Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1ª edição 2018
Bauru, SP
Copyright© Projeto Editorial Praxis, 2018
Conselho Editorial
Prof. Dr. Giovanni Alves (UNESP) Prof. Dr. Ricardo Antunes (UNICAMP)
Prof. Dr. José Meneleu Neto (UECE) Prof. Dr. André Vizzaccaro-Amaral (UEL)
Profa. Dra. Vera Navarro (USP) Prof. Dr. Edilson Graciolli (UFU)
Capa
Giovanni Alves
ISBN 978-85-7917-479-7
CDD 331
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Capítulo 1
The crisis of global capitalism today . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Michael Roberts
From recession to depression. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Globalisation, trade and protectionism. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
The global challenges: rising inequality. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
The global challenge: robots and automation. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
The global challenge: climate change. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
No permanent crisis, just perpetual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Capítulo 2
Procesos y Tendencias de la Crisis Capitalista a
la luz de la Teoría Del Valor/Trabajo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Adrián Sotelo Valencia
Introducción. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Enfoque teórico de la crisis capitalista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
La crisis mundial capitalista y el declive del “crecimiento potencial”. . . . . 48
Conclusión. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Referencias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Capítulo 3
La Necesidad Del Marxismo para Comprender el
Significado Histórico de la Crisis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Xabier Arrizabalo Montoro
Introducción: el lugar singular del marxismo en el
pensamiento económico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Sumário 5
Fundamentos del método marxista y categorías teóricas principales. . . . . 66
El Capital: de la ley del valor a la ley del descenso tendencial
de la tasa de ganancia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Resultado del método marxista: los límites históricos del capitalismo. . . 87
Conclusiones: frente a la superficialidad y el eclecticismo,
un método consistente lógicamente y compatible con los
hechos, para la comprensión de los problemas actuales . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Bibliografía . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Capítulo 4
A Crise do Capitalismo Global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Francisco Luiz Corsi
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
A reconfiguração do capitalismo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
O estouro da bolha imobiliária e a crise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
Considerações Finais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Capitulo 5
O Duplo Negativo do Capital. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Giovanni Alves
Capital como contradição viva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
A desmedida do valor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
A “negação” do capitalismo no interior do próprio capitalismo . . . . . . . . 134
Desmedida do Valor, Trabalho “Imaterial” e Trabalho Abstrato . . . . . . . 137
O fardo do capital. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
Formas derivadas de valor e barbárie social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Apresentação 7
A crise do capitalismo global e o reordenamento do poder imperia-
lista diante das incertezas da economia global fazem aumentar a insta-
bilidade geopolítica. O reposicionamento do imperialismo norte-ameri-
cano (e europeu) na Ásia e Oriente Médio pode levar a um novo conflito
militar regional com sérios riscos para a Humanidade. A geopolítica
do capitalismo senil constituído pelo bloco rentista-parasitário liderado
pelos EUA, defronta-se hoje com as articulações emergentes do bloco
“desenvolvimentistas” liderado pela China, Rússia e India. Conflitos
comerciais e escaladas militares provocam o acirramento das disputas
entre os dois modelos de desenvolvimento do capital no século XXI.
Ao mesmo tempo, aprofunda-se a desigualdade social e a concen-
tração de riqueza no mundo capitalista – não apenas na periferia, mas
no centro desenvolvido, elevando o patamar da luta de classes, provo-
cando a ascensão do fascismo social e projetos de supremacia da direita
neoconservadora.
No começo do século XXI, o capitalismo global em sua etapa de
crise estrutural, expele progresso tecnológico e irracionalidade social,
cumprindo à exaustão, aquilo que o velho Marx previu em 1856 (vide
epigrafe do livro). Ao mesmo tempo, coloca-se no horizonte do século
XXI, as promessas de um novo salto de produtividade do trabalho dado
pelas conquistas tecnológicas da robotização, fábricas automáticas, in-
teligência artificial e Internet das coisas (o que deve aprofundar os pro-
blemas estruturais de produção e realização do valor).
Na verdade, a crise do capitalismo global é a elevação, num pata-
mar superior, das contradições do modo de produção capitalista e do
sistema mundial do capital no começo do século XXI. Como cientistas
sociais comprometidos com a crítica do capital devemos ter perspicácia
e capacidade teórica para desvelar os complexos mecanismos da crise
do capitalismo tardio na perspectiva da crise estrutural do capital como
modo de controle estranhado do metabolismo social.
Giovanni Alves
Francisco Corsi
Apresentação 9
“Hoje em dia, tudo parece levar no seu seio a sua própria contradi-
ção. Vemos que as máquinas, dotadas da propriedade maravilhosa de
reduzir e tornar mais frutífero o trabalho humano, provocam a fome e o
esgotamento do trabalhador. As fontes de riqueza recém-descobertas se
convertem, por artes de um estranho malefício, em fontes de privações.
Os triunfos da arte parecem adquiridos ao preço de qualidades morais.
O domínio do homem sobre a natureza é cada vez maior, mas ao
mesmo tempo, o homem se transforma em escravo de outros homens
ou da sua própria infâmia. Até a pura luz da ciência parece só poder
brilhar sobre o fundo tenebroso da ignorância. Todos os nossos inven-
tos e progressos parecem dotar de vida intelectual as forças materiais,
enquanto reduzem a vida humana ao nível de uma força material bruta.
Este antagonismo entre a indústria moderna e a ciência, de um lado,
e a miséria e a decadência, de outro; este antagonismo entre as forças
produtivas e as relações sociais da nossa época, é um fato palpável, es-
magador e incontrovertível.”
Michael Roberts
1 The Disappointing Recovery in U.S. Output after 2009 by John Fernald, Robert E. Hall,
James H. Stock, and Mark W. Watson https://www.frbsf.org/economic-research/files/
el2018-04.pdf
2 https://thenextrecession.wordpress.com/2016/08/22/returning-to-gordon/ https://thenex-
trecession.wordpress.com/2016/02/14/robert-j-gordon-and-the-rise-and-fall-of-ameri-
can-capitalism/
The AMECO data show that profitability is still historically low and
fell in the last couple of years. No wonder net business investment in
productive capital has remained weak since the end of the neo-liberal
period and now is even falling absolutely in some economies.4
What is the explanation for this failure of profitability to recover,
even though total profits have risen and why does it affect investment?
