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DEPARTAMENTO CARAÚBAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCENTES:
CAIO FELIPE DUARTE CAVALCANTE
ESTEVÃO HENRIQUE RODRIGUES MAIA
MÁDSON TAVARES PINTO
CARAÚBAS
2017
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
● Caracterização do solo:
● Fundações:
Fundação é uma das várias partes da estrutura de uma edificação na qual recebe
esforços dos pilares, vigas, lajes e etc. e transmitindo ao solo, o seu próprio peso
também.
As fundações acompanham o recalque do solo que se dá em determinado
período de tempo, fazendo com que toda a construção também sofra deformações.
Sendo aplicado a qualquer tipo de estrutura, sejam edifícios, pontes, estradas ou
barragens. SIMONS (1981) relata que, o recalque admissível de uma estrutura é a
quantidade de recalque que esta pode tolerar, e depende de vários fatores, como por
exemplo: o tipo de estrutura, a sua altura, rigidez, funcionalidade, localização, além da
magnitude, velocidade e distribuição do recalque.
Existem várias formas de se escolher a melhor fundação para o caso a ser
solucionado, dentre eles podemos citar:
· As características do solo;
· As características da construção;
● Estudo de caso
O local escolhido para o estudo de caso está situado na costa norte da ilha de
Santa Catarina, mais precisamente no distrito de Canasvieiras e apresenta a unidade
geológica PZsq, caracterizada como Areias Quartzosas hidromórficas com substrato de
sedimentos quaternários. Abaixo, na figura 5, vemos o perfil estudado:
Horn Filho et al. (1999b) realizaram estudo das evidências erosivas presentes na
praia de Canasvieiras, onde constataram a presença de um foco erosivo no setor
nordeste da praia, associado à ocupação antrópica. E Horn (2006) acrescenta: Nas praias
com densa ocupação urbana junto ao ambiente praial, a duna frontal foi
descaracterizada, impedindo consequentemente a troca de sedimentos. Nestas, os
processos erosivos foram intensificados pela ação antrópica ocorrendo o recuo da linha
de costa, como foi observado nas praias de Armação, Barra da Lagoa, Canasvieiras e
Ingleses.
Fundações Diretas:
Sapatas: Fundações desse tipo não podem ser executadas na presença de água,
devido a impossibilidade de execução da forma, apiloamento do fundo e concretagem.
Sapatas pré moldadas até seriam uma opção, mas o bulbo de tensões atingiria a faixa de
argila marinha. A seguir, os cálculos comprovam esta afirmação. Segundo a NBR
6122/1998, a tensão admissível do solo é calculada pela seguinte fórmula:
σadm = σ0 (10/S)½
onde:
σ0 = pressões básicas
σ = V/A
logo, obtém-se uma área de 6,96 m², podendo ser distribuídos em formato quadrado ou
retangular. Para exemplificar, utilizaremos o formato quadrado nas dimensões 2,64 m x
2,64 m. Conforme HACHICH et al. (1998), o bulbo de pressões de uma sapata atinge
profundidades equivalentes a uma vez e meia a largura destas, logo o bulbo de tensões
atingirá uma profundidade de 4,14 metros. Como no projeto consta a existência de um
subsolo, a cota de assentamento da sapata estaria na cota de 4 m, aproximadamente, o
que levaria seu bulbo a camada de argila marinha, aumentando drasticamente a
possibilidade de recalque na fundação.
Bloco de concreto: Blocos de concreto levariam mais material que uma sapata,
devido a inexistência de armadura que suportam os esforços de compressão. Além de
que, a execução de tal fundação é inviável quando se executa no nível da água,
acarretando em desmoronamento da escavação, inundação e segregação do concreto
fresco. Mesmo tendo em vista que o lençol freático será rebaixado para a construção da
estrutura no subsolo, ainda assim o bulbo de tensões do elemento de fundação estaria
assentado sob um solo pouco compactado, aumentando o risco de recalque, devido ao
seu baixo NSPT, que está na faixa de 10 golpes, que segundo BERBERIAN (2001) é
um valor caracterizado como ruim para resistir às tensões oriundas de carregamentos.
Para o caso estudado, ela não pode ser utilizada devido à situação similar usada
na sapata, onde o bulbo de tensões iria ultrapassar a parte rígida do solo em questão. O
bulbo é determinado como sendo aproximadamente uma vez e meia a largura da
fundação. Sendo assim, este atingiria a camada de argila mole, gerando, então,
recalques em toda estrutura.
