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O PIBID e o desafio da organização do saber filosófico no ensino médio: relatos

de uma experiência pedagógica

1º Bruno Camilo de Oliveira (UFRN)

2º Clévio de Carvalho Lourenço (EEMH)

Resumo
A formação de professores requer uma experiência prática que possibilite o conhecimento sobre o ambiente
escolar, conferindo-lhe uma experiência na realização de atividades de ensino, nas assistências, no
planejamento, na metodologia e na pesquisa. Deste modo, almejamos contribuir para a discussão sobre o
ensino de filosofia no ensino médio e da organização desse saber em sala de aula tomando o relato de
experiência do subprojeto de filosofia do PIBID UFRN. Dentre as atividades realizadas no ano de 2012
destacamos as intervenções dos bolsistas em sala de aula e a produção de material didático, principalmente, o
produto intitulado Jornal do Adoidecente, apontando a importância na prática pedagógica da criação de
material didático. Acreditamos que essa prática deve primar pela produção de material didático em analogia
com os problemas mais recorrentes na sociedade atual, relacionando-os com o conteúdo da história da
filosofia. Defendemos que a postura pedagógica do professor de filosofia exige a criação de material didático
condizente com os problemas específicos de determinada escola e de determinada sociedade.
Palavras-chave: PIBID, Ensino de filosofia, Organização.

The Pibid and challenge the organization's philosophical learning in high school: reports of a teaching
experience

Abstract
Teacher training requires practical experience that enables knowledge about the school environment, giving
you an experience in conducting educational activities in assists in planning, methodology and research.
Thus, we aim to contribute to the discussion on the teaching of philosophy in high school and the
organization of this knowledge in the classroom taking account of the experience of the subproject
philosophy Pibid UFRN. Among the activities carried out in 2012 highlighted the activities of the Fellows in
the classroom and the production of teaching materials, mainly the product titled "Journal of Adoidecente",
pointing to the importance of creating pedagogical materials. We believe this practice should prioritize the
production of teaching materials in analogy with the most recurring problems in today's society, linking them
with the contents of the history of philosophy. We argue that the attitude of teacher pedagogical philosophy
requires the creation of educational material consistent with the specific problems of a particular school and
a particular society.
Keywords: Pibid, Teaching Philosophy, Organization.

Introdução

O objetivo geral dessa comunicação é fazer uma análise dos aspectos positivos, a partir de
relatos de experiência, das atividades idealizadas pelo PIBID-Filosofia UFRN. Almejamos ainda,
destacar a criação do jornal do Adoidecente, que teve sua primeira edição lançada em Dezembro de
2011 – com o tema “Realidade e Aparência: nem tudo que parece é!” – e a sua segunda edição que
tem o tema “O que é filosofia? Quem é o filósofo?” lançada no mês de março de 2012 durante o IV
Encontro Integrativo do PIBID. O jornal foi distribuído aos alunos da escola estadual Winston
Churchill e da escola estadual Mascarenhas Homem e aos transeuntes interessados durante o já
referido evento.

Geralmente, em relatos de experiências não precisamos usar fontes bibliográficas porque a


proposta não é permanecer um diálogo com outras correntes de pensamento. Nesse, discutimos
principalmente com o artigo Filosofia e seu Ensino: reflexões e “produtos”, de autoria da
coordenadora do subprojeto Fernanda Bulhões, tomando base para essa discussão as obras de
Marilena Chauí e Gilberto Cotrim.

Relato da experiência do bolsista Bruno

a) O Jornal do adoidecente

“O Jornal do adoidecente: o jornal do adolescente doido, porém decente” é um material


didático criado e produzido pela coordenadora do subprojeto de filosofia, a Prof. Dr. Fernanda
Bulhões, em parceria com os bolsistas do PIBID / Filosofia / UFRN. A ideia do jornal vem da
necessidade de completar uma relação entre quatro itens com a proposta de conteúdos da estrutura
curricular criada pela coordenadora do subprojeto, contribuindo com o planejamento e a postura do
professor em sala. Os quatro itens estão organizados no seguinte modo: planos de aula, glossário,
avaliação e o material didático (o Adoidecente), utilizado nos três anos que compreende o Ensino
Médio brasileiro. Esse conjunto de quatro produtos 1 recebeu o nome de “Kit Amigo”.

