ] .O CIPM aprovou a recomendação em ção, calibração, credenciamento de laboratórios e ser-
1981 [3]e a ratificou em 1986 [41. viços de metrologia.

O CIPM transferiu a tarefa de desenvolver um guia deta- O propósito desta orientação é:


lhado, baseado na Recomendação do Grupo de Trabalho promover informação integral sobre a maneira
(o qual é uma breve descrição, ao invés de uma prescrição pela qual a declaração da incerteza foi alcançada;
detalhada), para a International Organization for Standar- fornecer uma base para a comparação interna-
dization (ISO),já que ela poderia melhor refletir as neces- cional de resultados de medição.
sidades oriundas dos amplos interesses da indústria e do
comércio.

I Ver hihliogrnlia n o ancxo K


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Expressão da Incerteza de Medicão O Introducão

O Introdução
0.1 Quando se relata o resultado de medição de uma 0.4 O método ideal para avaliar e expressar a incerteza
grandeza física, é obrigatório que seja dada alguma indica- do resultado de uma medição deve ser:
ção quantitativa da qualidade do resultado, de forma tal
que aqueles que o utilizam possam avaliar sua confiabili- universal: o método deve ser aplicável a todas as
dade. Sem essa indicação, resultados de medição não po- espécies de medição e a todos os tipos de dados de
dem ser comparados, seja entre eles mesmos ou com valo- entrada usados nas medições.
res de referência fornecidos numa especificação ou numa
norma. É, portanto, necessário que haja um procedimento A grandeza real usada para expressar a incerteza deve ser:
prontamente implementado, facilmente compreendido e de
internamente consistente: deve ser diretamente de-
aceitação geral para caracterizar a qualidade de um resul-
rivável dos componentes que para ela contribuem,
tado de uma medição, isto é, para avaliar e expressar sua
assim como ser independente de como estes com-
incerteza.
ponentes estejam agrupados, ou da decomposição
0.2 O conceito de incerteza como um atributo quantifi- de componentes em subcomponentes.
cável é relativamente novo na história da medição, embora transferi'vel: deve ser possível usar diretamente a
erro e análise de erro tenham sido, há muito, uma parte da incerteza avaliada para um resultado como um
prática da ciência da medição ou metrologia. É agora am- componente na avaliação da incerteza de outra me-
plamente reconhecido que, quando todos os componentes dição na qual o primeiro resultado é utilizado.
de erro conhecidos ou suspeitos tenham sido avaliados e
Além disso, em muitas aplicações industriais e comerciais,
as correções adequadas tenham sido aplicadas, ainda per-
assim como nas áreas da saúde e segurança, é freqüente-
manece uma incerteza sobre quão correto é o resultado de-
mente necessário fornecer um intervalo em tomo do resul-
clarado, isto é, uma dúvida acerca de quão corretamente o
tado de medição com o qual se espera abranger uma gran-
resultado da medição representa o valor da grandeza que
de fração da distribuição de valores, que poderiam razoa-
está sendo medida.
velmente ser atribuídos A grandeza sujeita A medição. As-
0.3 Da mesma forma como o uso quase universal do sim, o método ideal para avaliar e expressar incerteza de
Sistema Internacional de Unidades (SI) trouxe coerência a medição deve ser capaz de fornecer prontamente tal inter-
todas as medições científicas e tecnológicas, um consenso valo, em particular, com uma probabilidade da abrangên-
mundial sobre a avaliação e expressão da incerteza de me- cia ou nível da confiança que corresponda, de uma forma
dição permitiria que o significado de um vasto espectro de realista, ao nível requerido.
resultados de medições na ciência, engenharia, comércio,
0.5 O enfoque sobre o qual está baseado este documen-
indústria e regulamentação, fosse prontamente compreen-
to de orientação é aquele esboçado na Recomendação
dido e apropriadamente interpretado. Nesta era de merca-
INC- 1 (1980) [2] do Grupo de Trabalho sobre a Declara-
do global, é imperativo que o método para avaliar e ex-
ção de Incertezas, que foi convocado pelo BIPM, sob soli-
pressar a incerteza seja uniforme em todo o mundo, de for-
citação do CIPM (ver o Prefácio). Essa abordagem, cuja
ma tal que as medições realizadas em diferentes países
justificativa é discutida no anexo E, satisfaz a todos os re-
possam ser facilmente comparadas.

xi
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O Introdução Expressão da Incerteza de Medição

quisitos anteriormente enumerados. Este não é o caso da Nem sempre há uma simples correspondência entre a
maioria dos outros métodos em uso corrente. A Recomen- classificação nas categorias A ou B e o caráter “aleató-
dação INC-1 (1980) foi aprovada e ratificada pelo CIPM rio” ou “sistemático” utilizado anteriormente para clas-
em suas próprias Recomendações 1 (CI-1981) [3] e 1 (CI- sificar as incertezas. A expressão “incerteza sistemáti-
1986) [4]; as traduções destas Recomendações da CIPM ca” é susceptível a induzir erros de interpretação e
estão reproduzidas no anexo A (ver A.2 e A.3, respectiva- deve ser evitada.
mente). Uma vez que a Recomendação INC-1 (1980) é o
fundamento sobre o qual este documento se baseia, a tradu- Toda descrição detalhada da incerteza deve consistir de
ção para a língua portuguesa está reproduzida em 0.7 e o uma lista completa de seus componentes e indicar para
texto em françês, o qual é oficial, está reproduzido em A. 1. cada uma o método utilizado para lhe atribuir um valor
numérico.
0.6 Um resumo sucinto do procedimento especificado
2. Os componentes classificados na categoria A são
neste documento, para a avaliação e expressão de incerte-
caracterizados pelas variâncias estimadas, s:, (ou os
zas de medição, é dado no capítulo 8, e alguns exemplos
“desvios padrão” estimados si)e o número de graus de
são apresentados em detalhes no anexo H. Outros anexos
liberdade, v i . Nas situações em que for apropriado, as
tratam de termos gerais em metrologia (anexo B); termos e
covariâncias devem ser fomecidas.
conceitos básicos de estatística (anexo C); valor “verda-
deiro”, erro e incerteza (anexo D); sugestões práticas para 3. Os componentes classificados na categoria B de-
avaliação dos componentes da incerteza (anexo F); graus vem ser caracterizados pelos termos u 2j , que podem ser
de liberdade e níveis da confiança (anexo G); os principais
considerados como aproximações das variâncias cor-
símbolos matemáticos utilizados no documento (anexo J);
respondentes, cuja existência é suposta. Os termos u;
e referências bibliográficas (anexo K). Um índice alfabéti-
co conclui o documento. podem ser tratados como variâncias e os termos u j ,
como desvios padrão. Nas situações em que for apro-
0.7 Recomendação INC-l(l980) priado, as covariâncias devem ser tratadas de modo si-
Expressão de Incertezas Experimentais milar.
4. A incerteza combinada deve ser caracterizada pelo
1. A incerteza de um resultado de uma medição geral-
valor obtido, aplicando-se o método usual para a com-
mente consiste de vários componentes que podem ser
binação de variâncias. A incerteza combinada e seus
agrupados em duas categorias, de acordo com o méto-
componentes devem ser expressos na forma de “des-
do utilizado para estimar seu valor numérico:
vios padrão”.
A. aqueles que são avaliados com o auxílio de mé- 5. Se, para algumas aplicações, for necessário multi-
todos estatísticos; plicar a incerteza combinada por um fator para se obter
uma incerteza global, o valor do fator multiplicador
B. aqueles que são avaliados por outros meios. deve ser sempre declarado.

xii
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Expressão da Incerteza de Medição 1 Finalidade

Guia para a
Expressão da Incerteza
de Medição

1 Finalidade
1.1 Este Guict estabelece regras gerais para avaliar e 1.3 Este Guia é também aplicável à avaliação e expres-
expressar a incerteza de medição que podem ser seguidas são da incerteza associada ao projeto conceitual e A análise
em vários níveis de exatidão e em muitos campos, desde o teórica de experimentos, métodos de medição, componen-
chão da fábrica até o da pesquisa fundamental. Os princí- tes e sistemas complexos. Uma vez que o resultado de
pios deste Guia, portanto, sí1o aplicáveis a um amplo es- uma medição e sua incerteza podem ser conceituais e ba-
pectro de medições, incluindo aquelas necessárias para: seados inteiramente em dados hipotéticos, o termo “resul-
tado de uma medição”, tal como é usado neste Guia, deve
manter o controle da qualidade e a garantia da qua- ser interpretado neste sentido mais amplo.
lidade na produção;
respeitar e fazer cumprir leis e regulamentos; 1.4 Este Guia fornece regras gerais para avaliar e ex-
conduzir pesquisa básica, pesquisa aplicada e des- pressar a incerteza de medição ao invés de instruções deta-
envolvimento na ciência e na engenharia; lhadas de tecnologia específica. Além disso, ele não discu-
calibrar padrões e instrumentos e executar ensaios, te como a incerteza de um determinado resultado de uma
através de um sistema nacional de medição, de for- medição, uma vez avaliada, pode ser utilizada para dife-
ma a obter a rastreabilidade até os padrões nacio- rentes finalidades, como, por exemplo, tirar conclusões so-
nais; bre a compatibilidade daquele resultado com outros resul-
desenvolver, manter e comparar padrões físicos de tados similares, estabelecer limites de tolerância em um
referência nacional e internacional, incluindo mate- processo de fabricação, ou decidir se uma determinada li-
riais de referência. nha de ação poderá ser adotada com segurança. Pode, por-
tanto, tornar-se necessário desenvolver normas específi-
1.2 Este Guirt está primariamente relacionado com a cas, baseadas neste Guia, que tratem dos problemas pecu-
expressão da incerteza da medição de uma grandeza física liares aos campos específicos de medição ou às várias uti-
bem definida, o mensurando, que pode ser caracterizado lizações das expressões quantitativas da incerteza. Essas
por um valor essencialmente único. Se o fenômeno de in- normas podem ser versões simplificadas deste Guia mas
teresse pode ser representado somente como uma distribu- deveriam incluir os detalhes que são apropriados ao nível
ição de valores ou é dependente de um ou mais parâme- de exatidão e complexidade das medições e utilizações vi-
tros, tal como o tempo, então os mensurandos requeridos sadas.
para sua descrição são o conjunto de grandezas que des-
crevem aquela distribuição ou aquela dependência. NOTA - Pode havcr situações nas quais se acredita que o conceito
de inccrteu de mediFão não seja plenamente aplicável, tal como
quando a precisão de um método de ensaio é determinada (ver refe-
rência 151,por exemplo).

1
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2 Definicões Exmessão da Incerteza de Medicão

2 Definições
2.1 Termos metrológicos gerais exemplo, o desvio padrão, é necessário utilizar a palavra
“incerteza” nestas duas acepções diferentes.
As definições de vários termos metrológicos gerais e rele-
vantes para este Guia, tais como “grandeza mensurável”, 2.2.2 Neste Guia, a palavra “incerteza”, sem adjetivos,
“mensurando” e “erro de medição”, são dadas no anexo B. refere-se tanto ao conceito geral de incerteza como a qual-
Essas definições são extraídas do “Vocabulário Internaci- quer uma ou a todas as medidas quantitativas deste concei-
onal de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia” to. Quando uma medida específica é visada, são usados os
(abreviado para VIM)[6]. Adicionalmente, o anexo C dá adjetivos apropriados.
as definições de vários termos estatísticos básicos extraí-
dos, principalmente, da Norma Internacional ISO-3534- 1 2.2.3 A definição formal do termo “incerteza de medi-
[7]. Quando um desses termos metrológicos ou estatísticos
ção” desenvolvida para ser usada neste Guia e na edição
(ou um termo estreitamente relacionado) é usado no texto do VIM [6](VIM definição 3.9) é a seguinte:
pela primeira vez, começando no capítulo 3, ele é impres-
incerteza (de medição)
so em negrito e o número do item no qual é definido é
parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que
dado entre parênteses.
caracteriza a dispersão dos valores que podem ser ra-
Por causa da sua importância para este Guia, a definição zoavelmente atribuídos ao mensurando
do termo metrológico geral “incerteza de medição” é dada
NOTAS
tanto no anexo B, como em 2.2.3 . As definições dos mais
importantes termos específicos deste Guia são dadas de 1 O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou um
múltiplo dele), ou a metade de um intervalo correspondente a um ní-
2.3.1 a 2.3.6 . Em todos esses itens e nos anexos B e C, o
vel da confiança estabelecido.
uso de parênteses, em certas palavras de alguns termos, si-
gnifica que as mesmas podem ser omitidas, se tal omissão 2 A incerteza de medição compreende, em geral, muitos compo-
não causar equívoco. nentes. Alguns destes componentes podem ser estimados com base
na distribuição estatística dos resultados de séries de medições e po-
dem ser caracterizados por desvios padrão experimentais. Os outros
2.2 O termo “incerteza” componentes, que também podem ser caracterizados por desvios pa-
drão, são avaliados por meio de distribuições de probabilidade su-
postas, baseadas na experiência ou em outras informações.
O conceito de incerteza é discutido mais amplamente no
capítulo 3 e no anexo D. 3 Entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do
valor do mensurando, e que todos os componentes da incerteza, in-
2.2.1 A palavra “incerteza” significa dúvida, e assim, no cluindo aqueles resultantes dos efeitos sistemáticos, como os com-
ponentes associados com correções e padrões de referência, contri-
sentido mais amplo, “incerteza de medição” significa dú- buem para a dispersão.
vida acerca da validade do resultado de uma medição. Por
causa da falta de palavras diferentes para este conceito ge- 2.2.4 A definição de incerteza de medição dada em 2.2.3
ral de incerteza e para as grandezas específicas que pro- é uma definição operacional e focaliza o resultado da me-
porcionam medidas quantitativas do conceito, como, por dição e sua incerteza avaliada. Entretanto, ela não é incon-

2
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Expressão da Incerteza de Medição 2 Definições

sistente com outros conceitos de incerteza de medição, tais 2.3.3 avaliação do Tipo B (da incerteza)
como: método de avaliação da incerteza por outros meios que
não a análise estatística de séries de observações
uma medida do possível erro no valor estimado do
mensurando, tal como proporcionado pelo resulta- 2.3.4 incerteza padrão combinada
do de uma medição; incerteza padrão do resultado de uma medição, quando
uma estimativa caracterizando a faixa de valores na este resultado é obtido por meio dos valores de várias ou-
qual o valor verdadeiro de um mensurando se en- tras grandezas, sendo igual & raiz quadrada positiva de
contra (VIM, 1”edição, 1984, definição 3.09). uma soma de termos, que constituem as variâncias ou co-
variâncias destas outras grandezas, ponderadas de acordo
Embora estes dois conceitos tradicionais sejam válidos com quanto o resultado da medição varia com mudanças
como ideais, eles focalizam grandezas desconhecidas: o nestas grandezas
“erro” do resultado de uma medição e o “valor verdadei-
ro” do mensurando (em contraste com seu valor estima- 2.3.5 incerteza expandida
do), respectivamente. Não obstante, qualquer que seja o grandeza que define um intervalo em torno do resultado de
conceito de incerteza adotado, um componente de incerte- uma medição com o qual se espera abranger uma grande
za é sempre avaliado utilizando-se os mesmos dados e in- fração da distribuição dos valores que possam ser razoa-
formações relacionados (ver também E.5). velmente atribuídos ao mensurando

NOTAS
2.3 Termos específicos para este Guia
1 A fração pode ser vista como a probabilidade de abrangência ou
Em geral, os termos que são específicos a este Guia são nível da confiança do intervalo.

definidos no texto quando introduzidos pela primeira vez. 2 Para associar um nível da confiança específico ao intervalo de-
Entretanto, as definições dos termos mais importantes são finido pela incerteza expandida, são necessárias suposições explíci-
aqui fornecidas para fácil referência. tas ou implícitas com respeito i% distribuição de probabilidade carac-
terizada pelo resultado da medição e sua incerteza padrão combina-
NOTAS - Maiores discussões relacionadas a estes termos podem ser da. O nível da confiança que pode ser atribuído a este intervalo será
encontradas como seguem: para 2.3.2 ver 3.3.3 e 4.2; para 2.3.3 ver somente conhecido na medida em que tais suposições possam ser
3.3.3 e 4.3; para 2.3.4 ver capítulo 5 e equações (10) e (13); e para justificadas.
2.3.5 e 2.3.6 ver capítulo 6.
3 Incerteza expandida é denominada incerteza global no parágra-
fo 5 da Recomendação INC-1 (1980).
23.1 incerteza padrão
incerteza do resultado de uma medição expressa como um 2.3.6 fator de abrangência
desvio padrão fator numérico utilizado como um multiplicador da incer-
teza padrão combinada de modo a obter uma incerteza ex-
2.3.2 avaliação do Tipo A (da incerteza) pandida
método de avaliação da incerteza pela análise estatística
de séries de observações NOTA - um fator de abrangência, k, está tipicamente na faixa de 2 a 3.

3
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3 Conceitos básicos Expressão da Incerteza de Medição

3 Conceitos básicos
Discussões adicionais dos conceitos básicos podem ser en- pecificação deverá incluir a temperatura e a pressão nas quais o
contradas no anexo D, que focaliza as idéias de valor “ver- comprimento é definido. Assim, o mensurando deve ser especifica-
do como, por exemplo, o comprimento da barra a 25,OO “C e
dadeiro”, erro e incerteza e inclui ilustrações gráficas des-
101 325 Pa (e mais quaisquer outros parâmetros definidos julgados
tes conceitos, e no anexo E, que explora a motivação e a necessários, tal como a maneira pela qual a barra será apoiada). En-
base estatística da Recomendação INC-1 (1980) sobre a tretanto, se o comprimento tiver de ser determinado apenas com
qual se fundamenta este Guia. O anexo J é um glossário exatidão milimétrica, sua especificação não requererá uma definição
de temperatura ou pressão ou de um valor para qualquer outro parâ-
dos principais símbolos matemáticos usados neste Guia.
metro de definição.

Nota - A definição incompleta do mensurando pode ser a causa de


3.1 Medição
um componente de incerteza suficientemente grande que deva ser
incluído na avaliação da incerteza do resultado da medição (ver
3.1.1 O objetivo de uma medição (B.2.5) é determinar o D.l.l, D.3.4 e D.6.2).
valor (B.2.2) do mensurando (B.2.9), isto é, o valor da
grandeza específica (B.2.1, nota 1) a ser medida. Uma 3.1.4 Em muitos casos, o resultado de uma medição é de-
medição começa, portanto, com uma especificação apro- terminado com base em séries de observações obtidas sob
priada do mensurando, do método de medição (B.2.7) e condições de repetitividade (B.2.15, nota 1).
do procedimento de medição (B.2.8).
3.1.5 Supõe-se que as variações em observações repeti-
NOTA - O termo “valor verdadeiro” (ver anexo D) não é usado nes- das surjam porque as grandezas de influência (B.2.10)
te Guia pelas razões dadas em D.3.5. Os termos “valor de um men- que possam afetar o resultado de medição não são manti-
surando”(ou de uma grandeza) e “valor verdadeiro de um mensuran-
das completamente constantes.
do” (ou de uma grandeza) são tidos como equivalentes.

3.1.2 Em geral, o resultado de uma medição (B.2.11) é 3.1.6 O modelo matemático da medição que transforma o
conjunto de observações repetidas no resultado de medi-
somente uma aproximação ou estimativa (C.2.26) do va-
ção, é de importância crítica porque, em adição às obser-
lor do mensurando e, assim, só é completa quando acom-
vações, ele geralmente inclui várias grandezas de influên-
panhada pela declaração da incerteza (ver B.2.18) dessa
cia que não são extamente conhecidas. Essa falta de co-
estimativa.
nhecimento contribui para a incerteza do resultado da me-
3.1.3 Na prática, o grau de especificação ou definição ne- dição, assim como contribuem as variações das observa-
cessário para o mensurando é ditado pela exatidão de me- ções repetidas e qualquer incerteza associada com o pró-
dição requerida (B.2.14). O mensurando deve ser defini- prio modelo matemático.
do com completeza suficiente relativa à exatidão requeri-
da, de modo que, para todos os fins práticos associados
3.1.7 Este Guia trata o mensurando como um escalar
(uma grandeza Única). A extensão a um conjunto de men-
com a medição, seu valor seja único. É nesse sentido que a
expressão “valor do mensurando” é usada neste Guia. surandos relacionados, determinados simultaneamente na
mesma medição, requer a substituição do mensurando es-
EXEMPLO - Se o comprimento de uma barra de aço de um metro calar e de sua variância (C.2.11, C.2.20, C.3.2) por um
(nominal) deve ser determinado com exatidão micrométrica, sua es- mensurando vetorial e por uma matriz de covariância

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Expressão da Incerteza de Medição 3 Conceitosbásicos

(C.3.5). Tal substituição é considerada, neste Guia, apenas efeito de tendência. É uma medida da incerteza do resultado devido
ao conhecimento incompleto do valor requerido da correção. O erro
nos exemplos (ver H.2, H.3 e H.4).
originado da compensação imperfeita de um efeito sistemático não
pode ser exatamente conhecido. Os termos “erro” e “incerteza” de-
3.2 Erros, efeitos e correções vem ser usados apropriadamente e deve-se tomar cuidado em distin-
guir um do outro.

3.2.1 Em geral, uma medição tem imperfeições que dão 3.2.4 Supõe-se que o resultado de uma medição tenha
origem a um erro (B.2.19) no resultado da medição. Tra- sido corrigido para todos os efeitos sistemáticos reconhe-
dicionalmente, um erro é visto como tendo dois compo- cidos como significativos e que todo esforço tenha sido
nentes, a saber, um componente aleatório (B.2.21) e um feito para identificar tais efeitos.
componente sistemático (B.2.22).
EXEMPLO - Uma correção devido A impedância finita de um voltí-
NOTA - Erro é um conceito idealizado e os erros não podem ser co- metro usado para determinar a diferença de potencial (o mensuran-
nhecidos exatamente. do), através de um resistor de alta impedância, é aplicada para redu-
zir o efeito sistemático no resultado da medição proveniente do efei-
3.2.2 O erro aleatório presumivelmente se origina de va- to de carga do voltímetro. Entretanto, os valores das impedâncias do
riações temporais ou espaciais, estocásticas ou imprevisí- voltímetro e do resistor, que são usados para estimar o valor da cor-
reção e são obtidos a partir de outras medidas, são, eles mesmos, in-
veis, de grandezas de influência. Os efeitos de tais varia- certos. Essas incertezas são usadas para avaliar a componente de in-
ções, daqui para a frente denominados efeitos aleatórios, certeza da determinação de diferença de potencial originada da cor-
são a causa de variações em observações repetidas do reção e, assim, do efeito sistemático devido a impedãncia finita do
mensurando. Embora não seja possível compensar o erro voltímetro.

aleatório de um resultado de medição, ele pode geralmente NOTAS


ser reduzido aumentando-se o número de observações; sua
esperança ou valor esperado (C.2.9, C.3.1) é zero. 1 Frequentemente, os instrumentos e sistemas de medição são
ajustados ou calibrados, utilizando-se padrões de medição e materi-
ais de referência para eliminar os efeitos sistemáticos; entretanto, as
NOTAS
incertezas associadas a esses padrões e materiais ainda devem ser
1 O desvio padrão experimental da média aritmética ou média de levadas em conta.
uma série de Observações (ver 4.2.3) nüo é o erro aleatório da média
2 O caso em que uma correção para um efeito sistemático signifi-
embora ele assim seja designado em algumas publicações. Ele é, em
cativo conhecido não é aplicada é discutido na nota do item 6.3.1 e
vez disso, uma medida da incerteza da média devida a efeitos
em F.2.4.5.
aleatórios. O valor exato do erro na média, que se origina destes
efeitos, não pode ser conhecido.
3.3 Incerteza
2 Neste Guia toma-se muito cuidado em distinguir entre os ter-
mos ‘‘erro’’ e “incerteza”. Eles não são sinônimos, ao contrário rep-
resentam conceitos completamente diferentes; eles não deveriam ser 3.3.1 A incerteza do resultado de uma medição reflete a
confundidos um com o outro, nem ser mal empregados. falta de conhecimento exato do valor do mensurando (ver
2.2). O resultado de uma medição, após correção dos efei-
3.2.3 O erro sistemático, como o erro aleatório, não pode tos sistemáticos reconhecidos, é ainda, tão somente uma
ser eliminado porém ele também, frequentemente, pode estimativa do valor do mensurando por causa da incerte-
ser reduzido. Se um erro sistemático se origina de um efei- za proveniente dos efeitos aleatórios e da correção im-
to reconhecido de uma grandeza de influência em um re- perfeita do resultado para efeitos sistemáticos.
sultado de medição, daqui para diante denominado como
efeito sistemático, o efeito pode ser quantificado e, se for NOTA - O resultado de uma medição (após correção) pode, sem que
significativo com relação ? exatidão
i requerida da medição, se perceba, estar muito próximo do valor do mensurando (e, assim,
ter um erro desprezível), muito embora possa ter uma incerteza
uma correção (B.2.23) ou fator de correção (B.2.24)
grande. Portanto, a incerteza do resultado de uma medição não deve
pode ser aplicado para compensar o efeito. Supõe-se que, ser confundida com o erro desconhecido remanescente.
após esta correção, a esperança ou valor esperado do erro
provocado por um efeito sistemático seja zero. 3.3.2 Na prática, existem muitas fontes possíveis de in-
certeza em uma medição, incluindo:
NOTA - A incerteza de uma correção aplicada a um resultado de
medição, para compensar um efeito sistemático, náo é o erro siste-
a) definição incompleta do mensurando;
mático no resultado de medição. Este efeito sistemático é freqüente-
mente denominado tendência, e também, algumas vezes chamado b) realização imperfeita da definição do mensurando;

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3 Conceitos básicos Expressão da Incerteza de Medição

c) amostragem não-representativa - a amostra medida Ao mesmo tempo, isto não impede designar componentes indivi-
duais que tenham sido avaliados pelos dois diferentes métodos
pode não representar o mensurando definido;
em grupos distintos, a serem usados para uma finalidade em par-
d) conhecimento inadequado dos efeitos das condi- ticular (ver 3.4.3).

ções ambientais sobre a medição ou medição imperfei-


3.3.4 O propósito da classificação Tipo A e Tipo B é de
ta das condições ambientais;
indicar as duas maneiras diferentes de avaliar os compo-
e) erro de tendência pessoal na leitura de instrumentos nentes da incerteza e serve apenas para discussão; a classi-
analógicos; ficação não se propõe a indicar que haja qualquer diferen-
f ) resolução finita do instrumento ou limiar de mobili- ça na natureza dos componentes resultando dos dois tipos
dade; de avaliação. Ambos os tipos de avaliação são baseados
em distribuições de probabilidade (C.2.3) e os compo-
g) valores inexatos dos padrões de medição e materi- nentes de incerteza resultantes de cada tipo são quantifica-
ais de referência; dos por variâncias ou desvios padrão.
h) valores inexatos de constantes e de outros parâme-
tros obtidos de fontes externas e usados no algoritmo 3.3.5 A variância estimada u 2 , caracterizando um com-
de redução de dados; ponente de incerteza obtido de uma avaliação do Tipo A, é
calculada a partir de uma série de observações repetidas, e
i) aproximações e suposições incorporadas ao método é a conhecida variância s2 estatisticamente estimada (ver
e procedimento de medição; 4.2). O desvio padrão estimado (C.2.12, C.2.21, C.3.3) u,
j) variações nas observações repetidas do mensurando a raiz quadrada positiva de u 2 , é portanto u = s e, por con-
sob condições aparentemente idênticas. veniência, é por vezes denominada incerteza padrão do
Tipo A . Para um componente de incerteza obtido por uma
Essas fontes não são necessariamente independentes e al- avaliação do Tipo B, a variância estimada u 2 é avaliada,
gumas das fontes de a) a i) podem contribuir para a fonte usando-se o conhecimento disponível (ver 4.3), e o desvio
j). Naturalmente, um efeito sistemático não reconhecido padrão estimado u é, por vezes, denominado incerteza p a -
não pode ser levado em consideração na avaliação da in- drão do Tipo B.
certeza do resultado de uma medição, porém contribui
para seu erro. Assim, uma incerteza padrão do Tipo A é obtida a partir
de uma função densidade de probabilidade (C.2.5) deri-
3.3.3 A Recomendação LNC-1 (1980) do Grupo de Tra- vada da observação de uma distribuição de frequência
balho sobre a Declaração de Incertezas agrupa os compo- (C.2.18), enquanto que uma incerteza padrão Tipo B é ob-
nentes da incerteza em duas categorias baseadas no seu tida de uma suposta função densidade de probabilidade, ba-
método de avaliação, “A” e “B” (ver 0.7, 2.3.2 e 2.3.3). seada no grau de credibilidade de que um evento vá ocor-
Estas categorias se aplicam 2 incerteza e não são substitu- rer [frequentemente chamada probabilidade subjetiva
tas para os termos “aleatório” e “sistemático”. A incerteza (C.2.1)]. Ambos os enfoques empregam interpretações reco-
de uma correção de um efeito sistemático conhecido pode, nhecidas de probabilidade.
em alguns casos, ser obtida por uma avaliação do Tipo A,
enquanto que, em outros casos, por uma avaliação do Tipo NOTA - Uma avaliação Tipo B de um componente de incerteza é
usualmente baseada em um conjunto de informações comparativa-
B, podendo-se obter do mesmo modo a incerteza que ca-
mente confiáveis (ver 4.3.1).
racteriza um efeito aleatório.
3.3.6 A incerteza padrão do resultado de uma medição,
NOTA - Em algumas publicações, os componentes da incerteza
são categorizados como “aleatório” e “sistemático” e são associa- quando este resultado é obtido de valores de um número de
dos com erros provenientes de efeitos aleatórios e de efeitos sis- outras grandezas, é denominada incerteza padrão combinada
temáticos conhecidos, respectivamente. Tal categorização de e designada por u,. Ela é o desvio padrão estimado, associa-
componentes de incerteza pode se tornar ambígua quando aplica-
do com o resultado, e é igual 2 raiz quadrada positiva da va-
da genericamente. Por exemplo, um componente “aleatório” de
incerteza em uma medição pode se tornar um componente “siste- riância combinada, obtida a partir de todos os componentes
mático” da incerteza em outra medição na qual o resultado da pri- da variância e covariância (C.3.4), independente de como
meira medição é usado como dado de entrada. Categorizando os tenham sido avaliados, usando o que é denominado, neste
métodos de avaliação dos componentes da incerteza, em vez de
Guia, de lei de propagação de incerteza (ver a capítulo 5).
fazê-lo com os próprios componentes, evita-se tal ambiguidade.

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Exoressão da Incerteza de Medição 3 Conceitosbásicos

3.3.7 Para satisfazer as necessidades de algumas aplica- 3.4.3 De forma a decidir se um sistema de medição está
ções industriais e comerciais, assim como a requisitos nas funcionando adequadamente, a variabilidade observada
áreas da saúde e segurança, uma incerteza expandida U é experimentalmente de seus valores de saída, conforme me-
obtida, multiplicando-se a incerteza padrão combinada u, dida pelo seu desvio padrão observado, é frequentemente
por um fator de abrangência k. A finalidade pretendida comparada com o desvio padrão previsto, obtido pela
para U é fornecer um intervalo em torno do resultado de combinação dos vários componentes da incerteza que ca-
uma medição, com o qual se espera abranger uma grande racterizam a medição. Em tais casos, somente aqueles
fiação da distribuição de valores que poderiam razoavel- componentes (obtidos de avaliações Tipo A ou Tipo B)
mente ser atribuídos ao mensurando. A escolha do fator k, que poderiam contribuir para a variabilidade experimen-
o qual está geralmente na faixa de 2 a 3, é baseada na pro- talmente observada destes valores de saída devem ser con-
babilidade de abrangência ou nível da confiança requerido siderados.
do intervalo (ver capítulo 6).
NOTA - Tal análise pode ser facilitada, reunindo-se aqueles compo-
NOTA - O fator de abrangência k deve sempre ser declarado de for- nentes que contribuem para a variabilidade e aqueles que não o fa-
ma que a incerteza padrão da grandeza medida possa ser recuperada zem em dois grupos separados e adequadamente rotulados.
para uso no cálculo da incerteza padrão combinada de outros resul-
tados de medição que possam depender dessa grandeza. 3.4.4 Em alguns casos, a incerteza de uma correção para
um efeito sistemático não precisa ser incluída na avaliação
3.4 Considerações práticas da incerteza de um resultado de medição. Embora a incer-
teza tenha sido avaliada, ela pode ser ignorada se sua con-
3.4.1 Se todas as grandezas das quais o resultado de uma tribuição para a incerteza padrão combinada do resultado
medição depende forem variadas, sua incerteza poderá ser de medição é insignificante. Se o valor da própria correção
calculada por meios estatísticos. Entretanto, uma vez que for insignificante relativamente h incerteza padrão combi-
isso, na prática, raramente é possível, devido a tempo e re- nada, ele também pode ser ignorado.
cursos limitados, a incerteza de um resultado de medição
é, geralmente, avaliada utilizando-se um modelo matemá- 3.4.5 Muitas vezes ocorre na prática, especialmente no
tico da medição e a lei de propagação da incerteza. Assim, dom’nio da metrologia legal, que um equipamento é en-
neste Guia, está implícita a suposição de que uma medição saiado através de uma comparação com um padrão de me-
pode ser modelada matematicamente até o grau imposto dição e as incertezas associadas com o padrão e com o
pela exatidão requerida na medição. procedimento de comparação são desprezíveis relativa-
mente i exatidão requerida do ensaio. Um exemplo é o
3.4.2 Uma vez que o modelo matemático pode ser in- uso de um conjunto de padrões de massa bem calibrados
completo, todas as grandezas relevantes devem ser varia- para verificar a exatidão de uma balança comercial. Em
das até a maior extensão prática possível, de modo que a tais casos, porque os componentes da incerteza são peque-
avaliação da incerteza possa ser baseada, tanto quanto pos- nos o bastante para serem ignorados, a medição pode ser
sível, nos dados observados. Sempre que factível, o uso de vista como determinação do erro do equipamento sob en-
modelos empíricos da medição, fundamentados em dados saio (ver também F.2.4.2).
quantitativos, colecionados ao longo do tempo, e o uso de
padrões de verificação e gráficos de controle que possam 3.4.6 A estimativa do valor de um mensurando, forneci-
indicar se uma medição está sob controle estatístico, de- do pelo resultado de uma medição, é algumas vezes ex-
vem ser parte do esforço de obtenção de avaliações confiá- pressa em termos de valor adotado de um padrão de medi-
veis de incerteza. O modelo matemático deverá sempre ser ção, em vez de em termos da unidade apropriada do Siste-
revisado quando os dados observados, incluindo o resulta- ma Internacional de Unidades (SI). Em tais casos, a mag-
do de determinações independentes do mesmo mensuran- nitude da incerteza atribuível ao resultado de medição
do, demonstrarem que o modelo está incompleto. Um ex- pode ser significativamente menor do que quando aquele
perimento bem projetado pode, muito, facilitar avaliações resultado for expresso na unidade SI apropriada (na reali-
confiáveis da incerteza e é uma parte importante da arte de dade, o mensurando foi redefinido para ser a razão entre o
medição. valor da grandeza a ser medida e o valor adotado do pa-
drão).

