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Livro MEF PDF
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Álvaro F. M. Azevedo
http://www.fe.up.pt/~alvaro
Portugal
1ª Edição
Abril 2003
Método dos Elementos Finitos
Álvaro F. M. Azevedo
http://www.fe.up.pt/~alvaro
Para que possa dar resposta em tempo útil à necessidade de justificação da segurança de
uma estrutura, um projectista que não conheça as técnicas correspondentes à formulação
do MEF será tentado pela simples utilização de um qualquer software de cálculo. Uma
vez que não tem acesso aos modelos que estão programados, nem tem bases para a sua
compreensão, procederá à utilização do software de acordo com o treino que recebeu ou
com base em sucessivas improvisações. A tentação para aceitar os resultados
provenientes do programa é grande, quaisquer que sejam esses resultados, uma vez que
considera que o software escolhido tem elevada qualidade. Os potenciais perigos de
uma utilização nestas condições são a não percepção de eventuais erros na introdução
dos dados, a ausência de correspondência entre o modelo seleccionado e a estrutura que
está a ser analisada, o facto de serem desprezadas importantes condicionantes, etc. Na
ausência de uma comparação dos resultados provenientes do MEF com os oriundos de
outros modelos, existe o sério risco de a segurança de uma estrutura ser justificada com
iii
Método dos Elementos Finitos - Prefácio
base em cálculos completamente inadequados. Este facto tem sido confirmado pelo
elevado número de acidentes em estruturas acabadas de construir, bem como pela
grande quantidade de reparações que tem sido necessário efectuar em construções
recentes. A transmissão aos alunos dos fundamentos do MEF, e também de uma
introdução à correspondente programação em computador, constituem certamente
factores que conduzirão os futuros projectistas a uma utilização mais segura dos
softwares de análise de estruturas.
Existe uma outra motivação para continuar a ser necessário ensinar as bases teóricas do
MEF, que consiste no facto de ser fundamental preparar hoje os inovadores de amanhã.
Uma vez que as ferramentas relativas à aplicação do MEF se encontram intimamente
ligadas ao mundo da informática e uma vez que este apresenta uma constante e rápida
evolução, é garantido que dentro de alguns anos será necessário adaptar as técnicas de
análise de estruturas às plataformas de computação que nessa altura existirem. Se a
actual base de conhecimentos ficar limitada a um reduzido número de pessoas,
certamente que será difícil encontrar no futuro investigadores que garantam o progresso
da ciência.
Por todos estes motivos se conclui ser fundamental prosseguir com o ensino das
técnicas em que se baseia a generalidade dos programas de elementos finitos.
iv
ÍNDICE
1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1
1.1 - Tipo de análise .......................................................................................................... 2
1.2 - Fundamentos do MEF............................................................................................... 4
1.3 – Breve história do MEF ............................................................................................. 5
1.4 - Exemplo de aplicação do MEF ................................................................................. 6
v
Método dos Elementos Finitos - Índice
vi
Método dos Elementos Finitos - Índice
vii
Método dos Elementos Finitos - Índice
viii
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Antes do aparecimento do MEF, a análise dos meios contínuos era efectuada por
resolução directa dos sistemas de equações de derivadas parciais que regem o
fenómeno, tendo em consideração as necessárias condições fronteira. Para facilitar a
aplicação desta técnica a problemas não elementares, era comum recorrer a séries de
Fourier [1.1]. Devido à sua complexidade, estes procedimentos só eram aplicáveis a
meios contínuos homogéneos e de geometria simples. Para tentar ultrapassar algumas
destas limitações, era frequente a substituição de derivadas exactas por derivadas
1
Introdução - Álvaro F. M. Azevedo
2
Introdução - Álvaro F. M. Azevedo
Nesta publicação apenas se aborda o caso da análise linear, quer geométrica, quer
material.
Tipo de estrutura
3
Introdução - Álvaro F. M. Azevedo
É possível tratar com grande eficiência uma classe de problemas de análise de estruturas
designados axissimétricos. Estes ocorrem quando a estrutura é um sólido de revolução e
as acções são todas axissimétricas em relação ao mesmo eixo. Neste tipo de problemas é
ainda possível distinguir o caso do sólido de revolução do caso da lâmina de revolução.
Será também tratado como um caso particular a análise de uma estrutura que consiste
num sólido cuja geometria a acções se repetem indefinidamente ao longo de um eixo
rectilíneo. Trata-se do estado plano de deformação, que pode ser estudado com base
numa geometria bidimensional.
A formulação do MEF requer a existência de uma equação integral, de modo que seja
possível substituir o integral sobre um domínio complexo (de volume V) por um
somatório de integrais estendidos a sub domínios de geometria simples (de volume Vi).
Esta técnica é ilustrada com o seguinte exemplo, que corresponde ao integral de volume
de uma função f
∫ f dV = ∑∫ f dV (1)
V Vi
i =1
4
Introdução - Álvaro F. M. Azevedo
n
V = ∑V
i =1
i (2)
Se for possível calcular todos os integrais estendidos aos sub domínios Vi, basta efectuar
o somatório correspondente ao segundo membro de (1) para se obter o integral
estendido a todo o domínio. Cada sub domínio Vi corresponde a um elemento finito de
geometria simples (e.g., segmento de recta, triângulo, quadrilátero, tetraedro,
paralelepípedo). O somatório indicado em (1) vai dar origem à operação designada
assemblagem, que apresenta muitas semelhanças com a que é efectuada nas estruturas
reticuladas.
Na generalidade dos casos, é muito difícil definir a data em que determinado avanço do
conhecimento foi efectuado. No caso particular do MEF, é referido por vários autores
que a publicação mais antiga em que é utilizada a designação “elemento finito” é o
artigo [1.4], que data de 1960 e tem como autor Ray Clough. Anteriormente eram já
conhecidas algumas técnicas que vieram a ser incorporadas no MEF, sem este aparecer
ainda com as principais características que hoje em dia possui. Os grandes passos do
desenvolvimento do MEF, que o conduziram ao formato que actualmente apresenta
maior aceitação, foram dados na década de 60 e início da de 70. Inicialmente os
elementos finitos mais comuns eram os triangulares e os tetraédricos, passando-se mais
tarde a dar preferência aos quadriláteros e aos hexaedros.
5
Introdução - Álvaro F. M. Azevedo
Ao contrário de outros métodos que eram utilizados no passado, o MEF só tem utilidade
prática se se dispuser de um computador digital. Este requisito é devido à grande
quantidade de cálculos que é necessário realizar, nomeadamente na resolução de
grandes sistemas de equações lineares. Assim se compreende que o rápido
desenvolvimento do MEF tenha praticamente coincidido com a generalização da
utilização de computadores nos centros de investigação. Com a proliferação de
micro-computadores ocorrida no final da década de 80 e na década de 90, o MEF chega
finalmente às mãos da generalidade dos projectistas de estruturas.
Com o tipo de visualização utilizado na Figura 1.3 é possível ter uma percepção
imediata dos locais em que as tensões principais apresentam maiores valores, bem como
da trajectória das tensões dentro da estrutura. Neste tipo de representação cada
segmento de recta está orientado segundo uma direcção principal de tensão e a sua
grandeza é proporcional ao valor da correspondente tensão normal. A cor verde indica
que se trata de uma tracção e à cor vermelha está associada uma compressão.
6
Introdução - Álvaro F. M. Azevedo
Na Figura 1.5, o tipo de visualização gráfica coincide com o da Figura 1.4, tratando-se
também da representação de um campo escalar por intermédio de uma codificação por
cores. O campo representado na Figura 1.5 é o das tensões normais σy, sendo y o eixo
vertical. Esta componente do tensor das tensões é sempre perpendicular a facetas
horizontais.
7
Introdução - Álvaro F. M. Azevedo
Fig. 1.2 - Consola curta: malha deformada representada sobre a estrutura indeformada.
8
Introdução - Álvaro F. M. Azevedo
9
Introdução - Álvaro F. M. Azevedo
Fig. 1.5 - Consola curta: campo de tensões normais segundo um eixo vertical.
10
Introdução - Álvaro F. M. Azevedo
BIBLIOGRAFIA
[1.2] - Cook, R. D.; Malkus, D. S.; Plesha, M. E.; Witt, R. J. - Concepts and
Applications of Finite Element Analysis, Fourth Edition, John Wiley & Sons, Inc.,
2002.
[1.3] - Zienkiewicz, O. C.; Taylor, R. L. - The Finite Element Method, Fourth Edition,
McGraw-Hill, 1988.
[1.4] – Clough, R. W. - The Finite Element in Plane Stress Analysis, Proc. 2nd ASCE
Conf. on Electronic Computation, Pittsburgh, Pa., September 1960.
11
Introdução - Álvaro F. M. Azevedo
12
CAPÍTULO 2
2.1 - Simbologia
P Ponto genérico
A Matriz de transformação de S′ em S ′′
B Matriz de transformação de S ′′ em S′
g Referencial geral
a Referencial auxiliar
l Referencial local
13
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
Τ Matriz de transformação
genérico P e o vector p = OP .
x3 x3′
x3′′
P
ê3′
ê3 ê3′′ p
ê1′′ O ê2
x2
x1′′ ê2′
ê1′ ê2′′ x2′
ê1
x1′
x2′′
x1
14
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
S ≡ (O, x1, x2 , x3 )
S ′ ≡ (O, x1′, x2′ , x3′ ) (1)
S ′′ ≡ (O , x′′, x′′, x′′)
1 2 3
Ponto genérico:
P = ( x1 , x2 , x3 )S (3)
p = OP = ( x1, x2 , x3 ) (4)
Versores do referencial S:
eˆ1 = (1,0,0)
eˆ2 = (0,1,0) (5)
eˆ = (0,0,1)
3
Vector p :
p = ( x1 , x2 , x3 ) (6)
15
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
x1′′ = x1′ (eˆ1′ eˆ1′′ )+ x2′ (eˆ2′ eˆ1′′ )+ x3′ (eˆ3′ eˆ1′′ )
x2′′ = x1′ (eˆ1′ eˆ2′′ )+ x2′ (eˆ2′ eˆ2′′ )+ x3′ (eˆ3′ eˆ2′′ ) (9)
x′′ = x′ (eˆ′ eˆ′′ )+ x′ (eˆ′ eˆ′′ )+ x′ (eˆ′ eˆ′′ )
3 1 1 3 2 2 3 3 3 3
Matricialmente tem-se:
x′′ = A x′ (11)
16
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
x′ = B x′′ (16)
B=A
T
(18)
x′ = A x′′
T
(19)
x′ = A A x′
T
(20)
Concluindo-se que
A A= I
T
(21)
−1
Multiplicando ambos os membros de (21) por A (à direita) obtém-se
−1
A =A
T
(22)
Quando a inversa de uma matriz coincide com a sua transposta diz-se que a matriz é
ortogonal. Assim se conclui que a matriz de transformação A é uma matriz ortogonal.
(23)
j =1
17
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
e a matriz de transformação A pode ser obtida a partir dos cosenos dos ângulos entre
versores dos referenciais S′ e S ′′ .
eˆ1 = (1,0,0)
eˆ2 = (0,1,0) (28)
eˆ = (0,0,1)
3
x′′ = A x′ (29)
18
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
x′′ = A x (32)
Componentes de eˆ1′′ em S
A = Componentes de eˆ2′′ em S (34)
(3×3)
Componentes de eˆ3′′ em S
Nesta secção são utilizadas as expressões deduzidas nas secções anteriores com o
objectivo de chegar à matriz de transformação de uma barra de treliça 3D e de
pórtico 3D. No âmbito da análise de estruturas pelo método dos deslocamentos,
admitem-se as seguintes hipóteses:
• para cada barra, são conhecidas as coordenadas dos dois nós extremos, ficando
assim definida a localização do seu eixo baricêntrico;
19
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
Considere-se um ângulo (α), que será definido adiante e que posiciona o referencial
local (principal central de inércia - PCI) em relação a um referencial auxiliar.
S − g − geral
S′ − a − auxiliar (α = 0) (35)
S ′′ − l − local (PCI )
O referencial geral (g) é aquele em relação ao qual todos os pontos e todos os vectores
estão definidos, sendo os seus versores definidos por (28).
O referencial auxiliar (a), ao qual corresponde um ângulo α nulo, tem o primeiro eixo
coincidente com o eixo da barra e o segundo eixo perpendicular ao plano vertical que
contem a barra. O terceiro eixo é aquele que faz com que o referencial seja directo e
ortonormado. Este referencial será adiante definido com mais rigor.
O referencial local (l) tem como primeiro eixo o eixo da barra, sendo os restantes eixos
os eixos principais centrais de inércia da secção transversal da barra.
• transformação de g para a;
• transformação de a para l.
x =T
a ag g
x (36)
ag
sendo T a matriz que transforma as coordenadas de um ponto do referencial g para o
referencial a.
20
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
x =T
l la a
x (37)
x =T T
l la ag g
x (38)
x =T x
l g
(39)
T =T T
la ag
(40)
g3
a3 a2
a1
j
i
g
2
g
1
i< j
21
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
• o eixo a1 coincide com o eixo baricêntrico da barra, i.e., o eixo que é definido
pelos centros de gravidade de todas as secções transversais da barra;
O cálculo das componentes do versor a1 é feito com base nas coordenadas dos nós i e j.
L= (x 1
j
− x1i ) + (x2j − x2i ) + (x3j − x3i )
2 2 2
(41)
O vector a1 , que em geral não tem norma unitária, obtém-se por subtracção das
coordenadas dos nós i e j.
22
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
aˆ1 = a1 L (43)
aˆ1 = ( A1 , A2 , A3 ) (44)
Tal como foi atrás referido, o eixo a2 é definido pelo produto vectorial entre os versores
dos eixos g3 e a1, sendo gˆ 3 = (0,0,1)
a 2 = gˆ 3 × aˆ1 (45)
Uma vez que deste produto vectorial não resulta um versor, é necessário dividir o
vector a 2 pela respectiva norma
aˆ2 = a 2 a2 (46)
Para que o referencial a seja directo e ortonormado, calcula-se o versor â3 como sendo
o resultado do produto vectorial entre â1 e â2 . Do produto vectorial entre versores
perpendiculares entre si resulta sempre um versor.
A1 A2 A3
= B1 B2 B3
ag
T (48)
C1 C2 C3
23
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
g3 a1
j a3 aˆ1 = (0 , 0 ,1)
i< j aˆ2 = (0 ,1, 0)
aˆ3 = (− 1, 0 , 0)
i
g a2
2
g1
Fig. 2.3 - Posição do referencial a em relação ao referencial g para o caso da barra vertical
orientada para cima.
g
3
aˆ1 = (0 , 0 , − 1)
i< j i
g a2
aˆ2 = (0 ,1, 0)
2 aˆ = (1, 0 , 0)
3
j
g1 a3
a1
Fig. 2.4 - Posição do referencial a em relação ao referencial g para o caso da barra vertical
orientada para baixo.
x3j − x3i
aˆ1 = 0 , 0 , = ( A1 , A2 , A3 )
L
(49)
24
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
x j − xi
aˆ3 = − 3 3 , 0 , 0 = (C1 , C2 , C3 ) (51)
L
ag
Tal como em (48), a matriz de transformação T é constituída por
A1 A2 A3
= B1 B2 B3
ag
T (52)
C1 C2 C3
la
Procede-se em seguida à definição da matriz T que foi referida em (37). Esta matriz
de transformação relaciona as coordenadas de um ponto no referencial auxiliar (a) com
as suas coordenadas no referencial local (l). As considerações que se seguem
baseiam-se na Figura 2.5, em que estão representados os referenciais a e l. O
referencial l é constituído pelo eixo da barra e pelos eixos principais centrais de inércia
da secção transversal.
a3
l2 l3
α a1 l1
a2 α
i
i< j
• os eixos a1 e l1 coincidem;
25
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
1 0 0
= 0 cos α sin α
la
T (55)
0 − sin α cos α
ag la
As matrizes de transformação T eT encontram-se já definidas. De acordo
com (40), a matriz de transformação T , do referencial geral para o local é definida do
seguinte modo
T =T T
la ag
(56)
x =T x
l g
(57)
26
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
Uma vez que a matriz T é ortogonal, a transformação do referencial local para o geral é
efectuada com a seguinte relação
x =T x
g T l
(58)
BIBLIOGRAFIA
[2.1] - Brazão Farinha, J. S.; Correia dos Reis, A. - Tabelas Técnicas, Edições Técnicas
E. T. L., 1998.
27
Transformação Linear de Coordenadas - Álvaro F. M. Azevedo
28
CAPÍTULO 3
3.1 - Simbologia
g Referencial geral
a Referencial auxiliar
l Referencial local
T Matriz de transformação
θ Rotação
M Momento
29
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
30
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
3.2 - Referenciais
g
3
l3 l2
l1
j
i
g
2
g
1 i< j
Considera-se habitualmente, sem perda de generalidade, que a barra definida pelos nós i
e j tem o nó i coincidente com a origem dos dois referenciais e o nó j sobre o semi-eixo
positivo l1. É também habitual considerar que o número do nó i é inferior ao número do
nó j (i < j).
Os eixos l2 e l3 podem ser trocados entre si, tendo em atenção que o referencial local
deve ser sempre directo. A troca de l2 com l3 obriga a trocar entre si os valores dos
momentos de inércia em relação a l2 e l3. Em qualquer dos casos é necessário definir
criteriosamente o ângulo α (ver o Capítulo 2).
31
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
xl = T x g (1)
coordenadas desse mesmo ponto no referencial l. A equação (1) também pode ser
utilizada para transformar as componentes de um vector do referencial g para o
referencial l.
a1 a1
a a
2 2
a a
a = 3 = 3 (2)
θ1 a4
θ 2 a5
θ 3 a6
a
3
θ3 = a 6
θ2 = a 5
a
2
θ1 = a 4
a
1
32
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
Por ser o caso mais genérico, de aqui em diante apenas se desenvolve a formulação da
barra de pórtico 3D.
F
3
Μ3 = F6
Μ2 = F5
F
2
Μ 1 = F4
F
1
Na Figura 3.4 encontra-se representada uma barra de dois nós (i e j). Em cada nó são
considerados seis graus de liberdade em correspondência com os seis deslocamentos
generalizados (2). Assim, o número de graus de liberdade da barra é doze.
33
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
l3
3
6
i 5
2
9 1 4 l2
12
j 11
i< j
7 8
10
l1
A matriz de transformação T referida em (1) é uma matriz 3x3 cujos componentes são
al = T ag
(12×12 ) (12×1)
(4)
(12×1)
34
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
Supondo o caso de uma barra de eixo rectilíneo e secção constante, a respectiva matriz
de rigidez no referencial local (K l ) , bem como o vector de forças nodais equivalentes a
diversos tipos de acções (F l ) podem ser directamente obtidos com base num formulário
de estruturas [3.1] (ver também as Secções 3.9 e 3.10). Assim, parte-se do princípio que
se dispõe da matriz K l e do vector F l , que se relacionam com a habitual equação
Kl al = F l
(12×12 ) (12×1) (12×1)
(6)
As equações (4) e (5) são válidas, quer para os deslocamentos generalizados, quer para
as forças generalizadas, tendo-se também
Fl = T Fg
(12×1) (12×12 ) (12×1)
(7)
−1
TT=T (8)
35
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
T
multiplicam-se ambos os membros de (7) por T e obtém-se
Fg = T
T
Fl (9)
(12×1) (12×12 ) (12×1)
Fl = Kl al
(12×1) (12×12 ) (12×1)
(10)
resulta
Fg = T
T
Kl al (11)
(12×1) (12×12 ) (12×12 ) (12×1)
Fg = T
T
Kl T ag (12)
(12×1) (12×12 ) (12×12 ) (12×12 ) (12×1)
Kg ag = F g
(12×12 ) (12×1) (12×1)
(13)
Kg = T
T
Kl T (14)
(12×12 ) (12×12 ) (12×12 ) (12×12 )
Fl = Kl T ag
(12×1) (12×12 ) (12×12 ) (12×1)
(15)
36
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
Depois de calculadas todas as matrizes de rigidez das barras no referencial geral com
recurso à expressão (14), é necessário proceder ao cálculo da matriz de rigidez global da
estrutura. Uma operação semelhante tem de ser efectuada com os vectores solicitação
das diversas barras.
