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ÍNDICE DE ASSUNTOS
Acesso ao Poder Judiciário
Capacidade Postulatória
Crime Comissivo por Omissão
Decadência: Termo Inicial
Depositário Infiel - I e II
Embargos Infringentes: Efeitos
Habeas Corpus e Multa
ICMS na Importação
Imunidade Parlamentar
Lesões Corporais Culposas
Progressão e Crime Hediondo
Provimento Derivado
Recurso Ordinário: Cabimento
Recurso Ordinário: Prazo
Reforma Agrária
Reincidência e Maus Antecedentes
Seguridade Social e Eqüidade
Semi-Imputabilidade
Sursis e Crime Hediondo
Vinculação: Inconstitucionalidade
PRIMEIRA TURMA
Semi-imputabilidade
Reconhecida em exame toxicológico a dependência psíquica do réu
e, conseqüentemente, sua limitada capacidade de autodeterminação, aplica-
se o art. 19, par. único, da Lei de Tóxicos, que prevê a redução de um a dois
terços da pena, se, em razão da dependência, “o agente não possuía, ao
tempo da ação ou omissão a plena capacidade de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”. Habeas
corpus deferido para que, mantida a condenação, o tribunal a quo fixasse
novamente a pena, observando o disposto no referido art. 19. (Tratava-se, na
espécie, de réu condenado por tráfico.) HC 73.117-SP, rel. Min. Octavio
Gallotti, 19.03.96.
Capacidade Postulatória
O art. 133 da CF (“o advogado é indispensável à administração da
justiça...”) e o art. 1º, I, do novo Estatuto da Advocacia (“são atividades
privativas de advocacia: I - a postulação a qualquer órgão do Poder
Judiciário...”), não revogaram o art. 623 do CPP, que confere ao
sentenciado capacidade para postular em nome próprio a revisão criminal.
Precedentes citados: HC 72981-SP (DJ de 09.02.96); RvC 4886-SP (RTJ
146/49). Com base nesse entendimento a Turma indeferiu habeas corpus em
que se alegava a nulidade de decisão que conhecera de pedido revisional
formulado pelo próprio paciente. HC 73.368-SP, rel. Min. Octavio Gallotti,
19.03.96.
Provimento Derivado
Ofende o art. 37, II, da CF (“a investidura em cargo ou emprego
público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos...”) decisão que julga válido o aproveitamento de
engenheiro do DER, mediante “redistribuição”, em cargo de provimento
efetivo da Assembléia Legislativa (técnico legislativo). A redistribuição
equivale à transferência, forma de provimento derivado banida da legislação
pelo referido preceito constitucional. Precedentes citados: MS 21322-DF
(DJ de 23.04.93); ADIn 231-RJ (RTJ 144/24). Recurso extraordinário
conhecido e provido para cassar a segurança. RE 150.453-PA, rel. Min.
Octavio Gallotti, 19.03.96.
SEGUNDA TURMA
Crime Comissivo por Omissão
Concedido habeas corpus de ofício, para absolver da acusação de
homicídio culposo (comissivo por omissão) enfermeira que não impedira a
retirada, pela esposa, de doente internado em estado grave sob sua
responsabilidade, e que faleceu em virtude da doença, ao dar entrada no
hospital para onde seria transferido. A Turma entendeu que a ré, embora
tivesse o dever de impedir a retirada do doente, não poderia fazê-lo, no caso,
em razão da insistência e açodamento com que a mulher da vítima exigira
sua transferência. Aplicação do disposto no art. 13, § 2º, do CP (“a omissão
é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado”). HC 72.843-RS, rel. Min. Néri da Silveira, 18.03.96.
Depositário Infiel - I
Segundo entendimento firmado no HC 72131-RJ (Pleno, 22.11.95),
é legítima a prisão do devedor, na alienação fiduciária em garantia, caso o
bem alienado não seja encontrado ou não se ache sob sua posse (DL 911/69,
art. 4º). Habeas corpus indeferido por unanimidade, com ressalvas de ponto
de vista dos Ministros Francisco Rezek, Marco Aurélio e Carlos Velloso.
HC 73.044-SP, rel. Min. Maurício Corrêa, 19.03.96.