Vantagens: rápida execução; baixo custo de execução e mão de obra; após 24 horas de
realizada a concretagem, já é possível iniciar a execução da alvenaria de embasamento.
Fundações profundas
Estaca de concreto moldada in loco: Este tipo de estaca pode ser escavada
manual ou mecanicamente. Para executar manualmente, a ferramenta necessária é o
trado. Este tipo de estaca não é de fácil execução em terrenos mais coesos, devido a
limitação do torque, além de não alcançar profundidades superiores a 8 m e suportarem
cargas relativamente baixas. Devido a sua limitação na profundidade, esta solução se
torna inviável por não atingir a camada resistente do solo. O nível d’água também
atrapalha a execução, fazendo com que o esgotamento do furo se torne necessário. A
escavação com trado mecânico, apesar de atingir profundidades superiores, não atende
as necessidades do caso, pois é adequada para terrenos coesos e acima do nível d'água,
justamente ao contrário do que acontece no caso estudado. A execução de tal tipo de
estaca poderia causar colapso no solo e/ou posteriormente segregação e perda de
resistência do concreto utilizado na estaca. Para a estaca escavada mecanicamente,
seriam necessárias no mínimo 5 estacas e para a estaca escavada manualmente, seriam
necessárias no mínimo 9 estacas, aumentando a dimensão do bloco de coroamento e o
tornando mais susceptível à problemas.
Estaca Franki: É uma estaca que oferece alta resistência executada por meio da
cravação de um tubo de ponta fechada no terreno, por meio de uma bucha e execução
de uma base alargada. Na produção da estaca Franki observa-se alto nível de vibrações
e até danificação de construções vizinhas, devido ao peso do equipamento necessário à
sua execução, tornando o uso dessa estaca inviável em certas situações, como a situação
estudada que apresenta alto risco de danificação e deterioração das construções. Outro
contraponto é o elevado tempo de execução, demandando maiores custos com
equipamentos e mão de obra. Seu uso é justificado em edificações acima de 8
pavimentos, onde os custos se tornam proporcionalmente menores devido ao acréscimo
de carga. Para este tipo de estaca seriam necessárias no mínimo 2 estacas do tipo
Franki, tornando sua produção ainda mais danosa a situação encontrada no estudo de
caso, devido ao alto nível de vibrações.
3. CONCLUSÃO
A partir das análises feitas acima, pode-se concluir que as alternativas mais
adequadas para a fundação da estrutura são fundações profundas, visto os efeitos
indesejados que fundações rasas podem causar como recalques diferenciais, parciais,
etc, devido ao alto carregamento sugerido, sendo necessário a utilização de fundações
que atinjam profundidades superiores a 14 metros, onde se encontra uma areia rija
adequada ao assentamento de fundações.
Fundações como estaca Raiz, estaca hélice contínua, estaca ômega, estaca
metálica, estacas de madeira e tubulão são adequadas para esta situação, porém, a partir
deste ponto, levam-se em consideração aspectos de viabilidade e econômicos para a
escolha da fundação mais adequada. A estaca raiz é adequada para qualquer situação,
porém, segundo ANDRADE (2003) o emprego deste elemento de fundação representa
alto custo, principalmente devido à indisponibilidade da tecnologia em nossa região. O
peso do equipamento utilizado na execução de estacas do tipo hélice contínua e ômega
podem ser fatores decisivos para a não utilização deste tipo de fundação, devido à
instabilidade superficial do solo estudado. Tubulões também são desconsiderados
devido ao seu alto preço de execução e por oferecer resistência maior que a suficiente,
caracterizando um superdimensionamento.
A estaca do tipo Hélice contínua também seria viável para esta situação, devido
a possibilidade de execução abaixo do NA, bem como a ausência de matacões no
terreno em que foram realizadas as sondagens, além de sua alta capacidade de carga,
fazendo com que sejam necessárias 4 estacas no pior dos casos.
E a ultima solução a ser tomada, seria o tubulão, a fundação mais onerosa e
dispendiosa, porem viável tecnicamente. O fato de a análise econômica pesar na escolha
torna este tipo de fundação o plano ‘D’ para o estudo de caso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS