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Apostila Meteorologia Agricola PDF
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METEOROLOGIA E
CLIMATOLOGIA AGRÍCOLA
Capítulo 2 04
2. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o (INMET)........................................ 04
2.1 Tipos de estações meteorológicas....................................................................................... 06
2.2 Estações rastreadas de satélites, Estações de radar meteorológicos e Estações de 08
radiossondagens.....................................................................................................................
2.3 Padrão de leitura................................................................................................................. 09
2.4 Estação meteorológica de Maringá................................................................................... 11
2.5 Observação em aparelhos de leitura direta...................................................................... 11
Capítulo 03 16
3 Condensação na atmosfera: Chuva..................................................................................... 16
3.1 Formação de chuva............................................................................................................. 17
3.2 Tipos de chuva.................................................................................................................... 18
3.3 Medida de chuva................................................................................................................. 20
3.4 Probabilidades de ocorrência de chuva........................................................................... 22
3.5 Interceptação da chuva pela vegetação........................................................................... 23
Capítulo 04 24
4. Vento: Escala espacial de formação.................................................................................... 24
4.1 Medidor do vento................................................................................................................ 25
4.2 Direção predominante dos ventos..................................................................................... 26
4.3 Velocidade dos ventos......................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS 29
ANEXOS 30
CAPÍTULO 1
Em escala regional ou local, outros fatores podem ser acrescentados: altitude, relevo,
presença do mar (maritimidade), continentalidade, latitude, tipo de solo, rotação da Terra, estações
do ano, vegetação, correntes oceânicas, etc.
A ocorrência dos fenômenos atmosféricos podem ser separadas em três grandes categorias,
ou seja, macro, meso e micro-escala. São elas:
1. A Macro Escala: trata dos fenômenos em escala regional ou geográfica, que caracterizam o
clima de grandes áreas pelos fatores geográficos (altitude, latitude, etc.). Esta escala deve ser
focalizada quando se discute mudança climática.
2. Meso Escala: refere-se aos fenômenos em escala local, em que a topografia condiciona o (topo
ou meso) clima pelas condições de relevo local. A exposição do local ( definida pelas coordenadas
CAPÍTULO 2
atender tais responsabilidades o INMET possui uma estrutura composta de um Órgão Central e dez
Órgãos Regionais: Manaus, Belém, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo,
Porto Alegre, Cuiabá e Goiânia. O Órgão Central, localizado em Brasília, e constituído de uma
Direção Geral a qual estão subordinados: a Coordenadoria de Planejamento, o Núcleo de
Intercambio Tecnológico, o Núcleo de Comunicação Social, a Biblioteca, Divisões Técnicas e
Administrativas.
A rede do INMET e a maior rede de estações meteorológicas no Brasil, mas não e a única
existente, outros órgãos operacionais possuem redes de observações, como a Forca Aérea
Brasileira, Marinha do Brasil, Secretaria de Estado, Instituições de Ensino e Pesquisa, Empresas
Publicas, Paraestatais e Privadas, tais redes atuam isoladamente, ou no sistema de cooperação. O
INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mantém o Centro de Previsão de Tempo e Estudos
Climatológicos e trabalha de forma associada ao INMET.
informatizados. Apresenta como principal vantagem o registro continuo de todos os elementos, com
saídas dos dados em intervalos que o usuário programar.
Cidade Gaucha – PR possui uma Estação Meteorológica Automática que fornece dados
contínuos de temperatura máxima, mínima, umidade, pressão, precipitação, direção e velocidade do
vento. Para acessar os dados dessa estação basta entrar na pagina do INMET (www.inmet.gov.br) e
procurar pela rede de estações meteorológicas automáticas. Ao escolher a cidade, no caso, Cidade
Gaúcha – PR, ira aparecer as informações da estação (Figura ?). Neste quadro ha a opção de
visualizar gráficos e coletar dados.