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3 Conceitos básicos Expressão da Incerteza de Medição

EXEMPLO - Um padrão de tensão Zener de alta qualidade é cali- 3.4.8 Embora este Guia proporcione uma metodologia
brado por comparação com uma referência de tensão de efeito Jo-
para avaliar incertezas, ele não pode substituir o raciocínio
sephson baseado no valor convencional da constante Josephson re-
comendada para uso internacional pelo CIPM. A incerteza padrão
crítico, a honestidade intelectual e a habilidade profissio-
combinada relativa u,(Vs)/Vs (ver 5.1.6) da diferença de potencial nal. A avaliação de incerteza não é uma tarefa de rotina
calibrada VSdo padrão Zener é 2 x 10-8quando Vs é relatado em ter- nem uma tarefa puramente matemática; ela depende de co-
mos do valor convencional, mas u,(Vs)lVs é 4 x 10.’ quando Vs é
nhecimento detalhado da natureza do mensurando e da
relatado em termos da unidade SI da diferença de potencial, volt
(V), por causa da incerteza adicional associada com o valor SI da
medição. A qualidade e utilidade da incerteza indicada
constante Josephson. para o resultado de uma medição, dependem, portanto, e
em última análise, da compreensão, análise crítica e inte-
3.4.7 Erros grosseiros no registro ou na análise dos dados gridade daqueles que contribuem para o estabelecimento
podem introduzir um erro desconhecido significativo no de seu valor.
resultado de uma medição. Grandes erros grosseiros po-
dem ser, geralmente, identificados por uma revisão apro-
priada dos dados; os pequenos erros grosseiros podem ser
mascarados por, variações aleatórias, ou até mesmo po-
dem aparecer como tais. Medidas de incerteza não são
projetadas para levar em conta tais erros.

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fxmessão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incertezapadrão

4 Avaliando a incerteza padrão


No anexo F pode-se encontrar orientação adicional, princi- consideradas como mensurandos e depender de outras
palmente de natureza prática, sobre a avaliação dos com- grandezas, incluindo correções e fatores de correção
ponentes de incerteza. para efeitos sistemáticos, levando, por conseguinte, a
uma complicada relação funcional A que nunca poderá ser
4.1 Modelando a medição escrita de modo explícito. Além disso, f pode ser determi-
nada experimentalmente (ver 5.1.4) ou existir somente
4.1.1 Na maioria dos casos o mensurando não é medi- como um algoritmo que terá de ser resolvido numerica-
do diretamente, mas é determinado a partir de N outras mente- A função f, tal como aparece neste Guia, deve ser
grandezas X1,X2,...,XN através de uma relação funcional$ neste conceito mais em particular
como sendo a função que contém todas as grandezas, in-
y = f(xl>x2~...pxN) (i) cluindo todas as correções e fatores de correção que pos-
sam contribuir com um componente significativo da incer-
NOTAS teza para o resultado de medição.
1 Para economia de notação, neste Guia será usado o mesmo sím-
bolo para a grandeza física (O mensurando) e para a variável Assim, se dados indicam que f não modela a medição no
aleatória (ver 4.2.1) que representa o possível resultado de uma ob- grau imposto pela exatidão requerida do resultado de me-
servação dessa grandeza. Quando é declarado que X,tem uma deter- dição, devem-se incluir grandezas de
minada distribuição de probabilidade, o símbolo é usado neste ú1-
em f para eliminar esta inadequação (ver 3.4.2). Isto pode
timo sentido e supõe-se que a própria grandeza física possa ser
caracterizada por um valor essencialmente Único (ver 1.2 e 3.1.3). requerer a introdução de uma grandeza de entrada que re-
flita o conhecimento incompleto de um fenômeno que afe-
2 Em uma série de observações, o k-ésimo valor observado Xi é
ta o mensurando. No exemplo de 4.1.1, podem ser neces-
designado como Xi& assim, se R representa a resistência de um resis-
tor, o k-ésimo valor observado da resistência é representado como R k . sárias grandezas de entrada adicionais para responder por
uma distribuição de temperatura conhecida e não-unifor-
3 A estimativa de Xi (estritamente falando de sua esperança) é me ao longo do resistor, um coeficiente de temperatura da
designada por xi.
resistência possivelmente não-linear, ou uma possível de-
EXEMPLO - Se uma diferença de potencial V é aplicada aos temi- pendência da resistência quanto i pressão barométrica.
nais de um resistor dependente da temperatura que tem uma resis-
tência Ro, i3 uma temperatura definida to e um coeficiente de tempe- NOTA - No entanto, a equação (1) pode ser tão elementar quan-
ratura linear da resistência a,a potência P (o mensurando) dissipada to Y = XI - XZ.Esta expressão modela, por exemplo, a compa-
pelo resistor, i3 temperatura t, depende de V , Ro, a e t, de acordo ração de duas determinações da mesma grandeza X.
com:
4.1.3 O conjunto de grandezas de entrada X,, X2, ...,X N
pode ser categorizado como:
NOTA - Outros métodos de medição de P seriam modelados por
expressões matemáticas diferentes. grandezas cujos valores e incertezas podem ser di-
retamente determinadas na medição em curso. Es-
4.1.2 As grandezas de entrada X I , Xz, ..., XN, das quais a tes valores e incertezas podem ser obtidos, por
grandeza de saída Y depende, podem elas mesmas ser exemplo, de uma Única observação, de observações
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4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição

repetidas, ou de julgamento baseado na experiên- delos utilizados para representar o estágio de nosso conhe-
cia, e podem envolver a determinação de correções cimento.
a leituras de instrumentos e correções por conta de
grandezas de influência, tais como temperatura am- 4.2 Avaliagão da incerteza padrão do Tipo A
biente, pressão barométrica e umidade;
grandezas cujos valores e incertezas são incorpora- 4.2.1 Na maioria dos casos, a melhor estimativa disponí-
dos h medição a partir de fontes externas, tais como vel da esperança ou valor esperado de uma grandeza q
grandezas associadas com padrões de medição cali- que varia aleatoriamente [uma variável aleatória (C.2.2)]
brados, materiais de referência certificados e dados e para a qual n observações independentes q k foram obti-
de referência obtidos de manuais técnicos. das sob as mesmas condições de medição (ver B.2.15), é a
média aritmética ou média i j (C.2.19) das n observações:
4.1.4 Uma estimativa do mensurando Y , designada por y,
é obtida da equação (1) usando estimativas de entrada (3)
x,, x2,...,xN para os valores das N grandezas X I , Xz,, ..., XN.
Assim, a estimativa de saída y , que é o resultado da medi-
ção, é dada por: Assim, para uma grandeza de entrada Xi estimada a partir
de n observações repetidas independentes Xi,k, a média
aritmética de kiobtida pela equação (3) é usada como esti-
NOTA - Em alguns casos, a estimativa y pode ser obtida de: mativa de entrada xi na equação (2) para determinar o re-
sultado da medição y; isto é, xi =xi.
As estimativas de en-
trada não avaliadas por observações repetidas devem ser
obtidas por outros métodos, tais como os indicados na se-
gunda categoria de 4.1.3.
Isto é, y é tomado como sendo a média aritmética ou média (ver
4.2.1) de n determinações independentes Yk de Y, tendo cada deter-
minação a mesma incerteza e cada uma sendo baseada em um con- 4.2.2 As observações individuais q k diferem em valor por
junto completo de valores observados das N grandezas de entrada Xi causa de variações aleatórias nas grandezas de influência,
obtidos ao mesmo tempo. Esse modo de tirar a média, em vez de
_ _ - - ou dos efeitos aleatórios (ver 3.2.2). A variância experi-
y =f(Xi,Xz, ...XN ), onde Xi = (Li=,Xi,k)/n
é a média aritmética
mental das observações, que estima a variância o2 da dis-
das observações individuais Xi.k, pode ser preferível quandofé uma
tribuição de probabilidade de q, é dada por:
função não linear das grandezas de entrada X I . X ~....
. XN,.Entretanto,
os dois procedimentos são idênticos, se f é uma função linear de Xi
(ver H.2 e H.4). (4)

4.1.5 O desvio padrão estimado, associado com a estima-


tiva de saída ou resultado de medição y, chamado incerte- Esta estimativa da variância e sua raiz quadrada positiva
za padrão combinada e designada por u,(y), é determina- s(qk),denominada desvio padrão experimental (B. 2. 17),
do pelo desvio padrão estimado, associado com cada esti- caracteriza a variabilidade dos valores q k observados ou,
mativa de entrada xi, denominada incerteza padrão, e desi- mais especificamente, sua dispersão em tomo de sua mé-
gnada por u(ni)(ver 3.3.3 até 3.3.6). dia ij.

4.1.6 Cada estimativa de entrada xi e sua incerteza pa- 4.2.3 A melhor estimativa de &ij) = &n, a variância da
drão associada u(xJ são obtidas de uma distribuição de va- média, é dada por:
lores possíveis da grandeza de entrada X i . Essa distribui-
ção de probabilidade pode ser baseada na frequência, isto (5)
é, em uma série de observações Xi,kde X i , ou pode ser uma
distribuição a priori. Avaliações do Tipo A dos compo-
nentes da incerteza padrão são fundamentadas em distribu- A variância experimental da média s2(ij) e o desvio pa-
ições de frequência, enquanto que avaliações do Tipo B drão experimental da média s(ij) (B.2.17, nota 2), igual
são fundamentadas em distribuições a priori. Deve-se re- h raiz quadrada positiva de s2(ij), quantificam quão bem
conhecer que em ambos os casos as distribuições são mo-
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Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão

-q estima a esperança p q de q, e qualquer um dentre eles 4.2.7 Se as variações aleatórias nas observações de uma
pode ser usado como uma medida da incerteza de 4. grandeza de entrada são correlacionadas, por exemplo, na
grandeza tempo, a média e o desvio padrão experimental
Assim, para uma grandeza de entrada Xi determinada por n da média, tais como dados em 4.2.1 e 4.2.3, podem ser es-
observações repetidas e independentes Xj,k,a incerteza pa- timadores (C.2.25) não apropriados da estatística
drão u(xJ de sua estimativa xi = ki é u(xJ = @i), com s2(ki) (C.2.23) desejada. Em tais casos, as observações devem ser
calculada de acordo com a equação (5). Por conveniência, analisadas por métodos estatísticos especialmente criados
uz(xi) = s2&) e u(xi) = s(kJ são por vezes denominados para tratar uma série de medições correlacionadas que vari-
uma variância do Tipo A e uma incerteza padrão do Tipo am aleatoriamente.
A, respectivamente.
NOTA - Tais métodos especializados são usados para tratar medi-
NOTAS ções de padrões de frequência. Entretanto, é possível que, & medida
que se passa de medições de curto prazo para medições de longo
1 O número de observações n deve ser suficientemente grande prazo de outras grandezas metrológicas, a suposição de variações
para assegurar que 4 forneça uma estimativa confiável da esperança aleatórias não-correiacionadas pode não ser mais válida e métodos
p q da variável aleatória q e que ~'(4)forneça uma estimativa con- especializados poderiam também ser usados para tratar destas medi-
fiável da variância d(4)= d/n (ver nota de 4.3.2). A diferença en- ções. (Ver a referência [9], por exemplo, para uma discussão deta-
tre ~'(4)e d(9)deve ser considerada quando se estabelecem inter- lhada da variância de Allan.)
valos de confiança (ver 6.2.2). Nesse caso, se a distribuição de prob-
abilidade de q é uma distribuição normal (ver 4.3.4), a diferença 6 4.2.8 A discussão sobre a avaliação do Tipo A da incerte-
levada em consideração através da distribuição-t (ver G.3.2).
za padrão, de 4.2.1 a 4.2.7, não se destina a ser exaustiva;
2 Embora a variância ~'(4)seja a grandeza mais fundamental, o há muitas situações, algumas bem complexas, que podem
desvio padrão ~ ( 4 )é mais conveniente na prática porque tem as ser tratadas por métodos estatísticos. Um exemplo impor-
mesmas dimensões de q e um valor de mais fácil compreensão do
tante é o uso de arranjos de calibração, frequentemente ba-
que aquele da variância.
seados no método dos mínimos quadrados, para analisar as
4.2.4 Para uma medição bem caracterizada sob controle es- incertezas oriundas tanto de variações aleatórias de curto
tatístico, uma estimativa combinada ou agrupada da variân- prazo como de longo prazo nos resultados de comparações
cia si (ou um desvio padrão experimental agrupado sp) que de artefatos materiais de valor desconhecido, tais como
caracteriza a medição pode estar disponível. Nesse caso, blocos padrão e padrões de massa, com padrões de refe-
quando o valor do mensurando q é determinado a partir de n rência de valor conhecido. Em tais situações de medição
observações independentes, a variância experimental da mé- relativamente simples, os componentes da incerteza po-
dia aritmética 4 das observações é mais bem estimada por dem ser frequentemente avaliados pela análise estatística
spln do que por s2(?j)ln,e a incerteza padrão é u = s d J n de dados, obtidos a partir de arranjos consistindo de se-
(ver também a nota para H.3.6). quências aninhadas de medições do mensurando, para um
número de valores diferentes das grandezas das quais ela
4.2.5 Frequentemente uma estimativa xi de uma grandeza depende - uma assim chamada análise de variância (ver
de entrada Xié obtida de uma curva que foi ajustada a da- H.5).
dos experimentais pelo método dos mínimos quadrados.
NOTA - Em níveis mais baixos da cadeia de calibração, nas situa-
As variâncias estimadas e as incertezas padrão resultantes ções em que padrões de referência são frequentemente supostos
dos parâmetros ajustados que caracterizam a curva de como sendo exatamente conhecidos, porque foram calibrados por
quaisquer dos pontos previstos, podem ser usualmente cal- um laboratório primário ou nacional, a incerteza de um resultado de
culadas por procedimentos estatísticos bem conhecidos calibração pode ser uma Única incerteza padrão do Tipo A, calcula-
da a partir do desvio padrão experimental agrupado que caracteriza
(ver H.3e referência [SI). a medição.

4.2.6 Os graus de liberdade vi (C.2.31) -


de u(xi) (ver
G.3), iguais a n-1 no caso simples em que xi = Xi e u(xJ = s(ki)
4.3 Avaiiação da incerteza padrão do Tipo B
são calculados de n observações independentes, como em
4.2.1 e 4.2.3, sempre devem ser dados quando avaliações do 4.3.1 Para uma estimativa xi de uma grandeza de entrada
Tipo A dos componentes de incerteza forem documentadas. Xique não tenha sido obtida através de observações repeti-
das, a variância estimada associada u2(xj)ou a incerteza
padrão u(xJ é avaliada por julgamento científico, basean-
do-se em todas as informações disponíveis sobre a possí-

ii
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4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medicão

vel variabilidade de Xi.O conjunto de informações pode de a uma incerteza padrão relativa u(mJ / m, de 80 x 10-9 (ver
5.1.6). A variância estimada é u’(m,) = (8Opig)’ = 6,4 x 10-98’.
incluir:
NOTA - Em muitos casos pouca ou nenhuma informação é dada a res-
- dados de medições prévias; peito dos componentes individuais dos quais foi obtida a incerteza
- a experiência ou o conhecimento geral do compor- mencionada. Isto geralmente não tem importância para expressar incer-
teza de acordo com as práticas deste Guia, uma vez que todas as incer-
tamento e propriedades de materiais e instrumentos
tezas padrão são tratadas exatamente da mesma maneira como quando
relevantes; se calcula a incerteza padrão combinada de um resultado de medi-
- especificações do fabricante; ção (ver o capítulo 5).
- dados fornecidos em certificados de calibração e
outros certificados; 4.3.4 A incerteza citada de xi não é, necessariamente,
- incertezas atribuídas a dados de referência extraí- dada como um múltiplo de um desvio padrão, como em
dos de manuais. 4.3.3. Em vez disso, pode-se encontrar declarado que a in-
certeza citada define um intervalo tendo um nível da con-
Para maior conveniência, u2(xi)e u(xJ estimados dessa ma- fiança de 90, 95 ou 99 por cento (ver 6.2.2). A não ser
neira são, por vezes, referidos como, respectivamente, uma quando indicado de outro modo, pode-se supor que foi
variância do Tipo B e uma incerteza padrão do Tipo B. usada uma distribuição normal (C.2.14) para calcular a
incerteza citada e recuperar a incerteza padrão de xi,divi-
NOTA - Quando xi é obtido a partir de uma distribuição a priori, a dindo-se a incerteza citada pelo fator apropriado para a
variância associada é apropriadamente escrita como u2(Xi),mas,
distribuição normal. Os fatores correspondentes aos três
para simplicidade, u2(xj) e u(xj) são usados neste Guia.
níveis da confiança acima são 1,64; 1,96 e 2,58 (ver tam-
4.3.2 O uso adequado do conjunto de informações dispo- bém a tabela G. 1, no anexo G).
níveis para uma avaliação do Tipo B da incerteza padrão
NOTA - Não haveria necessidade de tal suposição, se a incerteza ti-
exige o discernimento baseado na experiência e no conhe- vesse sido dada de acordo com as recomendações deste Guia com
cimento geral, sendo esta uma habilidade que pode ser relação ao relato da incerteza, o que reforça que o fator de abrangên-
aprendida com a prática. Deve-se reconhecer que uma cia deve sempre ser fornecido (ver 7.2.3).
avaliação do Tipo B da incerteza padrão pode ser tão con-
EXEMPLO - Um certificado de calibração estabelece que a resis-
fiável quanto uma avaliação do Tipo A, especialmente tência de um resistor padrão R, de valor nominal de dez ohms é
numa situação de medição onde uma avaliação do Tipo A 10,000 742 R f 129 pR a 23°C e que “a incerteza citada de 129 piR
é baseada em um número comparativamente pequeno de define um intervalo tendo um nível da confiança de 99 por cento”.
observações estatisticamente independentes. A incerteza padrão do valor da resistência pode ser tomada como
u(R,) = (129 pin)/ 2,58 = 50 pin , o que corresponde a uma incerteza
padrão relativa u(R,)/R, de 5,O x 10-6(ver 5.1.6). A variância estima-
NOTA - Se a distribuição da probabilidade de q, na nota 1 de 4.2.3,
da é u2 (&) = (50 pR)’ = 2.5 x 10-9RZ.
é normal, então o[s(4)]/0(4), o desvio padrão de s(4) relativo a o(?),
é, aproximadamente, [2(n - 1)]-”’. Assim, tomando-se o[s(4)] como
a incerteza de s($, para n = 10 observações, a incerteza relativa em 4.3.5 Considere o caso onde, com base nas informações
s(4, é de 24 por cento, enquanto que, para n = 50 observações, ela é disponíveis, pode se estabelecer que “há uma chance de
de 10 por cento (valores adicionais são dados na Tabela E.l, no ane- cinquenta para cinquenta de que o valor da grandeza de
xo E).
entrada Xi resida no intervalo a - até a,” (em outras pala-
vras, a probabilidade de que Xi esteja neste intervalo é de
4.3.3 Se a estimativa xi for obtida de uma especificação
0,5 ou 50 por cento). Se pode ser suposto que a distribui-
do fabricante, do certificado de calibração, do manual
ção dos valores possíveis de Xié aproximadamente nor-
técnico ou de outra fonte, e sua incerteza citada for decla-
mal, então, a melhor estimativa xi de Xipode ser tomada
rada ser um determinado múltiplo de um desvio padrão, a
no ponto médio do intervalo. Adicionalmente, se a meia-
incerteza padrão u(xi) é simplesmente o valor menciona-
largura do intervalo é designada por a = ( a , - a-)/2,
do dividido pelo multiplicador, e a variância estimada
toma-se u(xJ = 1,48a, uma vez que, para uma distribuição
u2(xi)é o quadrado do quociente.
normal com esperança p e desvio padrão 0,o intervalo
EXEMPLO - Um certificado de calibração declara que a massa de um p f 0/1,48 abrange, aproximadamente, 50 por cento da
padrão de massa de aço inoxidável m,,com valor nominal de um qui- distribuição .
lograma, é 1 OOO,ooO 325 g e que a ‘‘incertezadesse valor é de 240 pg no
nível de três desvios padrão”. A incerteza padrão do padrão de massa EXEMPLO - Um operador de máquinas, ao determinar as dimensões de
é, então, simplesmente, u(m,) = (240 pg)/3 = 80 pg. Isso correspon- uma ma,estima que seu comprimento esteja com uma probabilidade de
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ExDressão da Incerteza de Medicão 4 Avaliando a incerteza Dadrão

05 w intmaio de i0,W mm a 10,15 nnq e relata que I = (lOJIi1 0,M) rn dade no intervalo de 16,12 x “C-’a 16,92 x 10-6“C-’ e que é
significando que I 0,04 mm define um intervalo, tendo um nível da muito pouco provável que azo (Cu) esteja fora dele. A variância
confiança de 50 por cento. Então, a = 0,M mm e, supondo-se uma distri- dessa distribuição retangular simétrica de valores possíveis de a20
buição normal para os possíveis valores de 1, a inceiteza padrão do com- (Cu) de meia-largura a = 0,40 x “C-’ é, então, a partir da
primento é u(l) = 1,48 x 0,04 mm = 0.06 mm e a variância estimada é equação (7), u 2 ( a 2 , )= (0,40 x 10-6“C-I) 13 = 53,3 x 10-15“C2, ea
d(l)= (1,48 xO,04 mm)’ = 3,5 x m3mm2. incerteza padrão é u ( a I 0 )= (0,40 x oC-’)/&= 0,23 x 10-6“C-’ .

4.3.6 Considere um caso similar ao do item 4.3.5 onde, 2 As especificações do fabricante para um voltímetro digital esta-
belecem que “entre um e dois anos depois que o instrumento é cali-
com base na informação disponível, pode-se estabelecer
brado, sua exatidão na faixa de 1 V é 14 x vezes a leitura mais
que “há cerca de duas em três chances de que o valor de Xi 2 x 10-6vezes a faixa”. Considere-se que o instrumento é usado 20
esteja no intervalo a- até a,” (em outras palavras, a pro- meses após a calibração para medir em sua faixa de 1 V uma difer-
babilidade de que Xiesteja neste intervalo é de cerca de ença de potencial V, e que a média aritmética de um número de ob-
servações repetidas independentes de V é encontrada como sendo
0,67). Então, pode-se razoavelmente tomar u(xi) = a, por-
= 0,928 571 V, com uma incerteza padrão do Tipo A de u&) = 12 pV.
que, para uma distribuição normal com esperança p e des-
Pode-se obter a incerteza padrão associada com as especificações do
vio padrão 0,o intervalo p I o abrange 68,3 por cento da fabricante a partir de uma avaliação do Tipo B, supondo que a exa-
distribuição. tidão declarada fornece fronteiras simétricas para uma correção adi-
- -
tiva a V, AV, de esperança igual a zero e com igual probabilidade de
NOTA - Dar-se-ia ao valor u(x,) significância consideravelmente estar em qualquer parte dentro das fronteiras. A meia-largura a da
-
maior do que lhe é obviamente garantido, se fosse utilizado o desvio distribuição retangular simétrica de valores possíveis de A V é,
normal real 0,967 42 correspondente probabilidade p = 2/3, isto é, e n t ã o , a = ( l 4 ~ 1 0 ~ ~ ) ~ ( 0 , 9 2V8 5) +7 (1 2 ~ 1 0 - ~ ) xV( )1= 15pVe,
se fosse escrito u(xJ = a/0,967 42 = 1,033~. pela equação (7), u2 ( A v ) = 75 bV2 e u(Av)= 8.7 pV. A estimativa
do valor do mensurando V, para fins de maior simplicidade deno-
4.3.7 Em outros casos, pode ser possível estimar somente v
tada pelo mesmo símbolo V, é dada por V = + A v = 0,928 571 V.
fronteiras (limites superior e inferior) para Xi,em particu- Pode-se obter a incerteza padrão combinada dessa estimativa,
lar, para afirmar que “a probabilidade de que o valor Xies- combinando-se a incerteza padrão do Tipo A de 12 pV de v com a
teja dentro do intervalo a - até a , para todos os fins práti-
+ incerteza padrão do Tipo B de 8,7 pV de A v . O método geral para
cos, é igual a um, e a probabilidade de que Xiesteja fora combinar componentes de incerteza padrão é dado na capítulo 5 ,
com este exemplo particular sendo tratado no item 5.1.5.
deste intervalo é, essencialmente, zero”. Se não há conhe-
cimento especljfico sobre os valores possíveis de Xidentro
4.3.8 Em 4.3.7, os limites superior e inferior a , e a-
do intervalo, pode-se apenas supor que é igualmente pro-
para a grandeza de entrada Xipodem não ser simétricos
vável que Xiesteja em qualquer lugar dentro dele (uma
com relação ? melhor
i estimativa xi;mais especificamente,
distribuição uniforme ou retangular de valores possíveis -
se o limite inferior é escrito como a- = xi - b- e o limite
ver 4.4.5 e a figura 2a). Então xi,a esperança ou valor es-
superior, como a, = xi + b, , então b- f b,. Uma vez
perado de Xi,é o ponto médio no intervalo xi = (a-+
que, neste caso, xi (suposto ser a esperança de Xi)não está
a+)/2, com a variância associada:
no centro do intervalo de a - até a ~,a distribuição da pro-
babilidade de Xinão pode ser uniforme em todo o interva-
U2(Xi) = (a, - a-)2/12
lo. Entretanto, pode não haver suficiente informação dis-
ponível para escolher uma distribuição apropriada; mode-
Se a diferença entre os limites, a + - a -, é designada por
los diferentes levarão a diferentes expressões para a vari-
2a, então a equação (6) torna-se:
ância. Na ausência de tal informação, a aproximação mais
simples é:

NOTA - Quando um componente de incerteza, determinado deste


modo, contribui significativamente para a incerteza de um resultado
de medição, é prudente que se obtenha dados adicionais para sua
avaliação mais completa.
que é a variância de uma distribuição retangular com lar-
EXEMPLOS gura total b + + b -. (As distribuições assimétricas também
serão discutidas em F.2.4.4 e G.5.3).
1 Um manual dá o valor do coeficiente de expansão térmica
linear de cobre puro a 20 “C, azo (Cu), como 1632 x 10-6“C-’ e
EXEMPLO - Se no exemplo i de 4.3.7 o valor do coeficiente é dado no
simplesmente estabelece que ‘‘O erro neste valor não deve exceder
manual como azo(Cu) = 16,52 x 1U6 “C-’ e é dito que “o menor valor
0,40 x 10-6“C-’”. Baseado nessas informações limitadas, não é ab-
possível é 16.40 x i04 “c’e que o maior valor possível é 16,92x 104 T’”,
surdo supor que o valor de azo(Cu) estará com a mesma probabili-
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4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição

então b _ = 0,12 x 10-6“C’,b, = 0,40 x 10-6“C-‘ e, da equação (8), é a2/3 [equação (7)], e a de uma distribuição triangular simétrica
u(a2,,)= 0,15 x 10-6“C’. com meia-largura a é a2/6 [equação (9b)l. As magnitudes das
variânciss dessas três distribuições são surpreendentemente simi-
NOTAS lares, em vista da grande diferença na quantidade de informações
requeridas para justificá-las.
1 Em muitas situações práticas de medição em que as fronteiras são
assimétncas, pode ser apropriado aplicar uma correção estimativa xj 2 A distribuição trapezoidal é equivalente i convolução de duas
de magnitude (6, - b-)/2, de modo que a nova estimativa x I ’ de Xj es- distribuições retangulares [10], uma com meia-largura a1 igual i
teja no ponto médio entre os limites: x ’ i = (a- + a+)/2.Isto reduz a meia-largura média do trapezóide, ai = a (i+P)/2, a outra com
situação ao caso de 4.3.7, com novos valores b’, = b’- = (b, + b-) / 2 uma meia largura az, igual h largura média de uma das porções
= (a, - a - ) / 2 = a. triangulares do trapezóide, a2 = a ( 1 - P)/2. A variância da dis-
tribuição é u2 = a:/3 +4 3 . A distribuição da convolução pode
2 Baseado no princípio da entropia máxima, a função densidade
ser interpretada como uma distribuição retangular cuja largura 2ai
da probabilidade no caso assimétrico, pode ser demonstrada como
tem, ela mesma, uma incerteza representada por uma distribuição
sendo igual ap(X,) = A exp [-A(Xl - xd]. com A = [b-exp(h b-) + 0, exp
retangular de largura 2a2, e modela o fato de que as fronteiras de
(-hb+)1.’eh=(exp[h(b_ + b,)] - i)/{b-exp[h(b- + b,)]+b+].Isto
uma grandeza de entrada não são exatamente conhecidos. Porém
leva i variância u2(x,) = b+ b- - (b, - b-)/h ; para b, > b _ , h >O e
mesmo que a 2 seja tão grande quanto 30 por cento de a i , u excede
para b + < b _ ,h<O.
ai/& por menos de 5 por cento.

4.3.9 Em 4.3.7, como não havia conhecimento específico


4.3.10 É importante não “contar duplamente” os componen-
sobre os possíveis valores de Xidentro de seus limites esti-
tes da incerteza. Se um componente da incerteza, surgindo de
mados a - e a, , poder-se-ia somente supor que seria
um determinado efeito, é obtido a partir de uma avaliação do
igualmente provável, para Xi,tomar qualquer valor entre
Tipo B, deve ser incluído como um componente independen-
esses limites, com probabilidade zero de estar fora deles.
te da incerteza no cálculo da incerteza padrão combinada do
Tais descontinuidades de função degrau em uma distribui-
resultado de medição, somente na medida em que o efeito
ção de probabilidade não são muitas vezes físicas. Em
não contribua para a variabilidade observada das observa-
muitos casos, é mais realista esperar que valores perto dos
ções. Isto porque a incerteza devido àquela parte do efeito
limites sejam menos prováveis do que os que estejam per-
que contribui para a variabilidade observada já está incluída
to do ponto médio. É, então, razoável substituir a distribui-
no componente da incerteza obtido a partir da análise estatis-
ção retangular simétrica, por uma distribuição trapezoidal
tica das observações.
simétrica, tendo lados inclinados iguais (um trapezóide
isósceles), uma base de largura a + - a - = 2a e um
4.3.11 A discusssão de avaliação da incerteza padrão do
topo de largura 2 4 , onde O 5 p 5 1. Na medida em que
Tipo B, de 4.3.3 a 4.3.9, foi feita somente com fins indica-
p + 1, esta distribuição trapezoidal se aproxima da tivos. Além disso, a avaliação da incerteza deve ser basea-
distribuição retangular de 4.3.7, enquanto que, para
da em dados quantitativos na maior extensão possível,
p = O, torna-se uma distribuição triangular (ver 4.4.6 e como enfatizada em 3.4.1 e 3.4.2.
a figura 2b). Supondo tal distribuição trapezoidal para
Xi, encontra-se que a esperança de Xié xi = ( a - + a +)/2
e sua variância associada é:
4.4 Ilustração gráfica da avaliação da incer-
teza padrão
u2(xi)= a2(1 + p)/6 (94
4.4.1 A figura (1) representa a estimativa do valor de uma
que se toma para a distribuição triangular, p = O: grandeza de entrada Xie a avaliação da incerteza dessa esti-
mativa, decorrente da distribuição desconhecida de possíveis
u2(xJ = a2/6 (9b) valores medidos de Xi, ou distribuição de probabilidade de
NOTAS
Xi, que é amostrada por meio de observações repetidas.

i Para uma distribuição normal, com esperança p e desvio padrão 4.4.2 Na figura (ia), supõe-se que a grandeza de entrada
0,o intervalo p f 3 0 abrange, aproximadamente, 99,73 por cento da Xiseja uma temperatura t e que sua distribuição desconhe-
distribuição. Então, se os limites superior e inferior a, e a _ definem
cida é uma distribuição normal, com esperança pt = 100 “C
limites de 99,73 por cento em vez de limites de 100 por cento,
pode-se supor que X, tenha distribuição aproximadamente normal ao e desvio padrão o = 1,5 “C. Sua função densidade de pro-
invés de não existir conhecimento específico acerca de Xj entre os babilidade é, então (ver C.2.14):
limites, como em 4.3.7, então u2(xj) = 2 / 9 . Por comparação, a
variância de uma distribuição retangular simétrica de meia-largura a

14
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Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão

O C

Figura 1. Ilustração gráfica da avaliação da incerteza padrão de uma grandeza de en-


trada a partir de observações repetidas

15
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4 Avaliando a incerteza oadrão Expressão da Incerteza de Medição

p(t) =- 1 exp [ - ( t - p r > 2/ 202] bos os casos mostrados, a grandeza de entrada é suposta,
o& mais uma vez, como sendo a temperatura t.

NOTA - A definição de função densidade de probabilidade p ( z ) re- 4.4.5 Para o caso ilustrado na figura (2a), supõe-se que haja
quer que a relação J p(z)úz = i seja satisfeita.
pouca informação disponível sobre a grandeza de entrada t e
que tudo que se pode fazer é supor que t seja descrito por uma
4.4.3 A figura (lb) mostra um histograma de n=20 observa- distribuição de probabilidade a priori retangular e simétrica de
ções repetidas tk da temperatura t, supostas como tendo sido limite inferior a - = 96 "C, limite superior a = 104 "C e, por-
+

tomadas aleatoriamente a partir da distribuição da figura (ia). tanto, uma meia-largura: a = ( a , - aJ2 = 4 "C (ver 4.3.7). A
Para obter o histograma, as 20 observações ou amostras, cujos função densidade de probabilidade de t é, então:
valores são dados na tabela 1, são agrupadas em intervalos de
1 "C de largura. (A preparação do histograma é, naturalmente, p ( t ) = 1/2a, para a - I t I a,
desnecessária para a análise estatística dos dados). A média
aritmética ou média i das n=20 observações, calc.dada de p(t) = O, para outros valores de t.
acordo com a equação (3), é i= 100,145 "C = 100,14 "C e é
aceita como sendo a melhor estimativa da esperança pt de t, Como indicado em 4.3.7, a melhor estimativa de t é sua es-
baseada nos dados disponíveis. O desvio padrão experimental perança p t = ( a , + a-)/2 = 100 "C, que decorre de C.3.1. A
da amostragem s(tk), calculado pela equação (4), é s(tk) = incerteza padrão desta estimativa é u(p t ) = a/& = 2,3 "C,
1,489 "C =1,49 T,e o desvio padrão experimental da média que decorre de C.3.2 [ver a equação (7)].
s(f), calculado pela equação (3,que é a incerteza padrão u@)da
média t, é u(i)= s(t)= s(tk)/d% = 0,333 "C = 0,33 "C. (Para 4.4.6 Para o caso ilustrado na Figura (2b), supõe-se que a
prosseguir nos cálculos, é preferível que todos os dígitos sejam informação disponível relativa a t seja menos limitada e
conservados). que t possa ser descrito por uma distribuição de probabili-
dade a priori triangular e simétrica de mesmo limite infe-
NOTA - Embora os dados na Tabela 1 não sejam improváveis, con- rior a - = 96 "C, mesmo limite superior a , = 104 "C, e, as-
siderando-se o largo uso de termômetros eletrônicos digitais de alta sim, mesma meia-largura a = ( a - a -)/2 = 4 "C, como em
+
resolução, eles têm fins ilustrativos e não devem ser necessariamen-
te interpretados como descrevendo uma medição real.
4.4.5 (ver 4.3.9). A função densidade de probabilidade de t
é, então:
4.4.4 A Figura (2) representa a estimativa do valor de
uma grandeza de entrada Xie a avaliação da incerteza des- p ( t ) = ( t - a - ) / a 2 , para a- I t 5 ( a , +aJ2
sa estimativa, a partir de uma distribuição a priori dos va-
p ( t ) = ( a , - t)/a2, para (a, + a - ) / 2 I t Ia ,
lores possíveis de X i , ou distribuição de probabilidade de
Xi,baseada em todas as informações disponíveis. Para am- p ( t ) = O, para outros valores de t.