The answer can be found in Marx’s law of the tendency of the rate of
profit to fall. Marx reckoned that this law was the most important in
political economy. Marx starts with a crucial assumption that value can
only be generated by the exertion of labor. This is a realistic assumption.
4 https://thenextrecession.wordpress.com/2017/07/26/profitability-and-investment-again-
-the-ameco-data/
5 Jose Tapia Granados, using regression analysis, finds that over 251 quarters of US eco-
nomic activity from 1947, profits started declining long before investment did and that
pretax profits can explain 44 percent of all movement in investment, while there is no evi-
dence that investment can explain any movement in profits. Jose Tapia Granados, “Does
Investment Call the Tune? Empirical Evidence and Endogenous Theories of the Business
Cycle,” Research in Political Economy 28 (2013), 229–40, and “Statistical Evidence
of Falling Profits as a Cause of Recessions: Short Note,” Review of Radical Political
Economics 44 (2012), 484–93.
6 There have been several studies arguing this in recent years. Now a brand new paper
by Keynesian economists at Brown University seeks to do the same. In a new Equitable
Growthworking paper, Gauti Eggertsson, Ella Getz Wold etc claim that the puzzle of the
huge rise in profits for the top US companies alongside slowing investment in productive
sectors can be explained by an increase in monopoly power and falling interest rates.
http://equitablegrowth.org/working-papers/kaldor-piketty-monopoly-power/
http://equitablegrowth.org/equitablog/value-added/how-the-rise-of-market-power-in-
-the-united-states-may-explain-some-macroeconomic-puzzles/
7 Tobin’s Q is the market value of a firm’s assets (typically measured by its equity price)
divided by its accounting value or replacement costs. This is really a measure of fictitious
profits. Given the credit-fuelled financial explosion of the 2000s, it is no wonder that net
investment in productive assets looks lower when compared with Tobin Q profits. This is
not the right comparison. Where the financial credit and stock market boom was much
less, as in the Eurozone, profits and investment movements matched.
8 https://thenextrecession.wordpress.com/2016/12/10/trump-trade-and-technology/
9 http://www.cbbc.org/resources/other-cbbc-reports/made-in-china-2025/made-in-chi-
na-2025-(free-to-all)/
10 U.S. Commerce Secretary Wilbur Ross has described the plan as an“attack”on“American
genius.”In an excellent new book,The US vs China: Asia’s new cold war?,Jude Woodward,
a regular visitor and lecturer in China, shows the desperate measures that the US is taking
to try to isolate China, block its economic progress and surround it militarily.
11 The IMF published a full data series on the size of public sectorinvestment and its growth
going back 50 years for every country in the world.
12 http://www.uscc.gov/pressreleases/2011/11_10_26pr.pdf
13 http://www.nber.org/papers/w17687
14 As the paper puts it: “The Chinese Communist Party (CCP), by controlling the career advan-
cement of all senior personnel in all regulatory agencies, all state-owned enterprises (SOEs),
and virtually all major financial institutions state-owned enterprises (SOEs) and senior
Party positions in all but the smallest non-SOE enterprises, retains sole possession of Lenin’s
Commanding Heights.”
15 As the Fang report says:“The CCP Organization Department manag(es) all senior promo-
tions throughout all major banks, regulators, government ministries and agencies, SOEs,
and even many officially designated non-SOE enterprises. The Party promotes people throu-
gh banks,regulatory agencies, enterprises, governments, and Party organs, handling much
of the national economy in one huge human resources management chart. An ambitious
young cadre might begin in a government ministry, join middle management in an SOE
bank, accept a senior Party position ina listed enterprise, accept promotion into a top regu-
latory position, accept appointment as a mayor or provincial governor, become CEO of a di-
fferent SOE bank, and perhaps ultimately rise into upper echelons of the central government
or CCP — all by the grace of the CCP OD.”
16 http://p-u-n-c-h.ro/sternberg/david-harvey-abstract-from-the-concrete/
17 http://nationalcan.ning.com/group/natcan-book-group/forum/topics/the-ways-of-the-
-world-by-david-harvey
18 https://thenextrecession.wordpress.com/2015/02/01/growth-inequality-and-davos/
19 https://www.cbsnews.com/news/how-the-wealth-gap-is-damaging-the-u-s-economy/
20 Danny Dorling, professor of geography at the University of Oxford, said the scenario in
which the super-rich accumulated even more wealth by 2030 was a realistic one. “Even if
the income of the wealthiest people in the world stops rising dramatically in the future, their
wealth will still grow for some time,” he said. “The last peak of income inequality was in
1913. We are near that again, but even if we reduce inequality now it will continue to grow
for one to two more decades.”
21 “All of the evidence above suggests that the population living in extreme poverty has fallen
very substantially in the last 200 years across the world.As we have noted, on aggregate, the
global population in extreme poverty went from 80% in 1820 to 10% in the latest estimates.”
Noah Smith
22 https://www.theguardian.com/global-development-professionals-network/2015/nov/01/
global-poverty-is-worse-than-you-think-could-you-live-on-190-a-day
23 https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/01436590500432739?journalCode=ctwq20
24 https://www.cgdev.org/blog/really-global-poverty-falling-honest
25 Smith says that“the reduction of global poverty has been substantial even when we do not
take into account the poverty reduction in China. In 1981, almost one third (29%) of the non-
-Chinese world population was living in extreme poverty. By 2013, this share had fallen to 12%.
Credit Suisse found that global wealth rose 6.4% over the past year –
the fastest since 2012 – thanks to rising share markets and house prices.
But the weakest growth was in Africa, the poorest region, where house-
hold wealth rose just 0.9%. Taking in into account population changes,
wealth per adult fell by 1.9% in Africa. The fastest growth was in North
America, where it rose 8.8% per adult.