As Estações Meteorológicas Convencionais, dependendo de suas finalidades são
classificadas em: Estações Sinóticas, Estações Climatológicas, Estações Agrometeorologias,
Estações Meteorológicas Aeronáuticas e Estações Especiais. Estações Sinóticas são aquelas em que
se realizam observações para fins de previsão do tempo (com horários padronizados
internacionalmente – Tempo Médio de Greenwich) podem se localizar sobre o continente
(superfície ou ar superior, estas ultimas denominadas de Estações de Sondagem –instrumentos:
balão-piloto, radiossonda, radiovento e radioventossonda) ou sobre o Oceano (em navios). Quando
as informações são reunidas tem-se a carta sinótica.
As Estações Climatológicas podem ser Principais ou Ordinarias. As instalações são
rigorosamente padronizadas (espessura do arame, malha da tela e orientação do cercado, cor da
pintura, dimensões, piso, etc.).
As Estações Climatológicas classificam-se em:
Estações Climatológicas Principais: são as que medem todos os elementos meteorológicos
necessários aos estudos climatológicos, são constituídas de uma área instrumental e de um
escritório.
Estações Climatológicas Ordinárias: aquelas que não nos fornecem todas estas informações
e são constituídas apenas de uma área instrumental com um abrigo termométrico e um
pluviômetro.
·Estações Agrometeorologias são mais voltadas para a atividade agrícola, por isso alem das
observações atmosféricas também são realizadas observações fonológicas.
As Estações Meteorológicas Aeronáuticas destinam-se a coleta de informações necessárias a
segurança de aeronaves, na maioria das vezes estão instaladas nos grandes aeroportos e
fazem inúmeras observações diárias.
Os Postos Pluviométricos são destinados a coleta de chuvas para manejo de recursos
hídricos. Todas as demais estações com qualidades distintas enquadram-se como Estações
O terreno deve ser plano, em local elevado, e que permita uma visão ampla do horizonte,
principalmente na direção leste-oeste. A superfície do solo e coberta com uma vegetação densa e
rasteira, sendo no Brasil, a mais utilizada a “grama Batatais”.
O maior lado devera estar alinhado na direção N-S verdadeira, sendo a disposição dos
instrumentos padronizados de forma a evitar o sombreamento de um instrumento por outro. A
padronização a nível mundial e importante para que se possa comparar dados e resultados de
pesquisas obtidos nos diferentes locais do planeta.
A estação deve se cercada com tela de arame galvanizado de malha larga e altura e altura de
1,5 m, tendo o portão de acesso voltado para o polo do hemisfério no qual esta instalada a mesma
(Sul no caso de Maringá). Toda a parte estrutural e pintada com tinta branca.
Figura 2 – Esquema de uma Estação Climatológica Principal destacando a disposição dos instrumentos.
No caso de instalação de uma nova Estação, alem dos pontos já mencionados, deve-se
atentar para a facilidade de acesso pelo observador, bem como a disponibilidade de água e energia
elétrica.
Logo na entrada da ECP esta localizado o abrigo para instrumentos meteorológicos (1),
construído em madeira, com venezianas duplas, teto duplo, pintado de branco para evitar absorção
de radiação solar. A base e as laterais e porta são construídas com venezianas propiciando um
movimento vertical do ar, assegurando que o volume de ar encerrado dentro do abrigo seja
representativo da atmosfera circundante. O abrigo tem finalidade de preservar os elementos
sensíveis dos aparelhos nele instalados, livre de raios solares diretos ou refletidos, de chuva e ventos
fortes, permitindo medir os parâmetros do ar.
estrangulamento na base do capilar de tal forma que o mercúrio consiga vencê-la quando se dilata
pelo aumento da temperatura, mas não consegue retornar ao bulbo quando a temperatura diminui
,assim a coluna de mercúrio permanece indicando o ponto Maximo alcançado, ou seja, a
temperatura máxima. Como a temperatura máxima ocorre, em geral, entre 14:00 e 16:00 horas, a
leitura será feita a noite ( 21:00 h). após a leitura o termômetro deve ser convenientemente
“sacudido” pelo operador para promover o retorno do mercúrio ao bulbo, ao nível da temperatura
ambiente.
a) Termômetro de máxima
2. Termômetro de mínima: tem como elemento sensor álcool, possuindo um pequeno bastão de
vidro (lembra um pequeno alfinete) na coluna capilar, dentro do álcool. O termômetro fica instalado
no abrigo (1), na posição horizontal. Quando o álcool se contrai com o abaixamento da temperatura,
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estando o bastão de vidro encostado no menisco (interface alcool-ar), este (o bastão) e arrastado na
direção do bulbo do termômetro pelo efeito da tensão superficial. Quando o álcool se dilata pelo
aumento da temperatura, o bastão permanece agora imóvel, marcando a menor temperatura ocorrida
no período.