A assemblagem na matriz de rigidez global das matrizes de rigidez das diversas barras é
em seguida apresentada com base no exemplo da Figura 3.5.
a a a a
1 3 4
2
F F F F
1 2 3
1 2 3 4 4
B C
A D
Para cada barra é conhecida a matriz de rigidez (2x2) no referencial geral, cuja
designação se simplifica de acordo com
A22
Barra A: (16)
K 21 K 22A A21
B22
Barra B : (17)
K 21 K 22B B21
37
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
D22
Barra D : (19)
K 21 K 22D D21
Atendendo à numeração global dos graus de liberdade (1 a 4), as matrizes de rigidez das
barras passam a ser
A11 A12 0 0
A A22 0 0
Barra A (1 − 2 ): K = 21
A
(20)
0 0 0 0
0 0 0 0
0 0 0 0
0 B B12 0
Barra B (2 − 3): K =
B 11
(21)
0 B21 B22 0
0 0 0 0
0 0 0 0
0 0 0 0
Barra C (3 − 4 ): K =
C
(22)
0 0 C11 C12
0 0 C21 C22
0 0 0 0
0 D 0 D12
Barra D (2 − 4 ): K =
D 11
(23)
0 0 0 0
0 D21 0 D22
a1
a
a = 2 (24)
a3
a4
38
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
a a a a
1 2 3 4
B B C C
A A F F F F
F F 1 2 1 2
1 2 B C
A
D D D
F F
1 2
Atendendo à numeração global dos graus de liberdade, os vectores das forças nodais
equivalentes às acções nas diversas barras são (ver a Figura 3.6)
F1A
A
F
Barra A (1 − 2 ): F = 2
A
(25)
0
0
0
F B
Barra B (2 − 3): F = 1B
B
(26)
F2
0
0
0
Barra C (3 − 4 ): F = C
C
(27)
F1
C
F2
0
F D
Barra D (2 − 4 ): F = 1
D
(28)
0
D
F2
39
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
a = F
A A
K (29)
a = F
B B
K (30)
a = F
C C
K (31)
a = F
D D
K (32)
A soma dos primeiros membros das equações (29)-(32) é igual à soma dos seus
segundos membros, resultando
a + K a + K a + K a = F + F + F + F
A B C D A B C D
K (33)
(K A
+ K
B
+ K
C
+ K
D
)a = F
A
+ F
B
+ F
C
+ F
D
(34)
Uma vez que a relação de rigidez envolvendo todos os graus de liberdade da estrutura é
K a = F (35)
conclui-se que
K = K + K + K + K
A B C D
(36)
F = F + F + F + F
A B C D
(37)
A11 A12 0 0
A A22 + B11 + D11 B12 D12
K = 21 (38)
0 B21 B22 + C11 C12
0 D21 C21 C22 + D22
40
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
F1A
A D
F +F +FB
F= 2 B 1 C 1 (39)
F2 + F1
F2 + F2
C D
O sistema de equações (35) ainda não pode ser resolvido, porque falta entrar em linha
de conta com as condições de apoio da estrutura. Estas condições fronteira
correspondem a apoios fixos ou assentamentos de apoio. Os apoios fixos podem sempre
ser tratados como assentamentos de apoio de valor nulo. Por este motivo, no
desenvolvimento que se segue apenas são referidos os assentamentos de apoio.
Assim, o sistema de equações (35) passa a ter a seguinte organização por blocos
K LL K LP a L F L 0
K a = F → K a = F + R
K PP
(40)
PL P P P
41
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
figura R P contém as reacções de apoio, que consistem nas forças (ainda desconhecidas)
que fazem com que os deslocamentos em apoios assumam os valores prescritos.
K LL → (nxn)
K LP → (nxp)
K PL → (pxn)
K PP → (pxp)
aL , F L → (nx1)
aP , F P , RP → (px1)
Esta divisão em sub-matrizes obriga a fazer uma reorganização das linhas e das colunas
da matriz K que figura em (35), bem como das componentes dos vectores a e F .
42
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
K LL a L + K LP a P = F L (41)
K PL a L + K PP a P = F P + R P (42)
K LL a L = F L − K LP a P (43)
Em (43), K LL é uma matriz quadrada, que em geral é não singular, a L é o vector das
incógnitas e os valores dos vectores e matrizes que estão no segundo membro são
conhecidos. Por este motivo, (43) constitui um sistema de equações lineares, que depois
de resolvido fornece os valores dos deslocamentos a L .
R P = K PL a L + K PP a P − F P (44)
Uma vez que os deslocamentos a L já são conhecidos, esta expressão fornece os valores
das reacções em graus de liberdade prescritos ( R P ).
O modo de introdução das condições de apoio aqui descrito tem as seguintes vantagens:
43
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
Tendo em vista a análise de uma estrutura do tipo pórtico 3D pelo método dos
deslocamentos, sugere-se o seguinte algoritmo
- Fim
Embora seja possível utilizar o procedimento sugerido sem recursos informáticos, é hoje
em dia preferível implementá-lo por intermédio de um programa de computador. Neste
domínio surgem muitas alternativas, tais como a selecção da linguagem de
44
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
Na Figura 3.7 encontra-se representada uma barra de treliça espacial, de eixo rectilíneo
e secção constante. A sua matriz de rigidez (45), expressa no referencial local l, depende
das seguintes grandezas:
• E - módulo de Young, constante em todos os pontos da barra;
• A - área da secção transversal da barra, considerada constante;
• L - comprimento da barra.
l3
2
6 1 l2
j
i< j
5
4
l1
EA L 0 0 − EA L 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
Kl = (45)
− EA L 0 0 EA L 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
45
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
Na Figura 3.8 encontra-se representada uma barra de pórtico espacial, de eixo rectilíneo
e secção constante. A sua matriz de rigidez (46)-(50), expressa no referencial local l,
depende das seguintes grandezas:
• E - módulo de Young, constante em todos os pontos da barra;
• A - área da secção transversal da barra, considerada constante;
• L - comprimento da barra;
• G - módulo de distorção [3.2];
• I2 - momento de inércia da secção transversal da barra em relação ao eixo l2;
• I3 - momento de inércia da secção transversal da barra em relação ao eixo l3;
• It - momento de inércia de torção da secção transversal da barra [3.3] [3.4].
l3
3
6
i 5
2
9 1 4 l2
12
j 11
i< j
7 8
10
l1
K il i Kl
ij
Kl = ji j j (46)
K l K l
46
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
EA L 0 0 0 0 0
0 12 EI 3 L3 0 0 0 6 EI 3 L2
0 0 12 EI 2 L3 0 − 6 EI 2 L2 0
=
ii
Kl (47)
0 0 0 GI t L 0 0
0 0 − 6 EI 2 L2 0 4 EI 2 L 0
0 6 EI 3 L2 0 0 0 4 EI 3 L
− EA L 0 0 0 0 0
0 − 12 EI 3 L3 0 0 0 6 EI 3 L2
0 0 − 12 EI 2 L3 0 − 6 EI 2 L2 0
=
ij
Kl (48)
0 0 0 − GI t L 0 0
0 0 6 EI 2 L2 0 2 EI 2 L 0
0 − 6 EI 3 L2 0 0 0 2 EI 3 L
Kl
ji
= (K )
ij T
l (49)
EA L 0 0 0 0 0
0 12 EI 3 L3 0 0 0 − 6 EI 3 L2
0 0 12 EI 2 L 3
0 6 EI 2 L2 0
=
jj
Kl (50)
0 0 0 GI t L 0 0
0 0 6 EI 2 L2
0 4 EI 2 L 0
0 − 6 EI 3 L2 0 0 0 4 EI 3 L
Neste capítulo não foi considerada a possibilidade da a barra apresentar eixo não
rectilíneo, nem o facto de a secção transversal ser variável ao longo do eixo da barra.
Não foi também considerada a contribuição das tensões tangenciais para a deformação,
habitualmente designada deformação por esforço transverso. A inclusão destas
características faz com que a formulação apresentada neste capítulo perca a
simplicidade atrás evidenciada. Mais adiante serão apresentadas formulações da matriz
de rigidez de uma barra recorrendo a técnicas específicas do Método dos Elementos
Finitos, em particular a formulação de viga de Timoshenko. Com este tipo de elementos
de barra é possível ter em consideração a deformação por esforço transverso, o eixo
curvilíneo e a secção variável.
47
Método dos Deslocamentos em Treliças e Pórticos - Álvaro F. M. Azevedo
BIBLIOGRAFIA
[3.1] - Brazão Farinha, J. S.; Correia dos Reis, A. - Tabelas Técnicas, Edições Técnicas
E. T. L., 1998.
48
CAPÍTULO 4
Antes de expor o método dos elementos finitos (MEF) de um modo aplicável a meios
contínuos bidimensionais e tridimensionais, apresenta-se com algum detalhe o caso
unidimensional. Quando apenas se considera uma dimensão, o método resultante não
tem grande interesse prático, mas serve como introdução às técnicas que mais adiante
serão expostas para os casos mais genéricos.
O método dos elementos finitos, que adiante será exposto, baseia-se no método dos
deslocamentos e na discretização de uma estrutura em sub-estruturas. Cada uma dessas
sub-estruturas designa-se por elemento finito e tem comportamento conhecido, sendo o
comportamento do todo considerado como a soma das partes. Cada elemento finito
tem n nós, sendo apenas considerados explicitamente os deslocamentos generalizados
nesses nós. Os deslocamentos nos restantes pontos do elemento finito obtêm-se por
interpolação dos deslocamentos dos nós.
4.1 - Simbologia
x Coordenada cartesiana
u Campo de deslocamentos
a Deslocamento nodal
49
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
ε Deformação
B Matriz de deformação
L1 Operador diferencial (L 1 = d / d x)
σ Tensão normal
D Matriz de elasticidade ( σ = D ε )
s Coordenada local
J Jacobiano da transformação (J = d x / d s)
50
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
u (x)
a1 a2 x
1 2
L=2
(x = - 1) (x = 1)
u (− 1) = a1
(1)
u (+ 1) = a2
a1 + a2 a2 − a1
u (x ) = + x (2)
2 2
1 1 1 1
u ( x ) = − x a1 + + x a2 (3)
2 2 2 2
51
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
1 1 1 1 a1
u (x ) = − x + x a
2 2
(4)
2 2 2
ou
a
u ( x ) = [N1 ( x ) N 2 ( x )] 1 (5)
a2
sendo
N1 (x ) =
1 1
− x
2 2
(6)
N 2 ( x ) =
1 1
+ x
2 2
u=Na (7)
com
a
a = 1 (9)
a2
52
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
N1(x) N2(x)
1 1
x x
-1 1 -1 1
x -1 1
N1(x) 1 0
N2(x) 0 1
u (x)
a1 a2 x
1 2
L
(x = - L / 2) (x = L / 2)
53
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
a1 + a2 a2 − a1
u (x ) = + x (10)
2 L
1 1 1 1
u ( x ) = − x a1 + + x a2 (11)
2 L 2 L
1 1 a1
u (x ) = − x
1 1
+ x a (12)
2 L 2 L 2
N1 ( x ) =
1 1
− x
2 L
(13)
N 2 ( x ) =
1 1
+ x
2 L
du
ε= (14)
dx
ε=
d
[N1 (x ) a1 + N 2 (x ) a2 ] (15)
dx
d N1 d N2
ε= a1 + a2 (16)
dx dx
d N d N2 a1
ε = 1
d x a (17)
dx 2
54
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
d N1 d N2
B=
d x
(18)
dx
ε =Ba (19)
d
L1 = (20)
dx
ε = L1 u (21)
ε = L1 N a (22)
B = L1 N (23)
d N1 1
dx =− 2
(24)
d N2 1
dx = 2
1 1
B = −
2
(25)
2
55
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
d N1 1
dx =− L
(26)
d N2 1
dx = L
1 1
B = −
L
(27)
L
1 1 a1 a2 − a1 ∆ L
ε = B a = − a = L = L
L
(28)
L 2
56
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
∫ V
δ ε T σ d V = ∫ δ uT p d L
L
(30)
u (x)
p
F1 F2
x
1 L 2
(x = - L / 2) (x = L / 2)
Fig. 4.4 - Elemento finito unidimensional sujeito a uma acção axial uniformemente distribuída.
∫ V
δ ε T σ d V = ∫ δ uT p d L
L
(31)
Com base no princípio dos trabalhos virtuais apresentado na secção anterior, vai-se em
seguida proceder à dedução das expressões da matriz de rigidez e do vector solicitação
que são utilizados no método dos deslocamentos.
dV = A d x (32)
dL=dx (33)
57
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
δε = Bδa (34)
que é equivalente a
δ ε T = δ aT BT (35)
σ = Dε (36)
σ =DBa (37)
δu=Nδa (38)
que é equivalente a
δ uT = δ a T N T (39)
Substituindo todas estas equações em (31) passa a ter-se o PTV expresso por
+L 2 +L 2
∫δ a B D Ba Adx = ∫δ a
T T T T
N pdx (40)
−L 2 −L 2
Uma vez que os deslocamentos nodais não dependem de x podem passar para fora do
integral
+L 2 +L 2
δ aT ∫B D B A d x a = δ a ∫N
T T T
pdx (41)
−L 2 −L 2
58
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
+L 2 +L 2
∫B D B Adx a = ∫N
T T
pdx (42)
−L 2 −L 2
Comparando esta equação com a relação de rigidez que é utilizada no método dos
deslocamentos
Ka=F (43)
+L 2
K= ∫B
T
D B Adx (44)
−L 2
+L 2
F= ∫N
T
pdx (45)
−L 2
+L 2
K =EA ∫B
T
B dx (46)
−L 2
Atendendo a (27)
+L 2
− 1 L
K =EA ∫ 1 L [− 1 L 1 L] d x (47)
−L 2
E A L − E A L
K= (48)
− E A L E A L
59
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
Neste caso simples os elementos da matriz de rigidez coincidem com os que se obtêm
directamente pelo método dos deslocamentos.
+L 2
F= p ∫N
T
dx (49)
−L 2
1 1
+L 2 2 − L x
dx
F= p ∫
−L 2
1 1
(50)
+ x
2 L
p L
2
F= (51)
p L
2
Esta expressão também coincide com a que se obtém por processos mais simples.
Considere-se o elemento finito unidimensional com três nós representado na Figura 4.5,
cujo comprimento é L = 2.
u (x)
a1 a2 a3
x
1 2 3
(x = - 1) (x = 0) (x = 1)
L=2
60
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
u ( x ) = c0 + c1 x + c2 x 2 (52)
Pretende-se que a função (52) respeite nos nós os valores dos respectivos
deslocamentos, sendo
u (− 1) = a1
u ( 0 ) = a2 (53)
u (+ 1) = a
3
c0 + c1 (− 1) + c2 (− 1) 2 = a1
c0 + c1 ( 0 ) + c2 ( 0 ) = a2
2
(54)
c + c (+ 1) + c (+ 1) 2 = a
0 1 2 3
que é equivalente a
1 − 1 1 c0 a1
1 0 0 c = a
1 2 (55)
1 1 1 c2 a3
c0 0 1 0 a1
c = − 0.5 0 0.5 a
1 2 (56)
c2 0.5 − 1 0.5 a3
que é equivalente a
61
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
a1
[
u ( x ) = 0.5 x − 0.5 x
2
1− x 2
0.5 x + 0.5 x a2
2
] (59)
a3
Considerando
a1
u (x ) = [ N1 (x ) N 2 (x ) N 3 (x ) ] a
2 (60)
a3
tem-se
N1 ( x ) = 2 x −
1 2 1
x
2
N 2 (x ) = 1 − x
2
(61)
N 3 (x ) = 1 x 2 + 1
x
2 2
Neste caso
N = [ N1 ( x ) N 2 (x ) N 3 ( x ) ] = [ N1 N2 N3 ] (62)
u=Na (63)
a1
a = a2 (64)
a3
Na Figura 4.6 estão representados os gráficos das funções N1(x), N2(x) e N3(x) indicadas
em (61)
62
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
N1(x)
1
x
-1 1
N2(x)
1
-1 1
N3(x)
1
-1 1
x -1 0 +1
N1(x) 1 0 0
N2(x) 0 1 0
N3(x) 0 0 1
63
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
d N1 d N2 d N3
B=
d x
(65)
dx dx
1 1
B = x − −2 x x+ (66)
2 2
Na Figura 4.7 encontra-se representado um elemento finito unidimensional com três nós
e geometria qualquer.
u (x)
a1 a2 a3
x
1 2 3
(x = x1 ) (x = x2 ) (x = x3 )
Fig. 4.7 - Elemento finito unidimensional de três nós com geometria arbitrária.
As coordenadas dos nós são x1 , x2 e x3 . Tal como nos casos descritos anteriormente, E
representa o módulo de Young, A é a área da secção transversal e p é a acção axial
distribuída. Todas estas grandezas podem eventualmente depender de x.
64
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
x → x (s ) (67)
x1
x (s ) = [ N1 (s ) N 2 (s ) N 3 (s ) ] x
2 (68)
x3
x (s ) = N1 (s ) x1 + N 2 (s ) x2 + N 3 (s ) x3 (69)
N 1 (s ) =
1 2
s −
1
s
2 2
N 2 (s ) = 1 − s
2
(70)
N 3 (s ) = 1 s 2 + 1
s
2 2
x (− 1) = x1
x ( 0) = x2 (71)
x (+ 1) = x
3
65
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
x
1 2 3
(x = x1 ) (x = x2 ) (x = x3 )
s
1 2 3
(s = -1) (s = 0) (s = +1)
+1
dx
K= ∫B
T
DBA ds (72)
−1
ds
Se não forem constantes, D (que coincide com E) e A são interpolados com as mesmas
funções de forma que foram utilizadas para interpolar as coordenadas dos nós, i.e., a
interpolação é efectuada tal como em (69).
E (s ) = N1 (s ) E1 + N 2 (s ) E2 + N 3 (s ) E3 (73)
A (s ) = N1 (s ) A1 + N 2 (s ) A2 + N 3 (s ) A3 (74)
transversal.
A expressão de dx/ds, que se passa a designar por J, obtém-se por derivação de (69),
resultando
dx d N1 d N2 d N3
J = = x1 + x2 + x3 (75)
ds ds ds ds
66
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
d N1 1
ds =s− 2
d N2
= −2 s (76)
d s
d N3 1
ds =s+ 2
ficando
1 1
= s − x1 + (− 2 s ) x2 + s + x3
dx
J = (77)
ds 2 2
N i (x (s )) =
d d Ni d Ni d x
= (78)
ds ds dx ds
d Ni d x d Ni
= (79)
ds ds dx
−1
d Ni d x d Ni
= (80)
d x d s ds
d Ni
d Ni ds
= (81)
dx dx
ds
67
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
1
d N1 s−
= 2
(82)
1 1
s − x1 + (− 2 s ) x2 + s + x3
dx
2 2
d N2 −2s
=
1 1
s − x1 + (− 2 s ) x2 + s + x3
dx (83)
2 2
1
d N3 s+
= 2
(84)
1 1
s − x1 + (− 2 s ) x2 + s + x3
dx
2 2
1 1 1
B= s − 2 −2s s+ (85)
J 2
+1
K= ∫ EAJ
T
B Bds (86)
−1
sendo
d N1
dx
d N 2 d N1 d N2 d N3
B B =
T
d x d x d x
(87)
(3×1) (1× 3 ) dx
d N3
d x
68
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
d N1 d N1 d N1 d N2 d N1 d N3
d x d x dx d x dx d x
d N 2 d N1 d N2 d N2 d N2 d N 3
B B =
T
d x d x d x
(88)
(3× 3 ) d x dx dx
d N 3 d N1 d N3 d N2 d N3 d N3
d x
d x
d x
d x
dx dx
d N1 d N1 d N1 d N2 d N1 d N3
d s d s ds d s ds d s
1 d N 2 d N1 d N2 d N2 d N2 d N 3
B B = 2
T
d s d s d s
(89)
J d s ds ds
d N 3 d N1 d N3 d N2 d N3 d N 3
d s
d s
d s
d s
ds ds
+1
E A d Ni d N j
K ij = ∫
−1
J ds ds
ds (90)
+1
E A 1 1
K13 = ∫
−1
s− s+ d s
J 2 2
(91)
x1 = − L 2
x2 = 0 (92)
x = + L 2
3
Neste caso particular, a expressão de J calculada com (77) não depende de s, sendo
69
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
dx L
J = = (93)
ds 2
1 EA
K13 = (94)
3 L
x1 = 2.0
x2 = 3.0 (95)
x = 5.0
3
dx 3
J = = s+ (96)
ds 2
1
+1 s2 −
K13 = E A ∫ 4 ds
3
(97)
−1 s+
2
A formulação pelo MEF aqui efectuada no âmbito de um problema muito simples serve
como introdução às técnicas que se aplicam em meios contínuos com duas ou três
dimensões, de que são exemplo os estados planos de tensão, as cascas e os sólidos.
