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Natal, novembro
2017
Larissa Maria Galvão Rodrigues Moura
Natal, novembro
2017
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Sistema de Bibliotecas – SISBI
Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede
Moura, Larissa Maria Galvão Rodrigues.
Construção civil e segurança do trabalho: um estudo de caso em obras
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte / Larissa Maria Galvão
Rodrigues Moura. - 2017.
40 f. : il.
BANCA EXAMINADORA
Figura 1: Decibelímetro utilizado para fazer as medições de ruído. Fonte: Autor. ............................ 17
Figura 2: Andaime sem sistema de travamento e ausência de plataforma de trabalho. Fonte: COPS.19
Figura 3: Trabalhador se equilibrando sem plataforma de trabalho. Fonte: COPS. ........................... 19
Figura 4: Cavalete sendo usado de forma inadequada. Fonte: COPS. ............................................... 21
Figura 5: Aferição de ruído na betoneira. Fonte: Autor. .................................................................... 21
Figura 6: Trabalhador utilizando EPI corretamente. Fonte: Autor..................................................... 21
Figura 7: Vergalhões espalhados pela obra. Fonte: COPS. ............................................................... 22
Figura 8: Tubos espalhados pela obra. Fonte: COPS. ........................................................................ 22
Figura 9: Bancada sem proteção contra intempéries. Fonte: COPS. .................................................. 23
Figura 10: Entulho e lixo dispostos irregularmente na obra. Fonte: COPS........................................ 23
Figura 11: Área de risco. Fonte: COPS. ............................................................................................ 24
Figura 12: Aberturas na laje. Fonte: COPS. ...................................................................................... 25
Figura 13: Ausência de guarda corpo nas extremidades. Fonte: COPS. ............................................ 26
Figura 14: Fixação dos andaimes em número insuficiente de grampos. Fonte: COPS. ..................... 27
Figura 15: Aplicação correta de grampos em laços. Fonte: NBR 6494. ............................................ 27
Figura 16: Medição de ruído na makita. Fonte: Autor. ...................................................................... 28
Figura 17: Modelo de guarda corpo. Fonte: COPS. ........................................................................... 29
Figura 18: Tipo de sinalização. Fonte: COPS. ................................................................................... 29
Figura 19: Modelo de bandeja primária. Fonte: COPS. ..................................................................... 30
Figura 20: Modelo de proteção dos vergalhões. Fonte: COPS........................................................... 30
Figura 21: Modelo de proteção coletiva. Fonte: COPS. .................................................................... 31
Figura 22: Modelo de coifa. Fonte: COPS. ....................................................................................... 31
Figura 23: Modelo de andaime contraventamento, sapatas e plataforma de trabalho com travamento.
Fonte: COPS. .................................................................................................................................... 32
Figura 24: Modelo de andaime com sapatas de bases ajustáveis. Fonte: COPS. ............................... 32
Figura 25: Exemplo de andaime com tela de proteção. Fonte: COPS. .............................................. 32
Figura 26: Exemplo de andaime com andar de trabalho completo. Fonte: COPS. ............................ 33
Figura 27: Modelo adequado de cinto de segurança do tipo paraquedista. Fonte: COPS. ................. 33
Figura 28: Modelo de SPIQ com cinta de ancoragem. Fonte: COPS. ............................................... 34
Figura 29: Ciclo PDCA. Adaptado de OSHAS 18001/2007. ............................................................ 36
Resumo
O trabalho é uma atividade estruturante na vida dos indivíduos. Porém, por vezes, pode
provocar riscos. A segurança do trabalho visa a prevenção de acidentes laborais, a partir de
um conjunto de atividades de antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos
ocupacionais. Este trabalho foi realizado nas duas maiores obras de construção civil da UFRN
atualmente, com o objetivo de analisar a saúde e segurança dos trabalhadores das obras da
universidade, de acordo com as inspeções ambientais realizadas nas mesmas. A partir das
vistorias realizadas foi possível identificar os principais riscos ambientais e poder propor
recomendações para a adequação destas não conformidades.
