Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AS ESTRUTURAS E OS SISTEMAS
QUE COMPÕEM OS AVIÕES
TODO O CONTEÚDO
TEÓRICO EXIGIDO PELA ANAC
PARA OS CURSOS DE PP E PC
O livro "ConhecimentosTecnicos - Aviões" faz parte
da coleção de livros da Editora Bianch para o treinamento
de piloto privado e comercial. Este livro visa qualificar o
piloto tanto para a realização da prova teórica da ANAC
quanto para a parte prática do treinamento.
AVIÕES
DENIS BIANCHINI
(ONHECIMENT01S TÉCNICOS
AVIÕES
DENIS BIANCHINI
B IA N C IH
3ª Edição
- 2017 -
Copyright 2017 by Denis Bianchini
ISBN 978-85-66282-33-7
Central de Atendimento
email: suporte@ebianch.com.br
site: www.ebianch.com.br
www.bianch.com.br
Bianchini , Denis
Conhecimentos técnicos - aviões / Deni s Bianchini.
31 Edição -- São Paulo: Editora Bianch, 2017.
Bibliografia
ISBN 978-85-66282-33-7
Este livro faz parte da coleção de livros da Editora Bianch para o treinamento
de piloto privado (PP) e piloto comercial (PC), que visa qualificar o aluno ou piloto
para a realização da prova de conhecimentos teóricos da ANAC, do respectivo curso, e
obviamente prepará-lo para o uso destes conhecimentos em voo.
Seguindo a linha editorial desta coleção, este livro foi escrito com uma linguagem
simples e direta, proporcionando uma leitura leve e produtiva. Foram utilizadas dezenas
de figuras e imagens, pois temos certeza que tais ilustrações tornam a absorção do
assunto mais fácil. Todo o conteúdo deste livro está baseado no conteúdo programático
estabelecido pela ANAC para os cursos de piloto privado e comercial de avião.
Nesta nova edição foi acrescentado o conteúdo de conhecimentos técnicos para
piloto comercial, portanto, o livro foi dividido em duas partes: a primeira engloba o
conteúdo programático de piloto privado e a segunda o conteúdo complementar para o
curso de piloto comercial.
A primeira parte traz as informações relativas ao funcionamento mecânico do
avião, onde serão abordados diversos assuntos, como: sistemas, estrutura da aeronave,
motores, etc. É também nesta matéria que serão analisados os conceitos básicos de
manutenção e as obrigações e deveres do piloto na operação segura da aeronave,
respeitando sempre os limites impostos pelo fabricante, preconizados no manual de
operações da aeronave.
O manual de operações da aeronave, mencionado acima, será amplamente citado
ao longo deste livro, uma vez que é este o manual que fundamenta os procedimentos
normais e anormais (emergência) realizados pelo piloto durante a operação da aeronave.
É também no manual de operações que o piloto encontrará as limitações e a descriç ão
dos sistemas e características da aeronave.
O conteúdo deste livro é genérico a todas as aeronaves, no entanto, sempre
haverá alguma particularidade ou diferença nos procedimentos entre a aeronave que
você irá operar e as demais, motivo pelo qual sempre iremos mencionar o manual de
operações da aeronave como a base para a realização de um voo seguro. É fundamental
que você leia o manual de operações da aeronave que irá operar, de modo a familiarizar-
se aos procedimentos e características específicas àquela aeronave. Havendo qualquer
divergência entre as informações contidas neste livro e o manual de operações da
aeronave que será operada, siga sempre o que preconizai o manual de operações!
A segunda parte deste livro traz o conteúdo complementar relativo ao curso
de piloto comercial. Nesta parte o piloto terá a oportunidade de conhecer o sistema
hidráulico, de pressurização, anti-ice/de-ice e de piloto automático, sistemas estes
que estão presentes nas aeronaves mais modernas e de maior porte. A segunda parte
também traz a análise detalhada dos motores a reação, que equipam as aeronaves de
alta performance.
Temos a certeza que após a leitura deste livro, aliado a um estudo dedicado e
constante em relação a esta matéria, você estará preparado para a realização da prova
teórica de conhecimentos técnicos (aviões) da ANAC. Portanto, estude e bons voos!
Denis Bianchini
SUMÁRIO (iERAL
Glossário 275
Índice remissivo 289
Bibliografia 293
SUMÁRIO [)ETALHADO
3 Controles de voo
Controles primários de voo 31
Controles secundários de voo 33
Ajustes nas superfícies de comando 34
Motores convencionais
6 Características gerais dos motores a pistão 55
Principais componentes de um motor a pistão 58
Funcionamento de um motor a pistão (quatro tempos) 63
Funcionamento de um motor a pistão (dois tempos) 68
Performance do motor 69
Sistema de lubrificação
7 Óleos lubrificantes 73
Tipos de lubrificação 76
Componentes do sistema de lubrificação 77
Falhas no sistema de lubrificação 81
Sistema de refrigeração
8 Sistemas de resfriamento 84
Controle da temperatura do motor 86
Sistema de alimentação
9 Sistema de admissão 88
Sistema de superalimentação 89
Sistema de formação de mistura 92
Carburação 97
Sistema de injeção de combustível 106
Sistema de combustível
10 Componentes do sistema de combustível 11O
Combustíveis 114
Abastecimento e inspeção pré-voo 116
11 Sistema elétrico
Noções básicas de eletricidade 120
Circuito elétrico 125
Corrente contínua (DC) e corrente alternadai (AC) 129
Magnetismo 131
Sistema elétrico de uma aeronave 134
12 Sistema de ignição
Principais componentes 144
Cheque dos magnetos 149
Starter 150
Instrumentos
15 Graduação e marcação dos instrumentos 171
Instrumentos básicos de voo e de navegação 171
Instrumentos do motor 184
Instrumentos dos sistemas da aeronave 185
Manutenção de aeronaves
16 Programa de manutenção 188
Documentação, manuais e publicações 188
Obrigações do piloto 190
19 Sistema hidráulico
Componentes básicos 242
Falhas no sistema 244
21 Sistema de pressurização
Principais componentes 254
Princípios de funcionamento 256
Falhas no sistema 259
Sistema de oxigênio 261
Piloto automático
22 Principais componentes 263
Princípios de funcionamento 266
Glossário 275
Tipos de aeronaves
Antes de analisarmos os tipos de aeronaves, vamos fazer uma distinção entre o
conceito de aeronave e avião.
Aeronave: é um dispositivo que é usado ou que se pretenda usar para voar na
atmosfera, capaz de transportar pessoas e/ou coisas.
Avião : é uma aeronave de asa fixa, mais pesada que o ar, com propulsão a
motor e que é sustentada no ar pela reação dinâmica do ar contra suas superfícies de
sustentação que permanecem fixas sob determinadas condições de voo.
Aeróstatos
Aeróstato é uma aeronave mais leve que o ar, que pode elevar-se e manter-se
sustentada no ar pelo emprego de invólucros cheios de gás, com o conjunto pesando
1 Tipos e classificação das aeronaves
61 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
dirigível balão
Aeródinos
É uma aeronave cuja sustentação no ar provém, principalmente, de
forças aerodinâmicas. São aeródinos: aviões, planadores, helicópteros, autogiros,
motoplanadores e ultraleves.
-
asa baixa asa média asa alta
--
monoplano biplano triplano
'-
Um avião poderá ser classificado pelo tipo de pista que utiliza nas operações
de pouso e decolagem, veja.
transônico
- -
supersônico hipersônico
-
VTOL STOL CTOL
TOL
Componentes básicos de um avião
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 121
sistemas
dispositivos
hipersustentadores
superfícies
de comando
A estrutura dos aviões
2 4 1 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Esforços estruturais
tensão compressão
torção cisalhamento
tração
V--- re;;.;;;--
flexão
Asas
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bian chini 125
Materiais utilizados
Asas
As asas são aerofólios que ficam fixados na fuselagem e tem a função de produzir
a sustentação necessária para manter a aeronave em voo. Há diversos tipos de designs,
posições, formas e tamanhos de asa, e cada fabricante adota as características mais
adequadas ao projeto de sua ae ronave .
Analisaremos a seguir as principais partes que compõem a estrutura das asas.
bordo de fuga
26 1 A estrutura dos aviões
Conhe cimentos Técnicos (Aviões) · Edit ora Bianch
Fuselagem
É a estrutura na qual são fixados as demais partes da aeronave (asas, empenagem,
trem de pouso, sistemas, etc.), além de alocar a cabine de comando e o compartimento
para passageiros e cargas. É também na fuselagem que o motor é fixado, no caso dos
aviões monomotores.
Os três principais tipos de estrutura da fuselagem são: tubular ou treliça,
monocoque e semim onocoque .
Empenagem
Chamada coloquialmente de "cauda" a empenagem é constituída pelo
estabilizador ve rtic al, o estab ilizad or horizontal e as respectivas superfícies de
comando. A principal função dos aerofólios quie compõem a empenagem é manter a
estabilidade e controlabilidade do voo. Há diversos formatos de empenagem, veja.
-1
7 /·
Superficies de comandos
Neste capítulo abordaremos apenas os aspectos básicos das superfícies de
comandos, como divisão e localização, e no próximo capítulo analisaremos os controles
de voo de forma mais aprofundada e abrangente.
As superfícies de comandos são responsáveis pelo controle dos movimentos do
avião em voo, e são divididas em: superfícies primárias e superfícies secundárias.
Basicamente as superfícies primárias são as responsáveis pelo controle efetivo
dos movimentos da aeronave em voo, enquanto as superfícies secundárias auxiliam
na diminuição das forças empregadas pelo piloto ao efetuar um movimento com a
aeronave. Veja abaixo a divisão das superfícies de comandos.
- superfícies primárias
-E ailerons
profundor
leme
- superfícies secundárias
-E compensador dos ailerons
compensador do profundor
compensador do leme
A figura abaixo exibe os três eixos sobre os quais o avião se movimenta, além
das superfícies de comandos.
''
'''
[l _
--u
eixo longitudinal --compensador do aileron
'° ._.__ _aileron
Dispositivos hipersustentadores
Os dispositivos hipersustentadores têm a finalidade de aumentar a sustentação
produzida pela asa. O uso destes dispositivos é praticamente indispensável durante as
operações de pouso e decolagem, uma vez que eles permitem a operação da aeronave
Dispositivos hipersustentadores
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 129
com uma velocidade reduzida, o que é primordial nestas duas etapas do voo. Os
dispositivos hipersustentadores mais utilizados são os flaps e os slats.
Flap
O f\ap é o dispositivo hipersustentador mais
comum e está presente em praticamente todas
as aeronaves, desde as mais simples até as mais
modernas e sofisticadas, variando apenas o tipo de
f\ap utilizado por cada aeronave.
Localizados no bordo de fuga da asa,
os flaps possuem a função básica de aumentar a
sustentação, o que também acaba gerando mais
arrasto . Esse aumento de sustentação é obtido com
a alteração da curvatura do aerofólio, o aumento do ângulo de ataque e, em alguns
tipos de flaps, com o aumento da área da asa.
O controle de acionamento do flap pode ser mecânico, hidráulico ou elétrico.
O modo de acionamento irá variar de acordo com o tamanho e a complexidade da
aeronave. Abaixo os tipos mais comuns de flap.
Slot
Enquanto o flap atua exclusivamente
no bordo de fuga, o slot é um dispos"itivo
hipersustentador que irá atuar no bordo de ataque
da asa. A lógica do slot é a seguinte, ele gerará
uma fenda no bordo de ataque que permiti r á a
passagem dos filetes de ar para o extradorso,
dando mais energia aquela região e retardando o
turbilhonamento. O seu uso ocorre geralmente em
ângulos de ataque elevados e em operações de
baixa velocidade, como o pouso e a decolagem.
Os tipos mais comum de slots são:
Spoiler
Ao contrário do flap e do slot que
são dispositivos cuja função é aumentar a
sustentação, o spoiler têm a função de aumentar
o arrasto. O spoiler é um dispositivo instalado
no extradorso da asa, que é aberto/fechado
automaticamente ou manualmente pelo piloto.
Ao ser aberto, o spoiler reduz a sustentação e
aumenta o arrasto em determinado ponto da
asa. O spoiler também auxilia no movimento
de rolagem da aeronave, ajudando o aileron,
e eliminado o efeito da guinada adversa.
Durante o pouso o spoiler é completamente aberto para que se produza
máximo arrasto e o peso da aeronave seja parcialmente transferido para o trem de
pouso, aumentando a eficiência dos freios. Em aeronaves a jato a atuação do spoiler é
essencial durante o pouso, pois ele "segura" a aeronave no solo.
O spoiler ou speedbrake - como também é chamado - é mais comum em
aeronaves a jato e em planadores, sendo raramente instalado em aeronave de pequeno
porte a pistão.
3
CONTROLES.DE VOO
Ailerons
São aerofólios localizados no bordo de
fuga da asa que possuem a função de controlar
o movimento do avião em torno do seu eixo
longitudinal. O manche é o responsável em
controlar os ailerons, com movimentos para
esquerda e para direita.
Os ailerons da asa direita e esquerda
trabalham em sincronia, quando um abaixa o
outro se eleva, assim é possível que o avião
realize uma curva. Para facilitar o trabalho dos
ailerons as aeronaves mais modernas dispõem
do spoiler, um controle de voo secundário.
o manche é o responsável
em controlar os ai/erans
Controles secundários de voo
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 133
Profundor
São aerofólios que controlam o
movimento do avião sobre o eixo lateral ou
transversal. O profundar é controlado pelo
manche, com movimentos para frente e para
trás, e é o responsável em fazer a aeronave
subir ou descer.
o manche é o responsável
em controlar o profundar,
com movimentos para frente
e para trás
Leme
o pedal é o responsável
em controlar o leme t
Compensadores
Conjunto de cabos
trabalhar para manter sempre o padrão requerido. Cabos com pouca tensão ("frouxos")
diminuem significativamente a ação dos comandos de voo, e cabos com muita tensão
("muito esticados") deixam os comandos muito duros e pesados.
1
- - "- lJl
(CG) e suportam praticamente todo o peso da
aeronave. A roda de direção fica localizada na ' 1 -...
cauda. •
Atualmente são poucas as aeronaves
que utilizam este tipo de configuração, uma vez que são inúmeras as desvantagens, veja:
- dificuldade no controle direcional do avião no solo
- limitação da visibilidade do piloto durante o controle do avião no solo
- maior propensão a pilonar devido à localização do CG
Sistema de amortecimento
O amortecimento do impacto com o solo, principalmente durante o pouso, é
absorvido principalmente pelo trem de pouso principal, através dos amortecedore s.
Analisaremos a seguir os dois tipos de sistema de amortecimento comumente empregados
nos aviões atuais.
Amortecedor de mola
Amortecedor hidropneumático
freio
/
Durante a inspeção
externa no pré-voo, o piloto
deverá verificar no conjunto
das rodas o marco de referência
pneu/roda, que deverá estar
alinhado. Caso haja um
desalinhamento deste marco de
referência chame o mecânico da
aeronave para que ele analise
a estrutura da roda e libera a posição correta do desalinhamento do
aeronave para voo. marco de referência marco de referência
Devemos também
inspecionar a roda a procura
de danos à sua estrutura. As
rodas não devem apresentar
rachaduras ou fendas, e deve- marco de
se ter certeza de que nenhum referência
objeto esteja preso entre o
trem de pouso e o pneu, e que
nenhuma peça do trem de pouso
esteja tocando no pneu.
42 1 Sistema de trem de pouso
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Pneus
Os pneus de uma aeronave proporcionam certo amortecimento que auxilia
na absorção de parte da energia dos impactos sofridos durante a decolagem e
principalmente no pouso. Eles também são responsáveis em suportar o peso da
aeronave em solo e prover tração necessária para a atuação dos freios, sendo assim, os
pneus são projetados para sustentar altas velocidades e pesadíssimas cargas estáticas e
dinâmicas.
Ao contrário do que se costuma supor, a resistência requerida pelos pneus de
um avião é para suportar principalmente o aquecimento rápido durante operações no
solo e não o impacto de pousos mais duros.
Calibragem da pressão
Estrutura do pneu
banda de rodagem
sulcos
amortecedores
tonas
carcaça
camada interna
Pneus
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 143
Banda de rodagem: parte do pneu que fica em contato direto com a pist a,
feita de borracha com qualidade para oferecer resistência e durabilidade. A banda de
rolagem é projetada para proporcionar boa tração nas mais variadas condições de pist a.
Carcaça: é uma das principais estruturas dop neu, elas são camadas constituídas
de fios de nylon, borracha e outros tecidos que se entrelaçam em ângulos opostos
proporcionando rigidez e formato ao pneu.
Câmara interna: nos pneus sem câmara, esta camada de borracha menos
permeável atua como uma câmara de ar embutida, e impede que o ar penetre através
das lonas. Nos pneus com câmara, uma camada mais fina de borracha é usada para
evitar o atrito entre a câmara de ar e a lona interna.
Freios
O sistema de freios tem a função primária de reduzir a velocidade da aeronave
em solo, proporcionando frenagem adequada para a parada da aeronave numa
distância razoável. Além desta função os freios podem ser utilizados como freios de
estacionamento (parking brake) ou no controle direcional da aeronave em solo, através
da frenagem diferencial. Na grande maioria das aeronaves os freios são instalados
apenas nas rodas do trem de pouso principal.