Muitas das expressões matriciais que aqui foram apresentadas coincidem com as que
70
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
surgem nos casos mais genéricos, sendo apenas necessário redefinir as dimensões e os
elementos dos vectores e das matrizes.
BIBLIOGRAFIA
[4.1] - Cook, R. D.; Malkus, D. S.; Plesha, M. E.; Witt, R. J. - Concepts and
Applications of Finite Element Analysis, Fourth Edition, John Wiley & Sons, Inc.,
2002.
[4.2] - Zienkiewicz, O. C.; Taylor, R. L. - The Finite Element Method, Fourth Edition,
McGraw-Hill, 1988.
71
Elementos Finitos Unidimensionais - Álvaro F. M. Azevedo
72
CAPÍTULO 5
QUADRATURA DE GAUSS
Muitos dos integrais que é necessário calcular no âmbito da aplicação do Método dos
Elementos Finitos (MEF) não são triviais, i.e., ou a primitiva da função integranda não
existe explicitamente, ou é demasiado complicada para viabilizar a sua utilização
prática. Por este motivo é essencial recorrer a técnicas de integração numérica, que
também recebem a designação de quadratura. Neste capítulo é descrita e justificada a
quadratura de Gauss, por ser a mais utilizada no âmbito do MEF [5.1].
5.1 - Simbologia
p Grau de um polinómio
73
Quadratura de Gauss - Álvaro F. M. Azevedo
f ( x ) = c0 + c1 x + c2 x 2 + c3 x 3 + c4 x 4 + c5 x 5 (1)
f (x)
-1 P1 P2 P3 +1
+1
I = ∫ f (x ) d x
−1
(2)
+1
I = ∫ (c
−1
0 + c1 x + c2 x 2 + c3 x 3 + c4 x 4 + c5 x 5 ) d x (3)
2 2
I = 2 c0 + c2 + c4 (4)
3 5
Para facilitar a sua comparação com uma expressão que vai ser em seguida apresentada,
o segundo membro de (4) é rescrito da seguinte forma
2 2 2
I = c0 + 0 c1 + c2 + 0 c3 + c4 + 0 c5 (5)
1 3 5
Suponha-se agora que se pretende avaliar o integral de f (x) por intermédio do somatório
de avaliações da função f (x) em determinados locais, multiplicadas por adequados
pesos. No caso do polinómio de grau 5 indicado em (1), será adiante mostrado que, para
se obter um resultado exacto, se deve avaliar a função f (x) em três pontos de
amostragem Pi e multiplicar cada um desses valores por pesos Wi (ver a Figura 5.1). O
integral avaliado desta forma é designado por J, sendo
74
Quadratura de Gauss - Álvaro F. M. Azevedo
Uma vez que f (x) é um polinómio do tipo (1), a expressão (6) passa a ser
J = (W1 + W2 + W3 ) c0 +
+ (W1 P1 + W2 P2 + W3 P3 ) c1 +
+ (W1 P12 + W2 P22 + W3 P32 ) c2 +
+ (W1 P13 + W2 P23 + W3 P33 ) c3 +
(8)
I =J (9)
75
Quadratura de Gauss - Álvaro F. M. Azevedo
2 2 2
c0 + 0 c1 + c2 + 0 c3 + c4 + 0 c5 =
1 3 5
= (W1 + W2 + W3 ) c0 +
+ (W1 P1 + W2 P2 + W3 P3 ) c1 +
+ (W1 P12 + W2 P22 + W3 P32 ) c2 + (10)
Uma vez que os coeficientes ci são arbitrários, para que a igualdade (10) se verifique
sempre, é suficiente que
W1 + W2 + W3 = 21
W P + W P + W P = 0
1 1 2 2 3 3
Para obter os valores de P1, P2, P3, W1, W2 e W3, resolve-se o sistema de seis equações
não lineares a seis incógnitas (11). A respectiva solução é
P1 = − 3 5 = − 0.77459 66692
P2 = 0 = 0
P3 = 3 5 = 0.77459 66692
(12)
W1 = 59 = 0.55555 55556
W2 = 89 = 0.88888 88889
W3 = 59 = 0.55555 55556
5 3 5 3
I = J = f − +
8
f (0 ) + f (13)
9 5 9 9 5
No caso de a função f (x) ser genérica, i.e., não polinomial ou polinomial de grau
superior a 5, a expressão (13) fornece um valor aproximado do integral I (2).
76
Quadratura de Gauss - Álvaro F. M. Azevedo
5 3 5 3
+1
∫ f (x ) d x f (0 ) +
8
≅ f − +
f (14)
−1
9 5 9 9 5
O valor do integral calculado com o segundo membro de (14) é tanto mais correcto,
quanto mais a função f (x) se aproximar de um polinómio do tipo (1). Se se desejar um
valor mais correcto para o integral, existe a possibilidade de se utilizar mais pontos de
amostragem (Pi) e correspondentes pesos (Wi). Os pontos de amostragem também são
designados por pontos de Gauss.
O estudo que foi aqui realizado com um polinómio de grau 5 pode ser feito, de um
modo semelhante, com polinómios de qualquer grau. Na Tabela 5.2 apresenta-se os
resultados que se obtêm quando se faz o estudo com polinómios de grau 1, grau 3,
grau 5 e grau 7.
Em [5.2] encontra-se uma tabela que fornece os valores das posições dos pontos de
amostragem e dos pesos para um número de pontos de Gauss no intervalo [1,10].
77
Quadratura de Gauss - Álvaro F. M. Azevedo
n p=2n-1 Pi , Wi
P1 = 0
1 1
W1 = 2
P1 = −1 3
P2 = 1 3
2 3
W1 = 1
W2 = 1
P1 = − 3 5
P2 = 0
P3 = 3 5
3 5
W1 = 59
W2 = 89
W3 = 59
P1 = − 0.86113 63116
P2 = − 0.33998 10436
P3 = 0.33998 10436
P4 = 0.86113 63116
4 7
W1 = 0.34785 48451
W2 = 0.65214 51549
W3 = 0.65214 51549
W4 = 0.34785 48451
78
Quadratura de Gauss - Álvaro F. M. Azevedo
• para que o sistema de equações (11) possa ser resolvido, o número de incógnitas
deve ser também p + 1;
• uma vez que as incógnitas são as posições dos pontos de Gauss e respectivos
pesos (P1, P2, P3,..., W1, W2, W3,...), o número de pontos de Gauss (n) tem de ser
metade do número de incógnitas (p + 1), i.e., n = (p + 1) / 2;
n
J = ∑ W f (P )
i =1
i i (15)
+1 +1
I = ∫ ∫ f (x , y ) d x d y
−1 −1
(16)
+1
nx
J = ∫ ∑ Wi f (Pi , y ) d y (17)
−1 i =1
79
Quadratura de Gauss - Álvaro F. M. Azevedo
+1
J = ∫ g (y) d y
−1
(18)
com
nx
g (y) = ∑ W f (P , y ) i i (19)
i =1
∑ W g (P )
ny
J = j j (20)
j =1
ny
nx
J = ∑ W j ∑ Wi f (Pi , Pj ) (21)
j =1 i =1
que é equivalente a
∑ ∑ W W f (P , P )
nx ny
J = i j i j (22)
i =1 j =1
O número de pontos de Gauss associados à direcção x (nx) pode ser diferente do número
de pontos de Gauss associados à direcção y (ny). A selecção destes números deve
atender ao modo como a função f (x,y) varia com x e com y. Assim, se na direcção x a
função f (x,y) se assemelhar a um polinómio de grau 5 e na direcção y a um de grau 7,
deve ser nx = 3 e ny = 4 (ver a Tabela 5.2).
+ 1 +1 +1 ny
Wk f (Pi , Pj , Pk )
nx nz
80
Quadratura de Gauss - Álvaro F. M. Azevedo
+1 +1 +1
∫ ∫ ∫ f (x , y , z ) g ( x , y , z ) d x d y d z
−1 −1 −1
≅
ny
(24)
Wk f (Pi , Pj , Pk ) g (Pi , Pj , Pk )
nx nz
∑∑∑W W
i =1 j =1 k =1
i j
o que permite uma avaliação sequencial de f e g no ponto de Gauss (Pi, Pj, Pk). Esta
consideração é extensiva a qualquer combinação de funções, e.g., adição, divisão, etc.
Quando se tem, por exemplo, o integral de um produto de matrizes, pode-se avaliar cada
uma das matrizes em cada ponto de Gauss e só em seguida fazer o produto matricial.
Assim se evita ter de explicitar a função que resulta do produto matricial de diversas
funções.
BIBLIOGRAFIA
[5.1] - Cook, R. D.; Malkus, D. S.; Plesha, M. E.; Witt, R. J. - Concepts and
Applications of Finite Element Analysis, Fourth Edition, John Wiley & Sons, Inc.,
2002.
[5.2] - Zienkiewicz, O. C.; Taylor, R. L. - The Finite Element Method, Fourth Edition,
McGraw-Hill, 1988.
81
Quadratura de Gauss - Álvaro F. M. Azevedo
82
CAPÍTULO 6
6.1 - Simbologia
x Coordenada cartesiana
u Campo de deslocamentos
a Deslocamento nodal
83
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
ε Extensão
γ Distorção
L Operador diferencial
B Matriz de deformação
σ Tensão normal
τ Tensão tangencial
ν Coeficiente de Poisson
D Matriz de elasticidade ( σ = D ε )
J Jacobiano da transformação
84
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
Na Figura 6.1 encontra-se representado um elemento finito quadrado com quatro nós e
com dimensões L1xL2 = 2x2.
1 L1 = 2 2 h (x1 , x2)
As coordenadas dos nós são armazenadas na matriz x , cujo elemento genérico xij
x11 x12 − 1 − 1
x x22 + 1 − 1
x = 21 = (1)
x31 x32 + 1 + 1
x41 x42 − 1 + 1
85
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
u (x , x )
u (x ) = 1 1 2 (2)
u2 ( x1 , x2 )
Em (3) e (4), bem como na Figura 6.1, aij corresponde ao deslocamento do nó i segundo
a direcção xj. Note-se que o número de funções de forma Ni coincide com o número de
nós do elemento finito (n).
A função u1(x1, x2) deve assumir nos nós os valores nodais do campo de deslocamentos.
Atendendo às coordenadas dos nós indicadas em (1), pretende-se que
u1 (− 1, − 1) = a11
u (+ 1, − 1) = a
1 21
(5)
u
1 (+ 1, + 1) = a31
u1 (− 1, + 1) = a41
Para que as condições expressas em (5) sejam respeitadas, as funções de forma a utilizar
em (3) devem possuir as características indicadas na Tabela 6.2.
86
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
Nó 1 2 3 4
(x1, x2) (-1, -1) (+1, -1) (+1, +1) (-1, +1)
N1 (x1, x2) 1 0 0 0
N2 (x1, x2) 0 1 0 0
N3 (x1, x2) 0 0 1 0
N4 (x1, x2) 0 0 0 1
N1 ( x1 , x2 ) = (1 − x1 ) (1 − x2 ) 4
N ( x , x ) = (1 + x ) (1 − x )
2 1 2 1 2 4
(6)
N 3 ( x1 , x2 ) = (1 + x1 ) (1 + x2 ) 4
N 4 ( x1 , x2 ) = (1 − x1 ) (1 + x2 ) 4
Comparando (7) com (8), verifica-se que a função de forma N1 (x1, x2) é um polinómio
de segundo grau incompleto, porque lhe faltam os termos que em (8) se encontram
sublinhados. Considerações idênticas poderiam ser feitas em relação às restantes
funções de forma.
87
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
a11
a
12
a21
a
a = 22 (9)
a31
a32
a41
a42
a11
a
12
a21
u1 N1 0 N2 0 N3 0 N4 0 a22
u = 0 N 4 a31
(10)
2 N1 0 N2 0 N3 0
a32
a41
a42
u = N a (11)
(m ×1) (m × p ) ( p ×1)
A matriz N é
N 0 N2 0 N3 0 N4 0
N = 1
N 4
(12)
0 N1 0 N2 0 N3 0
88
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
L1 L
N1 ( x1 , x2 ) =
1
− x1 2 − x2
L1 L2 2 2
N (x , x ) = 1 L1 L
+ x1 2 − x2
2 1 2 L1 L2 2 2
(13)
N 3 ( x1 , x2 ) = 1 1
L L
+ x1 2 + x2
L1 L2 2 2
1
N 4 ( x1 , x2 ) =
1 L L
− x1 2 + x2
L1 L2 2 2
N1 N4
1
x2 x2
x1 x1
N2 N3
x2 x2
x1 x1 3
Fig. 6.2 - Gráficos das funções Ni (x1, x2) para um elemento de dimensões L1xL2 = 2x2.
89
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
1 L1 2 h (x1 , x2)
O campo de deformações num estado plano de tensão é definido do seguinte modo [6.1]
∂
0
ε1 ∂ x1
ε = 0 ∂ u1
2 ∂ x2 u (14)
2
γ 12 ∂ ∂
∂ x2 ∂ x1
ε = L u (15)
( q ×1) ( q × m ) (m ×1)
∂
∂ x 0
1
∂
L= 0 (16)
∂ x2
∂ ∂
∂ x2 ∂ x1
90
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
ε = L N a (17)
( q ×1) (q × m ) (m × p ) ( p ×1)
B = L N (18)
(q × p ) (q × m ) (m × p )
ε = B a (19)
( q ×1) (q × p ) ( p ×1)
∂
∂ x 0
1
∂ N1 0 N2 0 N3 0 N4 0
B= 0 0 N 4
(20)
∂ x2 N1 0 N2 0 N3 0
∂ ∂
∂ x2 ∂ x1
∂ N1 ∂ N2 ∂ N3 ∂ N4
∂x 0
∂ x1
0
∂ x1
0
∂ x1
0
1
∂ N1 ∂ N2 ∂ N3 ∂ N4
B= 0 0 0 0 (21)
∂ x2 ∂ x2 ∂ x2 ∂ x2
∂ N ∂ N1 ∂ N2 ∂ N2 ∂ N3 ∂ N3 ∂ N4 ∂ N4
1
∂ x2 ∂ x1 ∂ x2 ∂ x1 ∂ x2 ∂ x1 ∂ x2 ∂ x1
− 1 + x2 0 1 − x2 0 1 + x2 0 − 1 − x2 0
1
B= 0 − 1 + x1 0 − 1 − x1 0 1 + x1 0 1 − x1 (22)
4
− 1 + x1 − 1 + x2 − 1 − x1 1 − x2 1 + x1 1 + x2 1 − x1 − 1 − x2
91
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
L2 L2
− 2 + x2 0 L 0 L 0 −
2
− x2 0
1 L1 L1
B= 0 − + x1 0 L 0 L 0 − x1 (23)
L1 L2 2 2
− L1 + x L
− 2 + x2 L L L L
L1
− x1 − − x2
L2
2 1
2 2 2
∫ V
δ ε T σ d V = ∫ δ uT p d L
L
(24)
σ 1
σ = σ 2 (25)
τ 12
Com base no princípio dos trabalhos virtuais referido na secção anterior, vai-se em
seguida proceder à dedução das expressões da matriz de rigidez e do vector solicitação
que são utilizados no método dos deslocamentos, aplicado à análise de um estado plano
de tensão.
dV = h d S (26)
92
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
δε = Bδa (27)
que é equivalente a
δ ε T = δ aT BT (28)
A relação entre tensões e deformações é, para um estado plano de tensão e no caso dos
materiais isotrópicos [6.1]
E Eν
0
σ 1 1 − ν 1 −ν 2 ε1
2
σ = Eν E
0 ε
2 1 − ν 2 2 (29)
1 −ν 2
τ 12 E γ 12
0 0
2(1 + ν )
σ = Dε (30)
E Eν
1 − ν 2 0
1 −ν 2
Eν E
D= 0 (31)
1 − ν 1 −ν 2
2
0 0
E
2(1 + ν )
σ =DBa (32)
93
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
δu= N δa (33)
que é equivalente a
δ u T = δ aT N T (34)
Substituindo todas estas equações em (24) passa a ter-se o PTV expresso por
∫ δa B D B a h dS = ∫ δa
T T T T
N pdL (35)
S L
Uma vez que dS = dx1 dx2 e os deslocamentos nodais não dependem das variáveis x1
e x2, os vectores δ a e a podem passar para fora do integral
T
δ aT ∫ B D B h dS a = δa ∫
T T T
N p dL (36)
S L
∫ B D B h dS a = ∫
T T
N p dL (37)
S L
Comparando esta equação com a relação de rigidez que é utilizada no método dos
deslocamentos
Ka=F (38)
K = ∫
T
B D B h dS (39)
S
F = ∫
T
N pdL (40)
L
Nas expressões (37)-(40) admite-se que as seguintes grandezas podem não ser
constantes no domínio de integração: módulo de Young (E), coeficiente de Poisson (ν),
espessura (h) e carga distribuída ( p ).
94
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
L2 2 L1 2
K = ∫ ∫B
T
D B h d x1 d x2 (41)
− L2 2 − L1 2
K =L B
T
D B L (42)
( p× p ) ( p × q ) (q × q ) ( q × p )
K =L B
T
D B L (43)
(8×8 ) (8× 3 ) (3× 3 ) (3×8 )
F =L N
T
p L (44)
( p ×1) ( p × m ) ( m ×1)
F =L N
T
p L (45)
(8×1) (8× 2 ) (2×1)
95
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
+1 +1
K = ∫ ∫B
T
D B h d x1 d x2 (46)
−1 −1
T
O cálculo de B D B pode ser efectuado com base nos somatórios correspondentes aos
produtos matriciais
(B ) =∑ ∑B
q q
T
DB ij ki Dkp B pj (47)
k =1 p =1
sendo q = 3.
(B )
3 3
=∑ ∑B Dkp B p 8 =
T
DB 58 k5 (48)
k =1 p =1
3
= ∑ (Bk 5 Dk 1 B18 + Bk 5 Dk 2 B28 + Bk 5 Dk 3 B38 ) = (49)
k =1
(B T
DB ) 58 = B35 D33 B38 =
∂ N3 E ∂ N4
∂ x2 2 ∂ x1
(51)
(B T
DB ) 58
1 + x1
=
− 1 − x2
100 000 (52)
4 4
(B T
DB )
58 = 6 250 (1 + x1 ) (− 1 − x2 ) (53)
96
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
+1 +1
K 58 = ∫ ∫ (B D B )58 h d x1 d x2
T
(54)
−1 −1
+1 +1
K 58 = ∫∫ 1 875 (1 + x1 ) (− 1 − x2 ) d x1 d x2 (55)
−1 −1
Na Figura 6.4 encontra-se representado o elemento finito da Figura 6.1, sujeito a uma
carga distribuída no bordo 2-3.
p1 p2
4 3 4 MN/m 9 MN/m
x2 dL
L2 = 2 x1
1 L1 = 2 2 2 MN/m 3 MN/m
F = ∫
T
N pdL (57)
L
p
p = 1 (58)
p2
97
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
+1
F = ∫N
T
p d x2 (59)
−1
e nos elementos da matriz N, que são as funções de forma (6), deve-se substituir x1
por 1, obtendo-se
N1 ( x1 , x2 ) → N1 (1, x2 ) = N1 ( x2 ) = 0
N (x , x ) → N 2 (1, x2 ) = N 2 ( x2 ) = (1 − x2 ) 2
2 1 2
(60)
N 3 ( x1 , x2 ) → N 3 (1, x2 ) = N 3 ( x2 ) = (1 + x2 ) 2
N 4 (x1 , x2 ) → N 4 (1, x2 ) = N 4 (x2 ) = 0
T
Atendendo a (12) e a (58), o produto N p que figura em (59) é o seguinte
N1 0
0 N1
N2 0
0 N 2 p1
NT p =
0 p2
(61)
N3
0 N3
N4 0
0 N4
Para os valores das acções indicados na Figura 6.4, são as seguintes as expressões das
funções p1 e p2
p1 ( x2 ) = 3 + x2
(62)
p2 ( x2 ) = 6 + 3 x2
98
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
0 0
0 0
(1 − x2 ) 2 0
0 (1 − x2 ) 2 3 + x2
N T
p = 6 + 3 x (63)
(1 + x2 ) 2 0 2
0 (1 + x2 ) 2
0 0
0 0
resultando de (59)
F11 0
F 0
12
F21 2.666 667
F22 5.000 000
F = = (64)
F31 3.333 333
F32 7.000 000
F41 0
F42 0
Nos nós 1 e 4, são nulas as componentes da força nodal equivalente à carga distribuída
no bordo 2-3.
