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Índice
1 Introdução .............................................................................................................. 2
2 Zonamento do território .......................................................................................... 4
3 Rugosidade aerodinâmica do terreno ...................................................................... 7
4 Velocidade do vento e pressão dinâmica ................................................................. 9
5 Acções do vento .................................................................................................... 12
6 Coeficiente estrutural CsCd .................................................................................. 13
7 Edifícios e outras estruturas ................................................................................. 14
7.1 Paredes verticais de edifícios de planta rectangular ...................................... 15
7.2 Coberturas de duas vertentes ........................................................................ 18
7.3 Beirados ........................................................................................................ 21
7.4 Pressão interior ............................................................................................. 21
7.5 Coeficientes de atrito .................................................................................... 22
8 Pontes ................................................................................................................... 27
8.1 Acção do vento no tabuleiro.......................................................................... 27
8.1.1 Forças na direcção x – Método geral .................................................. 28
8.1.2 Forças na direcção x – Método simplificado ....................................... 32
8.2 Acção do vento nos pilares ............................................................................ 33
Anexo A — Justificação da fórmula 4.2 do EC1........................................................ 37
Anexo B — Rotina MATLAB para o cálculo de pressões dinâmicas ......................... 38
Anexo C — Comparação RSA / EC1 ........................................................................ 38
C.1 Velocidade média do vento ........................................................................... 39
C.2 Rugosidade do terreno................................................................................... 39
C.3 Pressão dinâmica de pico .............................................................................. 40
C.4 Valores reduzidos da pressão dinâmica ......................................................... 40
1 Introdução
i A acção do vento nas construções é exercida sob a forma de pressões, que se
admitem actuar perpendicularmente às superfícies. Quando o vento varre áreas
grandes de construções, além dessas pressões poderão desenvolver-se forças de
atrito significativas, actuando tangencialmente à superfície.
i A acção do vento nas construções depende fundamentalmente de:
1. velocidade do vento;
2. forma das construções;
3. características dinâmicas da estrutura.
A velocidade do vento depende, por seu lado da:
1. localização geográfica da estrutura;
2. altura da estrutura acima do terreno;
3. rugosidade do terreno.
i Apesar de se tratar de uma acção dinâmica, a acção do vento pode ser quantificada
na maior parte das vezes por meio de forças estáticas equivalentes. Este é o método
base previsto na NP EN 1991-1-4. O método estático, já previsto de resto no RSA,
baseia-se na bem conhecida equação da Mecânica dos Fluidos, que permite
determinar a força F a que fica sujeito um corpo quando imerso num fluido com
velocidade v:
1
F = c ρ v 2A
2
onde c, chamado coeficiente de forma, ou coeficiente aerodinâmico, é um
coeficiente adimensional, em geral determinado experimentalmente, recorrendo aos
chamados ensaios em túnel aerodinâmico. O parâmetro ρ é a massa específica do
fluido e A uma área de referência, em geral considerada igual à projecção do corpo
no plano perpendicular à velocidade do fluido. No caso do fluido em questão ser o
ar, toma-se em geral (Cl. 4.5, p. 28):
ρ = 1.25 Kg/m 3 .
Note-se que a fórmula acima é dimensionalmente homogénea, isto é, pode ser usada
com qualquer sistema coerente de unidades. Adoptando, por exemplo, o SI de
unidades, a força vem expressa em Newton. Com efeito:
⎡F ⎤ = kg (m/s)2 × m2 = kg × m/s2 = N .
⎢⎣ ⎥⎦ m3
2
i A veelocidade do
d vento crresce em aaltura, considerando-se me geraal velocidaade nula
na viizinhança do
d terreno. A Figuraa seguinte ilustra um
m perfil típiico de velo
ocidades
do veento:
3
i Visão geral do conteúdo da Norma:
1 Generalidades
2 Situações de projecto
3 Modelação das acções do vento
4 Velocidade do vento e pressão dinâmica
5 Acções do vento
6 Coeficiente estrutural cscd
7 Coeficientes de pressão e de força
8 Acções do vento em pontes
Anexo A (informativo) Efeitos do terreno
Anexo B (informativo) Procedimento 1 para a determinação do coeficiente
estrutural cscd1
Anexo C (informativo) Procedimento 2 para a determinação do coeficiente
estrutural cscd
Anexo D (informativo) Valores de cscd para diferentes tipos de construções
Anexo E (informativo) Desprendimento de vórtices e instabilidades aeroelásticas
Anexo F (informativo) Características dinâmicas das estruturas
Bibliografia
Anexo Nacional NA
2 Zonamento do território
i A variável básica mais importante para a quantificação da acção do vento é sem
dúvida a sua velocidade. Para efeitos da determinação da velocidade do vento, o
País é dividido em duas zonas, a saber:
Zona A — a generalidade do território, excepto as regiões pertencentes à zona B.