Tabela 1 - Vinte observações repetidas da temperatura t agrupadas em intervalos de 1 "C

Intervalo t l I t < t 2 Temperatura


tl /"C t2 /"C t /"C

94,5 953 -
953 96,5 -
96,5 973 96,90
973 98,5 98,18; 98,25
98,5 993 98,61; 99,30; 99,49
993 100,5 99,56; 99,74; 99,89; 100,07; 100,33; 100,42
100,5 101,5 100,68; 100,95; 101,ll; 101,20
101,5 102,5 101,57; 101,48; 102,36
102,5 103,5 102,72
1033 104,5 -
104,5 1053 -

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Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão

p(t)/oc-l

I
a- Lu a-
0,125

0,100
0,075
I 1/2a
0,050
0,025
0,000 L LL 1
w
O 95 t 1O0 1 105 tPC
t
Pt

p(ty0c1

0,250

0,200

0,150

1Ia
o, 1O0

0,050

0,000 -
O 95 t f 1O0 t 105
a-
p t - a146
.I^ / t
II
r t
\
- , I
pt t a l i b
a+
l r r

Figura 2. Ilustração gráfica da avaliação da incerteza padrão de uma grandeza de en-


trada a partir de uma disíribuição a priori
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4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição

Como indicado em 4.3.9, a esperança de t é


p t = ( a , + a-)/2 = 100 "C, que decorre de C.3.1. A incer-
teza padrão dessa estimativa é uQt) = a/& = 1,6 "C que
decorre de C.3.2 [ver a equação (9b)l.

Este Último valor, u@J = 1,6 "C, pode ser comparado com
uQJ = 2,3 "C, obtido em 4.4.5, a partir de uma distribui-
ção retangular de mesma largura de 8 "C, com <T = 1,5 "C
da distribuição normal da figura ( i a ) cuja largura de
-2,580a +2,580, que abrange 99 por cento da distribuição,
é quase 8 "C; com uma dispersão de ~ (=i 0,33
) "C obtida em
4.4.3, a partir de vinte observações supostamente tomadas
aleatoriamente a partir da mesma distribuição normal.

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Exmessão da (ncertezadeMedicão 5 QeterminandQa incerteza p3drãQGQmkinada

5 Determinando a incerteza padrão combinada


5.1 Grandezas de entrada não correlaciona- neste Guia, como a lei de propagação da incerteza (ver
das E.3.1 e E.3.2).

-
NOTA Quando a não-linearidade d e f é significativa, termos de or-
Este item trata do caso em que todas as grandezas de en- dem superior devem ser incluídos na expansão da série de Taylor
trada são independentes (C.3.7). O caso em que duas ou para a expressão de u?(y), equação (10). Quando a distribuição de
mais grandezas de entrada são relacionadas, isto é, são in- cada X,é simétrica em relação i3 sua média, os termos mais impor-
terdependentes ou correlacionadas, (C.2.8) é discutido tantes, de ordem imediatamente superior, para serem adicionados
aos termos da equação (10) são: ’
em 5.2.

5.1.1 A incerteza padrão de y , onde y é a estimativa do


mensurando Y, e desta maneira, o resultado da medição, é
obtida pela combinação apropriada de incertezas padrão
das estimativas de entrada xl,xi, ...,xN (ver 4. i). Esta incer- Veja H . l para um exemplo de uma situação na qual é necessário
teza padrão combinada da estimativa y é representada por considerar a contribuição de termos de ordem superior para us(y).

UCW.
5.1.3 As derivadas parciais af l a x i são iguais a af / a X i
NOTA -Por razões similares aquelas dadas na nota 4.3.1, os símbo- avaliadas para Xi= xi [ver a nota 1 a seguir]. Estas derivadas,
los u,(y) e u;(y) são usados em todos os casos. freqüentemente denominadas coeficientes de sensibilidade,
descrevem como a estimativa de saída y varia com alterações
5.1.2 A incerteza padrão combinada u,(y) é a raiz quadra- nos valores das estimativas de entrada x, x2, ...,xN. Em parbcu-
da positiva da variância combinada uc ( y ) , que é dada por: lar, a alteração em y, pmduzjda por uma pequena variação Axi na
estimativa de entrada xi , é dada por (AY)~= (df I dxi) (AxJ. Se
N
esta alteração é gerada pela inaxteza pad150 da estimativa xi, a va-
i=l riação correspondente em y é (af / a x i ) u ( ~ ~A) .variância combi-
nada uc Cy) pode, desse modo, ser vista como a soma de ter-
ondef é a função dada na equação( 1). Cada u(xi) é uma in- mos, onde cada um deles representa a variância estimada asso-
certeza padrão avaliada como descrito em 4.2 (avaliação ciada com a estimativa de saída y gerada pela variância esti-
Tipo A) ou em 4.3 (avaliação Tipo B). A incerteza padrão mada, associada com cada estimativa de entrada xi.Isso sugere
combinada u,(y) é um desviò padrão estimado e caracteri- que se escreva a equação (10) como:
za a dispersão dos valores que poderiam, razoavelmente,
ser atribuídos ao mensurando Y (ver 2.2.3).

A equação (10) e sua correspondente para grandezas de


entrada correlacionadas, equação (13), ambas baseadas onde:
numa aproximação de primeira ordem da série de Taylor
de Y = f(X,, X,, ..., XN), expressam o que é denominado,
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5 Determinandoa incerteza padrão combinada Expressão da Incerteza de Medição

NOTAS conhecimento da função f (ou de uma parte desta função,


1 Estritamente falando, as derivadas parciais são af / ax, = af / aX,
quando alguns coeficientes de sensibilidade são assim de-
avaliadas para as esperanças de Xi. Contudo, na prática, as derivadas par- terminados) é, de forma correspondente, reduzido a uma
ciais são estimadas por: expansão empírica de primeira ordem da série de Taylor,
baseada nos coeficientes de sensibilidade medidos.

5.1.5 Se a equação (1) para o mensurando Y é expandida,


em tomo dos valores nominais X , , das grandezas de entrada
2 A incerteza padrão combinada u,(y) pode ser calculada numeri-
camente, substituindo-se ciu(xi), na equação (1 ia), com:
Xi , então, até a primeira ordem (o que é, geralmente, uma
aproximação adequada), Y = YO+ c16, + ~ 2 %+...+ CN &, onde
Yo X2,O... XN0),ci =(af
/ d X i ) avaliado em Xi = e
S, = Xi = X , , . Assim, para fins de uma análise de incerteza,
xi - u(xJ,...>
-JTx,,..., XN)]
um mensurando é, usualmente, aproximado por uma função
linear de suas variáveis, transformando-se suas grandezas
Isto é, ui(y) é avaliada numericamente, calculando-se a variação em de entrada de Xi para 6, (ver E.3.1).
y devido a uma variação em xi de +u(xi) e de -u(xi). O valor de ui(y)
pode, então, ser tomado como I Zil, e o valor do coeficiente de sensi-
EXEMPLO - No exemplo 2 de 4.3.7, a estimativa do valor do men-
- -
bilidade correspondente ci, como Zi/u(x,).
v-
surando V é V = V + AV, onde = 0,928 571 V, u(?) = 12 pV, a
-
Exemplo - Para o exemplo de 4.1.1, usando o mesmo símbolo tanto correção aditiva AV = O , e u(AV)=8,7pV. Uma vez que
para a grandeza como para sua estimativa, para maior simplicidade aV / av = 1 e aV / a ( A v ) = 1, a variância combinada associada com
de notação: V é dada por:

üC(V) = u 2 ( V )+u2(AV) =(12pV2 +(8,7pV2 =

= 2 1 9 10-'2V2
~

e a incerteza padrão combinada é uc(V)= 15 p V, que corresponde a uma


incerteza padrão combinada relativa u,(V)/V de 16 x 104 (ver 5.1.6).
Este é um exemplo do caso em que o mensurandojá é uma função iinear
= -P(t - to) / [ 1 + a ( t - to)] das grandezas das quais depende, com coeficientes c, = +l. Segue da
equação (10) que, se Y = ciXt + ~ 2 x +
2 ... + CNXNe se as constantes
ci =+iou -i, então u: (y) = ZZ, u 2 ( x , 1.
= -Pd[l + a (t - to)] 5.1.6 Se Y é da forma Y = CX;' X 1 2 ...X" e os expo-
ente pi são números positivos ou negativos conhecidos,
e:
tendo incertezas desprezíveis, a variância combinada,

[$1 [E] 2 equação (lO), pode ser expressa por:


u2(P) = u2( v>+ u2(Ro)

+ [3 [$I2u2(a) + u2(t)
Esta equação é da mesma forma que (1ia), mas com a vari-
ância combinada uc(y), expressa como uma varidncia com-
binada relativa [ ~ , ( y ) / y e] ~a,variância estimada u2(xi),asso-
ciada com cada estimativa de entrada expressa como uma
variância relativa estimada [u(xi)/xi12.[A incerteza padrão
combinada relativa é u,(y)/iyi, e a incerteza padrão relativa
5.1.4 Em vez de serem calculados pela funçãof, os coefi- de cada estimativa de entrada é u(xi)/hJ,lyi # O e hii f O].
cientes de sensibilidade af / axi são, por vezes, determina-
dos experimentalmente: mede-se a variação em Y causada NOTAS
por uma variação em um dado Xi,enquanto se mantêm
1 Quando Y tem esta forma, sua transformação em uma função
constantes as grandezas de entrada restantes. Neste caso, o linear de variáveis (ver 5.1.5) é prontamente obtida, fazendo-se
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Expressão da Incerteza de Medição 5 Determinando a incerteza padrão combinada

Xi = X ~ J J(1 + 6i), pois resulta a seguinte relação aproximada:


(Y - Yo) I Yo = Z E1p i 6 i . Por outro lado, a transformação logarít-
mica Z = ln i'e Wi = in Xi leva a uma linearização exata em termos
das novas variáveis: z = in c + Z
: piwi.
Assim, a equação (13) toma-se, com o auxílio da equação
2 Se cada p , 6 igual a -1 ou +1, a equação (12) toma-se (1lb):
[uC(y)/yl2= zEl [ u ( x , ) I x,l2, o que mostra que, para este caso es-
pecial, a variância combinada relativa, associada L estimativa y, é
simplesmente igual i soma das variâncias relativas estimadas, U?(Y> = c
N

i=l
c; U 2 ( X i ) +2
N-1

i=l
N

j=i+l
CiCjU(Xi)U(Xj) r(Xi,Xj)

associadascom as estimativas de entrada x,.

5.2 Grandezas de entrada correlacionadas


NOTAS
5.2.1 A equação (10) e as equações dela decorrentes, tais
como as equações (11) e (12), são válidas somente se as 1 Para o caso muito especial em que rodar as estimativas de entrada
grandezas de entrada X i são independentes ou não-correla- são correlacionadas, com coeficientes de correlação <xj, xj) = +1, a
equação (16) se reduz a:
cionadas (as variáveis aleatórias, não as grandezas físicas
que são supostas como sendo invariantes - ver 4.1.1, nota
i). Se algum dos Xisão significativamente correlaciona-
dos, as correlações devem ser levadas em consideração.
A incerteza padrão combinada u&) 6, então, simplesmente uma
5.2.2 Quando as grandezas de entrada são correlaciona- sorna linear dos termos, representando a variação da estimativa de
das, a expressão apropriada para a variância combinada saída y . gerada pela incerteza padrão de cada estimativa de entrada
xi (ver 5.1.3). [Esta soma linear não deve ser confundida com a lei
uj (y), associada com o resultado de uma medição é:
geral de propagação de erros, embora tenha uma forma similar; as
incertezas padrão não são erros (ver E.3.2)].

EXEMPLO - Dez resistores, cada um com uma resistência nomi-


nal de R,= 1OOO a , são calibrados com uma incerteza de com-
paração desprezível, em termos de um mesmo resistor padráo RS
de 1 m a , caractenzad
' o por uma incerteza padrão u(&) = 100 mR,
tal como apresentado em seu certificado de calibração. Os re-
sistores são conectados em série com fios de resistência
desprezível, de forma a se obter uma resistência de referência
R,f de valor nominal de 10 Kz . Assim, R,f = f(Ri) R i . Já
que dxi, x j ) = r(Ri, Rj) = +1 para cada par de resistores (veja
F.1.2.3, exemplo 2), a equação desta nota se apiica. Como para
ondexi exj são as estimativas de XieXj e ~ ( x ,xj, ) = u (xj ,xi) cada resistor i?f I axi = aR, I aRi = 1 e u(xi) = u(Ri) = u(Rs) (ver
C a covariância estimada, associada com xi e xj . O grau de F.1.2.3, exemplo 2), esta equação produz a incerteza padrão com-
an$ação entre xie xj é caracterizado pelo coeficiente de cor- binada de R,f, k(R& = Z;z1 u(Rs)= 10 x (100 mR ) = 1 a . O
rdafão estimado (C.3.6): resultado uc(REf) = [E,!!, uz(Rs) ]In = 0.32 obtido da equação
(10) é incorreto, pois não leva em conta que todos os valores cali-
brados dos dez resistores são correlacionados.

2 As variâncias estimadas uz(xi) e as covariâncias estimadas


u(xi, x j ) podem ser consideradas como os elementos de uma matriz
de covariância com elementos uij. Os elementos da diagonai Uii da
onde r(xi, xj ) = r(xj ,xi ) e -1 I T(xi ,xj ) I+l. Se as esti-
matriz são as variâncias uz(xi), enquanto que os elementos fora da
mativas xi ,xj são independentes, T(xi ,xj ) = O e a variação diagonai uij (izj) são as covariâncias u(xi, x j ) = u(xj, xi). Se duas esti-
numa delas não implica em uma variação esperada na ou- mativas de entrada não são correlacionadas, a sua covariância asso-
tra (ver C.2.8, C.3.6 e C.3.7 para discussão adicional). ciada e os elementos correspondentes uij e uji da matriz de covariân-
cia são O (zero). Se as estimativas de entrada são todas não correla-
cionadas, todos os elementos fora da diagonal são zero e a matriz de
Em termos de coeficientes de correlação, que são mais
covariância é diagonal (ver também C.3.5).
prontamente interpretados do que covariâncias, o termo de
covariâância da equação (13) pode ser escrito como: 3 Para fins de avaliação numérica, a equação (16) pode ser escrita
como:

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5 Determinando a incerteza padrão combinada Expressão da Incerteza de Medição

similar de temperatura requerida na estimativa da grande-


za de entrada X j , as duas grandezas de entrada poderiam
estar significativamente correlacionadas. Contudo, se Xie
onde Zi é dado em 5.1.3, nota 2 . Xj , neste exemplo; são redefinidos para serem grandezas
não-corrigidas, e as grandezas que definem a curva de ca-
4 Se os Xi da forma especial considerada em 5.1.6 são correlacio-
nados. então os termos: libração para o termômetro estão incluídas como grande-
zas de entrada adicionais, com incertezas padrão indepen-
N-l N
dentes, a correlação entre Xie Xjé eliminada (veja F. 1.2.3
i=l j=i+l e F. 1.2.4 para discussão adicional).

devem ser adicionados ao membro da direita da equação (12). 5.2.5 Correlações entre grandezas de entrada não podem
ser ignoradas, se estão presentes e são significativas. As
5.2.3 Considere duas médias aritméticas 4 e F que esti- covariâncias associadas devem ser avaliadas experimental-
mam as esperanças p e p de duas grandezas q e r, va- mente, se possível, variando-se as grandezas de entrada
riando aleatoriamente, e calcule 4 e F a partir de n pares correlacionadas (ver C.3.6, nota 3) ou usando-se o conjun-
independentes de observações simultâneas de q e r, feitas to de informações disponíveis sobre a variabilidade corre-
sob as mesmas condições de medição (ver B.2.15). Então
lacionada das grandezas em questão (avaiiação do Tipo B da
a covariância de 4 e 7 é estimada por (ver C.3.4): covariância). A intuição, baseada em experiência anterior e
no conhecimento geral (ver 4.3.1 e 4.3.2), é especialmente
requerida quando se estima o grau de correlação entre
grandezas de entrada decorrentes do efeito de influências
comuns, tais como temperatura ambiente, pressão baromé-
onde q k e rk são as observações individuais das grandezas
trica e umidade. Felizmente, em muitos casos, os efeitos
q e r, e 4 e F são calculados a partir das observações, de
de tais influências têm interdependência desprezível, e as
acordo com a equação (3). Se, de fato, as observações não
grandezas de entrada afetadas podem ser supostas como
são correlacionadas, espera-se que a covariância calculada
não-correlacionadas. Entretanto, se elas não podem ser su-
fique próxima de O.
postas como não-correlacionadas, suas próprias correla-
ções podem ser evitadas, se influências comuns são intro-
Assim, a covariância estimada de duas grandezas de entrada
duzidas como grandezas de entrada independentes adicio-
correlacionadasXie q,que são estimadas pelas médias X i
nais, como indicado em 5.2.4.
X
e j , determinadas por pares independentes de observações
- -
simultâneas repetidas, é dada por u(xi, xj) = s(X i , X j ), com
S ( X i , Xj) calculado de acordo com a equação (17). Esta
aplicação da equação (17) é uma avaiiação do Tipo A da
covariância. O coeficiente de correlação estimado de
- -
xi
E-
e j , 6 obtido d a equação (14): r(xi, xj) = r(X i , X j) =
-
S(X i , x j )/s(X i )s(X j 1.
- .
NOTA - Exemplos de situações em que é necessário usar covariân-
cias, tais como calculadas pela equação (17), são dados em H.2 e
H.4.

5.2.4 Pode existir correlação significativa entre duas


grandezas de entrada, se os mesmos instrumentos de medi-
ção, padrão de medição físico, ou dados de referência, ten-
do uma incerteza padrão significativa, são usados na sua
determinação. Por exemplo, se um certo termômetro é usa-
do para determinar uma correção de temperatura requerida
na estimativa do valor de uma grandeza de entrada Xi, e o
mesmo termômetro é usado para determinar uma correção
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Expressão da Incerteza de Medição 6 Determinando a incerteza exoandida

6 Determinando a incerteza expandida


6.1 Introdução certeza padrão combinada u,(y) por um fator de abrangên-
cia k:
6.1.1 A Recomendação INC-1 (1980) do Grupo de Tra-
balho sobre a Declaração de Incertezas, na qual este Guia
está baseado (veja a Introdução), e as Recomendações 1
O resultado de uma medição é, então, convenientemente
(Ci-1981) e 1 (CI-1986) do CIPM, aprovalido e ratifican-
expresso como Y = y f U , que é interpretado de forma a si-
do a INC-1 (1980) (ver A.2 e A.3), advogam o uso da in-
gnificar que a melhor estimativa do valor atribuível ao men-
certeza padrão combinada u,(y) como o parâmetro para
surando Y é y , e que y - U a y + U é um intervalo com o
expressar quantitativamente a incerteza do resultado de
qual se espera abranger uma extensa fração da distribuição
uma medição. De fato, na segunda de suas recomenda-
de valores que podem ser razoavelmente atribuídos a Y. Tal
ções, o CIPM solicitou que o que agora é designado de in-
certeza padrão combinada u,(y) fosse usado “por todos os intervalo é também expresso como y - U I Y L y + U.
participantes no fornecimento de resultados de todas as
6.2.2 Os termos intervalo de confiança (C.2.27, C.2.28)
comparações internacionais ou outros trabalhos feitos sob
e nível de confiança (C.2.29) têm definições específicas
os auspícios do CIPM e dos seus Comitês Consultivos”.
em estatística e são somente aplicáveis a intervalos defini-
6.1.2 Embora u,(y) possa ser universalmente usada para dos por U, quando certas condições são atendidas, incluin-
expressar a incerteza de um resultado de medição, em al- do a de que todos os componentes de incerteza que contri-
gumas aplicações comerciais, industriais e regulamentado- buem para u,(y) sejam obtidos de avaliações do Tipo A.
ias, e quando a saúde e a segurança estão em questão, é Portanto, neste Guia, o termo “confiança” não é utilizado
muitas vezes necessário dar uma medida de incerteza, que para modificar o termo “intervalo” quando se refere ao in-
defina um intervalo em torno do resultado da medição tervalo definido por U . Pela mesma razão o termo “nível
com o qual se espera abranger uma extensa fração da dis- de confiança” (confidence level) não é usado em conexão
bibuição de valores que poderiam ser razoavelmente atri- com aquele intervalo, mas sim o termo “nível da confian-
buídos ao mensurando. A existência desse requisito foi re- ça” (level of confidence). Mais especificamente, U é inter-
conhecida pelo Grupo de Trabalho e levou ao parágrafo 5 pretado como definindo um intervalo em torno do resulta-
da Recomendação INC-1 (1980). Ela está também refleti- do de medição que abrange uma extensa fração p da distri-
da na Recomendação 1 (CI-1986) do CIPM. buição de probabilidade, caracterizada por aquele resulta-
do e sua incerteza padrão combinada, e p é a probabilida-
de de abrangência ou nível da confiança do intervalo.
6.2 Incerteza expandida
6.2.3 Sempre que praticável, o nível da confiança p , as-
6.2.1 A medida adicional de incerteza que satisfaz o re- sociado com o intervalo definido por U , deve ser estimado
quisito de fornecer um intervalo do tipo indicado em 6.1.2 e declarado. Deve ser reconhecido que, multiplicando-se
é denominada incerteza expandida e é representada por U . u,(y) por uma constante, não há acréscimo de informação
A incerteza expandida U é obtida, multiplicando-se a in- nova, mas a informação, previamente disponível, é apre-
sentada de forma diferente. Entretanto, também deve ser

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6 Determinando a incerteza expandida Expressão da Incerteza de Medição

reconhecido que, na maioria dos casos, o nível da confian- naria um intervalo Y = y+- U = y +_ ku,(y) correspondente a
ça p (especialmente para valores de p próximos de 1) é um um dado nível da confiança p , tal como 95 ou 99 por cen-
tanto incerto, não somente por causa do conhecimento li- to; da mesma forma, para um dado valor de k, seria inte-
mitado da distribuição de probabilidade caracterizada, por ressante estabelecer, inequivocamente, um nível da confi-
y e u,(y) (especialmente nas extremidades), mas também ança associado com aquele intervalo. Entretanto, isso não
por causa da incerteza da própria u,(y) (veja nota 2 de é fácil de se fazer na prática, porque requer um extenso co-
2.3.5,6.3.2e o anexo G, especialmente G.6.6). nhecimento da distribuição de probabilidade caracterizada
pelos resultados de medição y e sua incerteza padrão com-
NOTA - Ver 7.2.2 e 7.2.4, respectivamente, para o modo preferível binada u,(y). Embora esses parâmetros sejam de importân-
de se declarar o resultado de uma medição, quando a medida da in-
certeza é u&) ou U.
cia crítica, eles são, por si próprios, insuficientes para o
propósito de estabelecer intervalos tendo níveis da confi-
ança exatamente conhecidos.
6.3 Escolhendo um fator de abrangência
6.3.3 A Recomendação INC-1 (1980) não especifica
6.3.1 O valor do fator de abrangência k é escolhido com como a relação entre k e p deve ser estabelecida. Esse pro-
base no nível da confiança requerido para o intervalo y-U blema é discutido no Anexo G, e um método preferível
a y+U. Em geral, k estará entre 2 e 3. Entretanto, para aplica- para sua solução aproximada é apresentado em G.4 e resu-
ções especiais, k pode estar fora desta faixa. Uma extensa mido em G.6.4. Entretanto, uma aproximação mais sim-
experiência e o conhecimento pleno da utilização que se ples, discutida em G.6.6, é frequentemente adequada para
fará de um resultado de medição poderão facilitar a esco- situações de medição onde a distribuição de probabilidade,
lha de um valor apropriado de k. caracterizada por y e u,(y), é aproximadamente normal e
os graus de liberdade efetivos de u,(y) são de tamanho si-
NOTA - Ocasionalmente,pode-se achar que uma c o q ã o conhecida
b, para um efeito sistemático,não tenha sido aplicada ao resultado rela- gnificativo. Quando este for o caso, o que ocorre freqüen-
tado de uma medição, mas,em vez disso, foi realizada uma tentativa temente na prática, pode-se supor que, tomando k=2, é
de se levar em conta o efeito, aumentando a “incerteza” associada ao produzido um intervalo tendo um nível da confiança de
resultado. Isto deve ser evitado; somente em circunstâncias muito espe-
aproximadamente 95 por cento, e que, tomando k3,é
ciais, correções para efeitos sistemáticos significativos conhecidos não
devem ser apiicadas ao resuitado de uma medição (ver F.2.4.5para um produzido um intervalo tendo um nível da confiança de
caso específico e o modo de tratá-lo). A avaliação da incerteza de um aproximadamente99 por cento.
resultado de medição não deve ser confundida com o estabelecimento
de um limite de segurança associado a u m a determinada grandeza. -
NOTA Um método para estimar os graus de liberdade efetivos de
u&) é dado em G.4. A tabela G.2 do anexo G pode, então, ser usa-
6.3.2 Em tese, pode-se querer estar apto a escolher um da para auxiliar a decidir se esta solução é apropriada para uma me-
valor específico do fator de abrangência k que proporcio- dição em particular (ver G.6.6).

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Exoressão da Incerteza de Medicão 7 Relatando a incerteza

7 Relatando a incerteza
7.1 Orientação Geral indicações podem ser inferidas, a partir destas especifica-
ções ou daqueles documentos normativos.
7.1.1 Em geral, quando se sobe na hierarquia da medi-
ção, mais detalhes são requeridos sobre como um resulta- 7.1.4 Embora na prática o montante de informações ne-
do de medição e sua incerteza foram obtidos. Entretanto, cessárias Para documentar um resultado de medição de-
em qualquernível desta hierarquia, incluindo atividades penda da sua utilização pretendida, o princípio básico so-
comerciais e reguladoras no mercado, trabalhos de enge- bre 0 que 6 requerido permanece inalterado: quando se re-
n h h a na indústria, instalações de calibração de escalão gistra o resultado de uma medição e a sua incerteza, é pre-
infeior, pesquisa e desenvolvimento indushal, pesquisa ferível errar, por excesso, no fornecimento de informações
acadêmica,laboratórios de c,libração e de padrões primá- a fornecê-las com escassez. Por exemplo, deve-se:
rios industriais, laboratórios nacionais de metrologia e o
a) descrever claramente os métodos utilizados para
BIPM, todas as informações necessárias para a reavaliação
calcular o resultado da medição e sua incerteza, a
da medição devem estar disponíveis para terceiros, que
partir de observações experimentais e dados de en-
possam delas precisar. A diferença primária é que nos ní-
trada;
veis inferiores da cadeia hierárquica, mais informações ne-
cessárias podem estar disponíveis sob a forma de relatóri- b) listar todos os componentes da incerteza e docu-
os publicados de sistemas de ensaio e de calibração, espe- mentar amplamente como foram avaliados;
cificações de ensaios, certificados de ensaios e de calibra-
c) apresentar a análise dos dados, de tal forma que
ção, manuais de instruções, normas internacionais, normas
cada um dos passos importantes possa ser pronta-
nacionais e regulamentações locais.
mente seguido e que os cálculos do resultado rela-
tado possam ser independemente repetidos, se ne-
7.1.2 Quando os detalhes de uma medição, incluindo o
cessário;
modo como a incerteza do resultado foi avaliada, são for-
necidos por meio de referências a documentos publicados, d) fornecer todas as correções e constantes utilizadas
como é frequentemente o caso quando os resultados de ca- na análise e suas fontes.
libração são relatados em um certificado, é imperativo que
essas publicações sejam mantidas atualizadas, de forma Um modo de se verificar a lista acima é perguntar-se a si
que sejam consistentes com o procedimento de medição próprio: “Terei eu fornecido suficiente informação de ma-
realmente em uso. neira suficientemente clara, de modo tal que meu resultado
possa ser atualizado no futuro, se novas informações ou
7.1.3 Numerosas medições são feitas a cada dia na indús- dados se tornarem disponíveis?’
tria e no comércio sem nenhum registro explícito da incer-
teza. Entretanto, muitas são executadas com instrumentos 7.2 Orientação específica
sujeitos a calibrações periódicas ou a inspeção legal. Se é
de conhecimento que os instrumentos estão em conformi- 7.2.1 Quando se relata o resultado de uma medição e a
dade com as suas especificações ou com os documentos medida da incerteza é a incerteza padrão combinada u,(y),
normativos existentes e aplicáveis, as incertezas de suas deve-se:
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7 Relatando a incerteza Expressão da Incerteza de Medição

a) fornecer uma descrição completa de como o men- pondente a um alto nível da confiança e, assim, poderá ser confundi-
do com a incerteza expandida (ver 7.2.4). Além disso, embora o ob-
surando Y é definido:
jetivo do alerta dado em 4) seja impedir tal confusão, escrevendo-se
b) fornecer a estimativa y do mensurando Y e sua in- Y = y f u,(y) pode ainda ser mal interpretado, inferindo-se que isso
representa, especialmente quando o alerta é omitido acidentalmente,
certeza padrão combinada u,(y); as unidades de y
que uma incerteza expandida com k=l é pretendida, e que o interva-
e de u,(y) devem ser sempre fornecidas; lo y-uc(y) IY I y + u,(y) tem um nível da confiança p especificado,
especialmente aquele associado com a distribuição normal (ver
c) incluir a incerteza padrão combinada relativa
(3.1.3). Como indicado em 6.3.2 e no anexo G, a interpretação de
u,(y) / I y I, I y I f O, quando apropriado; u,(y), dessa maneira, é, geralmente, difícil de justificar.

d) fornecer a informação descrita em 7.2.7 ou fazer


7.2.3 Quando se relata o resultado de uma medição, e
referência a documentos publicados que a conte-
quando a medida da incerteza é a incerteza expandida
nha.
U = k u,(y), deve-se:
Se for julgado útil aos pretensos usuários do resultado da
medição, por exemplo, para ajudá-los em futuros cálculos a) fornecer uma descrição completa de como o men-
de fatores de abrangência, ou para auxiliá-los a compreen- surando Y é definido;
der a medição, pode-se indicar: b) expressar o resultado de medição como Y = y f U
e fornecer as unidades de y e U,
os graus de liberdade efetivos estimados
c) incluir a incerteza expandida relativa U / I y I, I y I # O,
veff (ver G.4);
quando apropriado;
as incertezas padrão combinadas Tipo A e Tipo B,
uCA(y)e ucB(y),e os seus graus de liberdade efetivos d) fornecer o valor de k usado para obter U [ou, para
estimados V,RA e vefm (ver G.4.1, nota 3). conveniência do usuário do resultado, fornecer
ambos, k e u,(y)];
7.2.2 Quando a medida da incerteza é u,(y), é preferível
e) fornecer o nível da confiança aproximado associa-
declarar o resultado numérico da medição de uma dentre
do com o intervalo y f U e explicar como foi de-
as quatro maneiras seguintes, de modo a evitar uma má
terminado;
compreensão (a grandeza cujo valor está sendo relatado é
suposta como uma massa m, de um padrão de massa nomi- f) fornecer a informação descrita em 7.2.7 ou refe-
nal de 100 g; as palavras entre parênteses podem ser omiti- rir-se a um documento publicado que a contenha.
das para simplicidade, se u, está definida em alguma outra
parte do documento, relatando o resultado). 7.2.4 Quando a medida da incerteza é U , é preferível,
para máxima clareza, declarar o resultado numérico da
1) “m, = 100,021 47 g com u, = 0,35 mg (uma incer- medição, como no exemplo seguinte. (As palavras entre
teza padrão combinada)”. parênteses podem ser omitidas para maior simplicidade, se
U , u, e k estão definidos em alguma outra parte do docu-
2) “m, = 100,021 47(35) g, onde o número entre pa-
mento relatando o resultado).
rênteses é o valor numérico de u, (incerteza pa-
drão combinada) referido aos Últimos dígitos cor-
“m, = (100,021 47 f 0,OOO 79) g, onde o número após o
respondentes do resultado mencionado”.
símbolo f é o valor numérico de U = ku, (uma incerte-
3) “m, = 100,021 47 (0,00035) g, onde o número en- za expandida) com U determinado por u, = 0,35 mg
tre parênteses é o valor numérico de u, (incerteza (uma incerteza padrão combinada) e k = 2,26 (um fator
padrão combinada) expresso na unidade do resul- de abrangência) baseado na distribuição-t, para v = 9
tado mencionado”. graus de liberdade. U define um intervalo estimado para
ter um nível da confiança de 95 por cento”.
4) “m,= (100,021 47 f 0,000 35) g, onde o número
após o simbolo f é o valor numérico de u, (incer-
7.2.5 Se uma medição determina, simultaneamente, mais
teza padrão combinada) e não um intervalo de
de um mensurando, isto é, se ela fornece duas ou mais es-
confiança”.
timativas de saída yi (ver H.2, H.3 e H.4), então, além de
NOTA - O formato f deve ser evitado sempre que for possível, pois fornecer yi e u,(yi), forneça os elementos da matriz de co-
tem sido tradicionalmente usado para indicar um intervalo corres- variância u(yi , yj) ou os elementos r(yi ,yj) da matriz de
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Exoressão da Incerteza de Medição 7 Relatando a incerteza

coeficientes de correlação (C3.6, nota 2) (preferivelmen- 7.2.7 No relatório detalhado que descreve como o resul-
te, forneça ambas as matrizes). tado da medição e sua incerteza foram obtidos, devem-se
seguir as recomendações de 7.1.4 e, assim:
7.2.6 Os valores numéricos da estimativa y e sua incerte-
za padrão u,(y) ou incerteza expandida U não devem ser fornecer o valor de cada estimativa de entrada xie
fornecidos com um número excessivo de algarismos. É ge- de sua incerteza padrão u(xi)juntamente com uma
ralmente suficiente fornecer u&) e U [assim como as in- descrição sobre como eles foram obtidos;
certezas padrão u(xi)das estimativas de entrada xi]com até
fornecer as covariâncias estimadas ou os coefi-
no máximo dois algarismos significativos, embora, em al-
cientes de correlação estimados (preferencial-
guns casos, seja necessáno reter algarismos adicionais
mente ambos), associados com todas as estimati-
para evitar erros de arredondamento nos cálculos subse-
vas de entrada que são correlacionadas, e os
quentes.
métodos utilizados para obtê-los;
Ao relatar resultados finais, pode, às vezes, ser apropriado fornecer os graus de liberdade da incerteza padrão
arredondar incertezas para cima, em vez de arredondar até para cada estimativa de entrada e como eles foram
o algarismo mais próximo. Por exemplo, u,(y) = 10,47 d2 obtidos;
pode ser arredondada para 11 d2 . Entretanto deve preva-
fornecer a relação funcional Y = f(XI,X2,...,X N ) e,
lecer o bom senso, e um valor como u(xi) = 28,05 kHz
quando consideradas Úteis, as derivadas parciais
deve ser arredondado para baixo, para 28 \ H z . As estima-
ou coeficientes de sensibilidade df / dxi. Entre-
tivas de entrada e de saída devem ser arredondadas para fi-
tanto, quaisquer desses coeficientes determinados
carem consistentes com suas incertezas; por exemplo, se
experimentalmente devem ser fornecidos.
y = 10,05762 R com u,(y) = 27 d2 , y deve ser arredondado
para 10,058 R.Os coeficientes de correlação devem ser da- NOTA - Como a relação funcionalfpode ser extremamente comple-
dos com exatidão de três algarismos, se seus valores abso- xa ou não existir explicitamente, a não ser como um programa de
computador, pode ser impossível fomecerfe suas derivadas. A fun-
lutos estão próximos da unidade.
çãofpode, então, ser descrita em termos gerais, ou o programa usa-
do pode ser citado por meio de uma referência apropriada. Nestes
casos, é importante que esteja claro como a estimativa y do mensu-
rando Y e sua incerteza padrão combinada u&) foram obtidas.