Neste exemplo simples, os valores indicados em (64) coincidem com as reacções que se
obteriam numa viga simplesmente apoiada carregada com as cargas trapezoidais da
Figura 6.4.
99
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
x2 u2 (x1 , x2)
a32
a31
a42 u1 (x1 , x2)
a41 3
a22
a12
a11 a21 h (x1 , x2)
2
1
x1
Fig. 6.5 - Elemento finito quadrilátero de quatro nós com geometria arbitrária.
As coordenadas dos nós são armazenadas na matriz x , cujo elemento genérico xij
x11 x12
x x22
x = 21 (65)
x31 x32
x41 x42
100
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
x1 → x1 (s1 , s2 )
(66)
x2 → x2 (s1 , s2 )
x2 s2
3 4 3
4 1
s1
2 2
1 1
x1 1 1
s11 s12 − 1 − 1
s s22 + 1 − 1
s = 21 = (67)
s31 s32 + 1 + 1
s41 s42 − 1 + 1
De acordo com (66), a cada ponto (s1, s2) corresponde um ponto (x1, x2). A passagem do
sistema de coordenadas s para o sistema de coordenadas x é efectuada com uma
interpolação semelhante à que foi efectuada na Secção 6.2 para o campo de
deslocamentos. De acordo com (3) e (4), tem-se
x1 (s1 , s2 ) = N1 (s1 , s2 ) x11 + N 2 (s1 , s2 ) x21 + N 3 (s1 , s2 ) x31 + N 4 (s1 , s2 ) x41 (68)
x2 (s1 , s2 ) = N1 (s1 , s2 ) x12 + N 2 (s1 , s2 ) x22 + N 3 (s1 , s2 ) x32 + N 4 (s1 , s2 ) x42 (69)
101
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
N1 (s1 , s2 ) = (1 − s1 ) (1 − s2 ) 4
N (s , s ) = (1 + s ) (1 − s )
2 1 2 1 2 4
(70)
N
3 1 2(s , s ) = (1 + s1 ) (1 + s2) 4
N 4 (s1 , s2 ) = (1 − s1 ) (1 + s2 ) 4
Tal como no caso do campo de deslocamentos, ao atribuir a (s1, s2) os valores nodais
indicados em (67), obtêm-se em (68) e (69) as coordenadas dos nós (65).
Por exemplo, para (s1, s2) = (1, 1), a função N3 vale um e as restantes são nulas,
obtendo-se em (68) x1 (1,1) = x31 e em (69) x2 (1,1) = x32 .
As equações (68) e (69) podem ser colocadas em forma matricial do seguinte modo
N1
x1 x11 x21 x31 x41 N 2
x = x x42 N 3
(71)
2 12 x22 x32
N4
ou
x = xT NV (72)
(m ×1) (m × n ) (n ×1)
sendo
x
x = 1 (73)
x2
N1
N
N V = 2 (74)
N3
N4
102
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
+1 +1
K = ∫∫B
T
D B h J d s1 d s2 (75)
−1 −1
∂ x1 ∂ x1
∂s ∂ s2
J = 1 (76)
∂ x2 ∂ x2
∂ s1 ∂ s2
∂ x1 ∂ x1
∂ s1 ∂ s2
J = J = (77)
∂ x2 ∂ x2
∂ s1 ∂ s2
Para permitir o cálculo do integral (75), todos os componentes da função integranda têm
de depender de s1 e s2.
Se a matriz D (31) não for constante, é possível utilizar o mesmo tipo de interpolação
para definir E e ν em função de s1 e s2.
103
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
∂ x1 ∂ N1 ∂ N2 ∂ N3 ∂ N4
= x11 + x21 + x31 + x41 (81)
∂ s1 ∂ s1 ∂ s1 ∂ s1 ∂ s1
∂ x1 ∂ N1 ∂ N2 ∂ N3 ∂ N4
= x11 + x21 + x31 + x41 (82)
∂ s2 ∂ s2 ∂ s2 ∂ s2 ∂ s2
∂ x2 ∂ N 1 ∂ N2 ∂ N3 ∂ N4
= x12 + x22 + x32 + x42 (83)
∂ s1 ∂ s1 ∂ s1 ∂ s1 ∂ s1
∂ x2 ∂ N 1 ∂ N2 ∂ N3 ∂ N4
= x12 + x22 + x32 + x42 (84)
∂ s2 ∂ s2 ∂ s2 ∂ s2 ∂ s2
∂ N1 ∂ N1
∂s ∂ s2
1
∂ x1 ∂ x1 ∂ N2 ∂ N2
∂s ∂ s2 x11 x21 x31 x41 ∂ s1 ∂ s2
1 =
x42 ∂ N 3 ∂ N3
(85)
∂ x2 ∂ x2 x12 x22 x32
∂ s1 ∂ s2 ∂ s1 ∂ s2
∂ N4 ∂ N4
∂s ∂ s2
1
∂N
=
T
J x
∂s (86)
(m × m ) (m × n ) (n × m )
sendo
104
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
∂ N1 ∂ N1
∂s ∂ s2
1
∂ N2 ∂ N2
∂N ∂s ∂ s2
= 1
∂ N3
(87)
∂s ∂ N3
∂ s1 ∂ s2
∂ N4 ∂ N4
∂s ∂ s2
1
As expressões dos elementos da matriz (87) obtêm-se por derivação de (70) em ordem
a s1 e s2. resultando
(− 1 + s2 ) 4 (− 1 + s1 ) 4
(+ 1 − s ) (− 1 − s1 ) 4
∂N 4
= 2
(88)
∂s (+ 1 + s2 ) 4 (+ 1 + s1 ) 4
(− 1 − s2 ) 4 (+ 1 − s1 ) 4
a11
a
12
a21
u1 N1 0 N2 0 N3 0 N4 0 a22
u = 0 N 4 a31
(89)
2 N1 0 N2 0 N3 0
a32
a41
a42
105
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
u = N a (90)
(m ×1) (m × p ) ( p ×1)
ε = L u (91)
( q ×1) ( q × m ) (m ×1)
ε = L N a (92)
( q ×1) (q × m ) (m × p ) ( p ×1)
B = L N (93)
(q × p ) (q × m ) (m × p )
ε = B a (94)
( q ×1) (q × p ) ( p ×1)
∂
∂ x 0
1
∂ N1 0 N2 0 N3 0 N4 0
B= 0
∂ x2 0 N 4
(95)
N1 0 N2 0 N3 0
∂ ∂
∂ x2 ∂ x1
∂ N1 ∂ N2 ∂ N3 ∂ N4
∂x 0
∂ x1
0
∂ x1
0
∂ x1
0
1
∂ N1 ∂ N2 ∂ N3 ∂ N4
B= 0 0 0 0 (96)
∂ x2 ∂ x2 ∂ x2 ∂ x2
∂ N ∂ N1 ∂ N2 ∂ N2 ∂ N3 ∂ N3 ∂ N4 ∂ N4
1
∂ x2 ∂ x1 ∂ x2 ∂ x1 ∂ x2 ∂ x1 ∂ x2 ∂ x1
106
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
Considere-se uma das funções de forma (Ni) dependendo de x1 e x2, que por sua vez
dependem de s1 e s2.
∂ N i ∂ N i ∂ x1 ∂ N i ∂ x2
∂s = ∂x ∂s + ∂x ∂s
1 1 1 2 1
(98)
∂ N i ∂ N i ∂ x1 ∂ N i ∂ x2
∂s = ∂ x ∂s + ∂x ∂s
2 1 2 2 2
∂ x1 ∂ x1
∂ Ni ∂ Ni ∂ N ∂ N i ∂ s1 ∂ s2
∂s = i
∂ x2 ∂ x2
(99)
1 ∂ s2 ∂ x1 ∂ x2
∂ s1 ∂ s2
∂ N1 ∂ N1 ∂ N1 ∂ N1
∂s ∂ s2 ∂x ∂ x2
1 1
∂ N2 ∂ N2 ∂ N2 ∂ N2 ∂ x1 ∂ x1
∂ s1 ∂ s2 ∂x ∂ x2 ∂s ∂ s2
= 1 1
∂ N3 ∂ N3 ∂ N3
(100)
∂ N3
∂ x2 ∂ x2
∂ s1 ∂ s2 ∂ x1 ∂ x2 ∂ s1 ∂ s2
∂ N4 ∂ N4 ∂ N4 ∂ N4
∂s
1
∂ s2 ∂x
1 ∂ x2
∂N ∂N
= J (101)
∂s ∂x
107
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
−1
Multiplicando ambos os membros de (101), à direita, por J obtém-se
∂N ∂N −1
= J
∂x ∂s (102)
(n × m ) (n × m ) (m × m )
∂ N1 ∂ N1
∂x ∂ x2
1
∂ N2 ∂ N2
∂N ∂x ∂ x2
= 1
∂ N3
(103)
∂x ∂N
3
∂ x1 ∂ x2
∂ N4 ∂ N4
∂x ∂ x2
1
108
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
+1 +1
∑ ∑ W W f (P , P )
nGP 1 nGP 2
∫ ∫ f (s , s ) d s
−1 −1
1 2 1 d s2 ≅
i =1 j =1
i j i j (104)
De aqui em diante, o segundo membro de (104) passa a ser designado por J. Assim, no
caso de ser nGP1 = 2 e nGP2 = 2, da expansão dos somatórios em (104) resulta a seguinte
expressão para J
nGP1
J = ∑ (W W f (P , P )+W W f (P , P ) )
i =1
i 1 i 1 i 2 i 2 (106)
J = W1 W1 f (P1 , P1 ) + W1 W2 f (P1 , P2 ) +
(107)
+ W2 W1 f (P2 , P1 ) + W2 W2 f (P2 , P2 )
De acordo com o que foi exposto no Capítulo 5, os valores dos pesos Wi e das
posições Pi é neste caso
W1 = 1
W = 1
2
(108)
P1 = − 1 3 = − 0.57735 02692
P2 = + 1 3 = + 0.57735 02692
1 1 1 1
J = f − ,− + f − ,+ +
3 3 3 3
(109)
1 1 1 1
+ f + ,− + f + ,+
3 3 3 3
109
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
s2
4 3
1
3 4 s1
1 2
1
→ Ponto de Gauss
1 2
1 1
Fig. 6.7 - Localização dos quatro pontos de Gauss no sistema de coordenadas (s1, s2).
De acordo com (107), para calcular o valor aproximado do integral (75), recorrendo à
quadratura de Gauss com 2x2 pontos, procede-se do seguinte modo:
• avalia-se a sua função integranda nos quatro pontos de Gauss;
• multiplica-se o resultado correspondente a cada ponto de Gauss pelos
respectivos pesos (que neste caso são unitários);
• e somam-se as quatro parcelas.
Dados:
• coordenadas cartesianas dos nós ( xij );
110
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
Algoritmo:
• Inicializar a matriz x com as coordenadas cartesianas dos nós do elemento
finito (65)
• Inicializar o vector h com as espessuras do elemento finito nos nós
• Inicializar uma tabela com os pesos associados a cada ponto de Gauss
P. de Gauss Wi Wj
1 1.0 1.0
2 1.0 1.0
3 1.0 1.0
4 1.0 1.0
111
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
(s1 , s2 ) = ± 1
,±
1
(110)
3 3
• com base no vector que contém todos os deslocamentos, extrair para um vector
de oito componentes os deslocamentos dos nós do elemento que está a ser
estudado ( a );
• calcular o vector deformação ( ε ) com a expressão (94);
112
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
Depois de obtidos os valores de σ e ε nos pontos de Gauss (2x2), é possível fazer a sua
interpolação ou extrapolação para outros pontos do elemento, nomeadamente para os
seus nós [6.4]. Desta forma se obtêm resultados mais precisos do que aqueles que se
obteriam com a avaliação directa das tensões no ponto pretendido.
BIBLIOGRAFIA
[6.2] - Kreyszig, E. - Advanced Engineering Mathematics, Sixth Edition, John Wiley &
Sons, Inc., 1988.
[6.3] - Zienkiewicz, O. C.; Taylor, R. L. - The Finite Element Method, Fourth Edition,
McGraw-Hill, 1988.
[6.4] - Cook, R. D.; Malkus, D. S.; Plesha, M. E.; Witt, R. J. - Concepts and
Applications of Finite Element Analysis, Fourth Edition, John Wiley & Sons, Inc.,
2002.
113
Estado Plano de Tensão - Álvaro F. M. Azevedo
114
CAPÍTULO 7
FUNÇÕES INTERPOLADORAS
7.1 - Simbologia
x Coordenada cartesiana
u Campo de deslocamentos
a Deslocamento nodal
115
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
u (x)
a1 a2 a3 a4
x
1 2 3 4
(x = x1 ) ( x = x2 ) (x = x3 ) ( x = x4 )
É também desejável, no caso das funções polinomiais, manter o grau do polinómio tão
baixo quanto possível.
Na Tabela 7.2 encontram-se os valores que cada função de forma deve assumir nos nós
do elemento finito.
116
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
x x1 x2 x3 x4
N1(x) 1 0 0 0
N2(x) 0 1 0 0
N3(x) 0 0 1 0
N4(x) 0 0 0 1
É fácil verificar que as seguintes funções de forma são polinómios que respeitam as
condições definidas na Tabela 7.2.
( x − x2 ) ( x − x3 ) ( x − x4 )
N1 ( x ) = (1)
( x1 − x2 ) ( x1 − x3 ) ( x1 − x4 )
( x − x1 ) ( x − x3 ) ( x − x4 )
N 2 (x ) = (2)
( x2 − x1 ) ( x2 − x3 ) ( x2 − x4 )
( x − x1 ) ( x − x2 ) ( x − x4 )
N 3 (x ) = (3)
( x3 − x1 ) ( x3 − x2 ) ( x3 − x4 )
( x − x1 ) ( x − x2 ) ( x − x3 )
N 4 (x ) = (4)
( x4 − x1 ) ( x4 − x2 ) ( x4 − x3 )
n
( x − xk )
N i (x ) = ∏ (x −x ) (5)
k =1 i k
(k ≠ i )
117
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
s2
13 14 15 16
2/3
s1
2/3 9 10 11 12
2/3 5 6 7 8
1 2 3 4
Na direcção s1, o nó 7 é o terceiro nó. Por isso deve-se utilizar a função N3 indicada
em (3) e considerar x = s1 , x1 = − 1 , x2 = − 1 3 , x3 = 1 3 e x4 = 1 . Esta função é
designada N31 e tem a seguinte expressão
118
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
N 31 (s1 ) =
( s1 + 1) ( s1 + 1 3) ( s1 − 1)
(6)
( 1 3 + 1) ( 1 3 + 1 3) ( 1 3 − 1)
N 31 (s1 ) = − ( s1 + 1) ( s1 + 1 3) ( s1 − 1)
27
(7)
16
Na direcção s2, o nó 7 é o segundo nó. Por isso deve-se utilizar a função N2 indicada
em (2), considerar x = s2 e, de igual forma, x1 = − 1 , x2 = − 1 3 , x3 = 1 3 e x4 = 1 .
Esta função é designada N22 e tem a seguinte expressão
N 22 (s2 ) =
( s2 + 1) ( s2 − 1 3) ( s2 − 1)
(8)
( − 1 3 + 1) ( − 1 3 − 1 3) ( − 1 3 − 1)
N 22 (s2 ) = ( s2 + 1) ( s2 − 1 3) ( s2 − 1)
27
(9)
16
N 7 (s1 , s2 ) = − ( s1 + 1) ( s1 + 1 3) ( s1 − 1) ( s2 + 1) ( s2 − 1 3) ( s2 − 1)
729
(11)
256
Como se pode facilmente verificar, esta função de forma assume o valor unitário no
nó 7 e anula-se nos restantes nós. As funções de forma correspondentes aos restantes 15
nós poderiam ser obtidas de um modo idêntico ao que foi aqui apresentado. Na
Figura 7.3 encontra-se, em perspectiva, o gráfico da função N7 (s1, s2).
119
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
N7 (s1, s2)
s2
s1
N 7 (s1 , s2 ) =
81
+
256
243 243
+ s1 − s2 −
256 256
81 2 729 81 2
− s1 − s1 s2 − s2 −
256 256 256
243 3 243 2 243 243 3
− s1 + s1 s2 − s1 s22 + s2 + (12)
256 256 256 256
729 3 81 2 2 729
+ s1 s2 + s1 s2 + s1 s23 +
256 256 256
243 3 2 243 2 3
+ s1 s2 − s1 s2 −
256 256
729 3 3
− s1 s2
256
120
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
1
s1 s2
2
s1 s1 s 2 s 22
s13 s12 s 2 s1 s 22 s 23 (13)
s14 s13 s 2 s12 s 22 s1 s 23 s 24
s15 s14 s 2 s13 s 22 s12 s 23 s1 s 24 s 25
s16 s15 s 2 s14 s 22 s13 s 23 s12 s 24 s1 s 25 s 26
Comparando (12) com o triângulo de Pascal representado em (13), pode observar-se que
a função de forma N7 (s1, s2) é um polinómio de sexto grau incompleto, em que foram
utilizados apenas os 16 termos que figuram em (12).
s2
5 4 3
1 h5 h4 h3
s1
1
h1 h2
1 2 h (s1 , s2)
1 1
As coordenadas dos cinco nós do elemento finito são, no sistema de eixos (s1, s2)
121
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
s11 s12 − 1 − 1
s s22 + 1 − 1
21
s = s31 s32 = + 1 + 1 (14)
s41 s42 0 + 1
s51 s52 − 1 + 1
N1
N
2
[
h = h1 h2 h3 h4 ]
h5 N 3 (16)
N4
N 5
ou
T
h=h NV (17)
sendo
h1
h2
h = h3 (18)
h4
h5
N1
N
2
N V = N3 (19)
N4
N 5
122
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
Tendo em vista a determinação das cinco funções de forma polinomiais Ni, é necessário
seleccionar no triângulo de Pascal um número de termos igual ao número de nós do
elemento finito. Por este motivo, o exemplo da Figura 7.4 requer a escolha de cinco
termos, que devem ser de grau tão baixo quanto possível. No triângulo de Pascal atrás
apresentado (13), são assim seleccionados os seguintes termos, que se agrupam num
vector designado por V
1
s
1
V = s2 (20)
2
s1
s1 s2
Na selecção efectuada, foi dada preferência a termos de grau mais elevado em s1 do que
em s2, devido ao facto de o elemento finito apresentar mais nós segundo a direcção s1.