Abstract
Work is a structuring activity in the lives of individuals. However, sometimes it can cause
risks. Work safety aims at the prevention of occupational accidents, based on a set of activities
of anticipation, recognition, evaluation and control of occupational hazards. This work was
carried out in the two largest civil construction works of UFRN in 2017, with the objective of
analyzing the health and safety of the workers of the university works, according to the
environmental inspections carried out in them. From the surveys carried out, it was possible
to identify the main environmental risks and to be able to propose recommendations for the
adequacy of these nonconformities.
1. Introdução ................................................................................................................................. 10
2. Objetivo ..................................................................................................................................... 12
2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................................... 12
2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................................. 12
3. Contexto histórica ..................................................................................................................... 13
4. Metodologia .............................................................................................................................. 15
5. Não conformidades de acordo com a NRs ................................................................................. 18
5.1 Obra A:.................................................................................................................................... 18
5.2 Obra B: .................................................................................................................................... 22
6. Recomendações Técnicas .......................................................................................................... 28
7. Discussões ................................................................................................................................. 35
8. Considerações Finais ................................................................................................................. 38
9. Referências Bibliográficas......................................................................................................... 39
1. Introdução
A construção civil é um dos setores mais importantes na economia mundial, pois ela
gera progresso, gera renda e gera crédito através de milhões de empregos tanto para as classes
mais pobres, quanto para todas as outras classes sociais, incluindo empresários, técnicos de
diversas áreas, médicos, engenheiros, arquitetos, contadores e advogados, entre outros. Além
disso, a construção civil também gera milhões de empregos indiretos nas indústrias de
materiais, nas empreiteiras, nos fornecedores de material de construção e nos transportadores
do mesmo. (MACHADO, 2015)
O trabalho é uma atividade estruturante na vida dos indivíduos. Porém, por vezes,
pode provocar riscos. Este fato faz surgir na saúde e segurança ocupacional uma atividade
corriqueira na prevenção de exposição de trabalhadores aos diversos riscos. A segurança do
trabalho visa a prevenção de acidentes laborais, a partir de um conjunto de atividades de
antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ocupacionais.
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A saúde e segurança do trabalho na área da construção civil baseiam-se,
principalmente, em normas regulamentadoras, sendo a mais importante para as atividades
exercidas em canteiros de obras a NR-18. Esta norma tem por finalidade estabelecer diretrizes
com o objetivo de programar medidas de controle e sistemas de prevenção de segurança nos
processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção.
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2. Objetivo
Analisar a saúde e segurança dos trabalhadores das obras de construção civil da UFRN,
sob a ótica das legislações vigentes aplicáveis, a partir de auditoria in loco nas mesmas.
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3. Contexto histórica
O surgimento da Revolução Industrial, na Inglaterra, trouxe muitas transformações
para a sociedade, principalmente para a classe trabalhadora, transformações estas que
repercutiram de forma negativa no que diz respeito ao bem-estar físico e psicológico do
trabalhador, sendo o mesmo obrigado a executar longas jornadas de trabalho em ambientes
sem segurança, tendo que manusear máquinas tecnologicamente avançadas, com as quais não
estavam habituados, gerando assim graves acidentes de trabalho como: mutilação,
intoxicação, desgaste físico, etc (PEREIRA, 2001).
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Tabela 1: Quantitativo de acidentes de trabalho por atividade econômica. Fonte: https://observatoriosst.mpt.mp.br/.
Quantidade de
Atividade Econômica %
acidentes
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4. Metodologia
O estudo foi realizado em duas obras de médio porte da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Atualmente, as mesmas são as maiores obras que estão sendo construídas
pela universidade. Ambas obras serão institutos, dotados de laboratórios e salas de aula onde
serão realizadas pesquisas acadêmicas. As obras irão ser identificadas como A e B com a
finalidade de não expor as empresas contratadas.