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8 Resumo do procedimento
para avaliação e expressão da incerteza Expressão da Incerteza de Medição

8 Resumo do procedimento
para avaliação e expressão da incerteza
Os passos a serem seguidos na avaliação e expressão da incerteza do
resultado de uma medição, tais como apresentados neste Guia, po-
dem ser resumidos como se segue:

1. Expresse, matematicamente, a relação entre o mensu- amente, mais de uma grandeza de saída, calcule suas cova-
rando Y e as grandezas de entrada Xidas quais Y depende: riâncias (ver 7.2.5, H.2, H.3 e H.4).
Y = f(Xl , X, , ... , X,) . A função f deverá conter todas as
7. Se for necessário fornecer uma incerteza expandida U,
grandezas, incluindo todas as correções e fatores de corre-
cujo propósito é fornecer um intervalo y - U a y + U com
ção, que possam contribuir com uma componente signifi-
o qual se espera abranger uma extensa fração da distribui-
cativa de incerteza para o resultado da medição (ver 4.1.1
ção dos valores que possam razoavelmente ser atribuídos
e 4.1.2).
ao mensurando Y, multiplique a incerteza padrão combina-
2. Determine xi, o valor estimado da grandeza de entrada Xi, da u,b) por um fator de abrangência k, tipicamente na
seja com base em análise estatística de uma série de obser- faixa de 2 a 3, para obter U = ku,(y). Selecione k com base
vações ou por outros meios (ver 4.1.3). no nível da confiança requerido do intervalo (ver 6.2, 6.3
e, especialmente, o anexo G, que trata da seleção de um
3. Avalie a incerteza padrão u(xi)de cada estimativa de en-
valor de k que produz um intervalo tendo um nível da con-
trada xi. Para uma estimativa de entrada obtida através de
fiança próximo de um valor especificado).
análise estatística de uma série de observações, a incerteza
padrão é avaliada como descrito em 4.2 (avaliapio Tipo A 8 Relate o resultado da medição y juntamente com sua
da incerteza padrão). Para uma estimativa de entrada obtida incerteza padrão u,(y) ou incerteza expandida U , como tra-
por outros meios, a incerteza padrão u(xi) é avaliada como tado em 7.2.1 e 7.2.3; use um dos formatos recomendados
descrito em 4.3 (avaliação Tipo B da incerteza padrão). em 7.2.2 e 7.2.4. Descreva, como delineado também no
capítulo 7, como y e u,(y) ou U foram obtidos.
4. Avalie as covariâncias associadas com quaisquer esti-
mativas de entrada que sejam correlacionadas (ver 5.2).
5 . Calcule o resultado da medição, isto é, a estimativa y
do mensurando Y , a partir da relação funcional f,utilizan-
do como grandezas de entrada Xi as estimativas xi,obtidas
no passo 2 (ver 4.1.4).
6. Determine a incerteza padrão combinada u,(y) do re-
sultado da medição y , a partir das incertezas padrão e co-
variâncias associadas com as estimativas de entrada, como
descrito no capítulo 5 . Se a medição determina, simultane-

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo A


Recomendações do Grupo de Trabalho e da CIPM

Anexo A
Recomendações do Grupo de Trabalho e da CIPM
A.l Recomendações INC-l(l980)
O Grupo de Trabalho sobre a Declaração de Incertezas (ver o Pre-
fácio) foi convocado, em Outubro de 1980, pelo Bureau Intemaci-
onal de Pesos e Medidas (BIPM), em resposta ?i solicitação do Co-
mitê Internacional de Pesos e Medidas (CIPM). Este Grupo prepa-
rou um relatório detalhado para ser submetido ao CIPM, que con-
cluiu com a Recomendação INC-1 (1980) [ 2 ] . A tradução para o
português desta Recomendação é fornecida no item 0.7 deste Guia,
e o texto em francês, que é oficial, é o seguinte [ 2 ] :

Expression des incertitudes expérimentales 2. Les composantes de la catégorie A sont caractérisées


par ies variances estimées si2 (ou ies << écarts-types >>
Recommandation INC-l(l980) estimés si) et les nombres v i de degrés de liberté. Le cas
1. L‘incertitude d’un résultat de mesure comprend géné- échéant, les covariances estimées doivent être données.
dement plusieurs composantes qui peuvent être groupées 3. Les composantes de la catégorie B devraient être ca-
en deux catégories d’après la méthode utilisée pour esti-
ractérisées par des termes u; qui puissent être considérés
mer leur valeur numérique:
comme des approximations des variances correspondantes
A. celles qui sont évaluées ?l’aide
i de méthodes sta- dont on admet l’existence. Les termes u; peuvent être trai-
tistiques.
tés comme des variances et les termes u j comme des
B. celles qui sont évaluées par d’autres moyens. écarts-types. Le cas échéant, les covariances doivent être
traitées de façon analogue.
I] n’y a pas toujours une correspondance simple entre le
classement dans les catégories A ou B et le caractère 4. L’incertitude composée devrait être caractérisée par la
«caiéatoire» ou <<systématique» utilisé antérieure- valeur obtenue en appliquant la méthode usuelle de
ment pour classer les incertitudes. L’expression <<ince& combinaison des variances. L’incertitude composée ain-
aide systématique» est susceptible de conduire 21 des er- si que ses composantes devraient être exprimées sous la
leurs d‘interprétation: elle doit être évitée. forme d’<<écart-types>>.
5. Si pour des utilisations particulières on est amené ?i
Toute description détaillée de l’incertitude devrait com- multiplier par un facteur 19incertitudecomposée afin
P n h e Une complète de ses cOmPOsanteset indiquer tenir une incertitude globale, ]a valew numérique de ce
pour chacune ia méthode utilisée pour lui attribuer une va- facteur doit toujours être donnée.
leur numérique.

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Anexo A
Recornendacões d o G r u m d e Trabalho e da CIPM Expressão da Incerteza d e Medicáo

A.2 Recomendação 1 (CI-1981) A.3 Recomendação 1 (CI-1986)

O CIPM reviu o relatório que lhe foi submetido pelo Gru- O CIPM considerou, ainda, o assunto da expressão de in-
po de Trabalho sobre a Declaração de Incertezas e adotou certezas na sua 75" reunião, ocorrida em outubro de 1986,
as seguintes recomendações na sua 70" reunião, ocorrida e adotou a seguinte recomendação [4]:
em outubro de 1981 [3]:
Recomendação 1 (CI-1986)
Recomendação 1 (CI-1981)
Expressão de incertezas no trabalho
Expressão de incertezas experimentais executado sob os auspícios do CIPM

O Comitê Internacional de Pesos e Medidas,

-
O Comitê Internacional de Pesos e Medidas considerando a adoção da Declaração de Incertezas da
Recomendação INC-1 (1980) pelo Grupo de Trabalho e a
considerando adoção pelo CIPM da Recomendação 1 (CI-1981),

a necessidade de encontrar um consenso na expres- considerando que certos membros dos Comitês Consultivos
são da incerteza de medição na metrologia, possam querer esclarecimentos sobre esta Recomendação
o esforço que tem sido dedicado a issopor muitas para fins de trabalho que se situe dentro de seu escopo, espe-
organizações ao longo de muitos anos, cialmente no que diz respeito a comparações internacionais,
o encorajador progresso feito na procura de uma
solução aceitável, que resultou das discussões do reconhece que o parágrafo 5 da Recomendação INC-1
Grupo de Trabalho sobre Expressão das Incertezas, (1980) relativo a algumas aplicações, especialmente àque-
que se reuniu no BIPM em 1980, las com significado comercial, estão sendo agora conside-
radas por um grupo de trabalho da International Organiza-
reconhece tion for Standardization (ISO), comum à ISO, OIML e
IEC, com a concordância e cooperação do CIPM,
que as propostas do Grupo de Trabalho podem for-
mar a base de um eventual acordo sobre a expres- solicita que o parágrafo 4 da Recomendação INC-1 (1980)
são das incertezas, deva ser aplicado por todos os participantes, ao fornecerem
os resultados de todas as comparações internacionais ou ou-
recomenda tro trabalho realizado sob os auspícios do CIPM e de seus
Comitês Consultivos, e que seja fornecida a incerteza combi-
que as propostas do Grupo de Trabalho tenham am- nada das incertezas do Tipo A e do Tipo B, em temos de
pla divulgação; um desvio padrão. I
que o BIPM tente aplicar os princípios nelas conti-
dos para as comparações internacionais a serem re-
alizadas, sob os seus auspícios, nos anos vindouros;
que outras organizações interessadas sejam encora-
jadas a examinar e testar essas propostas e dar ciên-
cia ao BIPM de seus comentários;
que, após dois ou três anos, o BIPM faça um novo
relatório sobre a aplicação dessas propostas.

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo B


Termos metrológicos gerais

Anexo B
Termos metrológicos gerais
B.1 Fonte das definições B.2.1 grandeza (mensurável) [VIM 1.11
atributo de um fenômeno, corpo ou substância que pode
As definições dos termos metrológicos gerais relevantes ser qualitativamente distinguido e quatitativamente deter-
para este Guia, que são aqui fornecidas, foram extraídas minado
do “Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais
NOTAS
e Gerais de Metrologia” (abreviado para VIM), segunda
edição [6], publicado pela “Organização Internacional de 1 O termo “grandeza” pode referir-se a uma grandeza em sentido
Normalização” (ISO), em nome das sete organizações que geral [veja os exemplos em a] ou a uma grandeza específica [veja os
exemplos em b].
apoiaram seu desenvolvimento e designaram os especialis-
tas que o prepararam: Bureau Internacional de Poids e Me- Exemplos

sues (BIPM), International Electrotechnical Commission a) grandezas em um sentido geral: comprimento, tempo, mas-
(IEC), International Federation of Clinical Chemistry sa, temperatura, resistência elétrica, concentração de quan-
(IFCC), ISO, International Union of Pure and Applied tidade de matéria;

Chemistry (IUPAC), International Union of Pure and b) grandezas específicas:


Applied Physics (IUPAP) e a International Organization
of Legal Metrology (OIML). O VIM deve ser a primeira comprimento de uma barra
resistência elétrica de um fio
fonte a ser consultada sobre as definições dos termos não
concentração de etanol em uma amostra de vinho
incluídos neste anexo ou no texto.
2 Grandezas que podem ser classificadas, uma em relação i3 outra,
em ordem crescente ou decrescente, são denominadas grandezas de
NOTA - Alguns termos e conceitos estatísticos básicos são forneci-
mesma natureza.
dos no anexo C, enquanto que os termos “valor verdadeiro”, “erro”
e “incerteza” são discutidos, mais detalhadamente, no anexo D. 3 Grandezas de mesma natureza podem ser agrupadas em conjun-
tos de categorias de grandezas, por exemplo:

B.2 Definições trabalho, calor, energia


espessura, circunferência, comprimento de onda

Como no capítulo 2, nas definições que se seguem, o uso 4 Os símbolos das grandezas são dados na ISO 3 i.

de parênteses em torno de certas palavras de algumas ex-


pressões significa que as mesmas podem ser omitidas, se B.2.2 valor (de uma grandeza) [VIM 1.181
não for passível de causar confusão. expressão quantitativa de uma grandeza específica, geral-
mente sob a forma de uma unidade multiplicada por um
Os termos em negrito, em algumas notas, são termos me- número
trológicos adicionais definidos nessas notas, seja explícita Exern p1os
ou implicitamente (ver referência [ 6 ] ) .
a) comprimento de uma barra: 5,34m ou 534cm;
b) massa de um corpo: 0,152kg ou 152g;
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Anexo €3
Termos metrológicos gerais Expressão da Incerteza de Medição

lor de referência. “Valor de referência”, neste sentido, não deve ser


confundido com “valor de referência” no sentido usado na Nota do
c) quantidade de matéria de
item 5.7 do VIM.
uma amostra de água (H20): 0,012mol ou 12mmol.
2 Frequentemente, um certo número de resultados de medições de
uma grandeza é utilizado para estabelecer um valor verdadeiro con-
NOTAS vencional.

1 O valor de uma grandeza pode ser positivo, negativo ou nulo.


Comentários do Guia: Veja o Comentário do Guia para
2 O valor de uma grandeza pode ser expresso de maneiras dife- B.2.3.
rentes.
3 Os valores de grandezas adimensionais são, geralmente, expres- B.2.5 medição [VIM 2.13
sos apenas por números puros.
conjunto de operações que tem por objetivo determinar
4 Uma grandeza que não puder ser expressa por uma unidade de um valor de uma grandeza
medida multiplicada por um número, pode ser expressa por meio de
uma escala de referência convencional, ou por um procedimento de NOTA - As operações podem ser feitas automaticamente.
medição ou por ambos.
B.2.6 princípio de medição [VIM 2.31
B.2.3 valor verdadeiro (de uma grandeza) [VIM 1.191 base científica de uma medição
valor consistente com a definição de uma dada grandeza
específica EXEMPLOS

NOTAS a) o efeito termoelétrico utilizado para a medição da temperatura;


b) o efeito Josephson utilizado para a medição da diferença de po-
I É um valor que seria obtido por uma medição perfeita. tencial elétrico;
2 Valores verdadeiros são, por natureza, indeterminados.
c) o efeito Doppler utilizado para a medição da velocidade;
3 O artigo indefinido “um” é usado preferivelmente ao artigo de-
d) o efeito Raman utilizado para a medição do número de ondas
finido “o”, em conjunto com “valor verdadeiro”, porque pode haver das vibrações moleculares.
muitos valores consistentes com a definição de uma dada grandeza
específica.
B.2.7 método de medição [VIM 2.41
Comentário do Guia: Veja o anexo D, em particular D.3.5, sequência lógica de operações, descritas genericamente,
quanto às razões por que o termo “valor verdadeiro” não é usadas na execução das medições
usado neste Guia e por que os termos “valor verdadeiro de NOTA - Os métodos de medição podem ser qualificados de várias
um mensurando” (ou de uma grandeza) e “valor de um maneiras, entre as quais:
mensurando” (ou de uma grandeza) são vistos como equi-
valentes. método de substituiqão
método diferencial
método “de zero”
B.2.4 valor verdadeiroconvencional (de uma gran-
deka) [VIM 1.201 B.2.8 procedimentode medição [VIM 2.51
valor atribuído a uma grandeza específica e aceito, as ve- conjunto de operações, descritas especificamente, usadas
zes por convenção, como tendo uma incerteza apropriada na execução de medições particulares de acordo com um
para uma dada finalidade dado método
EXEMPLOS NOTA - Um procedimento de medição é, usualmente, registrado em
um documento, que algumas vezes é denominado procedimento de
a) em um determinado local, o valor atribuído a uma medição (ou método de medição) e, normalmente, tem detalhes su-
grandeza, por meio de um padrão de referência, pode ficientes para permitir que um observador execute a medição sem
ser tomado como um valor verdadeiro convencional; informações adicionais.

b) o CODATA (1986) recomendou o valor para a constan- B.2.9 mensurando[VIM 2.61


te de Avogrado como sendo A= 6,022 136 7 x lG3mol-’. grandeza específica submetida a medição
NOTAS EXEMPLO - pressão de vapor de uma dada amostra de água a 20°C.

1 “Valor verdadeiro convencional” é às vezes denominado valor


designado, melhor estimativa do valor, valor convencional ou va-

32
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Expressão da Incerteza de Medição Anexo B


lermos metrolóaicos gerais

NOTA - A especificação de um mensurando pode requerer informa- Comentário do Guia: Veja o Comentário do Guia para
ç&s de outras grandezas, como tempo, temperatura e pressão. B.2.3.

B.2.10 grandeza de influência [VIM 2.71 B.2.15 repetitividade (de resultados de medições)
grandeza que não é o mensurando, mas que afeta o resulta- [VIM 3.61
do da sua medição grau de concordância entre os resultados de medições su-
EXEMPLOS cessivas de um mesmo mensurando, efetuadas sob as mes-
mas condições de medição
a) a temperatura de um micrômetro usado na medição de um com-
primento; NOTAS
b) a freqiiência na medição da amplitude de uma diferença de po-
1 Estas condições são denominadas condições de repetitividade.
tencial em corrente aitemada;
2 Condições de repetitividade incluem:
c) a concentração de bilirrubina na medição da concentração de
hemoglobina em uma amostra de plasma sanguíneo humano. mesmo procedimento de medição;
mesmo observador;
Comentário do Guia: Entende-se que a definição de gran- mesmo instrumento de medição, utilizado nas mesmas con-
dições;
deza de influência inclui valores associados com padrões
mesmo local;
de medição, materiais e dados de referência dos quais o repetição em curto período de tempo.
resultado de uma medição pode depender, assim como
3 Repetitividade pode ser expressa, quantitativamente, em função
fenômenos (flutuações de curta duração do instrumento das características de dispersão dos resultados.
de medição) e grandezas (temperatura ambiente, pressão
barométrica e umidade). B.2.16 reprodutibilidade (de resultados de medições)
[VIM 3.71
83.11 resultado de uma medição [VIM 3.11 grau de concordância entre os resultados das medições de
valor atribuído a um mensurando, obtido por medição um mesmo mensurando, efetuadas sob condições modifi-
cadas de medição
NOTAS
NOTAS
1 Quando um resultado é dado, deve-se indicar, claramente, se ele
se refere:
1 Para que uma expressão da reprodutibilidade seja válida, é ne-
h indicação; cessário que sejam especificadas as condições modificadas.
ao resultado não-comgido; 2 As condições modificadas podem incluir:
ao resultado comgido;
princípio de medição;
esecorrespondeaovalormédiodevánasmedições.
método de medição;
2 Uma expressão completa do resultado de uma medição inclui observador;
informações sobre a incerteza de medição. instrumento de medição;
padrão de referência;
B.2.12 resultadonão corrigido [VIM 3.31 local;
resultado de uma medição antes da correção devida a erro condições de utilização;
tempo.
sistemático
3 A reprodutibilidade pode ser expressa, quantitativamente, em
função das características da dispersão dos resultados.
B.2.13 resultadocorrigido [VIM 3.41
resultado de uma medição após a correção devida a erro 4 Os resultados aqui mencionados referem-se, usualmente, a resuita-
dos corrigidos.
sistemático
B.2.17 desvio padrão experimental [ VIM 3.8 3
B.2.14 exatidão de medição [VIM 3.51
para uma série de “n” medições de um mesmo mensuran-
grau de concordância entre o resultado de uma medição e
do, a grandeza “J(q,)”, que caracteriza a dispersão dos re-
um valor verdadeiro do mensurando
sultados, é dada pela fórmula:
NOTAS

1 Exatidão é um conceito qualitativo.


2 O termo precisão não deve ser utilizado como exatidão.
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Anexo B
Termos metrológicos gerais Expressão da Incerteza de Medição

onde qk representa o resultado da k-ésima medição e 4 re- ção. Este termo não deve ser confundido com valor absoluto de
presenta a média aritmética dos n resultados considerados erro, que é o módulo do erro.

NOTAS Comentário do Guia: Se o resultado de uma medição de-


pende dos valores de grandezas outras além do mensuran-
1 Considerando a série de n valores como uma amostra de uma do, os erros dos valores medidos destas grandezas contri-
distribuição, 4 é uma estimativa não-tendenciosa da média p q , e
buem para o erro do resultado da medição. Veja, também,
s 2 ( q , )é uma estimativa não-tendenciosa da variância o* desta dis-
o Comentário do Guia para B.2.22 e para B.2.3.
tribuição.

2 A expressão s(q,)/& é uma estimativa do desvio padrão da dis-


B.2.20 erro relativo [VIM 3.121
tribuição de 4 e 6 denominada desvio padrão experimental da mé-
erro de medição dividido por um valor verdadeiro do men-
dia.
surando
3 “Desvio padrão experimental da média” é, algumas vezes, de-
nominado incorretamente erro padrão da média. NOTA - Uma vez que um valor verdadeiro não pode ser determina-
do, utiliza-se, na prática, um valor verdadeiro convencional (ver
Comentário do Guia: Alguns dos símbolos utilizados no [VIM] 1.19 [B.2.3] e 1.20 [B.2.4]).

VIM foram alterados a fim de se obter consistência com a


Comentário do Guia: Veja o Comentário do Guia para
notação utilizada no item 4.2 deste Guia.
B.2.3.
B.2.18 incerteza (de medição) [VIM 3.91
B.2.21 erro aleatório [VIM 3.131
parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que
resultado de uma medição, menos a média que resultaria
caracteriza a dispersão dos valores que podem ser razoa-
de um infinito número de medições do mesmo mensuran-
velmente atribuídos a um mensurando
do, efetuadas sob condições de repetitividade
NOTAS
NOTAS
1 O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou um
dado múltiplo dele) ou a metade de um intervalo correspondente a 1 Erro aleatório é igual a erro menos erro sistemático.
um nível da confiança declarado. 2 Em virtude de, poder ser feito somente um número finito de medi-
2 A incerteza de medição compreende, em geral, muitos compo- ções, é possível apenas determinar uma estimativa do erro aleatório.
nentes. Alguns destes componentes podem ser estimados com base
na distribuição estatística dos resultados das séries de medições e Comentário do Guia: Veja também os Comentários do
podem ser caracterizados por desvios padrão experimentais. Os ou- Guia para B.2.22.
tros componentes, que também podem ser caracterizados por des-
vios padrão, são avaliados por meio de distribuições de probabili-
dade supostas, baseadas na experiência ou em outras informações.
B.2.22 erro sistemático [VIM 3.141
média que resultaria de um número infinito de medições
3 Entende-se que o resultado de uma medição é a melhor estima-
tiva do valor do mensurando, e que todos os componentes da incer- do mesmo mensurando, efetuadas sob condições de repeti-
teza, incluindo aqueles resultantes dos efeitos sistemáticos, como os tividade, menos o valor verdadeiro do mensurando
componentes associados com correções e padrões de referência,
contribuem para a dispersão. NOTAS

1 Erro sistemático é igual ao erro menos o erro aleatório.


Comentário do Guia: destaca-se no VIM que esta defini-
ção e notas são idênticas àquelas deste Guia (ver 2.2.3). 2 Analogamente ao valor verdadeiro, o erro sistemático e suas
causas não podem ser completamente conhecidos.

B.2.19 erro (de medição) [VIM 3.101 3 Para um instrumento de medição, ver tendência ([VIM]5.25).

resultado de uma medição menos o valor verdadeiro do


Comentário do Guia: O erro do resultado de uma medição
mensurando
(ver B.2.19) pode frequentemente ser considerado como
NOTAS oriundo de vários efeitos aleatórios e sistemáticos que contri-
buem com componentes individuais de erro para o erro do
1 Uma vez que o valor verdadeiro não pode ser determinado, uti-
liza-se, na prática, um valor verdadeiro convencional (ver [VIM] resultado. Veja, também, o Comentário do Guia para B.2.19
1.19 [B.2.3] e 1.20 [B.2.4]). e para B.2.3.
2 Quando for necessário distinguir “erro” de “erro relativo”, o
primeiro é, algumas vezes, denominado de erro absoluto de medi-

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo 5


lermos metroiógicos gerais

B.2.23 correção [VIM 3.151


valor adicionado algebricamente ao resultado não corrigido
de uma medição para compensar um erro sistemático

NOTAS

1 A correção é igual ao erro sistemático estimado com sinal troca-


do.

2 Uma vez que o erro sistemático não pode ser perfeitamente co-
nhecido, a compensação não pode ser completa.

8.2.24 fator de correção [VIM 3.161


fator numérico pelo qual o resultado não corrigido de uma
medição é multiplicado para compensar um erro sistemático

NOTA - Uma vez que o erro sistemático não pode ser perfeitamente
conhecido, a compensação não pode ser completa.
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Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos Expressão da Incerteza de Medição

Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos
C.l Fonte das definições C.2.2 variável aleatória; variada [ISO 3534-1,1.2]
uma variável que pode assumir qualquer um dos valores
As definições de termos estatísticos básicos fornecidos de um conjunto especificado de valores e com a qual está
neste anexo são extraídas da Norma Internacional ISO associada uma distribuição de probabilidade ([ISO 3534-
3534-1 [7]. Esta deve ser a primeira fonte a ser consultada i ] 1.3[C.2.3])
para a definição de termos não incluídos aqui. Alguns des-
NOTAS
tes termos e seus conceitos correspondentes são aprofun-
dados em C.3, seguindo a apresentação de suas definições 1 Uma variável aleatória que só pode assumir valores isolados é
formais em C.2, de forma a facilitar ainda mais o uso deste chamada “discreta”. Uma variável aleatória que pode assumir qual-
quer valor dentro de um intervalo finito ou infinito é chamada ‘‘con-
Guia. Entretanto, C.3, que também inclui as definições de
tínua”.
alguns termos relacionados, não é baseado diretamente na
2 A probabilidade de um evento A 6 designada por Pr(A) ou
ISO 3534-1.
PW.

C.2 Definições Comentário do Guia: O símbolo Pr(A) é usado, neste


Guia, no lugar do símbolo P,(A), usado na ISO 3534-1.
Como no capítulo 2 e no anexo B, o uso de parênteses, em
tomo de certas palavras de alguns termos, significa que C.2.3 distribuiçãode probabilidade (de uma variável
elas podem ser omitidas se tal omissão não causar equívo- aleatória) [ISO 3534-1, 1.31
co. função que determina a probabilidade de uma variável ale-
atória assumir qualquer valor dado ou pertencer a um dado
Os termos de C.2.1 a C.2.14 são definidos em termos das conjunto de valores
propriedades de populações. As definições dos termos
NOTA - A probabilidade do conjunto inteiro de valores da variável
C.2.15 a C.2.31 são relacionados a um conjunto de obser- aleatória é igual a 1.
vações(ver referência [7]).
C.2.4 função distribuição [ISO 3534-1,1.4]
C.2.1 Probabilidade [ISO 3534-1,l .i] função que determina, para cada valor x, a probabilidadede
um número real na escala de O a 1 associado a um evento que a variável aleatória X seja menor ou igual ax:
aleatório
F(x) = P r ( X l x )
NOTA - Esta pode ser relacionada a uma frequência relativa de
ocorrência de longo prazo ou a um grau de confiança de que um C.2.5 função densidade de probabilidade (para uma
evento ocorrerá. Para um alto grau de confiança, a probabilidade
variável aleatória contínua) [ISO 3534-1,1.5]
está próxima de 1.
derivada (quando existe) da função distribuição:
f ( x ) = dF(x)/dr

36
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Expressão da Incertezade Medição Anexo C


Termose conceitos estatísticosbásicos ~

NOTA -f(x)dr é denominada “elemento de probabilidade”: o2= V ( x )= E{ [ X - E(x)]2}


f(x)dir = Pr(x < x < x+&)
C.2.12 desvio padrão (de uma variável aleatória, ou de
uma distribuição de probabilidade) [ISO 3534-1,1.23]
C.2.6 função massa de probabilidade [ISO 3534-
A raiz quadrada positiva da variância:
1,1.6]
uma função que fornece, para cada valor xi de uma variá- o=Jvcx,
vel aleatória discreta X, a probabilidade pi, de que a variá-
vel aleatória seja igual a xi : C.2.13 momento central‘)de ordem q [ISO 3534-1,
pi= Fyx = xi ) 1.281
em uma distribuição univariada, a esperança da q-ésima
C.2.7 parâmetro [ISO 3534-1,1.12] potência da variável aleatória centrada (X- p):
uma grandeza utilizada na descrição da distribuição de
probabilidade de uma variável aleatória
NOTA - O momento central de ordem 2 é a variância ([ISO 3534-11
C.2.8 correlação [ISO 3534-1 , l .131 1.22[C.2.1i]) da variável aleatóriax.
a relação entre duas ou muitas variáveis aleatórias dentro
1) Se, na definição dos momentos, as grandezas X, X-a, Y, Y-b, etc,
de uma distribuição de duas ou mais variáveis aleatórias
são substituídas por seus valores absolutos, isto é, LU, IX-al, IYl, IY-bl,
NOTA - A maioria das medidas estatísticas de correlação medem etc., outros momentos chamados “momentos absolutos” são defini-
somente o grau de relação linear. dos.

C.2.9 esperança (de uma variável aleatória ou de uma C.2.14 distribuiçãonormal; distribuiçãode Laplace-
distribuição de probabilidade); valor esperado; média Gauss [ISO 3534-1,1.37]
[ISO3534-1 , l .181 distribuição de probabilidade de uma variável aleatória
contínua X, cuja função densidade de probabilidade é:
1 Para uma variável aleatória discreta X,assumindo va-
lores xi , com probabilidadespi, a esperança, se ela exis-
te, é
p = E(X) = z p i x i para -m c x < + a i

a soma sendo estendida a todos os valores de xi que po- NOTA - p é a esperança e o é o desvio padrão da distribuição nor-
dem ser assumidos por X. mal.

2 Para uma variável aleatória contínua X tendo a função C.2.15 característica [ISO 3534-1,2.2]
densidade de probabilidade Jx), a esperança, se ela exis- uma propriedade que ajuda a identificar ou diferenciar
te,é itens de uma dada população

NOTA - A característica pode ser ou quantitativa (por variáveis) ou


qualitativa (por atributos).
a integral sendo estendida sobre o(s)intervalo(s) de va-
riação de X. C.2.16 população [ISO 3534-1,2.3]
totalidade de itens sob consideração
Cd.10 variável aleatória centrada [ISO 3534-1,1.21]
duma variável aleatória cuja esperança se iguala a zero NOTA - No caso de uma variável aleatória, considera-se que a dis-
tribuição de probabilidade ([NO 3534-11 1.3 IC.2.31) defina a popu-
NOTA - Se a variável aleatória X tem uma esperança igual a p, a va- lação daquela variável.
riável aieat6ria centrada correspondente 15 (X- p).
C.2.17 frequência [ISO 3534-1,2.1 i ]
Cf.11 variância (de uma variável aleatória ou de uma o número de ocorrências de um dado tipo de evento ou o
distribuição de probabilidade) [ISO 3534-1,1.22] número de observações que se enquadram em uma clas-
A esperança do quadrado da variável aleatória centrada se especificada
([ISO 3534-11, 1.21 [C.2.10]):

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Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos Expressão da Incerteza de Medição

C.2.18 distribuição de frequência [ISO 3534-1,2.15] C.2.22 momento central de ordem q [ISO 3534-1,2.37]
relação empírica entre valores de uma caracteristica e suas em uma distribuição de uma única característica, a média
frequências ou suas frequências relativas aritmética da q-ésima potência da diferença entre os valo-
res observados e sua média X:
NOTA - A distribuição pode ser apresentada graficamente como um
hisrograma ([ISO 3534-11 2.17), gráficos de barras ([ISO 3534-11
2.18), polígono de frequência cumulativa ([ISO 3534-11 2.19), ou
como uma tabela de dupla entrada ([ISO 3534-11 2.22).
onde n é o número de observações
C.2.19 média aritmética; média [ISO 3534-1,2.26]
a soma de valores dividida pelo número de valores NOTA - O momento central de ordem 1 é igual a zero.

NOTAS C.2.23 estatística [ISO 3534-1,2.45]


função de variáveis aleatórias da amostra
1 O termo “média” (mean) é, geralmente, utilizado quando se ref-
ere a um parâmetro de população (média da população).e o termo NOTA - Estatística, como uma função de variáveis aleatórias, é
“média” (average) quando se refere ao resultado de um cálculo so- também uma variável aleatória e, como tal, assume diferentes valo-
bre dados obtidos de uma amostra (média da amostra). res de uma amostra para outra. O valor da estatística obtida, usando-
2 A média (average) de uma amostra aleatória simples tomada se os valores observados nesta função, pode ser utilizado num teste
de uma população é um estimador não-tendencioso da média estatístico ou como estimativa de um parâmetro de população, tal
(mean) desta população. Entretanto, são por vezes utilizados ou- como uma média ou um desvio padrão.
tros estimadores, tais como a média geométrica ou harmônica, ou
a mediana ou a moda. C.2.24 estimação [ISO 3534-1,2.49]
a operação que designa, através de observações numa
C.2.20 variância [ISO 3534-1,2.33] amostra, valores numéricos para os parâmetros de uma
uma medida de dispersão, que é a soma dos desvios qua- distribuição escolhida, como o modelo estatístico da popu-
dráticos das observações de sua média aritmética dividida lação da qual a amostra é extraída
pelo número de observações menos um.
NOTA - Um resultado desta operação pode ser expresso como um
EXEMPLO - Para n observações xl,x2,...,xn. com média aritmética valor único singular (estimativa puntual; ver [ISO 3534-11 2.51
rC.2.261) ou como uma estimativa de intervalo (ver a [ISO 3534-11
X=
(
$
q 2.57 [C.2.27] e 2.58 [C.2.28]).

C.2.25 estimador [ISO 3534-1,2.50]


a variância é:
estatística utilizada para estimar um parâmetro de população

C.2.26 estimativa [ISO 3534-1,2.51]


valor de um estimador obtido como um resultado de uma
NOTAS estimação

1 A variância de amostras é um estimador não tendencioso da va-


C.2.27 intervalo de confiança bilateral [ISO 3534-1,
riância da população.
2.571
2 A variância é n /(n-l) vezes o momento central de ordem 2 (ver
quando TI e T2 são duas funções dos valores observados,
nota para [ISO 3534-11 2.39).
tais que, 8 sendo um parâmetro de população a ser estima-
Comentário do Guia: A variância definida aqui é mais do, a probabilidade Pr (TiI8 IT2 ) é, pelo menos, igual a
apropriadamente designada como “estimativa amostra1 da (1- a ) [onde (1- a ) é um número fixo, positivo e menor
variância da população”. A variância de uma amostra é que 11, o intervalo entre TI e T2 é um intervalo de confian-
usualmente definida como sendo o momento central de or- ça (1- a ) bilateral para 8
dem 2 desta amostra (ver C.2.13 e C.2.22).

C.2.21 desvio padrão [ISO 3534-1,2.34]


a raiz quadrada positiva da variância

NOTA - O desvio padrão da amostra é um estimador tendencioso do


desvio padrão da população.
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Expressão da Incertezade Medição Anexoc


Termos e conceitos estatísticos básicos

NOTAS C.3 Elaboração de termos e conceitos


1 Os limites Ti e T2 do intervalo de confiança são estatísticas
([ISO 3534-11 2.45 [C.2.23]) e, como tais, geralmente assumem di- C.3.1 esperança
ferentes valores de amostra para amostra. a esperança de uma função g(z) sobre uma função densida-
2 Em uma longa série de amostras, a frequência relativa dos casos de de probabilidade p ( z ) da variável aleatória z é definida
nos quais o valor verdadeiro do parâmeiro de população é coberto por:
pelo intervalo de confiança, é maior ou igual a (1- a ).

