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PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo – 2. Ed. – São Paulo: Contexto, 2010.

Teoria do Jornalismo

Pág. 12 – “Com a convergência tecnológica, que traz a hibridação de contextos midiáticos e


culturais em fluxos de informação com a velocidade cada vez mais acelerada, o profissional
da imprensa precisa ter uma formação sólida e específica para assumir o papel de mediador.
Em outras palavras, ele precisa ser um especialista.”

Pág. 36 – “... o desenvolvimento da difusão de informação pública a partir da Europa do


século XVI deve-se não somente ao crescimento do comércio, mas à consolidação de um
modelo de vida urbana e à constituição de um público leitor.”

Pág. 38 – “Na ânsia de trazer novidades, será que a imprensa simplesmente não repete os
mesmos enredos?”

Pág. 39 – “A publicidade e a universidade de temas juntam-se à periodicidade e à atualidade


como as quatro características dos jornais modernos.”

“A temporalidade não se refere ao fato, mas à forma como é transmitido...”

“A novidade nem sempre é atual e a atualidade nem sempre é nova.”

Pág. 42 – “O lead (ou lide) nada mais é do que o relato sintético do acontecimento logo no
começo do texto, respondendo às perguntas básicas do leitor: o quê, quem, como, onde,
quando e por quê.”

Pág. 43 – “... pode-se afirmar que o lide exerce uma série de funções no relato. Elas são as
seguintes:

- apontar a singularidade da história;

- informar o que se sabe de mais novo sobre um acontecimento;

- apresentar lugares e pessoas de importância para entendimento dos fatos;


- oferecer o contexto em que ocorreu o evento;

- provocar no leitor o desejo de ler o restante da matéria;

- articular de forma racional os diversos elementos constitutivos do acontecimento;

- resumir a história, da forma mais compacta possível, sem perder a articulação.”

Pompeu de Souza define sublide como “um segundo parágrafo da notícia que contenha
algum (ou alguns) elemento essencial deslocado do primeiro parágrafo, pela complexidade
dos dados a serem resumidos ali, ou pela estratégia narrativa do jornalista que separa dados
essenciais para administrar o impacto.”

Pág. 44 – “... algumas variações estilísticas de lides sistematizadas por João de Deus que
freqüentemente ocorrem no jornalismo diário.”

“Clássico – apresenta todos os elementos essenciais, mas sem preocupação com a


hierarquização dos dados entre si, de modo a envolver o destinatário.”

“De Citação – é iniciado com a transcrição de uma fala ou depoimento expressivos de um


personagem da história a ser relatada, seguida dos demais elementos constitutivos.”

“Circunstancial – o texto é aberto pela apresentação do elemento “como” ou circunstância,


tão original que justifique a prioridade de iniciar o discurso.”

Pág. 45 – “Clichê – um ditado ou chavão inicia a matéria, desde que associado aos fatos que
serão apresentados a seguir, no restante da matéria; não deve ser confundido com o lide “de
citação”, que só apresenta expressões usadas por um agente do fato apurado.”

“Conceitual – é aquele lide que emprega uma idéia, uma definição, para atrair o destinatário
da notícia pela novidade ou enfoque diferenciado que o conceito traz”

“Cronológico – o jornalista monta os dados na seqüência em que ocorreram os fatos; isto é,


do mais remoto ao mais novo, em razão do impacto dessa articulação.”

“Do apelo direto – procura envolver diretamente o leitor, ouvinte ou espectador, focalizando
um aspecto do fato que tenha muita possibilidade de interessá-lo.”
Pág. 46 – “De contraste – o texto é iniciado por proposição ou pensamento relativamente
vagos e que, na essência, contrastem com o “clima” da informação da notícia.”

“Descritivo – abre o texto com a reconstituição do cenário onde estão os personagens da


história a ser narrada.”

“De enumeração – uma lista ou seqüência de condições, hipóteses ou conseqüências (que


tenham peso no acontecimento a ser relatado) inicia a matéria, assim, abruptamente.”

“Dramático – tem o estilo do conto; cria suspense para um desfecho inesperado que virá,
usualmente, no sublide.”

“Interrogativo – uma questão perturbadora e sem solução imediata abre a matéria.”

Pág. 47 – “Rememorativo – cobrindo um acontecimento mais duradouro, dados mais antigos


dão início ao texto, antecedendo à apresentação dos elementos mais recentes, atuais.”

“Adversativo – é caracterizado por iniciar, geralmente, com um advérbio que faz menção a
uma expectativa não realizada”

“Explicativo – uma espécie de “justificativa” abre o lide; ela tem a função de explicar em que
contexto se fez algo ou é possível entender um fato ou um pronunciamento.”

“Apelativo – aproveita a possível ambigüidade dos dados para narrar maliciosamente, com um
tempero falso, insinuado, fatos que não têm esse teor.”

Pág. 48 – “Multilide – é uma espécie de antilide, na medida em que esvazia o primeiro


parágrafo da concentração dos dados essenciais e os apresenta aos poucos, em cada
parágrafo.”

