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Igreja Luterana
SEMINÁRIO
CONCÓRDIA
Diretor
Gerson Luis Linden
Professores
Acir Raymann, Anselmo Ernesto Graff, Clóvis Jair Prunzel, Gerson Luis Linden, Leo-
poldo Heimann, Paulo Proske Weirich, Paulo Wille Buss, Raul Blum, Vilson Scholz
Professores Eméritos
Donaldo Schüler, Paulo F. Flor
Norberto Heine
IGREJA LUTERANA
ISSN 0103-779X
Revista semestral de Teologia publicada em junho e novembro pela Faculdade de
Teologia do Seminário Concórdia, da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB),
São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil.
Conselho Editorial
Paulo P. Weirich (Editor), Gerson L. Linden e Acir Raymann.
Assistência Administrativa
Ivete Terezinha Schwantes e Josemar da Silva Alves
Solicita-se permuta
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Correspondência
Revista Igreja Luterana
Seminário Concórdia
Caixa Postal 202
93001-970 – São Leopoldo/RS
Telefone: (0xx)51 3037 8000
e-mail: revista@seminarioconcordia.com.br
www.seminarioconcordia.com.br
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Índice
ARTIGO
Aliança dO SanGUE 5
Paul G. Bretscher
AUXÍLIOS HOMILÉTICOS 29
Igreja Luterana
Volume 70 – Junho 2011 – Número 1
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Artigo
Aliança do Sangue 1
Paul G. Bretscher
1 BRETSCHER, Paul G. The Covenant of Blood. Concordia Theological Monthly. Vol. XXV,
1954, n. 1, 2, 3; January, February, March: pp. 1-27; 109-125; 199-209. Traduzido pelo
Rev. Ivo Dreyer, pastor na Comunidade Evangélica Luterana Cristo, Schroeder/SC.
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Igreja Luterana
1. O SANGUE DA ALIANÇA
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aLIANÇA Do sANGUE
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Igreja Luterana
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aLIANÇA Do sANGUE
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Igreja Luterana
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aLIANÇA Do sANGUE
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Igreja Luterana
2. O SANGUE DA EXPIAÇÃO
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aLIANÇA Do sANGUE
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Igreja Luterana
caso de ofertas por transgressão e pecado (Lv 4-7), eram queimadas sobre
o altar apenas a gordura e as partes internas. O restante era queimado no
local das cinzas, fora do acampamento. Em alguns casos a carne da oferta
pelo pecado, ou parte dela, era comida pelos sacerdotes. Em outros casos
(por exemplo, quando a oferta era feita pelos pecados do sacerdote ou
quando o sangue era usado dentro do tabernáculo) o sacrifício era total-
mente queimado. No caso de ofertas pacíficas (Lv 3.7, 11-38) que eram,
na verdade, sacrifícios espontâneos de ação de graças e louvor, o peito e
a coxa direita eram comidos pelos sacerdotes. O restante da carne, pelo
ofertante e sua família, com a restrição de que poderia comer somente
aquele que era moral e cerimonialmente limpo. A gordura e as partes
internas eram queimadas sobre o altar.
7. As cinzas do que foi queimado sobre o altar eram levadas para fora
do acampamento, ao lugar das cinzas, onde eram queimadas as ofertas
pelo pecado (Lv 4.12; 6.11).
Todas as normas para o sacrifício, com seu significado, podem ser re-
sumidas a partir dos cerimoniais relacionados com o Dia da Expiação, con-
forme apresentado em Lv 16. Todos os sacrifícios prescritos neste capítulo
são, evidentemente, acrescentados às ofertas matutinas e vespertinas de
ovelhas queimadas oferecidas diariamente durante o ano (Êx 29.38-44),
pelo que o fogo sobre o altar nunca deveria apagar (Lv 6.12,13). Cinco
animais estão envolvidos nos sacrifícios do Dia da Expiação:
1. O primeiro é um novilho, que Arão, o sumo sacerdote (ou os su-
mos sacerdotes, seus filhos, depois dele, Lv 16.32), oferece como “oferta
pelo pecado, que é por ele mesmo”, fazendo assim “expiação por si e por
sua casa” (v 6). Arão leva um punhado de incenso e um incensário com
brasas vivas para dentro do Santo Lugar, no interior do véu, e lá coloca o
incenso sobre o fogo, de tal modo que a nuvem de fumaça cobre a Arca
da Aliança e o lugar da misericórdia. Então Arão traz o sangue do novi-
lho recém imolado por ele e o asperge diante do lugar da misericórdia e
sobre o mesmo por sete vezes (vv. 11-14). A gordura do novilho é poste-
riormente queimada sobre o altar (v. 25), e a carne é queimada fora do
acampamento (v. 27).
2. A segunda oferta é um dos bodes, uma oferta pelo pecado do povo
(v. 15). Dois bodes são, a princípio, escolhidos, e por sorte se determina
qual deles será sacrificado e qual será o bode emissário (v. 8). O sangue
do bode morto, como o do novilho, é trazido para dentro do véu e espar-
gido sobre o lugar da misericórdia, bem como diante dele. Esta aspersão
do sangue faz expiação pelo santo lugar, que é profanado por causa dos
pecados do povo de Israel (v. 16). O sangue da aspersão também faz
expiação pelo Tabernáculo e pelo altar (vv.16,19), que também precisam
ser “purificados e santificados por causa da impureza dos filhos de Israel”.
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aLIANÇA Do sANGUE
Sangue do novilho e do bode são colocados nas pontas do altar (v. 18).
A gordura do bode é posteriormente queimada sobre o altar, junto com a
do novilho. A carne do bode é queimada fora do acampamento.
3. O terceiro animal envolvido nos cerimoniais do Dia da Expiação é o
bode emissário. Arão coloca ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo,
e confessa sobre ele “todas as iniquidades dos filhos de Israel, todas as
suas transgressões e todos os seus pecados, colocando-os sobre a cabeça
do bode” e então o envia ao deserto, carregando todas as iniquidades
deles (Lv 16.21,22).
4. Os dois últimos são carneiros, oferecidos agora como ofertas quei-
madas. O primeiro, para fazer expiação pelo próprio Arão; e o segundo,
pelo povo (vv. 3,5,24). O pleno significado e aplicação dos cerimoniais do
yom kippurim são sumarizados nos dois últimos versículos de Lv 16:
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Igreja Luterana
Esta é uma interessante lista de estágios através dos quais pode passar
um homem, querendo silenciar a voz da consciência e conquistar o favor
de Deus. Primeiro virá com ofertas queimadas. Se isto não lhe assegura a
paz com Deus, ele pode oferecer grandes presentes – milhares de carnei-
ros, dez mil ribeiros de azeite. Se estes não satisfazem, pode ser levado a
oferecer a Deus aquilo que lhe é mais precioso, o sacrifício supremo que
alguém poderia imaginar – e tenham piedade dos pobres pagãos que, na
sua desesperadora luta para comprar o favor de Deus, estavam dispostos
a fazê-lo – o primogênito, o fruto do seu corpo, pelo pecado da sua alma.
Todas estas tentativas pagãs de apaziguar a consciência e encontrar a paz
com Deus são realmente patéticas, tanto mais porque repousam sobre
a premissa blasfemadoramente falsa de que a misericórdia de Deus está
à venda, e que o homem tem o poder de merecer e comprar o favor de
Deus.
O espírito do sacrifício, na Lei do AT, não tem nada a ver com essas
concepções pagãs. Em nenhum lugar tem-se a mínima impressão de que
o homem, ao oferecer sacrifícios a Deus, estivesse oferecendo a Deus um
presente. Ao contrário, através do sacrifício Deus concede Seus dons ao
homem. No sangue do sacrifício Deus está derramando sobre o homem as
riquezas da graça perdoadora. Este é o significado da palavra “expiação”.
Em Levítico, sempre de novo encontramos uma expressão como a seguinte,
que resume a essência do sacrifício: “O sacerdote fará expiação por ele
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aLIANÇA Do sANGUE
com respeito ao seu pecado; e lhe será perdoado” (Lv 4.20, 26, 31, 35,
etc.). No sacrifício, o homem não sobe a Deus. Pelo contrário, Deus desce
até o homem. Esta grande realidade é enfatizada em Lv 1.4: “E ele [o
homem que traz o holocausto voluntário] porá sua mão sobre a cabeça da
oferta queimada; e será aceito a favor dele para fazer expiação por ele”.
