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Relatório 01 – DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA DO COBRE (K)

Trabalho desenvolvido durante a disciplina de Laboratório de Transferência De


Calor, como parte da avaliação referente ao 7º período do curso de engenharia
mecânica
1 – OBJETIVO
Determinar a condutividade térmica do cobre (k), com dados coletados em
experimento, através das equações de taxa de transferência de calor por condução
(Lei de Fourier) e conservação da energia (balanço de energia).

2 – DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
Transferência de calor
Sempre que existir um gradiente de temperatura no interior de um sistema ou dois
sistemas a diferentes temperaturas colocados em contato, haverá transferência de
energia por calor. Os processos devem obedecer a 1ª e 2ª lei da termodinâmica. 1ª
Lei da Termodinâmica: A energia não pode ser cercada ou distribuída, mas modificada
de uma forma para outra. 2ª Lei da Termodinâmica: É impossível um processo cujo
único resultado seja uma transferência de calor de uma região de baixa temperatura
para outra de temperatura mais alta.

Condução
O fluxo de calor por condução ocorre via as colisões entre átomos e moléculas de
uma substância e a subsequente transferência de energia cinética. Vamos considerar
duas substâncias a diferentes temperaturas separadas por uma barreira que é
removida subitamente, como mostra a figura abaixo. Transferência de calor por
condução

Figura 01: Transferência de calor por condução.

Quando a barreira é removida, os átomos "quentes" colidem com os átomos "frios". Em


tais colisões os átomos rápidos perdem alguma velocidade e os mais lentos ganham
velocidade. Logo, os mais rápidos transferem alguma de sua energia para os
mais lentos. Esta transferência de energia do lado quente para o lado frio é
chamada de fluxo de calor por condução. Materiais diferentes transferem calor por
condução com diferentes velocidades. Esta é uma medida da condutividade térmica.

Conservação da Energia e Balanço Energético


Para todo e qualquer sistema termodinâmico há uma função característica, que é
conhecida como energia interna. O primeiro princípio da termodinâmica também
denominado Princípio da Conservação da Energia enuncia essa primeira lei da
seguinte maneira: a variação da energia interna entre dois sistemas pode ser
determinada pela diferença entre a quantidade de calor e o trabalho trocado com o
meio ambiente, ou seja, a variação de energia E para um sistema é igual a soma dos
fluxos de calor e trabalho que cruzam a fronteira do sistema. A primeira lei da
Termodinâmica é uma generalização do princípio de conservação da energia,
incorporando no balanço energético a quantidade de energia trocada entre o sistema
e a vizinhança na forma de calor. Em termos matemáticos está lei pode ser
evidenciada da seguinte maneira:

Para um intervalo de tempo ( ) a formulação da primeira lei, bastante apropriada


para a análise de transferência de calor, pode ser expressa da seguinte forma: A
quantidade de energia térmica e de energia mecânica que entram num volume de
controle, mais a quantidade de energia térmica gerada no interior do volume de
controle, menos a quantidade de energia térmica e de energia mecânica que saem do
volume de controle, são iguais ao aumento da quantidade de energia acumulada ou
armazenada no volume de controle.

Figura 2: Ilustração da equação geral do princípio da conservação de energia.

Em palavras esta relação diz que as quantidades de energia que entra e de energia
gerada contribuem para aumentar a quantidade de energia acumulada no volume de
controle, enquanto a quantidade de energia que saem contribui para diminuir a
energia armazenada.
Os termos das taxas de entrada e de saída e são fenômenos de superfície. isto é,são
associados exclusivamente aos processos que ocorrem na superfície de controle e a
taxa em que ocorrem é proporcional à área superficial.A situação mais comum
envolverá entrada e saída de energia em virtude da transferência de calor através
dos modos condutivo,convectivo ou radiativo.Numa situação que envolva o escoamento
de fluido através da superfície de controle, e incluem também a energia
transportada pelo fluido para dentro e para fora do volume de controle.Esta energia
pode ser constituída por formas potencial,cinética ou térmica.Normalmente as formas
de energia potencial e cinética são desprezíveis.Os termos de entrada e saída podem
também envolver interações do tipo de trabalho. O termo da taxa de geração de
energia termica Eg está associado à taxa de conversão de uma forma de energia
(química, eletromagnética ou nuclear) em energia térmica. É um fenômeno
volumétrico.Isto é, acontece dentro do volume de controle e tem uma grandeza
proporcional ao volume.Por exemplo, uma reação química exotérmica pode estar se
processando e convertendo energia química energia térmica. O efeito líquido é do
crescimento da energia térmica do volume de controle. Outra fonte de energia
térmica é a conversão da energia elétrica que ocorre no aquecimento resistivo de um
condutor percorrido por corrente elétrica. Contudo, é importante não confundir o
processo físico de acumulação de energia com o de geração de energia. Embora a
geração de energia possa contribuir, com toda certeza, para a acumulação de
energia, os dois processos são fundamentalmente diferentes. A acumulação de energia
também é um fenômeno volumétrico, mas está associado, simplesmente, ao aumento ( ),
ou à diminuição ( ), da energia da matéria que ocupa o volume de controle. No caso
das condições de regime permanente, não haverá modificação de energia armazenada
( ).