De acordo com a selecção de termos efectuada, a função h (s1, s2) vai ser aproximada
com o seguinte polinómio
1
s
1
h = [ c1 c2 c3 c4 c5 ] s2 (22)
2
s1
s1 s2
ou
h=c V
T
(23)
sendo
123
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
c1
c
2
c = c3 (24)
c4
c5
1
s
11
h1 = [ c1 c2 c3 c4 c5 ] s12 (25)
2
s11
s11 s12
[h 1 h2 h3 h4 ]
h5 =
1 1 1 1 1
s s21 s31 s41 s51
11 (26)
= [ c1 c2 c3 c4 c5 ] s12 s22 s32 s42 s52
2
s11 s212 s312 s412 s512
s11 s12 s21 s22 s31 s32 s41 s42 s51 s52
ou
T
=c Q
T
h (27)
sendo
1 1 1 1 1
s s21 s31 s41 s51
11
Q = s12 s22 s32 s42 s52 (28)
2
s11 s212 s312 s412 s512
s11 s12 s21 s22 s31 s32 s41 s42 s51 s52
124
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
+ 1 +1 + 1 + 1 + 1
− 1 +1 + 1 0 − 1
Q = − 1 −1 + 1 + 1 + 1 (29)
+ 1 +1 + 1 0 + 1
+ 1 −1 + 1 0 − 1
Uma vez que a matriz Q é quadrada e se supõe não singular, pode-se multiplicar, à
−1
direita, ambos os membros de (27) por Q , resultando
T −1
c =h
T
Q (30)
T −1
h=h Q V (31)
Uma vez que são iguais os segundos membros de (17) e (31), e uma vez que o vector de
espessuras ( h ) é arbitrário, conclui-se que
−1
NV = Q V (32)
1 4 −1 4 −1 4 0 1 4
14 1 4 −1 4 0 − 1 4
−1
Q = − 1 4 14 14 12 1 4 (33)
1 0 0 −1 0
− 1 4 − 1 4 14 1 2 − 1 4
resultando
125
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
1 4 −1 4 −1 4 0 1 4 1
14
1 4 −1 4 0 − 1 4 s1
NV = − 1 4 14 14 12 1 4 s2 (34)
1 0 0 −1 0 s12
− 1 4 − 1 4 14 1 2 − 1 4 s1 s2
( )
N 3 (s1 , s2 ) = −1 + s1 + s2 + 2 s12 + s1 s2 4 (37)
( )
N 5 (s1 , s2 ) = −1 − s1 + s2 + 2 s12 − s1 s2 4 (39)
Existem alguns casos em que, devido à localização dos nós ou devido à incorrecta
selecção de termos no triângulo de Pascal, a matriz Q resulta singular. Nestes casos o
126
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
s2 s2 s2
s1 s1 s1
L2 = 2
L1 = 2 L1 = 2 L1 = 2
p=2 p=3 p=4
1 p=2
s1 s2 p=3
s12 s1 s2 s22 p=4
3 2 2 3
s 1 s s2
1 s s
1 2 s2
Fig. 7.6 - Selecção de termos no triângulo de Pascal para elementos finitos bidimensionais da
família Lagrangeana.
127
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
s2 s2 s2
s1 s1 s1
L2 = 2
L1 = 2 L1 = 2 L1 = 2
p=2 p=3 p=4
p=2 1 p=2
p=3 s1 s2 p=3
2 2
p=4 s
1
s1 s2 s2 p=4
3 2 2
p=5 s
1 s s2
1 s s
1 2 s23 p=5
4 3 2 2 3 4
p=6 s1 s s
1 2 s s
1 2 s s
1 2 s2 p=6
5 4 3 2 2 3 4 5
s
1 s s2
1 s s
1 2 s s
1 2 s s
1 2 s
2
s16 s15 s2 s14 s22 s13 s23 s12 s24 s1 s25 s26
Fig. 7.8 - Selecção de termos no triângulo de Pascal para elementos finitos bidimensionais da
família serendipity.
128
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
De cada vez que p é incrementado uma unidade, são acrescentados quatro nós ao
elemento finito (um em cada bordo) e são seleccionados mais quatro termos no
triângulo de Pascal. Este critério é extensível a qualquer valor de p.
x2
p=3
x1
129
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
s2
s1
L2 = 2
L1 = 2
1
s1 s2
s12 s1 s2 s22
s13 s12 s2 s1 s22 s23
s14 s13 s2 s12 s22 s1 s23 s24
Fig. 7.11 - Selecção de termos no triângulo de Pascal para o elemento finito bidimensional
representado na Figura 7.10.
São preferidos termos de grau mais elevado em s2, porque o elemento possui mais nós
na direcção s2 do que na direcção s1.
130
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
u (x)
a1 a2 a3
x
1 2 3
(x = x1 ) ( x = x2 ) (x = x3 )
u ( x ) = N1 ( x ) a1 + N 2 ( x ) a2 + N 3 ( x ) a3 (40)
a1 = a2 = a3 = ∆ (41)
Neste caso pretende-se que a função interpolada u ( x ) seja uma função constante
u (x ) = ∆ (42)
∆ = N1 ( x ) ∆ + N 2 ( x ) ∆ + N 3 ( x ) ∆ (43)
N1 ( x ) + N 2 ( x ) + N 3 ( x ) = 1 (44)
∑ N (x ) = 1
i =1
i (45)
A equação (45) constitui uma propriedade que as funções de forma devem possuir. Só
assim se garante que uma translação do elemento finito é correctamente interpolada com
a equação (40).
131
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
Outra questão que se coloca é a de definir um procedimento que garanta que as funções
interpoladoras que se pretende determinar possuam a propriedade (45). Com este
objectivo considere-se a expressão que define as funções interpoladoras (32)
−1
NV = Q V (46)
Q NV = V (47)
1 1 1 1 1 N1 1
s s21 s31 s41 s51 N s
11 2 1
s12 s22 s32 s42 s52 N 3 = s2 (48)
2 2
s11 s212 s312 s412 s512 N 4 s1
s11 s12 s21 s22 s31 s32 s41 s42 s51 s52 N 5 s1 s2
N1 + N 2 + N 3 + N 4 + N 5 = 1 (49)
As funções de forma determinadas com (46) respeitam as condições (48) e (49). Assim
fica provado que sempre que o termo unitário do triângulo de Pascal é seleccionado,
então as funções de forma obtidas possuem a propriedade (45).
132
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
nesta secção, são também consideradas as derivadas das funções nos nós. Este tipo de
interpolação tem interesse para a formulação de elementos finitos em que são
consideradas as rotações (e.g., vigas, lajes).
a2 = θ1 u (x) a4 = θ2
a3 = ∆2
a1 = ∆1
x
1 2
(x = x1 = − L 2 ) L/2 L/2 ( x = x2 = L 2 )
Fig. 7.13 - Interpolação Hermitiana num elemento unidimensional com dois nós.
a1 ∆1
a θ
a = 2 = 1 (50)
a3 ∆ 2
a4 θ 2
a1 = ∆1 = u ( x1 ) = u (− L 2 )
a2 = θ1 = u′ ( x1 ) = u′ (− L 2 )
(51)
a3 = ∆ 2 = u ( x2 ) = u (L 2 )
a 4 = θ 2 = u ′ ( x2 ) = u ′ ( L 2 )
133
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
tan θ ≅ θ (52)
Pretende-se determinar a função u(x) que respeita as condições (51). Com esse
objectivo, admite-se que a função u(x) é o seguinte polinómio de grau 3
u ( x ) = c1 + c2 x + c3 x 2 + c4 x 3 (53)
1
x
u (x ) = [c1 c2 c3 c4 ] 2 (54)
x
3
x
ou
u (x ) = c V
T
(55)
sendo
c1
c
c = 2 (56)
c3
c4
1
x
V = 2 (57)
x
3
x
u′ ( x ) = c2 + 2 c3 x + 3 c4 x 2 (58)
134
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
0
1
u′ ( x ) = [c1 c2 c3 c4 ] (59)
2x
2
3 x
ou
u′ ( x ) = c V ′
T
(60)
sendo
0
1
V =
′ (61)
2x
2
3 x
Para que (51) se verifique quando as funções u e u' são (54) e (59), é necessário que
1
x
a1 = u ( x1 ) = [c1 c2 c3 c4 ] 12 (62)
x1
3
x1
0
1
a2 = u′ ( x1 ) = [c1 c2 c3 c4 ] (63)
2 x1
2
3 x1
1
x
a3 = u ( x2 ) = [c1 c2 c3 c4 ] 22 (64)
x2
3
x2
0
1
a4 = u′ ( x2 ) = [c1 c2 c3 c4 ] (65)
2 x2
2
3 x2
135
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
1 0 1 0
x 1 x2 1
[a1 a2 a3 a4 ] = [c1 c2 c3 c4 ] 12 (66)
x1 2 x1 x22 2 x2
3
x1 3 x12 x23 3 x22
ou
a = c Q
T T
(67)
1 0 1 0
x 1 x2 1
Q = 12 (68)
x1 2 x1 x22 2 x2
3 2
x1 3 x1 x23 3 x22
Verifica-se assim que as colunas da matriz Q são constituídas pelos vectores V (57) e
1 0 1 0
− L 2 1 L2 1
Q= 2 (69)
L 4 −L L 42
L
3
− L 8 3 L 4 L 8 3 L
2 3 2
4
−1
Multiplicando, à direita, ambos os membros de (67) por Q resulta
−1
c = a Q
T T
(70)
136
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
1 2 − 3 (2 L ) 0 2 L3
L8 −1 4 − 1 (2 L ) 1 L2
=
−1
Q (71)
12 3 (2 L ) 0 − 2 L3
− L 8 −1 4 1 (2 L ) 1 L2
u (x ) = a Q V
T −1
(72)
u ( x ) = N1 ( x ) a1 + N 2 (x ) a2 + N 3 ( x ) a3 + N 4 (x ) a4 (73)
N1
N
u ( x ) = [a1 a2 a3 a4 ] 2 (74)
N3
N4
ou
u (x ) = a N V
T
(75)
N1
N
NV = 2 (76)
N3
N4
Uma vez que são iguais os segundos membros de (72) e (75), e uma vez que o vector
dos deslocamentos nodais (a) é arbitrário, conclui-se que
−1
NV = Q V (77)
137
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
N1 ( x ) =
1 3 2
− x + 3 x3 (78)
2 2L L
N 2 (x ) =
L 1 1 2 1
− x− x + 2 x3 (79)
8 4 2L L
N 3 (x ) =
1 3 2
+ x − 3 x3 (80)
2 2L L
N 4 (x ) = −
L 1 1 2 1
− x+ x + 2 x3 (81)
8 4 2L L
N1 ( x ) =
1 3 1
− x + x3 (82)
2 4 4
N 2 (x ) =
1 1 1 1
− x − x2 + x3 (83)
4 4 4 4
N 3 (x ) =
1 3 1
+ x − x3 (84)
2 4 4
N 4 (x ) = −
1 1 1 1
− x + x2 + x3 (85)
4 4 4 4
138
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
N1 (x) N2 (x)
1 1
x x
-1 1 -1 1
N3 (x) N4 (x)
1 1
x x
-1 1 -1 1
Fig. 7.14 - Gráficos das funções Ni(x) correspondentes ao elemento de dois nós com
comprimento L = 2.
u (x)
a2 = θ1 a6 = θ3
a4 = θ2
a3 = ∆2 a5 = ∆3
a1 = ∆1
x
1 2 3
(x = x1 = −1) ( x = x2 = 0 ) (x = x3 = 1)
L=2
Fig. 7.15 - Interpolação Hermitiana num elemento unidimensional com três nós.
139
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
a1 ∆1
a θ
2 1
a ∆
a = 3 = 2 (86)
a4 θ 2
a5 ∆ 3
a6 θ 3
u ( x ) = c1 + c2 x + c3 x 2 + c4 x 3 + c5 x 4 + c6 x 5 (87)
1
x
x2
u ( x ) = [c1 c2 c3 c4 c5 c6 ] 3 (88)
x
x4
5
x
u (x ) = c V
T
(89)
u′ ( x ) = c2 + 2 c3 x + 3 c4 x 2 + 4 c5 x 3 + 5 c6 x 4 (90)
0
1
2x
u′ ( x ) = [c1 c2 c3 c4 c5 c6 ] 2 (91)
3 x
4 x 3
4
5 x
u′ ( x ) = c V ′
T
(92)
140
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
1 0 1 0 1 0
x 1 x2 1 x3 1
1
x 2 2 x1 x22 2 x2 x32 2 x3
Q = 13 2 (93)
x1 3 x1 x23 3 x22 x33 3 x32
x14 4 x13 x24 4 x23 x34 4 x33
5 4
x1 5 x1 x25 5 x24 x35 5 x34
1 0 1 0 1 0
− 1 1 0 1 1 1
1 −2 0 0 1 2
Q= (94)
− 1 3 0 0 1 3
1 −4 0 0 1 4
− 1 5 0 0 1 5
0 0 1 − 5 4 −1 2 3 4
0 0 1 4 −1 4 −1 4 1 4
−1 1 0 −2 0 1 0
Q = (95)
0 1 0 −2 0 1
0 0 1 5 4 − 1 2 − 3 4
0 0 −1 4 −1 4 1 4 14
−1
NV = Q V (96)
N 1 0 0 1 − 5 4 −1 2 3 4 1
N 0 0 1 4 − 1 4 − 1 4 1 4 x
2
N 3 1 0 − 2 0 1 0 x2
= 3 (97)
N 4 0 1 0 −2 0 1 x
N 5 0 0 1 5 4 − 1 2 − 3 4 x4
5
N 6 0 0 − 1 4 − 1 4 1 4 14 x
141
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
N1 ( x ) = x 2 −
5 3 1 4 3 5
x − x + x (98)
4 2 4
N 2 (x ) =
1 2 1 3 1 4 1 5
x − x − x + x (99)
4 4 4 4
N 3 (x ) = 1 − 2 x 2 + x 4 (100)
N 4 (x ) = x − 2 x3 + x5 (101)
N 5 (x ) = x 2 +
5 3 1 4 3 5
x − x − x (102)
4 2 4
N 6 (x ) = −
1 2 1 3 1 4 1 5
x − x + x + x (103)
4 4 4 4
142
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
N1 (x) N2 (x)
1 1
x x
-1 1 -1 1
N3 (x) N4 (x)
1 1
x x
-1 1 -1 1
N5 (x) N6 (x)
1 1
x x
-1 1 -1 1
Fig. 7.16 - Gráficos das funções Ni(x) correspondentes ao elemento de três nós com
comprimento L = 2.
BIBLIOGRAFIA
[7.1] - Cook, R. D.; Malkus, D. S.; Plesha, M. E.; Witt, R. J. - Concepts and
Applications of Finite Element Analysis, Fourth Edition, John Wiley & Sons, Inc.,
2002.
[7.2] - Zienkiewicz, O. C.; Taylor, R. L. - The Finite Element Method, Fourth Edition,
McGraw-Hill, 1988.
143
Funções Interpoladoras - Álvaro F. M. Azevedo
144
CAPÍTULO 8
8.1 - Simbologia
x Coordenada cartesiana
145
Assemblagem de Elementos Finitos - Álvaro F. M. Azevedo
a2 a4 a6
a1 a3 a5
1 2 B 3
A
a8 a10 C a12
x2
a7 a9 a11
4 5 6
x1
Fig. 8.1 - Estrutura constituída por um elemento de 4 nós (A), um elemento de 2 nós (B) e um
elemento de 3 nós (C).
A estrutura representada na Figura 8.1 tem seis nós (1 a 6) e três elementos finitos (A, B
e C). O elemento A tem quatro nós, o elemento B tem dois nós e o elemento C tem três
nós. Em cada nó existem dois graus de liberdade. Em correspondência com os doze
graus de liberdade da estrutura existem doze deslocamentos nodais ( a ) e doze forças
nodais equivalentes à acção exterior ( F ).
146
Assemblagem de Elementos Finitos - Álvaro F. M. Azevedo
a1 a11 F1 F11
a a F F
2 12 2 12
a3 a21 F3 F21
a4 a22 F4 F22
a5 a31 F5 F31
a a F F
a = 6 = 32 F = 6 = 32 (1)
a a F F
7 41 7 41
a8 a42 F8 F42
a a F F
9 51 9 51
a10 a52 F10 F52
a11 a61 F11 F61
a12 a62 F12 F62
De acordo com (1), nas considerações que se seguem é adoptada a numeração dos graus
de liberdade de 1 a 12.
Ka=F (2)
Nas Figuras 8.2, 8.3 e 8.4 encontram-se representados os elementos finitos que vão ser
assemblados e a respectiva numeração local (nós e graus de liberdade).
a8 a6
a7 a5
4 3
A
a2 a4
a1 a3
1 2
147
Assemblagem de Elementos Finitos - Álvaro F. M. Azevedo
a2 a4
a1 a3
1 2
a6
a5
3
a2 C a4
a1 a3
1 2
São as seguintes as matrizes de rigidez dos três elementos finitos no referencial geral
148
Assemblagem de Elementos Finitos - Álvaro F. M. Azevedo
Atendendo à numeração global dos graus de liberdade indicada na Figura 8.1 (1 a 12),
as matrizes de rigidez dos elementos finitos passam a ser
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 B11 B12 B13 B14 0 0 0 0 0 0
0 0 B21 B22 B23 B24 0 0 0 0 0 0
0 0 B31 B32 B33 B34 0 0 0 0 0 0
0 0 B41 B42 B43 B44 0 0 0 0 0 0
K =
B
(7)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
149
Assemblagem de Elementos Finitos - Álvaro F. M. Azevedo
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 C55 C56 0 0 C51 C52 C53 C54
0 0 0 0 C65 C66 0 0 C61 C62 C63 C64
K =
C
0
(8)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 C15 C16 0 0 C11 C12 C13 C14
0 0 0 0 C25 C26 0 0 C21 C22 C23 C24
0 0 0 0 C35 C36 0 0 C31 C32 C33 C34
0 0 0 0 C45 C46 0 0 C41 C42 C43 C44
De acordo com o que foi exposto no Capítulo 3, a matriz de rigidez global é a soma
de (6), (7) e (8), resultando
K =K +K +K =
A B C
Em correspondência com os graus de liberdade indicados nas Figuras 8.1 a 8.4, têm-se
as forças nodais equivalentes às acções exteriores sobre a estrutura. Assim, e de acordo
com o que foi exposto no Capítulo 3, são os seguintes os vectores solicitação
correspondentes a cada elemento finito, atendendo à numeração global da estrutura
150
Assemblagem de Elementos Finitos - Álvaro F. M. Azevedo
F7A 0 0
A 0 0
F8
F5A F1B 0
A B
F6 F2 0
0 F3B F5C
B C
F = A
F F
F = 4 F = 6
A 0 B C
F (10)
0 0
1A
F2 0 0
F A 0 F1C
3A C
F4 0 F2
0 0 F C
3C
0 0 F4
F7A
A
F8
F5A + F1B
A B
F6 + F2
F3B + F5C
B
F4 + F6C
F =F +F +F =
A B C
FA (11)
1
F2
A
F A + F C
3A 1
F4 + F2
C
FC
3
F4C
(K A
+K +K
B C
)a (
= F +F +F
A B C
) (12)
Ka=F (13)
151
Assemblagem de Elementos Finitos - Álvaro F. M. Azevedo
Neste capítulo foi apresentada a assemblagem da matriz de rigidez global com base no
armazenamento de todos os seus termos. A matriz de rigidez global apresenta uma
distribuição de termos particular, que, quando devidamente explorada, conduz a
significativas economias de recursos informáticos, nomeadamente a redução do número
de operações de cálculo e a diminuição da quantidade de memória consumida. A
característica mais simples de explorar é o facto de a matriz de rigidez global ser
simétrica, evitando-se assim o cálculo e o armazenamento dos termos do seu triângulo
inferior, bem como todas as operações de cálculo que sobre eles teriam de ser
efectuadas. Considerando apenas os termos do triângulo superior, é ainda vantajoso
atender ao facto de muitos desses termos serem nulos. O critério de selecção da técnica
de armazenamento dos termos da matriz depende do método que vai ser usado para
resolver o sistema de equações. As técnicas de armazenamento mais comuns são as
seguintes: armazenamento em semibanda de largura constante, armazenamento em
semibanda de largura variável, armazenamento em skyline e armazenamento
esparso [8.2].
BIBLIOGRAFIA
[8.1] - Zienkiewicz, O. C.; Taylor, R. L. - The Finite Element Method, Fourth Edition,
McGraw-Hill, 1988.
[8.2] - Cook, R. D.; Malkus, D. S.; Plesha, M. E.; Witt, R. J. - Concepts and
Applications of Finite Element Analysis, Fourth Edition, John Wiley & Sons, Inc.,
2002.