C.2.28 intervalo de Confiança unilateral [ISO3534- 1,


2.581 onde, da definição de p(z), p ( z ) dz =l. A esperança da
quando T é uma função dos valores observados, tais que, 0
variável aleatória z, designada por p z , e que também é de-
sendo um parâmetro de população a ser estimado, a pro-
nominada de valor esperado ou a média de z, é dada por:
babilidade Pr ( T 2 0 )[ou a probabilidade Pr ( T I 0 )] é
pelo menos igual a (1 - a ) [onde (1 - a ) é um número fixo, p, = E(z) =Izp(z)dz
positivo e menor do que i], o intervalo do menor valor possí-
vel de 0 até T (ou o intervalo de T até o maior valor possível Ela é estimada, estatisticamente, por 2 , a média aritmética
de e) é um intervalo de confiança (1 - a ) unilateral para 0 ou a média de n observações independentes zi da variável
aleatória z, cuja função densidade de probabilidade é p(z):
NOTAS

1 O limite T do intervalo de confiança é uma estatística


([ISO 3534-11 2.45 [C.2.23]) e, como tal, geralmente irá supor dife-
rentes valores de amostra para amostra.
C.3.2 variância
2 Ver nota 2 da [ISO 3534-11 2.57 [C.2.27].
a variância de uma variável aleatória é a esperança do seu
desvio quadrático em tomo de sua esperança. Assim, a va-
C.2.29 coeficientede confiança;nível de confiança
riância de variável aleatória z, com função densidade de
[ISO 3534-1,2.59]
probabilidade p(z), é dada por:
o valor (1 - a ) da probabilidade associada com um in-
tervalo de confiança ou um intervalo estatístico de 0 2 ( z ) = j ( z -P ,1 P(z)dz
abrangência. Ver [ISO 3534-11 2.57 [C.2.27], 2.58
[C.2.28], e 2.61 [C.2.30]). onde p, é a esperança de z. A variância d(z)pode ser es-
timada por:
NOTA - (1 - a ) é frequentemente expresso como uma porcenta-
gem.
S2(Zi) =-
n -1
2 ( z i -2)
i=l
2
,onde Z = - 1 ” zi
n i=l
C.2.30 intervalo estatístico de abrangência
[ISO 3534-1,2.61] e o zi são n observações independentes de z.
intervalo para o qual pode-se dizer que, com um dado ní-
vel da confiança, ele contém pelo menos uma proporção NOTAS
especificada da população
1 O fator n-1 na expressão para s2(zi)decorre da correlação entre
NOTAS zie Z e reflete o fato de que há somente n-1 itens independentes no
conjunto { zi - F).
1 Quando ambos os limites são definidos por estatísticas, o inter- 2 Se a esperança 1I de z é conhecida, a variância pode ser estima-
valo é bilateral. Quando um dos dois limites não é finito ou consiste da por:
do limite absoluto da variável, o intervalo é unilateral.
2 Também denominado “intervalo estatístico de tolerância”. Este
termo não deve ser usado porque pode ser confundido com “interva-
lo de tolerância”, que é definido na ISO 3534-2.

C.2.31 graus de liberdade [ISO 3534-1,2.85]


em geral, o número de termos em uma soma menos o nú-
mero de restrições aos termos da soma
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Anexo C
Termos e conceitos estatísticosbásicos Expressão da Incerteza de Medicão

A variância da média aritmética ou média das observa- C.3.5 matriz de covariância


ções, em vez de variância das observações individuais, é a para uma distribuição de probabilidade multivariada, a ma-
medida apropriada da incerteza de um resultado de medi- triz V, com elementos iguais para as variâncias e covariân-
ção. A variância de uma variável z deve ser cuidadosa- cias das variáveis, é denominada matriz de covariância. Os
mente distinguida da variância da média 2. A variância da elementos diagonais, v(z,z)= &(z) ou s(zezi) s2(zi),são as
média aritmética de uma série de n observações indepen- variâncias, enquanto que os elementos fora da diagonal,
dentes zi de z é dada por o* = 02(zi)/ n e é estimada pela *,z) ou s(yi,zi),são as covariâncias.
variância experimental da média:
C.3.6 coeficiente de correlaqão
o coeficiente de correlação é uma medida da dependência
mútua relativa de duas variáveis, igual 3 razão de suas co-
variâncias e ? raiz
i quadrada positiva do produto de suas
variâncias. Assim:
C.3.3 desvio padrão
o desvio padrão é a raiz quadrada positiva da variância. En-
quanto uma incerteza padrão do Tipo A é obtida, tomando-se
a raiz quadrada da variância estatisticamente avaliada, é mui-
tas vezes mais conveniente, quando se determina uma incer- que estima
teza padrão do Tipo B, avaüar primeiro o desvio padrão
equivalente não-estatistico e, então, obter a variacia equiva-
lente, elevando-se ao quadrado o desvio padrão.

C.3.4 covariância O coeficiente de correlação é um número puro, tal que:


a covariância de suas variáveis aleatórias é uma medida de
sua dependência mútua. A covariância de variáveis aleató-
rias y e z é definida por:
NOTAS
cov (y,z)= cov(z,y) = E { b - W l [z - E(z)l), que
leva a 1 Como p e r são números puros na faixa de -1 a +1 inclusive, en-
quanto as covariâncias são, usualmente, grandezas com dimensões e
magnitudes físicas inconvenientes, os coeficientes de correlação
são, geralmente, mais úteis que as covariâncias.
2 Para distribuições de probabilidade multivariadas, a matriz de
coeficientes de correlação é, geralmente, fornecida no lugar da ma-
triz de covariância. Como p(y,y) = l, e r(yi , y i ) = l , os elementos da
diagonal desta matriz são iguais A unidade.
onde p(y,z) é a função densidade de probabilidade conjun- 3 Se as estimativas de entrada Xi e xj são correlacionadas (ver
ta das duas variáveis y e z. A covariância cov(y,z) [tam- 5.2.2) e se uma alteração 6i em xi produz uma mudança em xj ,
então o coeficiente de correlação associado com xi e xj é estimado,
bém iimbolizada por *,z)] pode ser estimada por s(yi,zi),
aproximadamente, por:
obtida a partir de n pares independentes de observações si-
multâneas yi e zide y e z: r (xi,xj ) = u(xi ) tj / u(xj )

Esta relação pode servir de base para estimar, experimentalmente,


os coeficientes de correlação. Ela também pode ser usada para cai-
cular a variação aproximada em uma estimativa de entrada devido a
uma variação em outra, caso seu coeficiente de correlação seja co-
nhecido.
onde:
C.3.7 independência
duas variáveis aleatórias são estatisticamente independen-
tes, se sua distribuição de probabilidade conjunta é o pro-
NOTA - A covariância estimada das duas médias e i é dada por duto de suas distribuições de probabilidade individuais
sCV, i0 = S b i . Z i W .

40
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Expressão da Incerteza de Medição Anexo C


lermos e conceitos estatísticosbásicos

NOTA - Se duas variáveis aleatórias são independentes, sua cova- A distribuição de probabilidade da variável (Y-p )/s(Z) é a
riââcia e coeficiente de correlação são nulos,mas o contrário não é distribuição-t, se a variável aleatória z é distribuida nor-
necessánamente verdadeiro.
malmente com esperança p z , onde Z é a média aritmética
C.3.8 a distribuição-t;distribuição de Student de n observações independentes zi de z, s(zi) é o desvio pa-
a distribuição-t ou distribuição de Student é a distribuição drão experimental das n observações, e s(Z) = s(zi)/& é o
de probabilidade de uma variável aleatória contínua t cuja desvio padrão experimental da média 2, com v = n- 1 graus
função densidade de probabilidade é: de liberdade.

onde r é a função gama e v > O. A esperança da distribuição-


t é zero e sua variância é v/(v-2), para v > 2. Conforme
v+m, a distribuição-t se aproxima de uma distribuição

normal, comp=O e -1 (ver C.2.14).

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Anexo D
Valor “verdadeiro“, erro e incerteza Exmessão da incerteza de Medicão

Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza
O termo valor verdadeiro (B .2.3) tem sido tradicional- D.2 A grandeza realizada
mente usado em publicações sobre incerteza, mas não nes-
te Guicz pelas razões apresentadas neste anexo. Como as D.2.1 Em condições ideais, a grandeza realizada para me-
palavras “mensurando”, “erro” e “incerteza” são, freqüen- dição seria totalmente consistente com a definição do
temente, mal interpretadas, este anexo também fornece mensurando. Frequentemente, entretanto, tal grandeza não
uma discussão adicional sobre as idéias básicas a elas as- pode ser realizada, e a medição é efetuada numa grandeza
sociadas, a fim de suplementar a discussão dada no capítu- que é uma aproximação d o mensurando.
lo 3. Duas figuras são apresentadas para ilustrar por que o
conceito adotado neste Guia é baseado no resultado de D.3 O valor “verdadeiro” e o valor corrigido
medição e sua incerteza estimada, em vez de ser baseado
nas grandezas desconhecidas: valor “verdadeiro” e erro. D.3.1 O resultado da medição da grandeza realizada é
corrigido para a diferença entre esta grandeza e o mensu-
D.l O mensurando rando, de forma a prever qual teria sido o resultado da me-
dição se a grandeza realizada tivesse, de fato, satisfeito,
D.l.l O primeiro passo, ao se efetuar uma medição, é es- integralmente, a definição d o mensurando. O resultado da
pecificar o mensurando - a grandeza a ser medida; o men- medição, da grandeza realizada é também corrigido para
surando não pode ser especificado por um valor, mas, so- todos os outros efeitos sistemáticos significativos reconhe-
mente, por uma descrição de uma grandeza. Entretanto, a cidos. Embora o resultado corrigido final seja algumas ve-
princípio, um mensurando não pode ser cwmpletamente zes considerado como a melhor estimativa do valor “ver-
descrito sem um número infinito de informações. Assim, dadeiro” do mensurando, na realidade o resultado é sim-
na proporção em que deixa margem ii interpretação, a defi- plesmente a melhor estimativa do valor da grandeza que se
nição incompleta do mensurando introduz, na incerteza do pretende medir.
resultado de uma medição, um componente de incerteza
que pode ou não ser significativo para a exatidão requerida D.3.2 Como exemplo, suponha que o mensurando seja a
da medição. espessura de uma determinada folha de material em uma
temperatura especificada. O espécimen é levado a uma
D.1.2 Comumente, a definicão de um mensurando especi- temperatura próxima da especificada e sua espessura, em
fica certos estados e condições físicas. um lugar em particular, é medida com um micrômetro. A
espessura d o material, nesse lugar e temperatura, sob a
EXEMP120 - A velocidade do so111no ar seco de composiçao (fração
pressão aplicada pelo micrômetro, é a grandeza realizada.
molar) N2 = 0.7808. 0 2 = 0.2095, Ar = 0,009 35. e COz = 0.000 3.5.
na temperatura i‘= 273, I5 K e pressão I> = 1 O I 325 Pa.
D.3.3 A temperatura do material, no momento da medi-
ção, e a pressão aplicada são determinadas. O resultado
não-corrigido da medicão da grandeza realizada é, então,
corrigido, levando-se em conta a curva de calibração do
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Ekpressão da Incerteza de Medição Anexo D


Valor “verdadeiro”, erro e incerteza

micrômetro, o afastamento entre a temperatura do espéci- B.2.9) significa “grandeza particular sujeita h medição”,
men quanto i temperatura especificada, além da leve com- portanto “valor de um mensurando” significa “valor de
pressão do espécimen sob a pressão aplicada. uma grandeza particular sujeita a medição”. Como “gran-
deza particular” é, geralmente, compreendida como signi-
DA4 O valor corrigido pode ser denominado a melhor ficando uma grandeza definida, ou especificada (ver B.2.1,
estimativa do valor “verdadeiro”, “verdadeiro” no sentido nota l), o adjetivo “verdadeiro” em “valor verdadeiro de
de que ele é o valor de uma grandeza que se acredita que um mensurando” (ou em “valor verdadeiro de uma gran-
satisfaça, completamente, a definição do mensurando; po- deza”) é desnecessário - o valor “verdadeiro” do mensu-
rém,se o micrômetro tivesse sido aplicado a uma parte di- rando (ou da grandeza) é, simplesmente, o valor do men-
ferente da folha do material, o mensurando teria sido dife- surando (ou da grandeza). Adicionalmente, como indicado
rente com um valor “verdadeiro” diferente. No entanto, na discussão acima, o valor “verdadeiro” único é somente
aquele valor “verdadeiro” seria consistente com a defini- um conceito idealizado.
ção do, mensurando porque este não especificou que a es-
pessura era para ser determinada num local em particular D.4 Erro
sobre a folha. Assim, neste caso, por causa de uma defini-
ção incompleta do mensurando, o valor “verdadeiro” tem Um resultado de medição corrigido não é o valor do men-
uma incerteza que pode ser avaliada através de medições surando - isto é, está errado - por causa da medição im-
realizadas em diferentes partes da folha. Em algum nível, perfeita da grandeza realizada, devido a variações aleatóri-
cada mensurando tem uma incerteza “intrínseca” que as das observações (efeitos aleatórios), 2 determinação
pode, em princípio, ser estimada de algum modo. Esta é a inadequada de correções para efeitos sistemáticos e ao co-
incerteza mínima com a qual um mensurando pode ser de- nhecimento incompleto de certos fenômenos físicos (tam-
terminado, e cada medição que alcança tal incerteza pode bém efeitos sistemáticos). Nem o valor da grandeza reali-
ser considerada a melhor medição possível do mensuran- zada nem o valor do mensurando podem ser conhecidos
do. Para obter um valor da grandeza em questão com uma exatamente; tudo o que se pode saber são os seus valores
incerteza menor, requer-se que o mensurando seja defini- estimados. No exemplo acima, a espessura medida da fo-
do mais completamente. lha pode estar errada, isto é, pode diferir do valor do men-
surando (a espessura da folha), porque cada uma das se-
NOTAS
guintes razões podem se combinar para contribuir para um
1. No exemplo, a especificação do mensurando deixa em dúvida erro desconhecido no resultado da medição:
muitos outros assuntos que podem, conceitualmente, afetar a espes-
sura: a pressão barométrica, a umidade, o comportamento da folha
pequenas diferenças entre as indicações do micrô-
no campo gravitacional, como ela é apoiada, etc.
metro, quando ele é aplicado repetidamente para a
2. Embora um mensurando deva ser definido com detalhes sufici-
entes para que qualquer incerteza decorrente de sua definição in-
mesma grandeza realizada;
completa seja desprezível em comparação com a exatidão requerida calibração imperfeita do micrômetro;
para a medição, deve-se reconhecer que isto nem sempre é praticá-
vel. A definição pode, por exemplo, estar incompleta porque não es- medição imperfeita da temperatura e da pressão apli-
pecifica parâmetros que possam ter sido supostos, injustificadamen-
cada;
te, como tendo efeito desprezível, ou pode implicar condições que
poderão nunca ser satisfeitas inteiramente e cuja realização irnper- conhecimento incompleto dos efeitos da temperatu-
feita é difícil de se levar em conta. Por exemplo, no caso do exem-
ra, pressão barométrica e umidade da amostra ou do
plo de D. 1.2, a velocidade do som implica infinitas ondas planas de
amplitude quase desprezível. Na proporção em que a medição não micrômetro, ou de ambos.
satisfaz estas condições, os efeitos não-lineares e de difração preci-
sam ser considerados.
Incerteza
3. A especificação inadequada do mensurando pode levar a discre-
pâncias entre os resultados de medições da mesma grandeza ostensi-
vamente realizadas em laboratórios diferentes.
Enquanto os valores exatos das contribuições ao
erro de um resultado de uma medição são desconhecidos e
D.3.5 A expressão “valor verdadeiro de um mensurando” desconhecíveis, as incertezas associadas com esses efeitos
ou de uma grandeza (frequentemente abreviada para “va- aleatórios e sistemáticos que contribuem para o erro po-
lor Verdadeiro”) é evitada neste Guia, porque a palavra dem ser avaliadas. Porém, mesmo que as incertezas avalia-
“verdadeiro”é vista como redundante. “Mensurando” (ver das sejam pequenas, ainda não há garantia de que o erro

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Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza Expressão da Incerteza de Medição

no resultado da medição seja pequeno, pois, na determina- através dos valores estimados das grandezas de entrada e
ção de uma correção ou na avaliação de conhecimento in- da incerteza padrão combinada deste resultado por meio
completo, um efeito sistemático pode ter passado desper- de incertezas padrão daqueles valores estimados. Somente
cebido porque não é reconhecido. Assim, a incerteza de se há uma base sólida para se acreditar que tudo isto foi
um resultado de uma medição não é, necessariamente, feito de maneira adequada, sem que se tenha passado por
uma indicação de quanto o resultado da medição está pró- cima de nenhum efeito sistemático relevante, pode-se su-
ximo do valor do mensurando; ela é simplesmente uma es- por que o resultado da medição é uma estimativa confiável
timativa de quanto se está próximo do melhor valor que do valor do mensurando e que sua incerteza padrão combi-
seja consistente com o conhecimento atualmente disponí- nada é uma medida confiável de seu possível erro.
vel.
NOTAS
D.5.2 A incerteza de medição é, assim, uma expressão do 1. Na figura D.la, as observações são mostradas como um histo-
fato de que, para um dado mensurando e um dado resulta- grama para propósitos ilustrativos [ver 4.4.3 e a figura (lb)].
do de sua medição, não há um Único valor, mas, .sim, um 2. A correção para um erro é igual ao negativo da estimativa do
infinito número de valores, dispersos em tomo do resulta- erro. Assim, na figura (D.l) e também na figura (D.2), uma seta que
do, que são consistentes com todas as observações e dados ilustra a correção para um erro é igual em comprimento, mas aponta
para a direção contrária da seta que teria ilustrado o próprio erro e
e conhecimentos sobre o mundo físico, e que podem ter
vice-versa. O texto da figura toma claro se uma seta em particular
diferentes graus de credibilidade atribuídos ao mensuran- ilustra uma correção ou um erro.
do.
D.6.2 A figura (D.2) mostra algumas das mesmas idéias
D.5.3 Felizmente, em muitas situações práticas de medi- ilustradas na figura (D.l), mas de uma maneira diferente.
ção, muito do que é discutido neste anexo não se aplica. Além disso, ela também demonstra a idéia de que pode ha-
Os exemplos são quando o mensurando está adequada- ver vários valores do mensurando, se a sua definição está
mente bem definido; quando padrões ou instrumentos são incompleta (entrada g da figura). A incerteza que se origi-
calibrados, usando-se padrões de referência bem conheci- na do fato da definição estar incompleta, tal como medida
dos que são rastreáveis a padrões nacionais; e quando as pela variância, é avaliada por medições de realizações
incertezas das correções de calibração são insignificantes múltiplas do mensurando, usando-se o mesmo método, os
comparadas às incertezas provenientes de efeitos aleatóri- mesmos instrumentos, etc. (ver D.3.4).
os na indicação dos instrumentos, ou de um número limi-
tado de observações (ver E.4.3). De qualquer maneira, o NOTA - Na coluna intitulada “Variância”, as variâncias são enten-
conhecimento incompleto de grandezas de influência e de didas como sendo as variâncias u’(y) definidas na equação (1 1) em

seus efeitos podem, muitas vezes, contribuir significativa- 5.1.3; portanto elas se somam linearmente, como mostrado.

mente para a incerteza do resultado de uma medição.

D.6 Representação gráfica

D.6.1 A figura (D. 1) ilustra algumas das idéias discutidas


no item 3 deste Guia e neste anexo. Ela ilustra por que o
enfoque deste Guia está na incerteza e não no erro. O va-
lor exato do erro de um resultado de uma medição é, em
geral, desconhecido e impossível de se conhecer. Tudo o
que se pode fazer é estimar os valores das grandezas de
entrada, incluindo correções para efeitos sistemáticos re-
conhecíveis, juntamente com suas incertezas padrão (des-
vios padrão estimados), seja por meio de distribuições de
probabilidade desconhecidas que são amostradas por meio
de observações repetidas, ou por meio de distribuições
subjetivas ou a priori baseadas no conjunto de informa-
ções disponíveis e, então, calcular o resultado da medição

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo D


Valor “verdadeiro”,erro e incerteza

Conceitos baseados em grandezas observáveis

Média aritmética não Média aritmética corrigida


corrigida das Observações das observações
- -
I I
(4 I I
I I A média corrigida é o valor
I I estimado do mensurando
I- I-
I e o resultado da medição.
I
I I
- I -
- 1 -
I I
I I
, I I
I I
I I ‘ ’ ’

I
Incerteza padrão da I I Inceiteza padrão combinada
média não-corrigida I I da média corrigida.
devido d dispersão das I I Compreende a incerteza da média
observações (para fins I I não corrigida devido d dispersão
ilustrativos, mostrada II I das observações e a incerteza
aqui como um intervalo) I I da correção aplicada
I I
I
I I
I I
I I
I I
I I
I I

Conceitos ideais baseados em grandezas desconhecíveis


I
I
I I
I I
(b) I I
I I
I I
Média aritmética não I I Média aritmética corrigida
corrigida das observações I
I
I das observações
I II

Valor do
Mensurando
(desconhecido)

(1) Distribuição desconhecida (aqui suposta ser aproximadamente uma distribuição nomal) da população (inteira
das possíveis observações não-corrigidas
(2)Distribuição desconhecida da população inteira de possíveis observações corrigidas
(3) Média de população desconhecida (expectativa) com desvio padrão desconhecido (indicado pela borda da área
sombreada)
(4) Erro desconhecido na média corrigida devido ao erro “aleatório” desconhecido na média não- corrigida e ao erro
desconhecido na correção aplicada
(5)Erro desconhecido devido a todos os efeitos sistemáticos reconhecidos
(6) Erro “aleatório” desconhecido na média não corrigida de observações
(7)Erro desconhecido remanescente na média corrigida devido a um efeito sistemático não-reconhecido

Figura D.1. Ilustração gráfica do valor, erro e incerteza

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Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza Expressão da Incerteza de Medição

Grandeza Valor Variância


(fora de escala) (fora de escala)
Valor crescente
a) Observações
não corrigidas I III
!
I

I
(observação única) ’
b) Média não corrigida +i I (média aritmética)
das observações , I

I
I
,
I

I
I
I
I
I
c) Correção para I

i-4
I
I

todos os efeitos I
II

sistemáticos reconhecidos a I
I a
I I
I I

d) Resultado de medição
HI I

: (não inclui a variância


: devida A definição incompleta
j do mensurando)
e) Erro remanescente t
I
I
I
(desconhecível) I
I
I
I
I

f) Valor do mensurando
I
I
I
I
(desconhecível) I
I
I I
I I I
I I 1

g) Valores do mensurando I
I 1

devido a definição
incompleta (desconhecível)
I H

h) Resultado final da medição

Figura 0 . 2 . Ilustração gráfica dos valores, erros e incertezas

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Expressãoda Incerteza de Medição Anexo E


Motivação e base para a Recomendação INC- 1 (1 980)

Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-l(l980)
Este anexo traz uma breve discussão tanto sobre a motiva- ção de incertezas era frequentemente projetado para satis-
ção como sobre a base estatística para a Recomendação fazer o requisito de segurança.
INC-1 (1980) do Grupo de Trabalho para Declaração de
incertezas, sobre o qual se fundamenta este Guia. Para dis- E.2 Justificativa para avaliações realísticas
cussões mais aprofundadas, ver as referências [ l , 2, 11, da incerteza
121.
E.2.1 Quando o valor de um mensurando é relatado, a
E.1 “Seguro”, “aleatÓrio” e “sistemático9’ melhor estimativa de seu valor e a melhor avaliação da in-
certeza desta estimativa devem ser dadas, pois, se a incer-
E.1.1 Este Guia apresenta um método amplamente apli- teza é passível de erro, não é normalmente possível decidir
cável para avaliar e expressar incerteza de medição. Ele em qual direção dever-se-ia errar “seguramente”. Uma de-
fornece um valor realista, em vez de um valor “seguro” da claração para menos das incertezas pode fazer com que
incerteza baseado no conceito de que não há diferença ine- demasiada confiança seja depositada nos valores relatados,
rente entre um componente de incerteza proveniente de com conseqüências, por vezes, embaraçosas ou até mes-
um efeito aleatório e um proveniente de uma correção para mo desastrosas. Uma declaração deliberadamente para
um efeito sistemático (ver 3.2.2 e 3.2.3). O método se si- mais das incertezas pode, também, ter repercussões inde-
tua, portanto, em contraste com certos métodos mais anti- sejáveis. Poderia fazer com que os usuários de equipamen-
gos que têm em comum as duas seguintes idéias: to de medição comprassem instrumentos que são mais dis-
pendiosos do que os de que eles precisam, ou poderia fa-
E.1.2 A primeira idéia é a de que a incerteza relatada zer com que produtos caros fossem descartados desneces-
deve ser “segura” ou “conservadora”, significando que sariamente, ou que os serviços de um laboratório de cali-
nunca deveria errar para muito menos. De fato, devido 21 bração fossem rejeitados.
avaliação da incerteza de um resultado de medição ser
problemática, ela foi, com frequência, deliberadamente E.2.2 Isso não quer dizer que aqueles que utilizam um re-
tornada maior. sultado de medição não possam aplicar seus próprios fato-
res de multiplicação à incerteza declarada, de forma a ob-
E.13 A segunda idéia é a de que as influências que dão ter uma incerteza expandida que define um intervalo com
origem às incertezas foram sempre reconhecidas como um nível da confiança especificado e que satisfaz suas
sendo ou “aleatórias” ou “sistemáticas”, sendo que as próprias necessidades. Nem significa, em certas circuns-
duas teriam naturezas diferentes; as incertezas associa- tâncias, que as instituições fornecedoras de resultados de
das com cada uma eram combinadas na sua própria ma- medições não poderiam, rotineiramente, aplicar um fator
neira e deveriam ser relatadas separadamente (ou, quan- que forneça uma incerteza expandida similar que satisfaça
do era requerido um único valor, combinadas de algum as necessidades de uma classe específica de usuários des-
modo específico). Na realidade, o método de combina- ses resultados. Entretanto, tais fatores (sempre a serem de-
clarados) devem ser aplicados à incerteza tal como deter-
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Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC- 1 (1980) Expressão da Incerteza de Medição

minada por um método realista, e somente após a incerte-


za ter sido assim determinada, de modo que o intervalo de-
finido pela incerteza expandida tenha o nível da confiança
requerido e a operação possa ser facilmente revertida.
que pode ser escrito como:

E.2.3 Aqueles engajados em medições frequentemente N


precisam incorporar em suas análises os resultados de me-
dições feitas por outros, com cada um desses resultados i=l

possuindo uma incerteza própria. Ao avaliar a incerteza de (E.2b)


seu próprio resultado de medição, eles necessitam ter um
melhor valor, e não um valor “seguro”, da incerteza de
cada um dos resultados incorporados de terceiros. Adicio-
nalmente, deve haver alguma maneira simples e lógica
pela qual essas incertezas importadas possam ser combina- A esperança do desvio quadrado ( z - ~ , é) ~a variância de z,
das com as incertezas das suas próprias observações para isto é, E [ ( z - ~ ,])=~ 02 e, assim, da equação (E.2b)
fornecer a incerteza de seu próprio resultado. A Recomen-
dação INC- 1 (1980) fornece tal maneira.

E.3 Justificativa para tratar todos os compo-


nentes da incerteza identicamente Nesta expressão, o? = E [ ( w i - pi>23é a variância de
wi e pi, = 2) ( W ~ , W ~ ) / ( O ? Oé~ o) ~coeficiente
/~ de correla-
O enfoque da discussão deste item é um exemplo simples ção de wi e wj, onde 2) (wi ,wj) = E[(wi - pi) . (wj-pj)]é
que ilustra como este Guia trata componentes de incerteza a covariância de wi e wj .
provenientes de efeitos aleatórios e de correções para efei-
tos sistemáticos exatamente da mesma forma na avaliação NOTAS
da incerteza do resultado de uma medição. Ele, assim,
1. o: e o: são, respectivamente, os momentos centrais de ordem 2
exemplifica o ponto de vista adotado neste Guia e citado
(ver C.2.13 e C.2.22) das distribuições de probabilidade de z e de
em E . l . l , ou seja, que todos os componentes da incerteza wj. Uma distribuição de probabilidade pode ser completamen-
são da mesma natureza e devem ser tratados identicamen- te caracterizada pela sua esperança, variância e momentos
te. O ponto de partida da discussão é uma derivação sim- centrais de ordem mais alta.
plificada da expressão matemática para a propagação dos 2. A equação (13) em 5.2.2 tiunto com a equação (15)], que é usa-
desvios padrão, denominada, neste Guia, como lei de pro- da para calcular a incerteza padrão combinada, é idêntica & equação
pagação da incerteza. (E.3), exceto que a equação (13) é expressa em termos de estimati-
vas das variâncias, desvios padrão e coeficientes de correlação.

E.3.1 Suponha que a grandeza de saída z = f(wl,wz,..,wN)


E.3.2 Na terminologia tradicional, a equação (E.3) é, fre-
dependa de N grandezas de entrada w1,W2,...wN3 onde cada
quentemente, chamada a “lei geral de propagação do
wi seja descrito por uma distribuição de probabilidade apro-
erro”, um título que é melhor aplicado a uma expressão da
priada. A expansão de f por meio das esperanças dos wi,
E(wi)=pi, em uma série de Taylor de primeira ordem, for-
forma Az = cfJl (Sf / 6wi)Awi onde Az é a mudança em z
devido a (pequenas) variações Awi em wi [ver equação
nece, para pequenos desvios de z com relação a pz, em ter-
(E.8)]. De fato, é apropriado denominar a equação
mos de pequenos desvios de wi em torno de pi:
(E.3) de lei de propagação da incerteza, como é dado
neste Guia, porque ela mostra como as incertezas das
grandezas de entrada wi, tomadas como iguais aos des-
vios padrão das distribuições de probabilidade de w ,,
se combinam para fornecer a incerteza da grandeza de
onde todos os termos de maior ordem são supostamente
saída z, se aquela incerteza é tomada como igual ao desvio
desprezíveis e p = f(p 1, p 2 , . ..,p ). O quadrado do des-
padrão da distribuição de probabilidade de z.
vio z - p ,é, então, dado por:

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo E


Motivacão e base para a Recomendação INC- 1 (1 980)

E.3.3 A equação (E.3) também se aplica à propagação de A grandeza z é, então, estimada porfi) =Aa, fi q l , q2,..., qn)
múltiplos de desvios padrão, pois, se cada desvio padrão oi e a estimativa &(z) de sua variância d(z)é obtida pela equa-
é substituído por um múltiplo koi, com o mesmo k para ção (E.3). Se, para simplifcar, se supõe z = w,de modo que a
cada oi,o desvio padrão da grandeza de saída z é substituí- melhor estimativa de I é ~ f =iE, )então a estimativa p2(z)
do por k q . Entretanto, ela não deve ser aplicada à propa- pode ser prontamente encontrada. Notando pela equação (E.5)
gação de intervalos de confiança. Se cada oi é substituído que:
por uma grandeza 6 que define um intervalo correspon-
dente a um dado nível da confiança p , a grandeza resultan-
te,para z, G,,não definirá um intervalo correspondente ao
mesmo valor de p , a não ser que todos os w i sejam descri-
tos por distribuições normais. Nenhuma de tais suposições designando as variâncias estimadas de a e P por u2(a) e
quanto normalidade das distribuições de probabilidade u2@),respectivamente, e supondo que as observações indi-
das grandezas wi está implícita na equação (E.3). Mais es- viduais são não-correlacionadas,a equação (E.3) torna-se:
pecificamente, se na equação (lO), em 5.1.2, cada incerte-
za padrão u(xJ é avaliada por meio de repetidas observa-
ções independentes e multiplicada pelo fator-t, apropriado
para seus graus de liberdade para um valor particular de p
(digamos, p = 95 por cento), a incerteza da estimativa y onde s2(qk)é a variância experimental das observações q k ,
não irá definir um intervalo correspondendo àquele valor calculada de acordo com a equação (4), em 4.2.2, e
dep (ver G.3 e G.4). s2(qk)/n=s2(@ é a variância experimental da média ij
[equação (9,em 4.2.31.
Nota - O requisito de normalidade, quando se propagam intervalos
de confiança usando a equação (E.3), pode ser uma das razões para E.3.5 Na terminologia tradicional, o terceiro termo do
a separação histórica dos componentes da incerteza derivada de ob- membro da direita da equação (E.6) é chamado de contri-
servações repetidas, que se supôs serem normalmente distribuídas,
daqueles que foram avaliados simplesmente como limites superior e
buição “aleatória” 2 variância estimada u2(z), porque ele
inferior. decresce normalmente quando o número de observações n
aumenta, enquanto que os dois primeiros termos são cha-
E.3.4 Considere o seguinte exemplo: z depende somente mados contribuições “sistemáticas”, porque eles não de-
de uma grandeza de entrada w ,z =Aw),onde w é estimado pendem de n.
pela média de n valores wk de w ; estes n valores são obti-
dos de n observações repetidas independentes qk de uma De mais significância, em alguns tratamentos tradicionais
variável aleatória q; wk e qk são relacionados por: de incerteza de medição, a equação (E.6) é questionada,
pois nenhuma distinção é feita entre as incertezas oriundas
de efeitos sistemáticos e as que decorrem de efeitos aleató-
rios. Em particular, combinar as variâncias obtidas de uma
Aqui a é um desvio “sistemático” constante ou desloca- distribuição de probabilidade a priori com aquelas obtidas
mento comum a cada observação, e P é um fator de escala de distribuições baseadas na frequência é condenado, pois
comum. O desvio e o fator de escala, embora fixados du- o conceito de probabilidade é considerado como aplicável
rante as observações, são supostos como caracterizados somente a eventos que podem ser repetidos um grande nú-
por distribuições de probabilidade a priori, com a e P mero de vezes sob condições essencialmente iguais,
como sendo as melhores estimativas das esperanças dessas com a probabilidade p de um evento (O 5 p 5 1) indican-
disiribuições. do a frequência relativa com a qual o evento irá ocorrer.

