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MÉTODOS E MEDIDAS DE

POSICIONAMENTO GEODÉSICO – GNSS


UNIDADE I
CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES
Elaboração
Prof. Ms. Márcio Felisberto da Silva

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE I
CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES.......................................................................................................................................................... 5

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE POSICIONAMENTO GNSS....................................................................................... 5

REFERÊNCIAS................................................................................................................................................22
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CONSTELAÇÃO DE
SATÉLITES
UNIDADE I

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE POSICIONAMENTO GNSS

Aos olhos de um simples observador, que se pega contemplando as constelações do


firmamento, é possível que este consiga ver e imaginar apenas os astros luminosos, e
certamente não terá uma visão integral do que mais existe no espaço que nos rodeia.

Dentre os diversos elementos presentes no espaço 24 horas por dia, estão algumas
constelações de satélites artificiais orbitando a terra, a serviço de nos fornecer dados
das mais diversas ordens e para as mais variadas finalidades, tais como a de uso
militar, agricultura, monitoramento ambiental, clima, localização, navegação, aviação,
comunicação, posicionamento diversos entre outros fins.

A esta constelação de satélites damos o nome de GNSS (Sistema Global de Navegação


via Satélite), o qual é composto pelos sistemas GPS, GALILEO, GLONASS, BEIDOU/
COMPASS e NNSS-TRANSIT estando este último já desativado.

O sistema GNSS é utilizado para determinar a posição de um receptor em algum lugar


na terra, no mar ou no espaço por meio de constelação de vários satélites artificiais,
conforme pontuado anteriormente.

Determinar a posição do receptor (ou seja, latitude, longitude e altura) baseia-se na


distância calculada a partir de vários satélites. Cada satélite transmite continuamente
uma mensagem de navegação, sendo que, normalmente três satélites são suficientes
para determinar a longitude, latitude e a altura, embora o convencional sejam quatro
satélites.

A formação desse conjunto de satélites iniciou-se a partir do lançamento do


satélite Russo Sputnik I no ano de 1957 e que posteriormente se desencadeou no
desenvolvimento e operacionalização do sistema GLONASS.

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Logo após, em 1958, os Estados Unidos da América lançou o satélite Vanguard e a partir
desse momento deu-se inicio ao desenvolvimento do sistema NAVSTAR (Navigation
Satellite whith Timing and Ranging).

Nove anos após o lançamento do Vanguard, um sistema de navegação que até então
era utilizado apenas pela marinha americana, foi disponibilizado para uso civil, o qual
era denominado de NNSS (Navy Navigation Satellite System) e também era conhecido
pelo nome de Transit.

Entre os anos 1973 e 1988 desenvolveram estudos, desenho e a construção do primeiro


bloco de satélites do sistema GPS – Global Positioning System. Esse sistema foi
desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos com a precisão de
obter a posição, velocidade e horário de um determinado ponto sobre a superfície da
Terra.

O sistema GALILEO por sua vez, surgiu a partir das restrições impostas pelos Estados
Unidos aos demais países quanto a participação no desenvolvimento do sistema GPS.
Dessa forma, em 1999 a União Europeia sugeriu que fosse desenvolvido um sistema
próprio e independente, aberto a participação de demais países, compatível com o
sistema GPS e com o sistema GLONASS, independente e controlado por civis.

Em setembro de 2015, dois novos satélites foram lançados, o Alba e o Oriana.


Atualmente, o GALILEO possui 10 satélites em órbitas, um terço de sua constelação,
mas até 2020 pretende estar com uma rede completa de 30 satélites em órbita.

O sistema BEIDOU que também é conhecido como COMPASS, começou a ser


desenvolvido em 1983, tendo seu primeiro satélite lançado no ano de 2000. O ultimo
lançamento foi em março de 2015.

Figura 1. Lançamento satélite em março de 2015.

Fonte: <www.beidou.gov.cn>.

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O sistema BEIDOU de navegação por satélite é um sistema de navegação global por


satélite da China, que foi desenvolvido com o intuito de manter a independência e
manter a iniciativa e o poder de decisão nas próprias mãos. Objetiva-se equacionar o
sistema de forma a ser aberto, compatível, estável e com uma tecnologia de confiança
a fim de oferecer um serviço global, acelerando o desenvolvimento da indústria de
navegação por satélite, ampliando o leque de possibilidades dentro do setor econômico
e social do país.

