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INTRODUÇÃO

Voar sempre foi uma fantasia que rondou a


imaginação de quase todas as crianças.

Para algumas, essa fantasia se transforma em sonho.

Porém, quando atingem a adolescência começam a


pesquisar e descobrem que para se tornarem pilotos
de avião precisam desembolsar uma pequena fortuna.

Não vou dizer que essa informação está incorreta e


você poderá conferir isso mais adiante.

O objetivo deste material é lhe contar como duas


dessas crianças que sonhavam voar mas não possuíam
a quantia necessária conseguiram, cada uma a sua
maneira, alcançar o tão sonhado BREVÊ.

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PILOTO PRIVADO

Olá, meu nome é João Carlos e nessa primeira parte


do livro eu vou contar como eu consegui realizar o
meu sonho, ser piloto de avião.

Que eu sempre fui apaixonado por aviação desde


criança eu não preciso nem falar não é mesmo ?

Afinal de contas acredito que todos nós que


almejamos os mais altos voos já nascemos com esse
"gene".

Comigo não foi diferente, mas foi quando tinha 14


anos de idade que surgiu a primeira oportunidade na
aviação.

Um vizinho era mecânico em um táxi-aéreo e como


sabia que eu adora aviões me levou para conhecer o
local onde trabalhava.

Depois de andar por todos os cantos do hangar e


entrar em todas as aeronaves que consegui, o dono da
empresa chegou e puxou conversa comigo.

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Eu me lembro muito bem até hoje daquele dia em que
o Cmte. Vilela, em seu escritório, disse que se eu
quisesse poderia ir para o hangar todos os dias e
ajudar no que eu pudesse, carregando material,
lavando avião assim iria interagindo com o pessoal e
aprendendo muita coisa.

Infelizmente minha vida tomou outro rumo e acabei


perdendo essa oportunidade e ainda me afastando da
aviação.

Nessa época eu entrei para a informática e aprendi


muita coisa como montagem e manutenção de
computadores, web design, programação e comecei a
trabalhar na área desde então.

Aí você me pergunta o que isso tem a ver com a


aviação? E eu te respondo a partir de agora!

Depois de vários anos, já casado e com uma filha, eu


ministrava cursos de programação web na Microcamp
e um dia minha esposa me ligou avisando que havia
uma seleção para web designer na Universidade
Católica de Goiás, atual PUC Goiás.
Eu não pensei duas vezes, corri para me inscrever pois
era o último dia.

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Fui aprovado no processo seletivo, comecei a
trabalhar na Universidade e como os funcionários
tinham direito à bolsa de estudos, cursei Ciências
Aeronáuticas.

Após vários anos eu consegui mudar o curso da minha


vida e trazer a aviação novamente para ela.

Durante o tempo que frequentei a universidade, eu


trabalhava na PUC das 7h às 13h e ia direto para a aula
que começava às 13:20h e iam até 18:30h, depois
voltava para a PUC para trabalhar das 19h às 22h.

Após a faculdade e o trabalho eu ia pra casa e além é


claro dos afazeres como marido e pai eu ainda fazia
alguns projetos de sites como freelancer para
complementar o orçamento.

Bom, vamos ao que interessa logo, durante esse


período eu conheci algumas pessoas que abriram as
portas da aviação para mim, uma delas foi o
presidente do Aeroclube de Goiás na época, Cmte.
Ismael que ofereceu um parcelamento estilo Casas
Bahia para que eu voasse.

No primeiro mês eu voei algumas vezes mas não


consegui honrar a parcela e acabei me afastando um
pouco pois não achei justo continuar voando sem ter
pago.
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Foi quando recebi uma ligação do Cmte. Moacir
Bragança, que trabalhava no Aeroclube e sabia que eu
desenvolvia sites e sistemas web .

Nessa ligação ele me perguntou porque eu não estava


voando e depois de explicar tudo ele propôs uma
permuta, eu desenvolveria um novo site para o
aeroclube em troca de algumas horas de voo e assim
foi feito.

E antes que eu terminasse de voar as horas


permutadas, o Cmte Leopoldo que trabalhava comigo
na PUC e era o diretor de Operações do Aeroclube me
chamou e me apresentou para o novo presidente do
Aeroclube de Goiás, Cmte. Arsênio.