Pirâmide invertida: “Consiste em um relato que prioriza não a seqüência cronológica dos
fatos, mas escala em ordem decrescente os elementos mais importantes, na verdade, os
essenciais, em uma montagem que os hierarquiza de modo a apresentar, inicialmente, os mais
atraentes, terminando por aqueles de menor apelo.”

“A pirâmide é “invertida” porque no jornalismo a base não fica no sopé, mas no topo”
“Tudo em ordem decrescente, a ponto de o último parágrafo poder ser eliminado, sem
prejuízo do entendimento da matéria...”

Pág. 65 – “... o jornalista é um especialista em generalidades. A intenção desse aparente


paradoxo é afirmar a necessidade de habilidades e conhecimentos ecléticos para a prática
profissional.”

“... com a evolução tecnológica, as funções específicas estão desaparecendo, exigindo


também uma formação genérica. Hoje, um bom repórter é também apurador, pauteiro e editor
da própria reportagem.”

Pág. 66 – “Para Dominique Mainguenau, no livro Análise de textos de comunicação, todo


texto pertence a uma categoria de discurso, a um gênero específico”

“... estudo dos gêneros jornalísticos, tomando como critério a separação entre forma e
conteúdo, o que gerou a divisão por temas e pela própria relação do texto com a realidade
(opinião X informação), contribuindo assim para uma classificação a partir da intenção do
autor.”

Pág. 67 – “As funções também podem ser analisadas a partir da relação com os leitores...”

“Inicialmente, os textos foram divididos em informativos, explicativos, opinativos e de


entretenimento.”

Pág. 71 – “Na rotina produtiva diária das redações de todo o mundo, há um excesso de fatos
que chegam ao conhecimento dos jornalistas. Mas apenas uma pequena parte deles é
publicada ou veiculada. Ou seja, apenas uma pequena parte vira notícia. O que pode levar
qualquer leitor ou telespectador a perguntar: afinal, qual é o critério utilizado pelos
profissionais da imprensa para escolher que fatos devem ou não virar notícia?”

No livro Teorias da comunicação, o professor Mauro Wolf diz que... “noticiabilidade a


capacidade que os fatos têm de virar ou não notícia.”

Pág. 73 – “... o interlocutor está presente no próprio ato de construção da linguagem. É co-
enunciador.”

Pág. 74 – “... sete principais critérios de noticiabilidade”


“ser factual; despertar o interesse do público; atingir o maior número de pessoas; coisas
inusitadas; novidades; personagens; boas imagens.”

Pág. 75 – Segundo João Deus Corrêa “reportagem é um relato jornalístico temático, focal,
envolvente e de interesse atual, que aprofunda a investigação sobre fatos e seus agentes.”

Para Nilson Lage “é a exposição que combina interesse do assunto com o maior número
possível de dados, formando um todo compreensível e abrangente”

“notícia é o relato mais curto de um fato. Reportagem é o relato mais circunstanciado.”

Pág. 176 – “A teoria dos gêneros no jornalismo ainda encontra dificuldades para definir
jornalismo digital. A confusão conceitual envolve os termos webjornalismo, jornalismo on
line e ciberjornalismo”

“foi o advento da internet que possibilitou o novo gênero, e ele veio para revolucionar as
relações profissionais e as próprias rotinas produtivas.”

Jornalismo digital é “a disponibilização de informações jornalísticas em ambiente virtual, o


ciberjornalismo, organizadas de forma hipertextual com potencial multimidiático e
interativo.”

Pág. 177 – “O ambiente virtual modificou vários aspectos da vida humana. No jornalismo,
influenciou todos os tipos de veículo, em todas as fases de produção e recepção da notícia.”

Pág. 178 – “... presenciamos uma nova sintaxe das notícias, organizadas em níveis de
profundidade a partir do hipertexto e influenciadas pelas bases de dados.”

Polyana Ferrari afirma “ser preciso preparar as redações e os jornalistas para as


transformações da profissão, desenvolvendo uma visão multidisciplinar e a capacidade de
trabalhar com diversas mídias.”

Segundo Marta Dantas “ensinar os alunos a criar textos para as novas mídias, desenvolver e
avaliar páginas da web, encontrar e organizar a informação, explorar as novas tecnologias e
seus aspectos legais, analisando o impacto nas áreas culturais e comerciais.”
“a internet revoluciona a atividade jornalística, mas daí acreditar que o jornalista é um ser
dispensável e as novas tecnologias acabarão de vez com as barreiras de tempo e espaço,
produzindo uma sociedade que os teóricos chamam de pós-humana, já é demais.”

Pág. 180 – “...algumas das críticas ao jornalismo “tradicional” permanecem atuais no universo
on-line, como, por exemplo, a velocidade, a simplificação, a superficialidade e a
banalização.”

“...além de essas críticas serem potencializadas no ambiente digital (o tempo real e a própria
linguagem são exemplos, embora limitados pelos suportes de hardware), o universo da
cibercultura também os relaciona com as fantasias de supressão do tempo e do espaço.”

Pág. 182 – “As fantasias presentes em algumas propostas de implementação do jornalismo


digital refletem os temas existentes na produção de subjetividades do próprio discurso da
cibercultura.”

Pág. 183 – “O grande desafio do jornalismo digital é encontrar sua linguagem e democratizar
suas interfaces.”

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