Após a leitura, que e realizada as 9:00 h, o termômetro devera ser inclinado com o bulbo
para cima para que o bastão permaneça junto ao menisco. Mesmo procedimento devera ser
realizado na leitura das 15:00 h para assegurar que a leitura da mínima da próxima noite, não seja
perdida. A leitura da temperatura mínima deve ser feita, portanto, sempre no bastão de vidro no
lado oposto ao bulbo do termômetro.
a) Termometro de mínima
Além do termômetro de temperatura mínima do ar, em muitas estações pode ser encontrado
também o termômetro da temperatura mínima de relva. Este termômetro, com o mesmo principio de
funcionamento anteriormente citado e colocado cerca de 5 cm da superfície gramada apoiada em
um suporte. Como a temperatura de mínima de relva ocorre pela madrugada ou pelas primeiras
horas da manha, normalmente, este termômetro e recolhido pela manha para não sofrer danos por
dilatação devido aos raios solares. Ainda e colocado em algum ponto da estação protegido da
incidência direta dos raios solares da manha. Este ponto pode ser ao lado do tanque classe A.
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evaporação da água a sombra, também chamado poder evaporaste do ar a sombra. As leituras são
realizadas as 9:00 h e a quantidade de água evaporada e determinada pela diferença entre duas
leituras consecutivas.
6. Pluviômetro: Consiste de uma superfície de captação da água da chuva com área conhecida,
semelhante a um funil, com recipiente para armazenamento e torneira para esgotar e medir a água
armazenada. A área de coleta deve ficar a mais ou menos 1,5 m acima da superfície, localizado no
ponto (4) do esquema da ECP.
Expressando o volume (V) da água da chuva em litro e a área da coleta (A) em m2, tem-se
que, a altura de lamina d'água (h) formada será:
A medição pode ser feita com a utilização de uma proveta graduada de acordo com a área de
coleta ou fazendo-se a devida transformação para que o resultado seja expresso em mm ou l m-2.
CAPÍTULO 3.
Nas regiões tropicais, a chuva, ou precipitação pluvial, é a forma principal pela qual a água
retorna da atmosfera para a superfície terrestre após os processos de evaporação e condensação,
completando, assim, o ciclo hidrológico. A quantidade e a distribuição de chuvas que ocorrem
anualmente numa região determinam o tipo de vegetação natural e também o tipo de exploração
agrícola possível.
Para que haja condensação do vapor d’água na atmosfera é necessária a presença de núcleos
de condensação, em torno dos quais são formadas as gotículas que constituirão as nuvens. Os
núcleos de condensação são partículas higroscópicas, entre as quais o NaCl, de origem marítima, é
o mais abundante, visto que dois terços da superfície terrestre é coberta por oceanos. Além da
presença de núcleos de condensação, o vapor d’água na atmosfera condensa-se quando as condições
tendem à saturação, o que pode ocorrer de duas maneiras: a) pelo aumento da pressão de vapor
d’água devido à evaporação e à transpiração; e b) por resfriamento do ar. Na realidade esses dois
processos podem ocorrer simultaneamente, mas na natureza, o segundo é bastante efetivo em
promover a formação de orvalho e de nuvens. No caso dessas últimas, a formação ocorre quando
parcelas de ar úmido sobem e se resfriam adiabaticamente,
devido à expansão interna causada pela diminuição da pressão atmosférica.
A taxa de decréscimo da temperatura da parcela com a elevação em altura recebe o nome de
Gradiente Adiabático, sendo representado pelo símbolo Γ. No processo adiabático, a variação de
temperatura ocorre somente pelo efeito de variação da pressão, sem que ocorram trocas de energia
com o ambiente externo à parcela. Os valores de Γ
variam em função da umidade presente na parcela de ar, assumindo extremos de cerca de –0,98
°C/100m, no caso de ar seco, e –0,4 °C/100m, quando o ar está saturado.