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Os agentes químicos são definidos de acordo com a NR 9 como sendo as substâncias,
compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas
de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por
ingestão.
Os riscos de acidentes causados através das más condições de trabalho, improviso das
ferramentas de trabalho, animais peçonhentos dentre outras situações de risco que possam vir
a contribuir a existência de acidentes laborais, podendo comprometer a integridade física do
trabalhador.
Para Álvarez Briceño (2009), os riscos psicossociais podem ser definidos como as
características das condições de trabalho e, acima de tudo, de sua organização que afetam a
saúde das pessoas através de mecanismos psicológicos e fisiológicos.
A principal norma a ser estudada neste trabalho é a NR 18 que diz respeito às condições
e meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil. Nela estão dispostos os
procedimentos, dispositivos e atitudes a serem observados para cada uma das atividades a
serem desenvolvidas no canteiro de obras.
Após a medição será feita a comparação com a NR-15 que dispões os limites tolerância
para ruído contínuo ou intermitente. Caso a situação de trabalho não esteja em conformidade
com a norma, este trabalho irá propor recomendações para que este trabalho entre em
conformidade.
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5. Não conformidades de acordo com a NRs
Não será feito avaliação psicossocial do trabalho para identificar a presença de fatores
psicossociais no ambiente de trabalho, por ser uma avaliação extensa de ser realizada. Baruki
(2015) afirma que é de conhecimento de todos que a atividade de profissionais da construção
civil possui um ritmo pesado com esforço intenso e atividades repetitivas, são aquelas
características do trabalho que funcionam como agentes estressores, ou seja, implicam em
grandes exigências de trabalho, combinadas com recursos insuficientes para o enfrentamento
das mesmas. Tendo em vista estas atribuições, é possível dizer que há a possibilidade dos
trabalhadores poderem vir a sofrer com os riscos psicossociais relacionados ao trabalho.
5.1 Obra A:
A obra A apresentou diversas não conformidades nos andaimes, falta de EPI e ausência
de EPC no trabalho em altura, caracterizando um risco grave e iminente, podendo ocasionar
acidentes e até levar a óbito o trabalhador.
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Figura 2: Andaime sem sistema de travamento e Figura 3: Trabalhador se equilibrando sem
ausência de plataforma de trabalho. Fonte: COPS. plataforma de trabalho. Fonte: COPS.
3. Não foi observado o uso de cinto de segurança tipo paraquedista e com duplo talabarte
que possua dupla trava pelos trabalhadores executando trabalho em altura.
a. Item 18.15.2.7 b) é obrigatório o uso de cinto de segurança tipo paraquedista e com
duplo talabarte que possua ganchos de abertura mínima de cinquenta milímetros e
dupla trava;
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a. 18.6.11) As escavações realizadas em vias públicas ou canteiros de obras devem ter
sinalização de advertência, inclusive noturna, e barreira de isolamento em todo o seu
perímetro.
9. Verificou-se que a obra não tinha bandeja primária conforme exige a NR-18;
10. Todos os cintos de segurança estavam vencidos e fora dos padrões estabelecidos pelo
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);
a. 6.9.3) Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome
comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso
de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.
11. Foi identificado risco de queda de nível em plataforma de trabalho improvisada, sem
proteção de periferia (guarda corpo e rodapé) e com o agravante do uso de cavaletes
sobre a superfície da plataforma, gerando outro patamar de trabalho sustentado pelos
mesmos cavaletes; sem nenhuma medida com relação à estabilização e travamento,
configurando risco grave e iminente de queda de altura (Figura 4). Tal dispositivo
infringe as Normas Regulamentadoras 18 e 35.
a. 18.15.11) É proibido trabalho em andaimes apoiados sobre cavaletes que possuam
altura superior a 2,00m (dois metros) e largura inferior a 0,90m (noventa
centímetros);
b. 35.1.2) Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m
(dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda.
c. 18.13.2) As aberturas no piso devem ter fechamento provisório resistente.
d. 18.15.2.6) As superfícies de trabalho dos andaimes devem possuir travamento que
não permita seu deslocamento ou desencaixe.
e. 18.15.6) Os andaimes devem dispor de sistema guarda-corpo e rodapé, inclusive nas
cabeceiras, em todo o perímetro, conforme subitem 18.13.5, com exceção do lado da
face de trabalho.