Analisaremos a seguir os principais tipos de freios, o sistema de funcionamento
e os cuidados durante a inspeção de pré-voo.
Tipos de freios
Freio a tambor
sapata
Freio a disco
Sistema de funcionamento
Inspeção pré-voo
Freios de estacionamento
Roda de direção
O controle direcional da aeronave em solo faz-se através da roda de direção. Nas
aeronaves convencionais tal controle ocorre através da bequilha e nas aeronaves com
trem de pouso do tipo triciclo o controle ocorre através do trem de nariz (nosewheel).
O piloto tem o controle sobre o trem de nariz ou a bequilha através do pedal,
onde geralmente a parte inferior (a mesma que controla o leme) é a responsável por
mover a roda de direção. Nas aeronaves maiores o controle do trem de nariz pode
ser efetuado também através do "nosewheel steering", o que permite um controle
direcional maior e mais preciso durante o taxi.
481 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Sistema de trem de pouso
Shimmy damper
O Shimmy damper é um
amortecedor de vibração cuja função é
minimizar as vibrações e oscilações do trem
de pouso de nariz durante a operação em
solo. O Shimmy damper é uma pequena
unidade pistão/cilindro hidráulico, como é
possível visualizar na figura ao lado.
5
MOTORES J ÊRONÁUTICOS
Os motores de combustão interna possuem diversas vantagens: são mais eficientes, mais
leves e menores. Estes são os principais motivos pelos quais um motor de combustão
interna equipam atualmente os aviões e os automóveis.
Motores convencionais
Motores a reação
Faremos apenas uma análise superficial dos motores a reação, uma vez que
o conteúdo programático do curso de piloto privado prevê apenas uma visão geral a
respeito. A análise detalhada dos motores a reação encontra-se na segunda parte deste
livro.
Os motores a reação equipam praticamente todas as aeronaves comercial em
operação atualmente, e têm como principal característica a elevada potência gerada .
Um motor a reação pode ter o seu funcionamento comparado com um motor
convencional porque em ambos temos praticamente as mesmas fases operacionais.
No entanto, a principal diferença relativa ao funcionamento de um motor a reação
se comparado com os motores convencionais, está no modo e no local onde as
fases operacionais acontecem. Em um motor convencional, as fases ocorrem
intermitentemente , no interior de um cil ind ro, enquanto que nos motores a reação as
fases ocorrem de maneira contínua .
Outra diferença ocorre na quantidade de massa impulsionada. O motor a reação
desloca uma quantidade relativamente pequena de massa de ar a uma velocidade
elevada.
Na página seguinte exibimos uma figura que compara de forma simplória as
fases operacionais entre ambos os tipos de motores térmicos.
Tipos de motores aeronáuticos
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 151
1,6 --
o 1,4 --
i 1,2 --
a.
V,:,
'"-O
V, 1 ,0 --
o E 0,8 -- 1 - convencional
:, ou
E 2 - turbo-hélice
V,'"
0,6 --
5 "O 3 - turbojato
u 0,4 --
0,2 --
MOTORES CONVENCIONAIS
- motor rad ial: neste tipo de configuração os cilindros ficam dispostos ao redor
do eixo de manivelas, e o número de cilindros que compõem este arranjo geralmente
é de três, cinco, sete ou nove. Num motor radial apenas uma dessas bielas é fixa, e
prende-se ao eixo de manivelas, sendo chamada de biela mestra. As demais, por sua
vez, são chamadas de bielas articuladas e se prendem à biela mestra .
Os motores radiais atingiram o ápice durante a Segunda Guerra Mundial,
atualmente muito poucas aeronaves são equipadas com este tipo de motor. São
exemplos de aeronaves que utilizaram este tipo de motor: Douglas DC-3, Cessna 195,
North American T-6 e Grumman Ag-Cat.
As vantagens deste tipo de configuração são: boa relação peso/potência,
excelente refrigeração a ar, melhor acomodação de um grande número de cilindros.
As desvantagens são: área frontal demasiadamente grande e alto consumo de
combustível.
cilindro
eixo de manivela Douglas DC-3
Características gerais dos motores a pistão
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 157
- motor com cilindros horizontais opostos: nesta configuração os cilindros
ficam dispostos horizontalmente, com um cilindro em posição oposta ao outro, tendo o
eixo de manivelas ao centro. A quantidade de cilindros contida neste tipo de motor é
comumente de 4 ou 6. A refrigeração deste tipo de motor é geralmente feita a ar, o que
torna a refrigeração um tanto quanto deficiente.
As vantagens deste tipo de motor são: área frontal relativamente pequena e
adequada à instalação em monomotores e bimotores, baixa vibração e permite boa
visibilidade do piloto (aeronaves monomotoras). Devido a estas inúmeras vantagens,
este tipo de configuração é a mais utilizada atualment e.
eixo de manivela
Seneca V
Percival Proctor
Os motores a pistão podem ser divididos em dois tipos: motor de dois tempos
e motor de quatro tempos.
- motor de dois tempos: o ciclo é composto por apenas dois tempos. Este tipo
de motor apresenta um mecanismo muito simples de funcionamento, é bastante leve,
barato e contem poucas peças móveis, no entanto, apresenta inúmeras desvantagens
que inviabilizam o seu uso em aviões. Dentre as principais desvantagens podemos citar
o aquecimento excessivo, o consumo elevado de combustível e baixa eficiência nas
diversas fases de um voo.
-- vela de ignição
câmara de combustão
- eixo de manivelas
cárter - - ---<•
Cárter
Eixo de manivelas
Biela
terminal do pino
! mancai
Pistão
cabeça do pistão
t do pino segmento
anel de
lubrificação
pino do
pistão
Cilindro
O cilindro é a parte do motor na qual a potência é desenvolvida. É no cilindro
em que se encontra a câmara de combustão, local onde ocorre a queima e a expansão
dos gases . É também no cilindro que ficam alojados o pistão e a biela.
Por ser uma das peças mais importantes do motor o cilindro deve apresentar as
seguintes características:
- ser suficientemente forte para resist i r às pressões internas, desenvolvidas
durante a operação do motor
- ser construído com um metal leve para diminuir o peso do motor
- ser bom condutor de calor para permitir um eficiente resfriamento.
cabeça do cilindro
orifício da vela
corpo do cilindro
62 1 Motores convencionais
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Câmara de combustão
Válvulas
balancim r----------------,
eixo de balancins 1 / tucho 1
0
rolete do tucho :
ressalt o :
•-1
__ --------- ..__
e ixodede
václo
vumla
asndo 1 1
L----------------J
r ít..tM». - - - eixo de comando de válvulas
Berço do motor
/
parede de fogo
(firewall)
(720º) para que ocorram os quatro tempos requeridos. Durante a sequência dos quatro
tempos ocorrem também seis fases distintas, conforme veremos a seguir.
Os quatro tempos são:
- admissão
- compressão
- tempo motor (ou tempo de potência)
- escapamento (ou exaustão)
Os quatro tempos
Antes de analisarmos o que ocorre em cada um dos quatro tempos, veremos
algumas definições.
Há duas posições extremas do pistão dentro do cilindro que são definidas como:
- Ponto morto superior (PMS): ponto no qual o pistão atinge a extremidade
superior e inverte a trajetória de seu movimento.
- Ponto morto inferior (PMI): ponto no qual o pistão atinge a extremidade
inferior e inverte a trajetória de seu movimento.
A distância entre o PMS e o PMI é denominada de curso.
ponto morto
superior
ponto morto
inferior
Avanço de ignição: ocorre a ignição pouco antes do pistão atingir o PMS, ainda
no tempo "compressão". Este avanço na ignição visa compensar o tempo que a mistura
ar/combustível leva para queimar, de modo que, ao atingir o PMS o pistão já sofra a
força provocada pela expansão dos gases q ueimad os.
12 Tempo
22 Tempo
Performance do motor
Definições
Torque: é o produto de uma força pela distância dessa força, ao eixo sobre o
qual ela atua, ou, torque = força x distância (a 90" da força). As unidades de medida de
torque são libra-polegada ou libra-pé.
Cilindrada: é definida como o volume total deslocado pelo pistão entre o PMI
e o PMS, multiplicado pelo número de cilindros do motor. A cilindrada é geralmente
expressa em centímetros cúbicos (cm 3) .
câmara de
combustão
Potência do motor
Potência efetiva (brake horse power - BHP): potência que o motor fornece
à hélice, medida no eixo da hélice. A potência efetiva equivale a potência indicada
subtraída à potência de atrito.
Potência útil (thrust horse power - THP): potência que o grupo motopropulsor
disponibiliza para a aeronave. Para se obter esta potência deve-se levar em consideração
a eficiência da hélice em converter a potência efetiva em tração. Quanto maior a
eficiência da hélice maior será a sua capacidade enn converter a potência efetiva em
tração.
potência útil
Eficiência da hélice =
potência efetiva
7
SISTEMA DE LUBRIFICACÃO J
Óleos lubrificantes
Para que o sistema de lubrificação funcione corretamente, cumprindo as
funções citadas acima, é fundamental que este sistema seja alimentado com um óleo
lubrificante que atenda as especificações para a operação de determinado motor. A
função primária do óleo lubrificante é reduzir o atrito entre as partes móveis do motor,
e a sua função secundária, por assim dizer, é auxiliar no resfriamento do motor.
741 Sistema de lubrificação
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Determinação da viscosidade
Classificação SAE
65 30
80 40
100 50
120 60
140 70
Aditivos
Os aditivos são elementos químicos cuja finalidade é melhorar as características
e qualidade de um óleo lubrificante. Entre os principais aditivos estão:
Tipos de lubrificação
O óleo lubrificante é distribuído às diversas partes móveis do motor por um dos
seguintes métodos:
- lubrificação por salpico
- lubrificação por pressão
- lubrificação mista
Lubrificação mista
Neste sistema há uma combinação da lubrificação por salpico e da lubrificação
por pressão. Este é o sistema mais utilizado nos motores ae ronáutic os, nele algumas
partes, como o cilindro, são lubrificadas por salpico, e outras, como o eixo de manivelas,
são lubrificadas por pressão.
reservatório
de óleo
linha de vareta de
óleo
Bomba de óleo
Filtro de óleo
...
o que indica um desgaste anormal dos componentes do motor.
,
entrada de ateo
z:-... .,,-/ elemento filtrante
salda de óleo
!!rválvula by-pass
Radiador de óleo
filtro de
óleo
1 Sistema de lubrificação
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Válvulas
a situações em que o motor está operando com elevada potência, ·-. \_,, L J l :, ·
aeronave em baixa velocidade e em locais com temperatura f
1 1
T I r-·1
elevada.
Baixa quantidade de óleo no sistema também poderá
elevar a temperatura do óleo, assim como a queda na pressão
do óleo. Sempre compare a temperatura com a pressão do óleo,
geralmente a informação anormal de um destes parâmetros estará
associada ao outro.
---------
1 ,i,: i', 1 . ', ,, - 1
- 1
. "'
1 ' •,.·, ;.' ; I.
··. . . 1 4 1. ,,. - 1 i
°', aL J i"j
1 ' .,. , . / ·,. f :, ·,
f".1 • 1 I ",. 1
·, r·r..r 1
, r·r..r.
1
1 11 r,, I T 1 1 Í" i
SISTEMA DE REFRIGERACÃO J
Grande parte do calor produzido pela queima da mistura é expulso pelo próprio
escapamento do motor, no entanto, o calor restante ainda é demasiadamente elevado
e precisa ser removido ou dissipado, a fim de evitar que os efeitos indesejáveis do calor
citados acima não venham a ocorrer durante a operação do motor.
Os principais recursos empregados no sistema de refrigeração são:
- expulsão dos gases queimados através do escapamento do motor
- óleo lubrificante que circula pelo motor
- aletas do cilindro
- flaps de arrefecimento (cowl flaps)
Sistemas de resfriamento
Além, é claro, do sistema de lubrificação e da expulsão dos gases queimados
através do escapamento do motor, que auxiliam enormemente no resfriamento do motor,
podemos encontrar outros dois sistemas de resfriamento presentes numa aeronave de
motor a pistão: resfriamento a líquido e resfriamento a ar.
Resfriamento a liquido
Resfriamento a ar
fluxo de ar
flap d..e•a•r•ref.e.•c•im-
(cowl flap)
Sistemas de resfriamento
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 185
Afetas do cWndro : o corpo e a cabeça do cilindro possuem aletas de
resfriamento cuja função é aumentar a área de contato com o fluxo de ar a fim de
proporcionar uma melhor troca de calor e consequentemente um melhor resfriamento
do cil ind ro.
aletas do cilindro
t
fluxo de ar a
Defletores: o fluxo de ar que entra no compartimento do motor é orientado
pelos defletores, cuja função é direcionar e concentrar o fluxo de ar para as partes mais
quentes.
sistema de formação
de mistura
sistema de admissão
- sistema de
superalimentação
1 Sistema de alimentação
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Sistema de admissão
O sistema de admissão, ou de indução, é o responsável em admitir, filtrar e
aquecer o ar externo que será utilizado na mistura ar/combustível.
Basicamente o sistema de admissão funciona da seguinte maneira: o ar externo
é admitido através de um bocal de admissão na parte dianteira da carenagem do motor,
que direciona o fluxo de ar a passar por um filtro que irá reter poeira e outras impurezas
indesejáveis ao motor. Em seguida este ar filtrado é aquecido, comprimido (em motores
superalimentados) e enviado ao sistema de formação de mistura (carburador ou sistema
de injeção), de onde sairá a mistura que será enviada através dos coletores de admissão
aos cili ndros.
Portanto, o sistema de admissão é composto pelas seguintes partes:
· bocal de admissão
· filtro de ar
· aquecedor de ar
· coletor de admissão
coletor de
escapamento
compressor
(presente apenas nos
motores superalimentados)
válvula de controle
bocal de admissão
/
filtro de ar
Sistema de superalimentação
Como é de nosso conhecimento, à medida que a aeronave sobe e ganha altitude
o ar vai se tornando gradativamente mais rarefeito. Este efeito causa uma série de
impactos na performance da aeronave, e uma das partes mais afetadas é o motor!
A mistura ar/combustível é admitida no cilindro através da queda na pressão
interna do cilindro durante a fase de admissão, de modo que a pressão interna nesta
fase será sempre menor do que a pressão atmosférica. Com o aumento da altitude
ocorrerá a queda na pressão atmosférica e também a queda na densidade do ar, o que
ocasionará a perda de potência do motor com o aumento da altit ude, uma vez que o
motor terá mais dificuldade em admitir o ar para a realização da combustão da mistura.
Para minimizar este problema foi desenvolvido o motor superalimentado,
cuja finalidade é aumentar a densidade e a pressão do ar (através de um compressor)
admitido no cilindro de modo a minimizar a os efeitos do aumento da altitude.
Os motores a pistão podem ser divididos, em relação à alimentação, em dois tipos :
- motores não-superalimentados (aspirados)
- motores superalimentados
Motores não-superalimentados
Motores superalimentados
manifold
pressure
turbina
Compressor
compressor .
Manifold pressure
cilindro cilindro
carburação
• sistema de injeção
Sistema de formação de mistura
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 193
Mistura ar/combustível
o o 0 ººº
o o o oºº oº o
o
o o
o
o o o o
mistura· mistura rica mistura ideal o pobreo
mistura mistura
incombustível (1: 10) (1: 15) (1:20) incombustível
"excessivamente "exc essivam ente
rica" pobre"
(1:5) I! combustível
ar (1:25)
alta
Através do gráfico ao lado é / potênc1a max1ma
Controle da mistura
Conforme visto na tabela acima, diversos fatores irão afetar a mistura ar/
combustível, logo, para manter a eficiência na operação do motor o piloto deverá ajustar
constantemente a mistura de acordo com o estipul.ado pelo manual de operações da
aeronave.
Para realizar o ajuste da mistura
, ....- t ,-ç .. , P• • M, CJRl
IIIOD·M+W
D
táxi e deco/agem
mistura rica
sub;da
mistura empobrecida
cruzeiro
mistura empobrecida
descida
mistura empobrecida
D
aproximação final
mistura rica
manete toda a frente manete sendo recuada manete recuada manete sendo avançada manete toda a frente
9
61 Sistema de alimentação
Conhecimentos Técnicos {Aviões) - Editora Bianch
Táxi e decolagem
Subida
Cruzeiro
levemente para trás será possível perceber um aumento no RPM, causado pelo ajuste
correto da mistura ar/ combustível.
Para voos em cruzeiro com potência superior a 75% da MCP a manete de mistura
deverá estar posicionada toda à frente (mistura rica), pois potências superiores a 75%
causam elevado aquecimento do motor, sendo requerida uma mistura rica para prover
o resfriamento do cilindro. Não é muito usual empregar potência superior a 75% nos
voos de cruzeiro, no entanto, sempre consulte o manual de operações da aeronave para
verificar o regime ideal de cruzeiro para as suas operações. Apenas como referência,
acima de 5000 pés, um motor aspirado (não superalimentado) dificilmente atinge 75%
da MCP, ainda que a manete de potência esteja toda a frente.