Observem as palavras: “será aceito em favor dele”. Deus não é obriga-
do, em nenhum sentido. A aceitação do sacrifício é um ato de pura graça, e
o homem permanece para sempre devedor a Deus. Ou lembrem novamente
da passagem principal, Lv 17.11: “Pois a vida da carne está no sangue; e
eu vo-lo dei sobre o altar para fazer expiação por vossas almas”.
O sacrifício não é expediente humano para conquistar o favor de Deus.
É o meio de Deus para trazer Sua graça e perdão ao homem, pois Ele diz:
“Eu vo-lo dei para fazer expiação em favor de vossas almas”, i.e., pela
vida que perdestes por causa do vosso pecado. Assim é perfeitamente
compatível que Deus exija humildade da parte do Seu povo. Em momento
algum ousariam eles pensar que seriam melhores do que os outros povos;
que haviam merecido a graça. Em suas últimas palavras a Israel, Moisés
extravasa a fim de gravar a importância da humildade total, autoesvazia-
dora, perante Deus, humildade que dá toda a glória a Javé. Ele diz, por
exemplo, em Dt 7.6-8:
Não digas no teu coração: Por causa da minha justiça é que o Se-
nhor me trouxe a esta terra para a possuir (...) Não é por causa da
tua justiça, nem pela retitude do teu coração que entras a possuir
a sua terra, mas pela maldade destas nações o Senhor teu Deus
as lança fora, de diante de ti; e para confirmar a palavra que o
Senhor teu Deus jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó. Sabe,
pois, que não é por causa da tua justiça que o Senhor teu Deus
te dá esta boa terra para possuí-la, pois tu és um povo teimoso.
Lembrai-vos e não vos esqueçais de que muito provocastes à ira
o Senhor vosso Deus no deserto (...) Rebeldes fostes contra o
Senhor desde o dia em que vos conheci.
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aLIANÇA Do sANGUE
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Igreja Luterana
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Igreja Luterana
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aLIANÇA Do sANGUE
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Igreja Luterana
Pelo que nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue; por-
que, havendo Moisés proclamado todos os mandamentos segundo
a lei, a todo povo, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes,
com água, e lã tinta de escarlate, e hissopo, e aspergiu não só o
próprio livro, como também todo o povo, dizendo: Este é o sangue
da aliança, a qual Deus prescreveu para vós outros. Igualmente
também aspergiu com sangue o Tabernáculo e todos os utensílios
do serviço sagrado. Com efeito, quase todos as coisas, segundo
a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue
não há remissão. (Hb 9.18-22).
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aLIANÇA Do sANGUE
pelo sangue dos sacrifícios de animais, mas pelo sangue de Cristo. Desta
forma, Hb 9.13-15:
Ora, visto que a Lei tem sombra dos bens vindouros, não a
imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os
ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, per-
petuamente, eles oferecem. Doutra sorte, não teriam cessado
de ser oferecidos, porquanto os que prestam culto, tendo sido
purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de
pecados? Entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação de pe-
cados todos os anos, porque é impossível que sangue de touros
e de bodes remova pecados.
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Igreja Luterana
Todavia o meu justo viverá pela fé (...), porém nós (...) somos
da fé, para a conservação da alma. (vv. 38, 39).
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aLIANÇA Do sANGUE
Visto que a expiação do homem custou preço tão elevado, está também
ali a seriíssima advertência de que ela não deve ser desprezada:
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AUXÍLIOS HOMILÉTICOS
CONTEXTO LITÚRGICO
TEXTO
Os onze
Ao contrário de outros discursos de Jesus onde os ouvintes são mul-
tidões, aqui Ele fala àqueles que foram testemunhas desde o início e que
foram instruídos por Ele com respeito à pregação do evangelho. Hoje
em dia ninguém se enquadra nesta descrição. No entanto, aqueles que
são chamados pela igreja a fim de se dedicarem ao estudo e ensino da
29
Igreja Luterana
Palavra, exercem funções que eram comuns aos apóstolos. Dessa forma
podemos dizer que a comissão de Cristo é dada também aos pastores da
atualidade, embora aprendamos de outras passagens que a Igreja toda
dá testemunho de Cristo.
De todas as nações
Você, pastor, e os ouvintes no banco à sua frente estão incluídos aqui.
Sua mensagem, a congregação e os visitantes em sua igreja só existem
porque ao longo da história pessoas de todas as nações foram sendo trans-
formadas em discípulos por meio do Batismo no Deus Triúno e do ensino
das Escrituras. A comissão não acabou. Portanto, ainda hoje Jesus quer
que pessoas de todas as nações (não somente luteranos, ou católicos, ou
30
domingo da Santíssima trindade
SUGESTÃO DE ESBOÇO
Alexandre T. Vieira
Concordia Seminary, St. Louis, USA
alexandret.vieira@yahoo.com.br
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SEGUNDO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
26 de junho de 2011
CONTEXTO LITÚRGICO/HISTÓRICO
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sEGUNDO DOmingo APÓS PENTECOSTES
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Igreja Luterana
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sEGUNDO DOmingo APÓS PENTECOSTES
sentirei que você está pregando o evangelho que eu sempre quis pregar...
em meus sapatos” (BARCLAY, 1975, p.429).
Com certeza Deus dará o mesmo galardão aos dois pelo que fizeram,
pois ambos estavam servindo a Deus em seu Reino. E o mesmo não é
diferente a outras situações similares, pois o próprio Cristo afirma o se-
guinte: “E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um
destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que
de modo algum perderá o seu galardão.”
REFERÊNCIAS
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TERCEIRO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
03 de julho de 2011
36
tERCEIRO DOmingo APÓS PENTECOSTES
diz “Meu Pai” (Mt 26.39). Os judeus que eram os inimigos de Jesus não
gostavam dessa expressão, pois eles interpretavam isso como se Jesus
estivesse reivindicando igualdade com Deus (cf. João 5-18). Neste con-
texto essa expressão se torna muito apropriada, pois além de Deus ser
o Pai de Jesus, Ele também é o Pai de todos aqueles que Jesus chama
carinhosamente de pequenino.
Aqui cabe uma importante pergunta: Porque Jesus louva a Deus por
ocultar dos sábios e revelar aos pequeninos? A intenção não é salvar a
todos? Jesus não está negando a Salvação, mas está afirmando que ela
não é compreendida e alcançada pela compreensão humana. Talvez facilite
a compreensão se nós relacionarmos aos personagens, neste casso os
pequeninos. O termo pequeninos – 11.25 (nhpi,oij) fisicamente falando,
refere-se a crianças (crianças que ainda necessitam do peito). Crianças
que não têm condições de se defender e são completamente dependentes
de alguém. Nesse caso, pequeninos são todos aqueles que sabem que
são totalmente dependentes de outro. Pequeninos são todos aqueles que
estão convictos da sua absoluta dependência do carinho e da misericórdia
do Pai. Esses vão esperar tudo do Pai e vão receber dEle tudo o de que
precisam para desfrutar da salvação. Devemos ainda tomar cuidado para
não confundirmos os termos “sábios e entendidos” com “pequeninos”.
Cristo aqui não está se referindo a pessoas instruídas e pessoas analfabe-
tas. O contraste aqui exposto é entre aqueles que imaginam que pela sua
sabedoria superior ou por suas obras possam ser salvas, e entre aqueles
que reconhecem e compreendem que só pela graça podem ser salvas.
Se isso ficar claro para cada um de nós, então podemos dizer com toda
certeza que uma pessoa bem qualificada com um intelecto elevado pode
ser tida como um “pequenino”, e uma pessoa com pouca instrução pode
ser considerada uma pessoa sábia e instruída.
Como entender que Jesus louve por ser assim? Jesus não estava
agradecendo pelo fato de os sábios serem ignorantes por confiarem em
si mesmo e na sua capacidade, mas ele estava agradecendo porque até
mesmos os iletrados sabiam como serem salvos. As palavras “porque as-
sim foi do teu agrado” parecem ressaltar que ocultar diante dos sábios e
entendidos não foi um acaso nem sequer um acontecimento secundário,
mas corresponde ao agrado de Deus. É sua determinação que está por trás
do acontecimento, pois é da vontade de Deus que todos sejam salvos. E
para que esta salvação aconteça, basta viver e deixar Deus agir em nós
e deixar que Ele conduza o curso de nossas vidas.
Jesus louva porque o caminho não é aberto por força ou capacidade,
pois se assim fosse nem todos poderiam entrar no reino de Deus. Jesus
louva porque o caminho só é aberto através da eterna graça de Deus e
desta forma ele está aberto a cultos e incultos, letrados e iletrados, in-
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Igreja Luterana
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tERCEIRO DOmingo APÓS PENTECOSTES
está dizendo que teremos uma vida livre de dificuldades, mas o descanso
é que mesmo na dificuldade poderemos ter certeza da salvação.
Quando Jesus diz “tomai sobre vós o meu jugo” é como se Ele esti-
vesse dizendo “tornem-se meus discípulos”, ou seja, aceitem aquilo que
ensinei. Uma pessoa não é salva por obras que faz, mas somente pela
obra que eu faço por ela, por isso confiem em mim, pois o meu jugo é
suave e o meu fardo é leve, pois ele é desprovido de exigências, mas é
farto em doações.
Se o convite de Jesus for levado a sério, perceberemos que ele não
somente oferece benefício à alma, mas também beneficia enormemente
o corpo. O descanso e a paz ao coração e à mente é exatamente o oposto
das opressões que levam muitas pessoas aos médicos, hospitais e até
mesmo à morte. A simples ausência de paz no ser humano pode produzir
inúmeras doenças. O ensino de Cristo, além de tranquilizar a nossa alma
em relação à vida eterna, é também um ensino terapêutico para todo nosso
corpo. Jesus é, sem dúvida nenhuma, um Salvador completo.
PROPOSTA HOMILÉTICA
BIBLIOGRAFIA
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QUARTO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
10 de julho de 2011
CONTEXTO
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qUARTO DOmingo APÓS PENTECOSTES
força e consolo para todos os que estão com Jesus. Ao mesmo tempo trará
um alerta aos que os desprezam e pensam poder lidar com a própria vida
com uma independência irreal.
APLICAÇÃO HOMILÉTICA
41
Igreja Luterana
Eduardo Viza
São Leopoldo/RS
eduardo.viza@gmail.com
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QUINTO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
17 de julho de 2011
CONTEXTO
43
Igreja Luterana
TEXTO
Vv. 24, 37, 38: Jesus costumava começar suas parábolas com esta
expressão: “O Reino dos céus é semelhante a...” Este é o mesmo reino dos
céus que João Batista já anunciava: “Arrependei-vos, porque está próximo
o reino dos céus” (Mt 3:2). E tal afirmação se repete nos ensinamentos de
Jesus. Tal reino será plenamente instaurado na última vinda de Cristo.
Filho do Homem é o título preferido de Jesus ao se referir a si mesmo,
tanto no estado de humilhação (Mt 8.20) quanto no de exaltação (Mc 2.10).
Também é interessante notar que o campo abrange todo o mundo. Campo,
na cultura hebraica, referia-se a um território sem cercas, campo aberto,
onde qualquer um podia entrar, contrastando com a vinha, que se referia
normalmente a uma área fechada. Tal fato mostra a universalidade da
mensagem do Evangelho, que é semeado mundo afora, a toda cultura e
nação, e também o desejo divino de um campo bom e produtivo. Campo
que, no primeiro plano, só teria trigo. Somente boa semente, os filhos
do reino. Vale a pena ressaltar que na parábola Jesus fala de sementes
e de servos, mas existe apenas um semeador, que espalha as sementes.
Somente através da ação de Deus que alguém vem a crer e assim ser
adotado como filho de Deus.
Vv. 25-28a; 38b-39a: Aqui temos um falso semeador e uma semente
ruim. Jesus afirma a existência de um inimigo, velho e astuto, que desde
o princípio já trazia a morte e a desgraça. Um inimigo que não pode ser
subestimado, pois suas sementes são venenosas, como é o próprio joio,
que se parece em muito com o trigo, mas produz o mal. Em contraponto,
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qUINTO DOmingo APÓS PENTECOSTES
LEI E EVANGELHO
Lei – O Diabo está presente neste mundo, assim como seus servos,
frutos de sua semeadura. A igreja está neste mundo e sofre com ele,
diante de injustiças sem fim. E assim vai ser até o juízo.
Evangelho – Deus promete glória àqueles que são seus, no final dos
tempos. O inimigo já foi vencido por Cristo na cruz, e Ele promete não
condenar nenhum dos que lhe foram entregues, mas salvar a todos os
que confiam na sua misericórdia.
CONTEXTO LITÚRGICO
45
Igreja Luterana
impulsionada por Cristo para jamais desistir, seja diante das adversidades,
seja diante dos frutos do diabo e dos seus servos neste mundo.
PROPOSTA HOMILÉTICA
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
A BÍBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Almeida. 2ª ed. rev. e at. São
Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
CONCORDÂNCIA BÍBLICA. Baseada na edição revista e atualizada no
Brasil da tradução João Ferreira de Almeida. 2ª ed. rev. e at. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
GIBBS, Jeffrey A. Concordia Commentary: a theological exposition
of Sacred Scripture. General Editor Dean O. Wenthe: Matthew 11:2 –
20:34. Saint Louis : Concordia, 1996-2010.
GOERL, Otto A. Púlpito: Epifania. v.2. Porto Alegre: Concórdia, 1980.
LUTHER, Martin. Luther’s Works: First Lectures on The Psalms II.
v.11. Saint Louis: Concordia, 1955-2009.
LUTHER, Martin. Luther’s Works: Lectures on Romans. v.25. Saint
Louis: Concordia, 1955-2009.
LUTHER, Martin. Luther’s Works: Lectures on Isaiah. v.25. Saint Louis:
Concordia, 1955-2009.
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SEXTO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
24 de julho de 2011
LEITURAS
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Igreja Luterana
48
sEXTO DOmingo APÓS PENTECOSTES
a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. Uma
declaração de difícil compreensão, mas Tasker destaca desta afirmação
que “Parece que a referência é ao discípulo de Jesus que aprendeu as
verdades do reino dos céus [...] a respeito das quais Jesus tem dado ins-
truções. Tal ‘escriba’, na qualidade de mestre da ‘lei de Cristo’, tem rico
depósito de conhecimento do qual pode retirar verdades que podem ser
descritas como novas e... velhas. São novas no sentido de que somente
com a vinda do Messias foram reveladas claramente; são velhas porque
se referem aos mistérios que estão presentes na mente de Deus, mas
ocultos desde a criação/do mundo”.3
Everaldo Teixeira
Arabutã/SC
eve.teixeira@hotmail.com
3
TASKER, R. V. G. Evangelho Segundo Mateus.
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SÉTIMO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
31 de julho de 2011
CONTEXTO LITÚRGICO
3. Os textos
3.1 Ideia central
Salmo 136.1-9 (23-26) – Nós rendemos graças ao Senhor, Deus dos
céus e da terra, por sua bondade e por sua misericórdia que dura para
sempre.
Isaías 55.1-5 – É um chamamento aos que têm sede e fome. Não
precisa ter dinheiro. Pode-se comprar e comer sem dinheiro. O requisito
aqui é a sede e a fome.
Mateus 14.13-21 – “Jesus se compadece”. Cristo se compadece do ser
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sÉTIMO DOmingo APÓS PENTECOSTES
humano. Cristo alimenta a multidão que não tinha fome “física” apenas.
Cristo alimenta a multidão por completo, corpo e alma, dando descanso
aos corações aflitos. Bondade, misericórdia e compadecimento aos que
têm sede e fome.
Romanos 9.1-5 (6-13) – Paulo fala da incredulidade do povo de Israel.