O trabalho realizado na produção e edição do Adoidecente é dividido entre os interessados


em contribuir com algum texto que fosse relevante às temáticas do jornal: os bolsistas, os
supervisores, a coordenadora Fernanda Bulhões e, mais recentemente, outros professores da rede
pública de ensino.

Com o lançamento das próximas edições (que são trimestrais) pretendemos concluir o
lançamento de 12 jornais referentes aos 12 temas da estrutura curricular desenvolvida também pelo
PIBID. Queremos prezar pela interatividade com o aluno, através de textos cada vez mais próximos
do público alvo e com uma linguagem cada vez mais descontraída e acessível; além disso,
queremos melhorar o nosso papel como criador de material didático, esse exercício melhora nossa
criatividade e nos ajuda em muito a nos desenvolvemos como professores que queremos ser.
Esperamos que as próximas edições do jornal do Adoidecente tenham a mesma aceitação das
primeiras ou, melhor, supere as nossas expectativas, contribuindo significamente com o ensino de

1
Aqui produtos são o resultado prático das atividades desenvolvidas pelo subprojeto de filosofia, a saber: Planos de
aula referente a seis semestres de aulas, glossário referente aos conteúdos propostos na estrutura curricular de
filosofia no ensino médio ensino médio brasileiro, o material didático O adoidecente e avaliações, todos
contemplando os temas da proposta curricular.
filosofia no Brasil – condição necessária para qualquer material destinado aos alunos do ensino
médio.

b) Metas já cumpridas

O Adoidecente atingiu por completo o seu objetivo inicial, tornou-se material didático
produzido para o auxílio do professor. Qualquer professor do ensino de filosofia pode ter acesso ao
“Kit amigo”. Dentre os materiais didáticos do Kit, o Adoidecente obteve maior aceitação por ser
2
lúdico e com bom humor. O material serviu de auxílio didático para os supervisores Clévio de
Carvalho Lourenço (Escola Estadual Mascarenhas Homem) e Rosa Ramos Régis da Silva (Escola
estadual Winston Churchil), e serviu como produto capaz de sensibilizar 3 o aluno de filosofia para
a própria filosofia.

A filosofia é uma disciplina recém-introduzida na grade curricular do ensino médio


brasileiro. É neste sentido, que o material didático Jornal do adoidecente é um material pioneiro
diante da escassez de interesse público sobre a filosofia no Brasil. O Adoidecente precisa ser lúdico,
com bom humor e polêmico, para “permitir quebrar a resistência e os preconceitos que geralmente
os jovens têm em relação à filosofia” 4.

O jornal aborda questões e filósofos relevantes da história da filosofia como também fala de
assuntos atuais e familiares aos alunos do Ensino Médio. A linguagem utilizada é simples e
de fácil compreensão, acompanhada de imagens para atrair a atenção dos jovens estudantes
(BULHÕES, 2011, p. 95).

O Adoidecente obteve maior aceitação porque é um material lúdico. O retorno da filosofia


para o Ensino médio tem como grande obstáculo à falta de interesse de toda a sociedade pela
filosofia. Essa ignorância 5 contribui para uma decadência do ensino de filosofia no Brasil porque a
sociedade em geral incrimina-a. O Adoidecente permite a conscientização do saber filosófico pelo
riso e pela polêmica. Uma sensibilização que desde o início apresenta a sua utilidade prática na
sociedade e no auxílio ao ensino de filosofia no Ensino médio. Além disso, o Adoidecente é
guardado nas bibliotecas das Escolas servindo como material didático para os futuros alunos ou
curiosos pela filosofia.

2
Os professores supervisores do subprojeto utilizaram o Adoidecente como material didático em seus planejamentos
de curso.
3
Esse termo, bastante discutido por Sílvio Gallo em Filosofia na Educação Básica: uma propedêutica à
paciência do conceito, sugere uma sensibilização que os alunos do ensino médio precisam para despertarem o
interesse pela filosofia.
4
Frase de autoria da professora Fernanda Bulhões.
5
Ignorar algo; fazer vista grossa a algo; aqueles que desconhecem a natureza da filosofia e sua utilidade prática.
É nesse sentido que entendemos a utilidade do Adoidecente como importante ferramenta
didática. Tanto no que diz respeito ao estudo dos bolsistas, como o objetivo prático da
descriminalização da filosofia no ambiente escolar. A fabricação do Adoidecente exige um
planejamento de uma ordem didática em completa relação com as questões atuais. Essa relação é
permeada pelo conteúdo histórico que compõe a história da filosofia, relacionando temas atuais com
os temas e pensadores da filosofia, o que exige uma perfeita organização em grupo e uma
metodologia objetiva.