Assim como o GPS, o sistema BEIDOU é composto de três segmentos: o espacial, de


controle e o de usuário. O segmento espacial contém 5 satélites geoestacionários e 30
satélites de órbita não geoestacionários. O segmento de controle é composto de uma
série de estações. E o segmento usuário inclui terminais de sistema BEIDOU, bem
como outros compatíveis com os outros sistemas de navegação por satélite.

Sistema GLONASS
O desenvolvimento do sistema GLONASS originou-se na União Soviética no ano
de 1976. Os lançamentos de foguetes iniciaram em 12 de outubro de 1982 até que a
constelação foi concluída em 1995.
Durante a década de 1990, o sistema passou por um declínio até que em 2001, no governo de Vladimir
Putin, o sistema foi restaurado e declarado como prioridade tendo o financiamento do programa
espacial aumentado de forma bastante considerável. Segundo informações oficiais da Rússia, o sistema
GLONASS é o programa mais caro da Agência Espacial Federal Russa, consumindo um terço do seu
orçamento em 2010.

Até o no de 2010, o sistema GLONASS já tinha alcançado uma cobertura de 100%


do território da Rússia e em outubro de 2011, a constelação orbital de 24 satélites foi
ampliada, permitindo uma cobertura global completa.

A arquitetura dos satélites GLONASS foi submetida a várias atualizações e redesenhamentos


desenvolvendo dessa forma a versão mais recente conhecida como o GLONASS-K.

O programa GLONASS, como já mencionado, está entre as prioridades da política


do Governo russo, cabe ressaltar que as metas para 2002-2011 foram alcançadas,
demonstrando um desempenho de avanços semelhante ao sistema GPS.

Um novo programa GLONASS para os anos de 2012 a 2020 já foi aprovado em março
de 2012. Dentre as suas principais metas estão a continuidade, modernização e
ampliação do uso nas mais diversas finalidades, bem como tornar o sistema GLONASS
um elemento essencial ao GNSS.

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Figura 2. Símbolo do sistema GLONASS.

Fonte: <www.glonass-iac.ru>.

O programa conta atualmente com 28 satélites em órbita, sendo 26 GLONAS-M e 2


GLONAS-K.

As várias versões do GLONASS são:

GLONASS - lançado em 1982, esses satélites tinham a intenção de trabalhar com o


posicionamento, distância, tempo e medição de velocidade em qualquer lugar do mundo,
sob o controle de militares e organizações oficiais.

GLONASS-M - lançado em 2003 com o intuito de adicionar o segundo código para


uso civil.
Figura 3. Satélite modelo GLONASS-M.

Fonte: <www.glonass-iac.ru>.

GLONASS-K - começou em 2011 possuindo mais três tipos: K1, K2 e KM para pesquisa.
Adicionando nessa fase, a terceira frequência para uso civil.
Figura 4. Satélite modelo GLONASS-K.

Fonte: <www.glonass-iac.ru>.

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GLONASS-K2 - será lançado depois de 2015 (atualmente em fase de projeto).

GLONASS-KM - será lançado depois de 2025 (atualmente em fase de investigação).

A estrutura do sistema GLONASS é composta por:

» Uma constelação de satélites distribuídos em três planos orbitais.

» O Centro de Sistema de Controle (SSC) localizado na Krasnoznamensk.

» Duas estações de uplink.

» Um Relógio Central localizado no Schelkovo (próximo a cidade de Moscou).

» Uma rede de monitoramento e quatro estações de medição (MS).

» Cinco Telemetria, Rastreamento e Controle de estações (TT & C).

A infraestrutura do sistema GLONASS está organizado em dois segmentos, sendo eles:


o segmento espacial e o segmento terrestre, complementando o terceiro segmento a
partir dos receptores dos usuários, que compõem o segmento de usuário.

Segmento Espacial

As principais funções do segmento espacial são transmitir os sinais de radionavegação,


armazenar e retransmitir a mensagem de navegação enviada pelo Segmento de
Controle.