Mesmo na condição de povo de Deus, muitos não creram na mensagem de
Cristo. Isso ressalta o fato de que Deus escolhe e chama todos os povos
para serem seus filhos. É a vontade de Deus o fator determinante, e não
o pertencer a um determinado povo ou etnia.
3.2 Idéias comuns
O ser humano tem sede e fome de paz. Na misericórdia de Deus en-
contramos o banquete celestial do perdão: Cristo.
3.3 Objetivo geral
Deus nos alimenta com a Sua paz.
3.4 Ênfase teológica
O ser humano se encontra em estado de pecado. Sem força, sedento
e faminto, encontra a paz na misericórdia de Deus que alimenta os peca-
dores com o banquete da paz.
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Igreja Luterana
2. Exegese
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sÉTIMO DOmingo APÓS PENTECOSTES
com compaixão, amor, misericórdia. Cristo quer ser nosso pastor e por
isso ele nos toma como suas ovelhas para estar em nossa companhia.
3.Encaminhamento homilético
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Igreja Luterana
3.4 Tema
Jesus se compadece e nos alimenta.
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OITAVO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
07 de agosto de 2011
LEITURAS DO DIA
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Igreja Luterana
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oITAVO DOmingo APÓS PENTECOSTES
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Igreja Luterana
Mestre, tudo ia bem. Mas uma golfada forte e incomum de vento e uma
onda excepcionalmente alta levaram-no a gaguejar de medo. Sua fé va-
cilou. Ele começou a afundar. Não mais confiava na palavra que lhe fora
dirigida. Em sua situação crítica, porém, clamou ao Mestre, que Ele ainda
conhece como o Senhor do universo.
Assim como Pedro começou a afundar, qualquer um de nós também
pode sucumbir. Pois muitas vezes queremos ir ao encontro de Jesus, mas
não conseguimos. As coisas em nossa volta desviam nosso olhar. A nossa
natureza desvia nosso olhar, tornando assim impossível irmos até Jesus.
Mas Ele vem ao nosso encontro, assim como veio ao encontro de Pedro.
A bondade paciente do Senhor o salva. Jesus rapidamente o pegou
e o ergueu sobre a água. O Senhor tem paciência com a fraqueza dos
que estão com Ele. Ele ouve seus gritos. Ele os sustém, com Sua mão
poderosa, até mesmo, na hora da morte. Até porque a morte já não tem
poder sobre nós. Porque Jesus a venceu por nós.
Vv. 32,33: Cristo é o Senhor supremo e absoluto dos elementos da
natureza. A natureza também é natureza de Deus, criada e preservada
por Ele. Por isso o vento cessou logo, não de modo gradual, mas de re-
pente, quando Jesus e Pedro subiram ao barco, porque Jesus tem controle
sobre a natureza. Não é de admirar que todos os que estavam no barco,
não só os discípulos, mas todos os passageiros, o adoraram, dando-lhe
espontaneamente a glória e a honra como sendo o Filho de Deus. Eles o
adoraram como se devia adorar o Deus de Israel. Eles o adoraram porque
reconheceram que Jesus era Deus assim como o Pai. Nós também cremos,
confessamos e ensinamos que Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho de
Deus. O Filho de Deus que sempre está presente. O Filho de Deus que
não nos deixa sós. A Ele seja a glória hoje e para sempre.
SUGESTÃO DE ESBOÇO
Geomar Martins
Bela Vista/MS
geomarmsro@yahoo.com.br
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NONO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
14 de agosto de 2011
LEITURAS DO DIA
59
Igreja Luterana
O TEXTO
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nONO DOmingo APÓS PENTECOSTES
9.27, vemos que de alguma forma ela conhecia a esperança dos israelitas
com relação ao Messias. Vemos que sua fé e reconhecimento de Cristo
como o Messias vieram pelo ouvir destas coisas. Vemos aqui uma confis-
são de fé. Ao chamá-lo de Senhor, Filho de Davi, ela confessa reconhecer
em Jesus o Messias. Da mesma forma vemos o reconhecimento de que
em sua aflição e insignificância esta mulher abandona todo orgulho e
vergonha e se coloca aos gritos e de joelhos na esperança de que Jesus,
por misericórdia, a ajude. Vemos uma mãe, talvez na maior aflição que
possa sentir, voltando e esperando tão somente no Senhor.
Vv. 23-27: Ao longo do tempo, quanto à reação de Jesus, tem sido
dada grande ênfase à ideia de que o Senhor estaria testando a fé da mu-
lher cananeia. Porém, não podemos ignorar que este fato se dá durante
os anos de aprendizado “teológico” dos discípulos.
Não é verdade que a reação inesperada, enigmática, desconcertante,
e até ofensiva de Jesus, reflete muito bem o pensamento judeu, e por que
não dizer, pelo menos até aquele momento, também dos discípulos? Não
pensavam eles que Jesus não deveria se envolver com tais pessoas?
Muitos comentários bíblicos a respeito deste episódio falam de Jesus
sendo “convencido” pela fé da mulher. Mas se refletirmos neste sentido,
veremos que muito mais do que convencer a Jesus, a fé daquela gentia,
provada em seu dialogo com Jesus, mostra aos discípulos o que realmente
torna alguém parte do povo de Deus – a fé no Salvador, o crer e esperar
nEle acima de todas as coisas.
V. 28: Esta mulher já era membro do povo de Deus, não por causa do
seu nascimento e sua nacionalidade (Rm.9.7,8; Gl.4.28), mas pela fé em
seu Salvador, o Filho de Davi, era verdadeiramente uma filha de Deus.
“Grande é a tua fé”, afirma Jesus. Essa fé contrasta com a timidez e
pequena fé tanto dos discípulos (8.26; 16.8) quanto de Pedro (14.31). A
fé demonstrada por essa mulher é a fé que agrada a Jesus. Por isso, ele
pode dizer, em seguida: “Faça-se contigo como queres”. Outro fato impor-
tante é que sua fé não está preocupada única e exclusivamente consigo
mesma, o que é uma característica da verdadeira fé cristã.
SUGESTÕES HOMILÉTICAS
61
Igreja Luterana
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DÉCIMO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
21 de agosto de 2011
LEITURAS DO DIA
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Igreja Luterana
64
dÉCIMO DOmingo APÓS PENTECOSTES
65
Igreja Luterana
APLICAÇÃO HOMILÉTICA
66
dÉCIMO DOmingo APÓS PENTECOSTES
aquilo que as Escrituras afirmam, pode-se ver que Deus é fiel em cumprir
aquilo que promete. As leituras que compõem esse domingo apontam para
um Deus fiel e poderoso.
Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, o cumprimento da promessa de
Deus. Aquele que por meio do Espírito Santo cria a fé em nosso coração
e nos torna bem-aventurados (felizes). Jesus é o Cristo, o fundamento
verdadeiro e único, sobre o qual a igreja se mantém de pé.
PROPOSTA HOMILÉTICA
67
DÉCIMO PRIMEIRO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
28 de agosto de 2011
CONTEXTO DO TEXTO
TEXTO
68
dÉCIMO PRIMEIRO DOmingo APÓS PENTECOSTES
és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e,
sim, das dos homens.” Cristo sem a cruz é uma ideia humana, diabólica.
Aí está Satanás falando pela boca de um discípulo destacado de Jesus,
renovando sua investida no deserto (Mt 4.1-11).
Então Jesus continua seu “bate-papo” interrompido por Pedro falando
do que representa ser um discípulo dEle: negar-se, tomar a sua cruz e
segui-lo. Contudo, virá o dia em que Jesus voltará não mais em pobreza e
humildade, mas na plena glória de sua divindade, que ele exercerá também
segundo a sua natureza humana. Acompanhado dos anjos, ele virá para
o juízo, e retribuirá a cada um de acordo com o que fez, segundo cada
pessoa atestou sua fé pelas obras de suas mãos.