And on current trends, inequality will rise further. The outlook for
the millionaire segment looks much better than for the bottom of the
wealth pyramid (less than $10,000). The former is expected to rise by
22%, from x million millionaires today to 44 million in 2022, while the
group occupying the lowest tier of the pyramid is expected to shrink by
only 4%.In the US,the three richest people in the US – Bill Gates, Jeff
Bezos and Warren Buffett – own as much wealth as the bottom half of
the US population, or 160 million people.
26 https://thenextrecession.wordpress.com/2016/09/14/globalisation-and-milanovics-ele-
phant/
27 https://voxeu.org/article/what-s-your-surname-intergenerational-mobility-over-six-cen-
turies
28 http://gabriel-zucman.eu/files/SaezZucman2014.pdf
29 “Economic Possibilities for Our Grandchildren,” “for the first time since his creation man
will be faced with his real, his permanent problem—how to use his freedom from pressing
economic cares, how to occupy the leisure, which science and compound interest will have
won for him, to live wisely and agreeably and well.” J. Keynes, Essays in Persuasion (New
York: Harcourt Brace, 1931).
31 “As individual capitalists are engaged in production and exchange for the sake of the im-
mediate profit, only the nearest, most immediate results must first be taken into account.
As long as the individual manufacturer or merchant sells a manufactured or purchased
commodity with the usual coveted profit, he is satisfied and does not concern himself with
what afterwards becomes of the commodity and its purchasers.”F. Engels, The Dialectics
of Nature (Moscow: Progress Publishers, 1976).
32 “What cared the Spanish planters in Cuba, who burned down forests on the slopes of the
mountains and obtained from the ashes sufficient fertilizer for one generation of very highly
profitable coffee trees—what cared they that the heavy tropical rainfall afterwards washed
away the unprotected upper stratum of the soil, leaving behind only bare rock!” Engels, The
Dialectics of Nature.
33 Karl Marx, Das Kapital, The Skeptical Reader Series (Washington, DC: Regnery
Publishing, 2009), p. 209.
34 R. Smith, “Beyond Growth or Beyond Capitalism,” Truthout, January 15, 2014, http://
www.truth-out.org/news/item/21215-beyond-growth-or-beyond-capitalism.
35 John Smith, Imperialism and the Globalisation of Production, PhD thesis, University of
Sheffield, July 2010.
Procesos y Tendencias de l a
Crisis Capitalis ta a l a luz de
l a Teoría Del Valor/ Tr aba jo
Introducción
¿Cómo explicar la crisis del capitalismo global hoy? ¿Cuáles son
las perspectivas de la economía global respecto a los países centrales,
periféricos y a China?
Estas preguntas, sugeridas por la coordinación del presente libro,
indican la posibilidad de abrir camino para la comprensión contem-
poránea del capitalismo, de la etapa actual donde se encuentra y de los
procesos y tendencias que asoman en el mediano y largo plazos.
La crisis actual que se desencadena desde 2008-2009 ha sido com-
parada por numerosos especialistas como similar — y por otros, más
profunda — que la de los años treinta del siglo pasado y que, entre otros
acontecimientos, constituyó el preludio de la segunda guerra mundial
de donde surgió Estados Unidos como el rector del sistema imperialista
mundial.36
Para nosotros la presente crisis mundial ocurre dentro del propio
centro del sistema capitalista afectando prácticamente a todos los pa-
íses y sociedades sin excepción. Su dinámica se asienta en crecientes
imposibilidades de reactivación económica, en una agudización del de-
sempleo estructural junto con el estímulo a la precarización del mundo
del trabajo aunada a un proceso que tiende a universalizar la superex-
plotación del trabajo como un mecanismo coadyuvante a detener — y/o
36 Anwar Shaikh, “La Primera Gran Depresión del Siglo XXI”, Sin permiso, 4 de febrero de
2011, Disponible en: http://www.sinpermiso.info/sites/default/files/textos//XXI.pdf,
37 Cf. Adrián Sotelo V., Crisis capitalista y desmedida del valor: un enfoque desde los
Grundrisse, coedición Editorial ITACA-FCPyS, México, 2010 y Giovanni Alves, Dimensões
da precarização do trabalho. Ensaios de sociología do trabalho, Projeto Editorial Praxis, SP,
2013.
38 AndrewStettner, ,Joel S. YudkenandMichael Mc Cormack, “Why Manufacturing
Jobs Are Worth Saving”, The Century Foundation, june 13, 2017, disponible en: https://
tcf.org/content/report/manufacturing-jobs-worth-saving/.
39 Para este tema véase John Saxe-Fernández, Terror e imperio. La hegemonía política y eco-
nómica de Estados Unidos, DEBATE, México, 2006.
Fuente: Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), sobre la base
de Naciones Unidas, Global Economic Outlook, Nueva York, Departamento de Asun-
tos Económicos y Sociales, octubre de 2014.
a) Estimaciones. Refiere el año 2014.
b) Proyecciones. Se refiere a 2015
Cit, en: CEPAL, Balance Preliminar de las Economías de América Latina y El Caribe
2014, Naciones Unidas, Santiago, p. 13. http://repositorio.cepal.org/bitstream/
handle/11362/37344/S1420978_es.pdf?sequence=68.
42 CEPAL, Balance Preliminar de las economías de América Latina y el Caribe, 2014, Naciones
Unidas, Santiago, 2014, pp. 33-34, disponible en: http://repositorio.cepal.org/bits-
tream/handle/11362/37344/S1420978_es.pdf?sequence=68.
51 FMI, “Nota de prensa del capítulo 3: ¿hacia dónde nos encaminamos? Perspectivas en torno
al producto potencial. Perspectivas de la economía mundial, abril de 2015”, p. 1, en línea
(http://www.imf.org/external/spanish/pubs/ft/weo/2015/01/pdf/sums.pdf).
52 FMI, “Nota de prensa del capítulo 3: op. cit., p. 2.
53 “Prevé FMI que América Latina crecerá 3% en los próximos 5 años”, Las jornada on
line¸ 23 de mayo de 2015, disponible en: http://www.jornada.unam.mx/2015/05/23/
economia/023n3eco.