Descida
Aproximação e pouso
Corte do motor
Carburação
A finalidade básica do carburador é formar a mistura do ar com o combustível
na dosagem e em proporção adequada, antes que tal mistura seja entregue aos cilindros
para que ocorra a combust ão.
Os carburadores podem ser classificados em dois tipos:
- carburador do tipo boia
- carburador do tipo pressão (injeção)
Sistema de alimentação
98 1 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
O carburador mais utilizado é o do tipo boia, por ser mais simples e barato. A
diferença básica entre eles é a pressão na qual o combustível é misturado com o fluxo
de ar. No carburador do tipo boia o combustível é aspirado pelo fluxo de ar, enquanto
no carburador do tipo pressão o combustível é injetado sob pressão no fluxo de ar.
injetor de
marcha lenta mistura ar I combustível
para os cilindros
--
manete de
potência
bomba de
filtro da
entrade de
combustível
bóia
válvula de
agulha câmara de
("estilete")
flutuação ,,,
,
, , entrada de ar
manete de ,/
mistura ,'
Carburacão
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini
l 99
A seguir analisaremos detalhadamente o princípio de funcionamento do
carburador.
O princípio básico de funcionamento de um carburador é o de que o fluxo de
ar que irá passar pelo carburador terá a sua velocidade aumentada e pressão estática
diminuída (princípio de Bernoulli) ao passar pelo tubo de Venturi.
O combustível fica localizado na câmara de flutuação onde a pressão atmosférica
é maior do que a pressão no tubo de Venturi. A diferença de pressão existente entre
a câmara e o tubo de Venturi succionará o combustível, que será então misturado ao
fluxo de ar. Após processada a mistura do combustível pulverizado com o fluxo de ar, a
mistura será enviada aos coletores de admissão para que chegue aos cilindros.
Um ponto fundamental na operação de um carburador é o princípio de Bernoulli
(quanto maior a velocidade do fluído menor a sua- pressão estática). A partir deste
princípio é possível entendermos a lógica de funcionamento do carburador!
Marcha lenta
Sistema de aceleração
Tipo sucção trase ira: este é o tipo mais ut ilizado . Nesse sistema um
determinado volume de baixa pressão do ve nt uri atua acima do combustível na câmara
de flutuação, até que isto se oponha a baixa pressão existente no injetor principal de
descarga. Uma linha atmosférica, incorporando uma válvula a justáve l, abre a entrada
para a câmara da boia.
Quando a válvula está completamente fechada, a pressão do combustível na
câmara de flutuação e no injetor de descarga é quase equalizada e o fluxo de combustível
é reduzido para o máximo de mistura pobre. Com a válvula totalmente aberta, a
pressão do combustível na câmara de flutuação é maior e a mistura de combustível é
enriquecida.
Sistema de alimentação
10 2 1 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
O procedimento de corte do motor deve ocorrer com a movimentação da
manete de mistura toda para trás (posição idle cut-off), de modo a cessar o envio da
mistura ar/combustível para os cilindros. Este procedimento permite a queima total da
mistura ar/ combustível restante nos cil indros.
Outra forma de se cortar o motor seria através do desligamento da chave de
ignição, como fazemos num carro, no entanto, este procedimento permite que certa
quantidade de mistura permaneça no interior do cilindro, o que ao longo do tempo
torna-se prejudicial à performance do motor.
Gelo de imp acto: este tipo de gelo é formado pela condensação da água
presente na atmosfera (sob a forma de chuva, neve, etc . ) ao entrar em contato com
a superfície do duto de admissão ou do filtro do carburador. A formação do gelo de
impacto é mais comum quando a temperatura externa do ar encontra-se próxima ou
abaixo de zero, ou, se a temperatura da superfície da aeronave encontra-se nesta faixa
de temperatura e há humidade visível presente (neve, chuva, nuvem, nevoeiro).
Aquecimento do carburador
coletor de
escapamento
--válvula de controle
•
do ar quente
admissão
Carburação 11 Q5
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini
unidade
válvula de
combustível
)
combustível
bomba de proveniente
entrada de ar
combustível do tanque
106 1 Sistema de alimentação
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
saido de ar para
os cilindros
t /
distribuidor de
combustível
bico injetor
1 L----------
L--------------
unidade controladora
de combustível
dos tanques \
...
combustível proveniente
- I•
manetes de potência
e de mistura
bomba mecânica
combustível
ê
0 bombo omb"<t;,el
auxiliar (elétrica)
entrada de ar
Sistema de injeção de combustível
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini
11 07
combustível proveniente
dos tanques
bomba auxiliar
/ (elétrica)
unidade
linha de
combustível
combustível
cilindro
linha de
combust ível
SISTEMA DE COMBUSTÍVEL
/
suspiro
--- seletora de
tanque de combustível
combustível
Primer
- I•
bomba auxiliar
... . . (elétrica)
bomba pnnc,pal
sistema de formação (mecãnica)
de mistura
Componentes do sistema de combustível
Conhecimentos Técnicos (Aviões ) - Denis Bianchini 1111
Tanques de combustível
. '.,,,,/º
ji'.
)•
TY
No entanto, não se atenha exclusivamente as
indicações deste instrumento, durante a inspeção de
pré-voo sempre verifique visualmente a quantidade de - - - -
combustível nos tanques e a compare com a indicação do ---- -
:o 10 1·-·w r 1)
instrumento no painel. Consulte o manual de operação
de sua aeronave para verificar as recomendações a
: lff T lj l:l P.l:'.", -tT
cerca do monitoramento da quantidade de combustível!
11 21 Sistema de combustível
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Seletora de combustível
Filtro de combustível
combustível segue pela seletora e logo em seguida pelo filtro principal, antes de chegar
no sistema de formação de mistura. É neste filtro que ocorrerá uma filtragem mais
precisa do combustível. Alguns filtros possuem o corpo transparente, permitindo a
visualização de impurezas e água.
Primer
A bomba auxiliar, também conhecida como Boost Pumps, é uma bomba elétrica
controlada diretamente pelo piloto. Como o próprio nome especifica, esta bomba
tem a finalidade de auxiliar a bomba principal no funcionamento geral do sistema de
combustível.
A bomba auxiliar de combustível é utilizada em operações normais antes da
partida do motor, de modo a pressurizar as linhas de combustível e eliminar a presença
de ar ou vapor nas linhas, facilitando a partida. A bomba auxiliar é também utilizada
numa eventual falha da bomba principal, quando então, passará a suprir a demanda de
combustível requerida pelo motor.
Esta é uma bomba mecânica acionada pelo próprio motor da aeronave, cuja
finalidade é fornecer combustível na pressão adequada durante todo o tempo de
operação do motor. No caso de falha da bomba principal, o sistema será suprido pela
bomba auxiliar.
Drenos
Combustíveis
O combustível é uma substância que , quando
combinado com o oxigênio, queima e produz calor.
O combustível utilizado nas aeronaves a pistão,
conhecido como AVGAS (AViation GASoline) , consiste
quase que inteiramente de hidrocarbonos (compondo-
se de hidrogênio e carbono).
Analisaremos a seguir as propriedades gerais
1 AVGAS ONLY 1
dos combustíveis de aviação, as classificações e os
efeitos do uso incorreto de combustíveis inapropriados .
Propriedades gerais
AVGAS 80 VERMELHA
AVGAS 100 VERDE
AVGAS 100LL* AZUL
JET A (querosene) INCOLOR (ou amarelado)
•o LL referente à AVGAS 10 0LL, indic a baixo t eor de chumbo (Low Lead)
Inspeção pré-voo
E ste é sem dúvida o assunto que mais causa apreensão aos pilotos, dos
iniciantes aos mais experientes, talvez nem tanto pela dificuldade da matéria, mas pela
cultura já disseminada de que sistema elétrico é uma assunto de difícil compreensão.
Vamos tentar dissecar esta matéria da forma mais clara e objetiva possível,
para que você possa obter uma base sólida a cerca deste assunto, o que vai possibilitar o
entendimento do sistema elétrico tanto de aeronaves de pequeno quanto de grande porte.
Com a modernização contínua das aeronaves cada vez mais equipamentos
eletrônicos são agregados à cabine de comando, tornando a aeronave cada vez
mais dependente do sistema elétrico. Basta observarmos o painel de um Cessna 172
padrão com o painel de um Cessna 172 equipado com o G1000, é possível observar
que praticamente todos os instrumentos foram substituídos por telas, que por sua vez
são eletricamente alimentadas. Outros sistemas, como iluminação interna e externa,
bombas elétricas, ignição e partida dos motores também dependem da eletricidade
para o correto funcionamento. Por este motivo o conhecimento amplo do sistema
elétrico se faz tão importante.
A parte inicial do capítulo trata dos conhecimentos básicos sobre eletricidade,
muito provavelmente já estudado por você durante as aulas de física do segundo grau
do ensino médio, no entanto, é tão provável que você lembre -se deste assunto quanto
deve lembrar-se da tabela periódica. Em segui da analisaremos o sistema elétrico de
uma aeronave de pequeno porte e a influência prática deste sistema nos seus voos.
Átomos
Tudo que possui massa e ocupa lugar no espaço é denominado de matéria. A
matéria é constituída por pequenas partículas chamadas de átomos. Os átomos por sua
vez são constituídos por partículas subatômicas: elétron, próton e nêutron.
Carga elétrica
Tensão elétrica
Corrente elétrica
*a quantidade de carga elétrica que um corpo poss:ui é dada pela diferença entre o número
de prótons e o número de elétrons que o corpo possui. A quantidade de carga elétrica é
expressa na unidade Coulomb (C). A carga de 1C = 6,25x10' 8 elétrons .
Resistência elétrica
Potência elétrica
dizer que numa eventual falha da bomba (alternador) a caixa d'água que apresenta maior
capacidade de armazenamento (35Ah) poderá suprir i1gua para o sistema por mais tempo.
Suponhamos que o tanque de água pressurizada está conectado a uma mangueira
que está sendo usada para molhar o jardim. O que acontece se você aumentar a pressão
no tanque? Pode-se supor que isso fará sair mais água da mangueira. O mesmo acontece
em um sistema elétrico: aumentar a voltagem vai fazer com que mais corrente flua
pelos fios.
Suponhamos agora que se aumente o diâmetro da mangueira, isso também
fará sair mais água da mangueira. É o mesmo que diminuir a resistência em um sistema
elétrico, pois ocorrerá um aumento no fluxo da corrent e.
Abaixo a ilustração relativa à analogia entre a água e a eletricidade.
fluxo de água
água-> eletricidade (corrente elétrica)
canos - > fios
tamanho do cano-> resistência
pressão-> voltagem (tensão)
fluxo de água -> corrente elétrica
caixa d'água -> bateria +-- cano
bomba d· água - > alternador (fio condutor)
caixa d'água
(bateria)
Circuito elétrico
Analisaremos agora um circuito elétrico, os componentes que o integram e a
lógica deste sistema.
Um circuito elétrico é constituído basicamente por quatro partes:
- uma fonte de força eletromotriz - FEM (ex. : bateria e gerador)
- condutores (ex.: fios de cobre)
- instrumentos de controle (ex.: chaves, interruptor, fusíveis ou disjuntores)
- um resistor ou carga (ex.: lâmpada, rádio, motor)
instrumento de
controle
9 resistor
(carga)
(chave)
c;,wno obe<,o : -/
circuito fechado
1A 1,5V
2A
1,5V 2A 1A
1A
C> 3V
1,5V
1A
1A
e• 2A
1A
1,5V 1,5V
1A 1A
ligação em série ligação em paralelo
O terminal negativo de uma fonte é ligado ao Para obter um maior fluxo de corrente do que
positivo da fonte seguinte. A tensão fica então uma fonte é capaz de suprir, as células são ligadas
igual à soma das voltagens de cada uma das em paralelo. A corrente total disponível é igual
fontes. Como a mesma corrente flui através à soma das correntes individuais de cada célula,
das sucessivas fontes, a corrente que a bateria entretanto, a voltagem é a mesma de uma única
pode suprir é igual a capacidade de corrente de célula. Para ligar células em paralelo todos os
uma única célula. Assim, uma bateria composta terminais positivos são conectados entre si, e
por células em série proporciona uma voltagem todos os terminais negativos da mesma forma.
maior, mas não uma maior capacidade de Cada célula precisa ter a mesma voltagem, caso
corrente. contrário, uma célula com maior voltagem forçará
a corrente através das células de menor voltagem.
•••
ligação em série ligação em paralelo
Este tipo de ligação proporcionar um umco Este tipo de ligação possui como característica
caminho à corrente elétrica, ou seja, a corrente básica o fato da tensão sobre cada resistor ser
que passa por um resistor será a mesma em a mesma , igual à da fonte, com isso a corrente
todos os outros. Como consequência de tal em cada resistor dependerá apenas de sua
característica, tem-se a divisão de tensão no resistê ncia, e a corrente total será igual
circuito, com cada resistor possuindo o seu a soma de todas as corrente s. A corrente
valor de tensão e a soma destes valores é igual proveniente da fonte é dividida em várias
a tensão da fonte. Neste caso, a resistência partes , tantas quantos forem os resistores
total é a simples soma das resistências ligad os. Este é o tipo mais comum de ligação.
presentes no circuito e dispostas em série .
painel de CB 'se a descrição do sistema ._4t. -. ., _,. A., tuo.., ,, -., , "lT
+ resistor
(carga)
fonte de energia
estrutura d aeronave (massa)
Voltimetro
Amperimetro
Abaixo a maneira pela qual cada um dos aparelhos é ligado à corrente elétrica.
amperímetro voltímetro
ligado em série ligado em paralelo
&!!;
o
-s .l'.] 270" 360"
N õ. ,<_-. ,'-- - - - -- - ,......-_-."."..,--
::,. 1 ',.. circuito em '
... 2 '
1
, operação , :
tempo tempo
Retificador
AC ,._
Inversor
Bem menos utilizado do que o retificador, o inversor é um dispositivo que
transforma a corrente contínua (DC) em corrente alt,ernada (AC).
Magnetismo
O estudo do magnetismo faz se necessário para a compreensão mais ampla
do sistema elétrico. O magnetismo está intimamente ligado ao sistema elétrico,
e materiais magnéticos são amplamente utilizados em motores, t rans formadores ,
dínamos, bobinas, ou se ja, em equipamentos elétricos de um modo geral.
O magnetismo é definido como a propriedade de um objeto para atrair ou
repelir certas substâncias metálicas. Em geral, tais substâncias são materiais compostos
de aço ou fe rro.
Ao analisarmos uma simples barra magnética podemos identificar algumas
propriedades de um imã, veja:
- se livremente suspenso o imã tende a alinhar-se com os polos magnéticos da
Terra, com uma extremidade apontando para o sul e outra para o norte
- formação de um campo magnético envolvendo o imã, cuja direção dos fluxos
magnéticos ou linhas de força é sempre do polo norte para o polo sul, e o
sentido destes fluxos irá variar de acordo com a posição dos polos , conforme
exibido em figura abaixo
- os polos de um imã não podem ser separados, ou seja, se quebrarmos um imã
as partes resultantes serão compostas cada uma com polos norte e sul
- as linhas de força, ou fluxos magnéticos, nunca se cruzam
- de acordo com a lei dos polos, os polos iguais se repelem e os polos opostos
se atraem
Eletromagnetismo
conta to fechado
contato fechado
A indução eletromagnética é o
fenômeno pelo qual se produz corrente elétrica campo
num condutor quando este é colocado num magnético
campo magnético variável (há variação do fluxo
magnético que o atravessa).
De acordo com a lei de Faraday
(elaborada por Michael Faraday em 1831), a
magnitude da tensão induzida é proporcional
à variação do fluxo magnético, ou seja, a
intensidade da força eletromotriz é cada vez
maior quanto mais rápido ocorrer a variação imã
do fluxo magnético. A indução eletromagnética
é a base do funcionamento dos alternadores,
dínamos e transformadores.
Transformador
luz de alerta de
unidade de aquecimento do Pitot
baixa voltagem
controle do
alternador compensador elétrico
f[aps
stall warning
luz de anticolisão
alternador
luz de pouso e táxi
luzes da cabine
CB do campo
strobe /ight
do alternador
instrumentos
starter
chave dos
aviônicos•
NAV 1
NAV2
amperímetro
tipo "zero ao
centro"
COMM 1
COMM2
rádio 1
rádio 2
rádio 3
DME
contatar da
transponder
bateria
painel de audio
Bateria
Barramentos
Os barramentos (bus bar), que são alimentados pelo alternador e pela bateria,
são os centros de distribuição da energia para os equipamentos elétricos da aeronave.
Os barramentos permitem a simplificação do sistema e a diminuição da fiação, pois
ocorre a concentração da distribuição da energia em um ponto comum.
Amperímetro
',' 'I''
-30
,
,
0
o •30
+60
bateria. Veja as possíveis indicaçôes deste tipo de amperímetro:
- ponteiro a esquerda do zero (negativo): corrente saindo da bateria.
-6
Indica que a energia da bateria está sendo consumida, logo, há
AM P
descarga da bateria .
- ponteiro no zero: não há corrent,e saindo nem entrando na bateria.
- ponteiro a direita do zero (positivo): corrente entrando na bateria.
Indica que a bateria está sendo recarregada.