152
CAPÍTULO 9
9.1 - Simbologia
x Coordenada cartesiana
Q Carga concentrada
ε Extensão
153
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
γ Distorção
σ Tensão normal
τ Tensão tangencial
u Campo de deslocamentos
a Deslocamento nodal
B Matriz de deformação
D Matriz de elasticidade ( σ = D ε )
ν Coeficiente de Poisson
T Matriz de transformação
n̂ Versor
J Jacobiano da transformação
g Aceleração da gravidade
154
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
Q (x ) b (x )
p dL q dS
dS b dV
P
p (x ) q (x )
x3 dL
L S
dV
x1 x2 V
155
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
• Força de volume b ( x ) . Esta carga actua num volume V, que pode ser apenas
Todos os tipos de acções atrás referidos são definidos como funções das coordenadas
cartesianas
x = (x1 , x2 , x3 ) (1)
Na Figura 9.1 apenas foi indicado um exemplo de cada tipo de carga. Nas aplicações do
MEF é habitual existirem diversos exemplares de cada tipo de carga, e.g., várias cargas
concentradas em diferentes pontos do corpo, várias cargas distribuídas em distintas
zonas, etc.
∫ V
δεT σ dV =
(3)
= ∑δ u Q+ ∑∫ δu pdL+ ∑∫ δu q dS + ∑∫ δu b dV
T T T T
L S V
Q p q b
Na exposição que se segue, não são consideradas as rotações nem os momentos. Assim,
as componentes das diversas grandezas vectoriais que figuram em (3) são
ε1 σ 1
ε σ
2 2
ε σ
ε = 3 ; σ = 3 (4)
γ 23 τ 23
γ 31 τ 31
γ 12 τ 12
156
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
u1 Q1 p1 q1 b1
u = u2 ; Q = Q2 ; p = p2 ; q = q ; b = b
(5)
2 2
u3 Q3 p3 q3 b3
ε =Ba (6)
δε = Bδa (7)
que é equivalente a
δ ε T = δ aT BT (8)
σ 1 C1 C2 C2 0 0 0 ε1
σ C C C 0 0 0 ε
2 2 1 2 2
σ 3 C2 C2 C1 0 0 0 ε3
= (9)
τ 23 0 0 0 C3 0 0 γ 23
τ 31 0 0 0 0 C3 0 γ 31
τ 12 0 0 0 0 0 C3 γ 12
sendo
E (1 −ν )
C1 =
(1 +ν )(1 − 2ν )
Eν
C2 =
(1 +ν )(1 − 2ν ) (10)
E
C3 =
2 (1 +ν )
157
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
σ = Dε (11)
σ =DBa (12)
u=Na (13)
δu= N δa (14)
que é equivalente a
δ u T = δ aT N T (15)
Substituindo todas estas equações em (3) passa a ter-se o PTV expresso por
∫ V
δ aT B T D B a d V =
= ∑δ a N Q+ ∑∫ δa N pdL+
T T T T
Q p
L (16)
+ ∑∫ δa N q dS + ∑∫ δ aT N T b d V
T T
S V
q b
Uma vez que dV = dx1 dx2 dx3 e os deslocamentos nodais não dependem das
variáveis x1, x2 e x3, os vectores δ a e a podem passar para fora dos integrais
T
158
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
δ aT ∫ B D B dV a =
T
V
= δa ∑N Q + δa ∑∫ N pdL+
T T T T
Q p
L (17)
+ δa ∑∫ N q dS + δa ∑∫
T T T T
N b dV
S V
q b
∫ B D B dV a =
T
V
(18)
= ∑N Q+ ∑∫ N pdL+ ∑∫ N q dS + ∑∫
T T T T
N b dV
L S V
Q p q b
Comparando esta equação com a relação de rigidez que é utilizada no método dos
deslocamentos
Ka=F (19)
K = ∫
T
B D B dV (20)
V
F= ∑F + ∑F + ∑F + ∑F
Q p q b
(21)
Q p q b
= N Q
Q T
F (22)
F = ∫
p T
N pdL (23)
L
F = ∫
q T
N qdS (24)
S
F = ∫
b T
N b dV (25)
V
159
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
O cálculo das forças nodais equivalentes a uma acção concentrada num ponto interior
ao elemento finito é exemplificado com um elemento de quatro nós para estados planos
de tensão (ver a Figura 9.2).
x2
a32 u2 (x1 , x2)
s2
a31
a42 u1 (x1 , x2)
a41 3
Q2 s1
4
P Q1
a22
a12
a21 Ponto P = ( xP1, xP 2 )
a11
2 Ponto P = (sP1 , sP 2 )
1
x1
Fig. 9.2 - Elemento finito de quatro nós com uma força concentrado num ponto interior.
160
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
a11 F11
a F
12 12
a21 F21
a22 F
a= ; F = 22 (26)
a31 F31
a32 F32
a F
41 41
a42 F42
Q
Q = 1 (27)
Q2
N1 (s1 , s2 ) = (1 − s1 ) (1 − s2 ) 4
N (s , s ) = (1 + s ) (1 − s )
2 1 2 1 2 4
(29)
N 3 (s1 , s2 ) = (1 + s1 ) (1 + s2 ) 4
N 4 (s1 , s2 ) = (1 − s1 ) (1 + s2 ) 4
expressão (22), sendo a matriz N constituída pelas funções de forma (29) avaliadas no
ponto (28).
N1 = ( 1 − s P1 ) ( 1 − s P 2 ) 4
N 2 = ( 1 + sP1 ) ( 1 − s P 2 ) 4
(30)
N3 = ( 1 + s P1 ) ( 1 + s P 2 ) 4
N 4 = ( 1 − s P1 ) ( 1 + s P 2 ) 4
De todas estas considerações resulta a seguinte expressão para o cálculo das forças
nodais equivalentes à força Q
161
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
F11Q N1 0
Q
F12 0 N1
F21Q N 2 0
Q
0 N2 Q1
= 22Q =
Q F
F
F31 N 3 0 Q (31)
2
Q
F32 0 N3
F Q N 0
41Q 4
F42 0 N 4
1
4 (1 − s1 )(1 − s2 ) x11 + L + (1 − s1 )(1 + s2 ) x41 − xP1 = 0
1
4
(33)
1
4 (1 − s1 )(1 − s2 ) x12 + L + (1 − s1 )(1 + s2 ) x42 − xP 2 = 0
1
4
f1 (s1 , s2 ) = 0
(34)
f (s , s ) = 0
2 1 2
162
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
Este sistema de equações não lineares deve, em geral, ser resolvido por um método
iterativo (e.g., método de Newton). A sua solução corresponde às coordenadas locais do
ponto P ( sP1 , sP 2 ) .
x2 s2
6 5
4
s1
7
8 2 3
1
p (x )
x1
Fig. 9.3 - Elemento finito de oito nós com uma carga distribuída por unidade de comprimento.
N1 (s1 , s2 ) = (1 − s1 ) (1 − s2 ) (− 1 − s1 − s2 ) 4
N (s , s ) = (1 − s 2 ) (1 − s ) 2
2 1 2 1 2
N 3 (s1 , s2 ) = (1 + s1 ) (1 − s2 ) (− 1 + s1 − s2 ) 4
N 4 (s1 , s2 ) = (1 + s1 ) (1 − s2 ) 2
2
(35)
N 5 (s1 , s2 ) = (1 + s1 ) (1 + s2 ) (− 1 + s1 + s2 ) 4
N 6 (s1 , s2 ) = (1 − s12 ) (1 + s2 ) 2
N 7 (s1 , s2 ) = (1 − s1 ) (1 + s2 ) (− 1 − s1 + s2 ) 4
N 8 (s1 , s2 ) = (1 − s1 ) (1 − s22 ) 2
163
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
N1 (s1 ) = (s12 − s1 ) 2
N 2 (s1 ) = 1 − s1
2
N 3 (s1 ) = (s12 + s1 ) 2
N 4 (s1 ) = 0
(36)
N 5 (s1 ) = 0
N 6 (s1 ) = 0
N 7 (s1 ) = 0
N (s ) = 0
8 1
Estas funções de forma coincidem com as que foram obtidas no Capítulo 4 para o
elemento unidimensional de três nós.
Na Figura 9.4 está representado o eixo tangente ao bordo (x′1 ) , bem como o eixo normal
ao bordo (x′2 ) . O eixo tangente ao bordo segue a numeração local dos nós. O eixo x′2
x2 (s1 = 0)
(s1 = 1)
dL
x′2 2
x′1 3
L s1
p′2
1
x1
Fig. 9.4 - Bordo de três nós com uma carga distribuída por unidade de comprimento.
164
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
normal ( p′2 ) . Numa análise por elementos finitos são habitualmente conhecidos os
ou
N
p1′ p11′ ′
p21 ′ 1
p31
p′ = p ′ ′ ′ 2
N (38)
2 12 p22 p32
N 3
p' = p' T
NV (39)
p' = T p (40)
e a relação inversa
p=T
T
p' (41)
p=T
T T
p' NV (42)
165
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
x2
x′2
x′1
n̂ 1
n̂ 2
s1
dL dL
d x2
d x1
x1
1 d x1 d x2
nˆ1 = , (43)
J d s1 d s1
d x d x
sendo J a norma do vector 1 , 2
d s1 d s1
2 2
d x1 d x2
J = + (44)
d s1 d s1
sua expressão
1 d x2 d x1
nˆ2 = − , (45)
J d s1 d s1
166
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
d x1 d x2
1 d s1 d s1
T = (46)
J − d x2 d x1
d s1 d s1
Nesta expressão N i são as funções de forma associadas aos nós do arco (36) e xij
d x1 d N1 d N2 d N3
d s = d s x11 + d s x21 + d s x31
1 1 1 1
(48)
d x2 d N1 d N2 d N3
= x12 + x22 + x32
d s1 d s1 d s1 d s1
d N1 1
d s = s1 − 2
1
d N2
= − 2 s1 (49)
d s1
d N3 1
= s1 +
d s1 2
Para calcular as forças nodais equivalentes à carga distribuída no bordo deve-se utilizar
a expressão (23), que em seguida se reproduz
F = ∫
p T
N pdL (50)
L
167
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
Para facilitar o recurso à quadratura de Gauss (ver o Capítulo 5), deve ser efectuada a
seguinte mudança de variável
+1 dL
= ∫
p T
F N p d s1 (51)
−1 d s1
dL= (d x1 ) 2 + (d x2 ) 2 (52)
d x1
d x1 = d s d s1
1
(53)
d x2
d x2 = d s d s1
1
2 2
dL d x1 d x2
= + (54)
d s1 d s1 d s1
dL
=J (55)
d s1
+1
= ∫
p T
F N p J d s1 (56)
−1
+1
F = ∫
p T T
N T p' T NV J d s1 (57)
−1
Uma vez que em todo o domínio de integração se verifica ser s2 = -1, na matriz N
devem ser utilizadas as funções de forma (36).
168
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
N1 0
0 N1
N2 0
N2 1
dx d x2 N
0 −
+1 1 ds d s1 ′
p11 ′
p21 ′ 1
p31
F = ∫ N3 0 1
p
−1 J d x2 d x1 p′ ′ ′ 2
N J d s1 (58)
(16×1) 12 p22 p32
N 3
0 N3 d s d s1
0 1
0
M M
0 0
F11p N1 0
p
F12 0 N1
F21p N2 0
p d x1 d x2
F22 0 N2 − N
+1 ds d s1 ′
p11 ′
p21 ′ 1
p31
F p =
31p ∫ −1 N3 0
1
d x2 d x1
p′
12 ′
p22 ′ 2 1
p32
N ds (59)
F32 0 N3 N3
d s1 d s1
0 0 0
M M M
0 0 0
p
No vector F apenas as seis primeiras componentes são não nulas, i.e., nos nós 1, 2 e 3
(ver a Figura 9.3) existem forças nodais equivalentes, enquanto que nos restantes cinco
nós a contribuição da carga distribuída é nula.
O integral (59) pode ser calculado recorrendo à quadratura de Gauss (ver o Capítulo 5).
169
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
O cálculo das forças nodais equivalentes a uma carga distribuída por unidade de
superfície é efectuado com a expressão (24). Este tipo de cargas só tem interesse prático
em elementos de laje, elementos de casca e faces de elementos sólidos (bricks). O
q
processo de cálculo de F é semelhante ao apresentado na Secção 9.4, sendo
necessário adaptá-lo às características dos referidos elementos. O domínio de integração
passa a ser uma superfície.
Este tipo de acção é devido à presença de forças de volume b ( x ). Estas forças estão
presentes sempre que o corpo se encontra sujeito a uma aceleração. O caso mais comum
é o da aceleração da gravidade que se define do seguinte modo
b=ρ g (60)
No caso mais comum, i.e., supondo que o eixo x3 é vertical e orientado para cima, que a
aceleração da gravidade actua segundo x3 e é negativa e que se utilizam as unidades do
Sistema Internacional ( SI ), tem-se
b1 0
b = ρ 0
2 (61)
b3 − 9.81
Ao definir o peso próprio deste modo, é facilitada a sua combinação com outras
componentes da aceleração g .
170
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
Se a única força de volume for a devida ao peso próprio, então pode-se atribuir a ρ o
valor do peso específico do material e considerar g = ( 0 , 0 , − 1 ) . Deste modo fica
facilitada a preparação dos dados de uma análise por elementos finitos em que é
utilizado um sistema de unidades distinto do SI.
As forças nodais equivalentes às forças de volume são calculadas com a expressão (25),
que em seguida se reproduz
F = ∫
b T
N b dV (62)
V
x2
a32 u2 (x1 , x2)
s2 b dV
a31
a42 u1 (x1 , x2)
a41 3
s1
4 dS dV
a22
a12
a21 h (s1 , s2 )
a11
2
1
x1
b
b = 1 (63)
b2
F = ∫
b T
N b h dS (64)
S
171
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
+1 +1
F = ∫∫N
b T
b h J d s1 d s2 (66)
−1 −1
Uma vez que N é a matriz que relaciona os deslocamentos nodais com o campo de
deslocamentos (u = N a ) (ver o Capítulo 6), chega-se à seguinte expressão final
F11b N1 0
b 0
F12 N1
F21b N2 0
b +1 +1
F22 = 0 N 2 b1
F b ∫−1 −∫1 N3 0 b2
h J d s1 d s2 (67)
31b
F32 0 N3
F b N 0
41 4
F42b 0 N 4
O integral (67) pode ser calculado recorrendo à quadratura de Gauss (ver o Capítulo 5).
172
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
BIBLIOGRAFIA
[9.2] - Hinton, E.; Owen, D. R. - Finite Element Programming, Academic Press, 1980.
[9.3] - Kreyszig, E. - Advanced Engineering Mathematics, Sixth Edition, John Wiley &
Sons, Inc., 1988.
[9.4] - Cook, R. D.; Malkus, D. S.; Plesha, M. E.; Witt, R. J. - Concepts and
Applications of Finite Element Analysis, Fourth Edition, John Wiley & Sons, Inc.,
2002.
173
Forças Nodais Equivalentes - Álvaro F. M. Azevedo
174
CAPÍTULO 10
10.1 - Simbologia
x Coordenada cartesiana
u Campo de deslocamentos
a Deslocamento nodal
175
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
B Matriz de deformação
D Matriz de elasticidade ( σ = D ε )
V Volume
J Jacobiano da transformação
ε Extensão
γ Distorção
σ Tensão normal
τ Tensão tangencial
ν Coeficiente de Poisson
L Operador diferencial
Q Carga concentrada
P Perímetro
S Superfície
176
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
a53
a51 a52 u3 (x1 , x2 , x3)
8
5 u2 (x1 , x2 , x3)
6 7 u1 (x1 , x2 , x3)
1
x3 4
x1 x2 3
Fig. 10.1 - Elemento finito sólido de oito nós com geometria arbitrária.
a11 F11
a F
12 12
a13 F13
a21 F21
a22 F22
a = F = (1)
( p ×1) a23 ( p ×1) F23
M M
a81 F81
a82 F82
a83 F83
177
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
x1 → x1 (s1 , s2 , s3 )
x2 → x2 (s1 , s2 , s3 ) (3)
x → x3 (s1 , s2 , s3 )
3
Na Figura 10.2 encontra-se indicado o sistema de coordenadas locais, bem como o novo
domínio de integração.
s3
5 s1 ∈ [ −1 , + 1 ]
8 s2 ∈ [ − 1 , + 1 ]
6 s3 ∈ [ − 1 , + 1 ]
7
1
s2
4
2
s1 3
178
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
N1 (s1 , s2 , s3 ) = (1 − s1 ) (1 − s2 ) (1 − s3 ) 8
N (s , s , s ) = (1 + s ) (1 − s ) (1 − s ) 8
2 1 2 3 1 2 3
N 3 (s1 , s2 , s3 ) = (1 + s1 ) (1 + s2 ) (1 − s3 ) 8
N 4 (s1 , s2 , s3 ) = (1 − s1 ) (1 + s2 ) (1 − s3 ) 8
(5)
N 5 (s1 , s2 , s3 ) = (1 − s1 ) (1 − s2 ) (1 + s3 ) 8
N 6 (s1 , s2 , s3 ) = (1 + s1 ) (1 − s2 ) (1 + s3 ) 8
N 7 (s1 , s2 , s3 ) = (1 + s1 ) (1 + s2 ) (1 + s3 ) 8
N 8 (s1 , s2 , s3 ) = (1 − s1 ) (1 + s2 ) (1 + s3 ) 8
s3
s1
s2
s32
s1 s3
s12
s2 s3
s1 s2
s22
V = ( 1 , s1 , s2 , s3 , s1 s2 , s2 s3 , s1 s3 , s1 s2 s3 ) (6)
179
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
N1
x1 x11 x21 L x81 N
x = x x22 L x82 2
2 12 (7)
M
x3 x13 x23 L x83
N8
que corresponde a
x = x
T
NV
(8)
(m ×1) (m × n ) ( n ×1)
K = ∫
T
B D B dV (9)
V
+1 +1 +1
K = ∫∫∫B
T
D B J d s1 d s2 d s3 (10)
−1 −1 −1
∂ x1 ∂ x1 ∂ x1
∂s ∂ s2 ∂ s3
1
∂x ∂ x2 ∂ x2
J = 2 (11)
∂ s1 ∂ s2 ∂ s3
∂ x ∂ x3 ∂ x3
3
∂ s1 ∂ s2 ∂ s3
e o determinante Jacobiano é
J = J (12)
180
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
σ 1 C1 C2 C2 0 0 0 ε1
σ C C C 0 0 0 ε
2 2 1 2 2
σ
3 C C C 0 0 0 ε3
=
2 2 1
(13)
τ 23 0 0 0 C3 0 0 γ 23
τ 31 0 0 0 0 C3 0 γ 31
τ 12 0 0 0 0 0 C3 γ 12
sendo
E (1 −ν )
C1 =
(1 +ν )(1 − 2ν )
Eν
C2 =
(1 +ν )(1 − 2ν ) (14)
E
C3 =
2 (1 +ν )
σ = D ε (15)
(q ×1) (q × q ) ( q ×1)
A matriz Jacobiana obtém-se com a seguinte expressão, que resulta da derivação de (7)
em ordem a s1, s2 e s3
∂ x1 ∂ x1 ∂ x1 ∂ N1 ∂ N1 ∂ N1
∂s ∂ s2 ∂ s3
∂ s1 ∂ s2 ∂ s3 x11 x21 L x81 1
∂ x2 ∂ x2 ∂ x2 ∂ N2 ∂ N2 ∂ N2
= x12 x22 L x82 ∂ s1 ∂ s2 ∂ s3 (16)
∂s ∂ s2 ∂ s3
∂ x1 x13 x23 L x83 M M
∂ x3
M
3 ∂ x3 ∂ N ∂ N8 ∂ N8
∂ s1 ∂ s2 ∂ s3 8
∂ s1 ∂ s2 ∂ s3
181
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
∂N
=
T
J x
∂s (17)
(m × m ) (m × n ) (n× m )
No caso geral tridimensional, a relação entre o campo dos deslocamentos e o campo das
deformações é [10.1]
∂
∂ x 0 0
1
∂
ε1 0 0
ε ∂ x2
2 0 ∂
u1
ε 3
0
∂ x3 u
= ∂ ∂ 2 (18)
γ 23 0 u3
γ 31 ∂ x3 ∂ x2
∂ ∂
γ 12 0
∂ x3 ∂ x1
∂ ∂
0
∂ x2 ∂ x1
ε = L u (19)
( q ×1) ( q × m ) (m ×1)
a11
a
12
a13
u1 N1 0 0 N2 0 0 N8 0 0 a21
u = 0 a22
N1 0 0 N2 0 L 0 N8 0 (20)
2
u3 0 0 N1 0 0 N2 0 0 N 8 a23
M
a81
a
82
a83
ou
182
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
u = N a (21)
(m ×1) (m × p ) ( p ×1)
ε = L N a (22)
( q ×1) (q × m ) (m × p ) ( p ×1)
sendo
B = L N (23)
(q × p ) (q × m ) (m × p )
∂
∂ x 0 0
1
0 ∂
0
∂ x2
∂
0 0 N1 0 0 N2 0 0 L N8 0 0
∂ x3 0
B= N1 0 0 N2 0 L 0 N8 0 (24)
0 ∂ ∂
∂ x3 ∂ x2 0 0 N1 0 0 N2 L 0 0 N 8
∂ ∂
0
∂ x3 ∂ x1
∂ ∂
0
∂ x2 ∂ x1
∂ N1 ∂ N2 ∂ N8
∂x 0 0 0 0 L 0 0
∂ x1 ∂ x1
1
0 ∂ N1 ∂ N2 ∂ N8
0 0 0 L 0 0
∂ x2 ∂ x2 ∂ x2
∂ N1 ∂ N2 ∂ N8
0 0 0 0 L 0 0
∂ x3 ∂ x3 ∂ x3
B= (25)
0 ∂ N1 ∂ N1 ∂ N2 ∂ N2 ∂ N8 ∂ N8
0 L 0
∂ x3 ∂ x2 ∂ x3 ∂ x2 ∂ x3 ∂ x2
∂ N ∂ N1 ∂ N2 ∂ N2 ∂ N8 ∂ N 8
1 0 0 L 0
∂ x3 ∂ x1 ∂ x3 ∂ x1 ∂ x3 ∂ x1
∂ N1 ∂ N1 ∂ N2 ∂ N2 ∂ N8 ∂ N8
0 0 L 0
∂ x2 ∂ x1 ∂ x2 ∂ x1 ∂ x2 ∂ x1
183
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
∂ N1 ∂ N1 ∂ N1 ∂ N1 ∂ N1 ∂ N1 ∂ x1 ∂ x1 ∂ x1
−1
∂x ∂ x2 ∂ x3 ∂s ∂ s2 ∂ s3 ∂s
1 1 1 ∂ s2 ∂ s3
∂ N2 ∂ N2 ∂ N2 ∂ N2 ∂ N2 ∂ N2
∂ x2 ∂ x2 ∂ x2
∂ x1 ∂ x2 ∂ x3 = ∂ s1 ∂ s2 ∂ s3 ∂ s1
(26)
M ∂ s2 ∂ s3
M M M ∂ x ∂ x3
M M
∂ N8 ∂ N8 ∂ N8 ∂ N8 ∂ N8 ∂ N8 ∂ x3
3
∂ s1 ∂ s2 ∂ s3
∂ x1 ∂ x2 ∂ x3 ∂ s1 ∂ s2 ∂ s3
∂N ∂N −1
= J
∂x ∂s (27)
(n × m ) (n × m ) (m × m )
184
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
h=1 x2
1/2
1/2
x1
Plano médio
x3
ε 1 ε1
ε ε
2 2
ε 0
ε = 3= (28)
( q ×1) γ 23 0
γ 31 0
γ 12 γ 12
σ 1 C1 C2 C2 0 0 0 ε1
σ C C C2 0 0 0 ε
2 2 1 2
σ 3 C2 C2 C1 0 0 0 0
= (29)
τ 23 0 0 0 C3 0 0 0
τ 31 0 0 0 0 C3 0 0
τ 12 0 0 0 0 0 C3 γ 12
185
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
σ 1 C1 C2 0 ε1
σ = C C1 0 ε
2 2 2 (30)
τ 12 0 0 C3 γ 12
σ 3 = C2 (ε1 + ε 2 ) (31)
ν ν 1
ε3 = − σ1 − σ2 + σ3 (32)
E E E
σ 3 = ν (σ 1 + σ 2 ) (33)
Uma vez que se supõe que os campos de tensões e deformações não variam com x3, é
suficiente estudar o comportamento de um troço de comprimento unitário, cujo plano
médio passa pela origem e é perpendicular a x3 (ver a Figura 10.4).