54 CEPAL, Balance Preliminar de las Economías de América Latina y el Caribe 2017, Santiago
Naciones Unidas, 2017, Cuadro VIII.1, p. 99. disponible en: https://repositorio.cepal.
org/bitstream/handle/11362/42651/114/S1701283_es.pdf.
55 Este tema se puede ver en: Ruy Mauro, Marini, “Proceso y tendencias de la globalización
capitalista”, en Ruy Mauro Marini y Márgara Millán, La Teoría Social Latinoamericana,
Vol. IV, Cuestiones contemporáneas. Ediciones El Caballito, 1996, pp. 49-68. Existe versi-
ón en internet: http://lahaine.org/amauta/b2-img/Mariniglobalizacion.pdf y en
nuestro libro de próxima aparición, United States in a World in Crisis: The Geopolitics of
Precarious Work and Super-Exploitation, Leiden-Boston, Brill, USA, 2018 (en edición).
Conclusión
Las políticas de austeridad que se vienen imponiendo en los países
del capitalismo avanzado, así como las que se están renovando en los
dependientes y subdesarrollados al calor de la caída de los precios de los
energéticos y de las materias primas de exportación, son la expresión
más acabada de los límites estructurales y civilizatoria a que llegado el
capitalismo en tanto modo de producción, de vida y de trabajo susten-
tado en la propiedad privada, en la explotación de la fuerza de trabajo,
en la depredación de los recursos naturales y en sistemas de domina-
ción capaces de mantener el orden establecido. Sin embargo, como se
desprende de lo dicho hasta aquí, ni todo ese conjunto de políticas y
estrategias implementadas conjuntamente por el Estado y el capital han
sido suficientes para contrarrestar la crisis estructural y financiera del
capitalismo, ni mucho menos para afianzar una nueva onda de creci-
miento económico — siquiera— similar a la que se produjo después de
la Segunda Guerra Mundial. Hoy, por el contrario, se hacen cada día
más visible los vertiginosos cambios que se vienen operando en la di-
visión internacional del trabajo y en la correlación de fuerzas interna-
cional donde es visible el arribo de nuevas potencias de verdadero porte
nuclear como Rusia, China, India e Irán y el declive, si bien relativo,
de la supremacía global de Estados Unidos que ya no puede ser consi-
derada como la “locomotora del mundo” que, en parte lo sigue siendo,
pero para ello requiere del empuje de las otras potencias y de la eco-
nomía mundial. La actual política proteccionista implementada por el
gobierno de Donald Trump atestigua en esa dirección, particularmen-
te de manera contundente en los continuos fracasos, incluso militares,
de Estados Unidos en el Medio Oriente, en particular en Siria donde
Referencias
ALVES, Giovanni, Dimensões da precarização do trabalho. Ensaios de so-
ciología do trabalho, Projeto Editorial Praxis, SP, 2013.
BARAN, Paul A., La economía política del crecimiento, FCE, México, 1977.
CARCANHOLO, Reinaldo y SABADINI, Mauricio, “Capital fictício e lu-
cros fictícios”, en Gomes, Helder (organizador), Especulação e lucros fictí-
cios. formas parasitárias de acumulação contemporânea, Outras Expres-
sões, SP, 2015, pp. 125-159.
CEPAL, Balance Preliminar de las economías de América Latina y el Ca-
ribe, 2014, Naciones Unidas, Santiago, 2014, pp. 33-34, disponible en:
http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/37344/S1420978_
es.pdf?sequence=68.
CEPAL, Balance Preliminar de las Economías de América Latina y el Ca-
ribe 2017, Santiago Naciones Unidas, 2017, Cuadro VIII.1, p. 99. disponi-
ble en: https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/42651/114/
S1701283_es.pdf.
FMI, “Nota de prensa del capítulo 3: ¿hacia dónde nos encaminamos?
Perspectivas en torno al producto potencial. Perspectivas de la economía
mundial, abril de 2015”, p. 1, en línea (http://www.imf.org/external/spa-
57 El presente texto reproduce en gran medida el capítulo “El método marxista para el aná-
lisis económico: culminación histórica de la mejor tradición de la ciencia económica”,
publicado en Gómez Serrano, Pedro José (2017); La economía mundial. Enfoques críticos,
Catarata-FUHEM, Madrid.
58 “La macroeconomía nació como campo distintivo en la década de 1940, como parte de la
respuesta intelectual a la Gran Depresión. En aquel entonces, el término hacía referencia al
corpus de conocimientos y experiencia que esperábamos nos permitiría prevenir la repetici-
ón de aquel desastre económico. Mi tesis en esta ponencia es que la macroeconomía, consi-
derada en los términos de aquella vocación original suya, ha triunfado: el problema central
de la prevención de la recesión ha sido resuelto en todos los sentidos prácticos, y de hecho
se ha resuelto en todos los sentidos prácticos; Lucas, Robert E., Jr. (2003); “Macroeconomic
Priorities”, en American Economic Review 93, n.º 1, pág. 1.
59 Los planteamientos que emanan de Keynes, más allá de matices relevantes en ciertas con-
creciones del debate sobre la política económica, están incluidos en esta degeneración.
Porque él no rompe con la matriz neoclásica, como se revela en la posibilidad de su inte-
gración con ella, tal y como se lleva a cabo en la llamada “síntesis neoclásica”, que incorpo-
ra la macroeconomía keynesiana.
60 Rumiantsev, A., ed. (1980); Economía Política. Socialismo, primera fase del modo comunis-
ta de producción. Manual, Editorial Progreso, Moscú, págs. 601-602; tomado de De Blas
(1994: 19). Mientras, se abandonaba el proyecto de publicación de las obras completas de
Marx y Engels, impulsado por David Riazánov, desde el Instituto Marx-Engels creado en
1919 y que tras varias reformulaciones acabó desapareciendo. Riazanov fue asesinado por
orden de Stalin tras un juicio farsa el 21 de enero de 1938.
61 Marx, Karl (1881); “Glosas marginales al ‘Tratado de economía política’ de Adolph
Wagner”, en VVAA (1970); Estudios sobre El Capital, Siglo XXI, Buenos Aires, pág. 171.