O professor deve usar uma metodologia que leve a reflexão filosófica para o universo
conhecido e familiar dos alunos, desse modo, o universo tão distante, abstrato e complexo
da filosofia torna-se mais próximo, mais acessível e, por isso, muito mais interessante aos
alunos (Professora Fernanda, no relatório anual do PIBID/Filosofia, em Dezembro de
2011).

Portanto a figura do “adolescente doido, porém decente”, uma espécie de “menino


maluquinho”, como são a maioria dos adolescentes, “vem justamente brincar com o tom solene”,
“majestoso”, meio rebelde e subversivo, “que muitos acham que é próprio da filosofia e dos
filósofos” (Fernanda Bulhões). Com uma linguagem humorada e polêmica o Adoidecente pretende
sensibilizar o jovem do ensino médio para a filosofia, mostrando que estudar filosofia não é uma
tarefa tão árdua e pesada, como é tradicionalmente concebida. Pelo contrário, o Adoidecente é
capaz de promover a reflexão sobre temas ou questões da atualidade, e o exercício filosófico de
contemplação permite, na maioria dos casos, encontrar a solução para os mais diversos problemas.

Assim, outro objetivo conquistado pelo Adoidecente é permitir a mudança na forma de


pensar a realidade dos próprios estudantes. A polêmica é um dos elementos fundamentais que
possibilitam o exercício crítico da realidade, uma problematização dos valores e conceitos que
tradicionalmente são aceitos. A possibilidade de promover o senso crítico dos jovens já é uma
grande vitória para a filosofia no Brasil.

c) Estrutura do Adoidecente

A linguagem utilizada nos jornais é simples e de fácil aceitação pelos jovens, que são
atraídos pela polêmica e pelo humor.

Parte dos jornais é distribuída, é dada: aos alunos e professores das escolas públicas, aos
supervisores, aos bolsistas e também a outros alunos do curso de Filosofia, sobretudo os de
licenciatura que, aliás, gostaram muito e podem inclusive utilizar os jornais em suas
atuações. Outra parte fica guardada nas duas escolas em que atuamos para ser distribuída
em sala de aula de modo a garantir que todos os alunos da turma possam ter nas mãos o
Jornalzinho. Nesse sentido, podemos dizer que os jornais não são “material de consumo”,
são “material permanente” já que podem e devem ser utilizados e reutilizados (Fernanda
Bulhões).

A primeira edição lançada em dezembro de 2011 – com o tema “Realidade e Aparência:


nem tudo que parece é!” – já obteve grande sucesso entre os alunos e professores. Acreditamos que
a construção de material didático de filosofia é uma tarefa recente, o que nos obriga a ter a liberdade
de criar e desenvolver métodos e recursos, e torná-los disponíveis para que outros estudantes e
pesquisadores possam tomar essa ideia como algo inspirador em todos os sentidos.

Relato de experiência do supervisor Clévio

Desde o primeiro momento foi possível observar por parte dos gestores e alunos da escola
estadual Mascarenhas Homem, uma boa aceitação ao projeto PIBID. Foi oferecido, pela direção da
escola, todo apoio necessário para a instalação do projeto. Mesmo assim, logicamente (em se
tratando de uma escola pública, onde os problemas já são bem conhecidos), as dificuldades
existiram, como uma estrutura física insuficiente, por exemplo, assim como a ausência de uma sala
de vídeo. Há apenas um equipamento de TV e DVD itinerante, que força o professor a ir buscá-lo
na sala onde ele se encontra, levá-lo à sala onde acontecerá a aula, instalar o equipamento e só
depois iniciar sua aula. Isso faz com que o tempo, que já é restrito (uma aula por semana, com
duração de 35 minutos), não ser tão bem aproveitado quanto poderia ser. A escola também não
contava com um equipamento de data show e a sala de informática mal funcionava. Alguns
problemas desses ainda persistem e outros já começam a apresentar uma solução como a compra de
dois equipamentos de data show e a promessa de uma reforma do prédio onde funciona a escola a
ser realizada nos próximos meses.

É importante registrar a satisfação dos alunos quanto ao projeto; a participação deles nas
atividades do PIBID; o despertar para um maior interesse na disciplina de filosofia, por conta das
atividades realizadas pelos bolsistas, e o desejo por parte deles e da direção da escola para que o
projeto continue.