USO HOMILÉTICO
69
Igreja Luterana
PROPOSTA HOMILÉTICA
Miquéias Eller
Ariquemes/RO
miqueiaseller@yahoo.com.br
70
DÉCIMO SEGUNDO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
4 de setembro de 2011
LEITURAS DO DIA
71
Igreja Luterana
SUGESTÕES HOMILÉTICAS
72
dÉCIMO SEGUNDO DOmingo APÓS PENTECOSTES
Lei
Mostrar que ninguém escapa de errar. Nesses momentos, é preciso que
haja alguém que mostre o erro ao que errou. Essas pessoas são colocadas
por Deus. Os profetas, os apóstolos, as autoridades civis e eclesiásticas.
Condenar o erro, condenar a atitude contrária à vontade de Deus.
Evangelho
Deus quer ter o ser humano junto de si, quer dar-lhe o perdão, o con-
forto de que tanto precisa. Para isso envia seus mensageiros a fim de que
os que erraram possam se arrepender e voltar a Deus, possam receber o
perdão, a graça maravilhosa de Deus e, assim, possam exclamar como o
salmista: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pe-
cado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui
iniquidade e em cujo espírito não há dolo” (Sl 32.1,2).
Objetivo
Condenar o erro do ser humano com o propósito de que haja arrepen-
dimento e que a graça de Deus possa ser dada em abundância. Cultivar o
perdão e amor mútuos. Perdão é leveza conquistada junto à cruz de Jesus
Cristo. Leveza que é fermento do Reino, que faz nosso ambiente refletir
que somos feitos à imagem de Deus. Que o Senhor tenha misericórdia de
nós, e nos ajude a transmitir graça em nossas ações e perdões.
Olmar Nornberg
Brasil Novo/PA
opomerano@yahoo.com.br
73
DÉCIMO TERCEIRO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
11 de setembro de 2011
CONTEXTO LITÚRGICO
CONTEXTO CIVIL
TEXTOS
74
dÉCIMO TERCEIRO DOmingo APÓS PENTECOSTES
que se faz conhecido (vv.6,7); atua com misericórdia, sem retribuição com
mal ao mal praticado, que afasta e esconde o mal cometido (vv.8-12).
Gênesis 50.15-214: Três coisas são destacadas aqui: deixar que
Deus seja o juiz para os erros alheios (v.19); ver que mesmo sob a ação
pecadora, a providência divina e o seu governo ainda são reais e ativos
e assim Ele pode usar toda espécie de mal para a construção do bem,
segundo a sua vontade (v.20); em seu Reino, ou no governo do Reino de
Deus, alinhando com o Salmo, pelo mal que foi praticado se recebe total
perdão, mas não apenas o perdão. No Reino do governo de Deus também
se recebe amor, afeto e cuidado (v.21).
Romanos 14.1-12: A igreja é chamada a acolher os fracos na fé.
Mas quem é fraco? O exemplo inicia-se com o tipo de alimento. Passa pela
questão dos dias e termina como se Paulo dissesse: “pouco importa”, pois
tudo existe em e para o Senhor. Vale ressaltar que a fraqueza também
está na vida piedosa quando se despreza quem não a tem. Por outro lado
igualmente fraco é o que não tem vida piedosa e julga aquele que a busca
ter (Rm 14.10). O centro da questão é o olhar para “quem é o outro?” Mas
antes disso é preciso saber que “o outro”, é “o outro” que Deus sustém
(Rm 14.4). Quem seria capaz de julgar a Deus? Pois o outro é expressão
da vontade, do cuidado e do governo de Deus. O Senhor morreu para que
o outro seja inteiramente dEle (Rm 12.9). Nesse governo contínuo de Deus
que tanto chama como mantém, Deus faz cada um em sua pluralidade lhe
servir. Em outras palavras, Deus é quem é o Senhor e esse Senhor não me
incumbiu da “ronda”. Ele me incumbiu do descanso no amor e na certeza
de que é Ele quem produz tanto o querer quanto o realizar. Mas também
me é uma advertência: cada um dará contas de si mesmo a Deus. Já isto
é muito para qualquer ser humano: cuidar de si próprio.
Mateus 18.21-35: Reino de Deus. O assunto começou no fim do
capítulo 17 com a questão do pagar ou não impostos. Jesus pergunta e
Pedro responde: Os estrangeiros devem pagar, não os filhos (Lc 17.25,26).
Mas ainda que os filhos fossem isentos, Jesus começa a mostrar como as
coisas são em seu Reino: mesmo que não precisássemos pagar, vamos
pagar (Lc 17.27). O capítulo 18 então segue com exposições da forma de
governo de Deus: os valores de maior ou menor não seguem os padrões
humanos (18.1-5); o prêmio da salvação não vem para os ‘merecedores’,
mas justamente para os imerecedores e perdidos (18.11); o pecado é, no
máximo, diminuído, encoberto, silenciado (18.15); o perdão é ilimitado,
os súditos devem refletir o jeito de governar do Rei (18.21-35).
4 KIDNER, Derek. Gênesis – introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1979. p.
207.
75
Igreja Luterana
CONTEXTUALIZANDO
76
dÉCIMO TERCEIRO DOmingo APÓS PENTECOSTES
PONTOS DE CONTATO
O Salmo nos lembra como Deus age conosco: perdão sem merecimento.
Gênesis atesta um exemplo desse perdão que ultrapassa o perdoar, mas
que, como também disse o Salmo, reverte em afeto e amor. A Epístola
alinha com Gênesis e o Salmo na questão da providência divina, do seu
governo, do seu cuidado e, assim, nosso julgamento fica limitado ou nulo
quando temos à nossa frente e à nossa volta a vontade e o governo de
Deus sendo realizados.
O Evangelho nos aplica:
a. ao Salmo: perdão sem merecimento.
b. a Gênesis: chamando-nos a proceder da mesma forma, ou seja,
como José, deveríamos nós também perdoar generosamente.
c. à Epístola quando esse perdão deve pulsar em aceitação, acolhi-
mento.
Ondiekson F. Lenke
Realengo/RJ
lenke.lenke@bol.com.br
77
DÉCIMO QUARTO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
18 de setembro de 2011
CONTEXTO
TEXTO
78
dÉCIMO QUARTO DOmingo APÓS PENTECOSTES
79
Igreja Luterana
APLICAÇÃO HOMILÉTICA
80
dÉCIMO QUARTO DOmingo APÓS PENTECOSTES
CONCLUSÃO
81
DÉCIMO QUINTO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
25 de setembro de 2011
LEITURAS DO DIA
82
dÉCIMO QUINTO DOmingo APÓS PENTECOSTES
CONTEXTO
TEXTO
Vv. 28-30a: A parábola dos dois filhos está interligada com o relato
da perícope anterior (vv. 24-27), onde o ponto de contato é a atitude
que as autoridades religiosas tiveram com João Batista e sua pregação,
conforme Lc 3.3: “Ele (João Batista) percorreu toda a circunvizinhança do
Jordão, pregando batismo de arrependimento para remissão dos pecados”.
A mensagem fazia parte da profecia da proximidade do reino de Deus
que seria manifesta em Cristo e na qual os líderes judaicos também não
creram e não aceitaram. A pergunta de Jesus na parábola é clara, simples
e objetiva: “Quem fez a vontade do pai?”
O pai tem dois filhos. Ele pede ao primeiro que vá trabalhar na vinha
e este diz que não vai, se arrepende e acaba indo. E o segundo diz que
vai, mas não vai.
Depois de expor a parábola, Jesus pergunta para os ouvintes e, pos-
sivelmente para aqueles que estavam questionando sua autoridade (vv.
23-27), o que eles achavam: “Quem dos dois fez a vontade do pai?” – Claro
que a resposta é direcionada para o primeiro filho.
Interessante observar que o homem (pai) não reagiu diante da ne-
gativa do filho, mas sim, usa de misericórdia tanto para ele como para
com o segundo que disse que iria e não foi porque estava se escondendo
atrás de palavras.
Vv. 31b,32: A mesma postura que o pai assume, Jesus também deixa a
questão em aberto. Ele não fala que os publicanos e meretrizes entrariam
no lugar deles, mas sim, entrariam antes deles, pois eles se arrepende-
ram e fizeram a vontade de Deus. Jesus não renegou lugar no céu para
83
Igreja Luterana
eles. Por mais relutantes que eles fossem contra sua mensagem, Jesus
estava com eles.