Zona B — os arquipélagos dos Açores e da Madeira e as regiões do continente
situadas numa faixa costeira com 5 Km de largura ou altitudes superiores a 600 m.
i A cada uma destas zonas corresponde um valor da velocidade do vento — chamado
valor básico da velocidade de referência do vento, vb,0 , conforme indicado no
Quadro seguinte (NA, p. 155):
1
Passou a normativo em Portugal
4
Obseervações:
1. 1 m/s = 1 × 10−3 × 60 × 60 = 3.6 km/h . Portantto, vb ,0 (A) = 97 km/h e
vb,0 (B) = 108 km/h .
2. V
Verifica-se que
q a relaçção de veloocidades numa
n e nouutra zona é de 30/27
7 ~ 1.1.
2
Issto correspoonde a um
ma relação d
de pressão dinâmica de 1.1 ~ 11.2.
i Defin
nição da veelocidade vb,0 (p. 15) :
f(x) Distribuiçã
ão dos máxim
mos anuais
da velocidade média do vento em
períodos de
d 10 min
p = 0.02
v b,0 x [m/s]
Figurra: Anemóm
metro para a medição d
de velocidad o e definiçãoo do parâmeetro vb,0..
des do vento
5
1 − 0.11ln(− ln(1 − p))
cprob (p) = = 0.7 − 0.077 ln (− ln(1 − p))
1 − 0.11ln(− ln(0.98))
No anexo A apresenta-se uma desmonstração desta fórmula.
Observação: Esta expressão pode ter interesse na determinação da velocidade do
vento a usar em SP transitórias, como a fase construtiva.
i A probabilidade p na fórmula acima é a probabilidade de excedência num ano. É
relativamente simples adaptar a fórmula de modo a fornecer o valor básico da
velocidade do vento associada a uma probabilidade de excedência pn em n anos.
Representaremos essa velocidade por vb,0 (pn , n ) . Sabe-se que se um determinado
valor de uma variável aleatória qualquer tiver uma probabilidade pn de ser
excedido em n anos, a probabilidade desse mesmo valor ser excedido num ano é
dada por:
(1/n )
p1 = 1 − (1 − pn )
Em resumo:
⎛ 1 ⎞
cprob (pn , n ) = 0.7 − 0.077 ln ⎜⎜⎜− ln (1 − pn )⎟⎟⎟
⎝ n ⎟⎠
(
cprob (TR ) = 0.7 − 0.077 ln − ln (1 − 1 / TR ) )
vb,0 (TR ) = c prob (TR ) ⋅ vb,0
6
O peeríodo de retorno TR deve seer expresso o em anoss. Se fizerm
mos na ex xpressão
acimaa TR = 50 anos , obtéém-se c probb (50) = 1.0 , como não
o podia deiixar de serr.
i O Eu urocódigo EC1-1-6 (Acções
( du
urante a construção) recomendda os perío
odos de
retorno indicad
dos a seguirr:
TR c prob 2
cpr
rob
2 0.73 0.553
5 0.82 0.667
10 0.87 0.776
50 1.00 1.000
2
Notaa: O coeficciente cprob correspo
onde ao fa
actor de reedução a aplicar à pressão
dinâm
mica.
3 Ru
ugosidad
de aerod
dinâmic
ca do terrreno
i A vaariação da velocidade
v do vento ccom a altu
ura depende fortemennte da pressença de
obstááculos que afectam o escoamen nto do ar. Para ter em
e conta a influência a desses
obstááculos no perfil
p de veelocidades,, o EC1 deefine quatro categoriaas de terreeno, que
se rep
produzem no quadro seguinte ((pp. 97 e 156):
7
Notaa: z 0 e z mmin são do ois parâm
metros utiliizados na quantificaação do perfil
p de
veloccidades doo vento. O primeiroo é cham mado comp primento dde rugosid dade. O
segunndo é a alttura mínimma a considderar, abaix
xo da quall se admitee que a vellocidade
do veento é constante. Co omo referiaa o RSA, «a
« razão deeste proceddimento deeve-se à
impreecisão da definição das
d velocid dades do vento
v na vizinhança
v imediata do
d solo,
ou seeja, até altturas da ordem
o de ggrandeza das
d alturas médias ddos obstácu ulos que
caraccterizam a macrorrug gosidade doo terreno».