O segmento espacial do sistema GLONASS é composto de um numero de 28 satélites


operacionais, distribuídos em três planos orbitais. Os satélites operam em uma órbita
circular com uma altitude de 19.100 km e uma inclinação de 64,8 graus, onde cada
satélite completa a órbita em aproximadamente 11 horas e 15 minutos.

Segmento de Controle

O Segmento de Controle, ou Sistema de Controle Operacional, é o responsável pelo


bom funcionamento do sistema GLONASS. Ele é composto por:

» Um Centro de Sistema de Controle (SSC).

» Uma rede de cinco Telemetrias.

» Centros de Rastreamento e Comando (TT & C).

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» Um Relógio Central.

» Três estações de upload (UL).

» Duas Estações Variando de laser do satélite (SLR).

» Uma rede de monitoração e medição de Estações (MS).

Além de toda essa estruturação distribuída ao logo do território Russo, outras seis
estações de monitoramento e medição adicionais estão previstas para começar a operar
em breve.

O segmento conta ainda com um sistema de sincronização de todos os processos do


sistema GLONASS, funcionando a partir de um relógio atômico de hidrogênio de alta
precisão. Esse sistema é muito importante para a operacionalidade do sistema de
forma apropriada.

Segmento de Usuário

O Segmento de Usuário representa os equipamentos receptores localizados na superfície


terrestre que permitem rastrear os satélites do sistema GLONASS. É convencionado
que para receber um posicionamento da forma mais adequado, é necessário que um
receptor receba o sinal de quatro satélites: três para obter as coordenadas da posição e
o quarto para determinar o tempo.

Embora a constelação do sistema GLONASS esteja se aproximando de uma cobertura


global, sua comercialização e especialmente o desenvolvimento do segmento de
usuários, deixa um pouco a desejar se comparando com o sistema norte-americano
GPS. Dessa forma, para melhorar a situação, o governo Russo tem promovido de forma
ativa o uso e abertura do sistema GLONASS para o uso civil.

O governo tem forçado todos os fabricantes de automóveis na Rússia a produzir carros


equipados com o sistema GLONASS, bem como desde fevereiro de 2011, todos os
automóveis de passageiros, veículos de transporte e os veículos que transportam materiais
perigosos são obrigados a usar navegadores equipada com o sistema GLONASS.

Além disso, os esforços da Rússia para melhorar a precisão do sistema GLONASS já


surte resultados, haja vista várias empresas de eletrônicos já anunciarem o lançamento
de novos receptores com suporte total às inovações do GLONASS.

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Sistema GALILEO
GALILEO é um sistema de navegação global por satélite desenvolvido pela Europa,
o qual visa oferecer um serviço de posicionamento global altamente preciso sob o
controle civil. Ele é compatível com o sistema GPS e o sistema GLONASS.

Em 21 de outubro de 2011 foram lançados os primeiros dois dos quatro satélites


operacionais. No ano seguinte, outros dois satélites foram lançados, em 12 de Outubro
de 2012. E após ocorreu uma sucessão de lançamentos até o último ocorrido no dia 11
de setembro de 2015, que na ocasião foram lançados mais dois satélites.

» Segmento Espacial: O Segmento Espacial do sistema GALILEO, pretende


concluir uma constelação total de 30 satélites em uma Órbita Média (MEO).

» Segmento de Controle: Este segmento conta com um conjunto de diversas


estações distribuídas globalmente, afim de dar apoio a determinação de órbitas e
sincronização de tempo. Essas estações irão proporcionar dados para outras duas
estações, uma responsável pelos dados de navegação e outro pela manutenção física
do sistema. É importante ressaltar que esse segmento é considerado o coração de
todo o sistema GALILEO.

Quadro 1. Status da Constelação do Sistema GALILEO.