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Figura 4: Cavalete sendo usado de forma inadequada. Fonte: COPS.
12. Em visita à obra, foi realizada medição do ruído produzido pela betoneira que deu 92,9
dB(A), ultrapassando o limite de tolerância para exposição contínua de 8 horas de
trabalho. O trabalhador estava utilizando o protetor auricular corretamente conforme
figura abaixo.
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5.2 Obra B:
Figura 7: Vergalhões espalhados pela Figura 8: Tubos espalhados pela obra. Fonte: COPS.
obra. Fonte: COPS.
22
Figura 9: Bancada sem proteção contra intempéries. Fonte: COPS.
4) Observou-se a presença de área próxima aos "pirulitos" e que não recebeu estrutura
que garanta a estabilidade do solo represado, tornando-se um potencial
desmoronamento e em discordância com o item 18.6 da NR-18;
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a. 18.6.2) Muros, edificações vizinhas e todas as estruturas que possam ser afetadas
pela escavação devem ser escorados.
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c) o disco deve ser mantido afiado e travado, devendo ser substituído quando
apresentar trincas, dentes quebrados ou empenamentos;
d) as transmissões de força mecânica devem estar protegidas obrigatoriamente por
anteparos fixos e resistentes, não podendo ser removidos, em hipótese alguma,
durante a execução dos trabalhos;
e) ser provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor, com identificação do
fabricante e ainda coletor de serragem.
8) Em outra visita à obra, observou-se que a serra circular de bancada foi parcialmente
adequada. Foi realizado o serviço no piso para obtenção de nivelamento da bancada.
Identificamos que a coifa de proteção da serra de bancada era de plástico. No ato de
inspeção nos foi informado que a serra circular se encontrava quebrada.
10) Observou-se a presença de aberturas no piso sem qualquer tipo de proteção que
impeça o seu acesso. Esta situação pode vir a ocasionar o risco de quedas ou lesões;
a. 18.13.2) As aberturas no piso devem ter fechamento provisório resistente.
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Figura 13: Ausência de guarda corpo nas extremidades. Fonte: COPS.
12) Ao chegar à obra foi constatado pela equipe de segurança que os funcionários estavam
colocando ferragens das vigas a uma altura acima de 2 metros de altura. No momento,
cerca de 10 funcionários estavam sem o cinto de segurança. Após a saída da equipe
os mesmos voltaram a fazer suas atividades sem os EPI’s necessários mesmo
recebendo as instruções necessárias na palestra;
13) Por toda a obra não foi visto nenhum tipo de linha de vida ou caranguejos que
auxiliassem os funcionários a fixar o cinto de segurança para sua devida proteção;
16) Em inspeção realizada no canteiro, foi verificado que os andaimes encontram-se fora
dos padrões exigidos pelas Normas Técnicas Vigentes;
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17) Ausência de guarda-corpo, sapatas de estabilidade, estaiamento e assoalho completo;
18) Foi verificada a presença de apenas 2 (dois) e não o mínimo de 3 (três) grampos (clips)
em laços (slings) de fixação dos andaimes, conforme a norma ABNT NBR 6494.
19) Os andaimes não possuíam fechamento entre o guarda-corpo e o piso. Também não
apresentavam tela ao longo de toda a periferia externa para prevenir a queda de
objetos. Também foram observados que os andares de trabalho dos andaimes da
fachada não possuíam plataformas de trabalho por completo, oferecendo risco aos
trabalhadores que estiverem operando no andar.