i Os deesenhos segguintes ilustram cadaa uma das categoriass do terrenoo:
Categgoria I Catego
oria II
i Note--se que a categoria do terrenoo pode dep pender da direcção ddo vento, isto é, o
terrenno pode seer de um tipo
t para uma deterrminada diirecção do vento e de d outro
tipo para outrra direcçãoo. A categgoria de terreno
t a considerarr para um ma dada
direcção do vennto dependde da rugossidade do solo nessa direcção e da extenssão com
rugossidade de terreno un niforme deentro dum m sector an
ngular de 30º, defin nido em
nto ( ±15º )). As zona
tornoo da direcçção do ven as de pequeena área ((inferior a 10% da
área da zona considerad da) que ttenham um ma rugosiddade diferrente podeerão ser
ignorradas.
i No ccaso de exiistir na dirrecção de b o2 uma alteeração de rugosidadee, o NA
barlavento
(Cl. NA–4.3.2(2), p. 156)) estabelecce o seguin
nte critério: Se a connstrução em
m causa
estiveer situada a menos de 2 Km d de um terreno da ca ategoria I, ou a men nos de 1
2
Barlaveento designa o lado de on
nde sopra o vvento. Sotaveento designa o lado opostto.
8
Km dde um terrreno da cattegoria II oou III, deveerá ser utillizada a caategoria de terreno
menoos rugosa (que é a maais desfavoorável).
4 Ve
elocidad
de do vento e prressão dinâmica
d a
i Uma vez definidas as condições loccais da esttrutura (zo
ona e cateegoria do terreno)
t
deterrmina-se a chamada velocidade
v de referên
ncia do ven
nto, dado ppor:
vb = cdir cseason vb,0 ,
onde:
– cddir é um coeficiente relacionad
do com a direcção
d do
o vento, coonsiderando-se em
geeral cdir = 1.0 .
– csseason é o chamado coeficieente de sazão,
s con
nsiderandoo-se normalmente
csseason = 1.0 .
Sobree estes coeficientes, transcreve- se 2 notas constantess no NA (ppp. 155 e 156):
1
9
d orografi a, que serrá então superior
de 5 %, o coeeficiente de s a 1.00, dev
verá ser
quanntificado dee acordo com
c a Cl. 4.3.3 (p. 26), que recomendaa o proced
dimento
forneecido no An
nexo A.3 (p. 99).
Os effeitos da orografia
o po
oderão ser desprezad dos quando
o o declive médio do terreno
a barrlavento é inferior a 3°
3 (cl. 4.3.33 (2), p. 27
7).
A Fiigura seguinte ilustra o aumen
nto de vellocidade do
d vento ddevido à orografia
(Figu
ura A.1, p. 100):
onde qb é cham
mada pressão dinâmicca de referrência, dad
da por:
1 2
qb = ρ vb ,
2
e ce (z ) é chamaado coeficiiente de exp
xposição.
10
O coeficiente de exposição é então dado por:
q p (z ) (1 + 7I v (z )) 21 ρ vm2 (z ) ⎛ vm (z )⎞⎟2
ce (z ) = = = (1 + 7I v (z ))⎜⎜⎜ ⎟⎟ =
qb 1 2 ⎝ v ⎠⎟
b
ρ vb
2
⎛cr (z ) ⋅ c0 (z ) ⋅ vb ⎟⎞2 2
= (1 + 7I v (z ))⎜⎜ ⎟⎟ = (1 + 7I v (z ))(cr (z ) ⋅ c0 (z ))
⎜⎝ v ⎟⎠ b
⎛ ⎞⎟ ⎛⎜ ⎛ z 0 ⎞⎟0.07 ⎛ z ⎞⎟ ⎞2
7
ce (z ) = ⎜⎜⎜1 + ⎟⎟ ⎜⎜0.19 ⎜⎜
⎜ ⎜
⎟⎟ ln ⎜⎜⎜ ⎟⎟⎟⎟⎟⎟
⎝ ln(z / z 0 ) ⎟⎠ ⎜⎜
⎝ ⎝ 0.05 ⎠⎟ ⎝ z 0 ⎠⎟⎟⎟⎠
120
IV III II I
100
Altura acima do solo, z [m]
80
60
40
20
0
0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2
2
Pressão dinâmica de pico, q [kN/m ]
p
Figura: Pressão dinâmica de pico, q p (z ) , para a zona A.