O gradiente térmico da atmosfera como um todo (Gradiente Real Observado, GRO) é
variável, situando-se em torno de –0,6 °C/100m. Dependendo do gradiente adiabático das parcelas
que sobem, em comparação ao GRO, os movimentos convectivos térmicos são favorecidos
(atmosfera instável) ou não (atmosfera neutra ou estável). No primeiro caso, pode ocorrer formação
de nuvens quando, ao se elevar, a parcela úmida atinge a temperatura do ponto de orvalho (nível de
saturação da parcela). Outra forma de ocorrer condensação é quando uma parcela de ar úmido é
forçada a se elevar devido ao relevo (efeito orográfico), ou devido ao encontro com outra massa de
ar mais fria (efeito de frentes frias).
Os tipos de chuvas se caracterizam pela sua origem. Assim, existem chuvas geradas por
passagem de frentes, por convecção local, e por efeitos orográficos (montanhas).
Chuvas Frontais.
São originárias de nuvens formadas a partir do encontro de massas de ar frio e quente. A
massa quente e úmida (mais leve) tende a se elevar, resfriando-se adiabaticamente, isto é, sem troca
de calor com o meio adjacente. Nesse processo forçado de subida da massa úmida ocorre a
condensação. As chuvas frontais caracterizam-se por: intensidade moderada a fraca, longa duração
(dias), e sem horário predominante para sua ocorrência. A Figura 8.1 mostra a distribuição horária
das chuvas de Julho, em Campinas, SP, época em que predominam as chuvas frontais. Nota-se que
não há um horário predominante para ocorrência das chuvas, e que sua intensidade é baixa, não
passando de 5 a 6 mm/hora, em média.
Chuvas Convectivas.
Originam-se de nuvens formadas a partir de correntes convectivas (térmicas) que se resfriam
adiabaticamente ao se elevarem, resultando em nuvens de grande desenvolvimento vertical
(cupuliformes). As chuvas convectivas se caracterizam por forte intensidade, mas curta duração,
podendo ocorrer descargas elétricas, trovoadas, ventos fortes, e granizo, predominando no período
da tarde e à noite, quando a força gravitacional supera a força de sustentação térmica.
A Figura 09 mostra a distribuição horária das chuvas de verão, predominantemente de
origem convectiva, na região de Campinas, SP, em Janeiro, e observa-se a maior intensidade e
frequência no período da tarde e à noite.
As chuvas convectivas, também conhecidas como chuvas de verão, por terem maior
intensidade, apresentam grande potencial de danos, especialmente no aspecto de conservação do
solo, visto que muitas vezes sua intensidade supera a velocidade de infiltração da água no solo. Isso
gera escoamento superficial (enxurrada), que ganhando momento (quantidade de movimento),
poderá causar erosão do solo, desde que outros fatores como cobertura do solo, umidade, e
declividade também contribuam para isso. A Figura 8.3 apresenta os principais tipos de distribuição
de chuvas intensas em períodos de 4 horas, na região de Piracicaba, SP, sendo o caso 1 da Figura 10
predominante de outubro a março (Sentelhas et al., 1998).
Figura 10: Principais tipos de distribuição horária das chuvas convectivas: Fonte: Sentelhas ET AL (1998).
Chuvas Orográficas.
Chuvas orográficas ocorrem em regiões montanhosas, onde o relevo força a subida da massa
de ar úmido. Essa subida forçada é equivalente ao processo de convecção livre, resultando nos
mesmos fenômenos atmosféricos. Devido aos ventos, o ar sobe pela encosta resfriando-se
adiabaticamente, com condensação e formação de nuvens tanto Meteorologia Agrícola 306
1oSemestre/2007 Pereira / Angelocci / Sentelhas 55 cumuliformes como estratiformes. Nessa
situação, um lado da montanha, geralmente, é mais chuvoso que o outro resultando na chamada
Sombra de Chuva.
O “i” pode ser expresso também em mm/min. Esse índice tem aplicação e dimensionamento
de sistemas de drenagem e conservação do solo, tanto para a agricultura como para a construção
civil.
