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Universidade Federal da Bahia

Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia


Curso de Graduação Zootecnia
Disciplina: Competitividade, Inovação e Empreendedorismo
Prof. Gustavo Bittencourt Machado

Tema 8: Cluster e arranjos produtivos locais. O conceito de cadeia produtiva

Cadeias produtivas e cadeias de valor

- filière: sequência de operações que conduzem à


produção de bens cuja articulação é amplamente
influenciada pelas possibilidades tecnológicas e
definidas pelas estratégias dos agentes. Possuem
relações interdependentes e complementares,
determinadas pelas forças hierárquicas (Morvan).
• Cluster

• termo recente para denominar setores


bem sucedidos da economia mundial, que
alcançaram dinamismo competitivo e
tecnológico através da concentração
geográfica de indústrias pertencentes à
mesma cadeia produtiva com ações
conjuntas de interesses comuns.
• Linhas de pesquisa: Krugman (1991),
Administração de Negócios (Porter, 1998),
Ciência Regional (Scott, 1996), Estudos de
Inovação (Braczyk, Cooke, Heidenreich, 1998) –
enfoque nas empresas como entidades de
interação e por uma ênfase nos fatores locais
para competitividade em mercados globais

• Schmitz e Nadvi (1999): são concentrações


espacial e setorial de firmas
• Porter (1999): concentrações
geográficas de companhias e instituições
em um setor específico que englobam
empresas e outras entidades importantes
para a competição, como fornecedores de
matérias-primas, componentes,
maquinários, serviços e instituições
voltadas para o setor. Estendem-se
vertical e horizontalmente na cadeia
produtiva.
• Haddad (1999): indústrias e instituições que apresentam
conexões entre si, horizontais e verticais e incluem:
empresas de produção especializada, empresas
fornecedoras, empresas prestadoras de serviços,
instituições de pesquisa, instituições públicas e privadas
de suporte fundamental.

• Um cluster se desenvolve para criar capacidades


produtivas especializadas dentro de uma região e
promove o seu desenvolvimento econômico e social.

• Focaliza-se em insumos críticos que as empresas


necessitam para serem dinamicamente competitivas.
• - emergência de uma concentração
geográfica e setorial de empresas das
quais são geradas externalidades
produtivas e tecnológicas.

• Ação conjunta e integração dos agentes


econômicos aos arranjos produtivos
permitem que ocorram as vantagens
competitivas no nível industrial para uma
região, explorando diversas economias de
aglomeração.
• Cooperação produtiva e tecnológica
estimulada a partir de um processo de interação
local, viabilizando o aumento da eficiência
produtiva, gerando um ambiente propício à
elevação da competitividade dos agentes.

• Viabilizar ações que permitam enfrentar e criar


alternativas para as empresas diante da
concorrência desenfreada que a globalização de
mercado impõe aos diversos setores da
economia.
• Aumento da produtividade mediante
integração das empresas, alcance de
matéria-prima, mão-de-obra, máquinas,
equipamento, informação, produtos e
serviços mais qualitativos e inovadores

• Cluster – aglomerações setoriais


localizadas de organizações simbióticas e
sinérgicas que podem permitir um
desempenho superior das empresas
• Condições de clusterização, segundo Steinle & Schiele
(2002), para a formação de um agricluster:

• Condições necessárias: divisibilidade do processo de


produção e possibilidade de transporte do produto

• Possibilidade de dividir o processo de produção em


etapas distintas que permite a especialização e formas
alternativas de coordenação precisam ser evidenciadas.

• A fragmentação do processo de produção depende de


sua divisibilidade técnica.
• - filières são sucessões de atividades ligadas verticalmente, necessárias à produção de um ou mais produtos
correlacionados.

• - cadeia de valor: conceito mais amplo que o de cadeia produtiva.