Após a partida do motor o ponteiro ficará a direita do zero,
indicando o recarregamento da bateria, uma vez que houve uma
perda de carga da bateria durante a partida do motor.
alternador
- - - - - - 1-- - - - • - - -
amperímetro tipo "zero ao centro", bateria
ele mostra a corrente de saída (-)
e de entrada(+) na bateria
alternador
- ,p::mrlm
. - - ->--- e< ,;po >emo
esquerda". Esse tipo mostra apenas
a corrente de saída do alternado
1 bateria
Sistema elétrico de uma aeronave
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini l 139
Muitas vezes os pilotos não dão a devida atenção e importância a este
instrumento, ocorrendo o negligenciamento no monitoramento de suas indicações.
E em que este negligenciamento pode result ar? Na não percepção de uma falha no
sistema elétrico da aeronave.
Vamos supor que você não tenha o hábito de monitor o amperímetro da aeronave,
e de repente o alternador parou de funcionar sem você perceber. Como consequência da
falha do alternador a bateria passará a suprir a energia dos equipamentos elétricos da
aeronave, no entanto, a bateria não irá alimentar o sistema por tempo indeterminado
e ao ocorrer a descarga total da bateria a aeronave ficará com diversos equipamentos
importantes inoperantes! Só neste momento você irá perceber que ocorreu uma falha
no sistema elétrico e começará a pensar em que decisão tomar. O problema, como já
foi dito anteriormente, é se o seu voo for noturno-e por instrumentos, o que tornará a
situação ainda mais crítica.
Pode parecer um pouco pessimista o exemplo descrito acima, mas é apenas
para alertá-lo sobre a importância do monitoramento de mais este instrumento durante
o voo! Na página seguinte veremos como interpretar os sinais de falhas no sistema
elétrico através do amperímetro.
Master switch
O Master Switch (ou "interruptor mestre", numa
tradução livre) é o interruptor responsável em controlar todo
o sistema elétrico da aeronave, com exceção do sistema de
ignição, que é isolado do sistema elétrico e é alimentado
pelos magnetos.
O tipo mais comum de Master Switch é o exibido ao
lado. Observe que há dois interruptores, o esquerdo (ALT) que
controla o alternador e o direito (BAT) que controla a bateria.
- BAT: o interruptor da bateria (battery switch)
permite conectar (ON) ou desconectar (OFF) a bateria aos
barramentos.
- ALT: o interruptor do alternador (alternator switch)
permite conectar (ON) ou desconectar (OFF) o alternador aos
barramentos.
--
1
1
1 1
L-------------.J
140 1 Sistema elétrico
Conhec i mentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
,' \
,30 . +30
a indicação de descarga da bateria.
\. 1 '/
Essa situação é normal durante a partida do motor e
toda vez que a bateria for a única fonte elétrica do sistema
,
+GO
·60
,
elétrico.
Esta situação passa a ser considerada anormal AMP
quando o alternador esta em funcionamento , pois há uma
indicação de que a corrente fornecida pelo alternador não
é suficiente para suprir toda a demanda dos equipaimentos o ponteiro a esquerda
elétricos da aeronave e a corrente passa a sair (descarga) do zero (negativo) indica
que a carga da bateria
da bat eria para poder ajudar a suprir a demanda do si st ema.
está sendo consumida
Neste caso recomenda-se desligar alguns equipaimentos pelo sistema elétrico da
eletrônicos considerados desnecessários - até que o ponteiro aeronave
fique em zero - a fim de diminuir a demanda de energia do
sistema e conservar a carga da bateria. Se mesmo assim o
problema persistir por um tempo prolongado é recomendado
considerar a possibilidade de pouso num aeródromo próximo,
uma vez que a carga da bateria pode não ser sufici ente para
suprir o sistema por um período muito longo.
Sistema elétrico de uma aeronave
Con hecimentos Técnicos (Aviões) - Deni s Bia nch ini l 141
Carregamento excessivo da bateria: se o ponteiro
do amperímetro estiver muito a direita do zero (valor
--30 o +30 \
vela de ignição
/.... vela de ignição
Principais componentes
Analisaremos a seguir os principais componentes do sistema de ignição, dentre
eles:
- magnetos
- vela de ignição
- cabos
- chave de ignição
velas
velas
Magnetos
bobina secundária
platina do -
imã
,,,
ressalto =
chave de ignição
Yl
.."' ====. .a
O magneto utiliza basicamente o princípio da indução eletromagnética em seu
funcionamento. Um imã rotativo gira entre os polos do núcleo de ferro da bobina,
induzindo a corrente elétrica a fluir por esta bobina primária. Envolto à bobina primária
Sistema de ignição
146 1 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
há uma bobina secundária, composta por um número maior de espiras (voltas) de fio,
o que permite t ransfo r mar a corrente da bobina primária numa corrente de maior
voltagem (cerca de 20.000 volts).
A bobina primária está ligada ao platinado e ao condensador, formando o
circuito elétrico primário. A bobina secundária é ligada ao distribuidor que por sua vez
distribui a alta tensão entre as velas de ignição.
A passagem da corrente da bobina primária para a bobina secundária ocorre no
momento em que o platinado se abre interrompendo a circulação de corrente no circuito
primário. Este colapso súbito da corrente primária induz uma brusca mudança no sentido
do fluxo no núcleo, que é sentida pela bobina secundária (exposta magneticamente,
mas eletricamente isolada do núcleo), na qual será induzido um pulso de corrente de
alta voltagem, pulso este necessário para provocar o centelhamentoentre os eletrodos
da vela.
Como o rotor está em movimento, na próxima vez em que estiver próximo
de atingir a posição de capacidade plena, os contatos da bobina primária se fecharão
novamente e o ciclo será repetido para provocar o centelhamento dos eletrodos da
próxima vela do pistão seguinte na sequência da ordem de fogo.
Os platinados, quando abertos, funcionam com o condensador para interromper
o fluxo de corrente na bobina primária, causando uma mudança extremamente rápida no
fluxo. A alta tensão na bobina secundária é descarregada através dos eletrodos da vela,
para inflamar a mistura ar/ combustível no cilindro do motor. Cada centelha consiste
em um pico de descarga, após o qual uma série de pequenas oscilações ocorrem. Isso
continua até que a tensão se torne muito baixa para manter a descarga. A corrente
flui na bobina secundária, durante o tempo levado para descarregá-la completamente.
A energia no circuito magnético é completamente d'issipada, durante o tempo que os
contatos se encontram fechados para a geração da centelha seguinte.
Como há várias velas em um motor e cada cilindro opera em fases distintas uns
dos outros, a alta tensão induzida na bobina secundária é enviada ao distri buidor, cuja
função é distribuir esta alta tensão para as velas de ignição na ordem correta (ordem de
fogo). O distribuidor possui um eixo de ressalto que é acoplado ao eixo de manivelas, e
o distribuidor irá girar com metade da velocidade do eixo de manivelas.
Velas de ignição
A vela de ignição é a peça responsável em produzir a centelha no interior do
cilindro para que a mistura ar/ combustível possa entrar em combustão no momento
adequado .
Uma parte da vela na câmara de combustão conduz um impulso de corrente de
alta voltagem entre dois eletrodos produzindo a centelha elétrica.
Os principais componentes de uma vela de ignição são: os eletrodos, o isolante
e a cobertura externa
Há dois eletrodos na composição da vela, o eletrodo central que recebe a alta
tensão da bobina secundária através do distribuidor, e o eletrodo massa que é ligado ao
corpo da vela.
O isolador provê uma proteção em torno do eletrodo. Em adição à isolação
elétrica, o isolador de cerâmica também transfere calor da ponta da cerâmica para o
cilindro.
Principais componentes
Conhecimentos Técnicos (Aviões) · Denis Bianchini l 147
A cobertura externa é resistente
à corrosão e possui uma rosca para
fixação ao cilindro, garantindo a fixação
plena no conjunto do cilindro evitando
vazamento de pressão.
Cada motor pede uma isolante
especificação particular de vela, indicada
pelo fabricante do motor. Os tipos de
velas de ignição usados em diferentes
motores variam em relação ao calor, faixa
de operação, tamanho da rosca e outras
características de instalação requeridas cobertura
por diferentes motores. A faixa de calor externa
de uma vela de ignição é medida pela
sua capacidade de transferir calor para
a cabeça do cilindro. A vela deve operar
quente, permitindo queimar depósitos '-_ eletrodo massa
que podem causar sujeira, entretanto, a
uma temperatura que evite a condição
de pré-ignição.
Existem dois tipos principais de velas: as quentes e as frias. As velas quentes
possuem um grande nariz isolador, que cria um longo caminho de transferência de calor.
Já as velas frias possuem um isolador relativamente pequeno, para permitir uma rápida
transferência de calor para a cabeça do cilindro.
Cabos de ignição
Quando o rádio e outros equipamentos elétricos são protegidos desta maneira, diz-se
que a fiação do cabo de ignição está protegida por blindagem. Sem essa blindagem
a rádio comunicação ficaria extremamente exposta à interferência, resultando na
inoperância ou mau funcionamento destes equipamentos.
Chave de ignição
direito / esquerdo
J / _.--- ambos
Se após o cheque qualquer um dos parâmetros não for cumprido o piloto deverá
retornar com a aeronave e reportar o ocorrido para o mecânico responsável. NUNCA
decole se os parâmetros estipulados pelo fabricante não estiverem sendo cumpridos!
Se ao selecionar um dos magnetos durante o teste não ocorrer queda alguma de
potência, é um sinal de que provavelmente há um problema na chave de ignição. Neste
caso também é recomendado retornar com a aeronave, pois não é possível efetuar o
cheque de maneira satisfatória nestas condições.
Starter
A maioria das aeronaves a pistão atuais são equipadas com o starter (motor de
partida elétrico). Algumas aeronaves antigas, como o "Paulistinha", não dispõem deste
Starter
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini l 151
dispositivo, neste caso a partida é realizada manualmente.
O starter nada mais é do que um motor de partida elétrico alimentado pela
bateria, ou por uma fonte externa, acionado pelo piloto através da chave de ignição
(posição START).
O acionamento do starter resulta num elevado consumo de energia proveniente
da bateria, por este motivo o checklist das aeronaves geralmente requer que a menor
quantidade possível de equipamentos elétricos es:tejam ligados durante a partida . Este
procedimento permite que a energia da bateria seja conservada e se concentre quase
que em sua totalidade no acionamento do starter.
A figura abaixo exemplifica genericamente o sistema de acionamento. Dois
aspectos devem ser observados. Primeiro, se a chave da bateria (BAT) no Master Switch
estiver desligada não haverá a energização do barram'ento primário e consequentemente
a corrente não chegará ao st arter. Segundo, se a bateria estiver descarregada ou com a
carga muito baixa, também não será possível realizar o acionamento do starter, sendo
necessária a utilização de uma fonte externa.
fonte externa
starter chave de
ignição
bateria
O acionamento do motor
CONTRAl FOGO
Combate ao fogo
Para que possamos compreender a lógica do combate ao fogo devemos conhecer
o conceito de fogo, as classes de incêndio, os métodos de extinção do fogo e os agentes
extintores.
O fogo
O fogo é uma reação química que requer quatro elementos proporcionalmente
combinados para que se origine a chama, são eles:
- calor
- combustível
- comburente
- reação em cadeia
Classes de incêndios
Os incêndios serão classificados de acordo com as características dos seus
combustíveis. Apenas com o conhecimento da natureza do material que está se
queimando pode-se descobrir o melhor método para uma extinção rápida e segura do
fogo. Empregar um método de extinção errado no combate ao fogo poderá resultar em
consequências graves, por exemplo, o uso do extintor de água em líquidos inflamáveis
irá espalhar o fogo e em fogo de origem elétrica poderá causar choque e morte do
indivíduo que o combate.
Combate ao fogo
Conhecimentos Técnic os (Aviões) - Denis Bianchini l 155
a líquidos
inflamáveis
óleo, gasolina,
querosene,
graxa
queimam em superfície e após
a queima, nào deixam resíduos
abafamento
e
de classe C é desligar a fonte realizada com agente
materiais e por falha de
de energia elétrica (CB, extintor não-condutor
equipamentos equipamento
quadro de força, disjuntores), de eletricidade,
elétricos elétrico ou
pois assim ele se tornará um nunca com extintores
curto circuitos de água ou espuma
incêndio dle classe A ou B.
*
metais potássio apagados. água ou espuma para
pirofóricos
extinção do fogo
Métodos de extinção
•
Retirada de material (isolamento) : este é método mais
simples, ele consiste na retirada, diminuição ou interrupção, com
suficiente margem de segurança, do material (combustível) que está
queimando e do material que está próximo ao fogo.
F O
1 5 6 1 Sistema de proteção contra fogo
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Edit ora Bia nch
Agentes extintores
Os agentes extintores são substâncias qu1m1cas sólidas,
líquidas ou gasosas, que são utilizadas na extinção de um incêndio.
Os principais e mais conhecidos são:
- água
- espuma
- gás carbônico (C0 2 )
- pó químico (seco, especial e ABC)
- hidrocarbonetos alogenados (Halon)
Um sistema cuja detecção é eficiente permi tirá que a extinção do fogo seja
plena, no entanto, a confiabilidade do sistema também é fundamental, evitando
alarmes fal sos. Por essa razão, o sistema é devidamente protegido cont ra curto circuito,
vibrações e umidade.
Analisaremos a seguir os dois tipos ele sistemas de proteção contra fogo
citados acima, no entanto, a maioria das aeronaves de pequeno porte a pistão
dispõem apenas de um simples extintor portát il a bordo, não sendo equipadas com os
158 1 Sistema de proteção contra fogo
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
sistemas que serão expostos a seguir. Por este motivo, ao final deste capítulo veremos
os procedimentos comumente empregados para o combate ao fogo em solo e em voo
nas aeronaves que não dispõem de nenhum tipo de sistema de proteção contra fogo.
, ...
doAPU
motor direito (2)
·;jl L
" 1
1 p
u ', ......_.' '
;.pu
Há uma frase que você provavelmente irá ouvir muito durante a sua carreira -
"voe o avião" (manter a pilotagem e o gerenciamento seguro do voo)! Parece uma frase
boba, mas vários acidentes já ocorreram porque os pilotos ficaram tão preocupados
em solucionar um determinado problema que simplesmente se esqueceram de voar o
avião.
Fogo é uma das emergências mais indesej.áveis, no entanto, se o piloto se
desesperar e esquecer de voar o avião e realizar os procedimentos previsto para tal
situação, muito provavelmente o resultado será catastrófico! Isso vale para qualquer
emergência, da mais simples a mais complexa. Poderíamos citar diversos acidentes
que ocorreram pela "visão de túnel" da tripulação, que na ânsia de resolver uma pane
esqueceu-se do gerenciamento do voo, resultando num acidente.
Para o combate ao fogo em voo o piloto deverá primeiro voar o avião e em
seguida realizar os procedimentos específicos para o combate ao fogo, descritos no
manual de operações da aeronave. Estes procedimentos provavelmente irão solicitar
que você corte a alimentação de combustível do motor (manete de mistura na posição
idle cut-otf) e desligue o sistema de ignição. Sem combustível e ignição o motor irá
parar, e com a ajuda do ar de impacto provavelmente o fogo será extinto.
Em aeronaves equipadas com motor de hélice de passo variável, antes de mover
a manete de mistura para id/e cut-off, deve-se primeiro mover a manete de potência
para idle (mínima potência) e a manete de passo para a posição de embandeiramento,
para só então mover a manete de mistura para id/e cut-off.
Há duas considerações a serem feitas, uma para aeronaves monomotoras e
outra para aeronaves bimotoras.
- monomotoras: a partir do momento que você cortou o motor a aeronave virou
um "planador", logo, permanecerá em voo por mais poucos minutos! Portanto, tão logo
seja possível, procure uma área para realizar um pouso de emergência.
- bimotoras: na ânsia de extinguir o fogo no motor afetado deve-se prestar
MUITA atenção para não cortar o motor "bom", portanto, no momento do corte esteja
concentrado nesta tarefa para não criar outro problema. Após o corte do motor, e com
a aeronave voando na condição monomotora, pouso no aeródromo mais próximo.
HÉLICES
'''''
seções da pá.
plano de
rotação
pá da hélice
•
tração
s5 s4 s3 s2 s1
/
seções com
diferentes ângulos
de torção
cubo \
l'raiz
•
ponta
Passo
A cada rotação completa a hélice desenvolve um movimento helicoidal e
avança uma determinada distância, conhecida como passo ou passo teórico.
Porém, devido à velocidade do deslocamento da aeronave a distância avançada
pela hélice acaba sendo menor do que o previsto, o que chamamos de passo efetivo.
A diferença entre o passo teórico e o passo efetivo de uma hélice é denominada
de recuo.
Tipos de hélices
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini l 163
''
''
''
'' \
\
\
\
\
\
\
\
\
\
\
\
-O \
\
o '
(<) '
',
Õ,i_ ',
o ..........
recuo
ilustração da diferença entre o passo teórico e o passo efetivo
Eficiência da hélice
Tipos de hélices
As hélices são classificadas em:
- hélices de passo fixo
- hélices de passo ajustável
- hélices de passo variável (ou, de velocidade constante)
controle da ---*
manete de hélice
7j':
válvula de alívio
de pressão
bombade
engrenagem fluxo de óleo
d d , no eixo da hélice
entra a e o1eo
saída de óleo
Numa aeronave equipada com este tipo de hélice o piloto terá dois controles
distintos para realizar a correta operação do motor:
- o controle da RPM da hélice é realizado através da manete de hélice. O
monitoramento é realizado através do tacômetro.
o controle da potência do motor é realizado através da manete de
potência. O monitoramento é realizado através do manifold pressure.