Depositário Infiel - II
Com base nesse mesmo precedente plenário, a Turma decidiu pela
validade do art. 17 do DL 167/67, que atribui ao devedor, na cédula rural
pignoratícia, responsabilidade de depositário sobre os bens objeto da
garantia (tratava-se, na espécie, de safra futura). Vencido o Min. Marco
Aurélio, ao fundamento de que, no caso, o depósito não chegou a existir,
pela impossibilidade da entrega do bem quando da celebração do contrato.
HC 73.058-SP, rel. Min. Maurício Corrêa, 19.03.96.
PLENÁRIO
Habeas Corpus e Multa
A simples possibilidade de conversão da pena de multa em pena de
detenção, prevista no art. 51 do CP para a hipótese de o condenado,
solvente, deixar de pagá-la ou frustrar sua execução, não representa ameaça
à liberdade ambulatória do indivíduo capaz de autorizar a utilização do
habeas corpus. Tratando-se de condenado a pena de multa, o writ somente
se torna cabível quando, realizada uma das condições do art. 51, tenha sido
expedido contra ele mandado de prisão. Vencidos os Ministros Marco
Aurélio, Carlos Velloso, Néri da Silveira e Sepúlveda Pertence. HC 73.340-
SP, rel. Min. Maurício Corrêa, 20.03.96.
Vinculação: Inconstitucionalidade
Depois de afastar a alegação de incapacidade postulatória do
Governador de Estado, enquanto legitimado à propositura da ação direta de
inconstitucionalidade (CF, art. 103, V) - na linha do entendimento firmado
na ADIn 127-AL (RTJ 144/4) -, o Tribunal julgou procedente em parte ação
direta ajuizada pelo Governador do Estado do Amazonas contra dispositivos
da Constituição local, declarando, com base no art. 37, XIII, da CF (“é
vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos...”), a invalidade do
art. 133, § 16, na parte em que previa a fixação da remuneração dos
servidores públicos militares “tendo como parâmetro a remuneração do
Comandante-Geral”; do art. 199, II, e, que determinava que o piso salarial
dos profissionais de ensino não poderia ser “inferior a três vezes o piso
salarial dos funcionários públicos estaduais”; e do art. 40 e par. único, que
vinculava os vencimentos de procuradores da administração pública indireta
(ativos e inativos) aos do Procurador-Geral do Estado, concedendo-lhes,
ainda, “isonomia remuneratória com os ocupantes dos demais cargos e
funções essenciais à Justiça”, reconhecido, quanto ao último preceito,
também o vício de iniciativa (CF, art. 61, II, a). À regra da Carta estadual
que prevê a fixação da remuneração dos servidores públicos militares pela
Assembléia Legislativa, o Tribunal concedeu interpretação conforme,
admitindo para ela um único significado, qual seja, o de que a iniciativa dos
respectivos projetos de lei é exclusiva do Governador do Estado. ADIn 120-
AM, rel. Min. Moreira Alves, 20.03.96.
ICMS na Importação
Iniciado o julgamento da questão relativa ao momento da incidência
do ICM na entrada de mercadoria importada do exterior. O Min. Ilmar
Galvão, relator, proferiu voto no sentido da validade, em face do art. 155, §
2º, IX, da CF, do disposto no art. 2º do convênio editado pelos Estados com
fundamento no art. 34, § 8º, do ADCT (Convênio ICMS 66/88), que prevê a
ocorrência do fato gerador do aludido imposto “na entrada no
estabelecimento destinatário ou no recebimento pelo importador de
mercadoria ou bem importados do exterior”. Contrariamente votou o Min.
Marco Aurélio, entendendo que o referido inciso IX não modificou a
disciplina vigente ao tempo da Constituição anterior, que previa, em seu art.
22, § 11, a incidência do ICM “sobre a entrada, em estabelecimento
comercial, industrial ou produtor de mercadoria importada do exterior”, e
que, portanto, continua em vigor o art. 1º, II, do DL 406/68, cujo sentido é
explicitado pela Súmula 577 do STF (“Na importação de mercadorias do
exterior, o fato gerador do ICM ocorre no momento de sua entrada no
estabelecimento do importador.”), sendo inconstitucional, por
extravasamento da competência delegada aos Estados, a citada norma do
Convênio 66/88. O julgamento foi suspenso por pedido de vista do Min.