• Clusters e arranjos produtivos locais

• Arranjos e Sistemas Produtivos Locais

• - embrionária;
• - crescimento do mercado;
• - maturidade;
• -pós-maturidade

• Importância do agronegócio

• Decréscimo relativo dos segmentos de insumos e da produção agropecuária


• Crescimento positivo dos segmentos de processamento e distribuição.

• Agronegócio no Brasil: em torno de 30% do PIB;


• 40% das exportações;
• 52% da PEH;
• 45% dos gastos das famílias são em
• produtos do agronegócio
• Condições suficientes:

Cadeia de valor longa: coordenação dos


múltiplos componentes que formam um
produto final;

- Quanto mais especializada uma


organização, mais sua competitividade
depende da complementaridade dos
atores e mais importante torna-se a
organização do seu ambiente.
• Diversidade de competências:
- Presença de complementaridade mais o
conhecimento de assimilação em um
sistema de criação de valor
• Com base em Freeman (1995), a evolução do processo de
inovação pode ser distinguido em três fases:

1. Empreendedor-inventor: ator predominante no século XIX.


Invenção com um produto radicalmente novo, frequentemente
comercializado pelo próprio produtor;

2. Pesquisa e desenvolvimento em grandes centros:


especialistas reunidos em departamentos distintos;

3. Inovação em rede: aperfeiçoamento das competências


existentes. Ocorre em rede com competências distintas,
combinando habilidades, melhorando um produto existente ou
processo ou mesmo criando um produto novo.
• Haddad (1999): distinção da vantagens
econômicas espúrias das vantagens
competitivas dinâmicas.
• Roteiro metodológico segundo Haddad
(1999):
a) delimitação da área geográfica;
b) indicadores de desempenho setorial;
c) aglomerados ou complexos produtivos;
d) Serviços de suporte empresarial;
- contabilidade de custos, assistência
técnica; controle de qualidade;
manutenção técnica; pesquisa e
desenvolvimento (P&D); fontes de
terceirização e subcontratação.
e) Suporte fundamental
- logística de transporte;
- telecomunicações: qualidade dos serviços;
- sistema educacional: qualidade e acesso;
- Agências regulatórias;
- Sistemas de financiamento;
- Centros de pesquisa e universidades;
- Infra-estrutura especializada;
- entrepostos de comercialização
Indicadores de desenvolvimento social da
região do cluster
• Indicadores de Desenvolvimento Humano
(IDH) da ONU;
• Índice de condições de vida (ICV);
• Empregos gerados pelo cluster;
• Percentagem do emprego gerado pelo
cluster total da região;
• Indicadores de qualidade do emprego:
salário médio real, rotatividade,
segurança, sazonalidade.
• Indicadores ambientais
• - manejo de dejetos produzidos;
• - compactação do solo por sobre-pastejo
na pecuária;
• Formas de controle e reciclagem de
resíduos
• ISSO 14000 (número de certificados)
• Outros
• Desenvolvimento de cultura
organizacional
- Nível de qualificação do empresariado;
- Adoção de técnicas de gestão;
- Adoção de técnicas de planejamento estratégico;
- Marketing rural e internacional;
- Nível de informatização dos setores que compõem o
cluster;
- ISO 9000 (número de certificados)
• Demanda e necessidade de insumos de
conhecimentos, pesquisa, ciência e
tecnologia no cluster:
• desenvolvimento de recursos humanos
especializados;
• sistemas de informação para os clusters;
• combate a enfermidades que causam prejuízos
diretos e indireitos ao cluster;
• Desenvolvimento de técnicas específicas para
ecossistemas brasileiros;
• Centros de pesquisa e laboratórios
especializados
• Mecanismos de inserção da EMBRAPA
e CNPq
- programas institucionais de treinamento;
- programas institucionais de pesquisa;
- apoio à organização de infra-estrutura
especializada de ensino e pesquisa;
- Difusão de incentivos fiscais para
promoção de desenvolvimento científico e
tecnológico

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