11
5 Acções do vento
i Para quantificar as forças devidas ao vento é necessário multiplicar as pressões
dinâmicas de pico pelos coeficientes de forma, ou coeficientes aerodinâmicos, de
acordo com a regra que vimos anteriormente:
Força = (Coeficiente de forma)× (pressão dinâmica)× (área de referência).
– Forças interiores:
Fw ,i = ∑ (cpi ⋅ q p (zi ) ⋅ Aref )
superfícies
– Forças de atrito:
Ffr = c fr ⋅ q p (ze ) ⋅ Afr
onde,
cs cd é chamado coeficiente estrutural, quantificado mais à frente.
q p (ze ) , q p (zi ) são as pressões dinâmicas de pico para as alturas de referência ze
e zi .
Aref é a área de referência especificada na Norma para cada situação.
cfr é o coeficiente de atrito.
Afr é a área de referência para efeitos de cálculo das forças de atrito.
12
i Em rrelação às forças de atrito (a serem qua antificadas para os eelementos para os
quaiss sejam foornecidos coeficientes
c s de pressãão), poderrão ser ignnorados qu uando a
área total de todas
t as superfícies
s paralelas (ou poucoo inclinadaas) em rela ação ao
ventoo é igual ou
o inferior a 4 vezess a área tootal de tod das as supperfícies ex
xteriores
perpeendicularess ao vento (nos ladoos de barlaavento e de sotaventto) (cl. 5.3 3 (4), p.
32).
i No caso dos ed difícios é necessário
n ccalcular prressões exteeriores e ppressões intteriores.
A prressão resuultante num m elementto é a dife ferença enttre as presssões que actuam
sobree as faces opostas, teendo em d devida contta os seus sinais. Utiiliza-se a seguinte
s
conveenção de sinais:
s qua
ando as forrças são ex xercidas co
ontra a paarede, a prressão é
consiiderada positiva. Qua ando as foorças actua am segundo o o sentidoo que se affasta da
paredde, a pressão é considderada neggativa, send do chamad da sucção. A Figura seguinte
s
ilustrra as presssões exteriiores e intteriores actuando nu um edifícioo e os resp pectivos
sinaiss:
6 Co
oeficientte estruttural Cs
sCd
i O cooeficiente estrutural cs cd tem eem conta o efeito de redução nna acção dod vento
devid
do à não siimultaneid dade na ocoorrência da
as pressõess de pico e ainda o efeito
e de
ampllificação deevido às vibrações prrovocadas pela
p turbullência em rressonância
a com a
estru
utura.
O coeeficiente esstrutural cscd pode s er encarad
do como o produto
p dee dois coefiicientes:
o coeeficiente cs (coeficien
nte de dimeensão) e o coeficiente cd (coeficciente dinâmico).
i O ECC1 prevê alguns
a cassos em quee se poderrá considerrar cs cd = 1 (ou sejaa, casos
onde se pode ad
dmitir que há compe nsação doss efeitos refferidos). Sãão eles:
1. Edifícios de altura infeerior a 15 m
m.
2. Elementos de
d fachada
a e de cobeertura cuja
a frequência própria seja superrior a 5
H
Hz.
13
Nota: As frequências próprias dos elementos de fachada e de cobertura poderão
ser calculadas utilizando o Anexo F (vãos envidraçados inferiores a 3 m
conduzem, geralmente, a frequências próprias superiores a 5 Hz).
3. Edifícios de estrutura porticada que contenham paredes resistentes e cuja altura
seja inferior a 100 m e a 4 vezes a dimensão do edifício na direcção do vento.
4. Chaminés de secções transversais circulares e com uma altura inferior a 60 m e
a 6,5 vezes o seu diâmetro.
i Para outras obras de engenharia civil (excepto as pontes, que são consideradas na
secção 8 da Norma) e para chaminés e edifícios não abrangidos pelos limites
referidos em 3. e 4., cs cd deverá ser determinado a partir do procedimento descrito
na cl. 6.3 (p. 33). O procedimento aí descrito é completado no Anexo B da Norma,
que passou a normativo em Portugal. No Anexo C é indicado um procedimento
alternativo. Na página 34 (Nota 3) é referido que «as diferenças entre os valores de
cscd obtidos pelo Anexo C e os obtidos pelo Anexo B não excedem cerca de 5 %».
14
7.9.2 Coeficientes de força (p. 77)
7.9.3 Coeficientes de força para cilindros verticais dispostos em linha (p. 79)
7.10 Esferas (p. 80)
7.11 Estruturas treliçadas (p. 81)
7.12 Bandeiras (p. 84)
7.13 Esbelteza efectiva e coeficiente de efeitos de extremidade (p. 85)
c pe,10
1 10 A
15
Figurra: Perfil de pressão din
nâmica a coonsiderar na
a parede D (Fig. 7.4).