62 Carta de Engels a Werner Sombart, del 11 de marzo de 1895; tomada de Marx, Karl y Engels,
Friedrich (1845-1895); Obras escogidas, tres tomos, Progreso, Moscú, 1976, pág. 534.
63 El recurrente debate en ciertos ámbitos, acerca de si hay varios Marx diferentes en su pe-
riplo teórico, así como sobre si finalmente se trata más de un filósofo, un economista, un
sociólogo o un historiador, se resuelve, a nuestro entender, considerando la única clave
explicativa que permite escapar de todo planteamiento idealista -y por tanto ahistórico-
al respecto: partir de la progresiva configuración de su pensamiento como reflejo de un
trasfondo, el de su trayectoria como militante obrero. Véase Rosdolsky (1968: 27-35).
64 Kliman, Andrew (2000); “Talk to IMF-World Bank Teach-in”, Students for Solidarity and
Empowerment, Judson Memorial Church, Nueva York, 3 de marzo.
66 En las antípodas por tanto de la pretensión de un supuesto homo economicus, idea que “no
es menos absurda que la idea de un desarrollo del lenguaje sin individuos que vivan juntos
y hablen entre sí” (Marx, 1857-58: 4).
67 En 1873, en el Epílogo a la segunda edición alemana de El Capital, Marx revela su preocupa-
ción por las malas interpretaciones del texto: “el método aplicado en El Capital ha sido poco
comprendido, como lo demuestran ya las apreciaciones, contradictorias entre sí, acerca del
mismo” (Marx, 1867: 17). Por eso reivindica expresamente a continuación el carácter tanto
materialista como dialéctico de su método (ibídem: 11-20). Véase también Trotsky (1928).
68 Harnecker, Marta (1969); Los conceptos elementales del materialismo histórico, Siglo XXI,
México, pág. 42 (en mayúsculas en el original).
Sin embargo, salta a la vista que dicho desarrollo de las fuerzas pro-
ductivas -o su no desarrollo, su bloqueo y hasta su destrucción- está
condicionado por lo que, de forma coloquial, podemos denominar en
primera instancia las “reglas del juego” propias de cada situación histó-
rica69. Estas reglas del juego son las relaciones de producción, las relacio-
nes que establecen entre sí las clases sociales para llevar a cabo el proce-
so de producción de sus medios de vida; relaciones que, a su vez, están
vinculadas a la forma de apropiación de los medios de producción.
Los vínculos entre las fuerzas productivas y las relaciones de pro-
ducción sólo pueden comprenderse a la luz del método que integra la
concepción materialista del mundo y el modo de análisis dialéctico.
Porque son vínculos contradictorios y cambiantes. Porque son víncu-
los históricos. Por ejemplo, a mediados del siglo XVIII en el seno del
viejo orden feudal, se había incubado un enorme desarrollo potencial
de las fuerzas productivas en buena parte de Europa. Sin embargo, su
materialización chocaba con las relaciones de producción dominantes,
las feudales. El triunfo final económico y político de la burguesía, la
clase que podía constituirse en dominante en el marco de unas nue-
vas relaciones de producción (triunfo tanto económico como político),
69 La importancia del desarrollo de las fuerzas productivas se aprecia con mucha claridad en
la experiencia de la Unión Soviética, porque es en el terreno de las condiciones de vida de
la población (plasmación última de dicho desarrollo) donde se manifiesta la superioridad
de un determinado orden social. Allí, lastrado dicho desarrollo por una serie de circuns-
tancias como el atraso y la devastación de las guerras, pero especialmente por el aislamien-
to (finalmente reivindicado por la burocracia estalinista, lo que no le impedía colaborar
con las potencias imperialistas), la transición al socialismo no se verificó ni como tal. Su
contenido transitorio en términos de desarrollo de las fuerzas productivas se habría acom-
pañado de una menor importancia del Estado, por la menor necesidad de coerción ante
la abundancia creciente; lo contrario de lo que ocurrió. Esto no invalida en absoluto el
carácter ejemplar de la revolución rusa y las capacidades que desplegó a pesar de todo, ya
desde los primeros decretos. Véase Trotsky (1936); La revolución traicionada, Fundación
Federico Engels, Madrid, 1991; especialmente los capítulos 4 y 9.
74 La explicación es tan sencilla como que para no hablar de todo a la vez, lo que sería inin-
teligible, se explican primero las categorías generales (por ejemplo plusvalía), cuyo con-
tenido conceptual general, abstracto, no requiere sacar a la palestra más que al capital
en general. Y sobre la base de su explicación, se baja al terreno más concreto en el que
efectivamente van tomando la forma perfilada que permitirá su aplicación en el terreno
empírico.
En definitiva, lo que plantea la ley del valor, que es una ley de las
sociedades capitalistas, es que en ellas el producto social en un perio-
do de tiempo determinado (es decir, su ingreso, su renta, su poder de
consumo) radica en el trabajo que se ha desarrollado en ella en dicho
periodo (lo que se ha aportado en dicho periodo que, obviamente, sólo
puede ser fruto del trabajo vivo aportado por la mercancía fuerza de
trabajo). Y que la forma a través de la cual se reparte es el intercam-
bio, materializado en precios que se constituyen fundamentalmente en
80 Es impresionante constatar la vigencia de las tesis de este libro, que integra incluso elemen-
tos de tanta actualidad como la corrupción o las migraciones.
81 Son notables excepciones los economistas burgueses que reconocen la realidad más incómo-
da para ellos. Uno de ellos es la Schumpeter, quien, desde su condición de economista bur-
gués, reconoce que “¿Puede sobrevivir el capitalismo? No; no creo que pueda [...] ¿Puede fun-
cionar el socialismo? Por supuesto que puede [...]”; Schumpeter, Joseph (1942); Capitalismo,
socialismo, democracia, págs. 95 y 223; tomado de Guerrero (1996: 4).