Nome Data Nome


Satélites Status
Missão Lançamento Satélite
Sat – 14 ------------------- ------------------- -------------------
Sat – 13 ------------------- ------------------- -------------------
Em curso
Sat – 12 ------------------- ------------------- -------------------
Sat – 11 ------------------- ------------------- -------------------
Sat – 10 Galileo Sat GSAT0206 Lançamento
11.09.2015
Sat – 09 9 e 10 GSAT0205 Recente
Sat – 08 Galileo Sat GSAT-204
28.03.2015 Em Operação
Sat – 07 7e8 GSAT-203
Sat – 06 Galileo Sat GSAT-202
22.08.2014
Sat – 05 5e6 GSAT-201
Sat – 04 GSAT-104
IOV – 2 12.10.2012 Em Operação
Sat – 03 GSAT-103
Sat – 02 GSAT-102
IOV – 1 21.10.2011
Sat – 01 GSAT-101
GIOV-B ------------------- 27.04.2008 ------------------- Desativado
GIOV-A ------------------- 28.12.2005 ------------------- Desativado
Fonte: <www.esa.int>.

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» Segmento de Usuário: Conforme observado nas características dos segmentos


de usuário dos demais sistemas que já estudamos, notamos que é comum a definição
apontada para uma diversidade de equipamentos receptores civis e militares que
recebem o sinal emitido pela constelação de Satélites. Para o sistema GALILEO,
não é diferente, haja vista o segmento de usuário abranger o uso do produto final a
partir das mais variadas especificações de receptores.

Sistema GPS
O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é um sistema de navegação dos Estados
Unidos da América, com base no espaço, fornecendo confiável serviço de posicionamento,
navegação e cronometria aos usuários civis, de forma livre e desimpedida para todo
o mundo.

A partir de um receptor GPS, o sistema irá fornecer a localização e a hora exata em


qualquer tempo, do dia ou da noite, em qualquer lugar do mundo sem limites para um
número de usuários simultâneos.

O sistema GPS consiste em três segmentos: os satélites que orbitam a Terra (espacial),
monitoramento (controle) de solo e das estações de controle e dos receptores (usuários)
de GPS pertencentes a usuários.

A partir do espaço, os satélites do sistema GPS transmitem sinais que são recebidos
e identificados por receptores GPS em superfície. Estes por sua vez, recebem as
coordenadas tridimensionais de latitude, longitude e altitude, e o tempo preciso local.

O sistema GPS está agora disponível para todos no mercado de pequenos receptores
GPS portáteis. Com estes receptores, os usuários podem determinar com precisão a
sua localização e facilmente navegar para o local onde se deseja ir, seja a pé, dirigindo,
voando ou navegando.

O sistema GPS é essencial em todos os sistemas de transporte do mundo, o qual oferece


suporte para a navegação por ar, terra e mar, conforme já mencionado.

Os serviços de emergência e assistência em catástrofes, também são bastante


dependentes do sistema GPS para localização e determinação do tempo de coordenação
das missões para salvar vidas.

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Atividades cotidianas, como serviços de banco, telefonia celular e até mesmo redes de
distribuição de energia, ganham no quesito de eficiência, haja vista à precisão fornecida
pelo GPS.

Os agricultores, topógrafos, geógrafos, geólogos, cartógrafos, geodésicos entre outros


inúmeros usuários passam a trabalhar com mais eficiência, segurança, com mais
economia e com mais precisão, graças aos sinais de GPS acessíveis de forma gratuita.

Os satélites GPS voam em órbita terrestre média (MEO) a uma altitude de cerca de
20,200 km (12.550 milhas). Cada satélite orbita a Terra duas vezes por dia.

Figura 5. Modelo esquemático dos planos de órbitas do sistema GPS.

Fonte: <www.gps.gov>.

Quanto ao arranjo dos satélites da constelação GPS, estes são dispostos em seis planos
orbitais igualmente espaçados em torno da Terra.

A constelação de GPS é uma mistura de antigos e novos satélites composta por


GPS do Bloco IIA (2a geração, Advanced), do Bloco IIR (Reposição), do Bloco IIR
(M) (modernizada), do Bloco IIF (Siga-on ) e do BLOCO GPS III, conforme figuras
a seguir.

Para simplificar nosso entendimento acerca dos blocos de satélites, é importante


salientar o quanto o projeto de satélites GPS evoluiu com o tempo. Cada geração de
satélites com características semelhantes é chamada de bloco. Dessa forma, vamos
observar uma breve descrição dos diferentes blocos de GPS:

» Bloco I: Onze satélites deste tipo foram lançados entre 1978 e 1985. A
Disponibilidade Seletiva (S/A) não foi implementada e seu peso médio era de 845
kg. A vida média prevista era de 4,5 anos, embora alguns deles tenham durado
até 10. Eles foram capazes de dar serviço de posicionamento por 3 ou 4 dias sem
nenhum contato com o centro de controle.