16
Figurra: Definiçãoo das zonas A, B e C d
das paredes laterais (Fiig. 7.5).
Notaas:
1. Para valoress intermédios de h / d , poderá ser efectua
ada uma innterpolação
o linear.
17
2. Os valores do Quadro 7.1 também são aplicáveis às paredes de edifícios com
coberturas inclinadas, tais como coberturas de duas vertentes e de uma vertente.
3. Para edifícios com h / d > 5 , o carregamento total devido ao vento poderá
basear-se no disposto em 7.6 a 7.8 e em 7.9.2. do EC1.
i Nos casos em que a força exercida pelo vento num edifício é calculada através da
aplicação, em simultâneo, dos coeficientes de pressão c pe nas faces de barlavento e
de sotavento do edifício (zonas D e E), poderá ser necessário ter em conta a falta
de total correlação das pressões exercidas pelo vento nas duas zonas.
A falta de correlação das pressões exercidas pelo vento, entre os lados de barlavento
e de sotavento, poderá ser considerada como esquematizado na Figura:
factor de redução
1.00
0.85
1 5 h/d
Figura: Factor de redução a aplicar à soma das pressões dinâmicas nas zonas D e E.
18
Figurra: Zonas em
m cobertura
as de 2 verteentes (Fig. 7.8)
19
i Vocaabulário:
ridgee cumeeira
a
trouggh revessa
upwind face vertentee de barlav ento
down
nwind face vertentee de sotave nto
ão a utiliz ar para ca
i Os coeficientes de pressã ada zona são forneciidos nos Quadros
seguiintes:
20
7.3 B
Beirados
i Nos bbeirados das coberturas, a presssão na facce inferior é igual à ppressão apllicável à
zona da paredee vertical directament
d te ligada ao
a beirado e a pressão ão na face superior
s
é igual à pressãão definida para a cob
bertura naa zona em causa
c (cl. 77.2.1 (3), p.
p 38).
7.4 Pressão in
nterior
i As prressões interiores resultam da eexistência de aberturras nas fachhadas e coobertura
dos eedifícios. As
A aberturaas de um eedifício inccluem abertturas de ppequena dimmensão,
tais ccomo janellas abertass, ventiladoores, cham
minés, etc. No entantto, até mesmo em
consttruções fecchadas, é necessárioo prever uma u presssão interioor devido a uma
permmeabilidade secundária, associad da por exemmplo a passsagens de ar no conttorno de
portaas, janelas e equipam
mentos.
i As ppressões interiores
i e exterio res devem m ser con nsideradas como acctuando
simulltaneamentte, isto é, os coeficieentes de pressão
p extterior e int
nterior ( cpee e c pi )
devem
m ser somaados (vecto orialmente ).
i Para efeitos daa determina
ação dos cooeficientes de pressão o interior, c pi , o EC1 define
o chaamado índice de aberrturas, μ ((cl. 7.2.9 (6
6), p. 56). No entantto a Norm ma refere
que, quando nãão seja posssível calcu
ular o valoor de μ parra um deteerminado caso,c ou
21
dere justifiicado3, o coeficiente
tal cálculo nãoo se consid c c pi deverrá ser conssiderado
com o valor maais gravoso
o de entre:
⎧⎪+0.2 (caaso a)
cpi = ⎪⎨
⎪−
⎪⎩ 0.3 (caaso b)
0.2 0.2
2 0.3 0.3
0.2 0.2 0.3 0.3
caso a caso b
Figurra: Pressões interiores a considerarr em constru
uções em qu
ue não seja possível callcular o
índicee de aberturras.
7.5 C
Coeficienttes de atrrito
i Comoo vimos anteriormen
a nte as forçças de atrito podem
m ser dispeensadas em m certos
casoss. Nos casoos em que tais forçaas deverão ser contabbilizadas, ddeverão utilizar-se
os cooeficientes de
d atrito in
ndicados n o Quadro seguinte:
3
Por exxemplo em construções
c fechadas
f e e m que seja pouco prová
ável a existêência de vãos abertos
durante a ocorrência de vento inttenso.
22
Figurra: Áreas dee referência para as forçças de atrito.
cdir = 1.000
cseason = 1..00
c0 = 1.00 (coeficientee de orogra
afia)
Não existeem beirados
5.00
α = 15º Quantifiqu
ue a acção o vento nasn paredees de barla avento e
sotavento e na coberrtura, para a direcçãoo indicada.