186
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
x2 u2 (x1 , x2)
a32
Q
a31
a42 u1 (x1 , x2)
a41 3
a22
a12
a11 a21 h=1
p 2
1
x1
• a força Q que actua no corpo (ver a Figura 10.5) passa a ser uma força por
• a força por unidade de comprimento p que actua no corpo (ver a Figura 10.5)
Na Figura 10.6 encontra-se representada uma secção transversal que, ao ser rodada em
torno de x2, gera um sólido de revolução que corresponde a um reservatório
axissimétrico. A secção transversal está discretizada em elementos finitos quadriláteros
contidos no plano (x1, x2).
187
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
x2 → Eixo de axissimetria
u2
uθ
u1
θ x1
Se, além da geometria, for também axissimétrica a distribuição do material que constitui
o reservatório, bem como as características das acções exteriores, verifica-se que o
comportamento é também axissimétrico. Devido ao facto de as acções axissimétricas
serem, na generalidade dos casos, de natureza gravítica, admite-se que o eixo de
axissimetria (x2) é sempre vertical. O eixo x1, bem como os componentes segundo x1 de
todas as grandezas, recebem a designação de radiais. O componente uθ do campo de
deslocamentos designa-se deslocamento circunferencial. A deformação circunferencial
εθ corresponde ao quociente entre a variação do perímetro de uma fibra e o perímetro
original (ver a Figura 10.7).
x2
A A'
x1
uA 1
xA 1
188
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
P0 = 2 π x A1 (34)
P = 2 π (x A1 + u A1 ) (35)
A deformação circunferencial é
P − P0
εθ = (36)
P0
2 π x A1 + 2 π u A1 − 2 π x A1 u A1
εθ = = (37)
2 π x A1 xA1
u1
εθ = (38)
x1
∂ u1
∂x
ε
1 1
∂ u2
ε
2 = ∂ x2
εθ u1 (39)
γ
12 x1
∂ u1 + ∂ u2
∂ x ∂ x
2 1
189
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
∂
∂ x 0
ε
1 1
0 ∂
ε
2 = ∂ x2 u1
εθ 1 u (40)
0 2
γ
12 x1
∂ ∂
∂ x ∂ x1
2
ε =Lu (41)
σ 1 C1 C2 C2 0 ε1
σ C C C 0 ε
2 = 2 1 2 2 (42)
σ θ C2 C2 C1 0 εθ
τ 12 0 0 0 C3 γ 12
Na Figura 10.8 estão representados os componentes não nulos do tensor das tensões em
problemas axissimétricos.
K= ∫
T
B D B dV (43)
V
K= ∫ B D B (2 π x1 ) d S
T
S
(44)
190
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
x2
σ2
τ 12
τ 12
σθ σ1
γ 1θ = γ 2θ = 0 ⇒ τ 1θ = τ 2θ = 0
x1
Fig. 10.8 - Componentes não nulos do tensor das tensões em problemas axissimétricos.
+1 +1
K= ∫∫B D B (2 π x1 ) J d s1 d s2
T
(45)
−1 −1
Uma vez que se pretende que todos os componentes da função integranda de (45) sejam
funções de s1 e s2, deve-se calcular x1 com a seguinte expressão
O integral duplo (45) pode ser calculado recorrendo à quadratura de Gauss (ver o
Capítulo 5).
191
Sólidos, Estado Plano de Deformação e Axissimetria - Álvaro F. M. Azevedo
Neste capítulo, a descrição das formulações foi efectuada de um modo mais sucinto,
uma vez que se supunha um bom conhecimento da formulação do estado plano de
tensão exposta no Capítulo 6. Os elementos sólidos tridimensionais (bricks) são os que,
aparentemente, permitem modelar qualquer geometria. No entanto, apresentam os
inconvenientes de necessitarem de uma preparação dos dados mais trabalhosa,
requererem um maior esforço computacional e apresentarem maior dificuldade na
interpretação dos resultados. Os estados planos de deformação surgem tipicamente em
problemas geotécnicos (e.g., muros de suporte, barragens gravidade, túneis). Os estados
axissimétricos apresentam o inconveniente de necessitarem de uma acção axissimétrica,
que, na prática, nem sempre ocorre. Para ultrapassar esta limitação, em [10.2] é
desenvolvida uma formulação correspondente a sólidos de revolução com acções não
axissimétricas. Contudo, o seu elevado grau de dificuldade constitui um entrave a uma
aplicação generalizada.
BIBLIOGRAFIA
[10.2] - Cook, R. D.; Malkus, D. S.; Plesha, M. E.; Witt, R. J. - Concepts and
Applications of Finite Element Analysis, Fourth Edition, John Wiley & Sons, Inc.,
2002.
[10.3] - Zienkiewicz, O. C.; Taylor, R. L. - The Finite Element Method, Fourth Edition,
McGraw-Hill, 1988.
192
CAPÍTULO 11
FLEXÃO DE VIGAS
11.1 - Simbologia
g Referencial geral
l Referencial local
x Coordenada cartesiana
u Campo de deslocamentos
θ Ângulo
G Centro de gravidade
ε Extensão
σ Tensão normal
S Superfície
N Esforço axial
193
Flexão de Vigas - Álvaro F. M. Azevedo
M Momento flector
k Curvatura
g
3
l l
3 2
l
1
j
i
g
2
g
1 i< j
O eixo l1 do referencial local coincide com o eixo da barra e está orientado do nó i para
o nó j, correspondendo i e j à numeração global dos nós da malha. Os eixos l2 e l3 são os
eixos principais centrais de inércia da secção transversal. Apesar de a secção ser
variável, considera-se que a localização destes eixos é constante ao longo da barra. A
transformação dos deslocamentos generalizados e das forças generalizadas entre os
referenciais l e g encontra-se descrita nos Capítulos 2 e 3.
No estudo que se segue, apenas é considerado o referencial l, que passa a ser designado
por x. Supõe-se também que todas as acções estão contidas no plano (x1, x3), sendo os
194
Flexão de Vigas - Álvaro F. M. Azevedo
x3
u3
G x2
x3 θ
u3 ( x1 )
x1 u1
tan θ ≅ θ (1)
θ ( x1 ) =
d u3
(2)
d x1
195
Flexão de Vigas - Álvaro F. M. Azevedo
u3 θ B B'
x3 θ
B'
x3 O' O O' uO1 ( x1 )
u1 ( x1 , x3 )
A'
A A'
u3 ( x1 )
B
O
A x1 u1
Admite-se que uma secção plana se mantém plana após a deformação. Admite-se
também que uma secção perpendicular ao eixo da barra mantém esta característica após
a deformação. O ponto O apresenta coordenada nula segundo x3. O deslocamento do
ponto O segundo x1 é designado uO1 e depende apenas de x1. O deslocamento de um
ponto genérico da secção transversal segundo x1 depende de x1 e de x3 e é definido pela
seguinte expressão
u1 ( x1 , x3 ) = uO1 ( x1 ) − x3 θ ( x1 ) (3)
ou
u1 = uO1 − x3 θ (4)
ε1 =
∂ u1
=
∂
(uO1 − x3 θ ) = d uO1 − x3 d θ (5)
∂ x1 ∂ x1 d x1 d x1
d uO1 d 2u3
ε1 = − x3 (6)
d x1 d x12
196
Flexão de Vigas - Álvaro F. M. Azevedo
d uO1 dθ
σ 1 = E ε1 = E − E x3 (7)
d x1 d x1
d uO1 d 2u3
σ1 = E − E x3 (8)
d x1 d x12
d uO1 dθ
N = ∫ S
σ1 d S = ∫ S
E
d x1
− E x3
d x
d S
1
(9)
d uO1 dθ
M = ∫ S
σ 1 x3 d S = ∫ S
E
d x1
− E x3 x3 d S
d x1
(10)
Considera-se que um momento flector é positivo quando provoca tracções nas fibras
que têm coordenada x3 positiva (ver a Figura 11.4).
197
Flexão de Vigas - Álvaro F. M. Azevedo
Momento flector
positivo
Esforço axial
positivo
M
N
x1
d uO1 dθ
N =E
d x1 ∫ S
dS − E
d x1 ∫ S
x3 d S (11)
d uO1 dθ
M =E
d x1 ∫ S
x3 d S − E
d x1 ∫ S
x32 d S (12)
Uma vez que os eixos x2 e x3 são principais centrais de inércia, o seguinte momento
estático é nulo
∫ S
x3 d S = 0 (13)
A= ∫
S
dS (14)
I = ∫S
x32 d S (15)
198
Flexão de Vigas - Álvaro F. M. Azevedo
d uO1
N = EA (16)
d x1
dθ
M = −E I (17)
d x1
d uO1
εo = (18)
d x1
N = E A εo (19)
d 2u3
M = −E I (20)
d x12
d 2u3
k = (21)
d x12
resulta
M = −E I k (22)
ou
M
k = − (23)
EI
Na Figura 11.2, todos os pontos da linha que representa o eixo da barra deformada
apresentam ordenada positiva (u3 > 0), primeira derivada positiva ( d u3 d x1 > 0 ) e
199
Flexão de Vigas - Álvaro F. M. Azevedo
segunda derivada também positiva ( d 2u3 d x12 > 0 ). Atendendo à definição do sentido
positivo do momento flector (ver a Figura 11.4), verifica-se que um momento flector
positivo provoca uma curvatura negativa. Esta questão encontra-se expressa na
equação (23), em que E e I são sempre positivos.
d uo N
= (24)
d x1 EA
dθ M
= − (25)
d x1 EI
N M
σ1 = E + E x3 (26)
EA EI
resultando
N M
σ1 = + x3 (27)
A I
200
Flexão de Vigas - Álvaro F. M. Azevedo
BIBLIOGRAFIA
201
Flexão de Vigas - Álvaro F. M. Azevedo
202
CAPÍTULO 12
VIGA DE EULER-BERNOULLI
12.1 - Simbologia
x Coordenada cartesiana
u Campo de deslocamentos
∆ Deslocamento nodal
θ Rotação nodal
ε Deformação
B Matriz de deformação
σ Tensão normal
203
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
V Volume
S Superfície
M Momento flector
s Coordenada local
J Jacobiano da transformação (J = d x1 / d s)
Na Figura 12.1 encontra-se representado um elemento de viga com dois nós e com
comprimento L (ver os Capítulos 7 e 11).
u3 (x1)
a2 = θ1 x3 a4 = θ2
a3 = ∆2
a1 = ∆1
x1
1 2
(x1 = x11 = − L 2 ) L/2 L/2 (x1 = x21 = L 2 )
204
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
a1 ∆1
a θ
a = 2 = 1 (1)
a3 ∆ 2
a4 θ 2
De acordo com o que foi exposto no Capítulo 11, o deslocamento lateral é u3(x1). A
coordenada cartesiana xij corresponde ao nó i e refere-se ao eixo xj.
u3 ( x1 ) = N1 ( x1 ) a1 + N 2 ( x1 ) a2 + N 3 ( x1 ) a3 + N 4 ( x1 ) a4 (2)
a1
a
u3 (x1 ) = [N1 N2 N3 N4 ] 2 (3)
a3
a4
ou
u3 = N a (4)
sendo
N = [N1 N2 N3 N4 ] (5)
N1 ( x1 ) =
1 3 2
− x1 + 3 x13 (6)
2 2L L
N 2 ( x1 ) =
L 1 1 2 1
− x1 − x1 + 2 x13 (7)
8 4 2L L
205
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
N 3 ( x1 ) =
1 3 2
+ x1 − 3 x13 (8)
2 2L L
N 4 ( x1 ) = −
L 1 1 2 1
− x1 + x1 + 2 x13 (9)
8 4 2L L
d 2u3
ε1 = − x3 (10)
d x12
d 2u3
ε1 = − (11)
d x12
passa a ter-se
ε1 = x3 ε1 (12)
a1
d 2N d 2N2 d 2N3 d 2 N 4 a2
ε1 = − 1
− − −
d x12 a3
2 (13)
d x1 d x12 d x12
a4
d 2 N1 d 2 N2 d 2 N3 d 2N4
B = − − − −
d x12
2 (14)
d x1 d x12 d x12
passa a escrever-se
ε1 = B a (15)
206
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
ε1 = x3 B a (16)
12 1 6 12 1 6
B = − 3 x1 − 2 x1 x1 − − 2 x1 (17)
L L L L3 L L
σ 1 = E ε1 (18)
e, atendendo a (16),
σ 1 = E x3 B a (19)
x3
F1 F2 F3 F4
x1
1 2
L/2 L/2
207
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
∫ V
δ ε T σ d V = ∫ δ uT p d L
L
(20)
No caso da viga representada nas Figuras 12.1 e 12.2 a equação (20) passa a
+L 2 +L 2
∫ ∫
−L 2
S
δ ε1 σ 1 d S d x1 = ∫δ u
−L 2
3 p d x1 (21)
d S = d x2 d x3 (22)
δ ε1 = x3 B δ a (23)
que é equivalente a
δ ε1 = δ aT BT x3 (24)
δ u3 = N δ a (25)
que é equivalente a
δ u3 = δ a T N T (26)
Substituindo todas estas equações em (21) passa a ter-se o PTV expresso por
+L 2 +L 2
∫ ∫ δ a B E x B a d S d x1 = ∫δa
T T 2 T T
3 N p d x1 (27)
S
−L 2 −L 2
Passando para fora de cada integral tudo o que não depende da respectiva variável
chega-se a
208
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
+L 2 +L 2
δa ∫ ∫ x d S d x1 a = δ a p ∫N
T T 2 T T
B BE 3 d x1 (28)
S
−L 2 −L 2
I2 = ∫ S
x32 d S (29)
+L 2 +L 2
∫ B B E I 2 d x1 a = p ∫N
T T
d x1 (30)
−L 2 −L 2
+L 2
K = ∫B
T
B E I 2 d x1 (31)
−L 2
e o vector de solicitação é
+L 2
F = p ∫N
T
d x1 (32)
−L 2
+L 2
K = E I2 ∫B
T
B d x1 (33)
−L 2
209
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
12
− x
3 1
L
1 6
+L 2 − 2 x1 12
− 3 x1
1 6 12 1 6
K = E I2 ∫ L L − 2 x1 x − − 2 x1 d x1 (34)
L
3 1
−L 2
12
x L L L L L
L3 1
1 6
− L − L2 x1
12 6 12 6
L3 −
L2 L3 L2
6 4 6 2
2 − 2
K = E I2 L L L L (35)
− 12 6
− 2
12
− 2
6
L3 L L3 L
6 2 6 4
L2 − 2
L L L
Esta matriz coincide com a que se obtém pelos métodos clássicos da teoria das
estruturas reticuladas [12.1].
1 3 2
− x1 + 3 x13
2 2L L
+L 2
L − 1 x1 − 1 x12 + 12 x13
8 4 2L L
F = p ∫ 1 3 2 3 d x1 (36)
−L 2
+ x1 − 3 x1
2 2L L
− L − 1 x + 1 x 2 + 1 x 3
8 4 1 2 L 1 L2 1
L2
L2 12
F = p (37)
L2
2
− L 12
210
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
d 2u3
M = − E I2 (38)
d x12
Atendendo a (11), (15) e (38), conclui-se que o momento flector pode ser obtido com
M = E I2 B a (39)
211
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
u3 (x1)
a2 = θ1 x3 a4 = θ2
a3 = ∆2
a1 = ∆1
x1
1 2
(x1 = x11 = − L 2 ) L/2 L/2 (x1 = x21 = L 2 )
u3 (s) a4 = θ 2
a 2 = θ1
a3 = ∆ 2
a1 = ∆1
s
1 2
(s = s1 = − 1) 1 1 (s = s2 = 1)
Fig. 12.4 - Substituição de variável num elemento de viga com dois nós.