Tipos de héli ces
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini l 167
Portanto, nas aeronaves equipados com hélices de velocidade constante o
piloto irá comandar a potência do motor (pressão de admissão) através da manete de
potência (cor preta) e ajustará a RPM da hélice através da manete de hélice (cor azul) .
Na figura abaixo podemos identificar ele maneira mais clara a relação das
manetes com os respectivos instrumentos.
manifold pressure
man,t, deL da \ : n t, , d, mi,tuca tocômetm
manete de hélice
- instrumentos do motor
- t acômet ro9
- manifold pressure (indicador da pressão de admissão)1º
- t ermômetros11
- manômetros12
- indicadores de quantidade de combustív el13
- indicadores de consumo de combustível 14
painel do Cessna 182 equipado com o EFD (eletronic flight display) G1000
Não citamos os instrumentos de navegação (ADF, VOR, ILS, GPS, DME , etc.) na
lista acima pois são instrumentos que merecem um estudo mais aprofundado, e foge do
conteúdo programático para o curso de piloto privado
Quanto ao princípio de funcionamento os instrumentos de voo são divididos em
três categorias básicas:
- instrumentos por pressão (sistema de Pitot estático): são aqueles que
ut ilizam a variação da pressão do ar como referência para as suas indicações. Ex.
velocímetro, alt íme t ro e climb .
- instrumentos giroscópicos: são aqueles que utilizam as propriedades da
inércia giroscópica como refe rê nc ia. Ex. turn and bank, giro direcional e o horizonte
artificial.
- instrumentos magnéticos: são aqueles que utilizam o campo magnético da
Terra como referência. Ex. bússola magné tica .
climb altímetro
tubo de Pitot
tubo de Pitot alternada
Instrumentos básicos de voo e de navegação
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini l 173
Pressão estática
Pressão dinâmica
Velocímetro
tubo de Pitot
Altímetro
Climb (variômetro)
1
indicador de velocidade vertical, o climb tem a
função de indicar se a aeronave está subindo,
descendo ou nivelada. A razão de descida ou
subida é indicada em pés por minuto, e quando
em solo a indicação do climb será igual a zero.
1
O climb utiliza a pressão fornecida
pela linha da tomada estática. Esta pressão é
jogada para dentro da caixa do instrumento,
onde há uma cápsula aneroide sensível às
variações de pressão. À medida que a pressão
diminui ou aumenta, essa cápsula transmite a climb digital e o analógico
razão com que isso ocorre através do ponteiro
do mostrador calibrado em centenas de pés por
minuto.
176 1 Instrumentos
Conhecimentos Técnicos {Aviões) - Editora Bianch
cápsula aneróide
...----- mostrador
tubo de Pitot
devemos sempre verificar com muito cuidado, durante a inspeção pré-voo, as condições
do tubo de Pitot. Durante o voo a principal preocupação será a formação de gelo ,
portanto, se a sua aeronave dispuser do aquecimento de Pitot (Pitot heat) utilize-o de
acordo com os procedimentos expostos no manual do fabricante da aeronave.
Conforme é possível visualizar na figura da página anterior, o único instrumento
alimentado pelo tubo de Pitot é o velo címet ro , logo, apenas este instrumento será
afetado no caso de uma falha no tudo de Pitot.
Como o velocímetro não receberá a pressão dinâmica proveniente do tubo de
Pitot haverá a informação apenas da pressão estátic a, fato que resultará na indicação
errônea da velocidade . Essa indicação se dará da seguinte forma:
- aeronave subindo: a velocidade indicada pelo velocímetro será maior do que
a real da aeronave
- aeronave descendo: a velocidade indicada pelo velocímetro será menor do
que a velocidade real da aeronave
Giroscópios
Alguns instrumentos utilizam as propriedades dos giroscópios para o seu
correto funcionamento, dentre eles o tum coordinator, o horizonte artificial e o giro
direcional. Para que possamos compreender melhor como estes instrumentos funcionam,
precisamos primeiro analisar o princípio de funcionamento dos giroscópios. O uso do
giroscópio adaptado aos instrumentos de voo e navegação permite a realização de um
voo mais preciso nas mais variadas condições de voo..
Um giroscópio consiste basicamente de uma massa (roda, disco ou volume) que
gira livremente em torno de seu eixo, em uma ou mais direções. Quando em repouso, o
giroscópio é simplesmente uma roda que pode ser girada em qualquer direção sem que
seja alterado o centro geométrico do conjunto. No entanto, quando o rotor passa a girar
velozmente aparece a primeira das duas propriedades do giroscópio, a rigidez no es paç o.
A rigidez no espaço ou inércia giroscópica é a tendência do rotor do giroscópio
em manter o seu alinhamento inicial no espaço, com o rotor em alta velocidade,
independente da posição ou movimentação do suporte. Essa propriedade permitirá
que o rotor permaneça estável em seu plano de rotação inicial qualquer que seja a
movimentação da aeronave, tornando-o a base para o funcionamento dos instrumentos
que indicam direção (giro direcional) e atitude (horizonte artificial).
A rigidez será afetada por alguns fatores, como: peso da massa, velocidade da
rotação, raio no qual o peso está concentrado e a fricção do rolamento.
Turn coordinator
mostrador do instrumento
Horizonte artificial
mostrador do instrumento
gimbal referente
à inclinação "rol/"
linha de referência
rotor do horizonte
(giro)
gimbal referente
ao "pitch"
Instrumentos
18
21 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Giro direcional
Bússola magnética
flutuador
linha de fé
cartão graduado
visor com lente - - -,..ri
de aumento
Relógio
Presente no painel de todas as aeronaves, o
relógio é um instrumento simples, porém de grande
utilidade na navegação aérea. Os relógios utilizados na
aviação variam muito de um modelo para outro, porém,
praticamente todos vêm equipados com cronômetro, o
que auxilia muito o piloto durante a navegação e em
determinados procedimentos.
Na preparação da aeronave para o voo é
importante verificar se a hora indicada pelo relógio da
aeronave está correta, ou seja, representa a hora UTC
ou Zulu. Caso você tenha dúvida quanto à hora correta,
basta solicitar esta informação à torre de controle do
aeródromo (solicite a "hora certa").
Instrumentos do motor
Os instrumentos do motor são aqueles que exibem os parâmetros de
funcionamento do motor, como: temperatura e pressão do óleo, consumo de
combustível, RPM, etc. A maioria destes instrumentos já foram amplamente analisados
ao longo deste liv ro, e como sabemos, estes instrumentos são necessários para que o
funcionamento do motor seja constantemente moni torado, a fim de evitar eventuais
surpresas durante o voo.
A graduação e a faixa de operação dos instrumentos do motor variam de uma
aeronave para outra, portanto, opere sempre dentro dos padrões e limites estipulados
pelo manual de operações da aeronave.
Os principais instrumentos do motor são:
- tacômetro
- manifold pressure (indicador da pressão de admissão)
- termômetros
- manômetros
- indicadores de quantidade de combustível
- indicadores de consumo de combustível
Instrumentos dos sistemas da aeronave
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bian chini l 185
Abaixo a ilustração dos principais instrumentos do motor. Os instrumentos
localizados a esquerda referem-se aos modernos MFD (multi-function display) das
aeronaves equipadas com EFD (eletronic flight display), e os instrumentos localizados a
direita referem-se aos instrumentos analógicos.
Não faremos uma análise detalhada sobre cada inst rume nt o, pois todos eles já
foram analisados ao longo deste livro.
manifold pressure
tacômetro
manômetro de óleo
temperatura do óleo
,T:,,n:OF *I)
1 lfFT
-- ----
FU H RlíJ iT
indicador de quantidade
de combustível
•
- -
MANUTENC,ÃO DE AERONAVES
Programa de manutenção
Programa de manutenção significa um documento que descreve as tarefas
específicas de manutenção programada e suas frequências de realização e procedimentos
relacionados, assim como um programa de confiabilidade necessário para a operação
segura das aeronaves às quais se aplica.
As aeronaves seguem um rígido programai de manutenção, cuja finalidade
é definir as tarefas específicas de manutenção programada e suas frequências de
realização e procedimentos relacionado s. Este programa de manutenção é estabelecido
pelo fabricante e aprovado pela autoridade aeronáutica, e varia de uma aeronave para
outra, sendo estabelecidas inspeções e revisões a cada 25 horas, 50 horas, 100 horas,
12 meses, enfim, de acordo com as necessidades de cada aeronave.
Conforme descrito no RBHA 91 (91.403): "o proprietário ou o operador de
uma aeronave é primariamente o responsável pela conservação dessa aeronave em
condições aeronavegáveis, incluindo o atendimento ao RBHA 39".
Fazendo uma analogia com um carro, poderíamos dizer que o programa de
manutenção equivale as revisões estipulados pelo fabricante do carro que geralmente
ocorrem a cada 10.000km, 20.000km, 12 meses, etc., sendo de responsabilidade do
proprietário realizar tais revisões. Assim como ooorre na aviação, cada montadora
automotiva estabelece as peças que devem ser trocadas e os itens a serem inspecionados
a cada revisão. No entanto, num carro você pode descumprir as revisões estipuladas
pelo fabricante e continuar rodando com o seu carro, provavelmente você irá perder
a garantia do fabricante, mas não será impedido pelo DETRAN de continuar rodando
com o seu carro só porque não fez as devidas revi sões. Na aviação o processo é muito
mais rigoroso, o descumprimento das inspeções e revisões obrigatórias torna a aeronave
impossibilitada de continuar operando, pois as suas condições de voo estarão abaixo dos
mínimos estipulados pelo fabricante da aeronave.
Anualmente o proprietário ou operador da aeronave deve submeter a
aeronave a uma verificação do cumprimento do programa de manutenção aplicável
àquela aeronave, tal verificação é denominada IAM (inspeção anual de manutenção). A
competência para atestar uma IAM é das empresas homologadas segundo os RBHA 121,
135 ou 145, conforme aplicável.
Atestar uma IAM si gnifica, de acordo com a seção 91.409(a) do RBHA 91,
demonstrar à autoridade aeronáutica que a aeronave está com a sua documentação
corret a, conforme previsto na seção 91.203 do RBHA 91, e que ela tem sido corretamente
mantida de acordo com um programa de manutenção aprovado do fabricante, ou com
um programa de inspeções progressivas aprovado pela ANAC especificamente para o
operador, ou com um programa de inspeções de 100 horas aprovado de acordo com o
apêndice D do RBHA 43.
Nenhuma pessoa pode operar uma aeronave civil brasileira, a menos que ela
tenha a bordo os seguintes documentos:
- certificado de matrícula e certificado de aeronavegabilidade, válidos,
emitidos pelo Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB);
- manual de voo e lista de verificações;
- diário de bordo;
- NSCA 3-13, expedida pelo CENIPA; e
- exceto para aeronaves operadas segundo o RBAC 121 ou 135:
- apólice de seguro ou certificado de seguro com comprovante de
pagamento;
- licença de estação da aeronave; e
- Ficha de Inspeção Anual de Manutenção (FIAM) ou registro dos últimos
serviços de manutenção que atestaram a IAM
Boletim de serviço
Diretriz de aeronavegabilidade
Obrigações do piloto
Analisaremos a seguir os deveres e obrigações do piloto no que compete à
manutenção e verificações das condições da aeronave.
É obrigação do piloto verificar a documentação da aeronave, os registros no
diário de bordo e realizar a inspeção externa da aeronave durante o pré-voo. Tais
tarefas devem ser executadas antes de cada voo, a fim de certificar se a aeronave está
ou não em condição para a realização do voo.
Após as verificações descritas acima o pi loto prossegue com a sua rotina
operacional para dar início ao voo, onde serão realizados diversos procedimentos
ainda em solo conforme requerido pelo fabricante da aeronave, através do manual
de operações. Durante estes procedimentos (pré -voo, partida no motor, táxi e cheque
dos motores) qualquer anormalidade encontrada é motivo para que o piloto retorne e
reporte o ocorrido ao mecânico.
Por exemplo, a aeronave encontra-se no ponto de espera e ao realizar o
cheque dos magnetos o piloto constata que há uma queda excessiva do magneto direito,
muito acima do estipulado pelo fabricante, o que fazer? Retornar ao hangar ou pátio
de estacionamento e reportar o ocorrido ao mecânico responsável! Sempre dê ênfase
a segurança do seu voo, embora saibamos que diversas pressões externas (horário,
passageiros, regulamentação, condições meteorológicas, etc.) farão com que você
muitas vezes fique tentado a burlar certas regras e procedimentos apenas para atender
a tais pressões.
Obrigações do piloto
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini l 191
Inspeção pré-voo
i"...........j
:. :.
················
················•···············
Cabine de comando
Inspeção externa
Asa Direita
Asa esquerda
Cone de cauda
Diário de bordo
1 1 1 1 DATA_/_/
1Fabricutr: IModdo, IN/S, IC at. Rer.
Honu de Célula Anterior. Horas dl!:«lula no dia: l 'Total Eloras Ci lub:
TRIPULACAO - Nome e Códi o DAC
Comandanie 1 Co-Piloto ( ) Aluno ( ) "-iecinico ( ) Comissário(a) ( ) Extra
1 1
Tre cho Combustível
e.,.
TOTAL ..
Observ*.õe_s: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
ux:al e Uata.