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» Bloco II e IIA: São satélites operacionais que consistem em 28 satélites no


total, lançados a partir de 1989 e muitos estão ainda em operação. Eles pesam
cerca de 1.500 kg e tem uma vida média prevista de 7,5 anos. Desde 1990, uma
versão melhorada foi usada, denominado Bloco IIA (avançado), com capacidade
de comunicação mútua. Eles são capazes de fornecer o serviço de posicionamento
por 180 dias sem nenhum contato com o segmento de controle. No entanto, no
modo de funcionamento normal, eles se comunicam diariamente.

» Bloco IIR: São satélites operacionais em substituição aos anteriores, a partir de


1997. Estes satélites estão sendo utilizados ​​como peças de reposição para o Bloco
II. Esse Bloco IIR é formado por um conjunto de 20 satélites, embora possa ser
aumentada para mais 6 unidades. Eles pesam aproximadamente 2.000 kg e têm
uma vida útil média de 10 anos. Estes satélites podem determinar suas órbitas e
calcular a sua própria mensagem de navegação autônoma. Eles têm a capacidade
de medir distâncias entre si e transmitir dados para outros satélites ou para o
segmento de controle. Esses satélites são capazes de operar cerca de meio ano
sem qualquer apoio do Segmento de Controle e sem degradação na precisão das
efemérides.

» Bloco IIR-M: São satélites modernizados, onde incluem um novo sinal militar
e o mais robusto sinal L2C civil. O primeiro satélite deste bloco foi lançado no dia
26 de setembro de 2005.

» Bloco IIF: O primeiro satélite (SVN62) foi lançado no dia 28 de maio de 2010.
Estes satélites incluem o terceiro sinal civil na banda L5. Sua vida útil média é de
cerca de 10 anos.

» Bloco III: A nova geração de satélites GPS introduz melhorias significativas nas
capacidades de navegação. Eles fornecem o quarto sinal civil na banda L1 (L1C). O
primeiro lançamento está previsto a partir de 2017.

Figura 6: Satélites Bloco II e IIA.

Fonte: <www.gps.gov>.

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Figura 7: Satélites Bloco II R.

Fonte: <www.gps.gov>.

Figura 8: Satélites Bloco II R-M.

Fonte: <www.gps.gov>.

Figura 9: Satélites Bloco II F.

Fonte: <www.gps.gov>.

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Figura 10: Satélites Bloco III.

Fonte: <www.gps.gov>.

A política dos Estados Unidos para manter a liderança no serviço de sistemas de


navegação por satélite possui metas para atender a crescente demanda por melhoria
do desempenho dos serviços de GPS, bem como para manter a competitividade com os
sistemas de navegação por satélites internacionais.

Figura 11. Metas para desenvolvimento e modernização do sistema GPS.

Fonte: <www.gps.gov>.

Segmentos do Sistema GPS

Como já fora visto, o Sistema de Posicionamento Global (GPS) é um sistema de


propriedade norte-americana, disponibilizado a uma gama de usuários. Este sistema
é composto por três segmentos: o segmento espacial, o segmento de controle e o
segmento do usuário.

Espacial

Neste segmento inclui os satélites e os foguetes Delta que lançam satélites a partir de
Cabo Canaveral, na Flórida.

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Os satélites GPS (mínimo de vinte e quatro satélites) voam em órbitas circulares (seis
planos orbitais) a uma altitude de 10.900 milhas náuticas ou 20.200 km e com um
período de 12 horas.

As órbitas são inclinadas em relação a linha do equador, em 55º para garantir a


cobertura das regiões polares.

Alimentado por células solares, os satélites mantém uma orientação constante a fim de
apontar os seus painéis solares em direção ao sol e sua antena para a Terra. Cada um
dos satélites, posicionados seus planos orbitais, circula a Terra duas vezes por dia.

Os satélites são compostos por:

» Painéis solares - Cada satélite está equipado com painéis solares. Estes painéis
captam a energia do sol, que fornece energia para o satélite durante toda a sua
vida.