Nessa reunião acertamos uma nova permuta, dessa


vez era um sistema para gerenciar toda a parte de
operações do aeroclube desde os cursos teóricos até
as fichas e créditos para voos.

Com tudo acertado eu comecei a desenvolver o


sistema utilizando tudo o que eu adquiri de
conhecimento na área de web design e programação
durante todos os anos anteriores e consegui voar as
horas do curso prático para piloto privado e hoje sou
Piloto Privado checado.

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Contando a minha história eu quis mostrar a você que
mesmo que as circunstâncias da vida nos afastem da
aviação nós podemos utilizar as “armas” que a própria
vida nos ofereceu para buscar o nosso sonho
novamente.

No meu caso foi a informática mas nesse período


conheci alguns outros alunos que trocaram algum tipo
de serviço, intelectual ou braçal, por horas de voo e
hoje são grandes pilotos.

PILOTO COMERCIAL

Como eu disse anteriormente, eu acredito que todos


nós podemos ir de encontro aos nossos sonhos, prova
disso é a história que você vai ler agora.

Um garoto que saiu da zona rural, morou na rua e até


passou fome, mas NUNCA desistiu de voar.

Seu nome é Neto Almeida, nascido no interior de


Minas Gerais em um contexto que pouco favoreceria a
realização do sonho de outra criança que se viu
hipnotizada por essas máquinas voadoras
maravilhosas.

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A partir dessa parte acompanhem a narrativa do
Cmte. Neto Almeida e anotem todas as suas dicas.

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Chequei meu PP e agora?

Muitos são os casos de pilotos que finalizam sua


formação, checam o PP e depois, como almejam
seguir carreira na aviação, precisam voar as horas
necessárias para obter a licença de Piloto Comercial.

As escolas, defendendo seu mercado de atuação,


sempre orientam o piloto aluno que almeja o PC a se
inscrever na instituição e pagar hora por hora, até a
hora 150 e assim marcar o check e finalizar a etapa
base da formação.

Vamos falar de custos?

Até aqui, contando que você tenha feito o seu teórico


de piloto privado em escola (o que não é obrigatório),
você já gastou algo em torno de 24 mil reais para ter
uma licença que não o deixa voar de forma
remunerada.

Logo, como sabemos, muitos pilotos gastaram as


economias todas e, ainda assim não podem nem ao
mesmo ter retorno financeiro desse investimento.

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Chega a hora de acumular as horas para o PC, vamos
aos fatos:

1 - Para obter a licença de piloto comercial


monomotor, ao todo, vão ao mínimo, bons 50 mil
reais;

2 - A licença de PC Multi IFR (o mínimo para se tentar


um emprego de copila em táxi aéreo), não sai por
menos de 70 mil, incluindo CMA e check, em algumas
escolas de maior renome, pode passar dos 80 mil,
podendo chegar a 90 mil reais.

Ok, mas se eu trabalho, ganhando uma quantia que


não me permite pagar tal montante, como eu posso
finalizar minha formação?

Existe um trecho do RBAC-061 que diz que o candidato


a licença de piloto comercial pode prosseguir ao
check, desde que tenha no mínimo 150 horas totais
voadas em aeroclube/escola ou 200 horas mínimas
voadas em aeronaves privadas.

Isso quer dizer, que existe uma saída para escapar


desse custo total.

Quando já portador da CHT de Piloto Privado, você


pode começar a “caçar” horas de voo com
comandantes de aeronaves, esse é o famoso "pegar
duplo".
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Basicamente quando você já tem o PP, você pode
lançar planos e voos em seu CANAC, assinar horas nos
diários de uma aeronave e somar essas horas em sua
CIV.

Como o PP já vem com uma habilitação MNTE


"linkada", você pode assinar suas horas em comando.

Para que o acúmulo de horas seja feito de forma


correta, vamos analisar três pontos:

1 – Se você quer acumular horas MNTE para check PC


MNTE VFR, basta que você use seu network, bom
senso e humildade para que os comandantes te
ajudem. Quando você começar a ser levado, assine
todas as horas as quais você esteve em comando no
diário da aeronave e transfira-as para sua CIV.

2 – Quando transferidas para sua CIV, anote no campo


observações, nas últimas páginas, agrupando por
prefixo/operador, organizando por linha e páginas as
horas que você lançou. Pegue a assinatura de cada
proprietário em cada linha lançada no campo
observações, acima citado.

