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142 105023 AsHeresiasMedievais PDF
142 105023 AsHeresiasMedievais PDF
Jackeline Auxiliadora
Leilane Andrade
Luís Carlos Cruz*
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
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* Alunos de graduação do Curso de Licenciatura em História da Faculdade José Augusto Vieira.
Trabalho solicitado pelo professor Marco Antonio Matos Antonio como pré-requisito da terceira
nota da disciplina de História Medieval.
Partindo de uma análise mais elaborada, pode se dizer que heresia foram
opiniões e movimentos fundados por pensadores adeptos ou não do Cristianismo,
que desgastados com tudo que estava sendo pregado pela Igreja, procuraram
fundar novas doutrinas religiosas, que causaram um conflito indesejado e
acabaram por diagnosticar o quanto seria conturbada toda história daqueles que
procurassem seguir outro caminho que não fosse deliberado pelo poder da Igreja
Cristã.
Porém, para muitos a heresia poderia ser caracterizada com uma forma de
aperfeiçoamento e progresso na compreensão da fé, isso porque, segundo Paulo:
“convém que haja heresias para que se veja o que se deve aprovar” (1 Coríntios
11, 19). Com isso, as heresias podem ter sido o tranco que a Igreja cristã precisava
para tentar recapitular e reparar o que estava errado, procurando um
redirecionamento que possa preencher todas as lacunas e não deixe brechas para
novas intervenções.
Nos séculos IX e XI, foi criado um ambiente favorável ao
desenvolvimento das heresias medievais. Isso porque houve o conhecido “Cisma
Grego”, episódio no qual a Igreja Católica, com sede em Constantinopla, separou-
se da Igreja Ocidental, com sede em Roma. Esse acontecimento não pode ser
considerado como uma heresia propriamente dita, embora tenha significado uma
desunião entre cristãos. Mas, nesse contexto, a expansão econômica da Europa do
século XI ao século XIII, juntamente com a reunião de mercadores e de classes
pobres organizadas nas cidades, proporcionaram o surgimento de movimentos
populares que deram início a muitas heresias.
Esses movimentos acabaram por incomodar a Igreja e o poder civil, que
representavam a classe dominante da época. É por isso que se diz que “A heresia
nem sempre nasce da dúvida intelectual, como ocorreu nos séculos anteriores, ela
também surge das condições sociais, econômicas e políticas; da oposição das
classes dominantes” (João Ribeiro Jr., em Pequena História das Heresias; 1989).
As pessoas que se propuseram a cultuar a pobreza e a vida comum estavam
reagindo contra o luxo e a riqueza adquirida pelo Clero e pelos representantes do
poder civil – elas criticavam a sociedade feudal cristã que fora estabelecida por
quem detinha o poder e pregavam um discurso teológico que, por vezes,
representava, na verdade, as intenções exclusivistas e ambiciosas dos indivíduos
que constituíam o episcopado aristocrático e instituições religiosas.Toda essa
situação fez com que surgisse todos esses levantes populares “heréticos”, um
violento aparelho repressivo montado pelo poder clerical, a fim de sufocar a
infiltração de doutrinas estranhas no seio da Igreja – essas poderiam quebrar a
ordem alicerçada sob o juramento de fidelidade do vassalo para com o seu senhor.
OS CÁTAROS
OS VALDENSES
No final do século XIV, surge na Inglaterra uma nova heresia apoiada pela
Universidade, na medida que a influência e a corrupção da igreja chegara ao
conhecimento de todos, gerando uma revolta e criando um movimento de reforma
da Igreja, como os cátaros, os valdenses e outros.
Em nenhum outro lugar isso foi mais verdadeiro do
que na Boêmia, que jamais exerceu papel central na
história da Europa; mas no final da Idade Média,
destacou-se como o primeiro dos eleitores do Santo
Império Romano. A Boêmia tinha como religião a
ortodoxia grega, o rei Vaclav (São Wenceslaus),
implantou o catolicismo da Igreja Romana, a Igreja
era uma das mais ricas e corruptas da Europa, mais
da metade das terras pertencia à hierarquia e à
ordem religiosa, os bispos e poderosos abades
viviam a luxúria dos senhores seculares. A Boêmia
tornou-se palco de intrigas e corrupção que
resultava de conflitos entre o imperador e o papa, os papados entraram em
falência sendo forçados a fazer uso de tudo que estava ao seu alcance,
especialmente a venda de indulgências para levantar fundos, o que provocou um
poderoso movimento entre os teólogos da Europa e até mesmo alguns cardeais
que desejavam uma solução para o problema.
O Concílio de Pisa em 1409 elegeu Alexandre V como papa; Benedito
XIII e Gregório XII se recusaram a renunciar, fazendo com que houvesse três
papas. Após a morte de Alexandre V, foi coroado papa João XXIII, depois da
coroação houve novas vendas de indulgências para financiamento de suas
cruzadas.
Na Inglaterra, John Wycliffe prega o confisco dos bens da Igreja, que
arrecadava impostos, vendia indulgências e fazia lucrativa comércio com o uso de
falsas relíquias de santos. Wycliffe pregava que Deus era soberano e detentor de
tudo, que a bíblia era a única fonte das verdades cristãs e recusava a
transubstanciação. Estas teorias foram levadas à prática pelos seus seguidores
chamados lolardos, que vieram a se tornar revolucionários políticos.
A inquisição nunca funcionou na Inglaterra, exceto para julgamento dos
cavaleiros templários; as heresias eram cuidadas pelos bispos. John Wycliffe não
foi formalmente excomungado, mas, apesar de já estar morto, sua doutrina foi
novamente condenada e seus restos mortais exumados, queimados e as cinzas
atiradas ao rio, alguns de seus seguidores foram presos e até queimados. Já na
Boêmia foram incentivadas a liberdade religiosa e antipopulismo, e seguidores de
Wycliffe imigraram da Inglaterra, Lombardia e dos Alpes para lá.
Foi construída em Praga uma capela (Capela de Belém), para a pregação
popular independente do arcebispo ou ordem monástica. Parte dos pregadores que
lá passavam, eram seguidores da doutrina Wicliffiana.
O MOVIMENTO HUSSITA