82 Dos ejemplos ilustran bien la necesidad de la ley del valor para comprender los fenómenos
de la sociedad capitalista: sin ella, no se podría explicar de forma cabal ni la discriminaci-
ón salarial de las asalariadas respecto a los asalariados (que obedece fundamentalmente a
la discriminación social que se hace respecto al tiempo de trabajo socialmente necesario
para sus respectivas reproducciones), ni la plétora de capital ficticio y su correspondiente
ganancia ficticia que aparecen por doquier (resultado de que sólo es ganancia real aquella
que está efectivamente verificada en su subyacente plusvalía).
Bibliografía
ARRIZABALO, Xabier (2018); Enseñanzas de la Revolución Rusa: Inter-
pretación marxista de la experiencia soviética a través de sus textos, IME,
Madrid [en prensa].
_______. (2014); Capitalismo y economía mundial, IME-ARCIS-UdeC,
Madrid.
BOISGONTIER, Octave (1971); “Le croisé sans visage”, La Vérité (Revue
théorique de la IVe International), números 554-555, París.
DE BLAS, Jesús (1994); “La formación del ‘mecanismo económico estali-
nista’ (M.E.E.) en la antigua U.R.S.S. y su imposición en la Europa del Este;
el caso de Hungría (crisis de la concepción estalinista autárquica ‘versus’
proceso de integración en la economía capitalista mundial)”, Tesis docto-
ral, UCM, Madrid.
DEL ROSAL, Mario (2015); “El capitalismo sueco y los límites del socia-
lismo reformista. Una crítica Marxista del modelo Rehn-Meidner (1932-
1983)”, Tesis doctoral, UCM, Madrid.
ENGELS, Friedrich (1886-1888); Ludwig Feuerbach y el fin de la filosofía
clásica alemana, FCE, México, 1986 [En “Obras fundamentales de Marx y
Engels”, vol. 18, “Obras filosóficas”).
GILL, Louis (1996); Fundamentos y límites del capitalismo, Trotta, Madrid,
2002.
_______. (1989); Les limites du partenariat. Les expériences social-démo-
crates de gestion économique en Suède, en Allemagne, en Autriche et en
Norvège, Boréal, Montreal.
A Crise do Capitalismo
Global 84
Introdução
A crise do capitalismo global, latente desde 2007, irrompeu com a fa-
lência do banco Lehman Brothers em setembro do ano seguinte. Depois
de uma longa recessão em 2009, abriu uma fase de baixo crescimen-
to que se estende até os dias de hoje, apesar dos indícios de retomada
verificados em 2017 e das projeções otimistas de instituições globais,
dentre elas o FMI, que projeta um crescimento para a economia mun-
dial de 3,9% para 2018 (FMI, 2018). Esta crise, que foi a mais severa
desde a Grande Depressão dos anos de 1930, não pode ser analisada
como algo isolado, fruto de uma expansão excessiva e desregulada da
esfera financeira. Muitos autores creditam a crise a falta de regulação
dos mercados financeiros globais e, portanto, a sua superação exigiria a
retomada do controle dos fluxos internacionais de capital pelos Estados
nacionais85. O problema residiria sobretudo nas políticas neoliberais,
hegemônicas nas últimas décadas. Entretanto, o que precisa ser discu-
tido são as razões da expansão da esfera financeira, sustentada em um
crescente volume de capital fictício, e de seu predomínio na atual fase
do capitalismo.
A partir do referencial teórico marxista o capítulo tem por objetivo
discutir a crise do capitalismo global. O caráter do artigo é de notas
A reconfiguração do capitalismo
O inchaço da esfera financeira em um contexto de crescente difi-
culdade de valorização do capital, sobretudo no centro do capitalismo,
começou a ganhar corpo na década de 1980. Este processo vinculava-se
a crise estrutural dos anos de 197086. Reagindo a crise, o capital, sob a
égide política e ideológica do neoliberalismo, reestruturou o modo de
produção com o objetivo recuperar a rentabilidade do capital e discipli-
nar a classe trabalhadora e a periferia. Deste complexo processo, cuja
análise fugiria aos limites desse capítulo, dois aspectos precisam ser
depois de tenderem a cair desde meados da década de 1960. Estaria aí a causa central do
lento crescimento. Através do controle acionário, a burguesia, que teria se tornado uma
classe rentista e que teria, portanto, passado a apresentar um comportamento patrimonia-
lista, imporia uma “forma radical do direito de propriedade” que submeteria as empresas
e os assalariados a lógica de rentabilidade do capital financeiro. A majoração dos dividen-
dos e juros exigida pelo capital portador de juros resultaria na redução dos lucros retidos
para financiar os investimentos e levaria a rejeição de projetos que não assegurassem as
taxas requeridas pelos acionistas. A tendência de redução dos investimentos levaria ao
desempenho sofrível de boa parte da economia mundial (Chesnais, 2005, p. 50-58)
93 Segundo Foster e Magdof (2009, p. 9), a dívida doméstica bruta total dos EUA, entre 1970 e
2007, cresceu de US$ 1,5 trilhão para US$ 47,7 trilhões, enquanto o PIB foi de US$ 1 trilhão
para US$ 13,8 trilhões.
94 Nestas breves notas não seria possível desenvolver esse ponto. Cabe apenas assinalar rapi-
damente que a ascensão do Leste asiático está vinculada aos projetos de desenvolvimento
voltados para as exportações de manufaturados, ao papel dos fluxos de tecnologia e ca-
pitais japoneses na região e a política externa dos EUA de contenção da URSS, que foi
fundamental para o desenvolvimento regional, em especial da Coréia do Sul, e para a rein-
serção chinesa na economia mundial (Medeiros, 2008). Esta trajetória difere das demais
regiões periféricas. Ver a respeito Corsi (2011).
95 As crises foram as seguinte: a crise da bolsa nos EUA em 1987, a bolha especulativa com
imóveis no Japão em 1990 e 1991, a crise do México em 1994, a crise asiática em 1997, a
crise da Rússia em 1998, a crise do Brasil em 1999, a crise da Argentina em 2000, a crise da
NASDAQ em 2001e a crise imobiliária nos EUA em 2007-2008.
96 Estas crises não se tornaram sistêmicas devido às medidas de socorro, que impu-
seram severas perdas aos países em crise, e a política econômica dos EUA.