Além das atividades de intervenção dos bolsistas juntamente com o supervisor em sala de
aula, há a participação do PIBID nas feiras de conhecimento da escola; da sessão de cinema e
filosofia e de outras atividades ligadas à arte, para que se trabalhasse o conhecimento através do
lúdico, é importante citar também a inclusão, nesse processo todo, do jornalzinho “Adoidecente”,
um instrumento de comunicação valioso e é também mais um incremento nas atividades do PIBID,
seja na universidade com a produção do material feita pelos bolsistas e futuros professores de
filosofia, seja na escola, com o material sendo aproveitado pelos alunos.
O Jornal tem sua eficácia no dia a dia, nos encontros integrativos, para trocas de
experiências nas reuniões dos “pibidianos”, para planejamento das ações, na efetivação das ações
planejadas, na avaliação do que foi realizado e no pensamento da adoção de novas estratégias, se for
o caso.

Com os erros e acertos, que todo projeto experimental apresenta, esse é o resultado positivo
que ficou da atuação do PIBID na Escola Estadual Mascarenhas Homem e que desde já se
vislumbra, por parte de todos os participantes, novas possibilidades de aprimoramento no que
concerne a iniciação à docência e dos frutos que as instituições conveniadas colhem disso.

A obrigatoriedade da inclusão de filosofia nas turmas de ensino médio, cria nesse momento
a oportunidade de discutir a melhor forma que o ensino de filosofia pode ter para alcançar seus
objetivos, como a autonomia de pensamento e raciocínio, a discussão sobre ideias e a
problematização delas, bem como um melhor entendimento da realidade que cerca todo indivíduo
(sendo assim, o jovem estudante também faz parte dessa realidade) e que é possível encontrar o
prazer no filosofar, e ter então, junto com as outras disciplinas, mais uma ferramenta na busca
constante pelo conhecimento.

Diante das dificuldades já tão conhecidas no ensino público, os projetos que surgem,
buscando amenizar essas situações e que visam uma melhor apreensão do conhecimento pelos
alunos, sempre são bem vindos. O PIBID é um desses projetos que contém tal característica.
Logicamente que o foco principal do PIBID não é o aluno do ensino médio e sim o aluno da
universidade que está concluindo o seu curso. Porém, tanto a escola conveniada quanto seus alunos
também ganham muito com essa interação entre universidade e escola.

No caso da Escola Estadual Mascarenhas Homem, foram realizadas atividades bastante


participativas entre os bolsistas do PIBID e os alunos da escola. Os bolsistas fizeram intervenções
em sala de aula, sob a supervisão do professor titular, visando uma aula diferenciada, na intenção de
dar um estímulo maior ao aluno, dentro de seu contexto educacional.

Para isso, foram realizadas: aulas expositivas sobre a história da filosofia e sobre algumas
linhas de pensamento que ela abriga, preparadas e executadas pelos bolsistas com a orientação e a
participação do professor supervisor; debates com os alunos sobre temas relacionados à ética,
política, lógica, metafísica e religião; distribuição e leitura de textos com análises individuais e
coletivas; presença e participação dos alunos do Mascarenhas Homem na Semana de Filosofia
2010, nas dependências da UFRN; presença e participação dos bolsistas na feira do conhecimento
da escola nos anos 2010 e 2011; Sessão de cinema, filosofia e pipoca com a exibição do filme
“Horton e o mundo dos Quem”, que aborda questões sobre ética e conhecimento, buscando uma
facilitação da compreensão da filosofia através do lúdico; distribuição do jornal “Adoidecente” que
traz temas da filosofia com uma linguagem mais acessível ao jovem; apresentação do trecho da
peça “Dois cabras num cordel só” baseado no texto de Antônio Francisco e interpretado pelos
bolsistas e que fala sobre as transformações que o ser humano passa e o meio em que vive também,
no decorrer da história, em mais uma tentativa de trabalhar a filosofia através do lúdico.

Analisando todas essas atividades e a aceitação que elas tiveram é possível afirmar que
filosofia no ensino médio dá certo sim.