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Figura 16: Medição de ruído na makita. Fonte: Autor.
21) A máquina enroscadeira serve para fazer as linhas de enroscamento para o encaixe de
tubos de metal. Nesta atividade foi identificado uma grande geração de fumos, e os
trabalhadores não estavam utilizando nenhum EPI.
22) Em visita a obra, foi constatado que os funcionários responsáveis por fazer o
rebaixamento de gesso estavam em meio a uma grande névoa de pó de gesso
trabalhando sem EPI. Foi conversado essa situação com a engenheira responsável e a
mesma se prontificou em falar com a empresa terceirizada responsável por estes
funcionários para a adequação do trabalho. No outro dia pela manhã foram enviadas
fotos dos mesmos trabalhadores realizando suas devidas atividades com todos os EPIs
que indicamos no dia anterior.
6. Recomendações Técnicas
A seguir serão apresentadas as recomendações técnicas emitidas pela COPS, ao longo
das fases da obra, serão agrupadas por tipo de risco.
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atividades que envolvem riscos específicos como trabalho em altura, espaços
confinados e etc, sejam identificados por crachás a serem fixados à altura do peito e
que apresente informações de sua qualificação/capacitação para operação de máquina
ou atividade;
5) Recomenda-se que o canteiro de obras seja organizado e limpo (item 18.29 da NR-
18);
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7) Recomenda-se que os muros, edificações vizinhas e todas as estruturas que possam
ser afetadas pela escavação sejam escorados e que o próprio local da escavação receba
escoramento por taludes ou estrutura indicada e dimensionada por profissional
legalmente habilitado;
10) Recomenda-se que a dobragem e o corte de vergalhões de aço em obra sejam feitas
sobre bancadas ou plataformas apropriadas e estáveis, apoiadas sobre superfícies
resistentes, niveladas e não escorregadias, afastadas da área de circulação de
trabalhadores, e que seja providenciada cobertura resistente para proteção dos
trabalhadores contra a queda de materiais e intempéries
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Figura 21: Modelo de proteção coletiva. Fonte: COPS.
13) Substituir imediatamente a coifa de plástico para uma que tenha especificações
técnicas (figura 22), conforme exige o item 18.33 da NR-18, conforme figura abaixo.
14) Recomenda-se a instalação de proteção coletiva nas periferias das lajes da edificação
que atendam aos preceitos técnicos e de saúde e segurança (item 18.13.1 da NR-18);
15) Recomenda-se o fechamento das aberturas dos pisos de forma provisória e resistente;
16) Providenciar linha de vida nas lajes de trabalhos para fixação do cinto de segurança,
a fim de manter a integridade física de todos os trabalhadores do canteiro;
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Figura 23: Modelo de andaime contraventamento, Figura 24: Modelo de andaime com sapatas de bases
sapatas e plataforma de trabalho com travamento. ajustáveis. Fonte: COPS.
Fonte: COPS.
18) Instalação de uma seção do andaime fachadeiro no local em destaque, com estrutura
independente, utilizando uma plataforma de altura compatível com a atividade
desenvolvida pelo trabalhador, com as devidas proteções de periferias (guarda corpo
e rodapé).
19) Providenciar telas de proteção contra queda de materiais nos andaimes. Recomenda-
se que essa tela não possua malha superior a 25mm.
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Figura 26: Exemplo de andaime com andar de trabalho completo. Fonte: COPS.
21) Nos serviços em andaimes, lembrar que toda a sobra de material deve ser retirada,
acondicionada adequadamente ou através da utilização de dutos de descarga. Também
deve-se ressaltar que os serviços em andaimes nunca devem ser realizados por uma
única pessoa. Deve haver pelo menos uma outra pessoa no local de serviço para
auxiliá-la em caso de emergência.