A melhor estimativa de w é a média aritmética ou média W Em contraste com este ponto de vista da probabilidade ba-
obtida de: seado na frequência, um ponto de vista igualmente válido
é de que a probabilidade é uma medida do grau de credi-
bilidade de que um evento irá ocorrer [13, 141. Por exem-
plo, suponha que alguém tenha a oportunidade de ganhar
uma pequena soma de dinheiro D, e que se trate de um
apostador racional. O grau de credibilidade de um evento

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Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC- 1 (1 980) Expressão da Incerteza de Medição

A ocorrer é de p = 0,5, se o apostador é indiferente quanto real de qualquer esquema de classificação. Contudo, uma
à escolha de duas apostas: (1) receber D,se o evento A vez que títulos convenientes podem, às vezes, ser úteis na
ocorrer, porém não receber nada, se ele não ocorrer; (2) re- comunicação e discussão de idéias, a Recomendação
ceber D,se o evento A não ocorrer, porém, nada, se ele INC-1 (1980) fornece um esquema para a classificação de
ocorrer. A Recomendação INC-1 (1980) sobre a qual se dois métodos distintos pelos quais os componentes da in-
fundamenta este Guia adota implicitamente tal ponto de certeza podem ser avaliados, “A” e “B” (ver 0.7, 2.3.2 e
vista de probabilidade, uma vez que ele encara expressões, 2.3.3).
tais como a equação (E.6), como a maneira adequada de
calcular a incerteza padrão combinada de um resultado de Classificando-se os métodos usados para avaliar os com-
uma medição. ponentes de incerteza, evita-se o problema principal asso-
ciado com a classificação dos próprios componentes, isto
E.3.6 Existem três vantagens distintas em se adotar uma é, a dependência entre a classificação de um componente e
interpretação de probabilidade baseada no grau de credibi- como a grandeza correspondente é utilizada. Entretanto,
lidade, no desvio padrão (incerteza padrão) e na lei de pro- classificar os métodos, em vez de componentes, não impe-
pagação da incerteza [equação (E.3)] como bases para de que se agrupem os componentes individuais avaliados
avaliação e expressão da incerteza de medição, como foi pelos dois métodos em grupos específicos para um propó-
feito neste Guia: sito particular, em uma dada medição, por exemplo, quan-
do se compara a variabilidade observada experimental-
a) lei da propagação de incerteza permite que a incer- mente com a prevista teoricamente dos valores de saída de
teza padrão combinada de um resultado seja pronta- um complexo sistema de medição (ver 3.4.3).
mente incorporada na avaliação da incerteza padrão
combinada de outro resultado no qual a primeira é uti- E.4 Desvios padrão como medidas de incer-
lizada:
teza
b) a incerteza padrão combinada pode servir de base
para calcular intervalos que correspondam, de forma E.4.1 A equação (E.3) requer que, independente de como
realista, a seus níveis da confiança requeridos; seja obtida a incerteza de estimativa de uma grandeza de
c) é desnecessário classificar componentes como entrada, ela seja avaliada como uma incerteza padrão, isto
“aleatórios” ou “sistemáticos” (ou de qualquer ou- é, um desvio padrão estimado. Se, em vez disso, alguma
tro modo) quando da avaliação da incerteza, porque alternativa “segura” é avaliada, ela não pode ser usada na
todos os componentes da incerteza são tratados da equação (E.3). Em particular, se o “máximo limite de
mesma maneira. erro” (o maior desvio concebível para a estimativa su-
posta como sendo a melhor) é usado na equação (E.3), a
O benefício c) é altamente vantajoso porque tal categori- incerteza resultante terá um significado mal definido e não
zação é, frequentemente, fonte de confusão; um compo- poderá ser utilizada por alguém que queira incorporá-la
nente de incerteza não é ou “aleatório” ou “sistemático”. em cálculos subsequentes de incertezas de outras grande-
Sua natureza é condicionada pela utilização feita da gran- zas (ver E.3.3).
deza correspondente, ou mais formalmente, pelo contexto
no qual a grandeza aparece no modelo matemático que E.4.2 Quando a incerteza padrão de uma grandeza de en-
descreve a medição. Assim, quando sua grandeza corres- trada não pode ser avaliada pela análise de resultados de
pondente é usada em um contexto diferente, um compo- um número adequado de observações repetidas, deve-se
nente “aleatório” pode se tomar um componente “sistemá- adotar uma distribuição de probabilidade baseada no co-
tico” e vice versa. nhecimento que é muito menos extenso do que seria dese-
jável. Isso não toma, entretanto, a distribuição inválida ou
E.3.7 Pelo motivo dado em c) acima, a Recomendação irreal; como todas as distribuições de probabilidade, ela é
INC-1 (1980) não classifica os componentes da incerteza uma expressão do conhecimento existente.
como “aleatórios” ou “sistemáticos”. Na realidade, no que
se refere ao cálculo da incerteza padrão combinada de um E.4.3 As avaliações baseadas em observações repetidas
resultado de medição, não há necessidade de classificar não são necessariamente superiores àquelas obtidas por
componentes de incerteza e, assim, nenhuma necessidade outros meios. Considere s(q) o desvio padrão experimental
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Expressão da Incertezade Medição Anexo E


Motivação e base para a Recomendação INC- 1 (1980) -

da média de n observações q k independentes de uma variá- E.4.4 Foi levantada a questão de que, enquanto as incer-
vel q aleatória, distribuída normalmente [veja equação (3, tezas associadas com a aplicação de um método particular
em 4.2.31. A grandeza s(q) é uma estatística (ver C.2.23) de medição são parâmetros estatísticos caracterizando va-
que estima o desvio padrão da distribuição da proba- riáveis aleatórias, existem exemplos de um “efeito verda-
bilidade de q, que é o desvio padrão da distribuição dos deiramente sistemático” cuja incerteza deve ser tratada di-
valores de i j que seria obtido se a medição fosse repetida ferentemente. Um exemplo é um desvio tendo um valor
um número infinito de vezes. A variância 02[s(ij)]de s(q) fixo desconhecido que é o mesmo para cada determinação
é dada, aproximadamente, por: pelo método devido h uma possível imperfeição no pró-
prio princípio do método em si ou em uma de suas hipóte-
(E.7) ses. Mas, se se reconhece que tal possibilidade de desvio
existe e se sua magnitude é tida como sendo possivelmen-
ondev = n - 1 é o número de graus de liberdade de s(4, (ver te significativa, então ele pode ser descrito por uma distri-
G.3.3). Assim o desvio padrão relativo de s(@, que é dado buição de probabilidade, ainda que simplesmenteconstruí-
pia razão O[s(q)]/ @ i j ) e que pode ser tomado como uma da, baseada no conhecimento que levou h conclusão de
medida da incerteza relativa de s(@, é, aproximadamente, que ele poderia existir e de que era significativo. Assim, se
se considerar a probabilidade como uma medida do grau
[2(n Esta “incerteza da incerteza” de ij que decorre
de credibilidade de que um evento irá ocorrer, a contribui-
do motivo puramente estatístico da amostragem limitada,
ção de tal efeito sistemático pode ser incluída na incerteza
pode ser surpreendentementegrande; para n = 10 observa-
padrão combinada de um resultado de medição, pela avali-
ções, é de 24 por cento. Este e outros valores são dados na
ação desta como uma incerteza padrão de uma distribuição
tabela E.l, que mostra que o desvio padrão de um desvio
de probabilidade a priori, e tratando-a como qualquer ou-
padrão estatisticamenteestimado não é desprezível para va-
tra incerteza padrão de uma grandeza de entrada.
lores práticos de n. Pode-se, portanto, concluir que as avali-
açíjes do Tipo A da incerteza padrão não são necessaria- EXEMPLO - A especificação de um procedimento de medição par-
mente mais confiáveis do que as avaliações do Tipo B, e ticular requer que uma certa grandeza de entrada seja calculada a
que em muitas situações práticas de medições, onde o nú- partir de uma expansão em série de potências específicas cujos ter-
mos de maior ordem não são exatamente conhecidos. O efeito
mero de observações é limitado, os componentes obtidos
sistemático, devido a não ser possível tratar com exatidão estes ter-
por avaliações do Tipo B podem ser melhor conhecidos do mos, leva a um desvio fixo desconhecido que não pode ser experi-
que os componentes obtidos de avaliações do Tipo A. mentalmente amostrado por repetiçóes do procedimento. Assim, a
incerteza associada com o efeito não pode ser avaliada e incluída na
Tabela E.l o[s(ij)]/@q), o desvio padrão do desvio pa- incerteza do resultado final de medição se uma interpretação da
probabilidade, baseada em freqiiencia, é estritamente seguida. En-
drão experimental da média 4 de n observações indepen- tretanto, interpretando-se a probabilidade na base do grau de credi-
dentes de uma variável aleatória normalmente distribuída bilidade, permite-se uma incerteza, caracterizando o efeito a ser
avaliado de uma distribuição de probabilidade Q priori (derivada do
q, relativo ao desvio padrão daquela média(a).
conhecimento disponível concernente aos termos conhecidos sem
~~
exatidão) e que seja incluída no cálculo da incerteza padrão com-
Número de observações O[s(q11/ s(4) binada do resultado da medição, como qualquer outra incerteza.
n (por cento)
2 76 E.5 Uma comparação entre duas abordagens
3 52 da incerteza
4 42
5 36 E.5.1 O enfoque deste Guia é sobre o resultado de medi-
10 24 ção e sua incerteza avaliada, em vez de sobre as grandezas
16 desconhecidas, o valor “verdadeiro” e erro das grandezas
20
desconhecidas (ver o anexo D).
30 13
50 10 Este Guia, na realidade, desfaz a conexão, muitas vezes
%s valores dados foram calculados da expressão exata para confusa, entre as grandezas desconhecidas, valor “verda-
34.
a[s(ij)] / o(?),e não para a expressão aproximada[2 (n - i)] deiro” e erro, tomando-se os pontos de vista operacionais:
que o resultado de uma medição é simplesmente o valor

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Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC- 1 (1980) Expressão da Incerteza de Medição

atribuído ao mensurando e que a incerteza desse resultado padrão utilizadas como estimativas dos desvios padrão oi,
é uma medida de dispersão dos valores que poderiam, ra- para obter a incerteza padrão combinada do resultado da
zoavelmente. ser abtribuídos ao mensurando. medição, são idênticas e fornecem o mesmo valor numéri-
co para aquela incerteza. Novamente, não faz nenhuma di-
E.5.2 Esta conexão pode ser entendida ao se interpretar a ferença nos cálculos se uma incerteza padrão é vista como
derivação da equação (E.3), a lei da propagação da incer- uma medida da dispersão da distribuição da probabiliade de
teza, do ponto de vista de valor “verdadeiro” e erro. Neste uma grandeza de entrada ou como uma medida da dispersão
caso, p i é considerado como desconhecido, único valor da distribuição de probabilidade do erro dessa grandeza.
“verdadeiro” da grandeza de entrada wi e cada wi é supos-
to ser relacionado ao seu valor “verdadeiro” p i por NOTA - Se a suposição da nota de E.5.2 não tivesse sido feita, en-
tão a discussão deste item não iria ter a aplicação, a não ser que to-
wi = p i + onde .si é o erro em wi. A esperança da dis-
das as estimativas das grandezas de entrada e da incerteza dessas es-
tribuição da probabilidade de cada é supostamente nula, timativas fossem obtidas da análise estatística de observações repe-
E(E~) = O, com variância E($> = o?.A equação (E. i ) pas- tidas, isto é, de avaliações do Tipo A.
sa, então, a ser:
E.5.4 Embora o enfoque baseado no valor “verdadeiro” e
erro forneça os mesmos resultados numéricos que o enfo-
que tomado por este Guia (desde’que a suposição da nota
E.5.2 seja feita), o conceito de incerteza deste Guia elimi-
onde E, = z -p ,é o erro em z e p ,é o valor “verdadeiro” na a confusão entre erro e incerteza (ver o anexo D). Na
de z. Tomando-se a esperança do quadrado de E,, obtém- realidade, o enfoque operacional deste Guia, pelo qual é
se uma equação idêntica, na forma, à equação (E.3), mas focalizado o valor observado (ou estimado) de uma gran-
onde o: =E(&:) é a variância de E,, e deza e a variabilidade observada (ou estimada) desse va-
lor, faz qualquer menção a erro inteiramente desnecessá-
pi,j =í)(~~,~~)/(o?oj)~
é o coeficiente de correlação de ria.
e onde E ~ =) E ( E ~ , é a covariância de e
Ej . As variâncias e os coeficientes de correlação estão por-
tanto, associados, aos erros das grandezas de entrada, em
vez de estarem associadas às próprias grandezas de entra-
da.

NOTA - Supõe-se que a probabilidade seja vista como uma medida


do grau de credibilidade de que um evento irá ocorrer. Isso implica
que um erro sistemático pode ser tratado da mesma forma que um
erro aleatório e que representa ambos os tipos de erros.

E.5.3 Na prática, a diferença de pontos de vista não leva


a u m diferença no valor numérico do resultado da medi-
ção ou da incerteza atribuída a esse resultado.

Primeiro, em ambos os casos, as melhores estimativas dis-


poníveis das grandezas de entrada w isão utilizadas para
obter a melhor estimativa de z através da funçãof; não faz
nenhuma diferença nos cálculos se as melhores estimati-
vas são vistas como os valores mais prováveis de serem
atribuídos às grandezas em questão, ou como as melhores
estimativas de seus valores “verdadeiros”.

Segundo, uma vez que = wi - p i e que pi representa va-


lores únicos e fixos e, por conseqüência, não tem incerte-
za, as variâncias e os desvios padrão de q e de wi são idên-
ticos. Isso significa que, em ambos os casos, as incertezas
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@pressão da Incerteza de Medição Anexo F


@ia prático para avaliação de componentes de incerteza

Anexo F
Guia prático para avaliagão de componentes de incerteza
Este anexo dá sugestões adicionais para avaliar componentes vel durante o período em que as observações são feitas,
de incerteza, principalmente de natureza prática, que têm o pois há potencialmente, uma incerteza estatisticamente de-
propósito de complementar as sugestões já dadas no terminável, atribuível i operação de zerar.
qíhllo 4.
Similarmente, se um barômetro deve ser lido, ele deve, em
princípio, ser lido para cada repetição da medição (preferi-
F.1 Componentes avaliados a partir de ob-
velmente, após perturbá-lo e deixá-lo voltar ao seu equilí-
servações repetidas: avaliação Tipo A da in-
brio), pois pode haver uma variação tanto na indicação
certeza padrão como na leitura, mesmo se a pressão barométrica for cons-
tante.
K1.1 Aleatoriedade e observações repetidas
F.1.1.3 Em segundo lugar, deve-se perguntar se todas as
K1.1.1 As incertezas determinadas a partir de observa- influências, supostamente aleatórias, são, de fato, aleatóri-
ções repetidas são, frequentemente, contrastadas com as. Serão constantes as médias e variâncias de suas distri-
aquelas avaliadas por outros meios, como sendo “objeti- buições ou haverá, talvez, um desvio no valor de uma
vas”, “estatisticamenterigorosas”, etc. Isso sugere, errone- grandeza de influência não medida, durante o período das
amente, que elas podem ser avaliadas meramente pela observações repetidas? Se há um número suficiente de ob-
aplicação de f6mulas estatísticas às observações e que servaçtks, as médias aritméticas dos resultados da primei-
suas avaliações não requerem a aplicação de algum discer- ra e segunda metades do período e seus desvios padrão ex-
nimento. perimentais podem ser calculados, e as duas médias, com-
paradas uma com a outra, de forma a se julgar se a dife-
F.1.1.2 Deve-se perguntar primeiro: “Em que extensão as rença entre elas é estatisticamente significativa e, assim, se
observações repetidas são repetições completamente inde- há um efeito variando com o tempo.
pendentes do procedimento de medição”? Se todas as ob-
servações são de uma amostra Única, e se a amostragem é F.1.1.4 Se os valores dos “serviços comuns” no laborató-
parte do procedimento de medição porque o mensurando é rio (tensão e frequência da rede elétrica, pressão e tempe-
a propriedade de um material (ao contrário da propriedade ratura da água, pressão de nitrogênio, etc.) são grandezas
de um dado material em particular), então as observações de influência, há, normalmente, um forte elemento não
não foram independentemente repetidas; uma avaliação de aleatório em suas variações que não pode ser ignorado.
um componente da variância, decorrente de possíveis dife-
renças entre amostras, deve ser adicionada i variância das F.1.1.5 Se o algarismo menos significativo de uma indi-
observações repetidas realizadas sobre a amostra única. cação digital varia continuamente durante uma observação
devido a “ruído”, é, por vezes, difícil deixar de selecionar,
Se zerar um instrumento é parte do procedimento de medi- sem saber, valores pessoalmente preferidos desse algaris-
ção, o instrumento deve ser novamente zerado como parte mo. É melhor arranjar algum meio de congelar a indicação
de cada repetição, mesmo se houver um desvio desprezí- num instante arbitrário e registrar o resultado congelado.
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Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expressão da Incerteza de Medição

F.1.2 Correlações Assim, X I = F(Q1, Q2, ..., QL) e X2 = G(Q1,Q2, ..., QL), embo-
ra algumas dessas variáveis possam, na realidade, aparecer
Grande parte da discussão neste item é também aplicável a em somente uma função e não na outra. Se u2(ql)é a vari-
avaliações do Tipo B da incerteza padrão. ância estimada associada com a estimativa de 41 de Ql, en-
tão a variância estimada associada com x1 é da equação
F.1.2.1 A covariância associada com as estimativas de (lO), em 5.1.2:
duas grandezas de entrada Xie X j podem ser tomadas como
nulas ou tratadas como insignificantes, se:

a) Xie Xj forem não-correlacionadas (as variáveis alea-


tórias, não as grandezas físicas que são consideradas
com uma expressão similar para u2(x2).A covariância esti-
invariáveis [ver 4.1.1, nota i]), por exemplo, seja em
mada associada a x1 e x2 é dada por:
razão de terem sido medidas repetidamente, mas não
simultaneamente, em experimentos independentes
diferentes, ou seja em razão de representarem gran-
dezas resultantes de avaliações diferentes que foram
realizadas independentemente, ou se
Em razão de somente aqueles termos para os quais dF/òql #
b) qualquer das grandezas Xiou X, puder ser tratada O e dGlôql f O, para um dado 1, contribuírem para a soma, a
como constante, ou se covariância é zero, se nenhuma variável é comum a ambos,
c) não existirem informações suficientes para avaliar a FeG.
covariância associada às estimativas de Xie X, .
O coeficiente de correlação estimado r(xl, x2), associado
NOTAS com as duas estimativas xl e x2,é determinado através de
u(xl,x2) [equação (F.2)] e equação (14), em 5.2.2, com
1. Por outro lado, em certos casos, tais como no exemplo da resis-
tência de referência da nota 1 de 5.2.2, fica evidente que as grande- u(xl) calculado da equação (F. 1) e u(x2),de uma expressão
zas de entrada são totalmente correlacionadas e que as incertezas similar [ver também a equação (H.9), em H.2.31. Isto tam-
padrão de suas estimativas combinam linearmente. bém é possível para as covariâncias estimadas, associadas
2. Experimentos diferentes podem não ser independentes se, por com duas estimativas de entrada, tendo ambas um compo-
exemplo, o mesmo instrumento é utilizado em cada um dos expen- nente estatístico [ver equação (17), em 5.2.31 e um compo-
mentos (ver F.1.2.3)
nente oriundo da discussão deste item.
F.1.2.2 Se duas grandezas de entrada observadas simul- EXEMPLOS
tânea e repetidamente são ou não correlacionadas, pode
ser determinado por meio da equação (17), em 5.2.3. 1 Um resistor padrão R, é usado na mesma medição para determi-
nar tanto a corrente Z como a temperatura t. A corrente é determina-
Por exemplo, se a frequência de um oscilador, não com- da, medindo-se, com um voltímetro digital, a diferença de potencial
pensada ou mal compensada quanto à temperatura, for nos terminais do padrão; a temperatura é determinada medindo-se,
uma grandeza de entrada, e, se a temperatura ambiente com uma ponte de resistência e com o padrão, a resistência R,(r) de
for também uma grandeza de entrada, e se forem obser- um sensor resistivo de temperatura calibrado, cuja relação tempera-
tura - resistência, na faixa de 15 "C < r < 30 "C, é r = aR:(r) - ,r
vadas simultaneamente, poderá haver uma correlação si-
onde a e to são constantes conhecidas. Assim, a corrente é determi-
gnificativa revelada pela covariância calculada da fre- nada através da relação I = VJR, e a temperatura, através da relação
quência do oscilador e da temperatura ambiente. t = ap2(t)R: - to, onde P(t) é a razão medida Rt(t)/R, fornecida pela
ponte.
F.1.2.3 Na prática, as grandezas de entrada são, freqüente- Como apenas a grandeza R, é comum i expressão de Z e t, a equação
mente, correlacionadas, porque o mesmo padrão de medi- (F.2) fornece para a covariância de I e t
ção físico, insimmento de medição, dado de referência, ou d l dt 2
u(l,t)=--u (R,)
até mesmo o método de medição, tendo uma incerteza si- dR, dR,
gnificativa, são usados na estimativa de seus valores. Sem r -7

perda de generalidade, suponha que duas grandezas de en- (2ap2(t)R,)u2(R,)=


trada X 1 e X2, estimadas por x1 e x2, dependam de um
conjunto de variáveis não-correlacionadas Q1, Q2,..., Qfi

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo F


Guia prático para avaliação de componentes de incerteza

cia. Quando, como ocorre frequentemente na prática, a incerteza


da comparação é desprezível com respeito i incerteza do padrão,
os coeficientes de correlação são iguais a +1 e a incerteza de
cada ítem de calibração é a mesma que a do padrão.
(Por simplicidade de notação, neste exemplo foi usado o mesmo
símbolo tanto para a grandeza de entrada como para a sua estimati-
va).
F.1.2.4 A necessidade de introduzir a covariância u(xi,xi)
pode ser dispensada, se o conjunto original de grandezas
Para obter o valor numérico da covariância, substituiem-se, nesta de entrada X1,X2,...,XN, das quais o mensurando Y depende
expressão, os valores numéricos das grandezas medidas I e t, e os
[ver a equação (l), em 4.13, é redefinido, de tal maneira
valores de Rs e u(Rs) dados no certificado de calibração do resistor
padrão. A unidade de u(Z,t) é, claramente A "C, uma vez que a vari- que inclua como grandezas de entrada adicionais e inde-
ância relativa [u(RS)/R,l2é uma grandeza adimensional. pendentes aquelas grandezas Ql, comuns a duas ou mais
das Xioriginais. (Pode ser necessário executar medições
Seja uma grandeza P relacionada com as grandezas de entrada I e t
por P = CoZz/(To+ t), onde C, e To são constantes conhecidas, com
adicionais para estabecer integralmente a relação entre Ql
incertezas desprezíveis [u2(Co)= O, u2(To)= O]. A equação (13), em e as Xiafetadas). No entanto, em algumas situações pode
5.2.2, então, fornece para a variância de P em termos'das variâncias ser mais conveniente manter as covariâncias em vez de,
de I e t e de sua covariância: aumentar o número das grandezas de entrada. Um proces-
so similar pode ser realizado para as covariâncias encon-
u2(P)
-=4--4- u2(Z) u(Z,t) + u2(t)
tradas em observações repetidas simultaneamente [ver a
P2 1' I(To + t > (To +t)'
equação (17), em 5.2.31, porém a identificação das grande-
As variâncias u2(0 e u2(t) são obtidas através da aplicação da equa- zas de entrada adicionais apropriadas é, frequentemente,
ção (10) de 5.1.2 às relações I = V$R, e t = ap2(t)RZ - to. Os resulta- arbitrada e não física.
dos são:
EXEMPLO - Se, no exemplo 1 do item anterior, as expressões para I
e tem termos de R, são introduzidas na expressão de P, o resultado é:

u2(t) = 4(t + t o ) ü (p) / p2 + 4(t + t o ) ü (R,) / R,"

nos quais, para simplificar, supõe-se que as incertezas das contantes


to e a sejam também desprezíveis. Estas expressões podem ser pron-
e a correlação entre I e t é evitada i custa da substituição das gran-
tamente avaliadas, uma vez que u2(VsI,)e u2@)podem ser determina-
dezas de entrada I e t pelas grandezas V,, R, e p. Como essas gran-
das, respectivamente, a partir de leituras repetidas do voltímetro e
dezas não são correlacionadas, a variância de P pode ser obtida a
da ponte de resistência. Naturalmente, quaisquer incertezas ineren-
partir da equação (10) de 5.1.2.
tes aos próprios instrumentos e aos procedimentos de medição em-
2
pregados devem também ser levados em conta, quando u (V,) e
uz@) são determinados. F.2 Componentes avaliados por outros meios:
2. No exemplo da nota 1 de 5.2.2, suponhamos que a calibração de avaiiação do Tipo B da incerteza padrão
cada resistor seja representada por R,= aiR,, com u ( a i ) sendo a incer-
teza padrão da razão medida a i , tal como obtida em observações repe-
F.2.1 A necessidade de avaliações do Tipo B
tidas. Além disso, admitindo-se que a i = 1 para cada resistor e que
u(ai)seja essencialmente a mesma para cada calibração, de forma que
u(ai) = u(a). Então, as equações (F.l) e (F.2) fornecem u2(Ri) =
Se um laboratório de medição tivesse recursos e tempo ili-
Rs2u2(a)+ u2(Rs)e u(Ri,Rj) = u2(Rs). Isso implica, através da equa- mitados, ele poderia conduzir a uma exaustiva investiga-
ção (14), em 5.2.2, que o coeficiente de correlação de quaisquer dois ção estatística de todas as causas concebíveis de incerteza,
resistores (i +j)é:
por exemplo, utilizando muitas marcas e tipos diferentes
de instrumentos, diferentes métodos de medição, diferen-
tes aplicações do método e diferentes aproximações dos
seus modelos teóricos de medição. As incertezas associa-
das a todas essas causas poderiam, então, ser avaliadas
Desde que u(R,)/Rs 104, se u ( a ) = 100 x 10-6,rij = O S ; se u ( a ) = 10 x
IO,' ri,, = 0,990; e, se u ( a ) = 1 x iO-6, rij = 1,OOO. Assim, quando pela análise estatística de séries de observações, e a incer-
u(a)+ O, rj,j +1 e u(Ri) + u(R,). teza de cada causa seria caracterizada por um desvio pa-
drão estatisticamente avaliado. Em outras palavras, todos
NOTA - Em geral, em caiibrações por comparação, tais como
os componentes da incerteza seriam obtidos através de
neste exemplo, os valores estimados dos itens calibrados são cor-
relacionados, com o grau de correlação dependendo da razão en- avaliações do Tipo A. Como tal investigação não tem ne-
tre a incerteza da comparação e a incerteza do padrão de referên- nhuma praticidade econômica, muitos componentes da in-
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Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expressão da Incerteza de Medição

certeza devem ser avaliados por quaisquer outros meios ele difira apenas no 16’ bit, somente permanece um bit
que sejam práticos. significativo. Tais eventos podem ocorrer na avaliação de
algoritmos “mal-condicionados’’ e podem ser difíceis de
F.2.2 Distribuições determinadas matematicamente prever. Pode-se obter uma determinação empínca da in-
certeza, aumentando-se a grandeza de entrada mais impor-
F.2.2.1 Resolução de uma indicação digital tante para o cálculo (há frequentemente, uma que é pro-
porcional h magnitude da grandeza de saída) por pequenos
Uma fonte de incerteza de um instrumento digital é a reso- incrementos até que a grandeza de saída mude; a menor
lução de seu dispositivo indicador. Por exemplo, mesmo mudança na grandeza de saída que pode ser obtida por tais
se as observações repetidas forem todas idênticas, a incer- meios pode ser tomada como uma medida da incerteza; se
teza de medição atribuível h repetitividade não seria zero, é &, a variância é u2 = (&)2/12 e u = 0,29 &.
pois há uma faixa de sinais de entrada no instrumento, var-
rendo um intervalo conhecido, que dariam a mesma indi- NOTA - Pode-se verificar a avaliação da incerteza, comparando-se
cação. Se a resolução do dispositivo indicador é &, o valor o resultado da computação levada a efeito na máquina com limita-
ção do comprimento de palavra, com o resultado da mesma compu-
do estímulo que produz uma dada indicação pode estar si-
tação efetuada por uma máquina com um comprimento de palavra
tuado com igual probabilidade em qualquer lugar no inter- significativamente maior.
valo X-&/2 a X+&/2. O estímulo é, então, descrito por
uma distribuição de probabilidade retangular (ver 4.3.7 e F.2.3 Valores de entrada importados
4.43,de amplitude &, com variância ~ ~ = ( & ) ~ / impli-
12,
cando em uma incerteza padrão de u=0,29 6x para qual- F.2.3.1 Um valor importado para uma grandeza de entra-
quer indicação. da é um valor que não foi estimado no decorrer de uma
dada medição, mas que foi obtido em outra parte como re-
Assim, um instrumento de pesagem, com um dispositivo in- sultado de uma avaliação independente. Frequentemente,
dicador cujo menor algarismo significativo é 1 g, tem uma tal valor importado é acompanhado de algum tipo de de-
variância devido h resolução do dispositivo de u2 = (1/12) g2 claração de sua incerteza. Por exemplo, a incerteza pode
e uma incerteza padrão de u = (l/fi)g = 0,29g. ser dada como um desvio padrão, um múltiplo de um des-
vio padrão, ou a semifaixa de um intervalo, tendo um ní-
F.2.2.2 Histerese vel da confiança declarado. Alternativamente, limites su-
perior ou inferior podem ser fornecidos, ou nenhuma in-
Certos tipos de histerese podem causar um tipo similar de formação pode ser fomecida sobre a incerteza. Neste últi-
incerteza. A indicação de um instrumento pode diferir por mo caso, aqueles que utilizam o valor devem empregar seu
um valor fixado e conhecido, caso as leituras sucessivas próprio conhecimento da magnitude provável da incerteza,
sejam crescentes ou decrescentes. O operador prudente dada a natureza da grandeza, pela confiabilidade da fonte,
anota a direção das sucessivas leituras e faz a correção pelas incertezas obtidas na prática para essas grandezas,
apropriada. Entretanto, a direção da histerese não é sempre etc.
observável: pode haver oscilações ocultas do instrumento,
em torno do ponto de equilíbrio, de modo que a indicação NOTA - A discussão da incerteza de grandezas de entrada importa-
dependa da direção pela qual este ponto de equilíbrio é fi- das é incluída neste item sobre a avaliação do Tipo B de incerteza
padrão por conveniência; a incerteza de tal grandeza poderia ser
nalmente alcançado. Se a faixa de leituras possíveis desta
composta por componentes obtidos por avaliações do Tipo A ou
causa for &, a variância é, novamente, u2 = &v2/i2,e a in- componentes obtidos por avaliações de ambos os Tipos, A e B.
certeza padrão devido h histerese é u=0,29 &. Como é desnecessário distinguir entre componentes avaliados pelos
dois métodos diferentes para se calcular uma incerteza padrão com-
binada, é também desnecessário conhecer a composição de uma in-
F.2.2.3 Aritmética de precisão-finita
certeza de uma grandeza importada.