0 5.00
5.00
10.00
23
Resolução
Coeficiente estrutural
Atendendo a que o edifício tem altura inferior a 15 m, considera-se cscd = 1.00 ;
Pressão dinâmica de referência
Zona A ⇒ vb,0 = 27 m/s ;
1 2 1
qb = ρ vb = (1.25)(27)2 = 0.46 kN/m2 ;
2 2
Pressão dinâmica de pico
b = 20 m⎫
⎪
⎪ ⇒ h ≤ b ⇒ altura de referência única, z = h = 5 m ;
⎬ e
h = 5 m⎪⎪
⎭
terreno tipo II ⇒ z 0 = 0.05 m ; z min = 3 m ;
⎛ ⎞ ⎛ ⎛ ⎞ 0.07
⎛ ⎞⎟ ⎞2
7 ⎜
⎟⎟ ⎜⎜0.19 ⎜⎜ 0.05 ⎟⎟ ln ⎜⎜ 5 ⎟⎟⎟⎟ = 1.93 ;
ce (5) = ⎜⎜1 +
⎜⎝ ⎟
ln(5 / 0.05)⎠ ⎜⎜⎜
⎟ ⎜⎝ 0.05 ⎠⎟⎟ ⎜⎝ 0.05 ⎠⎟⎟⎟⎟⎟
⎝ ⎠
q p (ze ) = 1.93 × 0.46 = 0.89 kN/m2 ;
24
Coeficientes de pressão interior
1.0 1.0
0.8 0.8
0.3 0.4 0.3 0.4
caso 1a caso 1b
0.2 0.2
0.0 0.0
caso 2a caso 2b
Uma vez que a área total de todas as superfícies paralelas em relação ao vento é
igual ou inferior a 4 vezes a área total de todas as superfícies exteriores
perpendiculares ao vento, as forças de atrito podem ser ignoradas (Cl. 5.3 (4), p.
32)
Pressões resultantes
pw = (cpe + cpi )q p (ze )
25
1.05
1.05 1.07
0.53 0.45
0.89 0.45 0.27
0.47
0.51
0.92
0.07
caso 1a caso 2b
26
8 Po
ontes
8.1 A
Acção do vento no tabuleiro
o
i Tiposs de tabuleeiros abran
ngidos pelaa Norma:
27
3. O método é aplicávell a pontes correntes com vão até 125 m (Cl. NA
A–8.2(1),
N
Nota 1, p. 159).
1
buleiro cscd = 1 (Cl. 8.2, Nota 2,
i Podee-se consideerar no tab 2 p. 90)
i Sistem
ma de eixoos usados na
n Norma:
i De aacordo comm a Cl. 8..1(3), p. 889: «As fo orças prodduzidas nass direcções x e y
devem
m-se a veento sopra ando em ddirecções diferentes e, normaalmente, não n são
consiideradas em
m simultânneo. As forrças produuzidas na direcção
d z ppodem resultar de
vento
o soprando o numa la arga gamaa de direcçções; no caso
c de esstas forçass serem
desfa
avoráveis e significattivas, deveerão ser considerada
c as simultanneamente com as
força
as produzid
das em qualquer outraa direcção» ».
Notaa: Considerraremos aq qui apenass as força as na direccção x. Paara as forças nas
direcções z e y, ver as Cl. 8.3.3 (p. 994) e 8.3.4 (p. 95), reespectivam
mente.
8.1.1 F
Forças na direcção x – Método geral
i Para calcular as
a forças acctuantes n o x aplica-sse as formuulações antteriores,
na direcção
consiiderando cscd = 1 , istto é:
Fw,x = c f ,x ⋅ q p (ze ) ⋅ Aref ,x ,
1 2
com q p (ze ) = ρ vb ce (ze ) .
2
Substtituindo essta expressão na exprressão acim
ma, vem:
1 2
Fw,x = ρ vb ce (ze ) ⋅ c f ,x ⋅ Aref ,x .
2
Substtituindo o produto ce (ze ) ⋅ c f ,x por C tem
m-se:
1 2
Fw ,x = ρ vb ⋅ C ⋅ Aref ,x ,
2
com,
C = ce (ze ) ⋅ c f ,x
i «A aaltura de referência
r ze poderá ser consid
derada com
mo a distân
ância entre o nível
mais baixo do solo e o nível cen ntral da estrutura
e do
d tabuleirro da ponnte, não
28
consiiderando as
a outras partes
p dass áreas de referência
a (por exeemplo, os guarda-
corpo
os)» (Cl 8..3.1(6), p. 93).
