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PROFESSOR TERROR
Aula 01
(Sintaxe do período composto por subordinação adverbial, substantiva e
adjetiva, com foco em pontuação, concordância, regência e crase)
Olá!
Seja bem-vindo (a) ao nosso curso de Português para a Polícia Federal.
Nossa intenção neste curso é transmitir a você o conteúdo necessário
para a prova e mostrar a necessidade do assunto com questões anteriores da
banca CESPE, para que não haja nenhuma surpresa na hora da prova. Com
isso, é natural o número de páginas ser grande, e isso favorece você; pois
necessitamos aprofundar em alguns tópicos e praticar nas questões, para
estarmos prontos para atingirmos o nível que o concurso exige.
Como falei no início da aula demonstrativa, sua participação é muito
importante para melhorar o material didático e o aprofundamento da matéria.
Lembre-se de que, quando estudamos para concurso, ninguém quer ficar
“expert” em Português, quer é PASSAR no concurso, e a ferramenta desse
trabalho é nosso esforço conjunto; por isso SEMPRE estou disponível para tirar
as dúvidas da aula. Fico LIGADO direto no fórum para prestar qualquer ajuda e
não fique receoso (receosa) em perguntar, pois isso faz parte da aula e ajuda
na sua dinâmica.
Outra coisa importante é o local em que estudamos: se for escolhido um
lugar que propicie interpelação de outras pessoas, tirando a sua atenção,
mesmo que de vez em quando, isso não traz benefícios ao seu estudo.
Então, pense o seguinte: local de estudo deve ser claro e SILENCIOSO.
Ah! Cuidado com a postura ao sentar-se, pois isso pode derrubar seu
entusiasmo. Ninguém consegue estudar se passar a ter uma dor na coluna,
correto?!!!!!!
Siga uma rotina, escolha dias certos para estudar nossa matéria,
horários fixos ajudam a nossa disciplina intelectual. E concurseiro que não tem
disciplina, organização e persistência não passa.
O tema desta aula engloba uma parte pesada da matéria. Abordaremos
os termos básicos da oração, sempre atentos à pontuação, à regência
(exigência ou não de preposição) e à concordância (flexão de nome ou verbo).
Depois veremos todas as orações subordinadas.
A sintaxe é tema extenso e vamos aplicá-la quanto a seu emprego,
NUNCA COMO DECOREBA, OK???!!!!!
Mas o que é sintaxe?
A sintaxe trabalha a relação das palavras dentro de uma oração.
Basicamente uma oração deve ter um verbo e este verbo normalmente se
sujeito predicado
Toda vez que fazemos uma análise sintática, devemos nos basear no
verbo. A partir dele, reconhecemos os outros termos da oração. Não se quer
aqui que você decore todos os termos da oração, basta entendê-los, pois a
banca CESPE cobra a funcionalidade dos termos e veremos como cai a seguir.
Veja os verbos elencados nos exemplos. Todos eles estão no singular.
Isso ocorreu porque eles dizem respeito a um termo, que é o sujeito “O
candidato”. Se ele está no singular, é natural que o verbo também esteja. Já
que o verbo se flexiona de acordo com o sujeito, a gramática dá o nome a isso
de “concordância verbal”.
Mas há tanta regra de concordância, será que temos que decorar tudo?
Definitivamente não! Você deve entender quem é o sujeito, qual é o tipo,
para saber flexionar o verbo. Então nada daquela decoreba da concordância
verbal, para esta banca.
Concordância verbal
sujeito predicado
Vimos, simplificadamente, a relação do sujeito com o verbo, chamada de
concordância verbal. Na próxima aula, aprofundaremos nisso.
Agora, vamos trabalhar a relação do verbo dentro do predicado. Nas
frases de 1 a 4, os verbos “realizou”, “duvidou”, “enviou” e “tem” necessitam
dos vocábulos posteriores para terem sentido na oração, por exemplo: realizou
o quê?, duvidou de quê?, enviou o quê? a quem?, tem o quê?
Assim, você vai notar que eles dependem dos termos subsequentes para
terem sentido. Isso ocorre porque o sentido deve transitar do verbo para o
complemento. Por isso falamos que o verbo é transitivo. Sozinho, não
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consegue transmitir todo o sentido, necessitando de um complemento. Dessa
forma, os termos “a prova”, “do gabarito”, “recursos”, “à banca examinadora”
e “certeza” completam o sentido destes verbos.