100 As principais ações neste sentido foram as seguintes: garantia dos depósitos bancários,
injeção bilhões de dólares na economia para salvar as grandes empresas e os bancos da
bancarrota e planos de investimentos, em especial em infraestrutura. Também cabe assi-
nalar que a periferia foi importante para o crescimento da economia mundial depois de
2010, em especial a região asiática, ao adotar políticas anticíclicas.
101 A economia norte-americana, por exemplo, apresentou reduzido crescimento, mesmo com
taxas de juros tendendo a zero e desvalorização do dólar. Entre 2008 e 2017, cresceu em mé-
dia ao ano 1,04%, enquanto no período 2003-2007 seu crescimento foi de 2,7%(FMI, 2017).
102 Depois de forte retração em 2009, a União Europeia parecia que retomaria o crescimento
no ano seguinte, mas mergulhou novamente na crise, devido aos profundos problemas
enfrentados pela Grécia em relação ao financiamento de sua dívida pública e de suas con-
tas externas A crise grega contaminou Portugal, Irlanda, Espanha e Itália, que tinham
problemas semelhantes. O risco de inadimplência por parte dos Estados foi o fulcro do re-
pique da crise. Diante de tal situação o Banco Central Europeu, os governos da França e da
Alemanha e os grandes bancos e fundos de investimento impuseram a austeridade como
estratégia de enfrentamento da crise, mas sem deixar de socorrer o capital financeiro em
dificuldade. A política contracionista, que penaliza sobretudo o trabalhador e não resolve
o problema fiscal, ao reduzir o consumo, a produção, o investimento e o emprego afeta
negativamente a acumulação, reforçando a contração da economia. A política adotada na
zona do euro para combater a crise não estava centrada no incremento do investimento e
do consumo, o que poderia ter estimulado acumulação e o emprego, mas sim em salvar o
capital financeiro. A política de austeridade fracassou.
103 A taxa de investimento da China subiu de 37%, em 1997 para 48%, em 2012, e situa-se hoje
ao redor 45% do PIB. Enquanto isso, a participação do consumo declinou de 45% para 36%
do PIB neste mesmo período. Porém, cresceu a partir dessa data, sendo que, em 2014, para
um incremento de 7,3% do PIB, o aumento do consumo contribuiu com 5,6%. Em 2014,
o setor de serviços representava 46,1% do PIB e a indústria 43,9%. Estes dados sugerem
que a transição para uma economia mais voltada para o mercado interno está em curso na
China (Aglieta, 2015).
104 De acordo com Aglieta (2015), em 2014, a utilização da capacidade produtiva foi de 71%
no setor siderúrgico, 70% nos setores de alumínio e cimento, 72% no setor de vidro e 76%
no automobilístico. A ocupação da capacidade produtiva deveria situar-se no patamar de
80% para que essas empresas mantivessem uma lucratividade considerada normal. Outro
problema reside na queda dos preços, que deteriora ainda mais a rentabilidade, afetando
negativamente a capacidade de pagar as dívidas e, por conseguinte, atinge o sistema ban-
cário. O nível de endividamento do setor não financeiro alcançou 220% do PIB.
105 Desenvolver esse ponto ultrapassa os limites do capítulo. Ver a respeito Aglieta (2015) e
Corsi (2016).
106 Em 2015, o PIB chinês cresceu 6,9% depois de ter crescido nos três anos anteriores respec-
tivamente 7,4%, 7,7% e 7,8%. Em 2016, cresceu 6,7% e, em 2017, 6,9% (FMI, 2018).
107 Entre o início 2011 e outubro de 2015, os preços dos produtos agrícolas caíram 30%, o dos
metais 50% e do petróleo 57% (CEPAL,2016).
Considerações Finais
Para entendermos a crise de 2008 é preciso analisarmos o padrão de
acumulação estabelecido a partir da restruturação do capitalismo em
resposta a crise de superprodução da década de 1970. A restruturação
do modo de produção não foi capaz, contudo, de recuperar a rentabili-
dade do capital, não obstante os salários terem crescido abaixo da pro-
dutividade, a acelerada concentração da renda e a restruturação produ-
tiva, acompanha de uma nova onda de inovações tecnológicas.
As dificuldades de valorização do capital no centro do sistema des-
dobraram-se em dois processos. De um lado, formou novos espaços de
acumulação na periferia, sobretudo na Ásia. Espaços fortemente inte-
grados a economia global por meio das cadeias globais de produção, dos
fluxos comerciais e dos fluxos financeiros. Embora as grandes corpora-
ções e os Estados centrais controlem o comércio, as finanças, a produ-
ção tecnológica e os elos de maior valor agregado dessas cadeias, o eixo
da acumulação desloca-se gradativamente para China, sem, contudo,
colocar em cheque a hegemonia norte-americana, pelo menos no médio
prazo. De outro lado, aprofundou o inchaço da esfera financeira calcada
em um crescente volume de capital fictício, que depende da recorrente
formações de bolhas especulativas para se valorizar. Isto intensifica a
Bibliografia
AGLIETA, MICHEL. O que escondem os sobressaltos financeiros na Chi-
na. Le Monde Diplomatique Brasil, out, 2015. http://www.diplomatique.
org.br/artigo.php?id=1955 Acesso em 13/06/2016.
ARRIGHI, GIOVANNI. Adam Smith em Pequim. São Paulo: Boitempo,
2008.
BANCO MUNDIAL. DATA. Disponível em: https://data.worldbank.org/
indicator, Acesso em: 14/10/2017.
BASUALDO, EDUARDO; ARCEO, ENRIQUE. Neoliberalismo y setores
dominantes. Tendencias globales y experiências nacionales. Buenos Aires:
CLACSO, 2006.
BELLUZZO, LUIZ G. M. Os antecedentes da tormenta. Origens da crise
global. São Paulo: UNESP, 2009.
BRENNER, ROBERT. O Boom e a bolha. Rio de Janeiro: Record, 2003
_______. Novo boom ou nova bolha? A trajetória da economia norte-
-americana. In: SADER, EMIR (org.). Contragolpes. São Paulo: Boitempo,
2006, pp. 90-120.