29
Legen
nda:
a) fasee de construçãoo, guarda-corpoos vazados (com
m mais de 50 %
de aaberturas) e guaardas de segura
ança vazadas
m guarda-corposs ou guardas dee segurança nãão vazados e barreira anti-ruíd
b) com do ou tráfego
2. «Nos casos em que o tabuleiro tem uma inclinação o transverssal, cfx,0 devverá ser
au
umentado de 3% porr grau de iinclinação,, com um aumento m máximo dee 25 %»
(C
Cl. 8.3.1 (33), p92).
i Relattivamente à área Areff ,x , consideera-se:
Aref ,x = dtot L ,
30
2. Caso de com
mbinações com
c carga de tráfego
o (Cl. 8.3.1(5), p. 93):
31
8.1.2 F
Forças na direcção x – Método simplificad
do
i Reproduz-se dee seguida a Cl. 8.3.2 ((1) que esp
pecifica este método:
i O NA
A estabelecce (Cl. NA 8.3.2(1), p
p. 159) quee:
32
⎛ ⎞⎟ ⎛⎜ ⎛ z 0 ⎞⎟0.07 ⎛ z ⎞⎟ ⎞2
7
⎟ ln ⎜⎜ ⎟⎟⎟⎟⎟⎟
2
ce (z ) = (1 + 7I v (z ))(cr (z )) = ⎜⎜1 + ⎟ ⎜⎜0..19 ⎜⎜
⎜⎝ ln (z / z 0 )⎟⎟⎠ ⎜⎜⎜ ⎜⎝ 0.05 ⎟⎟⎠ ⎜⎝ z 0 ⎟⎠⎟⎟
⎝ ⎠
Podeemos entãoo escrever, para uma situação geenérica:
⎛ ⎞⎟ ⎛⎜ ⎛ z 0 ⎞⎟0.07 ⎛ z ⎞⎟ ⎞2
7
C = ⎜⎜⎜1 + ⎟⎟ ⎜⎜0.19 ⎜⎜ ⎟⎟ l n ⎜⎜ ⎟⎟⎟⎟⎟⎟ ⋅ c fx
⎝ ln(z / z ) ⎟ ⎜
⎜⎝ ⎜ 0.05 ⎟⎠ ⎜⎝ z ⎟⎠⎟⎟ f
0 ⎠⎜ ⎝ 0 ⎠
8.2 A
Acção do vento nos pilares
i Para o vento actuando o nos pilaares poderrão usar-se os coefficientes de d força
especcificados nas
n Cl. 7.6 6, 7.8, ou 7.9.2. Esta
as secções especificaam coeficieentes de
forçaa, pelo quee a força devida aoo vento actuante no os pilares é calculada pela
expreessão:
Fw = cscd ⋅ ∑ (c f ⋅ q p (ze ) ⋅ Aref )
superffícies
i Em rrelação à altura
a de referência
r ze , Calgaro et al. (2010), basseado na Cl.
C 7.2.2
(que se refere a edifícios) sugere:
i No ccaso da construção
c por avan
nços em consola,
c deve-se
d connsiderar, na fase
consttrutiva, a possibilida
ade de asssimetria das acções do vento.. O proced dimento
33
recomendado pela norma «consiste em eliminar a carga de cálculo do vento nas
partes da construção em que a sua acção produza um efeito benéfico» (Cl. 8.4.2,
p96).
Exemplo: Quantificar a acção do vento transversal actuante na PS representada na
Figura junta. Considerar Zona A e terreno com rugosidade do tipo II. Considerar
ainda valor unitário para o coeficiente estrutural, tanto para o tabuleiro como para
o pilar.