Lei de Fourier
 { q =−k A ˙ d T   ¿ d x

O fator de proporcionalidade k (condutividade térmica) que surge da equação de


Fourier é uma propriedade de cada material e vem exprimir a maior ou menor
facilidade que o material apresenta à condução de calor. Os valores numéricos de k
variam em extensa faixa dependendo da composição química, estado físico e
temperatura dos materiais. Quando o valor de k é elevado o material é considerado
condutor térmico e, caso contrário, isolante térmico. Com relação à temperatura, em
alguns materiais como o alumínio e o cobre, k varia muito pouco com a temperatura,
porém em outros, como alguns aços, k varia significativamente com a temperatura.
Nestes casos, adota-se comumente como solução de engenharia um valor médio de k em
um intervalo de temperatura. A variação da condutividade térmica com a temperatura
é mostrada na figura abaixo para alguns materiais.
Figura 03: Gráfico de Temperatura (k) x Condutividade térmica.

3 – MATERIAIS UTILIZADOS
Barra de cobre cilíndrica com diâmetro de 22 mm e comprimento de 120 mm, isolada
lateralmente com cortiça. Termopares tipo T fixados ao longo do comprimento da
barra, gerador de vapor elétrico, cuba de vazão constante, milivoltímetro, chave
seletora, proveta e cronômetro.

Figura 04: Bancada de laboratório.

1 = Cuba de vazão constante 2 = Multímetro 3 = Caixa de cortiça, com corpo de teste


(cobre) e termopares alojados 4 = Selecionador de termopar 5 = Fonte geradora de
vapor (Panela de pressão) 6 = Multímetro
4 – DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO
*Ligou a panela de pressão para produção de vapor, que será conduzido a uma das
extremidades da barra e a água fria na extremidade oposta; *Aguardar-se o sistema
entrar em regime permanente; *Mediu a temperatura ambiente, em Ohms -
posteriormente convertendo graus Celsius-, a vazão da água (num valor entre 3 e 5
ml/s), a temperatura de entrada e saída da água, em Ohms; *Por fim, mediram-se
valores para cada termopar, nos pontos de 1 a 5;

Figura 05: Desenho esquemático do corpo de prova de cobre, com termopares nas
posições 0 a 12.

5 – RESULTADOS
5.1 – VALORES OBTIDOS
Medida 1 2 3 Tempo (s) 5 5 5 Tabela 1 – Vazão da água Volume (ml) Vazão (ml/s) 21
4,2 23 4,6 23 4,6 Média aritmética = 4,47

Tabela 2 – Distribuição de temperatura na barra Coordenada espacial Força


eletromotriz Temperatura x (m) mV (oC) 0,00 2,941 24,2 0,03 2,416 91,9 0,06 1,833
80,4 0,09 1,309 67,3 0,12 0,786 55,3 Tabela 3 – Temperaturas ambiente e da água
Temp. da água à entrada Temp. da água à saída Te Ts o 25,36 ( C) 27,78 (oC)
298,51(k) 300,93(k)

Temperatura (K)
297,2 364,9 353,4 340,3 328,3

Temp. ambiente Tamb 24,24(oC)


297,39 (k)
5.2 – CÁLCULOS E RESULTADOS DOS CÁLCULOS
5.3 – GRÁFICOS

Gráfico 01:Temperatura (ºC) x Comprimento do corpo de prova (m).


5.4 - Análise de Resultados
De acordo com o gráfico construído, com dados experimentais, encontramos a equação
T(x)= -408,77x + 92,122, com valor de R² = 0,9997 - valor próximo 1 -, refletindo o
comportamento da queda de temperatura da barra, que diminui da posição x=0m
(91,9ºC) em direção a posição 0,12m (43,1ºC). Encontramos o valor de 280,91 W/m.K
para o coeficiente de condutibilidade térmica do cobre, comparamos com o valor
tabelado na a figura 03 (400 W/m.K ) a uma temperatura de 24,24ºC (297,39 K) . O
resultado foi 29% menor que o valor teórico. Mesmo que inicialmente o sistema foi
considerado em regime permanente, utilização de uma barra de cobre puro e um
sistema completamente isolado a diferença encontrada na condutividade pode ter
ocorrido devido a problemas de isolamento térmico durante o experimento, presença
de impurezas no cobre e vazamento de mangueiras nos dutos de vapor que pode impedir
a permanência do regime permanente de vapor durante o experimento.

6 – CONCLUSÃO
Após testes realizados e dados coletados no experimento, através das equações de
taxa de transferência de calor por condução e conservação de energia, podemos
concluir que a condutividade térmica do cobre encontrada foi diferente da tabelada,
devido a problemas existentes no decorrer do experimento, como a não existência de
um sistema perfeitamente adiabático.
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Descolando. <www.descolando.com.br/resources/CONDUÇÃO%203.doc>;. Acesso em
27/08/2011 Universidade Federal do Rio de Janeiro.
<http://www.if.ufrj.br/teaching/fis2/calor/conducao.html>. Acesso em 27/08/2011 Web
Calc. Calculadora na Web. <http://www.webcalc.com.br/frame.asp?
pag=http://www.webcalc.com.br/conversoes/visc_cinematica.html>. Acesso em 09 de
junho de 2011. INCROPERA, Frank P. et al. Fundamentos de transferência de calor e
de massa. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, c2008

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