CEPAL. Blance Preliminar de las Economías de Amaérica Latina y Caribe.
Santiago: CEPAL, 2016.
CHESNAIS, FRANÇOIS (Org.). As finanças mundializadas. São Paulo:
Boitempo, 2005
_______. Dívidas impagáveis. Lisboa: Círculo, 2012.
_______. Finance capital today. Boston: Liden, 2016
CORSI, FRANCISCO L. Economia do capitalismo global: um balanço crí-
tico do período recente. In: ALVES, G. (org.). Trabalho e educação. Contra-
dição do capitalismo global. Maringá: Praxis, 2006.
_______. Crise e reconfiguração do capitalismo global: a ascensão do Les-
te asiático. In: PIRES, MARCOS (org). As relações entre China e América
Giovanni Alves
Gráfico 1
Taxa de lucratividade nos países capitalistas centrais (1855-2009)
Gráfico 2
Trajetória da Taxa de Lucro no Países Capitalistas Centrais (1870-2008)
movimentos contratendenciais
aumento da taxa de exploração
(mais-valia relativa + mais-valia absoluta)
novos mercados
desvalorização do capital constante
(novo imperialismo)
(complexo industrial-militar)
Estado neoliberal
Fundo Público
deslocamentos de contradições
financeirização do capital
acumulação por espoliação
barbarie social
capital constante
C= ____________________ (em termos de valor)
capital variável
A desmedida do valor
Enquanto Marx expõe pela ótica de “O Capital - Crítica da Economia
Política” (1867), o movimento contraditório da lei tendencial de queda
da taxa média de lucro, por outro lado, nos Grundrisse der Kritik der
politischen Ökonomie (em português: “Elementos fundamentais para a
crítica da economia política”, conhecido simplesmente como Grundris-
se) (1858), Marx salientou outra dimensão da maior presença do traba-
lho morto (capital fixo) sobre o trabalho vivo: a desmedida do valor. Ire-
mos considerar como movimento do dupla negativo da relação-capital,
por um lado, a tendência estrutural de queda da lucratividade, que ca-
racteriza o capitalismo global, tendo em vista o aumento da composição
orgânica do capital, que pressiona a taxa média de lucro das corporações
industriais; e por outro lado, o fenômeno da “desmedida de valor”, que
iremos descrever – de modo introdutório - logo abaixo.
109 Nesta passagem do “Prefácio” ao seu primeiro livro de crítica da economia po-
lítica - “Contribuição à Crítica da Economia Política”, de 1858, Karl Marx nos
deixa preciosos elementos metodológicos que iriam fundamentar o materialismo
histórico. Prossegue ele: “A transformação que se produziu na base económica
transtorna mais ou menos, lenta ou rapidamente, toda a colossal superestrutu-
ra. Quando se consideram tais transformações, convém distinguir, sempre, a
transformação material das condições económicas de produção — que podem
ser verificadas, fielmente, com a ajuda das ciências físicas e naturais — e as for-
mas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas, em resumo, as formas
ideológicas, sob as quais os homens adquirem consciência desse conflito e o le-
vam até ao fim. Do mesmo modo que não se julga o indivíduo pela ideia que de
si mesmo faz, tampouco se pode julgar uma tal época de abalos pela consciência
que ela tem de si mesma. Ê preciso, ao contrário, explicar esta consciência pelas
contradições da vida material, pelo conflito que existe entre as forças produtivas
sociais e as relações de produção. Uma sociedade jamais desaparece antes que
estejam desenvolvidas todas as forças produtivas que possa conter, e as relações de
produção novas e superiores não tomam jamais seu lugar antes que as condições
materiais de existência dessas relações tenham sido incubadas no próprio seio da
velha sociedade. É preciso, ao contrário, explicar esta consciência pelas contradi-
ções da vida material, pelo conflito que existe entre as forças produtivas sociais e
as relações de produção. Uma sociedade jamais desaparece antes que estejam de-
senvolvidas todas as forças produtivas que possa conter, e as relações de produção
novas e superiores não tomam jamais seu lugar antes que as condições materiais
de existência dessas relações tenham sido incubadas no próprio seio da velha so-
ciedade. Eis por que a humanidade não se propõe nunca senão os problemas que
ela pode resolver, pois, aprofundando a análise, ver-se-á, sempre, que o próprio
problema só se apresenta quando as condições materiais para resolvê-lo existem
ou estão em vias de existir.” (Marx, 1983).
Desmedida do valor
(“negação” do capital no interior do capitalismo)
[Autocentramento Exótico]
Financeirização da riqueza capitalista
Referências
ALVES, Giovanni. A Condição de Proletariedade: A Precariedade do Tra-
balho no Capitalismo Global, Bauru, Editora Praxis, 2009.
_______________. Trabalho e Subjetividade: O Espírito do Toyotismo na
Era do Capitalismo Manipulatório, Boitempo Editorial, 2011.
_______________. Dimensões da Precarização do Trabalho: Ensaios de
Sociologia do Trabalho, Bauru, Projeto Editorial Praxis, 2013.
_______________. A Tragédia de Prometeu: A Degradação da Pessoa
Humana-Que-Trabalha na Era do Capitalismo Manipulatório, Bauru, Pro-
jeto Editorial Praxis, 2016.
_______________Trabalho e Neodesenvolvimentismo: Choque de Capi-
talismo e Nova degradação do Trabalho no Brasil, Bauru, Projeto Editorial
Michael Roberts
Economista marxista de prestigio internacional, que trabalha há
mais de 30 anos no centro financeiro da cidade de Londres. É autor
do livro “The Great Recessão: A Marxist View” (2009) e “The Long
Depression: How it Happened, Why it Happened and What Happens
Next” (2016). Blog: https://thenextrecession.wordpress.com/
Giovanni Alves
Professor de Sociologia do Trabalho da Faculdade de Filosofia e Ci-
ências (FFC) da Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Brasil. É
coordenador-geral da RET (Rede de Estudos do Trabalho) e um dos
lideres do Grupo de Pesquisa “Estudos da Globalização”. Site: www.
giovannialves.org. E-mail: giovanni.alves@uol.com.br