O equipamento básico de medição da chuva é o pluviômetro (Figura 11), que é constituído
de uma área de captação (≥ 100 cm2) e de um reservatório onde a água da chuva é armazenada até o
momento da leitura. Se o pluviômetro tiver um sistema de registro contínuo da quantidade e da hora
de ocorrência das chuvas, então ele é denominado pluviógrafo (Figura 11).
No pluviógrafo tipo Heilman há um reservatório com uma bóia que armazena a água
coletada durante a chuva. Uma haste com uma caneta é fixada à bóia, e esta ao se elevar com a
entrada de água no reservatório registra sobre um diagrama denominando pluviograma (Figura 12).
A cada 10 mm de chuva, o depósito é esgotado automaticamente por um sifão, gerando um
traço vertical brusco. O total de chuva é contabilizado contando-se apenas os traços descritos no
movimento de subida da pena. As sifonadas apenas preparam o aparelho para continuar medindo
chuva maior que 10mm.
A instalação desse equipamento é a 1,5m de altura, devendo a área de captação (boca do
aparelho) estar bem nivelada. A coleta dos dados, normalmente, é feita todos os dias às 7 horas, no
posto agrometeorológico convencional.
Nas estações automáticas o registro é contínuo obtendo-se valores de intensidade e altura
total diária das 0 às 24h. Nesse caso, o pluviômetro é dotado de um sensor eletrônico em forma de
báscula (Figura 11d), que possibilita resolução de 0,1mm.
Uma preocupação é saber qual será a área representada pela coleta das chuvas por um
pluviômetro. Reichardt ET al. (1995) coletou chuvas diárias durante um ano, em 9 pluviômetros
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Figura 11: Pluviômetro (a) Ville de Peris, (b) Pluviógrafo convencional, (c) Pluviógrafo eletrônico.
A construção de um pluviômetro pode ser simples, podendo ser feito com um garrafão e um
funil coletor. É fundamental que a boca do funil esteja nivelada horizontalmente. Conhecendo-se a
área de captação do funil e o volume coletado a cada chuva, em cm3, determina-se a altura
pluviométrica pela relação:
h = Volume coletado / Área da boca do funil.
Portanto, para se saber a probabilidade de ocorrência (P) de um valor maior ou menor que
um valor crítico, deve-se ordenar a seqüência de dados em ordem decrescente ou crescente,
respectivamente, e dividir o número de ordem (m) correspondente à posição do valor crítico pelo
número total de dados (n) mais 1, isto é,
P = M *100
N+1
Fórmula 9.4
CAPÍTULO 4.
• Macroescala.
Nessa escala, em que está envolvida a movimentação de grandes massas de ar, os ventos são
associados à circulação geral da atmosfera, sendo função dos gradientes de pressão entre grandes
regiões. Apesar da variação temporal e espacial dos ventos, é possível verificar certa tendência em
suas direções entre os Trópicos e o Equador, Alísios de NE (Hemisfério Norte) e Alísios de SE
(Hemisfério Sul). Entre os Trópicos e as regiões Subpolares, Ventos de Oeste e regiões Polares com
Ventos de Leste.
• Mesoescala
• Microescala
O regime de ventos é expresso por sua velocidade e direção. A velocidade é dada pela
componente horizontal em m/s ou km/h, sendo que 1 m/s = 3,6 km/h. A direção dos ventos é
definida pelo seu ponto de origem, com 8 direções fundamentais: N, NE, NO, S, SE, SO, E e O.
Nos sensores digitais a direção é dada em graus, ou seja: os pontos cardeais são: N = 0° = 360°; NE
= 45°; E = 90°; SE = 135°; S = 180°; SW = 225°; W = 270°; NW = 315°.
Os equipamentos medidores da velocidade do vento são os anemômetros (Figura 9.1). A
velocidade é dada por um conjunto de três canecas (ou de hélices). O número de giros das canecas
(ou hélices), sendo proporcional à Meteorologia Agrícola 306 1º Semestre/2007 Pereira / Angelocci
/ Sentelhas 62 velocidade, é transformado em deslocamento (espaço percorrido) por um sistema tipo
odômetro, nos equipamentos mecânicos. O espaço percorrido dividido pelo tempo fornece a
velocidade média. Nos equipamentos digitais, cada rotação gera um pulso elétrico que é captado por
um sistema eletrônico de aquisição de dados. Como cada pulso corresponde à distância de um giro,
contando-se o número de pulsos num intervalo de tempo tem-se a distância supostamente percorrida
pelo ar. Com a distância e o tempo de medida calcula-se a velocidade média.