» Componentes externos – Esses componentes tais como antenas. O exterior


de um satélite GPS tem uma variedade de antenas. Os sinais gerados pelo
transmissor de rádio são enviados para os receptores GPS por meio da antena
G-banda. Outro componente é o transmissor de rádio, o que gera o sinal. Cada
um dos satélites 32 transmite o seu próprio código único no sinal.

» Componentes internos - Compreende os relógios atômicos e os transmissores


de rádio. Cada satélite contém quatro relógios atômicos. Estes relógios são
precisos, pelo menos, um bilionésimo de um segundo ou um nanossegundo. Uma
imprecisão relógio atômico de 1 / 100th de um segundo se traduziria em uma
medida (ou que varia) de erro de 1.860 milhas para o receptor GPS.

Controle

É o segmento responsável por controlar o todo sistema, incluindo a implantação


e manutenção do mesmo, rastreamento dos satélites em suas órbitas, bem como os
parâmetros do relógio. Monitoramento de dados auxiliares e envio de mensagem de
dados para os satélites.

O segmento de controle também é responsável pela criptografia de dados e proteção


contra o serviço de usuários não autorizados e está estruturado em uma estação principal
(mestre/master), estação de monitoramento e um grupo de antenas terrestres.

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Figura 12. Estruturação do Segmento de Controle do sistema.

Fonte: <www.gps.gov>.

A estação de controle mestre, localizado na Base Aérea de Schriever no Colorado, é


responsável pela gestão global dos sítios de monitoramento e de transmissão remotas,
calculando não só posição, mas também a velocidade, ascensão direita e parâmetros de
declinação para eventual envio de satélites GPS.

As estações de monitoramento consistem em seis estações localizadas na Base de


Dados de Schriever Força Aérea no Colorado, em Cabo Canaveral na Flórida, no Havaí,
na Ilha de Ascensão no Oceano Atlântico, em Diego Garcia no Oceano Índico e em
Kwajalein Ilha no Pacífico Sul.

Outras seis estações de monitoramento adicionais foram adicionados a partir de 2005,


sendo elas na Argentina, no Bahrein, no Reino Unido, no Equador, em Washington
e na Austrália. Cada uma das estações de monitoramento verifica a altitude exata, a
posição, a velocidade e a integridade geral dos satélites em órbita.

O segmento de controle utiliza medições recolhidas pelas estações de monitoramento


para predizer o comportamento da órbita de cada satélite e seu respectivo relógio.
Este segmento também assegura que as órbitas dos satélites GPS e seus relógios
permaneçam dentro de limites aceitáveis.

Uma estação pode localizar até 11 satélites de cada vez. Este check-up é realizado duas
vezes por dia, por cada estação, quando os satélites completam as suas viagens em
torno da Terra.

As variações observadas, como as causadas pela gravidade da lua, do sol e da pressão


da radiação solar, são passadas ​​junto à estação de controle mestre.

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As antenas terrestres desempenham o papel de monitorar e rastrear os satélites de


horizonte a horizonte. Eles também transmitem informações corretivas aos satélites
de forma individualizada.

Usuário

No que diz respeito ao segmento de usuário inclui equipamentos militares e civis que
recebem os sinais GPS. Os equipamentos militares receptores do sinal GPS são os
integrados em equipamentos de caças, bombardeiros, tanques, helicópteros, navios,
submarinos, tanques, jipes e soldados.

Além das atividades básicas de navegação, aplicações militares, o sistema GPS


possibilita a designação de alvos, o apoio aéreo aproximado e as armas “inteligentes”.

Com o aumento da popularidade de receptores GPS ao longo dos últimos anos, a


comunidade civil passou a utilizar o sistema GPS de forma ampla e diversificada.

Os sistemas de rastreamento GPS são usados ​​para encaminhar e monitorar entrega


por vans e veículos de emergência.

Na agricultura de precisão, o GPS é usado para orientar com precisão máquinas


agrícolas empregadas na lavoura, no plantio, adubação e a colheita.

Nos smartphones com o recurso de mapa de navegação GPS ou aplicações similares.