3 – Tire cópias, se possível autenticadas, de cada


página dos diários, onde aparecem seu código CANAC.
Guarde em uma pasta, pois isso pode te ser útil no
momento de enviar seu processo.
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Os três passos anteriores se referem ao caso de se
acumular horas apenas para checar o PC MNTE IFR.

Mas...

Suponhamos que você precise checar o pacote


completo, PC MLTE IFR, como prosseguir?

Entra aqui mais uma vez um dos pilares de um bom


início na aviação: network e humildade.

O que faz com que você possa voar um Bimotor IFR,


de duplo comando e acumule as suas horas.

Como dito no caso do MNTE, vale aqui também os


mesmos três passos, mas acrescidos de algo muito
importante.

Como MLTE e IFR são habilitações, é preciso que toda


e qualquer hora voada em multimotor e por
instrumentos, seja assinada por um INVA.

Os mínimos para obtenção de tais licenças, quando


voados por fora de escola, são os mesmos:
1 – Mínimo de 30 horas de voo por instrumento, para
obter a habilitação IFR e;
2 – Mínimo de 13.5 horas de voo em multimotor para
obtenção da habilitação MLTE.

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Pronto, consegui minhas 200 horas totais, das quais eu
tenho 100 horas em comando, 30 horas IFR e mais 15
horas em multimotor (esses valores são relativos, o
que importa são os mínimos e o somatório), e mais
algumas horas visuais, o que fazer?

Nesse ponto, existem duas hipóteses para que você


cheque seu PC:

1 - Aeroclube, você se dirige a um aeroclube, e faz um


voo de repasse (um ou mais, fica a critério do
checador credenciado), uma hora de simulador
(apenas para caso de PC IFR), mais o voo de check em
si.

2 - Inspac, você agenda um voo na aeronave da


categoria almejada e executa um voo sob análise de
um checador.

Nesse aspecto, existe divergência até hoje. Alguns


dizem que quem voou por fora não pode checar o PC
em aeroclube e outros usam uma brecha da própria
ANAC.

Falando no caso desse que vos escreve, eu voei


minhas 200 horas e vou prosseguir meu check em
aeroclube, no caso o ACG. Apenas terei de fazer alguns
voos de "readequação. "

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Depois do check, processo enviado e deferido, você já
sabe: Pode começar a procurar seu tão sonhado
primeiro emprego.

Mas, vamos falar agora sobre um ponto:

O que muda em voar em escola ou voar por fora?

Quando você voa na escola, você está cumprindo um


determinado programa de curso o qual serve para
padronização de alunos e adequação quanto aos
mínimos operacionais da requeridos pela
regulamentação vigente.

Isso significa que voar na escola, te faz um piloto


padronizado com relação aos mínimos exigidos, mas
infelizmente (por não se ter "surpresas" durante a
instrução) não te prepara para a aviação "real".

Dificilmente você vai sair do aeroclube checado com


150 horas e cair direto na esquerda de um Sêneca.
Mesmo que você tenha voado o mesmo durante seu
MLTE/IFR.

Por outro lado, para quem almeja a linha aérea, as


escolas e aeroclubes são os melhores caminhos, pois,
como foi dito, te condicionam à um padrão.

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Voar por fora, tem a vantagem de te expor aos mais
diferentes tipos de operação, voando com pesos
diversos e sejamos honestos, nem sempre
obedecendo muito as regras, mas te faz um piloto
mais preparado para lidar com panes e adversidades
da operação "real".

Você ganha nos skills mas perde em padronização. Por


isso, sempre digo que é importante demais, quando se
voa por fora, que o piloto tenha em mente que aquilo
que ele vai encontrar, não é a aviação "correta", mas
te traz muito aprendizado.

Saiba filtrar cada situação, analisar e ter julgamento.

Mas nunca se esqueça, existem pilotos e pilotos.

Esperamos que essas histórias o tenham te mostrado


um caminho possível para ingressar na aviação com
um investimento mais modesto.

A equipe Curso de Piloto está sempre a sua disposição


para auxiliar em suas dúvidas, entre em contato
conosco pelo e-mail atendimento@cursodepiloto.net
ou pela nossa página no facebook.

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www.cursodepiloto. net

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