Para facilitar o entendimento, podemos dizer que a preposição seria um
obstáculo. Havendo uma preposição, o trânsito é indireto. Retirando-se a
preposição, o trânsito é livre, direto.
Então observe o verbo “realizou”. Ele não exige preposição. Assim, o
termo que vem em seguida é seu complemento verbal direto. Já o
complemento do verbo “duvidou” é indireto, pois o trânsito está dificultado
(indireto) tendo em vista a preposição “de”.
Já que, na frase 1, há complemento verbal direto, o verbo “realizou” é
chamado de transitivo direto (VTD). Na frase 2, como há preposição exigida
pelo verbo “duvidou”, diz-se que este verbo é transitivo indireto (VTI) e seu
complemento é indireto. Na frase 3, há dois complementos exigidos pelo
verbo: um(direto) e outro(indireto).
A gramática dá o nome a todo complemento verbal de objeto, por isso o
complemento verbal direto é o objeto direto (OD) e o complemento verbal
indireto é o objeto indireto(OI).
Já que entendemos que a transitividade é uma exigência do verbo, pois
necessita de um complemento verbal, a gramática dá o nome a este processo
de “Regência”, pois ele exige, rege o complemento. Se é um verbo que exige,
é natural que a regência seja verbal, a qual veremos nas próximas aulas. Mas
agora cabe apenas entender a estrutura abaixo.
Veja:
Regência Verbal
sujeito predicado
Mas não é só o verbo que pode ser transitivo. Nome também pode ter
transitividade. Nomes como “certeza”, obediência, dúvida, longe, perto, fiel,
etc são chamados de transitivos porque necessitam de um complemento para
ter sentido. Alguém tem certeza de algo, dúvida de algo, obediência a alguém
ou a algo. Alguém mora perto de outra pessoa ou longe dela. Alguém é fiel a
algo ou a alguém.
Estes nomes exigem transitividade, com isso há um complemento, o qual
é chamado de complemento nominal (CN).
Logicamente, há contextos em que o complemento não estará explícito
na frase; por exemplo, se queremos dizer que alguém reside muito distante,
podemos dizer que ele mora longe. Neste caso o nome “longe” deixou de ser
transitivo, não exigiu o complemento nominal, pois este ficou implícito. Por
isso não devemos decorar, mas entender o contexto, a funcionalidade. Se o
sujeito predicado
Note que o verbo “tem” é transitivo direto e “certeza” é o objeto direto. A
expressão “de sua aprovação” não complementa o verbo, ela complementa o
nome “certeza”: certeza de sua aprovação.
O estudo da Regência Nominal, na realidade, é realizado para
descobrirmos quais preposições iniciam o complemento nominal.
Então atente quanto à diferença da oração 3 (VTDI + OD + OI) para a 4
(VTD + OD + CN).
Agora, vamos à oração 5. Note que o verbo “viajou” não exige nenhum
complemento verbal. Então não há transitividade. Se quisermos uma estrutura
posterior, naturalmente inseriremos uma ou mais circunstâncias. A essas
circunstâncias damos o nome de adjunto adverbial. Poderíamos dizer que o
candidato viajou a algum lugar, em determinado momento, o modo como
viajou, a causa da viagem. Tudo isso são circunstâncias, as quais possuem o
valor de lugar, tempo, modo e causa. Essas são as circunstâncias básicas, mas
há mais e veremos adiante. Então veja como ficaria:
sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv Adj Adv Adj Adv
tempo modo causa
Concordância verbal
Regência verbal
1. O candidato realizou a prova.
VTD + OD
2. duvidou do gabarito.
VTI + OI
3. enviou recursos à banca examinadora. Predicado
VTDI + OD + OI Verbal
Regência nominal
4. tem certeza de sua aprovação.
VTD + OD + CN
5. viajou.
VI
6. estava tranquilo. Predicado
VL + predicativo Nominal
Concordância nominal
sujeito predicado
Com base no que vimos até agora, percebemos a estrutura básica dos
predicados verbal (VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI) e nominal (VL +
predicativo). Portanto, podemos perceber que não pode haver vírgula
entre sujeito, verbo e complementos. Observe as orações anteriores. Elas
não possuem vírgula, justamente porque são constituídas de termos básicos
da oração.