As previsões para a aviação prometem ser revolucionárias. Como as viagens aéreas


quase dobrou no século XXI, o GPS pode representar uma pedra angular do futuro
sistema de gestão do tráfego aéreo (ATM) que irá manter elevados níveis de segurança,
além de reduzir os atrasos e aumentar a capacidade das vias aéreas.

Para promover este futuro sistema de ATM, o objetivo é estabelecer e manter uma
capacidade de navegação baseada em satélite para todas as fases do voo.

Estrutura do Sinal no Sistema GPS


» Este código L1 do GPS (1575,42 MHz) voltou a ser a banda mais importante para
fins de navegação. A maioria das aplicações no mundo hoje em dia é baseada nos
sinais transmitidos nessa frequência. Três sinais são transmitidos no momento

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por GPS em L1: Código C / A, o código P (Y) e M-Code. No futuro, um novo sinal
civil adicional, conhecido como L1C, também será transmitido.

O sinal de código C / A foi pensado principalmente para aquisição do código P (ou Y) e


tornou-se hoje o sinal mais importante para aplicações. O código P é o sinal de precisão
e é codificado pelo código de precisão.

Além disso, o código Y é usado em lugar do código P sempre que o modo de funcionamento
do Antifalsificação (A / S) é ativado.

O sinal militar modernizado (M-Code) é projetado exclusivamente para uso de fins


militares e destina-se na eventual substituição do código P (Y). Esse sinal (M-Code)
fornece melhor resistência do que o sinal P (Y), com um poder bem maior sem
interferência com código C / A ou P (Y). Além disso, o M-Code prevê a aquisição de
sinal mais robusto do que é conseguido hoje, além de oferecer uma melhor segurança
em termos de exclusividade, autenticação e de confidencialidade, juntamente com a
distribuição de chaves aerodinâmicas. Em outros aspectos, o sinal M-Code, é possível
explicar que, fornece um desempenho com mais flexibilidade e bem melhor que o
código P (Y).

O sinal de L1 Civil (L1C), é constituído por dois componentes principais; um denominado


L1 Cp, para representar o sinal piloto e outro L1 Cd, para os canais de dados. Este sinal
é espalhado por um código que varia e é modulado por uma mensagem de dados.

» O código L2 do GPS está transmitindo na banda L2 (1227,60 MHz) um sinal civil


modernizado conhecido como L2C juntamente com o P (Y) e o Código M-Code.
Como podemos observar, o código P (Y) e o M-código já foram explanados nos
parágrafos anteriores e as propriedades e parâmetros são semelhantes às da
banda L1. Além disso, para o Bloco IIR-M, IIF, e blocos subsequentes, existem
dois códigos adicionais que vão ser transmitidos. Eles são o L2 moderado (L2
CM) e o código L2 Longa Civil (L2 CL).

» O código L5 do GPS (1176,45 MHz) foi transmitido pela primeira vez a bordo
de satélites IIF e seu desenvolvimento busca sobretudo atender a demanda
do segmento aéreo. Em comparação com L1 C/A e L2, estas são algumas das
mudanças em L5:

» Melhoria da estrutura do sinal para um melhor desempenho;

» Maior potência transmitida do sinal L1 / L2 (~ 3 dB, ou 2 × tão poderoso);

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» Maior largura de banda, onde oferece 10 × ganho de processamento, fornece


mais nítida autocorrelação (em termos absolutos, não em relação ao tempo de
duração) e requer uma taxa de amostragem maior no receptor;

» Códigos mais de espalhamento (10 × maiores do que C / A);

» Usa a banda Aeronáutica Radionavigation Serviços.

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REFERÊNCIAS

IBGE. Manual do Usuário Posicionamento Por Ponto Preciso. Diretoria de Geociências, 2009.

IBGE. RBMC - Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS. 2014.

Klein, I.; Matsuoka, M.T.; de Souza, S.F.: Análise do serviço on-line de PPP (GDGPS – APPS) para
Receptores de Dupla Frequência: um estudo envolvendo dados de estações da RBMC. Gaea -
Journal of Geoscience, v. 6, no 2, pp. 90-98, 2010.

Klein, I.; Matsuoka, M.T.; de Souza, S.F.: Análise do serviço on-line de PPP (GDGPS – APPS)
para Receptores de Dupla Frequência: um estudo envolvendo dados de estações da RBMC. In:
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