O arredondamento ou corte de números provenientes da


F.2.3.2 Alguns laboratórios de calibração têm adotado a
redução automática de dados pelo computador pode, tam-
prática de expressar a “incerteza” na forma de limites de
bém, ser uma fonte de incerteza. Considere, por exemplo,
confiança superior e inferior que definem um intervalo,
um computador com um comprimento de palavra de 16
tendo um nível da confiança “mínimo”, por exemplo,
bits. Se, no decorrer da computação, um número tendo
“pelo menos” 95 por csnto. Isso pode ser visto como um
esse comprimento de palavra é subtraído de outro do qual
exemplo da assim chamada incerteza “segura” (ver E.1.2) e

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo F


Guia prático para avaliação de componentes de incerteza

esta não pode ser convertida em uma incerteza padrão sem a norma contém requisitos metrológicos, frequentemente
o conhecimento de como ela foi calculada. Se é dada in- na forma de “erros máximos permissíveis”, com os quais
formação suficiente, ela pode ser recalculada de acordo se requer que o instrumento esteja conforme. O atendi-
com as regras deste Guia;de outra forma, uma avaliação mento do instrumento a esses requisitos é determinado por
independente da incerteza deve ser feita por quaisquer ou- comparação com um instrumento de referência cuja incer-
tros meios que estejam disponíveis. teza máxima permitida é, geralmente, especificada na nor-
ma. Essa incerteza é, então, um componente da incerteza
F.2.3.3 Algumas incertezas são dadas, simplesmente, do instrumento verificado.
como limites máximos dentro dos quais todos os valores
da grandeza estarão contidos. É uma prática comum supor Se nada é conhecido sobre a curva carakrística de erro do ins-
que todos os valores dentro desses limites são igualmente trumento verificado, deve-se supor que há uma probabilidade
prováveis (uma distribuição de probabilidade retangular), iguai de que o em tenha qualquer valor dentro dos limites
mas tal distribuição não deve ser suposta, se existem ra- permitidos, isto é, uma distribuição de probabilidade retan-
zões para se esperar que os valores que estejam dentro do gular. Entretanto, certos tipos de instrumentos têm curvas
intervalo, porém, próximos aos limites, sejam menos pro- caraterísticas tais que os erros são, por exemplo, provavel-
váveis do que aqueles que estão mais próximos do centro mente sempre positivos em parte da faixa de medição e
desses limites. Uma distribuição retangular de semifaixa a negativos em outra. Algumas vezes, tal informação pode
tem uma variância a2/3; uma distribuição normal para a ser deduzida pelo estudo da norma escrita.
qual a é a semifaixa de um intervalo, tefido um nível da
confiança de 99,73 por cento tem uma variância de a2/9. F.2.4.3 Grandezas controladas
Pode ser prudente adotar um meio termo entre esses valo-
res, por exemplo, supondo-se uma distribuição triangular, Medições são frequentemente feitas sob condições de refe-
para a qual a variância é a2/6(ver 4.3.9 e 4.4.6). rência controladas que se supõe que permaneçam constan-
tes no decorrer de uma série de medições. Por exemplo,
F.2.4 Valores de entrada medidos medições podem ser efetuadas em amostras em um banho
de óleo agitado, cuja temperatura seja controlada por um
F.2.4.1 Observação Única, instrumentos calibrados termostato. A temperatura do banho pode ser medida ao
mesmo tempo em que se realiza a medição em uma amos-
Se uma estimativa de entrada foi obtida através de uma tra, mas, se a temperatura do banho é cíclica, a temperatu-
única observação, com um determinado instrumento que ra instantânea da amostra pode não ser a temperatura indi-
tenha sido calibrado por um padrão de pequena incerteza, cada pelo termômetro no banho. O cálculo das flutuações
a incerteza da estimativa é, principalmente, a de repetitivi- da temperatura da amostra baseado na teoria de transferên-
dade. A variância de medições repetidas pelo instrumento cia de calor, e de sua variância, está além do escopo deste
pode ter sido obtida em uma ocasião anterior, não de Guia,porém ele deve começar a partir de um ciclo conhe-
modo necessário para precisamente o mesmo valor de lei- cido ou suposto de temperatura para banho. Este ciclo
tura, mas próximo o suficiente para ser útil, e pode ser pode ser observado por um termopar adequado e um regis-
possível supor que a variância seja aplicável ao valor de trador de temperatura, mas, na falta deles, pode-se deduzir
entrada em questão. Se nenhuma informação é disponível, uma aproximação do valor a partir do conhecimento da
deve ser feita uma estimativa baseada na natureza do apa- natureza dos controles.
relho ou instrumento de medição, nas variâncias conheci-
das de outros instrumentos de construção similar, etc. F.2.4.4 Distribuições assimétricas de valores possíveis

F.2.4.2 Observação Única, instrumentos verificados Há ocasiões em que todos os valores possíveis de uma
grandeza se encontram de um lado de um valor limitante
Nem todos os instrumentos de medição são acompanhados único. Por exemplo, quando se mede uma altura vertical
de um certificado de calibração ou de uma curva de cali- fixa h (o mensurando) de uma coluna de líquido em um
bração. A maioria dos instrumentos, entretanto, é construí- manômetro, o eixo da altura do dispositivo medidor pode
da de acordo com uma norma escrita e verificada, seja se desviar da vertical por um pequeno ângulo p A distân-
pelo fabricante ou por uma autoridade independente, para cia 1 determinada pelo dispositivo será sempre maior do
estar em conformidade com esse documento. Usualmente, que h; não é possível nenhum valor menor do que h. Isto

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Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expre’çsão da Incerteza de Medição

se dá porque h é igual à projeção I cosb implicando [exp(+31 202)]sen(p)dp As funções densidade de pro-
1 = WcosB, e todos os valores de cosp são menores que
babilidade p(6) são, nos dois casos, as expressões re-
um; nenhum valor maior do que um é possível. Este as-
queridas para se determinar a esperança e variância de
sim chamado “erro de cosseno” pode também ocorrer de
apara uso nas equações (F.3) e (F.4). Elas podem, pronta-
tal maneira que a projeção h’cosb de um mensurando h’,
mente, ser obtidas a partir destes elementos de probabili-
é igual à distância observada E, isto é, I = h’cosB, e a dis-
dades porque o ângulo p pode ser suposto como pequeno
tância observada é sempre menor do que o mensurando.
e, portanto, 6 = 1 - cosp e se$ podem ser expandidos até a
Se uma nova variável 6 = 1 - cosp é introduzida, as duas menor ordem em p Isso gera 6 = p2 I 2, senp = p =&?i e
diferentes situações são, supondo p = O, ou 6 << 1 como dp =d6/ a.
As funções densidade de probabilidade são,
acontece geralmente na prática: então:

h=I(l-6) (F.3a)
h’ =I(l+ 6) (F.3b)
em uma dimensão e
Aqui, I , a melhor estimativa de I, é a média aritmética ou
média de n observações independentes repetidas Zk, de I , 1
p(6) =-exp(-6/02)
(F.5b)
com uma variância estimada u2(i) [ver as equações (3) e o2
(3,em 4.21. Assim, das equações (F.3a) e (P.3b) segue em duas dimensões. onde
que, para obter uma estimativa de h ou h’, necessita-se de
uma estimativa do fator de correção 6 , enquanto que, para p( 6)d6 = 1
se obter a incerteza padrão combinada da estimativa de h
ou h’, necessita-se de u2(6), a variância estimada de 8 As equações (F.5a) e (FSb), que mostram que o valor
Mais especificamente, a aplicação da equação (10) em mais provável da correção 6 em ambos os casos é zero,
5.1.2 às equações (F.3a) e (F.3b) fornece para u:(h) e fornecem, no caso unidimensional, E(6) = o2/ 2 e var(0) =
uC(h’) (com sinais - e +, respectivamente): o 4 / 2 para a esperança e a variância de (6);e no caso bidi-
mensional, E(6)=02 e var(6) = 04.As equações (F.3a),
u: =(i ;q2u 2 ( I ) + 1 2 u 2 ( 6 ) (F.4a) (F3.b) e (F.4b) tornam-se, então:
=u2(1) +12u2(6) (F.4b)
h = i [l - ( d / 2)u2(p)] (F.6a)

Para se obter estimativas do valor esperado de 6 e a variân-


h’ = I [1+ ( d / 2)u2(p)] (F.6b)
cia de 5 assuma que o eixo do dispositivo utilizado para
medir a altura da coluna de líquido no manômetro é manti-
do fixo no plano vertical e que a distribuição dos valores
do ângulo de inclinação B, em torno de seu valor esperado
onde d é a dimensionalidade (d = 1 ou 2) e u<p>é a incerteza
de zero, é uma distribuição normal, com variância $. Em-
padrão do ângulo @), tomado como sendo a melhor estimativa
bora p possa ter valores tanto positivos quanto negativos,
do desvio padrão o de uma distribuição suposta como n o d
6 = 1 - cosp é positivo para todos os valores de p Se o de-
e a ser avaliada a partir de todas as informações disponíveis
salinhamento do eixo do dispositivo é irrestrito, a orienta-
relativas h medição (avaliação do Tipo B). Este é um exemplo
ção do eixo pode variar em um ângulo sólido, uma vez que
de um caso em que a estimativa do valor de um mensuranda
é capaz de um desalinhamento também de azimute, sendo,
depende da incerteza de uma grandeza de entrada.
porém, p sempre um ângulo positivo.
Embora as equações de (F.6a) até (F.6c) sejam específicas
No caso restrito ou unidimensional, o elemento de
para uma distribuição normal, a análise pode ser efetuada,
probabilidade p(p)dp (C.2.5, nota) é proporcional a supondo-se. outras distribuições para p Por exemplo, supondo-
[exp(+32 / 202)]dh no caso irrestrito ou bidimensional, o se uma distribuição retangular simétrica para B, com limites
elemento de probabilidade é proporcional a superior e inferior i-e& Qo, ,
no caso unidimensional; +pO e
zero, no caso bidimensional; E(6) = p i / 6 e var(6) = p i 145,

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo F


Guia prático para avaliação de componentes de incerteza

em uma dimensão; E(@ =f!i


/4 e var(@ =f!i
/ 48, em de U e da correção conhecida b para a faixa dos valores
duas dimensões. de t.

NOTA - Esta é uma situação em que a expansão da função Embora este Guia recomende que sejam aplicadas corre-
Y =f(Xl,X2, ..., X,,,),em uma série de Taylor de primeira ordem ções aos resultados de medição para os efeitos sistemáti-
para obter u s ( y ) , equação (lO), em 5.1.2, é inadequada por causa da cos significativos conhecidos, isto pode não ser sempre
não-linearidade de f: cosp f cos(p) (ver nota 2 de 5.1.2, e H.2.4). factível em tal situação, devido a um esforço financeiro
Embora a análise possa ser realizada inteiramente em termos de p, a inaceitável que ocorreria para calcular e aplicar uma corre-
introdução da variável 6 simplifica o problema.
ção individual e para calcular e utilizar uma incerteza indi-
Outro exemplo de uma situação em que todos os valores vidual para cada valor de y(t).
possíveis de uma grandeza situam-se de um só lado de um
Um enfoque comparativamente simples deste problema,
valor limitante único é a determinação por titulação da
consistente com os princípios deste Guia, é como se se-
concentração de um componente em uma solução em que
gue:
o ponto final é indicado pelo disparo de um sinal; a quanti-
dade de reagente adicionada é sempre maior do que aquela
Estabeleça uma correção média Única b a partir de:
necessária para disparar o sinal; nunca é menor. O excesso
titulado além do ponto limite é uma variável requerida na (F.7a)
redução de dados, e o procedimento, neste caso (e em ca-
sos similares), é supor uma distribuição de probabilidade
adequada para o excesso e utilizá-la para obter o valor es- onde tl e t 2 definem a faixa de interesse do parâmetro t, e
perado do excesso e sua variância. considere como a melhor estimativa de Y(t) o valor
y’(t) =y(t)+ b, onde y(t) é a melhor estimativa não-corri-
EXEMPLO - Supondo-se uma distribuição retangular de limite infe-
rior O e limite superior Co, para o excesso z, o valor esperado do ex- gida de Y(t).A variância associada 2 correção média b so-
cesso é. Cd2, com a variância associada Co / 12. Se a função densi- bre a faixa de interesse é dada por:
dade de probabilidade do excesso for tomada como uma distribuição
normal com 0 5 z < - , isto é, p(z)=(aJíc/Z)-’exp(-z2/202),
então o valor esperado é a f i , com variância d ( 1 - 2 I z).
u 2 (b)=-
-
t2 -t1
I f2
tl
[b(t)-bI2 dt (F.7b)

F.2.4.5 Incerteza quando as correções de uma curva de sem levar em conta a incerteza da real determinação da
caiibração não são aplicadas correção b(t). A variância média da correção b(t) devido
sua determinação real é dada por:
A Nota de 6.3.1 discutiu o caso em que uma correção
conhecida b, para um efeito sistemático significativo, 1
u2[b(t)]= - ‘2 u 2[b(t)]dt (F.7c)
não é aplicada ao resultado relatado de uma medição, t2 -t1 ‘1

mas, em vez disso, é levada em conta, ampliando-se a


“incerteza” atribuída ao resultado. Um exemplo é a onde u2[b(t)]é a variância da correção b(t). Similarmente,
substituição de uma incerteza expandida U por U + b, a variância média de y(t) proveniente de todas as fontes de
onde U é uma incerteza expandida obtida sob a suposi- incerteza, 2 exceção da correção b(t),é obtida de:
ção de b = O. Esta prática é, por vezes, seguida em situa-
ções nas quais todas as seguintes condições se aplicam:
o mensurando Y é definido sobre uma faixa de valores
de um parâmetro t, como no caso de uma curva de cali-
onde u2b(t)]é a variância de y(t) devido a todas as fontes
bração para um sensor de temperatura; U e b também
de incertezas, 2 exceção de b(t).O valor único da incerteza
dependem de t; e somente um único valor de “incerte-
padrão a ser usado para todas as estimativas y’ (t)= y(t) + b
za” deve ser dado para todas as estimativas y ( t ) do
do mensurando Y(t)é, então, a raiz quadrada positiva de:
mensurando para a faixa dos valores possíveis de t.
Em tais situações, o resultado da medição é, muitas
vezes, relatado como Y(t)=y(t)f.[U,,, + b,,,], onde o
índice “max” indica que são usados os valores máximos

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Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expressão da Incerteza de Medição

Uma incerteza expandida U pode ser obtida, multiplican- F.2.6.2 Em algumas situações práticas de medição, a
do-se u&’) por um fator de abrangência k adequadamente amostragem e o tratamento das amostras desempenham
escolhido , U = kuJy’), fornecendo {Y(t)= y ’ ( t ) f U = um papel muito mais importante. Este é, muitas vezes, o
y(t) + b f U . Entretanto, o uso da mesma correção média caso da análise química de materiais naturais. Ao contrário
para todos os valores de t, em vez da correção apropriada dos materiais feitos pelo homem, que podem ter uma ho-
para cada valor de t, deve ser reconhecida e declarada de mogeneidade comprovada em um nível bem acima do re-
forma clara no tocante ao que U representa. querido para a medição, os materiais naturais são, freqüen-
temente, muito heterogêneos. Essa heterogeneidade con-
F.2.5 Incerteza do método de medição duz a dois componentes adicionais de incerteza. A avalia-
ção do primeiro requer a determinação de quão adequada-
F.2.5.1 Talvez o componente de incerteza mais difícil de mente a amostra selecionada representa o material original
avaliar seja aquele associado com o método de medição, sendo analisado. A avaliação do segundo requer a determi-
especialmente se a aplicação do método demonstrou dar nação da extensão na qual os constituintes secundários
resultados com menor variabilidade que os de quaisquer (não analisados) influenciam a medição e quão adequada-
outros métodos conhecidos. Mas é provável que existam mente eles são tratados pelo método de medição.
outros métodos, alguns deles ainda desconhecidos ou, de
alguma forma, pouco práticos, que dariam de modo siste- F.2.6.3 Em alguns casos, o planejamento cuidadoso da
mático, resultados diferentes aparentemente de igual vali- experiência pode tomar possível avaliar estatisticamente a
dade. Isto implica numa distribuição de probabilidade u incerteza devido 21 amostra (ver H.5 e H.5.3.2). Usuaimen-
priori, não uma distribuição da qual as amostras podem te, entretanto, especialmente quando os efeitos de grande-
ser rapidamente extraídas e tratadas estatisticamente. As- zas ambientais de influência sobre a amostra são significa-
sim, muito embora a incerteza do método possa ser domi- tivos, a habilidade e conhecimento do analista, derivados
nante, a única informação muitas vezes disponível para de sua experiência e de todas as informações então dispo-
avaliar sua incerteza padrão é o próprio conhecimento níveis, são requeridos para avaliar a incerteza.
existente do mundo físico (ver também E.4.4).

NOTA - A determinação do mesmo mensurando por diferentes mé-


todos, seja no mesmo laboratório, seja em laboratórios diferentes,
ou pelo mesmo método em laboratórios diferentes, pode, muitas ve-
zes, fornecer informação valiosa acerca da incerteza atribuível a um
método em particular. Em geral, a troca de padrões de medição ou
de materiais de referência entre laboratórios para medições indepen-
dentes é um meio usual de avaliar a confiabilidade das avaliações de
incerteza e de identificar efeitos sistemáticos não reconhecidos pre-
viamente.

F.2.6 Incerteza da amostra

F.2.6.1 Muitas medições envolvem a comparação de um


objeto desconhecido com um padrão conhecido, tendo ca-
racterísticas similares, de forma a calibrar o desconhecido.
Exemplos incluem blocos padrão, certos termômetros,
conjuntos de massas, resistores e materiais de alta pureza.
Na maioria desses casos, os métodos de medição não são
especialmente sensíveis, ou afetados prejudicialmente,
pela seleção da amostra (isto é, o desconhecido em parti-
cular sendo calibrado), pelo tratamento da amostra ou pe-
los efeitos das várias grandezas ambientais de influência,
porque, em geral, tanto o padrão como o desconhecido
respondem do mesmo modo (e frequentemente predito) a
tais variáveis.

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo G


Graus de liberdade e níveis da confiança

Anexo G
Graus ,deliberdade e níveis da confiança
G.1 Introdução sobre as porções extremas ou “caudas” das distribuições
de probabilidade das grandezas de entrada.
GJ.1 Este anexo trata da questão geral da obtenção de
uma incerteza expandida U, = k,u,(y), a partir da estimati- 6.1.3 Para obter o valor do fator de abrangência k,, que
va y do mensurando Y e de sua incerteza padrão combina- produz um intervalo corrrespondente a um nível especifi-
& I&), que define um intervalo y - U, I YIy + Up, o qual cado da confiança p, requer-se um conhecimento detalha-
tem uma alta probabilidade de abrangência especificada do da distribuição de probabilidade caracterizada pelo re-
ou nível da confiança p. O anexo, então, trata da determi- sultado da medição e a sua incerteza padrão combinada.
nação do fator de abrangência kp que produz um intervalo Por exemplo, para uma grandeza z descrita por uma distri-
em torno do resultado y da medição, do qual se espera que buição normal, com esperança pze desvio padrão CF,pode
abranja uma grande fração especificada p da distribuição ser prontamente calculado o valor de kp, que fornece um
de valores que poderiam, razoavelmente, ser atribuídos ao intervalo pzI kPo,que compreende a fração p da distribui-
mensurando Y (ver item 6). ção e, dessa forma, tem uma probabilidade de abrangência
ou nível da confiançap . Alguns exemplos são dados na ta-
6.1.2 Em muitas situações práticas de medição, o cálculo bela G. l.
de intervalos tendo níveis da confiança especificados - de
fato, a estimativa da maioria dos componentes individuais Tabela G.1- Valor do fator de abrangência kp que produz
& incerteza em tais situações - é somente, a melhor apro- um intervalo da confiança tendo um nível da confiança p ,
ximação. Até mesmo o desvio padrão experimental da mé- supondo uma distribuição normal.
dia do equivalente a 30 observações repetidas de uma ~

pndeza descrita por uma distribuição normal tem uma Nível da confiançap Fator de abrangência
incerteza de cerca de 13 por cento (ver a tabela E.l, no
anexo E).

Na maioria dos casos, não faz sentido tentar distinguir en-


tre, por exemplo, um intervalo tendo um nível da confian-
ça de 95 por cento (uma chance em 20 de que o valor do
mensurando Y esteja fora do intervalo) e tampouco um in-
tervalo de 94 ou 96 por cento (1 chance em 17 e 25, res-
pectivamente). É particularmente difícil obter intervalos
da confiança justificáveis com níveis da confiança de 99 NOTA - Por contraste, se z é descrito por uma distribuição de pro-
babilidade retanguiar, com esperança pz e um desvio padrão <I = a/&,
por cento (1 chance em 100) e maiores, mesmo que ele as-
onde a é a serrifaixa da distribuição, os níveis da confiançapsão 57,74
suma que nenhum efeito sistemático tenha sido esquecido, por cento, para kp = 1; 95 por cento, para kp = 1,65; 99 por cento,
porque, geralmente, se dispõe de muito pouca informação para kp = 1,71; 100 por cento, para kp 2 & = 1.73. A distribuição

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Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confianca Expressão da Incerteza de Medicão

retangular é mais estreita do que a distribuição normal no sentido de N


que é de extensão finita e não tem “caudas”. 02(Y)= C c202(Xi), onde E(Xi) é a esperança de Xi e
i=l

d ( X i ) é a variância de Xi , se os Xi são independentes e


6.1.4 Se as distribuições de probabilidade das grandezas
d(Y)
é muito maior do que qualquer componente indivi-
de entrada Xl,x2,...&, das quais o mensurando Y depende,
dual c : d ( X i ) de um Xi , com distribuição não-normal.
são conhecidas [suas esperanças, variâncias e momentos de
ordem superior (ver C.2.13 e C.2.22), se as distribuições G.2.2 O Teorema do Limite Central é importante porque
não são distribuições normais] e se Y é uma função linear mostra o papel muito relevante desempenhado pelas va-
das grandezas de entrada, Y = clXI + c2X2 + ... + c d N ,então riâncias das distribuições de probabilidade das grandezas
a distribuição de probabilidade de Y pode ser obtida por de entrada, comparado ao desempenhado pelos momen-
convolução das distribuições de probabilidade individu- tos de ordem superior das distribuições, na determinação
ais [lO]. Os valores de kp que fornecem os intervalos cor- da forma da distribuição convolucionada de Y resultante.
respondentes aos níveis especificados da confiança p po- Ademais, isto implica que a distribuição convolucionada
dem, então, ser calculados a partir da distribuição resul- tende i distribuição normal quando aumenta o número de
tante da convolução. contribuições das grandezas de entrada para &(Y); que a
convergência será tanto mais rápida quanto mais próxi-
6.1.5 Se a relação funcional entre Y e suas grandezas de
mos os valores de c ? d ( X i ) estiverem um do outro (equi-
entrada é não-linear e se uma expansão de primeira ordem
valente, na prática, a dizer que cada estimativa de entrada
da série de Taylor da relação não é uma aproximação acei-
xi contribui com uma incerteza comparável i incerteza da
tável (ver 5.1.2 e 5.1.5), então a distribuição de probabili-
estimativa y do mensurando Y); que quanto mais próxi-
dade de Y não pode ser obtida pela convolução das grande-
mas as distribuições de Xi estão de serem normais, tanto
zas de entrada. Em tais casos, outros métodos numéricos
menos Xi são requeridos para dar a Y uma distribuição
ou analíticos são requeridos.
normal.

6.1.6 Na prática, em razão de os parâmetros que caracte- EXEMPLO - A distribuição retangular (ver 4.3.7e 4.4.5) é um ex-
rizam as distribuições de probabilidade das grandezas de emplo extremo de uma distribuição não normal, mas a convoluçáo
entrada serem usualmente estimativas, porque não é realis- de, ainda que apenas, três distribuições de igual largura é aproxima-
damente normal. Se a semifaixa de cada uma das três distribuições
ta esperar que o nível da confiança a ser associado com
retangulares é a, de modo que a variância de cada uma é a2/3,a
um determinado intervalo possa ser conhecido com um variância da distribuição convolucionada é d = a’. Os intervalos de
alto grau de exatidão, e devido i complexidade de convo- 95 por cento e de 99 por cento da distribuição convolucionada são
lucão das distribuições de probabilidade, tais convoluções definidos por 1,937 o e 2,379 0, respectivamente, enquanto que os
intervalos correspondentes para uma distribuição normal com o
são raramente, se vierem a ser, implementadas quando in-
mesmo desvio padrão 0 são definidos por 1,960 6 e 2,576 6 (ver a
tervalos com níveis da confiança especificados precisarem tabela G.l) [lO].
ser calculados. Em vez disso, são usadas aproximações
para obter vantagem no uso do Teorema do Limite NOTAS

Central. i. Para cada intervalo com um nível da confiança p maior do que


cerca de 91,7 por cento, o valor de kp, para uma distribuição normal,
é maior do que o valor correspondente para a distribuição resultante
6.2 Teorema do Limite Central da convolução de qualquer número e tamanho de distribuições re-
tangulares.
G.2.1 Se Y = clXl + c2X2+ ...+ cNXN = ci=l
N
c i X i e to- 2. Do Teorema do Limite Central, segue que a distribuição de
probabilidade da média aritmética 4 de n observações q k de uma
dos os Xi são caracterizados por distribuições normais, variável aleatória q, com esperança F~ e desvio padrão finito a, se
então a distribuição convolucionada resultante de Y tam- aproxima de uma distribuição normal, com médiapq e desvio padrão
bém será normal. Entretanto, mesmo que as distribuições o I &,quando n + -, qualquer que possa ser a distribuição de pro-
de Xi não sejam normais, a distribuição de Y pode, fre- babilidade de q.
quentemente, ser aproximada por uma distribuição nor-
mal devido ao Teorema do Limite Central. Este teorema G.2.3 Uma conseqüência prática do Teorema do Limite
estabelece que a distribuição de Y será aproximadamente Central é que, quando se pode estabelecer que seus requi-
N sitos foram aproximadamente satisfeitos, em particular se
normal, com esperança E(Y) = X c i E ( X i ) e variância a incerteza padrão combinada u,@) não é dominada por
i= 1
um componente de incerteza padrão obtido por uma avali-

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo G


Graus de liberdade e níveis da confiança

ação do Tipo A, baseada em apenas poucas observações, ou:


ou por um componente de incerteza padrão obtido por
uma avaliação do Tipo B, baseada em uma suposta distri-
buição retangular, uma primeira aproximação razoável
para o cálculo de uma incerteza expandida Up = k,u,(y), que pode ser reescrita como:
que irá proporcionar um intervalo com nível da confiança
p , é usar, para k,, um valor da distribuição normal. Os va-
lores mais comumente usados para este propósito são da-
Nestas expressões, Pr[ ] significa “probabilidade de”, e o
dos na tabela G. 1.
fator-t tp(v)é o valor de t para um dado valor do parâmetro
v - os graus de liberdade (ver G.3.3) - tal que a fração p da
6.3 A distribuição-t e os graus de liberdade distribuição t é abrangida pelo intervalo -t,(v) até +tp(v).
Assim, a incerteza expandida:
6.3.1 Para obter uma melhor aproximação do que sim-
plesmente usar um valor k, da distribuição normal, como
em G.2.3, deve-se reconhecer que o cálculo de um interva-
lo, tendo um especificado nível da confiança, requer, não a define um intervalo y - U, até y + U, , convenientemente
distribuição da variável [Y - E(Y)]/o(y),mas a distribuição escrito como Y = y f U, , do qual espera-se abranger uma
da variável (y - y)/u,(’y). Isto se dá porque, na prática, tudo fração p da distribuição de valores que poderiam, razoa-
que está geralmente disponível é y , a estimativa de Y tal velmente, ser atribuídos a y , e p é a probabilidade de
N abrangência ou nível da confiança do intervalo.
como obtida de y = C c i X i ,onde xié a estimativa de Xi;e
i= 1
a variância combinada associada com u?(y), avaliada a 6.3.3 Os graus de liberdade v são iguais a n -1 para uma
N grandeza única estimada pela média aritmética de n obser-
partir de u:(y) = C c;u2(xi),onde u(xi) é a incerteza pa-
i=l vações independentes, como em G.3.2. Se n observações
hão (desviopadrão estimado) da estimativa ni. independentes são usadas para determinar tanto a inclina-
ção como a interseção de uma linha reta pelo método dos
NOTA - Falando de modo estrito, na expressão O, - Y)/ucO,),Y deve- m’nimos quadrados, o grau de liberdade de suas respecti-
na ser lido como E(Y). Para simplificar, tal distinção só tem sido
vas incertezas padrão é v = n - 2. Para um ajuste pelos m’-
feita em algumas partes deste Guia. Em geral, o mesmo símbolo
tem sido usado para a grandeza física, a variável aleatória que repre- nimos quadrados de m parâmetros para n pontos de dados,
senta esta grandeza, e a esperança desta variável (ver as notas de o grau de liberdade da incerteza padrão de cada parâmetro
4.1.1). é v = n - m (ver referência [ 151 para uma posterior discus-
são mais detalhada de graus de liberdade).
6.3.2 Se z é uma variável aleatória normalmente distribu-
ída com esperança p, e desvio padrão o, e Z é a média arit- G.3.4 Os valores selecionados de t,(v), para diferentes va-
mética de n observações independentes de zk de z e s(Z) 6 o lores de v e vários valores de p, são dados na Tabela G.2,
desvio padrão experimental de ?, [ver as equações (3) e (5), no fim deste anexo. Quando v -+ 00 , a distribuição-t se
em 4.21, então a distribuição da variável t = (2 -p,) / s(Z) é aproxima da distribuição normal, e tp(v)= (I + 2/v)Il2k, ,
a distribuição-t ou distribuição de Student (C.3.8), com onde, kp é o fator de abrangência requerido para obter um
v = n-1 graus de liberdade. intervalo com nível da confiança p para uma variável nor-
malmente distribuída. Assim, o valor de $(-), na Tabela
Conseqüentemente, se o mensurando Y é, simplesmente,
G.2, para um dado p, é igual ao valor de kp , na tabela G. 1,
uma grandeza Única normalmente distribuída X, Y = X e se
para o mesmo p.
X é estimada pela média aritmética 3 de n observações
repetidas e independentes xk de X, com desvio padrão ex- NOTA - Muitas vezes, a distribuição-? é tabulada em quantis; ou
perimental s ( x ) ,então a melhor estimativa de Y é y = x, seja, valores do quantil t l - a são dados, onde 1 - a denota a proba-
e o desvio padrão dessa estimativa é u,(y) = s ( x ) . En- bilidade cumulativa, e a relação:

tão t = (Z - p,)/s(Z) = (x
- X)/s(x)= ( y - Y)/u,(y) é distri-
1- a =I f ( t , v )d t
buído de acordo com a distribuição-t, com:

Pr[-t,(v) I t It,(v)]= p (G.la)

-
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Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança Exoressão da Incerteza de Medicão

define o quantil, onde f 6 a função densidade de probabilidade de t. ) , várias grandezas são relacionadas
vamente, por u z c ~ ( ye) u Z c ~ ( yas
Assim, tp e t (,-a) são relacionados por p = 1 - 2a. Por exemplo, o por:
valor do quantil to,g75, para o qual 1-a = 0,975 e a = 0,025, 6 o
mesmo que tp(v), parap = 0,95.

6.4 Graus de liberdade efetivos

6.4.1 Em geral, a distribuição-t não irá descrever a distri- EXEMPLO - Considere que Y =flXj,Xz,X-i) = bXjX2Xj e que as esti-
buição da variável O, - Y)/u,O,) se uC(y) é a soma de dois ou mativas xIiX2,X3 das grandezas de entrada normaimente. distribuídas
Xj,XZ,X3 são as médias aritméticas de 111 =10, n~ =5 e n~ = 15 obser-
mais componentes de variância estimados u?(y) = c?u2(xi)
vações repetidas e independentes, respectivamente, com incertezas
(ver 5.1.3), mesmo se cada xié a estimativa de uma grande- padrão relativas u(xj)/xj = 0.25 por cento, U ( X Z ) / X
=~0,57 por cento
za de entrada Xinormalmente distribuída. Entretanto, a dis- e u(x3)/x3 = 0,82 por cento. Neste caso, ci = ôJ/ôXi = Y/Xi ( a ser ava-
3
tribuição desta variável pode ser aproximada por uma dis- liado em X I , X ~ ,- Xver
~ 5.1.3, nota l), [ue(y)ly12= [u(xi)/xil2=
tribuição-t, com graus liberdade de efetivos veffobtidos da i= I
(1,03 por cento)2 [ver a nota 2, em 5.1.61, e a equação (G.2b) torna-
chamada fórmula de Welch-Satterthwaite [16, 17, 181:
se:

(G.2a)

Y
i=l "i
ou
Assim:
(G.2b)
1,03
Veff = =19,0
0,254 +>+> 0824
10-1 5-1 15-1
com
O valor de rp para p = 95 por cento e v = 19 é , pela tabela G.2,
tg5 (19) = 2.09, portanto a incerteza relativa expandida para este ní-
(G.2c) vel da confiança é U95 = 2,09 x (1,03 por cento) = 2.2 por cento.
i=l Pode-se, então, afirmar que Y = y f U95 = y(1 f. 0,022) a ser de-
terminado por y = bxlxzx31, ou que 0 ,9 7 8 5 ~IY I 1,025, e que o ní-

onde u,*(y) = zYzl u;(y) (ver 5.1.3). A incerteza ex-


vel da confiança a ser associado com o intervalo é, aproximadamen-
te, 95 por cento.

pandida Up = kpucO,) = tp (veff)u,(y), então, fornece um


*
intervalo Y = y Up tendo nível da confiança aproxima-
G.4.2 Na prática, u,(y) depende das incertezas padrão u(xi)
das estimativas de entrada tanto de grandezas de entrada nor-
do p .
malmente distribuídas, como não normalmente distribuídas,
NOTAS e os u(xi) são obtidos tanto de distribuições de Probabilidade
baseadas na freqiiência como da distribuição a priori (isto é,
1. Se o valor de Veff, obtido da equação (G.2b) não for um número
tanto de avaliações do Tipo A quanto do Tipo B). Uma afir-
inteiro, o que ocorrerá usualmente na prática, o valor corresponden-
te de tp pode ser encontrado a partir da tabela (3.2, por interpolação mação similar aplica-se à estimativa y e às estimativas xi de
ou truncando veff até o próximo inteiro inferior. entrada, das quais y depende. Não obstante, a distribuição de
2. Se uma estimativa de entrada xi é, ela própria, obtida de duas ou probabilidade da função t = (y - Y)/u,(y) pode ser aproximada
mais estimativas, então o valor de vi a ser usado com u? (y) = pela distribuição-t, se ela é expandida por uma série de
[c~u2(xi)]*no denominador da equação (G.2b) é o grau de liberdade
Taylor em torno de sua esperança. Em essência, isto é o que
efetivo calculado por uma expressão similar h própria equação (G.2b).
se consegue, com aproximação da menor ordem, pela fórmu-
3. Dependendo das necessidades dos usuários em potencial de um
la Welch-Satterthwaite,equação (G.2a) ou equação (G.2b).
resultado de medição, pode ser Útil, em adição a veff, calcular e rela-
tar os valores VeffA e veffB,computados pela equação (G.2b), tratan-
do separadamente as incertezas padrão obtidas por avaliações do Levanta-se uma questão quanto aos graus de liberdade a
Tipo A e do Tipo B. Se as contribuições para :u (y) das incertezas serem atribuídos h incerteza padrão obtida a partir de uma
padrão do Tipo A e do Tipo B são denotadas em separado, respecti- avaliação do Tipo B, quando se calcula veff pela equação
(G.2b). Como a definição apropriada de graus de liberdade

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo G


Graus de liberdade e níveis da confianca

reconhece que o v, tal como aparece na distribuição-t, é Aqui, tg5(v:,) é obtido da distribuição t para v’,#graus
uma medida da incerteza da variância s2(z), a equação de liberdade e p = 95 por cento; véff é o grau efetivo de
(E.7), em E.4.3, pode ser usada para definir os graus de li- liberdade calculado pela fórmula de WeJch-Satterthwai-
berdade vi: te [equação (G.2b)], levando em conta somente aqueles
componentes de incerteza padrão si que foram avalia-
dos, estatisticamente, a partir de observações repeti-
das na medição em c u r s o ; s2 = c:s:; c i = af / õx,;
c c
u2 = u?(y) = c?(a?/3) consideram todos os outros
A grandeza entre colchetes maiores é a incerteza relativa componentes da incerteza, nos quais se supõe que + aj e
-a, sejam, exatamente, os limites superior e inferior co-
de u(xi); para uma avaliação do Tipo B da incerteza pa-
drão, é uma grandeza subjetiva cujo valor é obtido por jul- nhecidos de Xj, relativos h sua melhor estimativa x j
gamento científico baseado no conjunto de informações (isto é, x, -aj I Xj I xj + aj ).
disponíveis .
NOTA - Um componente baseado em observações repetidas feitas
fora da medição em curso é tratado do mesmo modo que qualquer
EXEMPLO - Baseado no conhecimento disponível do procedimento
outro componente incluído em u2. Por isso, de modo a se fazer uma
de medição usado para determinar estimativas de entrada x, e de como
comparação consistente entre a equação (G.4) e a equação (G.5) do
sua incerieza padrão u(x,) foi avaliada, julgou-se que a avaliação de
item seguinte, supõe-se que tais componentes, se estiverem presen-
uQ) é confável cerca de 25%. Isso pode ser tomado como signifi-
tes, sejam desprezíveis.
cando que a incerteza relativa Au(x,)/u(x,) = 0,25 e, assim, pela
equação (G.3),v, = (0,25)-*/2 = 8. Se, entretanto, se julga que o valor
de u(xJ é confiável em somente cerca de 5046, então v, = 2 (ver 6.5.2 Se uma incerteza expandida que fornece um inter-
também a tabela E. i, no anexo E). valo com um nível da confiança de 95 por cento é avaliada
de acordo com os métodos recomendados em G.3 e G.4, a
6.4.3 Na discussão em 4.3 e 4.4 da avaliação do Tipo B da expressão resultante em lugar da equação (G.4) é:
incerteza padrão a partir de uma distribuição de probabi-
lidade a prior& foi implicitamente suposto que o valor de
u(xi) resultante de tal avaliação é conhecido exatamente.
Por exemplo, quando u(xi) é obtido por meio de uma distri- onde v,ff é calculado pela equação (G.2b), e o cálculo in-
buição de probabilidade retangular com semifaixa suposta
clui todos os componentes de incerteza.
de a = (a, - a-)/2, como em 4.3.7 e 4.4.5, U(XJ = a/J3 é
vista como uma constante sem incerteza, pois a, - a - , e Na maioria dos casos, o valor de U95 da equação (G.5)
também a, são assim vistas (porém, ver 4.3.9, nota 2). Isto será maior do que o valor UJg5 da equação (G.4), se for su-
implica, pela equação (G.3), que v i + 00 ou l/vi + O, o que posto que, na avaliação da equação (GS),todas as variân-
não causa dificuldade na avaliação da equação G.2b. Além cias do Tipo B são obtidas de distribuições retangulares a
disso, supor que vi + 00 não é necessariamente irreal; é priori, com semifaixas que são as mesmas que os limites
uma prática usual escolher a + e a - , de tal modo que a a, usados para computar u2 da equação (G.4). Isso pode ser
probabilidade da grandeza em questão, ficando fora do compreendido, reconhecendo-se que, embora k5(véff) ve-
intervalo a - até a , seja extremamente pequena.
+
nha a ser, na maioria dos casos, maior do que tS5(véff),am-
bos os fatores estão próximos de 2; e, na equação (GS), u2
G.5 Outras considerações é multiplicado por tp2(veff)= 4,enquanto que, na equação
(G.4), ele é multiplicado por 3. Embora as duas expressões
6.5.1 Uma expressão encontrada, na literatura, sobre a dêem valores iguais de U’95e US5,para u2 << s2, U’95será
medição da incerteza, e frequentemente usada para obter até 13 por cento menor do que U95,se u2 >> s2. Assim, em
uma incerteza que se destina a proporcionar um intervalo geral, a equação (G.4) dá uma incerteza que fornece um
com um nível da confiança de 95 por cento, pode ser escri- intervalo tendo um nível da confiança menor do que o in-
ta como tervalo fornecido pela incerteza expandida calculada pela
equação (G.5).
u195 =[t95(v:ff)s2 +3u 2 1%