Os fariseus, porém, sempre reforçavam seu posicionamento e queriam
provar que tinham razão. Eles não aceitaram que estavam errados e aí
começa o endurecimento do coração. Eles são aqueles que não aceitaram
e rejeitaram a pregação de João Batista ao passo que os que ouviram a
pregação e se arrependeram são os publicanos (Lc 3.12: “Foram também
publicanos para serem batizados...”).
Os fariseus ouviram a vontade do Pai na pregação de João. Deus fala
algo e aponta para algo que eles não querem. Deus está apontando Cristo
através da mensagem de João e aí eles não querem, ouvem e não querem,
E aqueles que aparentemente não queriam são os que fazem a vontade
do Pai, se arrependem e creem na mensagem de Deus.
PROPOSTA HOMILÉTICA
84
dÉCIMO QUINTO DOmingo APÓS PENTECOSTES
Tema sugerido:
René Gehm
Sapucaia do Sul/RS
renegehm@gmail.com
85
DÉCIMO SEXTO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
02 de outubro de 2011
LEITURAS
Salmo 80.7-19: Este Salmo é uma súplica coletiva do povo, que pro-
vavelmente está no cativeiro assírio. A figura da videira usada nos vv.7-19
narra a história do povo de Israel desde o Egito até a entrada na terra
prometida, Canaã. A situação presente do povo contrasta com a história
que Deus já realizou com seu povo: libertação do Egito, ocupação da terra,
expansão no tempo do rei Davi. O pedido que o povo faz a Yahewh é por
socorro, para que Yahewh possa vir novamente e trazer a liberdade para
o povo. O motivo para o pedido é apresentado nos vv.14-15: “...visite
esta vinha; protege o que a tua mão direita plantou...”
Isaías 5.1-7: O texto de Isaías 5.1-7 é uma parábola em forma de
canção. Essa “canção” canta o amor e o cuidado que um plantador de
uvas teve com a sua vinha. Ele fez tudo o que era necessário para que a
sua vinha desse as uvas mais doces: escavou em volta, limpou as pedras,
plantou as vides escolhidas, edificou até mesmo uma torre de vigia e um
tanque para pisar as uvas. Há por parte do dono da vinha uma grande
expectativa pela colheita dos frutos. No entanto, no lugar das uvas doces,
o que a vinha produziu foi frutos azedos. O dono da vinha é Deus, a vinha
é o povo de Israel e de Judá. Deus esperava que o seu povo vivesse diante
do seu temor e justiça (v.7b), mas o que se vê é justamente o contrário.
O profeta chama o próprio povo para julgar o seu caso. A canção, mesmo
de juízo, é uma declaração de amor de Deus. Deus ama a sua vinha (v.
7a).
Filipenses 3.4b-14: Nesse trecho de sua carta aos Filipenses o
apóstolo Paulo faz uma série de comparações entre a Lei (obras) e a vida
em Cristo (fé). Seu ponto de comparação é a sua própria história antes de
sua conversão. O apóstolo está advertindo os cristãos filipenses contra os
judaizantes, um grupo convertido ao cristianismo, mas que exigia ainda
a circuncisão e o cumprimento da Lei como formas de agradar a Deus
e chegar à salvação. Paulo mostra que todas essas coisas nada podem
ajudar no relacionamento entre o ser humano e Deus, e que somente em
Cristo, em sua morte e ressurreição, o ser humano é unido novamente
com o Pai celeste.
86
dÉCIMO SEXTO DOmingo APÓS PENTECOSTES
CONTEXTO
87
Igreja Luterana
88
dÉCIMO SEXTO DOmingo APÓS PENTECOSTES
tida como injusta da parte de Deus. Deus não age com injustiça; pelo
contrário, a ação de Deus é uma ação de amor em favor da sua vinha.
Vv. 42-44: A partir desse ponto Jesus faz a aplicação da parábola.
Jesus novamente faz uso de uma passagem do AT para apontar para algo
muito importante: a rejeição do povo e de seus líderes com relação ao
Messias. Toda obra de Deus em “resgatar” a sua “vinha” passava pelo
Messias e pela sua rejeição. A aplicação da parábola tem um tom de
discurso muito forte, de juízo. Mas o juízo aqui não é para o povo, mas
sim, para aqueles que abusaram da autoridade sobre a vinha de Deus
e que rejeitaram os profetas e o Filho de Deus. Esses que “rejeitariam
a pedra angular” (Mt 21.42) trariam sobre si o juízo de Deus. Um juízo
que eles próprios no versículo anterior já haviam anunciado. Agora, para
o povo, a “vinha de Deus”, essa pedra se tornaria em principal pedra de
“Salvação”.
Vv. 45,46: “Os principais sacerdotes e fariseus... entenderam que era a
respeito deles que Jesus falava”. A parábola havia atingido o seu objetivo
e os líderes entenderam que era a respeito deles que Jesus falava. Mas,
ao que parece, com relação ao arrependimento, pouco mudou no coração
desses homens que, ao contrário, se enfureceram mais e buscavam agora
oportunidade para prender Jesus. Seu temor, no entanto, era com a reação
do povo – povo que pode sentir nas palavras de Jesus novamente aquilo
que lhes havia sido tirado pelos líderes: o amor de Deus, seus cuidados
e acolhimento.
AUXÍLIO HOMILÉTICO
89
Igreja Luterana
sistiu de nós”, ele quer nos salvar, quer curar as nossas dores e oferecer
a cada um de nós o seu reino para que possamos habitar seguros.
PROPOSTA HOMILÉTICA
Elton Americo
Coxim/MS
elton.americo@globo.com
90
DÉCIMO SÉTIMO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
09 de outubro de 2011
LEITURAS DO DIA
Salmo 23: É um texto muito lido e conhecido. Davi fala do Bom Pas-
tor que ama o seu rebanho. Ele nos faz repousar (v.2), nos guia (v.3).
O que deve ser destacado desse Salmo em relação ao evangelho do dia
é o versículo 5: “preparas-me uma mesa”. A ênfase é a obra de Deus:
Ele providencia tudo; Ele faz tudo por e para nós; Ele nos convida para
estarmos junto à Sua mesa.
Isaías 25.6-9: O texto do Antigo Testamento também tem relação
com o evangelho do dia. ‘O Senhor dos Exércitos dará neste monte a todos
os povos um banquete...enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos
os rostos (vv.6,8). A obra é de Deus.
Filipenses 4.4-13: No texto da epístola, o apóstolo Paulo destaca o
tema alegria. O Bom Pastor que nos prepara uma mesa, o Senhor dos
Exércitos que dá um banquete, que enxugará as lágrimas, quer nos dar
ou presentear uma alegria sem fim. Por isso Paulo enfatiza: “alegrai-vos
sempre no Senhor, outra vez digo: alegrai-vos” (v.4).
CONTEXTO LITÚRGICO
CONTEXTO BÍBLICO
91
Igreja Luterana
que não ouviam a Jesus (ou seja, não se apegavam à Palavra), mas são
pessoas soberbas, são hipócritas, se “acham mais amigas” de Deus.
Vv. 1-4: “novamente...” (v.1) nos mostra que existe uma sequência.
Na verdade, Jesus já vinha contando parábolas e agora temos mais uma,
onde Ele ensina sobre o Reino de Deus ou ‘reino dos céus’ (v.2). ‘Um rei
que celebrou ou também que fez...’(v.2). Esse Rei é o Senhor Deus – dEle
é a obra, dEle é toda a iniciativa, ao Rei pertencem todos os preparati-
vos. É Ele quem envia os seus servos para convidar (v.3), o convite é do
Rei, de Deus. “Eis o meu banquete tenho preparado” ou como Almeida
traduz: “tudo está pronto” (v.4). Ele fez tudo, nós não precisamos e nem
podemos fazer algo.
