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NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS

- As partes podem estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo a determinada


particularidade, desde que haja alguma especialidade que justifique a mudança.
- Cláusula geral de negócios jurídicos processuais (NCPC, art. 190): versando o processo
sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes
estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e
convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou
durante o processo.

 Juiz, de ofício ou por provocação, controlará a validade das convenções nos


casos de (i) nulidade ou (ii) inserção abusiva em contrato de adesão ou, ainda,
(iii) quando alguma parte se encontre em situação de vulnerabilidade.
 Enunciado nº. 36 do ENFAM: A regra do art. 190 do CPC/2015 não autoriza às
partes a celebração de negócios jurídicos processuais atípicos que afetem
poderes e deveres do juiz, tais como os que: a) limitem seus poderes de instrução
ou de sanção à litigância ímproba; b) subtraiam do Estado/juiz o controle da
legitimidade das partes ou do ingresso de amicus curiae; c) introduzam novas
hipóteses de recorribilidade, de rescisória ou de sustentação oral não previstas
em lei; d) estipulem o julgamento do conflito com base em lei diversa da nacional
vigente; e e) estabeleçam prioridade de julgamento não prevista em lei.
- Negócios jurídicos plurilaterais: dependem de convenção das partes e também do
órgão jurisdicional.

 Exemplo: o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos
processuais, quando for o caso.
 Calendarização: calendário vincula as partes e o juiz, admitindo-se modificação
dos prazos apenas em casos excepcionais. Dispensa-se a intimação das partes
para a prática de ato previsto no calendário.
- Negócios jurídicos típicos: foro de eleição e convenção de arbitragem.
- Destaques de negócios jurídicos processuais:
a) as partes podem, de comum acordo, escolher o conciliador, o mediador ou a câmara
privada de conciliação e mediação;
b) suspende-se o processo pela convenção das partes;
c) a audiência de instrução e julgamento poderá ser adiada por convenção das partes;
d) as partes podem estabelecer, ANTES OU DURANTE O PROCESSO, convenção
prevendo distribuição diversa do ônus da prova, EXCETO (i) se recair sobre direito
indisponível ou (ii) tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito;
e) as partes podem, de comum acordo, escolher o perito, desde que (i) sejam capazes e
(ii) a causa possa ser resolvida por autocomposição. A perícia consensual substitui, PARA
TODOS OS EFEITOS, a que seria realizada por perito nomeado pelo juiz.

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