Teus pais estavam certos de tua volta. (Teus pais estavam certos disso.)
sujeito + VL + predicativo + complemento nominal
Gabarito: E
(oração principal)
A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema democrático
representativo deve basear-se... (oração subordinada substantiva
completiva nominal)
Gabarito: E
Vimos, no início da aula, os termos da oração e as orações subordinadas
substantivas, que provêm da maioria destes termos. Agora veremos as
orações subordinadas adjetivas.
Período composto por subordinação adjetiva
As orações subordinadas adjetivas têm esse nome porque equivalem a
um adjetivo. Em termos sintáticos, essas orações exercem a função que
normalmente cabe a um adjetivo (a de um adjunto adnominal ou aposto
explicativo). O adjunto adnominal é termo do qual ainda não falamos, mas nos
basta entender o seguinte: todo termo da oração possui no mínimo um
vocábulo, o qual chamamos de núcleo. Por vezes, esse núcleo vem antecipado
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ou seguido de outros vocábulos de valor adjetivo, os quais passam à função de
adjunto adnominal.
Perceba isso no exemplo abaixo. O objeto direto é o termo “gente
mentirosa”. O núcleo é o substantivo “gente” e o adjunto adnominal é
“mentirosa”, o qual serve para caracterizar o núcleo.
Detesto gente mentirosa.
VTD núcleo do Adj Adn
OD
objeto direto
período simples
sujeito
Visando ao que pode ser exigido pela banca CESPE, muitas vezes se vê
questão que pede para substituir um vocábulo por outro, permanecendo o
sentido e a gramaticalidade. Neste caso, se a banca pedisse para substituirmos
“gente” por “pessoas”, permaneceria a semântica, mesmo um estando no
singular e o outro no plural. Mas essa substituição implicaria mudança na
concordância do verbo “mente”, que deveria flexionar-se no plural, haja vista
que o pronome relativo “que” é sujeito e retomaria “pessoas”.
Assim:
O homem, que é inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.
oração subordinada
adjetiva explicativa
oração principal
período composto
Observações:
a) O adjunto adverbial pode ser representado por um advérbio, uma
locução adverbial ou um pronome relativo (que será visto nas próximas aulas).
Deixei o embrulho aqui. (advérbio)
À noite conversaremos. (locução adverbial)
A empresa onde trabalhei faliu. (pronome relativo)
Muitas vezes, numa locução, a preposição “a” pode ser trocada por
outra, sem que isso acarrete prejuízo de construção ou de significado. Eis
alguns exemplos: à/com exceção de, a/ em meu ver, a/com muito custo, em
frente a/de, rente a/com, à/na falta de, a/em favor de, em torno a/de, junto
a/com/de.
Questão 32: Polícia Federal / 2004 / agente administrativo
Fragmento do texto: Por que ilusão de modernidade? (...) porque a
modernidade, ao invés de aumentar a riqueza bruta dessas nações, induziu
enormes transferências para fora com o movimento de capitais externos que
sugavam a renda regional.
No período em que ocorre, o conectivo “ao invés de” estabelece relações
semânticas de concessão e de restrição, e pode ser substituído por apesar
de, sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.
Comentário: Note a substituição pedida na questão e compare:
1. ...a modernidade, ao invés de aumentar a riqueza bruta dessas nações,
induziu enormes transferências para fora com o movimento de capitais
externos que sugavam a renda regional.
2. ...a modernidade, apesar de aumentar a riqueza bruta dessas nações,
induziu enormes transferências para fora com o movimento de capitais
externos que sugavam a renda regional.
No texto original, a locução prepositiva “ao invés de” traduz a ideia de
que a modernidade não aumentou a riqueza bruta, apenas induziu a enormes
transferências. Já, com a substituição, “apesar de” traduz a ideia de que a
modernidade aumentou a riqueza (o que seria um contraste) e também
induziu enormes transferências. Assim, haveria mudança de sentido,
incoerência e por isso incorreção gramatical.
Gabarito: E
vírgula
facultativa
vírgula
obrigatória
vírgulas obrigatórias
vírgulas obrigatórias
“Eu em sua igreja não mando: só assisto e apoio” (S. de Mello Breyner Andressen)