--- -_! !_ Nome do .-..nndvd lo Termo de A nura / Códie.o OAC J CPF J CNPJ
_j
19 61 Exercícios de conhecimentos técnicos
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
6) Uma aeronave cuja sua performance lhe permite pousar e decolar na vertical é
classificado como:
a) STOL b) VTOL e) CTOL d) ATOL
9) A maior parte dos esforços estruturais sofridos pela asa são absorvidos pela(o):
a) longarina b) ponta da asa c) revestimento d) ailerons
15) Tipo atualmente mais utilizado de fuselagem, composto por cavernas, longarinas e
reforçadores:
a) semimonocoque b) treliça c) monocoque d) convencional
17) Superfície cuja função é manter a cont rolab1ili dade e estabilidade longitudinal do
avião:
a) estabilizador vertical b) estabilizador horizontal
c) estabilizador longitudinal d) asa
18) As superfícies primárias de comandos são constituídas pelas seguintes partes, exceto:
a) ailerons b) compensador c) profundo d) leme
22) Dispositivo que atua no extradorso da asa, cuja finalidade é o aumento do arrast o:
a) flap b) spoiler c) slat d) slot
26) O movimento em voo da aeronave sobre os trés eixos é realizado at ravés das(os):
a) superfícies de controle secundárias b) superfícies de controle primárias
c) superfícies hipersustentadoras d) superfícies de controle geral
31) Ao mover o manche para frente e para trás o piloto está atuando no:
a) profundar b) pedal e) aileron d) leme
33) Se o cabo de uma superfície de comando estiver com muita tensão, qual será a
consequência na pilotagem:
a) comandos mais frouxos b) ausência de comandos
c) comandos muito duros e pesados d) não há nenhum efeito aparente
36) Superfícies que tem a função de eliminar pequenas tendências da aeronave em voo
além de reduzir a força requerida para a atuação dos comandos, são denominadas:
a) superfícies primárias b) superfícies principai s
c) superfícies secundárias d) apenas A e B estão corretas
40) O tipo de trem , com relação a mobil idade, que gera excessivo arrasto parasita
durante todas as etapas do voo, é denominado:
a) fixo b) escamoteável c) convencional d) retrátil
Exercícios de conhecimentos técnicos l 199
Conhecimentos Técnicos (Aviões) · Denis Bianchini
41) O tipo de trem, com relação a mobilidade, que permite a melhor performance da
aeronave durante o voo, é denominada:
a) fixo b) escamoteável c) convencional d) retrátil
42) Aviões que operam tanto no meio terrestre quanto no meio aquático , são
denominados:
a) aviões terrestres b) aviões anfíbio
c) hidroaviões d) aviões aquáticos
44) As unidades de um trem de pouso, que suportam o peso do avião no solo, protegem
a estrutura absorvendo e dissipando as elevadas cargas no pouso, são denominadas de:
a) conjunto de freios b) amortecedores
c) conjunto de rodas d) sistema anti-derrapante
46) A parte do amortecedor que mantem as pernas de força direcionadas para a frente,
mantendo o alinhamento da roda, é denominada:
a) tesoura de torção b) haste c) agulha d) cilindro
50) Os freios das rodas são acionados pelo piloto através da(o):
a) manche
b) pedal
c) alavanca do speedbrake ou spoiler
d) todas as anteriores
52) Num avião cujo trem de pouso é convencional, o controle de direção no solo é
realizado através da(o):
a) bequilha b) trem de nariz
c) trem principal d) manche
58) Se um determinado motor consome 100 litros/h, estamos nos referindo a(o):
a) consumo específico b) consumo horário
c) consumo total de combustível cl) todas as anteriores
62) Com relação a disposição dos cil indro s, um motor convencional pode ser classificado
como:
a) radial b) em V c) em linha d) todasanteriores
67) A parte da cabeça do cilindro responsável por boa parte do resfriamento da estrutura
do cilindro, é denominada:
a) aletas b) cowlflaps c) válvulas d) molas
72) A distância entre o ponto morto superior (PMS) e o ponto morto inferior (PMI) é
denominada:
a) cilindrada b) volume c) curso d) fase
74) O único tempo, num motor de quatro tempos, que efetivamente produz potência,
é:
a) admissão b) tempo motor c) escapamento d) compressão
75) À medida que o pistão move-se do PMI para o PMS empurrando os gases queimados,
no tempo de escapamento, a pressão no cilindro irá:
a) aumentar b) diminuir
c) permanecer constante d) varia de um cilindro para outro
Exercícios de conhecimentos técnicos
20 2 1 Conhec i mentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
76) Após a queima do combustível, com a descida do pistão do PMS para o PMI, a pressão
dentro do cilindro irá:
a) diminuir b) permanecer constante
c) aumentar d) impossível de se determinar
77) Após completados os quatro tempos e as seis fases, o eixo de manivelas terá girado
um total de:
a) 180° b) 360° c) 540º d) 720°
78) As fases que ocorrem durante os quatro tempos ele um ciclo, são respectivamente:
a) admissão, compressão, tempo motor e escapamento
b) admissão, compressão, ignição, combustão, expansão e escapamento
c) admissão, compressão, tempo motor, combustão e expansão
d) admissão, compressão, combust ão, expansão e escapamento
79) O tempo em que corre a expulsão dos gases queimados dentro de um cilindro,
chama-se:
a) expansão b) escapamento c) ignição d) combustão
80) Após completada a primeira fase, o eixo de manivelas terá girado um total de:
a) 270° b) 360º c) 90° d) 180º
81) O volume total deslocado pelo pistão entre o PMI e o PMS, multiplicado pelo número
de cilindros do motor, é denominado:
a) curso b) volume do cilindro c) cilindrada d) torque
82) As modificações que resultam no ciclo real de um motor a quatro tempos tem a
finalidade de:
a) diminuir a rotação do motor
b) eliminar uma das fases do ciclo de Otto
c) melhorar a eficiência do motor
d) todas as anteriores
83) Durante o ciclo real de um motor a pistão, o momento em que as duas válvulas estão
abertas é chamado de:
a) cruzamento de válvulas b) avanço da válvula
c) retardo da válvula d) disparo da válvula
87) O eixo de manivelas e o cilindro são suportados e fixados no motor através do:
a) balancim b) cárter c) mancal d) coxim
91) A fim de evitar o vazamento de gases sob pressão e reduzir ao mínimo a infiltração
de óleo na câmara de combustão, são instalados na saia do pistão as(os):
a) compressores de ar b) anéis de segmento
c) câmaras de vedação d) nenhuma das anteriores
94) O quociente entre o volume do cilindro e o volume da câmara de combust ão, é o(a):
a) área do cilindro b) taxa de compressão c) cilindrada d) curso
98) 172) Quando o volume do cilindro estiver limitado apenas ao volume da câmara de
combustã o, o pistão estará:
a) no PMI b) no PMS
c) a meio curso d) impossível de se determinar
112) O sistema de lubrificação que é composto por uma bomba de óleo, é do tipo:
a) por pressão b) por salpique
c) cárter cheio ou molhado d) todos os acima estão corretos
113) Após o acionamento do motor, o primeiro instrumento que opiloto deverá monitorar é:
a) indicador de quantidade de combustível b) termômetro do óleo
c) manômetro do óleo d) tacômetro
115) O sistema de lubrificação em que o próprio cárter serve como reservatório, chama-
se:
a) lubrificação por gravidade
b) lubrificação por pressão
c) lubrificação com cárter molhado ou cheio
d) lubrificação com cárter seco
116) Após o acionamento do motor o piloto percebe que não houve indicação de pressão
do óleo, o correto procedimento é:
a) prosseguir com o voo e reportar o ocorrido no livro de bordo
b) cortar o motor e informar o ocorrido ao mecânico responsável
c) prosseguir com o voo, porém utilizar a mistura sempre rica
d) manter o motor girando por 15 minutos, caso não haja indicação de pressão do óleo
neste período, cortar o motor e informar o mecânico
117) A válvula que regula o sentido do fluxo de óleo, do sistema de lubri ficação, é a:
a) válvula unidirecional b) válvula by-pass
c) válvula de alívio d) válvula de reguladora de pressão
123) O sistema responsável em admitir , filtrar e aquecer o ar externo que será utilizado
na mistura ar/combustível, chama-se
a) sistema de admissão b) sistema de condução
c) sistema de mistura d) sistema de refrigeração
125) Em elevadas altitudes qual dos motores abaixo terá melhor desempenho:
a) superalimentado
b) não-superaliment ado
c) aspirado
d) a altitude não afeta o desempenho do motor a pistão
136) O regime ideal de cruzeiro de determinada aeronave pode ser consultado na(o):
a) RBAC 91 b) livros técnicos aeronáuticos
c) manual de operações da aeronave d) RAB
138) Num motor superalimentado, onde o compressor é acionado por uma turbina, esta
aproveita:
a) a energia proveniente dos gases de escapamento
b) a energia proveniente do eixo de manivelas
c) a energia elétrica produzida pelo alternador
d) nenhuma das anteriores
1 Exercícios de conhecimentos técnicos
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
144) Num tubo de Venturi, presente no carburador, quanto mais veloz o fluxo de ar no
estreitamento:
a) menor a pressão estática b) maior a pressão estática
c) não há alteração na pressão estática d) impossível de se determinar
152) O sistema no qual o combustível é injetado dentro dos cilindros pelos bicos
injetores é o:
a) sistema de injeção indireta b) sistema de carburação
c) sistema de injeção direta d) todas as anteriores
165) Um motor que utiliza gasolina 100/130, é abastecido erroneamente com gasolina
80/87, a consequência deste fato poderá ser:
a) a detonação do motor b) o acumulo de chumbo nas velas
c) o resfriamento excessivo do cilindro d) falha de ignição
166) O uso prolongado de uma gasolina de alta octanagem, acima do recomendado pelo
fabricante, poderá provocar:
a) detonação b) acúmulo de chumbo no cilindro
c) falha de ignição d) apenas B e Cestão corretas
169) No caso de falha do alternador em voo, qual dispositivo irá suprir a energia da
aeronave?
a) solenoide b) gerador
c) bateria d) barramentos
175) A tensão alternada pode ser alterada, ou seja, aumentada ou diminuída, através
do:
a) alternador b) dínamo
c) transformador d) gerador
178) A fonte de força que converte energia química em energia elétrica, é a(o):
a) dínamo b) diodo
c) transformador d) bateria
179) Para proteger os sistemas elétricos da aeronave de danos ou falhas, causados por
corrente excessiva, são instalados dispositivos de proteção, como:
a) fusíveis b) disjuntores
c) circuit-breakers d) todas as anteriores
180) O dispositivo que permite a passagem da corrente elétrica num só sentido, chama-
se:
a) atuador b) relé
c) diodo d) retificador
191) O motor de aviação é equipado com quantos magnetos, em seu sistema de ignição?
a) um b) dois
c) três d) nenhum
194) Durante o cheque dos magnetos o piloto constatou queda de 500 RPM em um dos
magnetos. Portanto, deve-se:
a) retornar e reportar o ocorrido ao mecânico
b) prosseguir o voo e reportar o ocorrido após o pouso
c) até 1000 RPM é considerada uma queda normal
d) prosseguir o voo apenas com o outro magneto se ecionado
199) Após a partida do motor o piloto percebeu a presença de fogo no motor, nesta
situação deve-se:
a) frear a aeronave e abandoná-la o mais rápido possível
b) solicitar a presença de bombeiros à torre de controle
c) mover a manete de mistura para idle cut-off
d) acelerar o motor para aumentar a ventilação na estrutura do motor
200) Nos motores equipados com hélice de passo fixo o piloto controlará a RPM através da:
a) manete de hélice b) manete de mistura
c) manete de condição d) manete de potência
201) Qual das hélices possui maior eficiência nas mais variadas condições de voo:
a) hélice de passo fixo
b) hélice de passo ajustável
c) hélice de passo variável de velocidade constante
d) a eficiência é a mesma, independente do tipo da hélice
214 1 Exercícios de conhecimentos técnicos
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Edi tora Bianch
202) Nos motores equipados com hélice de passo variável de velocidade constante o
piloto controlará a RPM através da:
a) manete de hélice b) manete de mistura
c) manete de condição d) manete de potência
206) Durante o voo em uma aeronave bimotora ocorre a parada de um dos motores,
neste caso o piloto utilizará qual passo no motor inoperante:
a) passo chato b) passo máximo
c) passo bandeira d) passo reverso
210) Uma obstrução na linha de pressão dinâmica proveniente do tubo de Pitot afetará
os seguintes instrumentos:
a) climb e altímetro b) altímetro e bússola
c) climb e horizonte artificial d) apenas o velocímetro
219) A troca de uma peça do motor, devido a quebra, é caracterizada como uma
manutenção:
a) externa b) preventiva
c) corretiva d) programada
Gabarito
01 - B 02 - D 03 -A 04-A 05 - e 06 - B 07 - e 08 - e 09 -A 10-A
11 - D 12 - B 13 - e 14 - A 15 -A 16 - D 17 - B 18 - B 19 - e 20 - D
21 -A 22 - B 23 - D 24 - B 25 - e 26 - B 27 - A 28 - D 29 -A 30 - B
31 -A 32 -A 33 - e 34 - e 35 - e 36 - e 37 - e 38 - D 39 - B 40 -A
41 - B 42 - B 43 - D 44 - B 45 - D 46 - A 47 - D 48 - e 49 - e 50 - B
51 - D 52 -A 53 - e 54 - B 55 - B 56 - D 57 - e 58 - B 59 - B 60 - B
61 - B 62 - D 63 - e 64 - e 65 - e 66 - B 67 -A 68 - D 69 - e 70 - B
71 - A 72 - e 73 - B 74 - B 75 - B 76 - e 77 - D 78 - B 79 - B 80 - D
81 - e 82 - e 83 - A 84 - B 85 -A 86 - e 87 - B 88 - e 89 - e 90 - D
91 - B 92 - D 93 - B 94 - B 95 - e 96 -A 97 - B 98 - B 99 - D 100 -A
101 - D 102 - B 103 - e 104 - e 105 -A 106 - B 107 - D 108 - e 109 - D 110 -A
111 - B 112 -A 113 - e 114- e 115 - e 116 - B 117 - A 118 - D 119 - B 120 - e
121 -A 122 - e 123 -A 124-A 125 -A 126 - D 127 -A 128 - A 129 - B 130 - D
131 - B 132 - D 133 - B 134 - e 135 - D 136 - e 137 -A 138 -A 139 - e 140 - e
141 - A 142 - B 143 -A 144-A 145 - D 146 - D 147 - e 148 - D 149 - D 150 -A
151 - A 152 - e 153 -A 154 - D 155 -A 156 - B 157 - e 158 - B 159 - B 160 - D
161 -A 162 -A 163 - e 164-A 165 - A 166 - D 167 - e 168 - B 169 - e 170 - e
171 - D 172 -A 173 - B 174 - B 175 - e 176 -A 177 -A 178 - D 179 - D 180 - e
181 - B 182 - e 183 - D 184 -A 185 - D 186 - e 187 - D 188 - e 189 - B 190 -A
191 - B 192 - B 193 - A 194 -A 195 - e 196 -A 197 - B 198 -A 199 - e 200 - D
201 - e 202 -A 203 - B 204 -A 205 -A 206 - e 207 - B 208 - D 209 - A 210 - D
211 - D 212 - A 213 - B 214 - e 215 -A 216 - A 217 - B 218 - e 219 - e 220- B
18
MOTORES A REAC, ÃO
Tipos de motores
Os motores a reação são classificados de acordo o direcionamento do fluxo de
ar dentro do motor e a forma com que a potência é gerada. Os três principais tipos de
motores a reação em operação atualmente são:
- turbojato
- turbofan
- turbo-hélice
Turbojato
Estes motores têm sua força propulsiva conseguida unicamente através dos
gases de escapamento. Por esse motivo são também conhecidos como motores de jato
puro.
Basicamente o compressor acelera o fluxo de ar e o envia à câmara de
combustão , onde ocorre a ignição que gera a combust ão e a expansão dos gases. Esses
gases expandidos geram potência e também proporcionam energia para que a turbina
gire e mantenha o motor no ciclo de funcionamento.
Tipos de motores
Conhec i mentos Técni cos (Aviões} - Denis Bianchini 1221
Os turbojatos são reatores que desenvolvem
boa força propulsiva, podendo inclusive portar
dispositivos de pós-combustão, o que permite um
acréscimo 90% maior de potência nas decolagens
ao nível do mar. Porém, em voo de baixa altitude e
velocidade, consomem quantidade demasiada de
combustível, limitando o alcance e a performance da
aeronave, além de apresentarem excessivo nível de
ruído.
Devido a estas desvantagens citadas,
os motores turbojato são muito pouco utilizados
atualmente, ficando restritos às aeronaves antigàs,
como o: Boeing 737-200, Boeing 727 e Boeing 707.
injetor de
combustível
duto de admissão
turbiina
gases de expansão
compressores bocal de
câmara de escapamento
combustão
Turbofan
fluxo de ar j(
secundário, que /
passará por fora
do núcleo câmara de bocal de
compressores combustão escapamento
Turbo-hélice
compressor
duto de
admissão
injetor de
combustível
turbina
Hélice
Principias de funcionamento
O princípio utilizado por um motor a reação é muito similar aos dos motores
convencionais, ou seja, prover força para mover o avião baseando-se na terceira lei de
Newton (Princípio da Ação e Reação). Esta lei estabelece que para toda ação há sempre
uma reação oposta e de igual intensidade, logo, o motor acelera a massa de ar (ação)
gerando a aplicação de uma força sobre a aeronave (reação).
Vamos analisar o processo que permite que o motor a reação acelere a massa
de ar e proporcione potência e força à aeronave. É importante ressaltar que todo esse
processo de aceleração é feito num ciclo contínuo, durante o funcionamento normal do
motor não há interrupção nesta sequência.
- a massa de ar é admitida pelo duto de admissão, onde é submetida a
alterações de temperatura, pressão e velocidade;
- o compressor aumenta mecanicamente a pressão e temperatura do ar;
- este ar é entregue à câmara de combustão, onde ocorrerá o aumento da
temperatura e pressão devido a combustão do combustível;
- a energia desses gases de expansão provenientes da câmara de combustão é
absorvida pelo turbina que aciona o compressor, mantendo o ciclo de funcionamento do
motor;
- a expansão dos gases de exaustão prossegue pelo bocal de escapamento em
alta velocidade, produzindo potência e transmitindo esta força à aeronave.
z
gases de exaustão em alta
ocorre a combustão velocidade saindo através
do combustível e do bocal de escapamento
o compressor aumenta
consequente aumento
mecanicamente a
da temperatura e
pressão e temperatura
pressão dos gases
do ar
• O duto convergente aumenta a velocidade e diminui a pressão do fluxo de ar, é utilizado geralmente
no duto e bocal de escapamento. O duto divergente tem função inversa, ou seja, diminui a velocidade
e aumenta a pressão, é geralmente utilizado no compressor.
Principais componentes
Conh ecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 1225
Principais componentes
Basicamente um motor a reação consiste de:
- duto de admissão de ar
- compressor
- câmara de combustão
- turbina
- seção de escapamento
- sistemas necessários para a partida, lubrificação, combustível, caixa de
engrenagens e sistemas auxiliares.
Duto de admissão de ar
duto de admissão de ar de
um motor turbofan
duto de admissão
de ar
1 Motores a reação
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Compressor
O compressor tem a finalidade primária de comprimir e aumentar a pressão
da massa de ar proveniente do duto de admissão, e entrega-la em quantidade e
pressão adequada à câmara de combustão. A finalidade secundária do compressor é
suprir "sangria de ar" (termo mais conhecido como 8/eed Air) para diversos sistemas da
aeronave, como veremos mais adiante.
Uma das características de maior influência na construção de um motor a
reação é o tipo de compressor utilizado. O tipo de compressor irá impactar tanto na
performance quanto na estrutura física do motor (comprimento e diâmetro). São dois
os principais tipos de compressores utilizados nos motores a reação:
- centrífugo
- fluxo axial
rotor
estator rotor
estator
I stabilized or decreasing:
.,.. l.,..Go to step 4
Engine indications are abnormal or EGT
continues to increase:
.,.. .,..Goto step 6
••••
6 Engine start lever 1
(affected engine) . . . . . . Confirm . . . . . CUTOFF
Y ConUnued on next 9! 'Y
Principais componentes
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 1229
Falamos anteriormente sobre a função secundária dos compressores de um
motor a reação, a utilização da sangria de ar (JBleed Air). A sangria de ar é obtida a
partir de um ou mais estágios de compressão, por exemplo, no Boeing 737Ng a sangria
de ar é obtida dos estágios 5 e 9. A sangria de ar permite o funcionamento de outros
sistemas da aeronave, como:
- ar condicionado;
- pressurização;
- anti-ice e de-ice;
- partida pneumática dos motores; e
- pressurização dos reservatórios do sistema hidráulico.