Vv. 5-7: Vimos até aqui que o Rei fez e preparou tudo. Agora, nesses
versículos, se vê que os convidados (ser humano – pecador) rejeitam o
convite, “não dando atenção partiram, um para o próprio campo, outro
para o comércio dele”; “não se importaram” (Almeida) (v.5). Todo ser
humano é soberbo, quer ser auto-suficiente e assim ignora o convite para
a festa que o Rei preparou. “O Rei ficou irado” (v.7). Anteriormente, no
contexto litúrgico, já destacamos que os que ignoram a Palavra, o convite
de Deus, para estes há destruição, tristeza – essa é a ira do Rei. Os que
são auto-suficientes ou querem ser melhores que os outros, “os que se
acham o biscoito mais gostoso do pacote” terão a ira de Deus sobre si,
ou seja, destruição, condenação.
Vv. 8-10: Mesmo havendo aqueles que ignoram o convite, o Rei não se
abala; o Rei continua e pede para convidar mais e mais pessoas: “Ide para
as encruzilhadas dos caminhos e a todos que encontrardes convidai para
as bodas” (v.10). O convite é para todos, o Rei não ignora ninguém, não se
importa se é pobre, rico, criança, jovem, idoso, etc. O convite é universal
“e a sala do banquete ficou repleta, cheia de convidados” (v.10).
Vv. 11-14: Mesmo o convite sendo para todos, há aqueles que conti-
nuam sendo soberbos e não querem o que o Rei oferece, ou seja, ignoram
o manto de Cristo – único manto que cobre nossas impurezas e pecado. O
Rei conhece muito bem os que Ele vestiu com o manto da justiça e san-
tidade e conhece também os que continuam a andar em trapos próprios.
A consequência para aquele que rejeita o manto do Rei e quer andar em
seus próprios trapos imundos é o que está descrito no v.13: ‘Amarrai-o
de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger
de dentes”.
92
dÉCIMO SÉTIMO DOmingo APÓS PENTECOSTES
PROPOSTA HOMILÉTICA
Leandro Born
São Leopoldo/RS
leandro.born@bol.com.br
93
DÉCIMO OITAVO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
16 de outubro de 2011
CONTEXTO LITÚRGICO
2. Os textos
Salmo 96.1-9 (10-13): Este Salmo é um convite para todos os povos
do mundo a louvar Yahweh como Rei. Começa com um chamado universal
(vv. 1-3), seguido pelo motivo deste louvor: Yahweh é o Deus Criador (vv.
4-6). O Salmo fecha novamente com este chamado dizendo que Ele virá
para julgar com justiça e fidelidade toda a humanidade (vv.10-13).
Isaías 45.1-7: Deus fez Ciro um grande vencedor entre os reis e
povos pelo amor que tinha por seu servo Jacó. Deus é a origem de tudo
o que existe neste mundo e o que acontece ao nosso redor. E isso Ele fez
e continua a fazer para mostrar a todos que somente Ele é Deus.
Timóteo 1.1-10: Paulo repreende aqueles que estavam ensinando
doutrinas falsas. Em vez de revelarem a obra de Deus, que transparece
pela fé, estavam causando distúrbios e agitações, levando o povo a dar
atenção a mitos e ensinamentos errôneos.
Mateus 22.15-22: Os discípulos enviados pelos fariseus para enredar
Jesus com suas próprias palavras acabaram caindo na própria armadilha.
Esta perícope é normalmente usada para ensinar a respeito da separação
entre a igreja e o estado, e das obrigações dos cristãos pagarem impos-
tos, dentre outros deveres civis. No entanto, para sermos coerentes com
o contexto presente, outra ênfase pode ser dada. O evangelista Mateus
94
dÉCIMO OITAVO DOmingo APÓS PENTECOSTES
parece nos dizer que algo a mais está em questão: Jesus está reenfatizan-
do que Ele é o Rei, que Ele é Deus, que Ele é a origem e o fim. Desde o
início do Evangelho (Mt 5.11,12), essa parece ser a discussão: os judeus
não aceitavam a ideia de Jesus ser o Filho enviado por Deus, e por não
acreditarem, tentam de todas as formas condená-lo.
95
Igreja Luterana
2. Exegese
V. 15: Notam-se as constantes tentativas da parte dos fariseus em
confrontarem Jesus a respeito de sua autoridade – sem sucesso. Neste
episódio, porém, destaca-se a atitude pensada e planejada dos fariseus
em condená-lo por suas próprias palavras. Lenski afirma: “foi um ato
pensado e manipuloso” (LENSKI, p.861). A expressão pagideu,w, que
significa “surpreender, fazer cair em armadilha”, aparece somente nesta
ocasião no NT1.
V. 16: O plano foi elaborado e colocado em ação. Nota-se que além
de os fariseus terem enviado seus discípulos, herodianos aparecem em
cena. Os herodianos eram politicamente ligados a supremacia romana.
Eles eram, portanto, contra os fariseus. Os fariseus eram publicamente
contra o pagamento dos impostos. Ao se unirem, acreditavam que po-
deriam colocar Jesus em um dilema do qual ele não conseguiria escapar.
Podemos sugerir que os herodianos estavam presentes como espiões para
servirem de testemunhas caso houvesse necessidade (Lc 20.20). Os fari-
96
dÉCIMO OITAVO DOmingo APÓS PENTECOSTES
97
Igreja Luterana
governada por Deus tem consciência de sua relação com o estado (Rm
13). (LENSKI, p.861-868).
3. Encaminhamento homilético
3.2. Tema
Quem é Jesus para você?
Matheus Schmidt
São Leopoldo/RS
matheuschmidt@hotmail.com
98
DÉCIMO NONO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
23 de outubro de 2011
INTRODUÇÃO
CONTEXTO
99
Igreja Luterana
TEXTO
100
dÉCIMO NONO DOmingo APÓS PENTECOSTES
101
Igreja Luterana
PROPOSTA HOMILÉTICA
102
dÉCIMO NONO DOmingo APÓS PENTECOSTES
103
VIGÉSIMO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
30 de outubro de 2011
CONTEXTO
104
vIGÉSIMO DOmingo APÓS PENTECOSTES
o apóstolo Paulo menciona que de nada adianta o zelo por Deus se não
houver o entendimento. A lei mostra o quão distante de Deus estamos
e quão pecadores nós somos. Se não fosse a graça e a misericórdia de
Deus, que enviou o Seu Filho Jesus Cristo ao mundo para cumprir a lei
em nosso lugar e levar os nossos fardos, todos nós estaríamos perdidos
e condenados para sempre.
105
Igreja Luterana
106
Dia da Reforma
31 de outubro de 2011
Leituras do dia
Salmo 46: Este salmo nos aponta para o único lugar onde encontra-
remos refúgio certo, forças e socorro: junto de Deus, o Senhor. O salmista
fala de guerras e pinta grandes catástrofes no âmbito da natureza, mas,
ao final, conclui que nada poderá abalar aqueles que têm Deus por seu
protetor.
Apocalipse 14.6,7: A mensagem da qual o anjo está encarregado
de anunciar ao mundo todo é esta: “Já chegou a hora de Deus julgar a
humanidade (v.7)”. Se o julgamento for baseado no que a lei exige, o
veredito será implacável: todos os povos da terra, todas as raças, tribos,
línguas e nações serão condenadas. Entretanto, a esperança cristã é esta:
o Cordeiro, o Filho de Deus nos libertou da maldição do pecado. Somos
agora filhos de Deus, os quais receberão das mãos do Pai a vida eterna.
Romanos 3.19-28: Neste texto, Paulo busca inicialmente acabar com
toda e qualquer possibilidade de autojustificação por parte do ser humano.
“Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus” (v.23).
O homem é escravo do pecado e jamais poderá se libertar do mesmo, a
não ser que alguém outro o liberte. Deus é justo e não poderia aceitar o
homem pecador antes que seus pecados fossem pagos. Por isso, “Deus
ofereceu Cristo como sacrifício para que, pela sua morte na cruz, Cristo
se tornasse o meio de as pessoas receberem o perdão dos seus pecados,
pela fé nele” (v.26). Somos agora livres do pecado, não porque cumprimos
a lei e não pecamos, mas porque alguém outro o fez em nosso lugar –
Cristo – conquistando por nós a liberdade que antes nos era impossível
de ser alcançada.
CONTEXTO
107
Igreja Luterana
a Jesus, lhe perguntam qual a sua posição diante da sentença dessa lei.