A direção é dada por biruta ou catavento. Em sistemas convencionais, a direção é obtida por
observação visual. Esse equipamento pode ser visto em pequenos aeroportos, onde ele é utilizado
para permitir visualização por pilotos nos instantes de pouso ou decolagem. Em postos
agrometeorológicos, também é comum o uso de cataventos, sendo as direções do vento anotadas
apenas nos horários padronizados de observações. Esse procedimento permite apenas observações
em períodos muito pequenos e esparsos durante o dia, não sendo adequado para se determinar bem
o regime de ventos de uma região. Em sistemas automatizados, a direção também é indicada por
sensores eletrônicos, sendo expressa diretamente em graus, e continuamente registrada. Em postos
agrometeorológicos convencionais de primeira classe, o equipamento mecânico utilizado é o
anemógrafo universal que permite o registro contínuo da velocidade acumulada, velocidade
instantânea, e direção do vento, gerando um anemograma.
predominância da circulação atmosférica no local. A visualização dos resultados fica mais evidente
quando se usa um sistema gráfico. A representação gráfica mais comum é por um sistema de quatro
eixos que se cruzam num mesmo ponto, com um ângulo de 45° entre dois eixos adjacentes, sendo
denominada de rosa dos ventos. Em cada ponta dos eixos marca-se uma direção, sendo que o N vai
na ponta superior do eixo vertical, e o S na ponta oposta. No eixo horizontal marca-se E à direita, e
W à esquerda. Os eixos diagonais representam as direções intermediárias (NW, NE, SW, SE). A
escala de frequência é marcada igualmente em todas as direções.
Como visto no anemograma (Figura 13), a linha intermediária, com formato de dentes de
um serrote, representa a velocidade acumulada ou distância percorrida pelo vento durante o dia.
Cada subida ou descida representa 10 km percorridos. Portanto, é possível saber o total percorrido
(km/dia), e a velocidade média (km/h ou m/s) do dia.
Pode-se calcular também a velocidade média de cada hora ou período desejado. Quanto mais
rápida for a subida ou descida, maior será a velocidade média, ou seja, 10 km percorridos em menor
tempo. Em algumas aplicações agrometeorológicas (ex., evapotranspiração), é necessário
diferenciar as velocidades médias dos períodos diurno e noturno. Essa informação é pouco relatada
na literatura, mas no caso de Piracicaba, SP, a relação entre vento diurno (7 às 19 h) e noturno (19
às 7 h), em uma série de 5 anos, apresentou a seguinte variação média mensal:
Mais uma vez fica evidenciado a influência do aquecimento diurno sobre os ventos.
Observa-se que: a) nos meses mais quentes (Outubro a Fevereiro), os ventos diurnos suplantaram os
noturnos entre 21% e 37%; nos meses mais frios, os ventos diurnos ainda são de 7 a 16% mais
intensos que os noturnos. Note-se que, foi considerado sempre o mesmo número de horas para o
cálculo nos dois períodos, ou seja, adotou-se como período diurno aquele entre as 7 e as 19 h, e
como noturno o período complementar. Portanto, as relações acima não são devidas à variação nos
fotoperíodos. Em regiões com fotoperíodos mais diferenciados esse critério pode não ser adequado,
e talvez seja mais conveniente adotar períodos distintos ao longo do ano.
Conforme a tabela 01, pode – se observar como está classificado a velocidade dos ventos:
A força do vento pode ser categorizada de acordo com a interação com objetos naturais,
gerando uma escala de percepção que se tem da movimentação atmosférica. É uma categorização
empírica associando-se a velocidade registrada com eventos característicos. A escala apresentada na
Tabela 01 é uma adaptação elaborada por Beaufort.
REFERÊNCIAS.
AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. Trad. Maria Juraci Z. dos Santos. 2ª ed.
Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 1991.
CAMARGO, A.P. Geada, o “remédio” é prevenir. Campinas, CATI, 1996. 9 p. (Bol. Técnico
227).