Câmara de combustão
difusor
......................
ar primário ------------------------- 1
combustão
combustão orifícios de ar
secundário
2 3 O Motores a reação
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Turbina
eixo rotor
turbina
fan compressor de
turbina de
baixa pressão
alta pressão
compressor de
alta pressão
Seção de escapamento
A maioria do fluxo de ar passa por fora do núcleo do motor (bypass flow), e este
fluxo é responsável por mais de 80% da potência gerada por este tipo de motor.
A razão entre o fluxo de ar proveniente do fan (bypass flow) e o fluxo de ar
que passa por dentro do núcleo do motor (core flow) é denominada de bypass rat io.
No motor que equipa o Boeing 737-700/800 (CFM56-7B22) o bypass ratio é de 5. 3, e nos
modernos motores que equipam o Boeing 787 o bypass ratio chega a 9.
Mas o que isso significa? Significa que a massa de ar que passa fora do núcleo do
motor é 9 vezes superior aquela que passa pelo núcleo, resultando em menor consumo,
menor ruído, melhor resfriamento do motor e mais eficiência.
• core flow
core flow
bypass flow
core f/ow
escapamento. Portanto, quando tal condition: An engine tailpipe fire occurs on the ground
situação ocorre o mecânico em solo with no engine fire warning.
irá informar o piloto, que deverá l
1 Engine start lever
ler e executar as informações (affected engine) . . . . . . . . . . . . . . . . . CUTOFF
constantes no checklist da 2 Advise tt1e cabin.
aeronave. 3 Choose one:
Ao lado, parte o checklist Bleed air is available:
do Engine Tailpipe Fire do Boeing
737Ng. Observe que a primeira ação
indicada pelo checklist é o corte do
I•· Goto step
4
Bleed air is not available:
Advise the tower.
••••
suprimento de combustível para o
motor.
4 PACK switches (both) . . . . . . . . . . . . . . . . . OFF
5 ISOLATION VALVE switch. . . . . . . . . . . . . . AUTO
6 Engine BLEED air switches (both) . . . . . . . . . . ON
7 Choose one :
APU is running:
Limitações
A fim de manter a vida útil e a confiabilidadle do motor, o piloto deve conhecer
os limites de operação do motor da aeronave. Os motores atuais apresentam poucas
limitações, cabe ao piloto apenas conhece-las e respeita-las.
As limitações são geralmente de rotação (1\11 ), temperatura (EGT) e tempo de
operação do motor em elevada potência (geralmente 5 minutos). Estas informações
estão contidas no manual de operações da aeronave.
Abaixo listamos os principais regimes de operação do motor.
Instrumentos do motor
Cada aeronave apresenta um layout específico para representar as indicações
dos instrumentos de um motor turbofan, no entanto, nas aeronaves atuais as informações
são muito similares, e os instrumentos do motor irão indicar:
- N1
- EGT
- N2
- Indicador de fluxo de combustível
- Pressão do óleo
- Temperatura do óleo
- Quantidade de óleo
- Vibração no motor
• algumas unidades de medida dos parâmetros do motor podem ser customizadas pelo operador, por
exemplo, pode-se optar pela indicação do fluxo de combustível em libras (lb) ou quilos (kg).
2 3 6 1 Motores a reação
Conheci m entos Técnicos (Aviões) - Edit ora Bianch
•1 N1
•1• N2
L '.
ündicador
de fluxo de
combustível
'.:
EGT
•••
pressão
do óleo
temperatura
do óleo
vibração do
motor
yp....aoE,NO
737 Flight Cr+w Opu:trioiu L'\llu:11
Non-Normal Checklists Chapte1· l\"NC
Engines, APU Sfftion 7
Table of Contents
Aborted Engine Start ...................................... 7.1
Aborted Engine Start ...................................... 7.2
APU FIRE .................................................................. .,. ..... 8.1
ENGINE FIRE or Engine Severe Damage or
Separation ......................... ....................................... .,. .,. 8.2
Engine Limit or Surge or Stall ........................... 7.3
ENGINE OVERHEAT .............................................................. 8.4
Engine Tailpipe Fire................................................. .,. .,.8.6
Loss Of Thrust On Both Engines ....................... 7.6
.,...,.Goto step 6
Engine
Engine Limit or Surge or Stall ........................ 7.3 2 ENGINE START switch
(affected engine) . . . . . . . . . . FLT
ENGINE LOW OIL PRESSURE ...................................7.21 3 Autothrottle (if engaged) .. . ... Disengage
Reversor de potência
As aeronaves equipadas com motores a reação tem a característica de serem
pesadas e de se aproximarem para o pouso com velocidades relativamente elevadas, se
as compararmos com as aeronaves a pistão.
Com peso máximo de pouso que podem ultrapassar 300.000 Kg e velocidades
de aproximação superiores a 150kt, as aeronaves a jato precisam dissipar toda essa
energia após o pouso, de forma que a desaceleraçáo da aeronave ocorra de forma
eficiente, utilizando um comprimento aceitável de pist a.
Para auxiliar na desaceleração após o pouso as aeronaves utilizam três
importantes recursos:
- freios nas rodas;
- freios aerodinâmicos (spoilers/speed brakes); e
- reversares de potência.
fluxo normal
\ bypa ss flow
_- ' fluxo revertido
fluxo normal
\ co,eµow
após o toque o piloto acionada aplica-se potência necessária a 60kt os reversares são
os reversares puxando as nos reversares até 60kt. posicionados na posição idle
manetes dos reversares. e em seguida são fechado,
empurrando as manetes para
baixo.
19
SISTEMA IHiDRÁULICO
Componentes básicos
Independente da complexidade e aplicação, um sistema hidráulico possui um
mínimo de componentes básicos para a operação. Esses itens são:
- reservatório;
- fluído hidráulico;
- bomba (manual, elétrica e/ou mecânica);
- linhas (ou tubulações);
- filtros;
- válvula de alívio;
- atuador.
Componentes básicos
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 1243
resen 1atório
bomba mecânica
I
filtro ----+
válvula de alívio --
válvula direcional
/
linha pressurizada
linha de retorno
t
atuador
- Bombas: todo sistema hidráulico possui ao menos uma bomba principal, que
pode ser acionada eletricamente, mecanicamenite pelo motor da aeronave ou pelo ar
de impacto. De um modo geral os sistemas possuem uma bomba hidráulica elétrica e
outra mecânica.
As bombas elétricas são responsáveis pela alimentação do sistema durante as
operações em solo (com o motor da aeronave desl.igado) ou em situações de emergência.
As bombas mecânicas estão acopladas à caixa de acessórios do motor, podendo
ser utilizadas tão logo o motor seja acionado.
As bombas mecânicas chegam a ser até 4 vezes mais potentes que as bombas
elétricas, no entanto, mesmo numa eventual falha na bomba mecânica em voo as
bombas elétricas são capazes de suprir as necessidades do sistema.
Observe que o sistema hidráulico do Boeing 737Ng é composto por 3 sistemas (A, B e
Standby). Cada um destes sistemas é responsável pela atuação de diversos itens.
Falhas no sistema
Uma falha no sistema hidráulico, geralmente decorrente do vazamento de
fluído, resultará na inoperância dos itens alimentados pelo sistema.
Utilizemos o esquema acima, do Boeing 737Ng, como exemplo. Caso ocorra
uma falha no sistema hidráulico A alguns itens ficarão inoperantes, como: extensão e
retração normal do trem de pouso, piloto automático A, flight spoilers, ground spoilers,
reversar do motor 1, etc. Veja na figura da página ao lado a análise do checklist relativo
à perda do sistema A.
Falhas no sistema
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 1245
1 System A
A HYD PUMPS
ENG 1 ELEC 2
O exemplo acima nos permite ter uma noção mais ampla de como uma eventual
falha no sistema hidráulico pode influenciar o voo de forma significativa, uma vez que
o piloto terá que gerenciar a situação de modo a se adequar as condições impostas pela
inoperância do sistema.
Neste exemplo o item que trará maior impacto ao voo é o trem de pouso, visto
que ele não poderá ser recolhido após ser estendido, e a extensão será manual. O piloto
246 1 Sistema hidráulico
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
neste caso deverá gerenciar a situação de que forma? Veja alguns dos principais pontos
a serem considerados:
- análise cuidadosa do checklist referente à situação não normal;
- condições do aeródromo de pouso (meteorologia e características da pista);
- necessidade de realização de procedimento de espera, para que a leitura do
checklist e extensão manual ocorram de forma tranquila, sem correria e ansiedade; e
- transmitir aos órgãos ATC a natureza da pane, e solicitar prioridade para o
pouso, principalmente após a extensão do trem de pouso.
Tipos de sistemas
Há dois tipos de conceitos relativos ao te ma:
- anti-ice: sistema utilizado para a prevenção de formação e acumulo de gelo
na aeronave. Este tipo de sistema é utilizado para a prevenção da formação de gelo no
tubo de Pitot, para-brisa, duto de admissão de ar do motor, etc .
- de-ice: sistema utilizado para a remoção do gelo já formado e acumulado na
estrutura da aeronave. Este tipo de sistema é utilizado geralmente para a remoção de
gelo na asa (bordo de ataque), no estabilizador ve rt ic al e no horizontal.
Aquecimento pneumático
ataque da asa
o ar sangrado aquece o
/ bocal de admissão do motor
Pneumático
Aquecimento elétrico
Inspeção de pré-voo
A inspeção externa pré-voo em dias cujas condições meteorológicas estejam
favoráveis a formação de gelo na aeronave deve ser efetuada de maneira criteriosa,
principalmente nos dias de baixa temperatura, elevada precipitação e humidade.
O piloto deve verificar se há algum checklist suplementar para a inspeção
externa sob estas condições meteorológicas, e executá-lo observando com muita
atenção as áreas e estruturas mais críticas e suscetíveis à formação de gelo. Estas áreas
geralmente incluem:
- bordo de ataque e as superfícies inferior e superior da asa e estabilizador
horizontal;
- flaps e spoilers;
- superfícies de controle (ailerons, profundar e leme);
- hélice do motor;
- dutos de admissão de ar do motor;
- tubos de Pitot e tomadas estáticas;
- tanques de combustível; e
- estrutura do trem de pouso.
252 1 Sistema de de-ice e anti-ice
Conh ec im e ntos Técnicos (Aviões) - Edi t ora Bianch
SISTEMA DE PRESSURIZACÃO J
/ altitude da aeronave
>(' 41.000 pés
/ altitude da cabine
>(' 8.000 pés
--------------------------------------------------
'
nível médio do mar
Principais componentes
Um sistema básico de pressurização é composto por:
- sistema condicionador de ar;
- controlador de pressurização da cabine;
- válvulas de alívio de pressão; e
- válvulas de saída de ar.
Principais componentes
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 1255
Painel de controle da pressurização
presente na cabine de comando. Este
controlador atuará diretamente na
outflow vatve.
bleedair-...
segurança
Sistema condicionador de ar
Principias de funcionamento
O sistema de pressurização funciona da seguinte maneira:
- o ar é sangrado do motor (bleed oir) e entregueao sistema de ar condicionado;
- o sistema de ar condicionado processa este ar, ajustando a temperatura e a
pressão com que ele será entregue às áreas pressurizadas da aeronave;
- o controlador de pressurização atua diretamente na abertura e no fechamento
da Outf{ow Volve , regulando o fluxo de ar que sai da aeronave para a atmosfera. Essa
regulagem é feita para manter a altitude da cabine e o diferencial de pressão dentro
dos parâmetros previstos. A operação da Outflow Volve é efetuada pelo controlador de
pressurização, nos sistemas automáticos, e pelo piloto, nos sistemas manuais.
Princípios de funcionamento
Conhecimentos Técnicos (Aviões) · Denis Bianchini 1257
A lógica do controlador de pressurização que irá atuar na modulação da outflow
volve é a seguinte:
Quando a aeronave está em fase de subida a outflow volve é aberta para manter
a razão de subida da cabine constante, até que se atinja a altitude de cabine estipulada.
Durante a descida o movimento é inverso, a outflow volve se fecha para manter a razão
de descida da cabine constante, até que a aeronave esteja despressurizada. Em cruzeiro
a outflow volve fica variando de posição a fim de manter a altitude da cabine estável.
É importante ressaltar que a outflow volve não trabalha apenas totalmente fechada ou
aberta, há posições intermediárias que permitem um controle mais preciso e sútil do
sistema de pressurização.
A figura abaixo exibe o painel de controle de pressurização do Boeing 737 Ng,
para que tenhamos uma noção prática de como funciona o controle deste sist ema.
De um lado há o sistema automático (AUTO) e do outro o sistema manual, que só é
utilizado se houver uma falha dos dois controladores automáticos (AUTO e ALTN).
Para operar o sistema automático o piloto necessita apenas inserir a altitude
do voo e a altitude do aeródromo de pouso, e proceder com o monitoramento constante
do sistema durante o voo.
Para operar o sistema manual o piloto deverá realizar manualmente o controle
da outflow volve, a fim de controlar a razão de subida/descida da cabine de modo a
manter a altitude da cabine. Observe que abaixo do painel há uma tabela, esta tabela é
utilizada para que o piloto possa determinar a altitude da cabine de acordo com o nível
de voo.
sistema automático de
pressurização
!f- - - indi cador da posição da
outflow valve
switch de controle da
outflow valve
indicador do diferencial
de pressão (ponteiro maior
e graduação externa) e
altímetro (ponteiro menor e
graduação interna)
climb da cabine
Falhas no sistema
A principal consequência de uma falha no sistema de pressurização é a
despressurização da aeronave, situação que se não for bem gerenciada pelos pilotos
poderá, inclusive, levar os tripulantes e passageiros a um estado de inconsciência.
Despressurização é o termo utilizado para definir uma falha no sistema de
pressurização, onde este sistema se torna incapaz de manter a altitude da cabine e o
diferencial de pressão dentro dos li mite s. O sistema pode apresentar dois problemas
básicos, que resultam na despressurização da aeronave:
- falha no sistema de pressurização; e
- dano estrutural na aeronave.
••••
Sistema de oxigênio
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 1261
Sistema de oxigênio
Como vimos anteriormente, uma falha no sistema de pressurização em altas
altitude pode acarretar na falta de oxigênio para os ocupantes da aeronave, provocando
hip óxia .
Mesmo que o piloto detecte a falha no sistema de pressurização e inicie uma
descida de emergência, a altitude da cabine provavelmente atingirá valores cujo
oxigênio a bordo não seja suficiente para suprir as necessidades humanas, ou que
possam acarretar sintomas graves de hipóxia, como o estado de inconsciência. Por este
motivo as aeronaves que voam em altas altitudes estão equipadas com um sistema de
oxigênio, utilizados apenas em emergências.
máscara de oxigênio
redutor de
pressão
j
regulador cilindro
indicador da ---+-
pressão de
oxigênio
PILOTO AUTOMÁTICO
Principais componentes
Os principais componentes de um sistema de piloto automático são:
- sensores;
- computadores;
- servos; e
- painel de controle.
Piloto automático
264 1 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
- painel de controle
servo
-
'
SENSORES 1111111111111111111.....
servo
SENSORES
Sensores
São unidades que captam determinados dados do voo e os enviam aos
computadores do piloto automático. Os principais dados do voo captados pelos sensores
são:
- posição da aeronave;
- velocidade;
- altitude; e
- atitude.
Principais componentes
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 1265
Nos sistemas mais simples estes sensores são os próprios instrumentos,
como por exemplo: giro direcional, turn coordinator, horizonte artificial, altímetros
e instrumentos de navegação. Nos sistemas mais complexos estes sensores também
incluem o sistema inercial e o GPS.
Computadores
Servos
Painel de controle
,..,._,,M
,..; ..... -
•
m--- m- m- a - fli
painel de controle do piloto automático do Cessna 182
Piloto automático
266 1 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Principias de funcionamento
O sistema de piloto automático funciona da seguinte maneira:
- o piloto seleciona e ajusta os modos no painel de controle;
- os computadores processam essas informações recebidas e as cruza com os
dados fornecidos pelos sensores. Após esta análise os comandos são transmitidos aos
servos;
- os servos recebem os comandos e os transmitem às superfícies de controle às
quais estão acoplados.