Maurício Corrêa. RE 193.817-RJ, rel. Min. Ilmar Galvão, 20.03.96.
Imunidade Parlamentar
Iniciado julgamento de habeas corpus em que se discute sobre a
constitucionalidade de norma do regimento interno da Assembléia
Legislativa do Estado de Minas Gerais, que delega à comissão que a
representa durante o período de recesso parlamentar poderes para decidir
sobre a concessão de licença para a instauração de processo criminal contra
deputado. Votaram pelo deferimento do writ - impetrado em favor de
deputado estadual processado e condenado pelo Tribunal de Justiça local,
após autorização concedida pela referida comissão -, os Ministros Marco
Aurélio, relator, Maurício Corrêa, Ilmar Galvão e Néri da Silveira; pelo
indeferimento, os Ministros Francisco Rezek, Carlos Velloso, Celso de
Mello, Sydney Sanches e Moreira Alves. Pediu vista o Min. Sepúlveda
Pertence. HC 72.718-MG, rel. Min. Marco Aurélio, 21.03.96.
Reforma Agrária
Concluindo o julgamento de mandado de segurança em que se
discutia sobre a legalidade da desapropriação, para fins de reforma agrária,
de imóvel rural invadido pelos chamados “sem-terra”, e cuja produtividade,
antes da invasão, fora atestada pelo próprio INCRA, o Tribunal decidiu, por
maioria de votos, conceder o writ. Prevaleceu o entendimento de que, sendo
o imóvel produtivo enquanto explorado por seus proprietários, o fato de
haver deixado de sê-lo após a referida invasão, não autoriza a
desapropriação-sanção prevista no art. 184 da CF. Por outro lado, havendo
interesse da União em manter assentadas no imóvel as famílias que lá se
encontram - como ficou evidenciado pelas providências administrativas e
judiciais já adotadas pelo INCRA -, esta deverá promover desapropriação
por interesse social, indenizando os proprietários mediante pagamento em
dinheiro, ou expor-se, do contrário, à denominada ação de desapropriação
indireta. MS 22.193-SP, rel. orig. Min. Ilmar Galvão; rel. p/ ac. Min.
Maurício Corrêa.
C L I P P I N G DO D J
22 de março de 1996
SS nº 761-1 (AgRg)
Rel.: Min. Sepúlveda Pertence
SS nº 840-5 (AgRg)
Rel.: Min. Sepúlveda Pertence
ADIn nº 1382-3
Rel.: Min. Octavio Gallotti
ADIn nº 1396-3
Rel.: Min. Marco Aurélio
HC nº 71552-4
Rel.: Min. Marco Aurélio
HC nº 72638-1
Rel.: Min. Moreira Alves
HC n º 72842-1
Rel.: Min. Marco Aurélio
HC nº 72.997-5
Rel.: Min. Néri da Silveira
HC nº 73051-5
Rel.: Min. Carlos Velloso
RE nº 115.083-1
Rel.: Min. Néri da Silveira
EMENTA - Recurso extraordinário. Funcionário público. Incorporação de gratificação aos
proventos. 2. Se, durante a atividade, o servidor teve incorporada a seus vencimentos, para
efeitos de aposentadoria, certa vantagem, deve esta integrar os proventos da inatividade,
mesmo se, ao aposentar-se, não mais se encontrar no exercício da função de que lhe
resultou o referido direito. 3. Precedentes do STF. 4. Falta de prequestionamento oportuno
dos arts. 6º, parágrafo único, e 15, II, letra “b”, da Emenda Constitucional nº 1/1969.
Incidência das Súmulas 282 e 356. 5. Inocorrência da alegada ofensa ao art. 102, § 2º, da
Emenda Constitucional nº 1/1969. 6. Recurso extraordinário não conhecido.
Ag nº 164491-6 (AgRg)
Rel.: Min. Sydney Sanches
RE nº 170185-4
Rel.: Min. Octavio Gallotti
EMENTA:- Os postos e graduações a cujo acesso tem direito os militares anistiados pelo
art. 8º do ADCT são somente aqueles a que teriam direito se estivessem em serviço ativo,
sem compreender, portanto, as meras expectativas de promoções pelo critério de
merecimento.
RE nº 179.461-5
Rel.: Min. Néri da Silveira