PEREIRA, Antonio, Roberto; ANGELOCCI, Luiz Roberto; SENTELHAS, Paulo Cesar. LCE-
Meteorologia Agrícola. 3ª ed. Revista e Ampliada, 180 p. São Paulo: Piracicaba, 2002.
ANEXOS
numa zona de transição, onde as consequências dos fenômenos são moduladas também pelas
variações da temperatura do oceano Atlântico, de onde provêm os vapores d’água trazidos pelos
ventos alísios de SE. Assim, quanto maior a temperatura do Atlântico maior a injeção de vapor no
continente e consequentemente maior probabilidade de chuva.
prejudicado em 61% dos anos de El Niño, e favorecido em 73% dos anos de La Niña (Cunha et al., 1999).
Analisando registros históricos desde 1913 até 1995 para o Rio Grande do Sul, Fontana &
Berlato (1997) verificaram que os totais de chuvas mensais de Outubro e Novembro foram cerca de
17% maiores durante anos de El Niño, e 23% menores em anos de La Niña. Para o rendimento da
cultura do milho, esse excesso de chuvas de Outubro e Novembro mostrou-se benéfico; entretanto,
chuvas excessivas no outono-inverno, prejudicam a colheita (Fontana & Berlato, 1996).
No caso da cultura do trigo, o rendimento na região centro-sul do Brasil, no período de 1920
a 1997, foi prejudicado em 61% dos anos de El Niño, e favorecido em 73% dos anos de La Niña
(Cunha et al., 1999).
2. IMPORTANTE SABER:
A presença de vegetação de porte baixo na parte alta da encosta ou chapada funciona como
fonte de ar frio pois se resfria rapidamente. Para se evitar esse derramamento de ar frio sobre a
encosta e a baixada, deve-se deixar um renque de árvores e arbustos nas beiradas do campo. A
disposição ideal de culturas, nas diferentes configurações de terreno, é apresentada na Figura
19.3a, e as situações a serem evitadas estão na Figura 19.3b.
3. O COMBATE A GEADAS.
a) Cultivar em terrenos mais altos, livres da acumulação de ar frio. Com isso, o ar frio formado na
própria lavoura terra a possibilidade de ser drenado para fora desta.
b) Evitar os terrenos de baixadas, as encostas baixas, espigões muito extensos e planos e bacias
com garganta estreita abaixo. Estes terrenos tem dificuldade de se livrar (drenar) do ar frio formado
nele ou acumulara o ar frio formado nos terrenos mais altos.
c) Nunca deixar a vegetação densa e alta abaixo da lavoura, uma vez que a mesma impedira a
drenagem do ar frio. No caso desta vegetação ser composta por capim elefante ou cana de açúcar,
deve-se, logo no inicio do período favorável a geada, abrir “carreadores” no sentido do declive do
terreno de forma a permitir a drenagem do ar frio.
d) Manter vegetação de porte alto acima da lavoura. Este procedimento e importante para evitar
a entrada na lavoura do ar frio formado acima da mesma, principalmente quando existe uma
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passagem logo acima da lavoura. Se existe passagem, uma boa pratica e a formação de um renque
de arvores altas que impeça a penetração do ar frio na lavoura. No caso de café e comum a perda de
lavouras nesta condição pela chamada “geada de canela”, que provoca danos no tecido do tronco da
planta com idade de ate 2 a 3 anos, cujos sintomas na copa somente aparecerão no inicio da
próxima estação de crescimento, ou seja, quando haver disponibilidade hídrica e térmica.
e) Sempre que possível, manter água represada nas “passagens” do ar frio. Este procedimento
facilita a injeção de ar úmido sobre a lavoura, colocando-a em situação de menor risco de geada.
f) Arborização: e uma metodologia que esta ressurgindo nos últimos anos, mostrando-se
bastante promissora. No estado do Paraná e Minas Gerais, tem-se recomendado a arborização com
grevílea em densidade de 45 a 50 plantas por hectare, plantados na linha do cafeeiro. No caso de
plantios superadensados ou adensados com previsão de eliminação de linhas do cafeeiro, a grevílea
devera ser plantada nas linhas que permaneceram na lavoura.