212
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
L
x1 = s (40)
2
a1 ∆1
a θ
a = 2
= 1 (41)
a3 ∆ 2
a4 θ 2
sendo
d u3
θ = (42)
d x1
a1 ∆1
a θ
a = 2
= 1 (43)
a3 ∆ 2
a4 θ2
sendo
d u3
θ = (44)
ds
d u3 d u3 d x1
= (45)
ds d x1 d s
d x1 L
= (46)
ds 2
213
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
d x1 L
J = = (47)
ds 2
tem-se
d u3 d u3
= J (48)
ds d x1
θ =θ J (49)
θ1 = θ1 J
(50)
θ2 = θ2 J
a1 ∆1
a θ J
a = 2
= 1 (51)
a3 ∆2
a4 θ 2 J
a1 a1
a a J
a = =
2 2
(52)
a3 a3
a4 a4 J
u3 (s ) = N1 (s ) a1 + N 2 (s ) a2 + N 3 (s ) a3 + N 4 (s ) a4 (53)
214
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
N1 (s ) =
1 3 1
− s + s3 (54)
2 4 4
N 2 (s ) =
1 1 1 1
− s − s2 + s3 (55)
4 4 4 4
N 3 (s ) =
1 3 1
+ s − s3 (56)
2 4 4
N 4 (s ) = −
1 1 1 1
− s + s2 + s3 (57)
4 4 4 4
u3 (s ) = N1 (s ) a1 + N 2 (s ) J a2 + N 3 (s ) a3 + N 4 (s ) J a4 (58)
Uma vez que se pretende que a interpolação de u3 seja efectuada da seguinte forma
a1
a
u3 (s ) = [ N1 (s ) N 2 (s ) N 3 (s ) N 4 (s ) ] 2 (59)
a3
a4
ou
u3 (s ) = N a (60)
conclui-se que
N = [N1 N2 N3 N 4 ] = [ N1 N2 J N3 N4 J ] (61)
sendo
N1 (s ) = N1 (s ) =
1 3 1
− s + s3 (62)
2 4 4
215
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
1 1 1
N 2 (s ) = N 2 (s ) J = − s − s 2 + s 3 J
1
(63)
4 4 4 4
N 3 (s ) = N 3 (s ) =
1 3 1
+ s − s3 (64)
2 4 4
1 1 1
N 4 (s ) = N 4 (s ) J = − − s + s 2 + s 3 J
1
(65)
4 4 4 4
d 2 N1 d 2 N2 d 2 N3 d 2N4
B = − − − −
d x12
2 (66)
d x1 d x12 d x12
d Ni d N i d x1
= (67)
ds d x1 d s
d Ni d Ni
= J (68)
ds d x1
d d Ni d d N i d x1
= (69)
ds ds d x1 ds ds
d 2 Ni d d Ni
2
= J J (70)
ds d x1 d x1
216
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
d 2 Ni d 2 Ni 2
= J (71)
d s2 d x12
que é equivalente a
d 2 Ni d 2 Ni 1
= (72)
d x12 d s2 J 2
d 2 N1 3
2
= s (73)
ds 2
d 2 N2 1 3
= − + s J (74)
2 2
2
ds
d 2 N3 3
2
= − s (75)
ds 2
d 2 N4 1 3
= + s J (76)
2 2
2
ds
d 2 N1 3
2
= s J2 (77)
d x1 2
d 2 N2 1 3
= − + s J (78)
2 2
2
d x1
d 2 N3 3
2
= − s J2 (79)
d x1 2
d 2 N4 1 3
= + s J (80)
2 2
2
d x1
217
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
d 2 N1 6
2
= 2 s (81)
d x1 L
d 2 N2 1 3
2
= − + s (82)
d x1 L L
d 2 N3 6
2
= − 2 s (83)
d x1 L
d 2 N4 1 3
2
= + s (84)
d x1 L L
6 1 3 6 1 3
B = − 2 s − s s − − s (85)
L L L L2 L L
De acordo com (33), i.e., supondo o módulo de Young e a secção constantes, tem-se a
seguinte expressão para a matriz de rigidez do elemento finito de viga no referencial
local
+L 2
K = E I2 ∫B
T
B d x1 (86)
−L 2
+1
d x1
K = E I2 ∫B
T
B ds (87)
−1
ds
6
−
L2 s
1 3
+1 − s
6 1 3 6 1 3 L
K = E I2 ∫
−1
L L
6 s − L2 s − s
L L L2
s − − s
L L 2
ds (88)
L2
1 3
− L − L s
218
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
Note-se que todos os elementos da matriz que constitui a função integranda são funções
de s. O comprimento da barra (L) é um parâmetro fixo.
12 6 12 6
L3 −
L2 L3 L2
6 4 6 2
2 − 2
K = E I2 L L L L (89)
− 12 6
− 2
12
− 2
6
L3 L L3 L
6 2 6 4
L2 − 2
L L L
+L 2
F = p ∫N
T
d x1 (90)
−L 2
+1
d x1
F = p∫ N
T
ds (91)
−1
ds
1 3 1 3
− s + s
2 4 4
1 1 1 1 L
+1 − s − s2 + s3
F = p∫ 4 4 4 4 2 L
ds (92)
1 3 1 3 2
−1
+ s− s
2 4 4
1 1 L
− − s + s 2 + s 3
1 1
4 4 4 4 2
219
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
L2
L2 12
F = p (93)
L2
2
− L 12
As expressões (89) e (93) coincidem com as que se obtêm recorrendo à teoria clássica
da flexão de vigas [12.1]. A formulação aqui apresentada possui contudo a vantagem de
ser extensível a casos mais genéricos, tais como vigas curvas e vigas de secção variável,
em que pode ser vantajosa a utilização de funções de interpolação de grau mais elevado
e, consequentemente, o recurso a elementos finitos com mais do que dois nós.
O cálculo do momento flector num ponto definido pela coordenada s é efectuado com a
expressão (39), sendo a matriz B calculada com (85).
Nas condições do elemento atrás descrito, é possível demonstrar que os valores mais
correctos do campo de momentos flectores se encontram nos pontos cuja coordenada s é
1
s=± (94)
3
O campo de esforços transversos pode ser obtido por derivação do campo de momentos
em ordem a x.
220
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
BIBLIOGRAFIA
[12.1] - Correia de Araújo, F. - Cálculo Matricial das Estruturas Contínuas pelo Método
dos Deslocamentos, Revista "Engenharia", Publicação dos Alunos da FEUP, Ano XIX,
Número 43, Novembro/Dezembro, 1965/66.
[12.3] - Hughes, T. J. R. - The Finite Element Method - Linear Static and Dynamic
Finite Element Analysis, Prentice-Hall, Inc., 1987.
221
Viga de Euler-Bernoulli - Álvaro F. M. Azevedo
222
CAPÍTULO 13
VIGA DE TIMOSHENKO
13.1 - Simbologia
x Coordenada cartesiana
u Campo de deslocamentos
∆ Deslocamento nodal
θ Rotação nodal
s Coordenada local
J Jacobiano da transformação (J = d x1 / d s)
G Centro de gravidade
223
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
ε Extensão
σ Tensão normal
γ Distorção
τ Tensão tangencial
G Módulo de distorção
W Trabalho
V Volume
S Superfície
M Momento flector
V Esforço transverso
Na Figura 13.1 encontra-se representado um elemento de viga com dois nós e com
comprimento L (ver o Capítulo 11). Supõe-se que nos nós não há deslocamentos
segundo x1. Deste modo apenas se considera o comportamento à flexão da viga.
224
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
u3 (x1)
a2 = θ1 x3 a4 = θ2
a3 = ∆2
a1 = ∆1
x1
1 2
(x1 = x11 = − L 2 ) L/2 L/2 (x1 = x21 = L 2 )
u3 (s) θ (s)
s
1 2
(s = s1 = − 1) 1 1 (s = s2 = 1)
Fig. 13.1 - Substituição de variável num elemento de viga com dois nós.
a1 ∆1
a θ
a = 2 = 1 (1)
a3 ∆ 2
a4 θ 2
L
x1 = s (2)
2
d x1 L
J = = (3)
ds 2
225
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
u3 ( s ) = N1 ( s ) a1 + N 2 ( s ) a3 (4)
θ ( s ) = N 1 ( s ) a2 + N 2 ( s ) a4 (5)
Neste exemplo com dois nós as funções de forma são as seguintes (ver o Capítulo 4)
N1 ( s ) = (1 − s ) 2 (6)
N 2 ( s ) = (1 + s ) 2 (7)
Na Figura 13.2 está representado o eixo da viga na sua posição inicial (sobre x1) e a
correspondente deformada (ver o Capítulo 11). Está também representada a secção
transversal cujos eixos são x2 e x3. Uma vez que se consideram pequenas deformações,
supõe-se que o declive da recta tangente ao eixo coincide com o ângulo de rotação do
eixo da barra.
x3
u3
G x2
d u3
x3
d x1
u3 ( x1 )
x1 u1
226
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
B' B
θ
d u3 θ
x3
φ d x1 O ≡ O'
u3
u1 ( x1 , x3 )
x3 B' O'
A' A A'
u3 ( x1 )
B
O
A x1 u1
d u3
θ = +φ (8)
d x1
u1 ( x1 , x3 ) = − x3 θ (x1 ) (9)
∂ u1 ∂
ε1 = = (− x3 θ ) (10)
∂ x1 ∂ x1
sendo
227
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
dθ
ε1 = − x3 (11)
d x1
dθ
ε1 = − (12)
d x1
passa a ter-se
ε1 = x3 ε1 (13)
dθ d N1 d N2
= a2 + a4 (14)
d x1 d x1 d x1
a1
dN d N 2 a2
ε 1 = 0 − 1
0 − (15)
d x1 d x1 a3
a4
Considere-se agora uma matriz de deformação, que é designada B b pelo facto de estar
associada à flexão (bending). A sua definição é a seguinte
d N1 d N2
B b = 0 − 0 −
d x1
(16)
d x1
ε1 = B b a (17)
ε1 = x3 B b a (18)
228
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
Tal como no Capítulo 12, considera-se a lei de Hooke referida apenas à tensão
normal σ1 e à extensão ε1
σ 1 = E ε1 (19)
σ 1 = E x3 B b a (20)
d u1 d u3
γ 13 = + (21)
d x3 d x1
γ 13 =
d
(− x3 θ ) + d u3 (22)
d x3 d x1
d u3
γ 13 = − θ + (23)
d x1
γ 13 = − φ (24)
d u3 d N1 d N2
= a1 + a3 (25)
d x1 d x1 d x1
d N1 d N2
γ 13 = − N1 a2 − N 2 a4 + a1 + a3 (26)
d x1 d x1
229
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
a1
d N d N2 a
γ 13 = 1 − N1 − N2 2 (27)
d x1 d x1 a3
a4
Considere-se agora uma matriz de deformação, que é designada B s pelo facto de estar
associada ao corte (shear). A sua definição é a seguinte
d N1 d N2
Bs = − N1 − N2 (28)
d x1 d x1
γ 13 = B s a (29)
Uma vez que, de acordo com a lei de Hooke para materiais isotrópicos [13.2]
τ 13 = G γ 13 (30)
τ 13 = G B s a (31)
De acordo com o Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV) (ver o Capítulo 4), admite-se
que
Considerando
230
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
δ Wbi + δ Ws i = δ W e (36)
δ Wbi = ∫ δ ε1 σ 1 d V (37)
V
δ ε1 = x3 B b δ a (38)
sendo equivalente a
δ ε1 = δ aT BbT x3 (39)
+L 2
δ Wb = ∫ ∫ δ a T B Tb x3 E x3 B b a d S d x1
i
S
(40)
−L 2
d S = d x2 d x3 (41)
+L 2
δ Wbi = δ a T E ∫ B b B b ∫ x32 d S d x1 a
T
S
(42)
−L 2
I2 = ∫ S
x32 d S (43)
231
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
Substituindo (43) em (42) e supondo que a barra é de secção constante, passa a ter-se
+L 2
δ Wb = δ a E I 2 ∫B
i T T
b B b d x1 a (44)
−L 2
δ Ws i = ∫ δ γ 13 τ 13 d V (45)
V
δ γ 13 = B s δ a (46)
sendo equivalente a
δ γ 13 = δ aT B Ts (47)
+L 2
δ Ws = ∫ ∫ δ a T B Ts G B s a d S d x1
i
S
(48)
−L 2
+L 2
δ Ws = δ a G ∫ B s B s ∫ d S d x1 a
i T T
S
(49)
−L 2
A = ∫
S
dS (50)
232
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
A* = α A (51)
+L 2
δ Ws i = δ a T G A* ∫B
T
s B s d x1 a (52)
−L 2
Por uma questão de simplificação desta exposição, considera-se que o trabalho externo
associado às forças exteriores (δ W e ) inclui apenas a contribuição das forças
generalizadas concentradas nos nós da barra. Nestas condições tem-se
δ W e = δ aT F (53)
+L 2 +L 2
δ a E I2 ∫B B b d x1 a + δ a G A ∫B B s d x1 a = δ a F
T T T * T T
b s (54)
−L 2 −L 2
Uma vez que (54) tem de se verificar para qualquer deformação virtual δ a, chega-se à
habitual equação
K a = F (55)
+L 2 +L 2
K = E I2 ∫B B b d x1 + G A ∫B
T * T
b s B s d x1 (56)
−L 2 −L 2
+1 +1
d x1 d x1
K = E I2 ∫ B B b d s + G A* ∫B
T T
b s Bs ds (57)
−1
ds −1
ds
233
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
+1 +1
L L
K = E I2 ∫−1 B B b d s + G A 2 ∫B
T * T
b s Bs d s (58)
2 −1
d Ni d N i d x1
= (59)
ds d x1 d s
d Ni d Ni L
= (60)
ds d x1 2
que é equivalente a
d Ni 2 d Ni
= (61)
d x1 L ds
d N1 1
= − (62)
ds 2
d N2 1
= (63)
ds 2
d N1 1
= − (64)
d x1 L
d N2 1
= (65)
d x1 L
234
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
1 1
B b = 0 0 − (66)
L L
1
B s = − −
1
(1− s ) 1
−
1
( 1 + s ) (67)
L 2 L 2
0 0 0 0 1 L2 −1 L2
1 0 − 1 * L 3 − L 2 L2 6
2
E I2 + GA
K = (68)
L 0 0 L 1 − L 2
SIM . 1 SIM . L2 3
O facto de a expressão (68) ser aproximada, obriga a que na análise de um pórtico cada
uma das suas barras tenha de ser discretizada em vários elementos finitos. Esta questão
foi já referida no Capítulo 12.
dθ
M = − E I2 (69)
d x1
Atendendo a (12), (17) e (69), conclui-se que o momento flector pode ser obtido com
M = E I 2 Bb a (70)
235
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
V = ∫ τ 13 ( x3 ) d S (71)
S
d u3
V = G A* − θ +
d x1
(72)
V = G A* γ 13 (73)
V = − G A* φ (74)
V = G A* B s a (75)
Deve-se ter em consideração que, quer o momento flector, quer o esforço transverso,
apenas apresentam valores com precisão aceitável em determinados pontos do elemento
finito [13.5]. Se se pretender conhecer os valores dos esforços noutros pontos, é em
geral preferível efectuar uma extrapolação ou interpolação simples a partir dos pontos
em que os resultados são mais correctos.
236
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
A formulação da viga de Timoshenko aqui apresentada pode ser estendida aos seguintes
casos: barras com mais do que dois nós, barras curvilíneas, barras de secção variável,
barras tridimensionais sujeitas a flexão desviada, inclusão da torção, consideração do
centro de corte distinto do centro de gravidade, barras em que as propriedades do
material variam ao longo do eixo da barra ou dentro da secção transversal, etc. [13.4].
BIBLIOGRAFIA
[13.5] - Cook, R. D.; Malkus, D. S.; Plesha, M. E.; Witt, R. J. - Concepts and
Applications of Finite Element Analysis, Fourth Edition, John Wiley & Sons, Inc.,
2002.
237
Viga de Timoshenko - Álvaro F. M. Azevedo
238
ANEXO A
Neste capítulo é efectuada uma breve descrição das tarefas que é necessário empreender
para analisar uma estrutura com o programa FEMIX - Versão 3.1.
http://civil.fe.up.pt/Software/Femix_3.1/Femix_3.1_Manual.htm
A.1 - Instalação
femix_V3.1_0031.zip
; C:\femix\bin
239
Utilização do Programa Femix 3.1 - Álvaro F. M. Azevedo
C:\femix\bin\s3dcad.exe
C:\femix\bin\drawmesh.exe
cmd
Para aumentar o número de linhas de texto deve-se clicar no canto superior esquerdo da
janela de comandos e seleccionar: "Properties / Layout". Em seguida aumentar o
parâmetro "Window Size / Height".
Se a instalação tiver sido feita correctamente, deve ser possível arrancar o programa
s3dcad a partir do directório corrente.
Tendo em vista uma familiarização com os diversos ficheiros que fazem parte da
instalação, aconselha-se uma inspecção ao conteúdo de todos os directórios que se
encontram dentro de C:\femix.
Apresenta-se em seguida uma descrição dos principais passos a dar para se chegar aos
resultados de uma análise com o programa FEMIX 3.1. Todas as fases são
exemplificadas com base na estrutura representada na Figura A.1.
240
Utilização do Programa Femix 3.1 - Álvaro F. M. Azevedo
x2
E = 20 GPa
50 kN / m ν = 0.15
h = 0.3 m
1.0 m
x1
10.0 m
Fig. A.1 - Viga que se pretende analisar pelo MEF usando o programa FEMIX.
Para criar um ficheiro de dados contendo a quase totalidade da informação que descreve
o problema, deve-se escrever o seguinte a partir da linha de comandos [A.2]:
Nota: o caracter '#' e todos os que se encontram à sua direita são comentários, não sendo
necessário digitá-los.
s3dcad
csm # Create a simple mesh
2 # Rectangle
10 # Size in x [1]
1 # Size in x [2]
gen # Generate a refined mesh
2 # Surfaces
4 # N. of nodes of the generated elements
4 # N. of divisions for all the elements in s1
1 # N. of divisions for all the elements in s2
ren # Renumber elements, nodes and special nodes
1 # Default answer
2 # Default answer
3 # Default answer
y # Default answer
y # Default answer
y # Default answer
1.0e-5 # Default answer
wri # Write a .s3d file
viga44 # Job name (elementos de 4 nós; malha com 4 elementos)
gld # Write a _gl.dat file (femix)
viga44 # Job name
241
Utilização do Programa Femix 3.1 - Álvaro F. M. Azevedo
1 # Plane stress
1 # From the coordinates (x1,x2)
end # End s3dcad
Uma vez que se tratam de ficheiros do tipo "texto", o seu conteúdo pode ser
inspeccionado, por exemplo, com os programas Notepad ou Word.
Nota: para muitos dos comandos existem botões nas barras de ferramentas, bem como
teclas de atalho (fazer Help / Keyboard Commands).
O ficheiro viga44_gl.dat, que foi gerado com o programa s3dcad, ainda não se encontra
completo. Referem-se em seguida as alterações que devem ser efectuadas.
242
Utilização do Programa Femix 3.1 - Álvaro F. M. Azevedo
### Points with fixed degrees of freedom and fixity codes (1-fixed;0-free)
# ivfix nofix ifpre ...
1 1 1 1
2 9 0 1
243
Utilização do Programa Femix 3.1 - Álvaro F. M. Azevedo
Substituir os casos de carga que surgem por defeito pelas seguintes linhas:
### Edge load (loaded element, loaded points and load value)
### (local coordinate system)
# iedge loele
1 1
# lopoe fe1 fe2
2 0.0 -50.0
244
Utilização do Programa Femix 3.1 - Álvaro F. M. Azevedo
4 0.0 -50.0
# iedge loele
2 2
# lopoe fe1 fe2
4 0.0 -50.0
6 0.0 -50.0
# iedge loele
3 3
# lopoe fe1 fe2
6 0.0 -50.0
8 0.0 -50.0
# iedge loele
4 4
# lopoe fe1 fe2
8 0.0 -50.0
10 0.0 -50.0
END_OF_FILE
245
Utilização do Programa Femix 3.1 - Álvaro F. M. Azevedo
Para visualizar os ficheiros de extensão .s3d deve-se fazer, no drawmesh, "File / Import".
Para capturar o conteúdo de uma janela do drawmesh pode-se fazer "File / Export View
Image". Desta forma é criado um ficheiro com extensão .bmp, que pode em seguida ser
Para combinar a malha indeformada com a malha deformada deve-se escrever na linha
de comandos:
246
Utilização do Programa Femix 3.1 - Álvaro F. M. Azevedo
Para combinar as tensões principais com a malha indeformada deve-se escrever na linha
de comandos:
247
Utilização do Programa Femix 3.1 - Álvaro F. M. Azevedo
Fig. A.6 - Visualização do campo de tensões normais σx1 com o programa drawmesh.
BIBLIOGRAFIA
248