A proposta do ensino de filosofia no ensino médio é proporcionar ao seu público a


possibilidade de se ter um pensamento crítico sobre as coisas que os cercam e mais que um
pensamento, uma atitude filosófica, diante de tudo que pode ser analisado, questionado, verificado e
validado dentro de um conceito. Para isso ser feito é preciso antes de tudo que se utilize de uma
linguagem acessível aos adolescentes, jovens e aos adultos também, e de se ter instrumentos
educacionais compatíveis com a geração atual, que vive num mundo de tecnologias e
interatividades, aliás, disso mesmo já se pode ter um assunto a ser debatido e pensado
filosoficamente, dentro e fora da sala de aula.

Melhorar a formação dos futuros professores de filosofia e fazer o aluno ter conhecimento
da história da filosofia e seus pensadores, além de aliar isso à questões temáticas pertinentes ao
cotidiano de todos, parece ser o melhor caminho para o ensino de filosofia e isso foi o que se
buscou para o PIBID de filosofia na escola Mascarenhas Homem, que com todas as dificuldades de
estrutura e greves que toda escola pública enfrenta, pode se falar que teve um resultado exitoso.

Conclusão

Os responsáveis pela educação no Brasil compreendem a importância da filosofia nas


escolas, por reintroduzir essa disciplina na grade do ensino médio. A tal ponto, que o problema mais
urgente na atualidade diz respeito à qualidade do ensino de filosofia, ou seja, diz respeito à
construção de um plano pedagógico que o professor de filosofia precisa ter ou criar. E o Jornal do
Adoidecente cumpriu com êxito a função de ser um material didático lúdico e acessível a qualquer
professor da rede de ensino pública.

Por que dizemos que a criação do Adoidecente é uma das principais atividades idealizadas
pelo PIBID-filosofia? Vejamos algumas razões para isso. Primeiro, a utilização desse material nas
aulas de filosofia como recurso lúdico-didático que sensibiliza os alunos e auxilia os bolsistas,
dinamizando ainda mais as atuações, tendo em vista que os livros didáticos de filosofia estão em
circulação, mas seu acesso é restrito. Segundo, o jornal foi escrito pelos próprios “pibidianos” –
com o auxílio da coordenadora Fernanda Bulhões que também escreveu algumas seções no jornal –,
ou seja, os bolsistas tiveram essa contribuição intelectual na idealização e construção do material, o
que é um exercício que todos os docentes devem ter em suas atuações. Terceiro, abriu-se um espaço
para o estudante se expressar, sem medo de escrever, sobre algum assunto polêmico e bem
humorado na seção “Fala Aluno” da primeira Edição. Quarto, através do jornal tentou-se mostrar
aos alunos do ensino médio que a filosofia não é algo distante da realidade de todos. E finalmente,
os bons resultados que tivemos com os nossos esforços: criamos um material atrativo com uma
linguagem acessível aos alunos, com imagens que chamam atenção ao público alvo, além de
matérias que incitam o pensamento e a reflexão, a partir da boa aceitação dos estudantes ao jornal
do Adoidecente.

De acordo com esses relatos de experiências fica claro que o subprojeto de filosofia
apresenta-se como um projeto sumamente importante, não só para os alunos do Ensino Médio, mas
também e, principalmente, para os licenciandos que ao final do curso estarão preparados para
enfrentar, como verdadeiros profissionais de educação, as salas de aula que os estarão esperando
num futuro próximo e os professores da rede pública de ensino.

Referências

BULHÕES, Fernanda. Filosofia e seu Ensino: reflexões e “produtos” dedicados aos professores de
Filosofia no Ensino Médio. In Princípios. v. 14, n. 22, p. 93-122. Natal: EDUFRN, 2011.

GALLO, S. Filosofia na Educação Básica: uma propedêutica à paciência do conceito. In: Maria
Alice Coelho Ribas; Marisa Carpes Meller; Ricardo Antonio Rodrigues; Rita de Athayde
Gonçalves; Ronai Pires da Rocha. (Org.). Filosofia e Ensino - a filosofia na escola. 1º ed. Editora
UNIJUÍ, 2005, p. 389-401.
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo, 2009.

HORN. G. B. A organização do saber filosófico em sala de aula. Ijuí: Editora Unijuí, 2009.

COTRIM, G; FERNANDES. M. Fundamentos de filosofia. São Paulo: Saraiva,2010.

Breve biografia

Bruno Camilo de Oliveira, currículo Lattes no seguinte link:


<http://lattes.cnpq.br/7452029869806408>.
Clévio Carvalho de Lourenço é professor da rede Estadual de ensino do Estado do Rio Grande do
Norte e é supervisor do subprojeto de filosofia do PIBID / UFRN.

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