Resolução
Vento no tabuleiro — situação sem carga de tráfego
1
Fw = ρ ⋅ vb2 ⋅ C ⋅ Aref ,x
2
Zona A ⇒ vb,0 = 27 m/s
Considerando cdir = 1.0 e cseason = 1.0 , tem-se:
vb = 1.0 × 1.0 × 27 = 27 m/s
Coeficiente C (Quadro 8.2):
dtot = 1.50 + 0.60 = 2.10 m (Quadro 8.1, guarda-corpo vazado nos dois lados)
b / dtot = 10 / 2.10 = 4.76 m ;
Como ze ≤ 20 m , tem-se: C = 3.6
Área de referência (por metro de tabuleiro):
Aref ,x = dtot × 1 = 2.10 m2 /m
1 1
Fw = ρ ⋅ vb2 ⋅ C ⋅ Aref ,x = × 1.25 × 272 × 3.6 × 2.10 = 3.4 KN/m
2 2
34
Vento no tabuleiro — situação com carga de tráfego
Coeficiente c fx ,0 (Figura 8.3):
dtot = 1.35 + 2.00 = 3.35 m (Quadro 8.1, guarda-corpo vazado nos dois lados)
b / dtot = 10 / 3.35 ≈ 3.00 m ⇒ c fx ,0 = 1.61 (Figura 8.3, por interpolação);
Coeficiente de exposição, ce (ze ) , considerando ze = 20 m :
2
⎛ 7 ⎞⎟⎜⎛ ⎛ 20 ⎟⎞⎞⎟
ce (ze ) = ⎜⎜⎜1 + ⎟ ⎜0.19 ln ⎜⎜ ⎟⎟
⎜⎝ 0.05 ⎟⎟⎠⎟⎟⎠ = 2.81
;
⎝ ln(20 / 0.05)⎟⎟⎠ ⎜⎝⎜
Coeficiente C :
C = ce (ze ) ⋅ c fx ,0 = 2.81 × 1.61 = 4.52 ;
35
⎛ ⎞⎟ ⎜⎛ ⎛ 0.05 ⎞⎟0.07 ⎛ 8 ⎞⎟ ⎞2
7 ⎟⎟⎟⎟ = 2.21
ce (8) = ⎜⎜⎜1 + ⎟⎟ ⎜⎜0.19 ⎜⎜ ⎟⎟ ln ⎜⎜⎜ ⎟⎟⎟⎟
⎝ ln(8 / 0.05) ⎟ ⎜
⎠ ⎜⎝⎜ ⎜
⎝ 0.05 ⎟
⎠ ⎝ 0.05 ⎠⎟⎠
2 ×qp 2 × 1007
b× 1.00 ×
b ⋅ v(ze ) ρ 1.25 = 2 675 984 ;
Re = = =
15 × 10 − 6 15 × 10−6 15 × 10−6
k = 0.2 mm (betão liso, Quadro 7.13)
k / b = 0.2 × 10−3 / 1.00 = 0.0002 (b é o diâmetro do pilar)
0.18 log(10 × k / b) 0.18 log(0.002)
c f ,0 = 1.2 + = 1.2 + = 0.785 ;
1 + 0.4 log(Re/ 10 )6 1 + 0.4 log(2.676)
Adopta-se ψλ = 1.00 ;
Assim, a força nos pilares devida ao vento tem o seguinte valor:
Fw = cscd ⋅ ∑ (c f ⋅ q p (ze ) ⋅ Aref ) = 0.785 × 1.00 × 1.00 = 0.785 KN/m
superfícies
36
Anexo A — Justificação da fórmula 4.2 do EC1
i Se for necessário valores de vb,0 para uma probabilidade de excedência p diferente
de 0.02, pode usar-se a seguinte expressão (Cl. 4.2, p. 23. p. 156):
vb,0 (p) = c prob vb,0 ,
37
π π
σ 6α 6α π π
= = = = = 0.13
μ
u+
0.755 αu + 0.755 6 (αu + 0.755) 6 (1 / 0.11 + 0.755)
α α
38
no RSA correspondem ao quantilho 0,95 da distribuição de probabilidade dos
valores máximos em períodos de 50 anos» (cl. NA.4.3, p. 160).
i Compara-se apenas velocidades e pressões dinâmicas para a zona A do EC1 que
coincide com a zona A do RSA. Em relação à zona B, tanto o RSA como o EC1
preconizam um aumento de velocidade de cerca de 10% em relação à velocidade
para a zona A.
39
i Podemos então concluir que:
1. A categoria IV do EC1 corresponde à categoria I do RSA.
2. A categoria II do EC1 corresponde sensivelmente à categoria II do RSA.
3. As categorias I e III do EC1 não têm correspondência directa com o RSA.
120
80
RSA, I RSA, II
60
40
20
0
0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2
Pressão dinâmica de pico, q [kN/m2]
p
Figura: Pressões dinâmicas para a zona A segundo o RSA e EC1.
40
Regulamento ψ0 ψ1 ψ2
RSA 0.4* 0.2 0
EC1 0.6 0.2 0
* No caso de edifícios em que a sobrecarga preponderante não é a concentração de pessoas
(escritórios, cozinhas de hotéis, arquivos, etc.) o RSA especifica ψ0 = 0.6 nas combinações em que
a sobrecarge é a acção variável base.
41