Figura 27: Modelo adequado de cinto de segurança do tipo paraquedista. Fonte: COPS.
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outros meios de proteção coletiva. Estas devem ser dimensionadas conforme
capacidades de carga específicas de cada projeto.
25) Fornecer e Exigir o uso dos EPI’s adequados aos riscos para cada função da obra. Em
caso de EPI’s com situação de desgaste, substituir imediatamente.
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7. Discussões
As obras visitadas apresentam falhas, em especial com relação ao trabalho em altura.
Em sua maioria essas falhas são consideradas como riscos graves que comprometem a
integridade física do trabalhador, podendo ocasionar danos patrimoniais, lesões ou até levar o
colaborador a óbito. Essas não conformidades são relativamente fáceis de serem resolvidas e
tem caráter de urgência, uma vez que compromete a vida do trabalhador.
A partir dos relatórios emitidos pela COPS foi possível realizar uma análise
cronológica das não conformidades presentes nas obras, verificando também o tempo médio
para serem realizadas as adequações e as medidas corretivas recomendadas.
Na obra A, identificamos grandes problemas com relação aos andaimes e também uma
forte resistência do engenheiro responsável. Somente foi possível vencer essa resistência e
propiciar a redução dos riscos no ambiente de trabalho após muito diálogo, envio de relatórios,
processos e até mesmo a visita de um fiscal do trabalho na obra.
Nas últimas visitas às duas obras foi possível identificar que os riscos apontados nos
relatórios da COPS já tinham sido resolvidos, o que transformou o ambiente de trabalho em
um local são e seguro.
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destes fatores como sendo a sobrecarga de trabalho, o conflito de papéis e funções, falta de
controle sobre o trabalho, estressores físicos.
Agir Planejar
Checar Fazer
•Monitorar e medir •Implementar os
os processos. processos.
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ser adotadas medidas de verificações, como “check list”, identificando com facilidade a falha
e ajustando sempre que for preciso.
O investimento necessário para o realizar o ciclo do PDCA deve ser visto como uma
ação necessária para tornar ambientes de trabalho seguros e em troca melhorar o
desenvolvimento econômico da empresa, uma vez que a falta de qualidade no trabalho gera
perdas na capacidade produtiva, dias de trabalho perdidos devido a acidentes ou problemas de
saúde e em despesas de indenizações. Além do que a falta de qualidade poderá acarretar em
uma degradação da imagem da empresa perante o mercado.
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8. Considerações Finais
Reconhecendo a complexidade das relações possíveis entre saúde e trabalho, este
trabalho procurou levantar os aspectos que podem interferir na saúde e no bem-estar dos
canteiros. A gestão deverá discutir esses aspectos e compartilhá-los com esses trabalhadores
para melhorar as condições de trabalho atualmente existentes.
Por fim, a cultura da prevenção no setor da construção civil deverá passar pela
conscientização de todos os envolvidos de que há responsabilidades para ambas as partes por
todo o processo, ou seja, uma responsabilidade compartilhada perante o risco e sua
identificação, avaliação e eliminação.
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9. Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Ney Augusto Barros de. Auditoria in loco de obras com embasamento nas normas
regulamentadoras. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. 2016.
MACHADO, Ane Graziela Stahlhöfer. Meio ambiente de trabalho na construção civil: uma
análise dos princípios do direito ambiental. Dissertação de mestrado. Universidade de Caxias
do Sul. 2015.
MOTA, Míriam Cristina Zaidan Psicologia aplicada em segurança do trabalho: destaque nos
aspectos comportamentais e trabalho em equipe da NR-10. 5. ed. -- São Paulo : LTr, 2015.
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MOTERLE, Neodimar. A importância da segurança do trabalho na construção civil: um
estudo de caso em um canteiro de obra na cidade de Pato Branco – Pr. 2014. 45 f. Trabalho
de Conclusão de Curso (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Pato Branco, 2014.
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