As palavras de Jesus são: “Quem de vocês estiver sem pecados, que seja
o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher (v. 7)”. De forma simples e
precisa, Jesus mostra que a Lei condena a todos. À dureza da lei, Jesus
acrescenta o ingrediente do perdão, oferecendo agora a liberdade com-
pleta – perdão dos pecados – para aquela mulher que há pouco quase
fora apedrejada.
No desenrolar deste capítulo, observam-se diversas discussões e
debates de Jesus com os judeus. No texto bíblico que compreende os
versículos 12-20, Jesus se apresenta como a luz do mundo, a única luz
capaz de conduzir à vida, e vida eterna.
No versículo 24 Jesus se revela como o “EU SOU QUEM SOU”, dando-se
a conhecer com o mesmo nome que Deus usou ao falar com Moisés, em
Êx 3.14,15. Ele, o verdadeiro Filho de Deus, novamente revela o porquê
de ter vindo ao mundo: para ser “levantado” (alusão à crucificação) e
assim conquistar definitivamente a liberdade para o ser humano, que vive
escravo do pecado.
Levando em consideração o fato de que estamos diante da comemo-
ração do dia da Reforma, podemos destacar de especial maneira nestes
textos bíblicos a mensagem central de toda a Bíblia, a qual foi propulsora
da reforma. Mensagem esta que seria: o ser humano não pode pagar ou
compensar os seus pecados através de suas boas ações ou observância
da lei; o único que pode nos libertar do pecado e oferecer a verdadeira
liberdade é Cristo, o Filho de Deus.
108
dIA DA REFORMA
sias, não é simplesmente uma liberdade dos reinos deste mundo. A liber-
dade oferecida por Jesus vai muito além, é liberdade do poder do pecado,
da morte, da ira de Deus, do diabo, do inferno e da maldição eterna. Esta
liberdade não depende da condição terrena do homem, se empregado ou
patrão, servo ou senhor. Tal liberdade também não pode ser conquistada
mediante uma revol ução de independência, mas depende unicamente
do crer e confiar em Cristo, aquele que conquistou a liberdade em nosso
lugar ao pagar na cruz os pecados que nos escravizavam.
Surpreendente e inesperada é a resposta dos judeus ante a proposta
de Jesus. Estes afirmam nunca terem sido escravos de alguém. A verdade
é que eles não conseguiam admitir para si mesmos o fato de serem servos,
escravos dos romanos, visto que isso lhes feria o ego. Como poderiam
escravos ter a pretensão de dominar as outras nações? Eles, os descen-
dentes da Abraão, viviam na ilusão de que um dia governariam todas as
nações, e agora Jesus vem lhes dizer que ele os libertaria dos pecados?!
Isso os ofendia, pois, segundo a sua compreensão, eles já eram livres do
pecado ao observarem a lei e oferecerem seus sacrifícios.
Aqueles judeus creram enquanto pensavam que, sendo discípulos de
Jesus, governariam o mundo. Mas percebendo que não era isso o que
Jesus lhes propunha, eles novamente se afastaram dEle. Eles receberam
o Evangelho com alegria, mas ao perceberem que isso não lhes traria
glória e poder, novamente se afastaram da verdade.
O escravo não tem direito sequer sobre seu corpo, mas é dirigido pelo
seu senhor. Todos pecamos e somos escravos do pecado, sendo escravos
e sujeitos também a todas as consequências do pecado: doenças, fome,
guerras, dores, governos corruptos. Poderemos ser de fato livres apenas
quando nos virmos livres do pecado. Aqui está o grande drama da huma-
nidade: como conquistar esta liberdade? Os judeus se julgavam livres por
causa dos seus jejuns, seus sacrifícios, dos dízimos que ofertavam, das
leis que observavam. Entretanto, nada que façamos é capaz de arrancar
de nossa natureza o pecado que carregamos em nós. Existe apenas uma
maneira de alcançar a liberdade: “Se o Filho os libertar, vocês serão, de
fato, livres” (v. 36).
A liberdade não será alcançada em cumprir os ensinamentos ou man-
damentos, mas em neles e através deles passar a conhecer a verdade,
que é Jesus, e este, então, nos libertará.
Lutero destaca que aqueles que estão firmados na “verdade” nem
sempre vão viver tão tranquilamente, pois muitas vezes terão de enfrentar
grande sofrimento. Entretanto, mesmo quando humanamente falando não
houver mais saídas, mesmo quando aparentemente todas as possibilida-
des tiverem se acabado, poderemos confiar que, como o Salmo 46 muito
bem nos mostra, o Senhor é nosso refúgio. Quem confiar na “verdade”,
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Igreja Luterana
PROPOSTA HOMILÉTICA
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ANTEPENÚLTIMO DOMINGO
DO ANO DA IGREJA
06 de novembro de 2011
TEXTOS
Salmo 70: Trata-se de uma súplica de alguém que está sendo perse-
guido e que pede a ajuda de Deus (v.1) no combate aos seus adversários
(vv.2,3). O salmista sabe o quão pobre e necessitado ele é, por isso invoca
o auxílio de Deus com a máxima urgência em sua vida. Ele sabe que o
seu socorro vem do SENHOR Deus.
Amós 5. 18-24: Amós é o primeiro profeta a falar sobre o dia do SE-
NHOR. O povo pensava que esse dia seria um dia de luz (v.20), o dia em
que Deus castigaria os inimigos de Israel. Mas Amós diz que será um dia
de escuridão (v.18), um dia em que Deus castigará também pessoas do
seu próprio povo. Deus não se agrada da falsa religiosidade das pessoas.
“Em vez disso ele quer que haja justiça” (v.24).
1 Tessalonicenses 4.13-18: O dia do SENHOR também é assunto
para o apóstolo Paulo. Nesse texto de Paulo aos Tessalonicenses fica claro
que o dia do SENHOR tem uma ligação direta com a segunda vinda de
Cristo ao mundo. Agora para o juízo final. Paulo fala especialmente da
situação daqueles que já terão morrido antes da vinda de Jesus: “Aqueles
que morreram crendo em Cristo ressuscitarão primeiro” (v.16). Mas Paulo
também fala para o consolo daqueles que estiverem vivos: “seremos le-
vados nas nuvens, junto com eles, para nos encontrarmos com o Senhor
no ar. E assim ficaremos para sempre com o Senhor. Portanto, animem
uns aos outros com essas palavras” (vv.17,18).
CONTEXTO
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Igreja Luterana
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PENÚLTIMO DOMINGO
DO ANO DA IGREJA
13 de novembro de 2011
LEITURAS DO DIA
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pENÚLTIMO DOMINGO DO ANO DA IGREJA
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Igreja Luterana
A pergunta certa a fazer é: “Como vem o reino de Deus?” Com certeza não
é com o templo de Jerusalém. Com certeza é com a vinda de Cristo.
Nós estamos um pouco mais acostumados com a imagem do apóstolo
Paulo presente no texto de 1 Tessalonicenses. Paulo fala de uma armadura.
Naquela época, nenhum soldado teria uma armadura para deixá-la guar-
dada. É da natureza da armadura que ela seja vestida e, assim, ela pode
proteger. Em Mateus, a imagem é o dinheiro. Sabemos que o natural do
dinheiro é ser utilizado. O local do dinheiro é o comércio. Portanto, quando
o servo enterra o dinheiro ele está indo contra a natureza do dinheiro. Isso
seria diferente se estivéssemos falando de sementes (cf. Mt 13).
Portanto, se pensamos que Jesus quer responder à pergunta de seus
discípulos a respeito da sua vinda, podemos dizer que o natural é que
aconteça a vinda de Cristo. Nas palavras de Lutero: “O reino de Deus
vem por si mesmo”. O problema é ir contra essa natureza. É por isso que
aquele último servo é condenado. As pessoas são condenadas em nosso
mundo quando atacam a natureza do reino deste mundo. As pessoas são
condenadas no reino de Deus quando atacam a natureza do reino de Deus,
a saber, a manifestação deste reino divino por meio de Jesus Cristo.
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ÚLTIMO DOMINGO DO ANO DA IGREJA
20 de novembro de 2011
TEXTOS
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