13) A razão entre o fluxo de ar proveniente do fan ( bypass f/ow) e o fluxo de ar que passa
por dentro do núcleo do motor (core f/ow) é denominada de:
a) bypass ratio b) taxa de compressão
c) burn ratio d) taxa de eficiência
16) Os reversores de potência são mais eficientes na desac eleração, quando a aeronave
encontra-se em:
a) voo b) velocidades elevadas
c) baixas velocidades d) taxi
17) Nos motores turbofan o mecanismo dos rever sores alteram o fluxo do ar:
a) primário (core flow) b) secundário (bypass flow)
c) de escapamento d) todas as anteriores
18) Nos motores turbojato o mecanismo dos reve rsores alteram o fluxo do ar:
a) primário (core flow) b) secundário (bypass flow)
c) de escapamento d) todas as anteriores
19) O uso dos reversores de potência em baixa velocidade pode resultar na(o):
a) formação de gelo no duto de admissão
b) falha no mecanismo de atuação
c) ingestão de sujeira e de objetos indesejáveis
d) todas as anteriores
20) O sistema hidráulico pode ser utilizado para o acionamento dos seguintes sist emas:
a) reversores de potência e flaps b) spoilers e controles de voo
e) freios e piloto automático d) todas as anteriores
270 1 Exercícios de conhecimentos técnicos (Piloto Comercial)
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
21) Num sistema hidráulico a transmissão e distribuição da força às unidades que serão
atuadas é realizada pela(o):
a) fluídos hidráulicos b) válvulas de alívio
c) filtros d) manômetro
26) O ar sangrado do motor (bleed air) é utilizado pelos sistemas que utilizam o método
de:
a) aquecimento mecânico b) aquecimento elétrico
c) aquecimento hidráulico d) aquecimento pneumático
29) Durante uma operação normal, a altitude máxima da cabine mantida pelos sistemas
de pressurização é de aproximadamente:
a) 10.000 pés b) 14.000 pés
c) 8.000 pés d) 1.000 pés
36) A fim de proporcionar conforto aos passageiros, durante a descida a razão de descida
da cabine deverá ficar em torno de:
a) similar a razão de descida da aeronave b) 300 a 500 pés/min
c) 2.000 pés/min d) 1.000 pés/min
39) Num sistema básico de piloto automático, os computadores são alimentados com
dados provenientes dos:
a) servos b) sensores
c) polias d) todas as anteriores
Exercícios de conhecimentos técnicos (Piloto Comercial)
272 1 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
42) A maior parte da energia liberada pela queima da mistura ar/ combustível é utilizada
pela(o):
a) câmara de combustão b) ignitor
c) turbina d) bocal de escapamento
44) Nos motores turbofan, o fluxo de ar secundário (bypass flow), representa qual
porcentual da potência total gerada pelo motor?
a) 10% b) 25%
c) 50% d)80%
45) Durante a decolagem o motor trabalha com maior rotação dos compressores, logo,
podemos afirmar que nestas condições o EGT irá:
a) aumentar b) diminuir
c) diminuir, mas apenas se a OAT estiver baixa d) se manter estável
47) Num motor turbofan, o instrumento que indica o percentual de rotação (RPM) do
compressor de alta pressão, é o:
a) N2 b) EGT
c) N1 d) manifold pressure
48) Num sistema de piloto automático, o piloto seleciona e ajusta os modos através
do(s):
a) sensores b) servos
c) computador d) painel de controle
Exercícios de conhecimentos técnicos (Piloto Comercial)
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini 1273
49) Um dano grave na estrutura da aeronave irá resultar numa despressurização:
a) rápida b) explosiva
c) lenta d) impossível determinar
50) Num sistema de pressurização automático o piloto observa que durante a subida a
razão de subida da cabine está em 1.500 pés/min. Logo, conclui-se que:
a) há uma falha no controlador de pressurização
b) há uma falha no sistema de oxigênio
c) há uma falha na válvula de alívio
d) o sistema de pressurização está operando normalmente
Exercícios de conhecimentos técnicos (Piloto Comercial)
274 1 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Editora Bianch
Gabarito
11-D 12 - D 13 -A 14 - e 15 -A 16 - B 17 - B 18 -A 19 - C 20 - D
21 -A 22 - D 23 - B 24 - e 25 - D 26 - D 27 - B 28 - B 29 - e 30 - e
31 - C 32 - D 33 - D 34 -A 35 -A 36 - B 37 - D 38 -A 39 - B 40 - A
41 - B 42 - C 43 -A 44- D 45 -A 46 - C 47-A 48 - D 49 - B 50 -A
GLOSSÁRIC.
ou seja, é a potência desenvolvida no cilindro pela expansão dos gases queimados sobre
o pistão. IHP = BHP + FHP.
Potência máxima: potência efetiva máxima superior a potência nominal.
Potência necessária: potência que a aeronave necessita para se manter em voo reto e
nivelado. A potência necessária deverá sempre inferior a potência disponível, sob pena
de não conseguir manter um voo reto e nivelado.
Potência teórica: representa o que seria uma máquinai ideal, indicando a potência que
seria obtida pela transformação total da energia térmica, proveniente da queima do
combustível, em trabalho mecânico.
Potência útil (thrust horse power - THP): potência que o grupo motopropulsor
disponibiliza para a aeronave. Para se obter esta potênda deve-se levar em consideração
a eficiência da hélice em converter a potência efetiva em tração.
Primer: bomba (manual ou elétrica) incorporada ao sistema e utilizada antes da partida
do motor, com a finalidade de injetar combustível diretamente no coletor de admissão,
antes do cilindro.
Profundar: são aerofólios que controlam o movimento do avião sobre o eixo lateral ou
transversal.
Programa de manutenção : documento que descreve as tarefas específicas de
manutenção programada e suas frequências de realização e procedimentos relacionados,
assim como um programa de confiabilidade necessário para a operação segura das
aeronaves às quais se aplica.
Radiador de óleo: é um trocador de calor que permite a diminuição da temperatura e
viscosidade do óleo.
Raiz da asa: parte da asa localizada próxima a fuselagem da aeronave.
Recuo: diferença entre o passo teórico e o passo efetivo de uma hélice.
Re fo rçadores : são responsáveis em absorver parte dos esforços sofridos pela asa,
aumentando assim a resistência da estrutura da mesma.
Relé: é um interruptor remoto acionado eletricamente, composto por de uma bobina,
um núcleo de ferro fixo, um contato fixo e outro móvel.
Resistor (car ga ): é o dispositivo do circuito que irá consumir a eletr icidade.
Retificador: é um dispositivo capaz de transformar a corrente alternada (AC) em
corrente contínua (DC).
Reversares de potência (motor a reação ): mecanismo que altera o sentido do fluxo
do ar que sai do motor. O fluxo de ar não chega a ser revertido totalmente (180°), mas
ocorre uma variação significativa que permite o auxílio na desaceleração da aeronave.
Revestimento: parte externa da asa responsável em proteger as demais estruturas da
asa.
Roda: é a estrutura do trem de pouso que permite a montagem dos pneus e do sistema
de freios.
Roldanas ou polias: são usadas para guiar os cabos e também para mudar a direção
do movimento do cabo.
Sangria de ar (bleed air): a sangria de ar é obtida a partir de um ou mais estágios de
Glossáriol 285
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini
STOL: Short Take-Off and Landing . Classificação atribU1ída às aeronaves projetadas para
operarem em pistas com comprimento relativamente curto.
Sulcos: os sulcos ficam localizados na banda de rodagem no sentido longitudinal e têm
a função básica de possibilitar o escoamento de água em pistas molhadas, evitando a
aquaplanagem e garantindo melhor aderência à pista.
Superfícies de comandos: são as superfícies aerodinâmicas responsáveis pelo controle
dos movimentos do avião em voo.
Talão: constituem-se internamente de arames de aço cobreado, incrustado em borracha
e cobertos com tecidos, tendo a finalidade de proporcionar firmeza à superfície para
montagem na roda.
Taxa de compressão: é uma comparação do volume de um cilindro quando o pistão
está no PMI (ponto morto inferior) com o volume de quando ele está no PMS (ponto
morto sup erior).
Torque: é o produto de uma força pela distância dessa força, ao eixo sobre o qual ela
atua, ou, torgue = forca x distância (a 9()!!. da força). As unidades de medida de torque
são libra-polegada ou libra-pé.
Transformador: é um dispositivo que permite o ajuste da tensão e da corrente às
necessidades exist entes.
Trem de pouso: sistema que possui as seguintes finalidades: amortecimento do impacto
durante o pouso, frenagem e controle direcional da aeronave no solo.
Trem de pouso convencional: tipo de configuração na qual as rodas do trem de pouso
principal ficam localizadas a frente do centro de gravidade (CG).
Trem de pouso escamoteável: tipo de configuraçiío na qual o trem de pouso é
totalmente recolhido.
Trem de pouso fixo: tipo de configuração na qual o trem de pouso fica constantemente
estendido, não sendo possível o seu recolhimento .
Trem de pouso retrátil: tipo de configuração na qual o trem de pouso é parcialmente
recolhido, ficando ainda parte da estrutura exposta.
Trem de pouso triciclo: tipo de configuração na qual as rodas do trem de pouso
principal ficam localizadas atrás do centro de gravidade (CG).
Triplano: avião com três pares de asas.
Turbina: é responsável em absorver a energia proveniente dos gases queimados na
câmara de combustão e transmiti-la ao compressor, ao fan (motor turbofan), à hélice
(motor turbo-hélice) e aos demais acessórios do motor.
Turbofan: motores mais econômicos e com nível de ruído bem menor em relação ao
turbojato, este é atualmente o motor mais utilizado para equipar as aeronaves a jato.
O motor turbofan (fan = ventilador, em inglês) possui uma grande área de admissão de
ar, o que logicamente lhe proporciona uma admissão maior de ar.
Turbo-hélice: é um motor a reação mista, pois é basicamente um motor jato portando
uma hélice. A finalidade do motor a jato nesse grupo motopropulsor é acionar o
movimento de rotação da hélice.
Turbojato: estes motores têm sua força propulsiva conseguida unicamente através dos
Glossário
Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Denis Bianchini
l 287
gases de escapamento. Por esse motivo são também conhecidos como motores a jato
puro.
Tum coordinator: este instrumento possui duas funções, indicar a velocidade de
inclinação da curva (e não o ângulo de inclinação) e a coordenação da curva.
Válvula de alivio de pressão: limita a pressão do fluído a um valor pré-determinado.
Válvula de desvio (by-pass): permite que o fluxo do fluído siga por um caminho
alternativo em caso de obstrução do caminho original.
Válvula de segurança (sistema de pressurizQlção): válvulas que permitem o alívio
da pressão do sistema, limitando o diferencial ele pressurização ao valor máximo pré-
determinado pelo fabricante.
Válvula unidirecional: limita o fluxo do fluído em apenas um sentido.
Vela de ignição: é a peça responsável em produzir a centelha no interior do cilindro
para que a mistura ar/ combustível possa entrar em combustão no momento adequado.
Velocidade de rotação: quando nos referimos à motores, a velocidade de rotação ou
rotação por minuto (RPM) - como é mais conhecido - refere-se a velocidade de rotação
do eixo de manivelas e serve de parâmetro para a operação do motor.
Velocímetro: é o instrumento capaz de calcular a diferença entre a pressão estática
e a pressão dinâmica, e o resultado deste cálculo é a informação da velocidade do
deslocamento da aeronave.
Viscosidade: é a resistência ao escoamento oferecida pelo óleo.
Voltímetro: é um instrumento medidor de corrente , indicando a voltagem pela medição
do fluxo de corrente.
Volume do cilindro: corresponde a soma da cilindrada mais o volume da câmara de
combustão.
Voo hiper sônico: voo com número Mach superior a 5.00.
Voo subsônico: voo com número Mach inferior a O.75
Voo supersônico: voo com número Mach entre '1 . 20 e 5.00.
Voo transônico: voo com número Mach entre O.75 e 1.20.
VTOL: Vertical Take-Off and Landing. Classificação atribuída às aeronaves projetadas
para decolar e pousar na vertical, o exemplo clássico é o helicóptero.
,
1NDICE REMISSIVO
A B
admissão, 224 banda de rodagem, 43
aeródino, 16 batentes, 35
aeronave, 15, 16 berço do motor, 63
aeróstato, 15 biela, 59
ailerons, 28, 31, 32 biplano, 18
alimentação de combustível bleed air, 226, 229
por gravidade, 110 boletim de serviço, 189
por pressão, 11O bombas (sistema hidráulico), 243
altímetro, 174, 177, 260 bordo de ataque, 26
altitude bordo de fug a, 26
da cabine, 256 bússola magnética, 183
da aeronave, 256 bypass flow, 232
amortecedor bypass ratio, 232
de mola, 39
hidropneumático, 40
do pneu, 43
e
amperímetro, 129, 137, 141 cabeça do cilindro, 61
câmara
anéis
de combu stão, 62, 229
de compressão, 60
de lubrificação, 60 interna, 43
de segmento, 60 cantilever, 18
anfíbi o, 19 carcaça, 43
cárter, 58
anti-ice, 250
chave
anti-skid, 47
de igni ção, 148
asas, 17, 25
dos aviônicos, 135,
avião, 15, 16
atuador, 244 cilindrada, 69
cilindro de oxigênio, 262
Índice remissivo
290 1 Conhecimentos Técnicos (Aviões) - Edi tora Bianch
V
válvula
de admissão, 62
de alivio de pressão, 80
de alívio (sistema hidráulico), 243
de desvio, 80
de escapamento, 62
de saída de ar, 256
de segur ança. 256
unidirecional, 80
vela de ignição, 146
velocidade de rotação, 70, 162
velocímetro, 174
vibração, 237
viscosid ade, 74
voltímetro, 128
volume do cilindro, 69
voo
hipersônico, 19
subsônico, 19
supersônico, 19
t ransônico, 19
VTOL, 20
B IBLIOGRA..FICA
ANAC. RBAC 01 - Definições, regras de redação e unidades de medida para uso nos
RBAC. 2011
ANAC. RBAC 39 - Diretrizes de aeronavegabilidade. 2011
ANAC. RBHA 43 - Manutenção, manutenção preventiva, recondicionamento, modifica-
ções e reparos. 2004
ANAC. RBHA 91 - Regras gerais de operação para aeronaves civis. 2011
ANAC. RBAC 121 - Requisitos operacionais: operações domésticas, de bandeira e suple-
mentares. 201O - Emenda Nº 00.
ANAC. RBAC 135 - Requisitos operacionais: operações complementares e por demanda.
2010 - Emenda Nº 00.
ASA. The Pilot,s Manual 2: Ground Scholl. Washington: ASA Publications, 2005
CRANE, David. Dictionary of Aeronautical Terms. Washington: ASA Publications, 2006
FAA. Airplane Flying Handbook. Nova York: Skyhorse Publishing, 2007
FAA. FARIAIM 2015. Washington: ASA Publications, 2015
FAA. Pilot 's Encyclopedia of Aeronautical Knowledge. Nova York: Skyhorse Publishing,
2008
ILLMAN, Paul E. The Pilot 's Handbook of Aeronautical Knowledge. New York: McGraw-
Hill, 2001
JEPPESEN. Private Pilot Manual. Englewood: Jeppesen Sanderson lnc., 2006
Neiva S.A. Manual de Operações EMB-810D. 1998
Oxford, Aviation Training. Aircraft General Knowledge 1 - Airframes and systems.
Frankfurt: Jeppesen, 2001
Oxford, Aviation Training. Aircraft General Knowledge 3 - Powerplant. Frankfurt:
Jeppesen, 2001
EDITORA E IANCH
A Editora Bianch é uma empresa que foii criada com o objetivo de proporcionar
materiais de alta qualidade para o treinamento de pilotos. Após constatarmos uma
imensa lacuna no setor literário relacionado à aviação, mais especificamente na área
de treinamento, decidimos ingressar neste mercado, visando trazer aos pilotos um novo
conceito de treinamento e estudo da parte teórica que um piloto necessita.
Todo material editado pela Editora Bianch é cuidadosamente elaborado,
utilizando como referência importantes obras literárias publicadas nos Estados Unidos
e Europa, para que o aluno no Brasil possa estudar por um material rico em informações
atualizadas e de acordo com todo o conteúdo especificado pelo órgão que regula a
aviação civil brasileira, a ANAC.
A nossa principal preocupação ao iniciar o desenvolvimento destes livros era a
linguagem e a forma com que as informações seniam transmitidas ao leitor. Por ser um
tema muito técnico e específico, não queríamos publicar livros com uma leitura muito
carregada, sob pena de torná-los desinteressantes e cansativos ao leitor. Portanto, você
perceberá que a escrita é feita de uma forma simples e direta, como se o aluno estive-
se conversando com o professor. Buscamos também, sempre aliar os textos à gráficos e
figuras, pois acreditamos que isso tem um papel fundamental na absorção do conteúdo
que foi estudado.
Temos a certeza que o nosso trabalho irá proporcionar aos alunos e futuros
comandantes da aviação brasileira uma base sólida para que, ao iniciar a fase prática,
ou o voo propriamente dito, este aluno tenha o coinhecimento necessário para empregar
em voo o que aqui foi aprendido.
Denis Bianchini
editor-chefe
ÜUTRAS PUaLICACÕES .)
BIANCH.
Denis Bianchini nasceu em São Paulo, em julho de 1982.
Iniciou sua carreira na aviação no início de 2000 e desde
então acumulou aproximadamente 8000 horas de voo.
Atualmente trabalha na Gol Linhas Aéreas como
comandante do Boeing 737Ng.
Paralelamente a aviação colabora na administração das
empresas eBianch, Bianch Pilot Shop e Editora Bianch.
I
ESTE LIVRO CONTEM AS SEGUINTES
INFORMAÇÕES:
• Todo conteúdo programático exigido pela ANAC para a
realização da prova teórica de conhecimentos tecnicos (avião)
de Piloto Privado (PP) e Piloto Comercial (PC)
• A estrutura dos aviões e os instrumentos de bordo
• Análise detalhada dos sistemas de: trem de pouso, eletrico,
lubrificação, refrigeração, alimentação, combustível,
ignição, proteção contra fogo, hidráulico, pressurização,
anti-ice/ de-ice e piloto automático
• Análise detalhada dos motores a pistão e a reação
• Manutenção de aeronaves
BIANCH