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ÍNDICE DE ASSUNTOS
Bando Armado e Crime Hediondo
Contagem de Tempo de Serviço
Contribuição Social
Depositário Infiel
Estupro e Violência Presumida
ICMS na Importação
Imposto Único e ICM
Indisponibilidade da Ação Penal
Investidura em Cargo Público
Livramento Condicional
Modificação da Competência
Questionário
Quinto Constitucional
Responsabilidade Civil do Estado
Seqüestro e Competência
Sigilo Bancário
Vício de Iniciativa e Outro
Vício Grave (ADCT, art. 9º)
PRIMEIRA TURMA
Imposto Único e ICM
Para efeito do disposto no art. 21, VIII, da CF/69 (“Compete à
União instituir imposto sobre: ... a produção, importação, circulação,
distribuição ou consumo de lubrificantes e combustíveis líqüidos ou
gasosos e de energia elétrica, imposto que incidirá uma só vez sobre
qualquer dessas operações, excluída a incidência de outro tributo sobre
elas;”), a venda de cana-de-açúcar a usina produtora de álcool carburante
não estava juridicamente compreendida pela produção do combustível,
sujeitando-se, em princípio, à incidência do ICM (CF/69, art. 23, II). Com
base nesse entendimento - e afastando a pertinência do que decidido no
julgamento do RE 92.739-RJ (RTJ 96/903) -, a Turma negou provimento a
recurso extraordinário, confirmando a improcedência dos embargos à
execução fiscal opostos pelo devedor (usina de álcool, na qualidade de
substituto tributário). RE 180.721-MG, rel. Min. Sydney Sanches, 16.04.96.
Depositário Infiel
O fato de o devedor, depositário infiel, haver cumprido o prazo de
prisão decretada pelo juiz nos termos do art. 904, par. único, do CPC, não
prejudica o julgamento de recurso interposto pelo credor, com a finalidade
de obter a ampliação do prazo da medida privativa de liberdade. Provido
esse recurso, impõe-se o cumprimento do prazo restante da medida
coercitiva, à vista do caráter provisório da decisão de primeiro grau. HC
73.633-GO, rel. Min. Octavio Gallotti, 16.04.96.
Livramento Condicional
Considera-se, para fins de concessão de livramento condicional (CP,
art. 83), a pena efetivamente imposta ao condenado, não o limite previsto no
art. 75 do CP (“O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade
não pode ser superior a trinta anos.”). Precedente citado: HC 69423-SP
(RTJ 149/129). HC 73.599-SP, rel. Min. Sydney Sanches, 17.04.96.
Seqüestro e Competência
A competência para o julgamento do crime de extorsão mediante
seqüestro é do juízo da comarca em que a vítima foi seqüestrada, não do
juízo da comarca para a qual foi ela levada e mantida presa. Delito que se
consuma no momento em que a vítima é privada de sua liberdade. HC
73.521-CE, rel. Min. Ilmar Galvão, 16.04.96.
Modificação da Competência
Tratando-se de embargos infringentes opostos a acórdão não
unânime proferido em ação de cumprimento processada, em conformidade
com a orientação vigente à época (RTJ 117/897), perante a justiça comum,
a superveniência do art. 114 da CF - que atribuiu expressamente à Justiça do
Trabalho a competência para o julgamento de “litígios que tenham origem
no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas” -, não
transfere para a Justiça do Trabalho, a despeito de sua incidência imediata, a
competência para o seu julgamento. Precedente citado: RE 111957-BA
(EDiv) (RTJ 143/638). RE 120.966-RS, rel.: Min. Moreira Alves, 16.04.96.
SEGUNDA TURMA
Questionário
A formulação dos quesitos no julgamento pelo tribunal do júri não se
faz a partir das declarações prestadas pelo réu no interrogatório ou pelas
testemunhas na instrução, e sim com base nas teses sustentadas pela defesa
técnica (CPP art. 484). HC 72.450-SP, Rel. Min. Maurício Corrêa, 15.04.96.
PLENÁRIO
Quinto Constitucional
A inexistência, no Ministério Público de Roraima, de membros que
satisfaçam o requisito do art. 94 da CF para o preenchimento de vaga no
Tribunal de Justiça local - possuir mais de dez anos de carreira - não
transfere para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios a
prerrogativa para a indicação dos candidatos, mediante elaboração de lista
sêxtupla. Uma vez instalado o Tribunal de Justiça do novo Estado, torna-se
ilegítima a observância do procedimento de nomeação de desembargadores
previsto no art. 235, V, da CF. Com base nesse entendimento, o Tribunal -
sem responder à indagação formulada pelo impetrante, quanto à
possibilidade de ser dispensado o requisito acima referido, levando-se em
conta apenas, por analogia com o disposto no art. 235, V, b, da CF, a idade
mínima de trinta e cinco anos - julgou procedente mandado de segurança
impetrado pelo Ministério Público de Roraima, contra a nomeação para o
Tribunal de Justiça desse Estado de membro do Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios. Precedente citado: MS 20946-GO (RTJ
148/141). O julgamento do mérito foi precedido da análise de diversas
preliminares, tais como: ilegitimidade do impetrante, falta de capacidade
postulatória do Procurador-Geral de Justiça, ilegitimidade dos impetrados
(Governador e Presidente do Tribunal de Justiça de Roraima e Procurador-
Geral de Justiça do DF e Territórios) e incompetência do STF. MS 22.042-
RR, rel. Min. Moreira Alves, 17.04.96.