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Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança Expressão da Incerteza de Medição

NOTAS normalidade da distribuição de Y requer a consideração de


momentos de ordem mais alta, além da variância.
1 . Nos limites u2/s2 +a, e veã + co, U’95+ 1,732 u, enquanto
U95 -+ 1,960 u. Neste caso, 17’95fornece um intervalo com somente
91,7 por cento de nível da confiança, enquanto que ü95 fornece um 6 . 6 Resumo e conclusões
intervalo com 95 por cento. Este caso é aproximado na prática quan-
do os componentes obtidos por estimativas dos limites superior e in-
G.6.1 O fator de abrangência kp, que fornece um intervalo
ferior são dominantes, numerosos e têm valores de uj’(y) = c:aj’/3
que são comparáveis em tamanho. tendo um dado nível da confiança p, próximo a um nível
especificado, pode somente ser encontrado se houver um
2. Para uma distribuição normal, o fator de abrangência k = vh =
1,732 fornece um intervalo com nível da confiança p = 91,673... por
completo conhecimento da distribuição de probabilidade
cento. Este valor de p é robusto no sentido que é, em comparação com de cada grandeza de entrada e se estas distribuições forem
aquele de qualquer outro valor, otimamente independente de pequenos combinadas para se obter a distribuição da grandeza de sa-
desvios da normalidade das grandezas de entrada. ída. As estimativas de entrada xi e suas incertezas padrão
u(xJ por si mesmas são inadequadas a este propósito.
6.5.3 Ocasionalmente, uma grandeza de entrada X i é dis-
tribuída assimetricamente - desvios em tomo de seu valor G.6.2 Em razão de o grande volume de cálculo requeri-
esperado de um sinal são mais prováveis do que os des- do, para combinar distribuições de probabilidade, ser ra-
vios de sinal contrário (ver 4.3.8). Embora isso não faça ramente justificável pela extensão e confiabilidade da in-
diferença na avaliação da incerteza padrão u(xJ da estima- formação disponível, é aceitável uma aproximação da
tiva xi de Xi, e, portanto, na avaliação de u,(y), isto pode distribuição da grandeza de saída. Por causa do Teorema
afetar o cálculo de U. do Limite Central, é geralmente suficiente supor que a dis-
tribuição da probabilidade de (y - Y)/u,(y) é a distribuição-r
É usualmente conveniente fornecer um intervalo de confi-
e tomar kp = tp(veff),com o fator-t baseado nos graus efe-
ança simétrico, Y = y f U , a não ser que o intervalo seja tal
tivos de liberdade veff de u,(y) obtidos pela fórmula de
que haja um diferencial de custo entre desvios de um sinal
Welch - Satterthwaite, equação (G.2b).
sobre o outro. Se a assimetria de X i causa somente uma pe-
quena assimetria na distribuição de probabilidades, carac- 6.6.3 Para obter veff da equação (G.2b), são necessários
terizada pelo resultado de medição y e sua incerteza pa- os graus de liberdade vi para cada componente de incerteza
drão combinada u,(y), a probabilidade perdida por um padrão. Para um componente obtido por uma avaliação do
lado, por considerar o intervalo simétrico, é compensada Tipo A, vi é obtido de um número de observações indepen-
pela probabilidade ganha de outro lado. dentes repetidas sobre as quais é baseada a estimativa de
entrada correspondente e do número de grandezas inde-
A alternativa é fornecer um intervalo simétrico em probabi-
pendentes determinado por essas observações (ver G.3.3).
lidade (e, dessa forma, assimétrico em relação a U): a pro-
Para um componente obtido por uma avaliação do Tipo B,
babilidade de que y fique abaixo do limite inferior y-U- é
vi é obtido pela confiabilidade arbitrada para o valor desse
igual 2i probabilidade de que y fique acima do limite inferior
componente [ver G.4.2 e a equação (G.3)].
y+U+ . Porém, de forma a considerar tais limites, é necessá-
rio mais informações do que simplesmente a estimativa de y
G.6.4 Assim, o que se segue é um sumário do método pre-
e u,Cy) [e, dessa maneira, mais informações do que a esti-
ferido para o cálculo da incerteza expandida Up = kpu,(y)
mativa xie u(xi)de cada grandeza de entrada XJ.
que fornece um intervalo Y = y f Up que tenha um nível da
confiança aproximadop.
G.5.4 A avaliação da incerteza expandida Up, dada aqui
em termos de u,(y), de veff e do fator rp(veH)da distribui- 1) Obtenha y e u,(y) como descrito nos capítulos 4 e 5.
ção-r, é somente uma aproximação e tem suas limitações.
A distribuição de (y - Y)/u,(y) é dada pela distribuição t, 2) Calcule veff pela fórmula Welch-Satterthwaite,
somente se a distribuição de Y é normal, se a estimativa y equação (G.2b) (repetida aqui para fácil referência)
e sua incerteza padrão combinada u,(y) são independentes
e se a distribuição de u:(y) é uma distribuição x2. A in- (G.2b)
trodução de veff , equação (G.2b), trata somente de parte
do problema e fornece uma distribuição aproximadamente
x2 para u2,(y): a outra parte do problema originária da não-

66
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Expressão da Incerteza de Medição Anexo G


Graus de liberdade e níveis da confiança

Se u(xi) é obtido por meio de uma avaliação do padrão combinada, pode ser suposta como normal devido
Tipo A, determine vi como orientado em G.3.3. Se ao Teorema do Limite Central, e u,(y) pode ser tomada
u(xJ é obtido por meio de uma avaliação do tipo B e como uma estimativa razoavelmente confiável do desvio
pode ser tratado como exatamente conhecido, como padrão da distribuição normal devido ao tamanho signifi-
é frequente o caso na prática, vi + 00; caso contrário, cativo de veff. Então, baseado na discussão contida neste
estime vi pela equação (G.3). anexo, incluindo a ênfase da natureza aproximada do pro-
cesso de avaliação da incerteza e a impraticabilidade da
3) Obtenha o fator-t t,,(veff) para o nível da confiança
tentativa de distinção entre invervalos, tendo níveis da
p desejado a partir da tabela G.2. Se veff não é um in-
confiança que diferem por um ou dois por cento, pode ser
teiro, interpole ou trunque veff até o próximo inteiro
feito o seguinte:
inferior.

4) Tome k,, = t,(v,ff) e calcule U,, = kpu,(y). Adote k=2 e assuma que U=2uC(r),definindo um intervalo
tendo um nível da confiança de, aproximadamente, 95 por
6.6.5 Em certas situações, que não devem ocorrer muito cento; ou, para aplicações mais críticas, adote k=3 e assu-
frequentemente na prática, as condições requeridas pelo ma que U = 3ucQ) define um intervalo tendo um nível da
Teorema do Limite Central podem não ser completamente confiança de, aproximadamente, 99 por cento.
satisfeitas, e o enfoque dado em G.6.4 leva a um resultado
inaceitável. Por exemplo, se u,Q) é dominado por um Embora esta abordagem deva ser conveniente para muitas
componente de incerteza avaliado por uma distribuição re- medições práticas, sua aplicabilidade para qualquer medi-
tangular cujos limites são supostos, sendo exatamente co- ção particular dependerá de quão próximo k=2 deverá es-
nhecidos, é possível [se tp(veff)> &I que y + U,, e y - U,,, tar para tS5 (veff)ou k=3 deverá estar para t99(veff),isto é,
os limites superior e inferior do intervalo definido por U,,, quão próximo o nível da confiança do intervalo definido
possam ficar fora dos limites da distribuição de probabili- por U=2ucCy)ou U=3ucQ) deverá estar para 95 por cento
dade da grandeza de saída Y. Tais casos devem ser trata- ou 99 por cento, respectivamente. Embora, para veff=ll,
dos em uma base individual, mas são muitas vezes suscep- k=2 e k=3 subestima tS5(11) e t99(11) por somente 10 e 4
tíveis a um tratamento analítico aproximado (envolvendo, por cento, respectivamente (ver tabela G.2), o que pode
por exemplo, a convolução de sua distribuição de probabi- não ser aceitável em alguns casos. Adicionalmente, para
lidade normal com uma distribuição retangular [ 101). todos os valores de veff, algo maior que 13, k=3 produz um
intervalo tendo um nível da confiança maior que 99 por
6.6.6 Para muitas medições práticas em uma ampla faixa cento (ver tabela G.2, que também mostra que, para
de campos, as seguintes condições prevalecem: veff + 00, os níveis da confiança dos intervalos produzidos
por k=2 e k=3 são 9 5 4 5 e 99,73 por cento, respectivamen-
a estimativa y do mensurando Y é obtida das esti- te). Então, na prática, o tamanho do veff e a incerteza ex-
mativas xide um número significativo de grandezas pandida requerida determinarão se essa abordagem poderá
de entrada Xi que são descritíveis por uma distribui- ser utilizada.
ção de probabilidade bem comportada, tal como as
distribuições normal e retangular;
as incertezas padrão u(xJ dessas estimativas que
podem ser obtidas de cada avaliação do Tipo A ou
do Tipo B, contribuem com quantidades compará-
veis para a incerteza padrão combinada u,Q) do re-
sultado de medição y ;
a aproximação linear envolvida na lei de propaga-
ção da incerteza é adequada (ver 5.1.2 e E.3.1);
a incerteza de u,(y) é razoavelmente pequena devi-
do a seus graus efetivos de liberdade veff possuírem
uma magnitude significativa, isto é, maior que 10.

Sob estas circunstâncias, a distribuição de probabilidade,


caracterizada pelo resultado de medição e sua incerteza

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Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança Expressão da incerteza de Medição

Tabela 6.2 - Valor de f, (v) da distribuição-f, para v graus de liberdade, que define um intervalo - f p(v) a + f, (v) que abrange
a fração p da distribuição

Graus de Fraçãop en 'orcentagem


liberdade 68.27(a) 90 95 95,45(a) 99 99,73(a)
V

1 1,84 6,31 12,71 13,97 63,66 235,80


2 1,32 2,92 4,30 433 9,92 19,21
3 1,20 2,35 3,18 3,31 5,84 9,22
4 1,14 2,13 2,78 2,87 4,60 6,62
5 1,11 2,02 2,57 2,65 4,03 5 31

6 1,O9 1,94 2,45 2,52 3,71 4,90


7 1,O8 1,89 2,36 2,43 330 433
8 1,O7 136 2,3 1 2,37 3,36 4,28
9 1,O6 1,83 2,26 2,32 3,25 4,09
10 1,O5 1,81 2,23 2,28 3,17 3,96

11 1,O5 1,80 2,20 2,25 3,11 3,85


12 1904 1,78 2,18 2,23 3,O5 3,76
13 1904 1,77 2,16 2,21 3,Ol 3,69
14 1904 1,76 2,14 2,20 2,98 3964
15 1,O3 1,75 2,13 2,18 2,95 339

16 1,O3 1,75 2,12 2,17 2,92 334


17 1,O3 1,74 2,11 2,16 2,90 3 31
18 1,O3 1,73 2,lO 2,15 2,88 3,48
19 1,O3 1.73 2909 2,14 2,86 3,45
20 1,O3 1,72 2,09 2,13 2,85 3,42

25 1,o2 1,71 29% 2,11 2,79 3,33


30 1,o2 1,70 2904 2,09 2,75 3,27
35 1,Ol 1,70 2,03 2,07 2,72 3,23
40 1,Ol 1,68 2,02 2,06 2,70 3,20
45 1,Ol 1,68 2,Ol 2906 2,69 3,18

50 1,Ol 1,68 2,Ol 2,05 2,68 3,16


100 1,005 1,660 1,984 2,025 2,626 3,077
00
1,o00 1,645 1,960 2,000 2,576 3,000
(a) Para a grandeza z descrita por uma distribuição normal, com esperança p, e desvio padrão 0, o intervalo p, kh

abrangep = 68,27; 95,45 e 99,73 por cento da distribuição para k = 1,2 e 3, respectivamente.

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Expressão da Incertezade Medição Anexo H


Exemplos

Anexo H
Exemplos
Este anexo fornece seis exemplos, H.l a H.6, trabalhados H.l Calibração de bloco padrão
detalhadamente, de modo a ilustrar os princípios básicos
apresentados neste Guia,para avaliação e expressão da in- Este exemplo demonstra que mesmo uma medição aparen-
certeza de medição. Juntamente com os exemplos incluí- temente simples pode envolver aspectos sutis de avaliação
dos no texto principal e em alguns dos outros anexos, eles de incerteza.
devem permitir aos usuários deste Guia colocar estes prin-
cípios em prática nos seus próprios trabalhos. H.l.l O problema da medição

Em razão de os exemplos terem fins ilustrativos, eles fo- O comprimento de um bloco padrão de 50 mm nominais é
ram,por necessidade, simplificados. Além disso, porque determinado por comparação com um padrão conhecido
estes e os dados numéricos usados nos exemplos foram es- de mesmo comprimento nominal. A saída direta da com-
colhidos principalmente para demonstrar os princípios paração entre os dois blocos padrão é a diferença d de seus
deste Guia,nem os exemplos nem os dados deverão, ne- comprimentos:
cessariamente, ser interpretados como descrevendo medi-
ções reais. Enquanto os dados são usados conforme fome-
cidos, de forma a evitar erros de arredondamento, mais dí-
gitos são mantidos nos cálculos intermediános que os usu- onde:
almente mostrados. Portanto, o resultado declarado de um
Z é o mensurando, ou seja, o comprimento a 20 "C do blo-
cáículo envolvendo várias grandezas pode diferir ligeira-
co padrão sendo calibrado;
mente do resultado obtido por valores numéricos forneci-
dos no texto para estas grandezas. 1, é o comprimento do padrão a 20 "C, como dado no seu
certificado de calibração;
6 indicado, nas partes anteriores deste Guia,que a classifi-
cação dos métodos utilizados para avaliar componentes de a e assão os coeficientes de expansão térmica, respectiva-
incerteza, como os do Tipo A e do Tipo B, se faz apenas mente, do bloco que está sendo calibrado e do padrão;
por conveniência; ela não é requerida para a determinação
da incerteza padrão combinada ou da incerteza expandida 8 e e, são os desvios na temperatura com relação tempe-
de um resultado de uma medição, uma vez que todos os ratura de referência de 20 "C, respectivamente, do bloco
componentes da incerteza, não importa como tenham sido sob calibração e do padrão.
avaliados, são tratados da mesma maneira (ver 3.3.4, 5.1.2
e E.3.7). Assim, nos exemplos, o método utilizado para H.1.2 Modelo matemático
avaliar um determinado componente de incerteza não é es-
pecificamente identificado conforme seu tipo. Entretanto, Pela equação (H. l), o mensurando é dado por:
será esclarecido pela discussão se um componente é obti-
do por uma avaliação do Tipo A ou do Tipo B .

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Anexo H
Exemplos Expressão da incerteza de Medição

Se a diferença de temperatura entre o bloco que está sob U,


2
(I) = u 2 (Is) +u2 (d)
caiibração e o padrão é escrita como 60 = 0 - e, e a diferença
entre os seus coeficientes de expansão térmica como 6a = a - + l i €12 u 2 (6a)+ l i a; U 2 (60) (H.5)
a,,a equação (H.2) se toma:
H.1.3.1 Incerteza de calibração do padrão, u(Zs)

O certificado de calibração fornece como a incerteza ex-


pandida do padrão U = 0,075 pm e declara que ela foi obti-
da usando um fator de abrangência de k = 3. A incerteza
As diferenças 60 e 6% mas não suas incertezas, são esti-
padrão é, então:
madas para serem zero; e 6% a,,60 e 0 são supostas como
não-correlacionadas. (Se o mensurando fosse expresso em
u(Zs)=(0,075pm)/3=25 nm
termos das variáveis 0, e, a e a,,seria necessário incluir a
correlação entre 0 e 0, ,e entre a e a,). H.1.3.2 Incerteza da diferença medida no
comprimento, u(d)
Segue-se, assim, da equação (H.3) que a estimativa do va-
lor do mensurando 1 pode ser obtida de uma expressão O desvio padrão experimental agrupado que caracteriza
simples 1, + d, onde 1, é o comprimento do padrão a 20 “C, a comparação de I e ls foi determinado como sendo de
como dado em seu certificado de calibração, e d é estima- 13 nm, a partir da variabilidade de 25 observações repe-
do por d, a média aritmética de n = 5 observações repeti- tidas e independentes da diferença nos comprimentos de
das independentes. A incerteza padrão combinada u,(l) de dois blocos padrão. Na comparação deste exemplo, foram
1 é obtida, aplicando-se a equação (lO), em 5.1.2, h equa- tomadas cinco observações repetidas. A incerteza padrão
ção (H.3), como discutido abaixo. associada com a média aritmética dessas leituras é, então
(ver 4.2.4):
NOTA - Neste e em outros exemplos, para simplicidade de notação,
o mesmo símbolo é usado para uma grandeza e para sua estimativa.
u(d) =da)=13 n m /& = 5 , 8 nm
H.1.3 Variâncias contribuintes
De acordo com o certificado de calibração do compara-
Os aspectos pertinentes desse exemplo, tal como discuti- dor usado para comparar I com Zs, sua incerteza “devido a
dos aqui e nos itens seguintes, estão resumidos na Tabela erros aleatórios” é f 0,Ol pm em um nível da confiança
H.l. de 95 por cento e é baseada em 6 medições replicadas;
assim, a incerteza padrão, usando o fator-t tg5(5) = 2,57,
Uma vez que se supõe que 6a = O e 60 = O, a aplicação da para v = 6 -1 = 5 graus de liberdade (ver tabela G.2 no
equação (10) em 5.1.2 h equação (H.3) resulta em: anexo G), é:
u(d,) =(O,Ol pm)/ 2,57= 3,9 nm
U: (I)=cs u 2 (1,) +cd u 2 ( d ) + c i , u 2 (a,)+
A incerteza do comparador “devido a erros sistemáticos”é
dada no certificado como sendo de 0,02 pm “para um nível
de três sigma”. A incerteza padrão oriunda desta fonte
com: pode, portanto, ser tomada como:
u(d2)=(0,02 pm) / 3 = 6,7 nm
A contribuição total é obtida pela soma das variâncias esti-
madas:

u2(d)=u2(d)+ u 2 ( d , )+ u 2 ( d 2 )=93 nm2

ou:

u(d) =9,7 nm

e, assim:
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Expressão da Incertezade Medição Anexo H


Exemplos

H.1.3.3 Incerteza do coeficiente de expansão térmica, ma termostático, e não a incerteza da temperatura média.
Ufh) O valor do desvio médio da temperatura:
-
e=i9,9 O C - ~ O O C = - O ,O~C
O coeficiente de expansão térmica do bloco padrão é dado
como a,= 11,5 x 10-6"C-', com uma incerteza representada
por uma distribuição retangular com limites E2 x 10-6"C-'. é relatado como tendo uma incerteza padrão própria devido
A incerteza padrão é, então [ver a equação (7) em 4.3.71: h incerteza na temperatura média da bancada de teste de:

~ / .j3= i,2x 1 0 - ~
u(a,)=(2x 1 0 0c-l) OC-' u(B) = 0,2 O c

enquanto que a variação cíclica no tempo produz uma dis-


Sendo e,, = af i aa, = -Is 68 = O, como indicado em
tribuição em forma de U (arco seno) de temperaturas, re-
H.1.3, esta incerteza em nada contribui para a incerteza de
sultando em uma incerteza padrão de:
1 em primeira ordem. Ela tem, ,entretanto, uma contribui-
ção de segunda ordem, que é discutida em H. 1.7.

H.1.3.4 Incerteza do desvio da temperatura do bloco


O desvio da temperatura 8 pode ser tomado como igual a
padrão, u(8) -
8, e a incerteza padrão de 8 é obtida de:
A temperatura da bancada de teste é relatada como
(19,9f 0,s) "C; a temperam no momento das observações
individuais, não foi registrada. A faixa máxima declarada,
que fornece:
A 0,5 "C, é tida como representando a amplitude de uma va-
riação aproximadamente cíclica da temperatura sob um siste-

Tabela H.l-Sumário dos componentes da incerteza padrão

Fonte da Valor da Ci = ui(Z)= Graus


da incerteza incerteza Incerteza a f / axi I ci I u(xi) de
padrão padrão (nm) liberdade
- - - - == .
u(xi> u(xi)
u(k) Calibração do bloco padrão 25 nm 1 25
44 Diferença medida entre blocos padrão 9,7 nm 1 9,7 25,6
42 1 observações repetidas 5,8 nm 24
4dJ) efeitos aleatórios do comparador 3,9 nm 5
4d2) efeitos sistemáticosdo comparador 6,7 nm 8
lu(as) ]Coeficientede expansão térmica do bloco padrão I 1 , 2 ~ 1 0 "C-l
-~ I O I O I
Temperatura da bancada de teste 0,41 "C O
temperatura média da bancada

u, (1) = 32 nm
ve,(.Z) = 16

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Anexo H
Exemplos Expressão da incerteza de Medição

af
Como c e = / 30 = -Is 6a = O, como indicado em H.1.3, H.1.5 Resultado final
esta incerteza também em nada contribui para a incerteza
de primeira ordem de 1; mas ela tem uma contribuição de O certificado de calibração para o bloco padrão fornece
segunda ordem, que é discutida em H. 1.7. 1, = 50,000 623 mm como seu comprimento, a 20 "C. A
média aritmética d das cinco observações repetidas da dife-
H.1.3.5 Incerteza da diferença nos coeficientes de ex- rença nos comprimentos entre o bloco padrão desconhecido
pansão térmica, u(Sa) e o padrão de referência é de 215 nm. Assim, como 1 = 1, +d
(ver H. 1.2), o comprimento 1 do bloco padrão desconheci-
Os limites estimados da variabilidade de 6a são f 1 x 106"c-', do, a 20 "C, é 50,000 838 mm. De acordo com 7.2.2, o re-
com igual probabilidade de 6a ter qualquer valor dentro des- sultado final da medição pode ser declarado como:
tes limites. A incerteza padrão é:
l = 50,000 838 mm, com uma incerteza padrão combi-
nada u, = 32 nm. A incerteza padrão relativa combina-
da correspondente é u, / 1 = 6,4 x lO-'.
H.1.3.6 Incerteza da diferença nas temperaturas dos
blocos, u(S0) H.1.6 Incerteza expandida

Espera-se que o padrão e o bloco sob calibração estejam Suponha que seja requerida a obtenção de uma incerteza
na mesma temperatura, mas a diferença de temperatura expandida Ug9= k99 u,(Z) que forneça um intervalo, tendo
pode estar com igual probabilidade em qualquer lugar no um nível da confiança de aproximadamente 99 por cento.
intervalo estimado -0,05 "C a + 0,05 "C. A incerteza pa- O procedimento a ser utilizado está resumido em G.6.4, e
drão é: os graus de liberdade requeridos estão indicados na tabela
H. 1. Estes foram obtidos como se segue:

1) Incerteza de calibrução do padrão, u(ls) [H.1.3.1].


H.1.4 A incerteza padrão combinada O certificado de calibração declara que os graus de li-
berdade efetivos da incerteza padrão combinada da
A incerteza padrão combinada u,(l) é calculada pela equa- qual foi obtida a incerteza expandida citada são
ção (H.5). Os termos individuais são coletados e substituí- V,ff ( I , ) =18.
dos nesta expressão para obter: 2) Incerteza da diferença medida nos comprimentos,
u(d) [H.1.3.2]. Embora d fosse obtido de cinco observa-
ções repetidas, em razão de u(d) ter sido obtido de um
desvio padrão experimentaiagnipado baseado em 25 obser-
UCO) = (25 nm) + (9,7 nm) (H.6a)
vações, os p s de liberdade de u(d) sãov(d) = 25 - 1 = 2 4
)2 +
+(0,05m)2(-0,1oC)2(0,58x10~60C~' (ver H.3.6 - nota). Os graus de liberdade de u(dl),a in-
+ (0,05 m) 2(i1,5x O C-' ) 2 ( ~ , ~O2 C
9 )~ certeza devido aos efeitos aleatórios no comparador, são
v(dl) = 6 -1 = 5, por dl ter sido obtido de seis medições
= (25 nm) + (9,7 nm) (H.6b) repetidas. A incerteza de _+ 0,02 pm para efeitos sistemá-
ticos no comparador pode ser suposta como sendo confi-
+ (2,9 nm)2 + (16,6 nm)2 ável a 25 por cento e, assim, os graus de liberdade da
= 1002nnl2 equação (G.31, em G.4.2, é v(d2) = 8 (ver o exemplo de
G.4.2). Os graus de liberdade efetivos de u(d), v,fXd,),
são, então, obhhos ha equacao \G.2bi, em G.4.i:

ou: [u2(2) + u2(d,) + u2(ú2)j2 --


Veff (4=
u4(d) u4(d,) u4(d2)
+-+-
u, (Z) =32 nm (H.
6c) Na W,) W 2 )

O componente dominante da incerteza é, obviamente,


aquele do padrão, u(l,) = 25 nm.

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo H


Exemplos

- (9,7 nm) avaliação de uc(l), como apresentada até este ponto, não
= 25,6
( 5 3 nm) está completa. A aplicação da equação (H.3) da expressão
+ (3,9 nm) + (6,7 nm)
dada na nota de 5.1.2 resulta, de fato, em dois termos de
24 5 8
segunda ordem distintos, não-desprezíveis, a serem adicio-
3) Incerteza da diferença nos coeficientes de expan- nados i equação (H.5). Estes termos, que provêm do ter-
sáo térmica, u(6a) [H.1.3.5]. Os limites estimados de
mo quadrático na expressão da nota, são:
+I x 10-6"C-I sobre a variabilidade de 6a são julgados
confiáveis a 10 por cento. Isso dá, pela equação (G.3),
em G.4.2, v (6a)= 50.
4) Incerteza da diferença na temperatura dos blocos, mas somente o primeiro destes termos contribui significa-
u(68) [H.1.3.6]. O intervalo estimado de -0,05 "C a tivamente para u,..l):
+ 0,05 "C, para a diferença de temperatura Se, é tido
como confiável somente a 50 por cento, e, pela equação Z,U (&a)u (e) =(0,05m ) ( 0 , 5 8 ~ 1 0"C-')(0,41
-~ OC)
(G.3), em G.4.2, fornece v (Se) = 2.
= 11,7 nm

O cálculo de vefdl)da equação (G.2b), em G.4.1, é efetua- Z,U u ( 6 e )=(0,05m)(i,2x10-~OC-')(O,O29 OC)


(a,)
do exatamente da mesma maneira que o cálculo de veff(d),
em H.1.6, 2). Assim, das equações (H.6b) e (H.6c) e dos = 1,7 nm
valores dev dados em H.1.6, de 1) até 4).
Os termos de segunda ordem aumentam uc(l) de 32 nm
para 34 nm.
VeR (0 =
(32 nm)
= 16,7
( 2 5 t ~ m ) ~(9,7nm)
+

+ (2,9nm) + (16,6nm)
18 25.6 50 2

Para obter a incerteza expandida requerida, este valor


é primeiramente arredondado para o próximo inteiro
inferior, veff(l)= 16. Segue, então, da tabela G.2, no
anexo G, que tgg(16) = 2,92 e, portanto,
Ir,, =t99(16)uc(Z)=2,92x(32nm) =93 nm. Seguindo 7.2.4,
o resultado final da medição pode ser declarado como:

I = (50,000 838 f 0,OOO 093) mm, onde o número precedi-


do do símbolo f é o valor numérico de uma incerteza ex-
pandida U = kuc , com U determinado a partir de uma in-
certeza padrão combinada uc= 32 nm e um fator de abran-
gência k = 2,92, baseado na distribuição-t, para v = 16
graus de liberdade, e define um intervalo, o qual se estima
ter um nível da confiança de 99 por cento. A incerteza ex-
pandida relativa correspondente é UA= 1,9 x 10-6.

H.1.7 Termos de segunda ordem

A Nota de 5.1.2 assinala que a equação (lO), que é usada


neste exemplo para se obter a incerteza padrão combinada
uc(l), deve ser aumentada quando a não-linearidade da fun-
ção Y = f ( X I , X 2 ,...,X,) é tão significativa que os termos de
maior ordem na expansão pela série de Taylor não podem
ser desprezados. Tal é o caso neste exemplo e, portanto, a

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Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

H.2 Medição simultânea de resistência e em 5.2.2, usando valores de $v,?), $v,I> e $7, $) calcula-
reatância dos pela equação (17), em 5.2.3. Os resultados estão inclu-
ídos na Tabela H.2, onde deve ser lembrado que r(xi,x,) =
Este exemplo demonstra o tratamento de mensurandos r(xjxi) e r(xi,xi) = 1.
múltiplos ou grandezas de saída determinadas simultanea-
mente na mesma medição e a correlação de suas estimati- H.2.3 Resuitados: enfoque 1
vas. Ele considera somente as variações aleatórias das ob-
O enfoque 1 está resumido na Tabela H.3.
servações; na prática atual, as incertezas de correções para
efeitos sistemáticos também contribuiriam para a incerteza Os valores dos três mensurandos R, X e Z são obtidos
dos resultados da medição. Os dados são analisados de das relações dadas na equação (H.7), usando os valores
dois modos diferentes, sendo que ambos fornecem, essen-
cialmente, os mesmos valores numéricos.
v,
médios 7 e $ da Tabela H.2, para V , I e 4 As incerte-
zas padrão de R,X e Z são obtidas da equação (16), em
5.2.2, uma vez que, como mencionado acima, as grande-
H.2.1 O problema de medição
v,
zas de entrada 7 e $ são correlacionadas. Como exem-
- -
A resistência R e a reatância X de um elemento de circuito
- -
v
plo, considere Z = V / I. Identificando com xl,? com q
são determinadas, medindo-se a amplitude V de uma dife- efcom Z =V / I, a equação (16), em 5.2.2, fornece para a
rença de potencial alternada senoidal entre seus terminais, incerteza padrão combinada de Z
a amplitude I da corrente alternada que passa por ele e o
ângulo de mudança de fase $ da diferença de potencial al-
ternada em relação à corrente alternada. Assim, as três
grandezas de entrada são V, I e $, e as três grandezas de
saída - os mensurados - são os três componentes da impe-
dância R, X, e Z. Uma vez que Z2 = R2 + X2, existem so-
mente duas grandezas de saída independentes.
2
(H.8b)
H.2.2 Modelo matemático e dados

Os mensurandos são relacionados às grandezas de entrada


pela lei de Ohm:

ou:

Considere que cinco conjuntos independentes de observa-


ções simultâneas das três grandezas de entrada V, I e $ são
obtidas sob condições similares (ver B.2.15), resultando
nos dados apresentados na tabela H.2. As médias aritméti- onde u(v> = s ( 6 e uh sh,
= e o subscrito "r", na última
cas das observações e os desvios padrão experimentais expressão, indica que u é uma incerteza relativa. Substitu-
destas médias, calculados pelas equações (3) e (3, em 4.2, indo os valores apropriados da tabela H.2, na equação
são também dadas. As médias são tomadas como sendo as (H.8a), tem-se, então, u,(Z) = 0,236 R.
melhores estimativas dos valores esperados das grandezas
de entrada, e os desvios padrão experimentais são as incer- Em razão de os três mensurandos, ou grandezas de saída, áe-
tezas padrão destas médias. penderem das mesmas grandezas de entrada, eles também
são correlacionados. Os elementos da matriz de covariância
Como as médias v,7 e $ são obtidas por observações si- que descreve esta correlação podem ser escritos, em geral,
multâneas, elas são correlacionadas, e as correlações de- como:
vem ser levadas em conta na avaliação das incertezas pa-
drão dos mensurandos R, X e z. Os coeficientes de correla-
ção requeridos são prontamente obtidos pela equação (14),

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Expressão da Incerteza de Medição Anexo H


Exemplos

Tabela H.2 - Valores das grandezas de entrada V , I e Q obtidos de cinco conjuntos de observações simultâneas

Nodo conjunto Grandezas de Entrada


k Q
(rad)
5,007 19,663 1,0456
4,994 19,639 1,0438
5,005 19,640 1,0468
4,990 19,685 1,0428
4.999 19,678 1,0433
- -
Média aritmética V = 4,9990 i =i9,66io $=/O44 46
Desvio padrão experimental JCv> = 0,0032 $7) = 0,0095 5($) = 0,000 75
da média

Uma vez que os dados tenham sido obtidos de cinco conjun-


tos de observações das três grandezas de entrada V, I e 4, é
possível computar um valor para R, X e Z de cada conjunto
onde yl =fl(xl,x, ,..., x N ) e y m =fm(x,,x2 ,...,xN). A de dados de entrada e, então, tomar a média aritmética dos
equação (H.9) é a generalização da equação (F.2), em cinco valores individuais para obter as melhores estimativas
F.1.2.3, quando os qr são correlacionados. Os coeficientes de R, X e Z. O desvio padrão experimental de cada média
de correlação estimados das grandezas de saída são dados (que é a sua incerteza padrão combinada) é, então, calculado
por rfyl,ym)= u(yby,,,)/u(yl)u(ym),como indicado na equação a partir dos cinco valores individuais da maneira usual [equa-
(14), em 5.2.2. Deve-se reconhecer que os elementos diago- ção (5), em 4.2.31; e as covariâncias estimadas das três médi-
nais da matriz de covariância, u(yl,yl)= u2(yl),são as variân- as são calculadas, aplicando-se a equação (17), em 5.2.3, di-
cias estimadas das grandezas de saída yl (ver 5.2.2, nota 2) e retamente aos cinco valores individuais dos quais cada média
que, para rn = 1, a equação (H.9) é idêntica equação (16), é obtida. Não existem diferenças nos valores de saída, in-
em 5.2.2. certezas padrão e covariâncias estimadas fornecidas pelos
dois enfoques, exceto para efeitos de segunda ordem associ-
Para aplicar a equação (H.9) neste exemplo, as seguintes
- -
v
ados com a substituição de termos tais como 17 e COS 3
identificações são feitas: por V I I ecos Q.
-
Yl = R x1 = v U(X3 = s(xJ Para demonstrar este enfoque, a tabela H.4 dá os valores de
-
Y2 x
= x2 =I N=3 R, X e Z calculados para cada um dos cinco conjuntos de ob-
servações. As médias aritméticas, incertezas padrão e coefi-
Y3 = z x3 = $
cientes de correlação estimados são, então, diretamente com-
Os resultados dos cálculos de R, X e Z e de suas variân- putados destes valores individuais. Os resultados numéricos
cias estimadas e coeficientes de correlação são dados na obtidos dessa maneira diferem dos resultados fornecidos, na
Tabela H.3. tabela H.3, por um valor desprezível.

H.2.4 Resultados: enfoque 2 Na terminologia da nota de 4.1.4, o enfoque 2 é um exem-

O enfoque 2 está resumido na tabela H.4.


plo a obtenção da estimativa y a partir de F =(g k=l
Yk)l n ,

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