ICMS na Importação
Iniciado o julgamento de recurso extraordinário em que se discute
sobre a validade do art. 59 da Lei 6374/89 do Estado de São Paulo, que
prevê o recolhimento mediante guia especial do ICM incidente na entrada
de mercadoria importada do exterior, em face do princípio da não-
cumulatividade e do disposto no art. 150, II, da CF (“... é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: ...instituir tratamento
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,...”).
Após o voto do relator - afastando a alegação de ofensa ao princípio da
igualdade tributária e julgando, por outro lado, que a pretensão do
contribuinte de debitar-se do valor correspondente ao imposto devido na
entrada da mercadoria para recolhê-lo no sistema de apuração periódica,
após a compensação com eventuais créditos careceria do pretendido apoio
no princípio da não-cumulatividade, já que o tributo não incide nas
operações anteriores à questionada, não havendo, portanto, montante a
compensar -, pediu vista o Min. Marco Aurélio. RE 195.663-SP, rel. Min.
Ilmar Galvão, 17.04.96.
Contribuição Social
Indeferida cautelar em ação direta ajuizada pela Confederação
Nacional da Indústria - CNI, contra a LC 84, de 18.01.96, que institui, em
seu art. 1º, contribuições para a manutenção da seguridade social a cargo de
empresas e pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, incidente sobre “o
total das remunerações ou retribuições por elas pagas ou creditadas no
decorrer do mês, pelos serviços que lhes prestem, sem vínculo empregatício,
os segurados empresários, trabalhadores autônomos, avulsos e demais
pessoas físicas”, e a cargo de cooperativas de trabalho, incidente sobre “o
total das importâncias pagas, distribuídas ou creditadas a seus cooperados,
a título de remuneração ou retribuição pelos serviços que prestem a
pessoas jurídicas por intermédio delas”; e cria, no art. 2º, contribuição
adicional de 2,5% sobre as mesmas bases de cálculo a ser paga por bancos,
sociedades de crédito, seguradoras e outras classes de contribuintes. O
Tribunal entendeu que as alegações deduzidas pela autora da ação - ofensa
aos arts. 5º, XX (liberdade de associação), 170, IV (livre concorrência como
princípio da ordem econômica) e 195, § 4º, combinado com o art. 154, I, da
CF (competência residual da União para instituir, mediante lei
complementar, “outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou
expansão da seguridade social”) - não possuiriam a plausibilidade
necessária para ensejar a suspensão de eficácia da lei impugnada. ADIn
1.432-DF, rel. Min. Néri da Silveira, 18.04.96.
Sigilo Bancário
De acordo com o § 1º do art. 38 da Lei 4595/64, “as informações e
esclarecimentos ordenados pelo Poder Judiciário, prestados pelo Banco
Central do Brasil ou pelas instituições financeiras, e a exibição de livros e
documentos em Juízo, se revestirão sempre do mesmo caráter sigiloso, só
podendo a eles ter acesso as partes legítimas na causa, que deles não
poderão servir-se para fins estranhos à mesma.” Com base nesse
dispositivo, o Tribunal indeferiu pedido de autoridade fiscal formulado em
inquérito no qual se apuram fatos relacionados com o chamado “escândalo
do orçamento”, no sentido de que fosse autorizada a extração de cópia de
documentos que chegaram aos autos em virtude de quebra de sigilo bancário
do indiciado, e que poderiam ser úteis à fiscalização tributária. Inq 923-DF,
rel. Min. Moreira Alves, 18.04.96.
C L I P P I N G DO D J
19 de abril de 1996
ADIn nº 84-5
Rel.: Min. Ilmar Galvão
ADIn nº 1233-9
Rel.: Min. Carlos Velloso
ADIn nº 1344-1
Rel.: Min. Moreira Alves
ADIn nº 1402-1
Rel.: Min. Carlos Velloso
HC nº 72485-0
Rel.: Min. Moreira Alves
HC nº 73119-8
Rel.: Min. Carlos Velloso
HC nº 73374-3
Rel.: Min. Ilmar Galvão
RE nº 132.031-1
Rel.: Min. Celso de Mello
RE nº 157042-3
Rel.: Min. Moreira Alves
RE nº 171694-1
Rel.: Min. Carlos Velloso
Ag nº 172890-7 (AgRg)
Rel.: Min. Marco Aurélio
RE nº 178802-0
Rel.: Min. Maurício Corrêa
EMENTA: (...)
1. Os proventos da inatividade são regulados pela norma vigente ao tempo da sua
aposentadoria, mas o servidor não tem direito adquirido aos critérios legais com base
em que o "quantum" foi estabelecido, nem à prevalência do regime jurídico então
vigente, ainda mais quando, em obediência a preceito constitucional a esse superveniente,
lei nova vem disciplinar o regime jurídico e o plano de carreira dos servidores,
incorporando aos vencimentos e proventos as gratificações antes percebidas "em
cascata" ou "repique", que não são permitidas pela nova ordem constitucional. (...)
Recurso extraordinário conhecido e provido.
(transcrição parcial)